acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

52
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CENTRAL DE CURSO DE EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU CURSO DE ACUPUNTURA ACUPUNTURA NO AUXÍLIO DA DIMINUIÇÃO DA ESPASTICIDADE EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL Rubens José Montes Junior São Paulo 2015

Upload: rubens-montes

Post on 19-Feb-2017

1.310 views

Category:

Health & Medicine


6 download

TRANSCRIPT

Page 1: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CENTRAL DE CURSO DE EXTENSÃO

E PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

CURSO DE ACUPUNTURA

ACUPUNTURA NO AUXÍLIO DA DIMINUIÇÃO DA ESPASTICIDADE

EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL

Rubens José Montes Junior

São Paulo

2015

Page 2: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

Rubens José Montes Junior

ACUPUNTURA NO AUXÍLIO DA DIMINUIÇÃO DA ESPASTICIDADE

EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL

Monografia apresentada à Central de Cursos de

Extensão e Pós Graduação Lato Sensu como

requisito parcial para conclusão do Curso de

Especialização em Acupuntura.

Orientadora:

Prof.ª Esp. Suzete Coló Rossetto.

Coorientadora:

Prof.ª Ms. Renata Frazão Matsuo.

São Paulo

2015

Page 3: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

Aluno: Rubens José Montes Junior

ACUPUNTURA NO AUXÍLIO DA DIMINUIÇÃO DA ESPASTICIDADE EM

CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL

Monografia apresentada à central de Cursos de Extensão e Pós-Graduação Lato

sensu da Universidade Estácio de Sá como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-

Graduação em Acupuntura.

Avaliação

1. CONTEÚDO

Grau:_____

2. FORMA

Grau:_____

3. NOTA FINAL: _______

AVALIADO POR

______________________________________

(Assinatura)

São Paulo, 21 de Junho de 2015.

Page 4: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus colegas do curso, pelo total apoio e paciência que

tiveram comigo e a troca de amizade.

Dedico aos professores pela troca de informações e amizades.

Dedico a minha família pelo que passaram e passam pra ter uma conquista de uma

qualidade de vida melhor.

Page 5: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

AGRADECIMENTOS

Agradeço, à Deus pelo dom da vida, conhecimento dado, saúde para por em prática e

alegria de ver o resultado do trabalho executado.

Agradeço a fisioterapeuta Dra. Antônia Vieira Furlanetto e ao médico Dr. Mário de

Moraes Mihalik proprietários da clínica CINI por me autorizarem a realizar a pesquisa e ao

apoio dado pela nova experiência.

Agradeço aos pais dos meus três pacientes que autorizaram a realização do trabalho

com grande ganho tanto aos seus filhos como para a pesquisa e conhecimento a acupuntura.

Agradeço aos professores da instituição Estácio de Sá por passar seus conhecimentos

e a paciência por terem com os alunos.

Page 6: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

“Não existe vitória nem derrota no ciclo da natureza: existe movimento”

Paulo Coelho (Manuscrito encontrado em accra)

Page 7: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo da verificação em pacientes (estudo de caso),

portador de Paralisia Cerebral do tipo quadriplegia espástica a possibilidade da adequação

tônica, diminuindo a espasticidade utilizando a acupuntura como terapia alternativa

auxiliando o menor na evolução do quadro clínico favorecendo na sua atividade diária. A

nomenclatura Paralisia Cerebral é definida pela alteração postural e do movimento, através de

lesão cerebral não progressivo podendo ser de fatores hereditário, intercorrência no parto,

período pré-natal e até nos primeiros dois anos de vida. De acordo com a lesão no cérebro,

gravidade, extensão da área e a localização têm alguns tipos de alterações do movimento

(Hemiplegia, Diplegia e Quadriplegia). Ainda podem apresentar alguns tipos diferentes de

tônus muscular (estado de tensão permanente do musculo estriado, mesmo em repouso). A

acupuntura é um tratamento milenar de origem Chinesa onde através de pontos específicos se

obtém um equilíbrio energético. Seu tratamento é realizado por agulhamento e para se ter uma

melhora mais rápida pode ser utilizado auriculoterapia, ventosa, moxabustão,

eletroacupuntura e laseracupuntura. Para se quantificar o tipo e força muscular será utilizado à

escala de Ashworth (avalia grau de espasticidade), escala de força muscular Councel e o

índice modificado de Barthel para avaliação das atividades funcionais dinâmicas. O trabalho

foi realizado em um período de nove meses. Assim obtivemos bons resultados conseguindo

melhoras tanto do lado tônico, com a diminuição da espasticidade, como nos desequilíbrios

sistêmicos (melhora do sono, humor, digestivo entre outros).

Palavras-chave: Acupuntura, Paralisia Cerebral e Espasticidade.

Page 8: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

ABSTRACT

This study aims to check in patients (case study), Cerebral Palsy carrier spastic

quadriplegia the possibility of tonic adequacy decreasing spasticity using acupuncture as an

alternative therapy assisting the lowest in the evolution of clinical favoring in activity daily.

The nomenclature Cerebral Palsy is defined by postural change and movement, through non-

progressive brain damage and may be hereditary factors, complications in childbirth, prenatal

period until the first two years of life. According to brain injury, severity, extent and location

of the area are some types of motion disorders (hemiplegia, diplegia and Quadriplegia). Still

may have a few different types of muscle tone (permanent state of tension of the striated

muscle, even at rest). Acupuncture is an ancient Chinese treatment of origin where through

specific points is an energy balance. Treatment is done by needling and to have a more rapid

improvement may be used Ear, windy, moxibustion, electroacupuncture and laseracupuntura.

To quantify the type and muscle strength will be used to Ashworth Scale (evaluates degree of

spasticity), muscle strength scale Councel and the modified Barthel index to assess the

dynamic functional activities. The study was conducted over a period of nine months. Thus

we obtained good results achieving improvements in both the tonic hand, with decreasing

spasticity, as in systemic imbalances (improved sleep, mood, digestive and others).

Keywords: Acupuncture, Cerebral Palsy and Spasticity.

Page 9: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

Lista de ilustrações

TABELAS

Classificação dos cincos elementos na natureza ................................................ 17

Classificação dos cincos elementos no corpo humano ....................................... 18

Escala de espasticidade de Ashworth ................................................................. 22

Escala manual de força muscular – Council ....................................................... 23

Indice modificada de Barthel .............................................................................. 23

FIGURAS

Figura 1: Apong ................................................................................................ 26

Figura 2: Sementes de mostardas ...................................................................... 26

Figura 3: Stiper .................................................................................................. 27

Figura 4: Agulhas 0,18X8 ................................................................................. 27

Figura 5: Agulhas 25X30 .................................................................................. 27

Figura 6: Laser .................................................................................................. 28

RESULTADOS

Tabela Paciente 1 .............................................................................................. 43

Tabela Paciente 2 .............................................................................................. 43

Tabela Paciente 3 .............................................................................................. 44

Page 10: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11

2- REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 12

2.1- Definições de Paralisia Cerebral ......................................................... 12

2.1.1- Incidência .......................................................................................... 12

2.1.2- Classificação ...................................................................................... 13

2.2- Bobath .................................................................................................. 14

2.3- Acupuntura .......................................................................................... 15

2.3.1- História .............................................................................................. 15

2.3.2- Teoria ................................................................................................ 16

3- METODOLOGIA ............................................................................................. 18

3.1- Sujeito .................................................................................................. 19

3.1.1- Paciente 1. ......................................................................................... 19

3.1.2- Paciente 2. ......................................................................................... 19

3.1.3- Paciente 3. ......................................................................................... 20

3.2- Critério de inclusão e exclusão ............................................................ 20

3.3- Procedimento ....................................................................................... 21

3.4- Materiais utilizados ............................................................................. 22

3.5- Pontos utilizados ................................................................................. 29

4- RESULTADOS ................................................................................................ 42

5- DISCUSÃO ...................................................................................................... 45

6- CONCLUSÃO ................................................................................................. 48

7- SUGESTÃO .................................................................................................... 49

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 50

ANEXOS

Page 11: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

11

1. INTRODUÇÃO

Estudo de casos realizado com pacientes de mesmos diagnósticos de paralisia

cerebral do tipo tetra espástico e como a acupuntura junto ou sem a fisioterapia neurológica

podem ajudar estas crianças. Nas crianças com diagnóstico neurológicos muitos de seus pais

não gostam de administrar medicações que auxiliam na diminuição de seu tônus muscular

tendo em vista que já tomam muitas medicações para convulsões e ainda deixa-os prostrados.

Estas medicações auxiliam na fisioterapia neurológica a executar suas manobras de adequação

postural e dinâmica só que na maioria ainda tem efeitos colaterais. Assim a acupuntura

poderia auxiliar no tratamento ou até nessa adequação tônica podendo dar uma melhor

qualidade de vida tanto para o paciente como para seus pais ou cuidadores no auxílio das

AVD’s (atividades da vida diárias) e das AVP’s (atividades da vida práticas).

Este trabalho foi realizado com três pacientes de mesmo diagnóstico, mas com idades

diferentes e o mesmo conceito de fisioterapia neurológica, num período de nove meses de

terapias. O paciente 1 foi trabalhado com acupuntura sistêmica e não sistêmica, alongamento

muscular para diminuição da espasticidade e no ganho do seu dia a dia. O paciente 2 foi

utilizado acupuntura sistêmica e não sistêmica associado a fisioterapia neurológica através do

conceito Bobath. O paciente 3 foi realizado acupuntura não sistêmica associado a fisioterapia

neurológica através do conceito Bobath.

Os resultados foram bem satisfatórios sendo no paciente 1 teve uma boa resposta

conseguindo uma postura bípede mais adequada e leve marcha (com auxílio), como melhora

do seu manuseio das AVD’s. O paciente 2 teve melhor resposta onde tanto a terapeuta como

sua mãe relataram melhora considerável tanto no manuseio, na colocação das órteses e nas

AVD’s. O paciente 3 teve uma evolução inicial pobre onde só se deu melhor quando sua

frequência melhorou e na introdução do laseracupuntura.

Este trabalho mostrou que a acupuntura auxilia e muito, na evolução do paciente

deixando mais adequada para seu dia a dia e uma convivência mais adequada na inclusão

social.

Page 12: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

12

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Definições de Paralisia Cerebral.

De acordo com National Institute of Neurological Desorder and Stroke (NINDS), na

década de 1860 o cirurgião inglês Willian J. Little descreveu as primeiras impressões médicas

em transtornos que acometia as crianças no primeiro ano de vida, que as deixavam com

musculatura espástica, rígida nos membros inferiores e com menor intensidade nos membros

superiores. Como estas sequelas se dava em crianças que nascia de partos pré-maturos ou

complicados, chegou à conclusão que a causa mais provável seria a falta de oxigênio durante

o parto, prejudicando assim tecidos sensíveis do cérebro responsáveis pelo controle motor,

denominando esta doença como “Doença de Little”. (Carla LGP, Suzana F, Daniela VL;

Carlos BMM).

