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Nota Prévia

03

As afinidades culturais e linguísticas dos países integrados na CPLP - Comunidade de Países de Língua Portuguesa,constituem o suporte decisivo para o desenvolvimento de relações cada vez mais estreitas entre as respectivas inspec-ções do trabalho, contribuindo para o estabelecimento de canais de informação comuns, para a concretização de pro-jectos de formação conjunta e para a partilha de experiências, com vista ao aperfeiçoamento, modernização e capaci-tação de cada um dos sistemas de inspecção.

Aproveitando o facto da presente brochura, elaborada no âmbito da presidência do Luxemburgo da União Europeia, ver-sar sobre princípios estruturantes dos sistemas de inspecção do trabalho e sobre normas fundamentais da OIT, essen-ciais para o desenvolvimento de uma política global da inspecção, a Inspecção-Geral do Trabalho portuguesa e oEscritório da OIT em Lisboa decidiram enveredar pela sua publicação em língua portuguesa.

A esta decisão está, naturalmente, associado o facto de, nos dias 19, 20 e 21 de Abril de 2006, decorrer um encontrode Inspectores-Gerais do Trabalho dos Países membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, o que cons-titui, sem dúvida, um importante marco para o estreitamento da cooperação entre as várias inspecções do trabalho.

Pretende-se, por outro lado, contribuir para a concretização dos objectivos da OIT, de garantia de melhores condiçõesde trabalho e de assegurar relações de trabalho dignas, através de abordagens integradas dos vários sistemas de ins-pecção, que tenham em consideração a dimensão social dos problemas e as transformações do mundo do trabalho.

O Inspector-Geral do Trabalho O Director do Escritório da OIT em Lisboa

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PagePrefácio 6

Parcerias através da globalização 6Sistema Integrado de Inspecção do Trabalho 6Um fórum para intercâmbios 6

1. Enquadramento 71.1 O trabalho mata mais do que as guerras 71.2 Plano de Acção para um Sistema Integrado de Inspecção do Trabalho (SIIT) 8

2. As Convenções N.ºs 81 e 129 - aspectos essenciais 92.1. C81 Convenção sobre Inspecção do Trabalho, 1947 92.2 Recomendação sobre Inspecção do Trabalho Nº 81 102.3 Recomendação sobre Inspecção do Trabalho Nº 82 102.4 C129 Convenção sobre Inspecção do Trabalho, 1969 112.5 Recomendação sobre Inspecção do Trabalho Nº 133 11

3. Fortalecimento da Inspecção do Trabalho 123.1 A OIT e a Inspecção do Trabalho 123.2 Estudo de caso - Bulgária 133.3 Luxemburgo: uma história de sucesso 143.4 Estudo de caso - Ontário, Canadá 14

4. Uma estratégia global para a segurança e saúde no trabalho 15

5. Estatísticas de base sobre SST a nível mundial (estimativas globais) 165.1. Estatísticas de base - a segurança em números 16

6. A Inspecção do Trabalho como vector de desenvolvimento 176.1 Fazer do trabalho digno um objectivo global 176.2 Uma globalização justa 176.3 Redução da pobreza 176.4 Alargar a influência dos parceiros sociais/RSE 176.5 A resposta da Inspecção do Trabalho às questões globais 17

7. A influência das normas internacionais do trabalho no desenvolvimento 18

8. SafeWork e Inspecção do Trabalho 198.1 A visão da Inspecção do Trabalho 198.2 Dez passos para fortalecer a Inspecções do Trabalho 198.3 Direitos e deveres dos inspectores do trabalho 21

9. Fontes de informação 229.1 Orientações para a Inspecção do Trabalho na silvicultura 229.2 Orientações sobre segurança e saúde no desmantelamento de navios 239.3 Guia sobre HIV/SIDA para inspectores do trabalho e fábricas 249.4 Combater o trabalho infantil 259.5 Combater o Trabalho Forçado 269.6 Estratégias para a Economia Informal 279.7 Tratar da Migração 289.8 Outras Referências 29

9.8.1 Publicações 299.8.2 Sítios na internet 29

Textos de Convenções e Recomendações 3010.1 C81 Convenção sobre Inspecção do Trabalho, 1947 3010.2 C129 Convenção sobre Inspecção do Trabalho, 1969 3310.3 R81 Recomendação sobre Inspecção do Trabalho, 1947 3610.4 R82 Recomendação sobre Inspecção do Trabalho, 1947 3710.5 R133 Recomendação sobre Inspecção do Trabalho, 1969 37

Portugal e a cooperação 38

05

10.

11.

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00

Prefácio

Parcerias através da globalização A globalização da economia está a alterar o modo como as pessoas trabalham e os riscos que têm de enfrentar. Estasmudanças na vida profissional de todos exigem uma abordagem integrada, que combine os aspectos técnicos e médi-cos tradicionais com questões sociais, psicológicas, económicas e jurídicas. A globalização exige cada vez mais abor-dagens criativas, holísticas, que tenham em conta as transformações em curso no mundo do trabalho e a emergênciade novos riscos.

