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As chuvas sazonais causam flutuações nos níveis da maior parte dos rios brasileiros. As áreas alagáveis (como por exemplo as várzeas) alcançam dezenas de metros de largura junto aos pequenos riachos e dezenas de quilômetros ao longo dos grandes rios e cerca de 90% dessas áreas secam durante os períodos de pouca chuva ou de seca. Essas áreas oferecem ao meio ambiente e aos seres humanos, importantes serviços tais como estocagem de água, limpeza da água, tamponamento das enchentes, retenção de sedimentos, re- carregamento dos níveis de águas subterrâneas, regulação do clima local e regional, e manutenção da grande biodiversidade natural deste importante ecossiste- ma. Algumas várzeas provêm abrigo e subsistên- cia para populações hu- manas tradicionais uma vez que mantêm im- portantes estoques de peixes e permitem tam- bém o manejo de re- banhos de baixa den- sidade de gados de corte e produção de madeira. O velho código florestal brasileiro não menciona as áreas alagáveis, tam- pouco o novo. A luta pela inclusão é fundamental para que possamos proteger esse ecossistema de grande importância para a conservação e manejo da biodiversidade bem como para seu uso sustentável pelo homem. Leia mais em 458 | NATURE | VOL 478 | 27 OCTOBER 2011. ADAPTA NEWSLETTER - VOLUME 1, NÚMERO 4/5 A Luta da Vice-Coordenadora do ADAPTA pela inclusão das várzeas (áreas alagáveis) no código florestal brasileiro alcança níveis internacionais. Leia Carta que saiu na NATURE em 26 de outubro. 3 de Novembro de 2011 ADAPTA NEWSLETTER QUADRO DE AVISOS Continuam Abertas as in- scrições para o mestrado em Aquicultura de organismos tropicais (pag. 2). Primeiro Volume do Short- Notes ADAPTA em fase de revisão. Última chance de apresentar sua contribuição até 15 de novembro. ADAPTA inicia suas primeiras anális- es no SOLiD e nos Microcosmos. Apresentem suas demandas ao endereço [email protected] até 15 de dez de 2011 para início em 2012. O cronograma será publicado na nova homepage do ADAPTA. Nova Home Page do ADAPTA será lançada em dezembro—fique atento. WEB BLOG Internacional do ADAPTA. Continua no ar e cada vez mais 2 LEEM participa ati- LEEM participa ati- LEEM participa ati- vamente da Semana de vamente da Semana de vamente da Semana de 2 Café com Ciência no LEEM. Saiba um pouco mais sobre a palestra 2 Vegetação dos igarapés da Reserva Adolpho Ducke é muito 3 O que acontece? Notícias fresquinhas. Se você tem algo a contar– mande 4 EXPEDIENTE e AGEN- DA DE ATIVIDADES DO 4 Veja mais: Não Percam: Quinta-feira às 11h00m (03/11/2011) “Expressão Gênica ” Dr. Ana Maria Bonetti Professora da Universidade Federal de Uberlândia Luta pelo Código Florestal A SBPC apoia essa idéia

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As chuvas sazonais causam

flutuações nos níveis da maior

parte dos rios brasileiros. As

áreas alagáveis (como por

exemplo as várzeas) alcançam

dezenas de metros de largura

junto aos pequenos riachos e

dezenas de quilômetros ao

longo dos grandes rios e cerca

de 90% dessas áreas secam

durante os períodos de pouca

chuva ou de seca.

Essas áreas oferecem ao

meio ambiente e aos seres

humanos, importantes

serviços tais como estocagem

de água, limpeza da água,

tamponamento das enchentes,

retenção de sedimentos, re-

carregamento dos níveis de

águas subterrâneas, regulação

do clima local e regional,

e manutenção da grande

biodiversidade natural

deste importante ecossiste-

ma. Algumas várzeas

provêm abrigo e subsistên-

cia para populações hu-

manas tradicionais uma

vez que mantêm im-

portantes estoques de

peixes e permitem tam-

bém o manejo de re-

banhos de baixa den-

sidade de gados de corte

e produção de madeira.