Em 1897 O psiquiatra Sigmund Freud, após estudar os pacientes e trabalhos de Little

chegou à conclusão que pode ter início antes ao parto por apresentar problemas neurológicos

como retardo mental, distúrbio visual, e convulsões. Assim acabou utilizando o termo de

Paralisia Cerebral. (Carla LGP, Suzana F, Daniela VL; Carlos BMM).

Em 1980 o instituto NINDS avaliou mais de 35.000 recém-nascidos e constatou que

apenas 10% dos casos teve consequência o parto como gerador da Paralisia Cerebral e

atualmente, investigações através da ajuda tecnológica por exames de imagens podem obter

melhor clareza e diagnóstico mais preciso. (Carla LGP, Suzana F, Daniela VL; Carlos BMM).

2.1.1 Incidência.

De acordo com Carlos Bandeira a incidência de Paralisia Cerebral varia muito

conforme a forma técnica de avaliação e período no qual foram coletados. As dificuldades em

se estabelecer critérios e diagnósticos uniformes veem por não ser moléstia e sim pelo

desenvolvimento de cada país onde oferece cuidados médicos a população particularmente na

Page 13: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

13

gestação e seu pós-parto, mostrando que em países do terceiro mundo a incidência é maior

principalmente pela falta de prevenção especialmente no período pré-natal.

Em países como Reino Unido, Suécia, Austrália e Estados Unidos apresentam uma

taxa de 2,0 e 2,5 por 1.000 nascidos vivos e em contra partida em países subdesenvolvidos a

incidência é maior por volta de 7 por 1.000 nascidos vivos e no Brasil estima que seja 30.000

a 40.000 novos casos por ano. De acordo com senso de 2000 informa que exista 14,5% da

população brasileira cerca de 24,5 milhões com alguma deficiência. (Carla LGP, Suzana F,

Daniela VL; Carlos BMM).

2.1.2 Classificação.

Classifica-se Paralisia Cerebral a partir da alteração motora do paciente e da área da

lesão no encéfalo, extensão atingida e da gravidade. Assim se obtém tipos diferentes de tônus

muscular (estado de tensão permanente do musculo estriado mesmo em repouso), como

Espástica, Discinética, Ataxia, Hipotônica e Mista. (site paralisia cerebral; Sarah; Ninds;

Carlos BMM).

Podemos ainda classificar através da sequela motora apresentada pelo paciente como

Hemiplégico (Quando um lado do corpo é acometido, direito ou esquerdo), Diplegia (Quando

os membros inferiores são mais acometidos que os membros superiores) e Quadriparesia ou

Tetraplegia (Quando todos os membros superior e inferior são acometidos). (site paralisia

cerebral; Sarah; Ninds; Abradimene; Carlos BMM; Graziela Z, Natália FC, Simone NP; Lívia

WP, Aneline MR, Cristina D).

Como este trabalho é um estudo de caso de três pacientes portadores de Tetraplegia

espástica, vamos descrever melhor o aumento do tônus muscular decorrente de lesão em

sistema nervoso central principalmente no trato córtico-espinal. O tônus espástico é a forma

da Paralisia Cerebral mais frequente correspondendo por 72 a 91% dos casos e o tipo de

Tetraplegia é a mais grave que compromete os quatros membros, pegando a lesão bilateral no

encéfalo com uma extensão maior podendo ser simétrica ou não. (Sites Paralisia cerebral;

Sarah; Ninds; Carlos BMM; Lívia WP, Aneline MR Cristina D).

Page 14: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

14

2.2. BOBATH

O conceito neuroevolutivo Bobath está em constante desenvolvimento desde 1943

quando Berta Bobath fisioterapeuta e seu marido Karel Bobath neuropediatra trabalhavam

juntos para dar aos seus pacientes um estilo de vida funcional utilizando a inibição dos

padrões e reflexos anormais, facilitando assim os movimentos mais adequados. (sites

Abradimene; Business; Thiago Vilela Lemos).

O conceito é uma abordagem terapêutica focada na reabilitação e no

desenvolvimento neuro-psico-motor do paciente com fisiopatologia do sistema nervoso

central anormal. Pode ser atuada em bebes, crianças e adultos, mas, quando mais cedo obtiver

esta intervenção, antes que se instalem as desordens posturais e dos seus movimentos

inadequados, mais fáceis para que o terapeuta atue com manuseios específicos e estratégias

posturais dando ao paciente um aprendizado das habilidades motoras no seu processo

evolutivo das práticas e suas experiências. (sites Abradimene; Business; Thiago Vilela

Lemos).

No conceito neuroevolutivo Bobath trabalha diretamente com a facilitação do

movimento fazendo o paciente realiza-lo e entender, aprimorando as estratégias para melhor

função do mecanismo. (sites Abradimene; Business; Thiago Vilela Lemos).

Vou deixar uma frase da Berta Bobath que explica bem:

“Nós não ensinamos movimentos, nós o tornamos possível...” (Site Mobilidade

Funcional).

Page 15: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

15

2.3. ACUPUNTURA

2.3.1 HISTÓRIA

De acordo com evidências arqueológicas a acupuntura existe desde a era da idade da

pedra onde encontraram na China, agulhas de pedras, areias e pedras quentes para o

aquecimento do corpo aliviando assim dores corpóreas, segundo Huang Ti Nei Jing. Outros

achados são do lendário Fu Hsi em meados de 2.800 A.C. que utilizam a harmonia entre Yin-

Yang que considera um trigrama uma figura de três linhas compostas de linha cheia como

Yang e linhas quebradas como Yin. (Site Hong; Acupunturista; Tom SW).

Mas realmente só a partir da era do Imperador Amarelo (2704-2100 A.C.) com o

famoso diálogo entre Huang Di e seu médico Qi Bo onde foi discutida toda a estrutura da arte

da medicina Chinesa. Este diálogo serviria para que o Nei Jing escrevesse o mais antigo livro

sobre MTC por volta de 305-204 A.C. que era composta de duas partes: (Site Hong;

Acupunturista; Tom SW).

1) O Su Wen (Questões simples) composto de nove volumes com 81 capítulos. O Su

Wen descreveu a anatomia; fisiologia; etiologia das doenças; patologia; diagnóstico;

diferenciação das síndromes; perverso; Yin-Yang; cinco elementos; bem como a relação entre

o homem e a natureza no cosmo.

2) O Ling Shu (Eixo espiritual taoista) composta de 81 capítulos. Aqui seu foco foi a

acupuntura descrevendo os meridianos; as funções dos Zang Fu; tipos de agulhas ao todo de

nove; os pontos de acupunturas; teoria de instrução da agulha tipos de Qi e as localizações.

Na dinastia de Chin, Han, Huei (221 A.C. à 264 D.C.) se mostrou que a acupuntura

era executada com bastante frequência e, em um tumulo que por volta de 113 A.C. foram

encontrado quatro agulhas de ouro e cinco de prata. No livro de perguntas difíceis elaborados

por Nan Jing, discutiu as teorias dos cincos elementos, diagnóstico e outros meridianos extras

e com Hua Tuo (141-203 D.C.) aconselha a utilização de poucos pontos. (Site Hong;

Acupunturista; Tom SW).

Por volta de 260 D.C. o médico Huang Fu Mi organizou um texto da antiga literatura

em Método Clássico de acupuntura e Moxabustão. Este texto continha 349 pontos de

acupuntura organizado em Zang Fu, Qi e o Xue, canais e colaterais e sua aplicação clínica.

Page 16: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

16

Este livro foi considerado um dos mais influentes da história. (Site Hong; Acupunturista; Tom

SW).

Na dinastia Sung (960-1279 D.C.) o rei Sung Jen Tsung ficou gravemente doente e

como foi curado pela acupuntura solicitou ao seu médico Wang Wei Yi que organize todas as

escrituras sobre assunto que já incluía 657 pontos. Também é desta dinastia que surgiu uma

estátua em bronze (Homem de Bronze) com todos os pontos e meridianos para fins didáticos.

(Site Hong; Acupunturista; Tom SW).

Na dinastia Qing (1644-1840 D.C.) a medicina fitoterápica ficou sendo como a

principal ferramenta médica deixando a acupuntura para segundo plano. (Site Hong;

Acupunturista; Tom SW).

Após a revolução de 1911 tanto a fitoterapia como a acupuntura deu lugar à medicina

ocidental. Agora com o presidente Mao em 1950 uniu oficialmente a Medicina Tradicional

Chinesa e a Medicina Ocidental dividindo o espaço nos hospitais. (Site Hong; Acupunturista;

Tom SW).

No Brasil a acupuntura se tem registro bem antes de 1500 com os índios que já

praticavam técnicas rudimentares muito parecidas com a acupuntura utilizando espinhos. Mas

só com a imigração dos Chineses (1812) que vieram cultivar nas lavouras de chás trouxeram a

Medicina Tradicional Chinesa. Em 1908 os Japoneses também introduziram a técnica de

acupuntura. (Site Hong; Acupunturista; Wen Tom Sintan).

2.3.2 TEORIA

A mais antiga referencia da teoria do Yin-Yang é datada por volta de 700 a.c. no

livro das Mutações (Maciocia), onde também o considera o mais importante e viraram

distintivo da medicina tradicional Chinesa.

Na China antiga fizeram uma ligação da existência humana com o universo através

das observações e com isso acabaram classificando em dois polos opostos: O Yin (negativo) e

o Yang (positivo). (Wen, Tom Sintan).

Como exemplo, podemos citar para Yang na natureza o sol, dia, céu, verão, calor,...

no corpo humano temos superfície ou externa, região dorsal, porção supra diafragmática e

víscera energética e como característica de doença temos agitação, força, quente, seca hiper-

Page 17: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

17

funcionalidade aguda. Como características de Yin temos na natureza a lua, noite, terra,

inverno, frio,... no corpo humano as regiões mais profundas ou internas, região central, porção

infradiafragmática e cinco órgãos (Wen, Tom Sintan).

No corpo humano os órgãos (Zang) são mais fracos e frágeis precisando de proteção,

embora sua principal função é armazenar e controlar a energia vital considerada como Yin

(Coração, Baço/Pâncreas, Pulmão, Rim e Fígado). Já ao contrário as vísceras (Fu) são mais

fortes e sua função é de condução e digestão de alimentos, são considerados como Yang

(Intestino Delgado, Estômago, Intestino Grosso, Bexiga e Vesícula Biliar).