As relações tradicionais entre o Estado e os parceiros sociais na indústria e nos serviços têm de se adaptar a este novocontexto. Pelos mesmos motivos, o papel e actividades das inspecções do trabalho devem ser reformulados. Esta con-ferência destina-se a todos aqueles que se dedicam às condições de trabalho e também aos que estão envolvidos nasquestões de segurança, saúde e bem-estar nos locais de trabalho. O seu objectivo é promover a criação de sinergiasentre todas as partes envolvidas, bem como a partilha de informações e experiências sobre boas práticas.

Sistema Integrado de Inspecção do TrabalhoA OIT, com a sua estrutura tripartida, elabora Convenções e Recomendações que se destinam a implementar uma políticaglobal. Através do seu programa "Trabalho Digno, Trabalho Seguro", a OIT pretende confiar novas funções e responsabilida-des às inspecções do trabalho. A ideia subjacente a esse programa é garantir a saúde e segurança dos trabalhadores, mel-horando as respectivas condições de trabalho e assegurando relações de trabalho dignas, através dum Sistema Integrado deInspecção do Trabalho. O sistema inclui a integração de diferentes domínios de inspecção, a integração das acções de fis-calização e aplicação das leis e de aconselhamento, e a integração das actividades de inspecção, com base no princípio "umaempresa - um inspector", que garante uma relação estável entre o inspector, a empresa e os trabalhadores.

As inspecções do trabalho terão, por conseguinte, de lidar com questões tais como a segurança técnica, higiene no tra-balho, organização do trabalho e o controlo do cumprimento da demais legislação laboral de um modo mais integrado,o que exigirá novas competências e saberes especializados. Além disso, haverá necessidade de desenvolver e imple-mentar novas estratégias inspectivas. Os sistemas de inspecção integrada deverão ser capazes de promover políticasde prevenção através duma cultura de partilha dos conhecimentos, aconselhamento especializado e concentração doesforço nas áreas onde ele é mais necessário.

Um fórum para intercâmbiosDurante a sua presidência do Conselho da Europa, o Grão-Ducado do Luxemburgo, juntamente com a OIT, irá propor-cionar uma plataforma para a troca de experiências entre estados e parceiros sociais no que se refere ao papel dos ser-viços de inspecção. A conferência de Mondorf-les-Bainsprocurará construir políticas eficazes, relevantes e infor-madas que ponham em prática um plano de acção desti-nado a implementar um Sistema Integrado de Inspecçãodo Trabalho. Durante os dois dias da conferência, serãoapresentados exemplos de boas práticas no desenvolvi-mento de sistemas integrados de inspecção do trabalho anível nacional e das empresas. O objectivo é criar umamaior consciência, na Europa e no mundo, para o factode, numa abordagem holística, a dimensão social deverser considerada em pé de igualdade com os aspectoseconómicos, financeiros e de protecção ambiental.É chegado o momento de pensar globalmente e de agir anível local.

Assane DiopDirector ExecutivoProtecção Social OrganizaçãoInternacional do Trabalho

François BiltgenMinistro do Trabalhoe EmpregoLuxemburgo

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O trabalho mata maispessoas do que as gue-rras. Cerca de 5000 pes-soas por dia, ou umapessoa cada 15 segun-dos, morrem em conse-quência de acidentes notrabalho e doenças pro-fissionais. Cada ano sãoregistados quase 270milhões de acidentes,

dos quais 350 000 com consequências fatais. Por isso,o direito a condições de trabalho dignas pode ser consi-derado um direito humano fundamental.

As inspecções do trabalho são um dos instrumentosessenciais para pôr em prática esse princípio, e desem-penham um papel central na promoção do cumprimen-to das Normas Fundamentais sobre o Trabalho da OIT,Convenções da OIT e Directivas da UE. As inspecções dotrabalho são as autoridades que, nos Estados, são res-ponsáveis por muitas actividades relacionadas com otrabalho tais como a saúde e segurança, diálogo social,legislação, mecanismos de controlo do mercado, condi-ções de trabalho, luta contra o trabalho ilegal, HIV/SIDAou trabalho infantil, etc.

É fundamental fortalecer as inspecções do trabalho paragarantir níveis elevados de protecção laboral. Em muitospaíses, as inspecções do trabalho funcionam comocatalizadores de processos de reforma das estruturasestatais, bem como dos parceiros sociais, quando setrata de criar uma cultura tripartida sustentável.