O velho código florestal

brasileiro não menciona

as áreas alagáveis, tam-

pouco o novo. A luta pela

inclusão é fundamental

para que possamos

proteger esse ecossistema

de grande importância para

a conservação e manejo da

biodiversidade bem como

para seu uso sustentável

pelo homem. Leia mais em

458 | NATURE | VOL 478 |

27 OCTOBER 2011.

AD APTA N EWSL ET TER - VO L UME 1, N ÚMER O 4/5

A Luta da Vice-Coordenadora do

ADAPTA pela inclusão das várzeas (áreas

alagáveis) no código florestal brasileiro

alcança níveis internacionais. Leia Carta que

saiu na NATURE em 26 de outubro.

3 de Novembro de 2011

ADAPTA NEWSLETTER

QUADRO DE AVISOS

Co nt inuam Abertas as in-

scrições para o mest rado em

Aquic ult ura de o rganismo s

t ro pica is ( pag. 2) .

Primeiro Vo lume do Sho rt -

Notes ADAPT A em f ase de

revisão . Últ ima chance de

apresentar sua co nt rib uição at é

15 de no vemb ro.

ADAPTA inicia suas primeiras anális-

es no SOLiD e nos Microcosmos.

Apresentem suas demandas ao

endereço [email protected] até 15 de

dez de 2011 para início em 2012. O

cronograma será publicado na nova

homepage do ADAPTA.

Nova Home Page do ADAPTA será

lançada em dezembro—fique atento.

WEB BLOG Internacional

do ADAPTA. Continua

no ar e cada vez mais

2

LEEM participa ati-LEEM participa ati-LEEM participa ati-

vamente da Semana de vamente da Semana de vamente da Semana de

2

Café com Ciência no

LEEM. Saiba um pouco

mais sobre a palestra

2

Vegetação dos igarapés

da Reserva Adolpho

Ducke é muito

3

O que acontece? Notícias

fresquinhas. Se você tem

algo a contar– mande

4

EXPEDIENTE e AGEN-

DA DE ATIVIDADES DO

4

Veja mais:

Não Percam:

Quinta-feira às 11h00m (03/11/2011)

“Expressão Gênica ”

Dr. Ana Maria Bonetti

Professora da Universidade Federal de Uberlândia

Luta pelo Código Florestal

A SBPC apoia essa idéi

a

Foi intensa a participação do LEEM na SNCT.

Duas tendas foram montadas e quatro grupos se

revesaram mostrando diversos aspectos da ciên-

cia envolvida nas pesquisas do INCT ADAPTA.

Foram mostrados alguns fundamentos da genéti-

ca por meio de uma oficina de extração de DNA

da banana, com explicações bastante simples.

Foi montado um grupo de teatro que ensinou as

crianças e os jovens como o DNA se replica e se

traduz em proteína. Numa outra tenda, foram

simuladas situações semelhantes aos microcos-

mos e mostrou-se como as mudanças climáticas

podem afetar os organismos e como os seres

vivos poderão se adaptar aos cenários propos-

tos pelos modelos do Painel Intergovernamen-

tal de Mudanças Climáticas IPCC para o ano de

2011. Após as explicações, os grupos de estu-

dantes do ensino fundamental e médio foram

guiados ao laboratório para conhecer os

verdadeiros microcosmos. Um quarto e último

grupo do LEEM organizou uma série de filmes e

documentários que foram muito frequentados

durante toda a semana. Neles mostrou-se

vários aspectos importantes sobre a fisiologia

dos organismos e sobre os ecossistemas

amazônicos bem como videos sobre educação

ambiental. Foi uma semana intensa e muito

bem sucedida. Parabéns pessoal.

VO L UME 1, N ÚMER O 4/5

WEB BLOG Internacional do ADAPTA Continua no ar e cada vez

mais visitado http://blog.adapta.inpa.gov.br

AD APTA N EWSL ET TER

Esta semana a palestra será sobre Ex-

pressão Gênica. Venha conhecer um

pouco do trabalho da profa. Ana Maria

Bonetti que trabalha com abelhas e

diferenciação de castas. Sua experiência

com genes ligados ao sexo e expressão

nas diferentes fases da vida desses

insetos sociais é super interessante.

Apareça para um café e aprenda um

pouco mais de ciência no LEEM, la-

boratório sede do INCT ADAPTA.