Na teoria do Yin-Yang fala que não são energias fixas e vivem em constante

mutação mantendo assim em equilíbrio. Se Yin e Yang estiverem em equilíbrio teremos um

organismo estável tendo uma condição normal. Já se existir um desequilíbrio vai apresentar

uma condição anormal podendo apresentar excesso ou deficiência tendo quatro situações

como, preponderância do Yin, preponderância do Yang, debilidade do Yin e debilidade do

Yang (Maciocia).

A teoria dos cincos elementos é considerada como base para medicina tradicional

Chinesa onde sua referencia foi registrada por volta de 476-221 A.C. (Maciocia). Os cincos

elementos se baseiam nos elementos básicos da natureza (Madeira, Fogo, Terra, Metal e

Água). Existe entre eles uma inter-relação onde estão em constante movimento. “A madeira

representa o movimento expansivo e exterior em todas as direções; O metal representa o

movimento contraído e interior; A água representa movimento descendente; O fogo indica

movimento ascendente e a terra representa neutralidade ou estabilidade” (Maciocia pág. 24).

Classificação dos cincos elementos na natureza.

5 elementos Direção Estações Fator clima Cor Gosto

Madeira Leste Primavera Vento Verde Azedo

Fogo Sul Verão Calor Vermelho Amargo

Terra Centro Início e o

fim do verão

Úmido Amarelo Doce

Metal Oeste Outono Seco Branco Apimentado

Água Norte Inverno Frio Preto Salgado

Page 18: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

18

Classificação dos cincos elementos no corpo humano.

5 elementos Órgãos Vísceras Órgãos Tecidos Emoções Sons

Madeira Fígado Vesícula

Biliar

Olhos Tendão Zanga Grito

Fogo Coração Intestino

Delgado

Língua Vascular Alegria Riso

Terra Baço/Pâncreas Estômago Boca Músculo Pensamento Canto

Metal Pulmão Intestino

Grosso

Nariz Pele e

pelos

Preocupação Choro

Água Rim Bexiga Ouvido Ossos Medo Gemido

3. METODOLOGIA

Este trabalho é um estudo de caso trabalhando com três pacientes de mesmo

diagnóstico e de faixa etárias diferentes. Nos três pacientes foram realizados tratamentos

através de acupuntura e em dois também foram realizados tratamento de fisioterapia

neurológica através do conceito Bobath e em um paciente foi realizado apenas postura bípede

e alongamento muscular.

Paciente 1: Por ser maior e com dezoito anos tendo uma comunicação adequada,

perceptível e compreensível o mesmo passava as informações do seu estado clínico e como

apresentava suas evoluções. Neste paciente foi realizada a acupuntura e após realizado

tratamento de alongamento e posicionamento em postura bípede na mesa ortostática.

Paciente 2: Com idade mediana compreensão boa e com regular forma de

comunicação, os dados de evolução foram passados pela sua mãe e pela sua fisioterapeuta.

Seu trabalho inicial foi realizado com acupuntura e após o tratamento realizava fisioterapia

neurológica através do conceito Neuroevolutivo Bobath.

Paciente 3: O mais novo paciente com comunicação mais reservada como também

na limitação motora, os dados eram passados sempre pela mãe. Seu trabalho foi realizado

através da acupuntura não sistêmica sem agulhamento, utilizando a auriculoterapia, apong,

Page 19: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

19

laseracupuntura e após fisioterapia neurológica utilizando alongamento muscular e o conceito

neuroevolutivo Bobath.

3.1 SUJEITOS

3.1.1 PACIENTE 1

Paciente M.M.G. com 18 anos de idade, portador de Paralisia Cerebral espástica com

quadro motor tipo tetraplegia. Menor apresenta locomoção por cadeira de rodas, aonde ele

conduz com certa limitação devido ao padrão extensor de tronco forçando muito em membros

inferiores chegando inclusive a quebrar os apoios dos pés. Em postura bípede o paciente

consegue ficar com dificuldade e mantendo os membros inferiores em semiflexão, com apoio

e por pouco tempo, já em mesa ortostática consegue ficar por um período regular sentindo

cansaço ou dor ao final de 45 minutos. As transferências posturais são em bloco e com muita

dificuldade não conseguindo realizar transferência maca/cadeira e vice versa sozinho, más

necessita de pouco apoio. Tônus muscular espástico com muito gasto energético, muitos

encurtamentos musculares e limitações de movimentos. Outro ponto interessante é a

hipotermia existente deixando o paciente, em certos momentos, abaixo de 35º onde acaba

tendo convulsões.

3.1.2 PACIENTE 2

Paciente N.C.S.A. com 14 anos de idade, de acordo com sua mãe, teve uma gestação

tranquila com parto um pouco complicado mesmo estando prazo. Mãe teve que percorrer três

hospitais para só então realizarem o parto natural. Menor nasceu precisando de oxigênio

ficando 40 dias internado. Em casa sua mãe percebeu que menor era molinho e muito quieto

Page 20: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

20

só sabendo que tinha paralisia cerebral com 6 meses de idade. Paciente realizou terapias para

aquisição do desenvolvimento motor.

Já realizou cirurgias em quadril, dentões nos membros inferiores e de refluxo. Tem

órteses para membros inferiores e superiores e parapodium para postura bípede. Em janeiro de

2011 realizou implante de célula tronco na Alemanha. Seu quadro atual está em postura

bípede com auxílio e utilização das órteses como estabilizadores em joelhos. Marcha realizada

em andadeira especialmente adaptada onde consegue deambular nas transferências em piso

plano. Sua locomoção na maioria das vezes se baseia em cadeira de transporte adaptada.

3.1.3 PACIENTE 3

Paciente V.H.A.B. com seis anos de idade com histórico de prematuridade

gestacional de oito meses provocada pela pressão alta da mãe associado a fatores emocionais.

Apgar de 6 com forte icterícia ficando 20 dias internado e ainda teve sofrimento fetal.

Atualmente menor apresenta um forte padrão flexor em tronco adquirindo uma postura de

longa cifose dorsal sem controle adequado não permanecendo sentado sozinho e nem ficando

na postura bípede, onde para ambas as posturas precisam de auxílio. Suas transferências

posturais de solo ficam muito limitadas realizando o rolar em bloco. Menor apresenta tônus

muscular muito hipertônico principalmente em membro superior direito. Sua locomoção só é

possível em cadeira adaptada. Em postura bípede só é possível com estabilizadores em

joelhos e apoio do terapeuta por não apresentar reação de equilíbrio. Apresenta muitos

encurtamentos musculares onde já realizou infiltração de toxina botulínica.

3.2 CRITÉRIO DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Para este trabalho foi utilizado como critério de inclusão pacientes portadores de

paralisia cerebral do tipo tetraplegia com tônus muscular hipertônico com espasticidade. Os

pacientes não poderiam apresentar quadro de convulsões constantes para que não interfira

Page 21: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

21

diretamente no trabalho. Todas as crianças também não utilizavam nenhuma medicação para

diminuição do tônus muscular.

3.3 PROCEDIMENTO

Este trabalho foi realizado em nove meses de terapias em duas sessões semanais de

acupuntura e logo em seguida foram realizadas fisioterapias neurológicas, alongamentos e

posturas adequadas. Inicialmente foram realizados testes controles de espasticidade,

mobilidade e dependência de cada um dos pacientes. Através da escala de espasticidade de

Ashworth modificada pode-se quantificar a tensão muscular corpórea de cada um dos

pacientes. Escala de avaliação da força muscular Council foi utilizada para avaliar a função

motora global em pacientes neurológicos. O índice modificado de Barthel avalia o quanto o

paciente é dependente nas suas atividades da vida diárias.

3.3.1 Paciente 1 Em todas as sessões se verificavam os pulsos e a língua e ainda pegava as

informações do seu dia a dia e da sua evolução. O paciente era colocado em mesa

ortostática onde se realizava a acupuntura com duração de trinta minutos. Após eram

retiradas as agulhas e realizavam os alongamentos musculares e mantido em postura

bípede na mesa ortostática. No fim se colocava as sementes auriculares para a

manutenção do trabalho.

3.3.2 Paciente 2 A cada sessão verificava a língua e pegava as informações com a mãe do

seu dia a dia e da sua evolução. Não pegava o pulso por apresentar deformidade. O

paciente era colocado em postura deitada em decúbito dorsal com apoio em joelhos

realizada a acupuntura com duração de trinta minutos. Após eram retiradas as agulhas

e realizadas fisioterapia neurológica através do conceito neuro-evolutivo Bobath,

treino de marcha com andadeira e alongamento muscular. No fim se colocava as

sementes auriculares para a manutenção do trabalho.

Page 22: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

22

3.3.3 Paciente 3 As sessões iniciavam com a coleta das informações com a mãe de como o

menor estava indo, como ele estava no dia a dia e nos dias anteriores e como estava

respondendo ao tratamento. Depois verificava a língua e avaliava seu tônus muscular.

Colocava o paciente deitado em decúbito dorsal e realizava laseracupuntura com seis

joules nos mesmos pontos dos outros logo em seguida colocava apong onde os

mantinha e realizava fisioterapia neurológica utilizando o conceito neuroevolutivo

Bobath, realizava alongamento muscular global e em algumas sessões mantinha em

postura bípede em mesa ortostática. No fim se colocava as sementes auriculares para a

manutenção do trabalho como ainda ia embora com os apong.

3.4 MATERIAIS UTILIZADOS

Para este trabalho, foi realizada inicialmente uma avaliação através da escala de

espasticidade Ashworth modificada; Escala de avaliação da força muscular – Council e o

índice modificado de Barthel obtendo assim um parâmetro inicial de como estavam os

pacientes e realizavam novamente no final de nove meses para saber do resultado.

Escala de espasticidade Ashworth modificada. Esta escala é um dos instrumentos

mais utilizados para avaliação das espasticidades. Esta escala foi criada em 1964 e revista em

1987 pelos fisioterapeutas Bohannan & Smith professor chefe e fisioterapeuta sênior do

departamento de fisioterapia do Centro de Reabilitação Regional de Southeastern. (Sites

rehabmeasures; ptjournal.org)

Escala de Espasticidade de Ashworth

0 Tônus muscular normal não apresentando resistência à flexão ou

extensão.

1 Hipertonia leve: Apresenta um ligeiro aumento da resistência ao

movimento apenas em seu final do curso.

1+ Hipertonia leve: Aumento do tônus muscular com retenção do

movimento passivo da extremidade com resistência mínima em menos

da metade do movimento.

2 Hipertonia moderada: Aumento do tônus muscular na maior parte da

Page 23: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

23

mobilização passiva, mas ainda consegue realizar o movimento.

3 Hipertonia intensa: Aumento proeminente do tônus muscular com

dificuldade para movimentos passivos.

4 Hipertonia extrema: A região a ser avaliada apresenta certa rigidez

tanto na flexão como na extensão.