As importantes transformações e grandes oportunida-des que temos pela frente convidam-nos para a acção.Tendo em vista a definição de políticas eficazes, apro-priadas e informadas que ponham em prática um planode acção destinado a reestruturar e a melhorar radical-mente as interconexões, eventos como a ConferênciaUE-OIT de Mondorf-les-Bains, em 9-11 de Março de2005, constituem marcos importantes com vista aalcançar o objectivo final de definição dum SistemaIntegrado de Inspecção do Trabalho. É chegado omomento de pensar globalmente e de preparar acçõesa nível nacional.

Ao abrigo do princípio da subsidiariedade, decorrentenomeadamente do disposto no artigo 137º do Tratadoda Comunidade Europeia (Art.º III-209 do tratado queestabelece uma Constituição para a Europa), a promo-ção do emprego e a melhoria das condições de vida etrabalho originou, até agora, uma abordagem dual que

combina as condições mínimas adoptadas a nível euro-peu com legislação nacional (preexistente ou nova) querespeita tradições particulares. As leis sociais e territo-riais garantem a coesão e paz sociais.

Os efeitos da globalização irão alterar o papel dos servi-ços de inspecção do trabalho. O desenvolvimento dumaabordagem integrada da inspecção do trabalho baseadanos princípios de "uma empresa - um inspector", imple-mentação de sistemas de gestão da SST e diálogosocial, significará serviços cada vez mais eficazes e efi-cientes, que optimizem os recursos disponíveis e sejamcapazes de responder a necessidades futuras. O planoda OIT em dez fases para fortalecer as inspecções dotrabalho em todo o mundo é um instrumento concebidonesse sentido para proporcionar a protecção social paratodos.

Um exemplo de uma acção a nível nacional com umimpacte muito mais vasto a nível internacional, foi des-envolvido através de uma auditoria tripartida da OIT noLuxemburgo, de que emergiu uma sugestão de reestru-turação do serviço de inspecção luxemburguês para otornar mais competitivo, eficiente e eficaz, e prepara-lopara os novos desafios do século XXI.

1. Enquadramento1.1 O trabalho mata mais do que as guerras

9. 10.8.7.6.5.4.3.2.1.

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11.

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9.8.7.6.5.4.3.2.1.

A criação da OIT, a sua estrutura tripartida, as suasconvenções e recomendações, bem como as constitui-ções e legislação nacionais definem, em conjunto, umapolítica global. A solidariedade tripartida do Estado comos parceiros sociais determina a política nacional emcada país. A sua aplicação é fiscalizada pelo sistema deinspecção das autoridades competentes ("serviçospúblicos") e sancionada pelos tribunais.

Fonte: Paul Weber, ITM Luxembourg

No que se refere à legislação nacional sobre normas eregulamentos técnicos, a definição de protecção dasaúde dos trabalhadores (bem-estar físico e psicosso-cial) tem de estar solidamente ancorada. A subsidiarie-dade nacional completa - quando tal for necessário - oquadro formal mínimo europeu ou internacional.

Quanto às políticas laborais nacionais, e à protecção emtermos de saúde para os seus cidadãos e para os tra-balhadores enquanto parte da população, cada Estado-Membro está obrigado a preservar a sua liberdade, algoque é inerente ao princípio da subsidiariedade. Asmedidas destinadas a encorajar e promover a coorde-nação a nível internacional serão de natureza comple-mentar, e destinar-se-ão a fortalecer a cooperaçãoentre os Estados Membros e não a harmonizar os res-pectivos sistemas nacionais.

A implementação de políticas de segurança para os tra-balhadores nos locais de trabalho, bem como de pro-moção da saúde dos trabalhadores e de melhoria dascondições de trabalho, é garantida pelos principaisactores a nível operacional e é fiscalizada anualmente.

Para que seja possível pôr em prática um plano deacção nacional que crie um "Sistema Integrado deInspecção do Trabalho" (SIIT), há que proceder por pas-sos sucessivos de acordo com uma estratégia de médioprazo.

1.2. Plano de Acção para um Sistema Integrado de Inspecção doTrabalho (SIIT)

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O objectivo da Convenção Nº 81 é a criação dum sistemade inspecção do trabalho que garanta a aplicação dasdisposições legais em vigor relativas às condições de tra-balho e à protecção dos trabalhadores nos locais de tra-balho, e que alerte a autoridade competente para possí-veis lacunas na lei. Este instrumento aplica-se aos trabal-hadores da indústria, com a possível exclusão, no entan-to, daqueles que trabalham nos sectores das minas e dostransportes. A Convenção Nº 129 propõe a criação dum

sistema de inspecção do trabalho para o sector agrícola,em geral.As Convenções estabelecem as regras principais relativasà criação, organização, meios, poderes e deveres, funçõ-es e competências das inspecções do trabalho, enquantoinstituições que devem garantir o respeito pela protecçãodos trabalhadores no exercício das sua funções, e pro-mover a adopção de legislação adaptada às novas neces-sidades do mundo do trabalho.