Café com Ciência no LEEM

PÁGINA 2

C ON TI NU AM A BER TA S

A S IN SC R IÇ ÕES PAR A

O ME STR A D O EM

A QU IC UL TUR A DE

OR GA N ISM OS

TR OP IC AI S

LEEM participa ativamente da LEEM participa ativamente da LEEM participa ativamente da

Semana de Nacional de Semana de Nacional de Semana de Nacional de

Ciência e Tecnologia Ciência e Tecnologia Ciência e Tecnologia

Até 18 de Novembro

vivos poderão se adaptar aos cenários propos-

tos pelos modelos do Painel Intergovernamen-

tal de Mudanças Climáticas IPCC para o ano de

2011. Após as explicações, os grupos de estu-

dantes do ensino fundamental e médio foram

guiados ao laboratório para conhecer os

verdadeiros microcosmos. Um quarto e último

grupo do LEEM organizou uma série de filmes e

documentários que foram muito frequentados

durante toda a semana. Neles mostrou-se

vários aspectos importantes sobre a fisiologia

dos organismos e sobre os ecossistemas

amazônicos bem como videos sobre educação

ambiental. Foi uma semana intensa e muito

bem sucedida. Parabéns pessoal.

VO L UME 1, N ÚMER O 4/5

A professora doutora Maria Teresa Fer-

nandez Piedade, coordenadora do

Grupo Maua, que estuda o componen-

te “plantas” no projeto ADAPTA, ex-

plicou um pouco o ecossistema da

Região Amazônica em seus ambientes

aquáticos e alagáveis, para entender-

mos melhor o funcionamento do pro-

jeto.

A região drenada pelo Rio Amazonas e

por seus grandes afluentes apresenta

áreas de planícies que estão sujeitas a

um pulso anual de inundação, gerado

pelo transbordamento lateral das

águas de rios e lagos, após o período

mais intenso de chuvas em suas áreas

de captação. Considerando apenas as

extensões que se distribuem ao longo

das planícies inundáveis marginais às

calhas do Rio Amazonas e dos seus

principais afluentes, anualmente, du-

rante as cheias, uma área de 400 mil

km2, correspondendo a 7% da área

total da bacia (quase duas vezes a área

do Estado de São Paulo: 248.808,8

km2), é regularmente alagada.

Rios de águas barrentas, como o Ama-

zonas, nascem nas encostas andinas e

pré-andinas, regiões com grande ferti-

lidade. Devido a essa característica da

formação geológica da bacia de drena-

gem, as águas dos rios barrentos

trazem fertilidade para as planícies

marginais. Essas áreas são denomina-

das de várzeas. Outros rios, como o

Negro, nascem em áreas geologi-

camente muito antigas dos escudos

das Guianas e Brasil Central. Suas

águas são pobres em nutrientes e

muito ácidas. As planícies que eles

banham são denominadas de igapós.

A diferença de altura da coluna de

água entre as fases terrestre (águas

baixas) e aquática (pico das cheias) é

em média de 10 metros, o que repre-

senta um forte impacto para as

árvores, porque elas são fixas ao

solo. Para poder tolerar esse impacto

da inundação, as árvores têm que

desenvolver adaptações específicas.

Então, há espécies de árvores mais

ou menos tolerantes à inundação.

Essa tolerância diferencial é determi-

nada por complexos mecanismos

que alternam estratégias distintas

conforme a fase do ciclo da água

(alta ou baixa), envolvendo al-

terações nas taxas de fotossíntese e

na emissão de compostos orgânicos.

As espécies de árvores diferem

muito entre a várzea e o igapó,

havendo entre esses ambientes

apenas cerca de 20% de espécies

arbóreas em comum. Contudo, algu-

mas espécies ocorrem nesses dois

tipos de áreas alagáveis. Surgem

assim algumas importantes

questões: como essas espécies so-

brevivem tanto na várzea quanto no

igapó? Como o comportamento des-

sas espécies poderá ser alterado

pelas mudanças climáticas globais

prognosticadas, que envolvem o au-

mento da temperatura e da concen-

tração de CO2 atmosférico?

Sabe-se que a importância das

florestas tropicais para o ciclo global

de carbono é muito grande, pois são

responsáveis por estocar cerca de

40% do carbono retido na quan-

tidade total de matéria viva vegetal.

Essas florestas interagem de forma

relevante com a atmosfera por meio

dos compostos que eliminam.