Escala manual de força muscular – Council. Na neurologia, esta escala está

sendo muito utilizada para avaliação da função motora global. Utiliza como ferramenta

a mobilidade solicitada de articulações e grupos musculares. (medical Research

Council).

Escala manual de força Muscular - Council

0 Sem contração muscular, Paralisia total.

1 Contração discreta, esboço de contração visível.

2 Movimento ativo no plano horizontal, não vence ainda a gravidade.

3 Movimento ativo contra a gravidade, não vence a resistência.

4 Movimento ativo contra a gravidade, força menor que esperado.

5 Movimento ativo contra gravidade, força muscular normal.

Índice modificado de Barthel. Este índice mede a independência funcional do

paciente nos cuidados com suas atividades da vida diárias (AVD’s) e atividades da vida

práticas (AVP’s). O Paciente é avaliado da forma como realiza as tarefas num total de

10 e se é dependente ou independente. As pontuações são de cinco em cinco e seu

escore máximo chega a 100 pontos onde o máximo. Esta escala foi realizada uma

alteração nas pontuações mais mantendo o escore máximo.

Índice Modificado de Barthel

Item Pontos Descrição

Transferência

(Cama e

cadeira)

0

3

Não é possível participar de uma transferência. Duas pessoas são necessárias para

transferir o paciente com ou sem um dispositivo mecânico.

Paciente capaz de participar, mas precisa de máxima ajuda de outra pessoa, em todos os

aspectos da transferência.

Page 24: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

24

8

12

15

A transferência requer a assistência de outra pessoa.

A presença de outra pessoa é necessária, quer como medida de confiança, ou para

fornecer supervisão para a segurança.

O paciente pode se aproxima com segurança a pé da cama ou em uma cadeira de rodas,

frear, retirar os descansos dos pés, deitar, chegar a uma posição sentada do lado da cama.

O paciente deve ser independente em todas as fases dessa atividade.

Deambulação 0

3

8

12

15

Totalmente dependente na deambulação.

Presença constante de uma ou mais pessoas são necessárias durante a deambulação.

Uma pessoa é obrigada a oferecer assistência para alcançar ou manipular os dispositivos

auxiliares

O paciente é independente na deambulação, mas incapaz de andar 50 metros sem ajuda,

ou a supervisão é necessária para a confiança ou segurança em situações perigosas.

O paciente deve ser capaz de usar dispositivos auxiliares, se necessário, assumir a

posição de pé, sentar. O paciente deve ser capaz de utilizar muletas, bengalas ou outro tipo de acessório e andar 50 metros sem ajuda ou supervisão.

Deambulação

(cadeira de

rodas) (Se não for

possível a pé)

Só use este item se o

paciente é classificado

como "0" para

deambulação, e

apenas se o paciente

foi treinado em gestão

de cadeira de rodas.

0

1

3

4

5

Dependente para conduzir cadeira de rodas.

Paciente pode impulsionar para curtas distâncias e em superfície plana, mas é necessário

auxílio para todas as outras conduções.

Presença de uma pessoa é necessária para ajuda constante tanto na manipulação como na

transferência.

O paciente pode impulsionar a cadeira por um tempo razoável e sobre um terreno

regulares. O mínimo de ajuda pode ainda ser exigido em espaços apertados.

Paciente impulsiona cadeira de rodas de forma independente, o paciente deve ser capaz

de ir em torno dos cantos, vire-se, manobrar a cadeira de uma mesa, cama, etc. O

paciente deve ser capaz de empurrar uma cadeira de pelo menos 50 metros e negociar um meio-fio.

Subir Escadas 0

2

5

8

10

O paciente é incapaz de subir escadas.

Requer assistência em todos os aspectos relacionados a subir escadas, incluindo

assistência com auxiliares de locomoção.

O paciente é capaz de subir / descer, mas é incapaz de levar andadores e precisa de

supervisão e assistência.

Geralmente não é necessária qualquer assistência. Às vezes, a supervisão é necessária

por segurança devido à rigidez matinal, falta de ar, etc.

O paciente é capaz de subir e descer um lance de escadas com segurança, sem ajuda ou

supervisão. O paciente é capaz de usar o corrimão, bengala ou muletas quando necessário e é capaz de transportar estes dispositivos como ele / ela.

Toalete 0

2

5

8

10

Totalmente dependente ao uso do vaso sanitário.

Assistência necessária em todos os aspectos ao banheiro.

A assistência pode ser necessária com a gestão de vestuário, transferir ou lavar as mãos.

A supervisão pode ser exigida para a segurança com vaso sanitário normal. Um vaso sanitário pode ser usado à noite, mas a assistência é necessária para o esvaziamento e

limpeza.

O paciente é capaz de sentar e sair do vaso sanitário, vestir-se ou despir-se da roupa e

usar papel higiênico sem ajuda. Se necessário, o paciente pode usar uma comadre ou

penico durante a noite, mas deve ser capaz de esvaziar e limpar.

Controle

Esfincteriano

(Intestino)

0

2

5

8

O paciente não tem controle de esfíncteres ou utiliza o cateterismo.

O paciente precisa de ajuda para assumir posição adequada, necessita de técnicas facilitadoras externa ou interna.

O paciente pode assumir posição adequada, mas não pode usar técnicas facilitadoras. Geralmente fica seco durante o dia porem não a noite. A assistência é necessária com

ajudas de incontinência, como almofada, etc.

O paciente fica seco durante o dia e a noite porem pode ocorrer acidentes. Necessitar de

Page 25: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

25

10

controle com a utilização equipamentos de esvaziamento.

O paciente pode controlar o esfíncter e não tem acidentes ou pode usar supositório, ou

realizar o esvaziamento sozinho.

Controle

esfincteriano

(Bexiga)

0

2

5

8

10

O paciente é dependente de controle da bexiga, é incontinente, ou tem cateter.

O paciente apresenta incontinência urinária, mas é capaz de auxiliar a aplicação de um

dispositivo interno ou externo.

O paciente geralmente fica seco durante o dia, mas não à noite e precisa de alguma ajuda

com os dispositivos.

O paciente fica geralmente seco durante o dia e a noite, mas pode ocorrer acidentes

ocasionais ou precisar de ajuda com dispositivos internos ou externos.

O paciente é capaz de controlar a bexiga durante o dia e noite, e / ou é independente com

dispositivos internos ou externos. Banho 0

1

3

4

5

Dependência total para o banho. Não participa.

A assistência é necessária em todos os aspectos de banho, mas paciente é capaz de fazer alguma contribuição.

Assistência é necessária para qualquer transferência chuveiro / banheira ou com banho ou em secar; incluindo a incapacidade para completar uma tarefa por causa da condição ou

doença.

A supervisão é necessária para a segurança em ajustar a temperatura da água, ou na

transferência.

O paciente pode usar uma banheira, chuveiro, ou tomar um banho de esponja completa. O

paciente deve ser capaz de fazer todas as etapas de banho sem outra pessoa estar

presente.

Vestir 0

2

5

8

10

O paciente é dependente em todos os aspectos de se vestir e é incapaz de participar da atividade. Não participa.

O paciente é capaz de participar, em algum momento, mas é dependente de todos os aspectos do vestuário.

Assistência é necessária para vestir-se ou despir-se qualquer roupa.

Apenas o mínimo de ajuda é necessário como amarrar sapatos, abotoar botões, fechos, sutiã, etc.

O paciente é capaz de vestir-se, despir-se, amarrar sapatos, cintas, como prescrito.

Higiene

Pessoal

0

1

3

4

5

O paciente é incapaz de atender à higiene pessoal e é dependente em todos os aspectos.

A assistência é necessária em todas as etapas de higiene pessoal, mas paciente capaz de

fazer alguma contribuição.

É necessária alguma ajuda em uma ou mais etapas de higiene pessoal.

Paciente é capaz de realizar sua própria higiene pessoal, mas requer o mínimo de ajuda

antes e / ou após a operação.

O paciente pode lavar suas mãos e rosto, pentear o cabelo, escovar os dentes e barbear.

Um paciente do sexo masculino pode usar qualquer tipo de navalha ou barbeador elétrico

sem ajuda, bem como pegar a partir da gaveta ou armário. Paciente do sexo feminino consegue utilizar maquiagem e pentear seu cabelo.

Alimentação 0

2

5

8

10

Dependente em todos os aspectos. Precisa ser alimentado. Alimento ou dieta.

Pode manipular um dispositivo de comer, geralmente uma colher, mas alguém deve

prestar assistência ativa durante a refeição.

Capaz de alimentar com supervisão. A assistência é necessária com tarefas associadas,

como colocar leite / açúcar em chá, sal, pimenta, espalhando manteiga, virando um prato

ou montar a mesa.

Independência na alimentação com o prato preparado, exceto para tarefas como cortar

carne, abrir caixa de leite ou tampa do frasco etc. A presença de outra pessoa não é necessária.

O paciente pode se alimentar-se de uma bandeja ou mesa quando alguém coloca a comida dentro do alcance. O paciente utiliza de um dispositivo de apoio, se necessário, cortar os

alimentos, e utilizar o sal e pimenta, manteiga espalhar, etc.

Page 26: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

26

Outros materiais utilizados foram:

Agulhas 25 X 30 (Figura 5).

Agulhas 0,18 X 8 (Figura 4).

Stiper (Figura 3).

Sementes de Mostarda (Figura 2).

Apong (Figura 1).

Laseracupuntura com equipamento da marca IBRAMED (Laserpulse)

com caneta de 904nm de ondas.

Figura 1: Apong

Figura 2: Sementes de mostardas

Page 27: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

27

Figura 3: Stiper

Figura 4: Agulhas 0,18X8

Figura 5: Agulhas 25X30

Page 28: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

28

Figura 6: Laser

Page 29: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

29

3.5 PONTOS UTILIZADOS

Os pontos de acupuntura foram escolhidos de acordo com os seguintes critérios:

Avaliação da Língua; Avaliação do pulso e os dados fornecidos pelas mães e do próprio

paciente.

Na avaliação inicial da língua os três pacientes apresentavam características iguais

como rigidez e tremor mostrando vento interno, sendo que no paciente 1 apresenta leve desvio

à direita; coloração pálida identificando déficit de xue com saburra espessa e seca com

aparência áspera mostrando excesso de calor e fissura central e uma transversal mais ao fundo

mostrando excesso de Baço, Rim e Fígado. Petequeas em Coração e Pulmão sendo mais

intenso em Coração.

Na avaliação do pulso do paciente 1 nota-se um pulso fraco e profundo com maiores

forças em Coração, Fígado, Baço e Vesícula Biliar e pouca percepção em Circulação e Sexo e

Rim. Para o paciente 2 não foi possível pegar o pulso devido a deformidade existente na

região onde se fosse posicionado em postura anatômica o pulso se torna pobre dificultando

sua percepção. No paciente 3 também não foi possível avaliar o pulso por ser muito pequeno

dificultando sua análise e pela limitação do terapeuta.