FUNÇÕES:As principais funções do sistema de inspecção do tra-balho são:

· garantir a aplicação das disposições legais, emparticular através de visitas de inspecção, bemcom a investigação de reclamações e análisesmateriais, técnicas e administrativas;

· fornecer informações e conselhos técnicos aosempregadores, trabalhadores, e às respectivasorganizações;

· chamar a atenção da autoridade competente paraas deficiências ou abusos não abrangidos pelasdisposições legais existentes.

ESTRUTURA:A estrutura do sistema de inspecção do trabalho consisteessencialmente numa autoridade central e em serviçospor ela supervisionados e controlados. Os inspectores dotrabalho são funcionários públicos e independentes noseu trabalho, cabendo-lhes promover:

· a cooperação entre os serviços de inspecção eoutros serviços estatais e instituições públicas ouprivadas envolvidas em actividades análogas; e

· a colaboração entre os funcionários da inspecção e osempregadores e trabalhadores e suas organizações.

DEVERES:Os inspectores do trabalho:

· não devem ter qualquer interesse directo ou indi-recto nas empresas por si fiscalizadas;

· não devem revelar, sob pena de penalizações oumedidas disciplinares apropriadas, quaisquersegredos de fabrico ou comerciais ou processosprodutivos de que possam vir a ter conhecimentono decurso das suas actividades;

· devem tratar como confidencial a fonte de qualquerreclamação, tal como se devem abster de fornecerao empregador qualquer indicação de que umavisita teve lugar na sequência duma reclamação;

· devem apresentar à autoridade central de inspec-ção, pelo menos uma vez por ano, relatórios sobreos resultados das suas actividades de inspecção.

DIREITOS:Para poderem cumprir eficazmente nos locais de trabalhoas suas funções inspectivas, os inspectores do trabalhodevem dispor de diversos direitos:

· o direito a entrar livremente e a qualquer hora emqualquer local de trabalho que possa ser sujeito ainspecção;

· o direito a realizar qualquer tipo de investigação ede interrogar o empregador, o seu representantee os funcionários da empresa;

· o direito a colher ou retirar para análise amostrasde materiais e substâncias usadas ou manusea-das na empresa, devendo notificar de tal procedi-mento o empregador ou o seu representante;

· o direito a obrigar à afixação de determinadasnotificações exigidas por lei;

· o direito a emitir ordens com vista à eliminaçãode deficiências observadas nas instalações, nasua concepção ou nos métodos de trabalho, quepossam representar um risco para a saúde ousegurança dos trabalhadores.

2. As Convenções Nºs 81 e 129 - aspectos essenciais

9.8.7.6.5.4.3.1. 2.

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2.1. C81 Convenção sobre Inspecção do Trabalho (na Indústriae Comércio), 1947

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A Recomendação apela a que os inspectores do trabal-ho desempenhem um papel preventivo no domínio dasegurança e saúde sempre que abrir um novo estabele-cimento industrial ou comercial, ou for nele iniciadaqualquer actividade, ou montada qualquer nova instala-ção fabril, ou introduzido qualquer novo processo produ-tivo. A Recomendação apela aos Estados para que pro-movam mecanismos de cooperação entre empregadorese trabalhadores com vista a melhorar as condições queafectam a saúde e segurança dos trabalhadores.

A Convenção Nº 81 prevê que as empresas dos sectoresdas minas e transportes possam ser isentadas da suaaplicação por legislação ou regulamentos nacionais. ARecomendação Nº 82 apela aos Estados Membros paraque apliquem a estas categorias de empresas sistemasapropriados de inspecção do trabalho, o mais rapida-mente que as condições nacionais o permitirem, demodo a garantirem a aplicação de disposições legaisrelativas às condições de trabalho e protecção dos tra-balhadores nestes sectores.

2.2. Recomendação sobre Inspecção do Trabalho Nº 81

2.3. Recomendação sobre Inspecção doTrabalho Nº 82

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2.4. C129 Convenção sobre a Inspecção do Trabalho (Agricultura), 1969

2.5. Recomendação sobre Inspecçãodo Trabalho (Agricultura) Nº 133

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FUNÇÕES E ESTRUTURA:· A autoridade competente, ouvidas as organizaçõ-

es mais representativas dos empregadores e tra-balhadores em questão, define a linha de demar-cação entre a agricultura, por um lado, e a indús-tria e o comércio, por outro, de modo a não excluirqualquer empresa agrícola do sistema nacional deinspecção do trabalho.

· O âmbito do sistema de inspecção inclui todas as"empresas agrícolas".

Empresas agrícolas: empresas ou par-tes de empresa cujo fim seja o cultivo,a criação de animais, a silvicultura, ahorticultura, a transformação primáriade produtos agrícola pelo exploradorou quaisquer outras formas de activi-dade agrícola.