Para tentar entender estas questões,

foi realizado um trabalho induzindo o

alagamento em plantas jovens de

Hevea spruceana (seringa-barriguda)

oriundas de ambientes de várzea e

de igapó, e observou-se que, logo

PÁGIN A 3 AD APTA N EWSL ET TER

após a inundação, a liberação de

compostos orgânicos voláteis

pelas plantas do igapó foi duas

vezes superior à registrada para

as plantas da várzea. Possivel-

mente para compensar essa per-

da de carbono, as plantas do

igapó apresentaram valores supe-

riores de fotossíntese e inferiores

de fotorrespiração, indicando a

grande adaptação de H.

spruceana aos ambientes ala-

gáveis, especialmente aos

igapós, com sua pobreza nutri-

cional e elevada acidez.

A existência de mecanismos

diferenciados entre plantas de H.

spruceana da várzea e igapó

levou à escolha desta espécie

para futuros trabalhos nos micro-

cosmos do ADAPTA, onde os

efeitos do aumento da concen-

tração de CO2 na atmosfera

serão testados. Espera-se, desta

forma, poder evidenciar um pa-

drão de comportamento ecofisio-

lógico para a comunidade vegetal

dos ambientes alagáveis

amazônicos, que podem ter

relevância maior do que aquela

até então apontada, em termos

de balanços de emissões de gas-

es em nível regional e de mudan-

ças climáticas globais.

1 GLOBO ECOLOGIA IGARAPËS

MATËRIA VEICULADA EM 10-09-2011

© Copyright 2011 Globo Comunicações

e Participações S.A.

Pesquisadora explica o ecossistema amazônico e a importância do ADAPTA1

Maria Teresa F. Piedade faz pesquisas com plantas aqua ticas no projeto.

Vegetação do igarapé da Reserva

Adolpho Ducke

Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular

LEEM— Laboratório Sede INCT-

ADAPTA

Av. André Araujo, 2936, Aleixo

CEP 69083-000

Manaus, AM, Brasil

Redação e Formatação: Vera Val

Expediente— Editora e Redatora Chefe

VERA VAL

Revisão: Nazaré Paula

Raimunda Araujo

ADAPTA - AGENDA NOVEMBRO/DEZEMBRO Experimentos e Análises MICROCOSMOS

Phone: 55-92-36433190

Fax: 55-92-36433186

E-mail: [email protected]

http:\\blog.adapta.inpa.gov.br

Carlos Henrique dos Anjos dos Santos defenderá sua tese de doutorado no dia 10 de novembro próximo. O trabalho, intitulado “Manejo reprodutivo e conservação genética do peixe neotropical

Arapaima gigas (Schinz, 1822) (Osteoglossidae: Actinopterygii) da bacia Amazônica”, teve como objetivo verificar a variabilidade genética de exemplares de pirarucus provenientes de cinco pisciculturas distribuidas nos estados do Amazonas, Ron-dônia e Ceará comparando-os com duas populações de Reservas de Desenvolvi-

mento Sustentavel (Mamirauá e Fonte Boa) do estado do Amazo-nas. Sala da Pós-Graduação GCBEv—Campus II, INPA. 10h00.

Tiago Jesus, estudante de doutorado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em Portugal, estuda biologia evolutiva desde o mestra-do, mais especificamente a ex-pressão do gene HSP70, o qual tam-bém será um dos genes alvos do seu estudo no ADAPTA. Tiago con-tará com a ajuda do Microscosmos, onde submeterá os cardinais e os neons verdes às condições climáticas previstas para 2100. O projeto CAPES/FCT apoia a vinda de Tiago pelo convênio Brasil/Portugal e prevê o intercâmbio de estudantes de ambos países nos próximos três anos.

Visite o blog do Laboratório Sede do ADAPTA:Visite o blog do Laboratório Sede do ADAPTA:Visite o blog do Laboratório Sede do ADAPTA:

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PÁGIN A 4 VO L UME 1, N ÚMER O 4/5 AD APTA N EWSL ET TER

NOTÍCIAS FRESQUINHAS

MÊS Atividades Aluno Responsável Coordenador Responsável

Outubro Testes Fernanda Dragan Dr. Adalberto Val

Novembro Experimento com os peixes Cardinal e Neon

Tiago Jesus Dra. Vera Val / Dra. Maria

Manuela

Dezembro Experimento com Cardinal e Neon; A. aegypit; Chironomus

Tiago Jesus; Gizelle Amora

Dra. Vera Val / Dra. Maria Manuela; Dra. Neusa Hamada;

Dr. Wanderli Tadei