Na avaliação dada pelas mães tinham as mesmas queixas como irritabilidade; pouco

sono, dificuldade pra dormir ou sono agitado; rigidez muscular, dificuldade nas atividades da

vida diária como vestuário e banho (nos pacientes 2 e 3 são totalmente dependentes e no

paciente 1 semi dependente).

Pontos utilizados:

O primeiro ponto a ser utilizado é o vaso maravilhoso Yang Qiao Mai com

pontos de abertura B62 e acoplado ID3. Vaso maravilhoso também chamado de Vaso

Yang do calcanhar ou Vaso Yang do Caminhar de acordo com Maciocia no livro canais

de acupuntura.

De acordo com Maciocia os dois vasos extraordinários (Yang/Yin) podem ser

utilizados para tratamentos em casos neurológicos, onde apresenta grande influência

sobre o tronco e nos músculos das pernas. Quando em excesso os músculos internos da

perna ficam flácidos e os externos ficam contraídos (espástico ou rígidos) mais tensos.

Page 30: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

30

Todas as fotos foram retiradas do livro Manual de Acupuntura escrito por Peter

Deadman & Mazin Al-Khafagi. As Localizações foram retiradas do Livro Manual

Prático de Acupuntura escrito por Choo H. Kim.

O meridiano do Coração (Xin) tem como uma das suas funções de governar o sangue

e os vasos sanguíneos; Alojar o espírito; Abrir-se na língua; Regular a transpiração;

Manifestar-se na pele.

B 62 : Localização do ponto:

Depressão logo abaixo do maléolo

lateral. Função : Pacifica o vento

interno e expele vento externo;

Acalma o espírito e trata epilepsia;

Abre e regula o vaso de motilidade

Yang; Rigidez da nuca; Rigidez e

dificuldade de alongamento as costas;

Dificuldade de alongamento em

flexionar o joelho.

ID 3 : Localização do ponto : No lado

ulnar do dedo mínimo, na transição entre

o corpo e a cabeça do quinto metacarpo.

Função : Ativa o Canal e alivia a dor;

Acalma o espírito e trata epilepsia;

Regula o Vaso Governador ; Dor de

cabeça bilateral; Dor nas costas e nos

ombros; Hemiplegia.

Page 31: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

31

Meridiano do Intestino Delgado (Xiao Ghang) tem como uma das suas funções de

receber, transformar e separar os alimentos recebidos pelo estômago e enviar ao Intestino

Grosso em forma de refugo; Ajuda em transformar fleuma e dispersar calor do Coração

especialmente no tratamento de distúrbio maníaco; Alivia a dor ao longo do trajeto.

C 3 : Localização do ponto : Na ponta medial da

prega do cotovelo flexionado próximo ao

epicôndilo medial do úmero. Função : Acalma o

espírito, Transforma fleuma e dispersa calor;

Tremor da mão e do braço; paralisia dos membros

superiores; Incapacidade de erguer os quatros

membros.

C 7 : Localização do ponto : Na linha do punho,

lado radial ao osso pisiforme. Função : Acalma

espírito; Tonifica o Coração; Insônia; Memória

fraca; Depressão maníaca.

Page 32: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

32

Meridiano do Pericárdio (Xin Bao) tem como uma das suas funções a mesma do

Coração com mais influência no tórax e estado emocional. Trabalha em distúrbio do Coração

como dor, palpitações e ritmo irregular; Tratamento de distúrbios do espirito, do tórax, jiao

superior ou médio quando decorre de uma estagnação do meridiano do Fígado.

O meridiano do Vaso Governador tem como umas das suas funções de tratar de

distúrbios da coluna, doenças febris e órgãos genitais; Trabalha todos os Zang-Fu por passar

ao longo da coluna; Trata distúrbio de vento externo e interno; Tratamento de distúrbio de

cérebro e do espírito.

ID 4 : Localização do ponto : No lado ulnar da mão,

entre o osso metacarpo e o carpo (pisiforme), entre

as peles clara e escura. Função : Ativa o canal e

alivia a dor; Dispersa umidade/calor e trata icterícia;

Contração dos cincos dedos com dificuldade de

flexionar e estender; Fraqueza e dor do punho;

Hemiplegia; Espasmos clônico.

PC 6 : Localização do ponto : 2 Tsun acima da

linha do punho, entre os tendões dos músculos

palmar longo e flexor radial do carpo. Função :

Memória fraca; Agitação e irritabilidade; Regula

o Coração e acalma espírito; Abre o vaso de

ligação Yin; Insônia; Medo/Temor.

Page 33: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

33

O ponto extra Yintang poderia pertencer ao Vaso Governador por se localizar neste

trajeto. Este ponto é utilizado com muita frequência para tratamentos ligados à ansiedade,

agitação, insônia e acalmar o espírito. Também trata cefaleias frontais e beneficia o nariz.

O meridiano do Fígado (Gan) tem como umas das suas funções o armazenamento do sangue;

Dispersar o Qi; Dominar os tendões; Abrir-se nos olhos; Manifestar-se na unha; Distribui o Qi

em todas as direções, nutrindo e harmonizando todo o organismo; Está intimamente associada

a emoções, como raiva; irritabilidade, rebeldia, frustação, ressentimento, depressão e humor.

VG 20 : Localização do ponto : Ponto de interseção

entre a linha mediana e a linha horizontal que liga

os ápices das orelhas. Função : Pacifica o vento e

controla o Yang; Acende o Yang e retrocede o

prolapso; Beneficia o cérebro e os órgãos dos

sentidos; Nutre o mar da medula; Beneficia o

cérebro e o espírito; AVC; Hemiplegia; Opistótono;

Perda da consciência; Epilepsia; Memória fraca;

Agitação e opressão; Tristeza e choro com desejo

de morrer.

M-CP-3 (Yintang) : Localização do ponto : Na

glabela, no ponto médio entre as extremidades

mediais das sobrancelhas. Função : Pacifica o

vento e acalma o Shen; Ativa o canal e alivia a

dor; Agitação de vento crônico e aquele por

susto na infância; Espasmos por sustos (Moro);

Dor de cabeça frontal; Insônia; Agitação e

inquietação.

Page 34: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

34

O meridiano do Rim (Shen) tem entre suas funções o armazenamento da essência

celestial e dominar a reprodução, o crescimento e o desenvolvimento; Produzir a medula,

preencher o cérebro, dominar os ossos e ajudar na produção do sangue; Domina a água,

F 13 : Localização do ponto : Na extremidade da

décima primeira costela. Função : Também

conhecido como mestre dos órgãos; Harmoniza o

Fígado e o Baço; Regula os jiao médio e inferior;

Fortifica o Baço; Espalha-se no Fígado e regula o Qi;

Fraqueza nos quatro membros; Qi como “porquinho

correndo” (membros inferiores travados) com

distensão abdominal; Diminuição do Qi com contra

fluxo invertido.

F 2 : Localização do ponto : Entre o hálux e o segundo

dedo do pé, no limite entre dois digitais. Função :

Dispersa o fogo do Fígado; Dispersa o Qi do Fígado;

Pacifica vento do Fígado; Beneficia o jiao inferior;

Tendões contraídos; AVC; Plenitude dos quatros

membros.

F 3 : Localização do ponto : Na depressão entre o

primeiro e o segundo metatarsos próximo às bases

metatarsais. Função : Dispersa o Qi do Fígado;

Domina o Yang do Fígado e extingue o vento;

Nutre o sangue do Fígado e o Yin do Fígado;

Regula o jiao inferior; Dor lombar que irradia para

a parte inferior do abdômen; Dor na parte inferior

da perna; Flacidez e fraqueza das pernas;

Incapacidade de andar; Sensação de frio nos

joelhos e nos pés; Contração dos cincos dedos da

mãos.

Page 35: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

35

controla a recepção do Qi; Abrir-se nos ouvidos e domina os dois Yin inferiores (Ânus e

Uretra).

O meridiano da Bexiga (Pang Guang) tem como umas das suas funções o

armazenamento dos líquidos e transformar em resíduos (urina) e secretar; Ligado as emoções

negativistas; Auxilia na eliminação do vento interno e externo do corpo.

R 3 : Localização do ponto : Na linha da

proeminência do maléolo medial, numa depressão

entre maléolo e tendão calcâneo. Função : Nutre o

Yin do Rim e remove o calor por deficiência;

Tonifica o Yang do Rim; Ancora Qi e beneficia o

Pulmão; Fortalece a coluna lombar.

R 7 : Localização do ponto : Dois Tsun acima

da proeminência do maléolo medial. Função :

Fortalece a região lombar; Dor lombar

decorrente de estagnação do Qi; Distúrbio de

atrofia da perna.

B 60 : Localização do ponto : Na linha da

proeminência do maléolo lateral numa

depressão entre maléolo lateral e o tendão

calcâneo. Função : Remove calor e abaixa o

Yang; Pacifica o vento e diminui o excesso;

Relaxa os tendões e fortalece a coluna lombar;

Hemiplegia.

Page 36: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

36

O meridiano do Baço (Pi) tem como umas das suas funções o de dominar e

transporte e a transformação dos alimentos (Qi de alimentos); Controla o Xue; Domina os

músculos e os quatros membros; Tonifica o Qi do Xue; Controla a subida do Qi.

O Meridiano da Vesícula Biliar ( Dan) tem entre suas funções o armazenamento e

secreção da bile; Elevar a coragem para tomar decisões e julgamentos; Tratar distúrbios do

Fígado; Tratar distúrbios de fleuma; Tratar distúrbio do espírito e a alma etéria; Auxilia no

tratamento de distúrbio de atrofia e obstrução dolorosa.

BP 5 : Localização do ponto : No ponto de

encontro entre as linhas anterior e inferior do

maléolo medial. Função : Rigidez e dor na raiz

da língua com fala deficiente; Dor e contração

dos tendões; Trismo (Cerração involuntária da

boca, devido à contração violenta dos

músculos elevadores da mandíbula); Dor no

tornozelo; Hemiplegia.

BP 6 : Três tsun acima da proeminência do

maléolo medial, na margem posteromedial da

tíbia. Função : Ponto de união dos três Yin da

perna; Harmoniza o jiao inferior; Acalma o

espírito; Revigora o Xue; Harmoniza o

Fígado e tonifica os Rins; Dor na perna e

joelho; Obstrução dolorosa por umidade;

Distúrbio de atrofia e obstrução dolorosa dos

membros inferiores; Hemiplegia.