· Algumas funções inspectivas podem ser delega-das, a nível regional ou local, em serviços estataisadequados, enquanto entidades auxiliares; ouesses serviços podem ser associados ao exercíciodas funções inspectivas em questão, no respeitopelos princípios da Convenção.

DIREITOS E DEVERES:As competências e obrigações dos inspectores do trabal-ho regem-se por disposições análogas às que constamda Convenção Nº 81. Adicionalmente, e com o objectivode protegerem as pessoas que trabalham em empresasagrícolas (rendeiros, meeiros, membros de cooperativas),os inspectores do trabalho no sector agrícola:

· podem ver-lhes confiada a aplicação das disposi-ções legais relativas às condições de vida dos tra-balhadores e suas famílias;

· podem também ser associados ao controlo pre-ventivo das empresas agrícolas no que se refereàs questões de segurança e saúde;

· podem ser associados a qualquer investigaçãosobre as causas dos acidentes de trabalho oudoenças profissionais mais graves.

A Recomendação sugere a extensão das funções da ins-pecção do trabalho na agricultura de modo a incluir a cola-boração com os serviços técnicos competentes, de modoa auxiliar os produtores agrícolas, seja qual for o seu esta-tuto, a melhorar as respectivas explorações e as condiçõ-es de vida e trabalho das pessoas que nelas trabalham.

É recomendado que a inspecção do trabalho na agri-cultura esteja associada à aplicação das disposiçõeslegais relativas a:

· formação profissional dos trabalhadores;· serviços sociais na agricultura;· cooperativas; e· frequência da escolaridade obrigatória.

O documento também fornece orientações relativamen-te às acções educativas e campanhas destinadas agarantir o cumprimento escrupuloso das disposiçõeslegais, em particular aquelas que dizem respeito àsaúde e segurança das pessoas que trabalham emempresas agrícolas.

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As origens das inspecção do trabalho podem ser encon-tradas, na Europa e possivelmente noutras regiões, nosprimórdios do século XIX, inicialmente para proteger os"aprendizes" no seu trabalho, através de legislação cujaaplicação era fiscalizada, de modo algo inadequado, porcomissões de natureza voluntária, a que se seguiria anomeação dos primeiros inspectores em 1833.

Desde esses tempos que o âmbito das actividades dosinspectores do trabalho se alargou consideravelmente,embora continuem a existir diferenças significativasentre Estados Membros que decorrem de costumes epráticas locais.

Quando a OIT foi fundada, após a Primeira GuerraMundial, a sua Constituição incluía uma exigência deque todos os Estados Membros criassem sistemas deinspecção do trabalho. Subsequentemente, foram apro-vados diversos instrumentos que criaram as bases da

inspecção do trabalho, como a conhecemos hoje, masnuma base voluntária.

Cerca de 25 anos mais tarde, foi promulgada aConvenção sobre Inspecção do Trabalho, 1947 (Nº 81),que nos anos que se seguiram foi ratificada por mais de130 Estados Membros. Essa Convenção permaneceactual e os princípios que consagra constituem a basedeste documento. Seguiu-se a aprovação doutrasConvenções importantes, por ex. a Convenção sobreInspecção do Trabalho (Agricultura), 1969 (Nº 129), edas principais Convenções que tratam da questão dotrabalho infantil, em 1973 (Nº 138) e 1999 (Nº 182).Estes instrumentos não vieram substituir, antes comple-tar, a C81 e o papel central que representa.

Fonte: Albracht, Treichel, Ellis: "Labour Inspection Principles Worldwide", Marçode 2005.

3. Fortalecimento da Inspecção do Trabalho 3.1. A OIT e a Inspecção do Trabalho

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A OIT levou a cabo um projecto sobre inspecção do tra-balho integrada entre 1999 e 2005. O exemplo daBulgária mostra que é possível melhorar o desempenhoglobal dum serviço de inspecção do trabalho com umesforço financeiro modesto, desde que exista vontadepolítica e organizativa para melhorar os serviços.

A estratégia do projecto baseou-se numa concepçãomoderna do papel dos inspectores do trabalho, enquan-to responsáveis pela fiscalização e aplicação da legis-lação e conselheiros de empregadores e trabalhadores.Considerou-se que o processo de transição podia sersignificativamente acelerado melhorando a gestão dosrecursos humanos e, em especial, formando e recon-vertendo os funcionários do serviço de inspecção. Estasacções de formação e reconversão foram consideradasuma condição indispensável para o êxito da reforma doserviço.

As actividades desenvolvidas no âmbito do projectoseguiram os princípios consagrados nas Convençõesda OIT Nºs 81 e 129 (Inspecção do Trabalho), Nº 150(Administração do Trabalho), Nº 155 (Segurança eSaúde dos Trabalhadores) e a Directiva-Quadro da UEsobre Segurança e Saúde no Trabalho (89/391/EEC).

Desde 2002 que o quadro de pessoal da Inspecção-Geral do Trabalho da Bulgária tem vindo a ser alargado,na sequência das novas competências atribuídas à ins-tituição (fiscalização do cumprimento da lei relativa àprotecção do emprego e do estatuto da função pública).Todos os novos inspectores receberam formação ini-cial, sobretudo em inspecção integrada.

A Conferência Final, realizada na Bulgária em Abril de2004, revelou que o projecto alcançou resultadosexcepcionais. Não só foram atingidos os objectivos pre-vistos, como foi criado um modelo para a formação emsistemas integrados de inspecção que pode ser pros-seguido por muitos países da Europa Oriental e noutrasregiões do mundo.

Os representantes dos parceiros sociais declararam ofi-cialmente que o projecto provocara uma alteração naatitude dos inspectores e parceiros sociais, levando aque "na hora de falar de segurança e saúde falamostodos o mesmo idioma. O projecto teve um impactedirecto sobre os parceiros sociais, facilitando o diálogoe a colaboração tripartida em questões de inspecção dotrabalho."

Mais de 300 inspectores foram treinados em módulosconcebidos por formadores búlgaros sob a orientaçãoda Inspecção do Trabalho. As acções de formação per-mitiram aos antigos inspectores de saúde compreendermelhor as questões de segurança, e aos inspectores desegurança adquirir mais conhecimentos sobre questõ-es de saúde, para que uns e outros possam realizar ins-pecções "integradas".

Utilizando uma abordagem moderna de temas como ascompetências e o aconselhamento, o projecto desen-volveu um curso sobre as competências sociais dosinspectores do trabalho. Tratou-se duma iniciativa queteve ampla aceitação por parte, não apenas dos ins-pectores formados, mas também dos parceiros sociais.

Com base na experiência de formação adquirida naBulgária, mas também em iniciativas realizadas noVietname, em países africanos anglófonos do ARLAC(Centro Regional Africano de Administração doTrabalho), e noutras regiões do mundo, o sectorSafeWork da OIT, em colaboração com outros departa-mentos, está presentemente a desenvolver um"Sistema Integrado de Formação em Inspecção doTrabalho (SIFIT)", para promover este conceito a umaescala mais alargada e para partilhar as boas práticasinternacionalmente, permitindo a outros países benefi-ciar do alcance e resultados do projecto búlgaro.

Na sequência do exemplo da Bulgária, a Sérvia iniciourecentemente um projecto análogo de inspecção inte-grada, promovido pela OIT e financiado pela USDOL.

3.2. Estudo de caso - BulgáriaFormação para a criação de um sistema integrado daInspecção do Trabalho

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Os quatro componentes-chave de um Sistema Integrado de Inspecção do Trabalho - SIIT:

1. Um manual de "formação de formadores" que garanta a implementação sustentável de políticas deformação em inspecção do trabalho.

2. Um manual de competências sociais que permita aos inspectores adoptar a abordagem correctadurante uma inspecção.

3. Um manual de organização do trabalho - desde as verificações de rotina às inspecções de qualidadeeficazes e eficientes, inspiradas nos dez passos para fortalecer as inspecções do trabalho.

4. Manuais sectoriais, inspirados na experiência búlgara.

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Um dos objectivos do SafeWork da OIT é promover a rati-ficação das Convenções sobre segurança e saúde no tra-balho, que constituem a base para a existência de um sis-tema de SST nos Estados Membros da OIT.

Uma auditoria realizada em 2002 pelo SafeWork paraavaliar a estrutura, desempenho e capacidades da ins-pecção do trabalho no Luxemburgo revelou que a mel-hor forma de conseguir a ratificação de tais instrumen-tos é através da assistência em domínios técnicos. Aauditoria teve um impacte significativo. Não só oLuxemburgo seguiu as sugestões feitas, reorganizandoos seus serviços de inspecção à luz das ConvençõesNºs 81, 129, 155 e outras, como foi lançado um amplodebate acerca da inspecção do trabalho e SST. OEstado e os parceiros sociais têm estado a trabalharconjuntamente com vista a fazer avançar o processo deratificação. Graças à forte vontade política e empenha-mento de todas as partes, o Ministro do Trabalho eEmprego, Sr. Biltgen, pôde declarar recentemente queo Luxemburgo tenciona ratificar 21(!) Convenções daOIT sobre segurança e saúde no trabalho. O ministro

O Ministério do Trabalho do Ontário aumentou o númerode inspectores do trabalho em 50% para 400 inspecto-res. No entanto, os 200 inspectores adicionais não sãopagos pelo Ministério, mas pela agência seguradora,que passou a disponibilizar anualmente uma verba de28 milhões de dólares canadianos. Os inspectoresrecém-recrutados concentraram-se apenas em 2% dasempresas do Ontário, sobretudo aquelas que apresenta-vam um pior desempenho em termos de SST e que eramresponsáveis por 10% das lesões que resultam emtempo de trabalho perdido e responsáveis por 20% dosencargos com indemnizações. Os resultados foramespectaculares: o Ontário regista agora menos 9000lesões anualmente e a agência seguradora conseguiureduzir em 45 milhões de dólares canadianos os seusencargos com indemnizações aos trabalhadores.