Page 37: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

37

VB 34 : Localização do ponto : Na depressão

anterior e inferior da cabeça da fíbula. Função :

Também conhecido como mestre dos tendões;

Beneficia os tendões e as articulações; Ativa o

canal e alivia a dor; Dispersa o Qi do Fígado e

beneficia a região costal lateral; Harmoniza o

Shaoyang (pequeno Yang); Distúrbios dos

tendões, contração dos tendões, contração e dor

muscular da panturrilha no distúrbio da

perturbação súbita; Contração dos tendões dos

pés; Rigidez e tensão dos músculos e

articulações; Hemiplegia; Qi da perna.

VB 36 : Localização do ponto : Na margem

anterior da fíbula, sete tsun acima da

proeminência do maléolo lateral. Função : Ativa

o canal e alivia a dor; Distúrbio de atrofia e

obstrução dolorosa do membro inferior; Dor na

pele; Qi da perna por umidade/frio; Sensação de

frio e rigidez; Dor na nuca.

Page 38: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

38

O meridiano do Estomago (Wei)tem como umas das suas funções o controlar a

decomposição e o amadurecimento dos alimentos; Regular o Qi e o sangue nos membros

inferiores para tratamento de distúrbios de atrofia, obstrução dolorosa e hemiplegia; Auxiliar

no tratamento de distúrbio de ouvido, garganta e jiao superior, médio e inferior; Regula a

função intestinal; Tonifica o Qi do sangue.

VB 38 : Localização do ponto : Na margem

anterior da fíbula, quatro tsun acima da

proeminência do maléolo lateral. Função :

Harmoniza o Shaoyang (pequeno Yang);

Beneficia os tendões e os ossos; Hemiplegia;

Tendões contraídos; Dor nas cem articulações;

Obstrução dolorosa do membro inferior; Qi da

perna; Dor e paralisia do aspecto lateral do

membro inferior.

E 36 : Localização do ponto : Três tsun abaixo

da patela, 0,5 tsun lateral à margem anterior da

tíbia. Função : Fortalece o Baço; Estimula o Qi

original; Tonifica o Qi; Nutre o Xue e o Yin.

Page 39: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

39

A Craniopuntura japonesa foi desenvolvida no final dos anos 60 e publicada em 1973

pelo Yamamoto. A técnica tem como conceito somatotópico sendo que na parte frontal tendo

representação Yin e na parte occipital representação Yang, sendo que a porção Yin é a de

utilização com maior frequência. A YNSA é dividida em quatro grupos: 1) Pontos básicos

para aparelho locomotor; 2) Pontos cerebrais para cérebro, cerebelo e gânglio basais; 3)

pontos sensoriais para órgãos dos sentidos; 4) Ponto Y para órgãos internos.

As fotos e o texto foram retiradas do Livro Nova Craniopuntura de Yamamoto.

Ponto básico B situa bilateralmente a cerca de 1 cm do ponto A ou 2 cm da linha

média do crânio pertencente do lado Yin. Sua representação refere a região escapular,

inervação cervical e ombros sendo mais indicado para dores no pós-trauma de ombro; dores

pós-operatório; dores articulares oriundo da imobilidade de fratura; síndrome de ombro, braço

e mão; síndrome de ombro congelado; hemiplegia.

Ponto básico C situa cerca de 5 cm da linha média do crânio e pertencente ao lado

Yin. Sua representação está nas extremidades superiores como articulação de ombro, braço,

cotovelo, antebraço, punho, mão e os cincos dedos. Sua indicação são todas as dores e

paresias dos membros superiores; trauma em região de ombro; distensões musculares;

epicondelite de cotovelo; luxação articular; síndrome de Raynaud e de túnel de carpo.

Ponto básico D situa cerca de 1 cm acima do osso zigomático q tem representação na

porção inferior do corpo sendo sua indicação nas dores oriundo de acidentes; fratura óssea;

lesões desportivas; hérnias de disco; luxação ou entorses articulares; dores isquiáticas;

paralisia ou parestesia nos membros inferiores.

E 37 : Localização do ponto : Seis tsun abaixo

da patela, 0,5 tsun lateral à margem anterior da

tíbia. Função : Regula Baço e Estômago; Ativa

o canal de dor; Hemiplegia; Qi da perna;

Obstrução dolorosa dos membros inferiores;

Fraqueza da perna.

Page 40: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

40

Ponto Cerebrais se dividem em três pontos 1) Cérebro; 2) Cerebelo; 3) Gânglio

Basais. O ponto cérebro se localiza 1 cm da linha média do crânio e 1 cm acima do ponto

básico A. O ponto cerebelo se localiza logo após o ponto cérebro. O ponto gânglio basais se

localiza exatamente sobre a linha média do crânio entre os dois pontos anteriormente. As

indicações dos três pontos são para todos os distúrbios motores; hemiplegia; paraplegia;

enxaqueca; nevralgia do trigêmeo; Doença de Parkinson; Esclerose Múltipla; Disfunção

endócrina; distúrbio do sono; depressão e distúrbio psíquico; dores crônicas.

A auriculoterapia é um tratamento bem antigo quanto a acupuntura sistêmica sendo

comentada em Nei-Ching a quatro mil anos. Mais recente, em 1957 o francês P. Nogier

publicou vários trabalhos de seu sucesso com o método. A auriculoterapia foi introduzida para

servirem de manutenção do tratamento.

As referencias dos pontos e a foto foi retirada do livro da Bioaccus intitulado como

Aurículo Acupuntura escrito por Eu Won lee. Foram mantidos os números originais devido a

facilitar encontrar os pontos no mapa.

Ponto occipital (35) Situado abaixo da junção do antitrago com a antehélice, abaixo

do ponto do cerebro. Usado para enfermidades do sistema nervoso na sua fase aguda como

convulsões, temores e rigidez na nuca; atua como antiinflamatório, acalma dores nervosas,

tosse, asma.

Ponto Tronco Cerebral (39) Situado na borda da porção inferior do antitrago, perto

do pescoço. Usado para lesões vasculares de cerebro, hemiplegia, convulsões.

Page 41: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

41

Ponto Ponto Cerebral (40) Situado entre o ponto de asma e o tronco cerebral. Usado

para regulação da função do cortex cerebral, doenças do sistema nervoso, digestivo, endócrino

geniturinário.

Ponto Subcortex (43) Situado anteriormente a parede interna do antitrago. Usado

para regulação de função do cortex cerebral, insônia, sonolência, disturbio psiconervoso,

função antiinflamatória, analgésica, antialergica.

Ponto Rim (70) Situado superiormente ao ponto do intestino delgado. Usado para

cálculo renal, nefrite, cistite, ciática, lombalgia, anemia, tonificação do córtex cerebral e Rim,

perda da memória, cefaleia crônica.

Ponto Fígado (75) Situado logo acima do ponto do estômago, em linha vertical e

acima do ponto do baço. Usado para hepatite aguda ou crônica, anemia ferroprima, dores

reumáticas, cefaleias, espasmos musculares, dor torácica ou intercostal, várias doenças dos

olhos.

Ponto Musculo Relaxante (77) Situado logo acima do ponto de estômago e da

hematomegalia. Usado para relaxamento muscular, anestesia de acupuntura, hepatite, cirrose.

Ponto Baço (79) Situado abaixo da área de hematomegalia. Usado para indigestão,

doença de sangue, hipermenorréia, prolapso retal, atrofia muscular.

Ponto Sistema Nervoso Vegetativo (88) Situado no fim da raiz do anti-hélice

inferior, no ponto onde se acha a face interna do hélice. Usado para disfunção do sistema

nervoso autônomo, efeito analgésico e antiespasmódico, espasmo gástrico, efeito de

vasodilatação, tromboflebite, anestesia através de acupuntura.

Ponto ShenMen (107) Situado na fossa triangular, logo acima do ponto da pelve.

Usado para controlar ação excitatória e inibitória do córtex cerebral, tem efeito tranquilizante,

analgésica, antialérgico, é um ponto essencial para anestesia através da acupuntura, Distúrbio

do sistema nervoso, epilepsia, insônia, vertigem, tontura.

Page 42: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

42

4. RESULTADOS

Os resultados foram considerados bons por ser um trabalho que não teve

interferência medicamentosa e foi associada apenas a terapia fisioterápica. Teve alguns dias

em que os pacientes não compareceram para uma ou duas sessões, mas nada que viesse a

interferir no andamento da pesquisa. Cada paciente teve uma evolução significativa sendo que

no paciente 2 sua evolução foi mais significativa sentida tanto pela terapeuta que realizava

atividades de fisioterapia neurológica como pela própria mãe que em casa realizava atividades

propostas pela terapeuta e nas AVD’s.

No paciente 1 ele mesmo referiu uma melhora ficando mais tempo em postura bípede

e conseguindo realizar passos com auxílio dos amigos na escola. Outro grande ganho foi em

humor e raciocínio, ele era muito nervoso e ia regular na escola e estava com muito medo do

vestibular e conseguiu relaxar mais, dormir com mais facilidade e estudar sem medo.

Conseguiu passar de ano e entrou na faculdade onde agora está enfrentando com mais

tranquilidade.

Page 43: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

43

O paciente 3 teve uma evolução mais lenta por não utilizar a técnica de agulhamento

mais mesmo assim, teve bons resultados na diminuição do tônus muscular e no humor do

menor. Sua mãe não realizava as atividades propostas em casa e mesmo assim teve seu ganho

principalmente quando foi introduzido o laser como terapia em terço final do trabalho.

Tabela dos resultados de desenvolvimentos dos pacientes.

Paciente 1

Escala

Ashworth

De acordo com a escala o paciente apresentou para os grupos

musculares dos membros inferiores grau 3 por apresentar forte

espasticidade limitando bem seus movimentos na marcha e para o

tronco grau 2 por ainda conseguir realizar mobilidade de transferência

(limitada). Após suas aplicações de acupuntura paciente conseguiu ficar

em postura bípede com mais facilidade e por maior tempo, com auxílio

também esta realizando passos com auxílio de terapeuta mostrando a

diminuição tônica global melhorando sua escala para os membros

inferiores para grau 2 e manteve para o tronco mesmo notando melhora

na mobilidade e flexibilidade.

Escala

Council

Nesta escala o paciente para os membros inferiores mostrou movimento

contra a gravidade embora não coordenado e sem muita qualidade

podendo manter em grau 4. Após o tratamento de acupuntura se

manteve no mesmo grau só que melhorou a qualidade realizando bem as

atividades e melhora da sua coordenação motora.

Índice de

Barthel

Mostrou uma melhora na sua AVD’s passando de escore 41 para 48

onde suas melhoras foram na transferência postural de cadeira/cama

com menos esforço e mais adequado; Melhora na forma de tocar a

cadeira de rodas; Melhora no auxílio ao banho ficando mais tempo na

postura bípede; Auxilia mais na higiene pessoal; Sua alimentação está

com menos gasto energético.

Paciente 2

Escala

Ashworth

Na avaliação inicial o paciente para os membros inferiores apresentou

grau 3 tendo muita dificuldade nas atividades como exemplo a

Page 44: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

44

colocação de estabilizadores nos joelhos onde sente dores e não esticava

totalmente. Em tronco não consegui ficar ereto por muito tempo e assim

ficando com grau 3. Com o tratamento proposto tanto em acupuntura

como em fisioterapia neurológica o paciente melhorou sua mobilidade

diminuindo consideravelmente seu tônus muscular onde melhorou para

atividade em postura bípede tanto em tronco como nos membros

inferiores passando para o grau 2.

Escala

Council

O paciente apresentou grau 4 global onde ele é dependente de cadeira de

transporte mas consegue (com dificuldade) a realizar marcha com

andador especial adaptado e com muito suporte. Não mantinha uma

postura sentada adequada precisando de apoio. Após as terapias o menor

melhorou sua marcha em andador ficando mais estável e erétil; a postura

sentada melhorou com menos apoio ou ficando apenas com supervisão.

Manteve seu grau na escala, mas agora com melhor qualidade de vida.

Índice de

Barthel

Em relação à AVD’s o menor teve boas evoluções, com a diminuição da

espasticidade conseguiu ter melhor controle de tronco auxiliando no

vestuário facilitando na colocação da roupa; no banho com maior

segurança; na marcha onde utiliza o transfer como forma de locomoção;

passou de escore 32 para 35.

Paciente 3

Escala

Ashworth

Na avaliação inicial o menor apresenta escala em grau 3 mostrando

dificuldade no manuseio passivo para os membros inferiores e ligeiro

aumento da tonicidade. Em tronco passou para o grau 4 onde inclusive

apresenta uma longa cifose dorsal com pobre controle cervical. Após as

terapias pode-se notar uma melhora onde, mesmo mantendo o grau para

os membros inferiores conseguiu uma diminuição da tonicidade em pró

ao alongamento muscular cedendo com maior facilidade durante as

atividades. Em tronco teve melhoras, passado para grau 3 onde consegue

uma leve rotação e melhora na sustentação cervical

Escala

Council

Seu quadro motor estava em grau 3 onde conseguia realizar a flexo-

extensão do quadril sem resistência só que em movimento catracado

Page 45: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

45

mostrando uma interferência do quadro motor. Já em tronco não

apresenta dissociação entre cinturas mantendo sempre em cifose dorsal.

Após as terapias teve melhora principalmente na mobilidade em

membros inferiores, melhorando a qualidade não ficando mais catracado

e em postura bípede consegue ficar ereto, melhorando sua sustentação

(postura esta que utiliza estabilizadores de joelhos e apoio do terapeuta).

Índice de

Barthel

Paciente é totalmente dependente da mãe em todas as atividades

propostas no teste. A melhora se faz quando sua mãe comenta sobre a

realização das atividades serem mais fáceis ou sem resistência do menor.

Atividades como banho, limpeza pessoal, vestuário ficaram mais livres

onde mostra a diminuição da espasticidade em tônus muscular.

5. DISCUSSÃO.

Este trabalho teve como finalidade saber o quanto a acupuntura pode ajudar as

crianças, adolescentes e adultos portadores de Paralisia Cerebral do tipo Tetraplegia espástica,

na melhora da qualidade de vida e no auxílio das atividades de reabilitação. Na grande

maioria, os pacientes são totalmente ou semidependente de cuidadores e nos casos mais

graves a espasticidade dificulta ainda mais sua manipulação.

Os pacientes têm atualmente tratamentos como fisioterapia neurológica que, em sua

grande maioria, apresentam bons resultados, mas não interferem muito na espasticidades; Os

medicamentos orais ou injetados para diminuição da espasticidade ou controles convulsivos

acabam tendo efeitos colaterais indesejados; órteses posturais que auxiliam na estabilização

articular, mas não diminui ou evita futuras deformidades e das intervenções cirúrgicas que

ocorrem sempre após ter ocorrido deformidades articulares ou posturas viciosas.

Ao realizar pesquisa sobre o tema foi encontrado poucos trabalhos sobre o assunto

como o realizado pela Mariana F. Zappelim e Fabiana D. Medeiros onde utilizaram

tratamento auricular em uma criança do sexo feminino com 1 ano e 7 meses de idade por seis

meses de terapia obtendo resultados aceitáveis. Outro trabalho realizado foi feito como

conclusão de curso no CETN por A. Ferrari que tratou apenas um paciente do sexo feminino

portadora de Paralisia Cerebral diplégica, utilizando métodos de agulhamento e auricular por

24 sessões e também com bons resultados.

Page 46: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

46

Trabalho realizado pela Carla Pereira e nas experiências do centro Sarah de

reabilitação na utilização de medicação falam em resultados parciais ou por curto período de

tempo, mas o que interfere são realmente os efeitos colaterais apresentados por determinadas

medicações na diminuição da espasticidade. Efeitos como sonolência, náuseas e vômitos

podem ser notados em medicação como Baclofen; sonolência, depressão respiratória e quadro

de agitação no caso do Diazepan. Atualmente a utilização com maior frequência da infiltração

de toxina Botulínica em músculos tônicos tem como finalidade a diminuição da espasticidade

só que seu tempo de duração está por volta de 3 a 6 meses e nas aplicações continuas o

organismo acaba criando antígeno da toxina anulando assim seu efeito.

Avaliando estes quadros foi montado um trabalho para acrescentar mais um

tratamento que não apresenta efeitos colaterais, não tem contra indicação e ainda utiliza

teorias milenares chinesa no ganho, manutenção e equilíbrio energético.

O trabalho foi realizado na clínica CINI em Santo André de SP, um centro

especializado em neurologia com atendimentos multidisciplinares com áreas de

Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Piscina terapêutica, Psicologia, Pedagogia e a

Fisioterapia onde atuo a 25 anos utilizando o Conceito Bobath como ferramenta.

O conceito neuroevolutivo Bobath um trabalho realizado desde a década de 40/50,

veio para tratar e recuperar movimentos e mobilidades na aquisição do desenvolvimento

Neuro-Psico-Motor utilizando o controle motor através de manobras específicas estimulando

adequadamente posturas para um desempenho aprimorado utilizando pontos chaves em

auxílio dinâmico. Mesmo assim o tratamento fica limitado para o quadro clínico, utilização de

órteses que quase sempre são necessárias para melhor aproveitamento dinâmico.

Observando este quadro apresentado, suas dificuldades e limitações, com efeitos

adversos e indesejados das medicações a acupuntura pode ajudar na diminuição da

espasticidade, melhora do humor, sono e no relaxamento corporal facilitando nas manobras e

posturas propostas.

A acupuntura por ser uma terapia milenar onde trabalha no equilíbrio energético e no

sistema do corpo sem a introdução medicamentosa e ainda auxilia no estado imunológico,

fortalecendo sua defesa para doenças e melhora da circulação sanguínea. Uma frase escrita na

pg 17 pelo Tom S. Wer no livro Acupuntura Clássica Chinesa expressa bem o trabalho. “A

acupuntura não está voltada diretamente para os agentes agressores externos e, por isso, seu

tratamento não visa apenas tratar o local comprometido no corpo, mas age sobre todo o

sistema nervoso, estimulando o mecanismo de compensação e equilibrar todo o corpo, para

Page 47: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

47

com isso sanar a doença.” A Paralisia Cerebral não é uma doença e sim uma sequela motora

de uma fatalidade ocorrida no Sistema Nervoso Central e por isso tratamos a sua

consequência como um todo e é ai que a fisioterapia neurológica atua, agora com um auxílio

da acupuntura.

O diferencial deste trabalho se inicia na escolha dos pacientes portadores de Paralisia

Cerebral tetraplégico com espasticidade do sexo masculino com idade de 18, 14 e 6 anos

respectivamente, pacientes que até o momento foram tratados em fisioterapia neurológica,

semidependente ou dependente de cuidadores. Estes pacientes utilizam órteses em membros

inferiores para posicionamento dos pés e nos membros superiores para posicionamento das

mãos; dependentes na locomoção utilizam cadeira de rodas ou cadeira de transporte; Marcha

ou postura bípede só com apoio utilizando suporte ou transfer.

O trabalho foi realizado num período de 9 meses com uma frequência de duas vezes

por semana totalizando 72 sessões, onde sempre era realizado terapia de acupuntura

inicialmente e logo em seguida realizado fisioterapia neurológica através do conceito Bobath,

alongamento muscular e manobras de fortalecimento muscular.

Todos os pacientes foram avaliados através da escala Ashworth como parâmetro da

quantificação da espasticidade, na escala Council para força muscular e o índice de Barthel

para avaliação da qualidade de vida.

Quando se fala na diminuição ou no controle da espasticidade utiliza medicações e

nota-se que muitas delas apresentam reações adversas, alergias, restrições de doenças

neuromusculares, infecções no local quando se utiliza o Botox como infiltração. A acupuntura

não apresenta nenhum tipo de reação adversa e ainda não tem contra indicação, devendo o

acupunturista saber bem o diagnóstico clínico avaliando a língua, pulso e sintomatologia

diária.

Falando na fisioterapia neurológica utilizando o conceito neuroevolutivo Bobath, que

é o mais indicado para o desenvolvimento neuro-psico-motor infantil, este conceito não fala

de controle da espasticidade por ser um evento que não pode ser modulado pelo manuseio

onde já com a acupuntura se mostrou que consegue modular e melhora sua funcionalidade.

Page 48: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

48

6. CONCLUSÃO

Este trabalho teve como finalidade de avaliar como a acupuntura pode ajudar os

pacientes portadores de Paralisia Cerebral do tipo Tetraplegia espástica na diminuição tônica,

tendo em vista que muitos pais não querem administrar outra medicação tendo em vista que já

tomam uma quantidade de medicação razoável.

Foi escolhida a Paralisia Cerebral por ser a de maior incidência nos diagnósticos

infantil e o quadro motor de Tetraplegia por ser o que mais requer cuidados e na sua grande

maioria, por serem os mais graves e tendo um trabalho fisioterápico mais complexo.

Os três pacientes escolhidos apresentam diagnósticos e quadro motor parecidos, más

com idades diferentes para avaliar como irão responder ao tratamento, se terá influencia da

idade, tipo de terapia e tipo de aplicação da acupuntura. O paciente 1 foi escolhido por ser

maior em idade e com compreensão cognitiva preservada podendo assim passar as

informações do que está sentindo auxiliando seu tratamento comunicando sobre os sintomas

apresentados e sua própria evolução.