Fonte: Prof. Cameron Mustard, Presidente do IWH Toronto, Canadá. Comunicaçãoà Conferência WorkingOnSafety.Net, 31 de Agosto-3 de Setembro, Dresden,Alemanha.

declarou ainda que "a auditoria criou uma base sólidapara o processo de reestruturação da inspecção do tra-balho", acrescentando que "a OIT pode dar contribui-ções muito válidas para o trabalho que os EstadosMembros devem realizar". Isto demonstra que aConvenção Nº 81 sobre inspecção do trabalho podeservir para abrir as portas à cooperação técnica nosdomínios da segurança e saúde no trabalho. E dá maisênfase à necessidade de ratificação das Convençõesda OIT, mostrando que esta organização dispõe de ins-trumentos valiosos e eficazes de cooperação técnicana assistência aos Estados Membros na criação, rees-truturação ou revitalização dos seus sistemas integra-dos de inspecção do trabalho e de SST.

A experiência do Luxemburgo pode servir de modelo paraoutros países da UE. De acordo com as autoridadesluxemburguesas, os relatórios adicionais que terão de serelaborados sobre as Convenções a ratificar não constitui-rão uma sobrecarga, uma vez que o país está de qualquermodo obrigado a fazer tais relatórios para a UE.

3.3. Luxemburgo: uma história de sucesso. Auditorias tripartidas e adinâmica de ratificação das Convenções da OIT

3.4. Estudo de caso - Ontário, Canadá. Construir um ServiçoPúblico no Ontário para o Futuro.

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9.8.7.6.5.4.2.1. 3. 10. 11.

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Em 2003, a Conferência Internacional do Trabalho adop-tou uma nova "Estratégia Global para a Segurança eSaúde no Trabalho". Essa estratégia pretende prevenir econtrolar os perigos e riscos, bem como desenvolver eaplicar novas estratégias e soluções para perigos e ris-cos bem conhecidos. A estratégia também reconhece anecessidade de atribuir maior importância à SST a nívelinternacional, nacional e das empresas e de envolvertodos os parceiros sociais num processo de criação esustentação de mecanismos para uma melhoria contí-nua dos sistemas de SST nacionais. Os pilares funda-mentais desta estratégia global para a SST incluem acriação e manutenção duma cultura nacional de preven-ção da segurança e saúde, e a introdução duma abor-dagem sistémica da gestão da SST.

A OIT identificou quatro instrumentos principais paraimplementar essa Estratégia Global:

a. assistência e cooperação técnicas;

b. desenvolvimento, gestão e disseminação doconhecimento;

c. colaboração internacional; e

d. fortalecimento das políticas nacionais de SST.

O sistema de gestão da segurança e saúde no trabalhoda OIT (ILO-OSH 2001), que pode ser adaptado e aper-feiçoado através da legislação e das políticas de cadapaís, e implementado a nível das empresas, desempen-

ha um papel importante na Estratégia Global. No entan-to, são necessários parceiros competentes a nível nacio-nal e das empresas para tornar a "visão de zero aciden-tes/incidentes" uma realidade. Os sistemas de gestãoda segurança e saúde no trabalho permitem aos ins-pectores do trabalho compreender rapidamente os flu-xos de trabalho nas empresas, identificar os perigos, efornecer conselhos competentes aos trabalhadores eempregadores.

A experiência revela que uma sólida cultura da seguran-ça é benéfica tanto para os trabalhadores, como para osempregadores e as autoridades. Existem diversas técni-cas de prevenção que se provaram eficazes, tanto paraevitar acidentes nos locais de trabalho, como para mel-horar o desempenho das empresas. Os níveis elevadosde segurança que se verificam actualmente em algunspaíses são uma consequência directa de políticas delongo prazo que encorajaram o diálogo social tripartidoe a negociação colectiva entre sindicatos e trabalhado-res, bem como de legislação eficaz sobre saúde e segu-rança, apoiada por uma Inspecção do Trabalho de qua-lidade. Um outro elemento importante da EstratégiaGlobal é o Dia Mundial da Segurança e Saúde noTrabalho, em que existe um enfoque na promoção dumacultura de segurança e saúde nos locais de trabalho portodo o mundo. Para mais informações sobre a EstratégiaGlobal e o Dia Mundial, consultar: www.ilo.org/safework.

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4. Uma estratégia global para a segurança esaúde no trabalho

9.8.7.6.5.3.2.1. 4. 10. 11.