O paciente 2 foi escolhido por apresentar uma idade mediana e compreensão boa,

embora tenha uma comunicação mais restrita, tanto o paciente como sua mãe passava sua

evolução e suas dificuldades. O paciente 3 foi escolhido por ser mais novo e com uma

dependência maior onde no início tivemos complicações com muita faltas chegando a pensar

em desligar do trabalho que após conversar com sua mãe tudo foi normalizado tendo

colaboração e informações do andamento clínico.

O tempo de trabalho foi escolhido em nove meses devido ao tempo de terapias serem

de duas sessões por semana, assim totalizando 72 sessões aproximadamente, um tempo

razoável tendo em vista que este diagnóstico normalmente fica em tratamento por um tempo

indeterminado.

O resultado obtido pelos três pacientes foi positivo, sendo que cada um teve uma

evolução própria. Podemos dizer que no paciente 1 através trabalho de acupuntura sistêmica

com alongamento muscular e postura bípede conseguiu uma melhora boa, chegando obter

uma relação tônica melhor com a diminuição da espasticidade e assim melhorando sua

mobilidade corporal realizando posturas ortostática mais adequadas e por tempo maior, na

Page 49: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

49

parte emocional melhorou seu humor e convivência com outras pessoas e no seu raciocínio

lógico sua evolução se teve na área escolar melhorando as notas e passando no vestibular.

No paciente 2 onde o trabalho foi realizado junto com a fisioterapia neurológica sua

evolução relatada tanto pela sua terapeuta como pela sua mãe, foi acima do esperado obtendo

uma diminuição considerável na tonicidade ficando mais fácil para se trabalhar com órteses,

aparelhos, treino de marcha e AVD’s. No paciente 3 seu trabalho foi realizado pela

acupuntura sem agulhamento e junto com a fisioterapia neurológica obteve um resultado

satisfatório com diminuição da espasticidade em membros inferiores e pouco menos em

tronco, menor apresenta vício postural de ficar com tronco em cifose por ficar muito em

cadeira de transporte.

A conclusão que este trabalho chega é que a acupuntura ajuda muito na diminuição

da espasticidade e atividade mioclônicas, auxiliando muito na fisioterapia neurológica e

podendo evitar medicações desnecessárias, podendo até adiar ou evitar cirurgias corretivas.

7. SUGESTÃO

Este trabalho mostrou que a acupuntura obteve um bom resultado na diminuição da

espasticidade em portadores de Paralisia Cerebral tetraplégico com espasticidade e associado

à fisioterapia neurológica com conceito Neuroevolutivo Bobath a melhora dos pacientes se

tornaram mais eficazes.

Juntas, as terapias de acupuntura e fisioterapia neurológica foram realizadas, sendo

primeiro, com a acupuntura, que auxiliou na diminuição tônica e no equilíbrio energético em

seguida realizava a terapia motora através do Conceito Bobath para estimular seu

desenvolvimento Neuro-Psico-Motor e auxiliar na mobilidade corporal.

Page 50: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

50

REFERENCIAS

ACUPUNTURARISTA. NET. HISTORIA da ACUPNTURA. Acesso em: 17 de Fevereiro

de 2015. http://www.acupunturista.net/content/acupunture/4/qual-e-o-percurso-historico-da-

acupuntura-e-da-medicina-chinesa/

ABPC - Associação Brasileira de Paralisia Cerebral. PERGUNTAS e RESPOSTAS.

Acesso em: 12 de Maio de 2014. www.paralisiacerebral.org.br/saibamais05.php

ABPC - Associação Brasileira de Paralisia Cerebral. DEFINIÇÃO. Acesso em: 12 de Maio

de 2014. www.paralisiacerebral.org.br/saibamais06.php

ABRADIMENE – Associação Brasileira de Fisioterapia em Neurologia para o

Desenvolvimento e Divulgação dos Conceitos Neurofuncionais. CONCEITOS. Acesso em:

16 de Fevereiro de 2015. www.abradimene.org.br/artigos-materiais/conceitos-bobath

BOHANNON, Richard W.; SWITH, Melissa B.; INTERRATER RELIABILITY OF A

MODIFIED ASHWORTH SCALE OF MUSCLE SPASTICITY. PTJ – Journal of the

American Physical Therapy Association. http://ptjournal.apta.org/content/67/2/206.full.pdf

Acesso em 17 de Fevereiro de 2015.

CHOO H. Kim. MANUAL PRÁTICO DE ACUPUNTURA. Editora Icone. 4º edição. 2013

DEADMAN, Peter & Mazin Al-Khafaji com Kevin Baker. MANUAL DE

ACUPUNTURA. Editora Roca. 2012.

Escala Modificada ASHWORTH. Acesso em: 01 de Maio de 2015.

http://www.rehabmeasures.org/PDF%20Library/Modified%20Ashworth%20Scale%20Instruc

tions.pdf

FERRARI, A. O EFEITO DA ACUPUNTURA NA ESPASTICIDADE EM PACIENTE

PORTADORA DE PARALISIA CEREBRAL. CETN Centro de Estudos de Terapias

Naturais. Trabalho de conclusão de curso em 02/06/2011. Acesso em 16 de Maio de 2015.

https://www.cetn.com.br/artigos/o-efeito-da-acupuntura-na-espasticidade-em-paciente-

portadora-de-paralisia-cerebral/20110531112802_G_922

IBITA – International Bobath Instructors Training Association. Acesso em: 16 de Fevereiro

de 2015.

Page 51: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

51

http://www.thiagovilelalemos.com.br/downloads/cinesioterapia/Conceito%20Bobath%202.pd

f

Governo da Bahia. INDICE de BARTHEL MODIFICADA. Acesso em: 17 de Fevereiro de

2015. http://www.saude.ba.gov.br/creasi/images/Arquivos/Indice_Barthel_Modificado.pdf

Government of Western Australia Department of Health. INDICE MODIFICADO

BARTHEL Acesso em: 01 de maio de 2015.

http://www.health.wa.gov.au/circularsnew/attachments/143.pdf

LEE, Eu Won. AURÍCULO ACUPUNTURA. Editora Bioacus Com. Prod. Terapêuticos

LTDA. 4ª edição.

MACIOCIA, Giovanni. CANAIS DE ACUPUNTURA, USO CLÍNICO DOS CANAIS

SECUNDÁRIOS E DOS OITOS VASOS EXTRAORDINÁRIO. Editora Roca. 1ª edição.

2008.

Mobilidade Funcional em Fisioterapia. Sra. BERTHA BOBATH. Acesso em 16 de

Fevereiro de 2015. http://mobilidadefuncional.blogspot.com.br/2009/04/sra-bertha-bobath-

personagem-da-nossa.html

MONTEIRO, Carlos Bandeira de Melo. Realidade Virtual na Paralisia Cerebral. 2011.

São Paulo, Ed Plêiade.

NIH – National Institute of Neurological Disorders and Stroke. www.ninds.nihn.gov Acesso

em: 13 de maio de 2014.

PEDIATRIA PHYSICAL THERAPY. UMA VISÃO HISTÓRICA das BASES do

MÉTODO NEUROEVOLUTIVO BOBATH. Lais Bly. Portugual. 1991. Acesso em: 16 de

Fevereiro de 2015.

www.business.org.br/business/paginas/clientes/ceasc/artigos/conceito_bobath.pdf

PEREIRA, Carla Lombardi Garcia; FONTANETTI, Suzana; LOPES, Daniela Vincci.

PARALISIA CEREBRAL. Revista digital Fisioneuro. Acesso em: 12 de Maio de 2014.

www.fisioneuro.com.br/ver_perquisa.php?id=1

PERES, Lívia Willemann; RUEDELL, Aneline Maria; DIAMANTE Cristina.

INFLUENCIA DO CONCEITO NEUROEVOLUTIVO BOBATH NO TÔNUS E

FORÇA MUSCULAR E ATIVIDADES FUNCIONAIS ESTÁTICAS E DINÂMICAS

Page 52: Acupuntura no auxílio da diminuição da espasticidade em crianças com paralisia cerebral

52

EM PACIENTES DIPARÉTICOS ESPÁSTICO APÓS PARALISIA CEREBRAL. Saúde, Santa Maria, Vol 35, n1: p 28-33, 2009.

PINHEIRO, Igor de Matos; RIBEIRO, Nildo Manoel da Silva; PINTO, Ana Cláudia da

Silva; SOUZA, Daniela Braga Sant’Ana; FONSECA, Érika Pedreira da; FERRAZ, Daniel

Domínguez. CORRELAÇÃO DO ÍNDICE DE BARTHEL MODIFICADO COM A

CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E

SAÚDE. Site da Faculdade Mackenzie. Acesso em: 01 de Maio de 2015.

http://www.mackenzie.br/fileadmin/PUBLIC/UP_MACKENZIE/servicos_educacionais/strict

o_sensu/Disturbios_Desenvolvimento/Artigo_4_Pinheiro_e_cols.pdf

Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação. PARALISIA CEREBRAL. Acesso em 13 de

Maio de 2014. www.sarah.br/Cvisual/Sarah/AA-Doencas/po/p_01paralisia_cerebral.html

SAUNDERS, W. B.; Medical Research Council. AIDS TO THE EXAMINATION OF

THE PERIPHERAL NERVOUS SYSTEM, Editora: Harcout Publishers Limited. 4ª

edição. 2000.

SPOSITO, Maria Matilde de Mello; RIBEIRO Marcelo. AVALIAÇÃO do

FUNCIONAMENTO da CRIANÇA com PARALISIA CEREBRAL ESPÁSTICA. Revista digital Acta Fisiatrica. Acesso em: 15 de Fevereiro de 2015.

http://www.actafisiatrica.org.br/detalhe_artigo.asp?id=53

YAMAMOTO, Toshikatou, Helen Yamamoto, Michika Margoret Yamamoto. NOVA

CRANIOPUNTURA DE YAMAMOTO –NCY-. Editora Roca. 1ª Edição. 2007.

WEN, Tom Sintan. Acupuntura Clássica Chinesa. São Paulo. Editora Pensamento-Cultrix

LTDA. 2edição. 3 Reimpressão. 2014.

WEN, Tom Sintan. MANUAL TERAPÊUTICO de ACUPUNTURA. São Paulo. Editora

Manole. 1ª edição. 2008.

ZANNINI, Graziela; CEMIN, Natália Fernanda; PERALLES Simone Nique. PARALISIA

CEREBRAL: CAUSAS E PREVALÊNCIAS, Revista Fisioter Mov. 2009.

jul/set;22(3):375-381.

ZAPPELINI, Mariana Fretto; Medeiros, Fabiana Durante de. “A EFICIÊNCIA DA

ACUPUNTURA AURICULAR NO TRATAMENTO DE ESPASTICIDADE”. Acesso

em 15/05/2015.