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· Cada dia, uma média de 5000 pessoas morre emconsequência de acidentes de trabalho ou doençasprofissionais.

· Os trabalhadores sofrem aproximadamente 270 milhõ-es de acidentes de trabalho por ano (com consequên-cias fatais e não-fatais) e há cerca de 160 milhões deocorrências de doenças profissionais. Num terço des-tes casos, a doença é responsável pela perda de qua-tro ou mais dias de trabalho.

· Todos os anos ocorrem cerca de 350 000 mortes emlocais de trabalho. Calcula-se que cerca de metadedessas mortes ocorram na agricultura, o sector queemprega metade da força de trabalho mundial.Outros sectores de alto risco são as minas, o sectorda construção e a pesca comercial.

· A perda de PIB resultante dos custos associados àsmortes e doenças profissionais é 20 vezes superior atoda a assistência oficial ao desenvolvimento forneci-da aos países em vias de desenvolvimento.

· Todos os anos morrem 22 000 crianças a trabalhar.· As substâncias perigosas matam todos os anos

440 000 trabalhadores. Só o amianto é responsávelpor cerca de 100 000 vidas.

· Em conjunto, as doenças cardíacas e as lesões mús-culo-esqueléticas são responsáveis por mais de meta-de dos custos imputáveis a doenças profissionais.

· A maioria dos 100 milhões de empresas do mundosão pequenas empresas. No mundo, mais de umbilião de trabalhadores, dum total de 3 biliões, sãotrabalhadores por conta própria na agricultura ou tra-balham em pequenas empresas.

5. Estatísticas de base sobre SST a nível mundial

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5.1. Estatísticas de base - a segurança em números

Força de trabalho a nível mundial: 2,8 biliões

Mortes relacionadas com acidentes de trabalho: 2,2 milhões

Acidentes de trabalho: 270 milhões

Doenças profissionais: 160 milhões

PIB mundial (rendimento): 30 000 biliões USD

PIB perdido em acidentes/doenças: 4%

Número de iletrados: 1000 milhões

Número de pessoas em situação de pobreza: 1000 milhões

Número de crianças trabalhadoras: 246 milhões

9.8.7.6.4.3.2.1. 5.

Todos os anos, dois milhões de mulheres e homensmorrem em consequência de acidentes de trabalho edoenças profissionais. Em todo o mundo, há anual-mente cerca de 270 milhões de acidentes de trabalhoe 160 milhões de ocorrências de doenças profissio-nais. A OIT estima que quatro por cento do ProdutoInterno Bruto (PIB) mundial é perdido todos os anos emresultado de acidentes de trabalho e doenças profis-sionais.

A OIT nunca aceitou a ideia de que as lesões e doenças"fazem parte do trabalho". Num contexto de globalização,o novo desafio consiste em garantir que um número cres-

cente de trabalhadores dispõe de ambientes de trabalhoseguros e saudáveis.

Nos países em vias de desenvolvimento, a maioria dosacidentes de trabalho e doenças profissionais ocorreem sectores primários da actividade económica, taiscomo a agricultura, pescas e silvicultura, minas econstrução. Baixos níveis de literacia e uma formaçãoinadequada no que se refere a métodos seguros detrabalho resultam em taxas de mortalidade elevadasrelacionadas com fogos e exposição a substânciasperigosas que afectam, entre outros, aqueles que tra-balham no sector informal da economia.

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A luta por uma globalização justa representa, para osEstados e os parceiros sociais, uma oportunidade extraor-dinária para dinamizarem a sua base de conhecimentos,mostrarem como o diálogo permite alcançar resultadosmelhores para todos, e promoverem mecanismos triparti-dos nos processos de decisão a nível nacional e interna-cional. O modo como os Estados, as organizações patro-nais, os sindicatos e a nossa Organização contribuírempara a construção duma dimensão social para a globali-zação determinará a relevância dos mecanismos triparti-dos no início do século XXI.

O papel que os inspectores do trabalho deverão desem-penhar num mundo globalizado não deve ser subestimado.São eles quem tem um impacte directo sobre os locais detrabalho, podendo, por isso, ser o vector que tornará o tra-balho digno uma realidade. Na próxima década, as relaçõ-es internacionais serão dominadas pelos esforços no sen-tido de se alcançar uma globalização justa e trabalho dignopara todos e esse processo será um teste de liderança atodos os níveis. A prossecução de tais objectivos exigiráuma melhor governação a nível nacional e global. Serãonecessárias acções mais eficazes e melhores políticas anível local, nacional e regional para melhorar as capacida-des económicas e sociais, fortalecer as instituições e pro-mover a igualdade de género, a representação e o diálogo.

Há necessidade de um acordo sobre regras justas para ocomércio internacional, o investimento e movimentos decapitais e pessoas, que tenham em conta diferentesnecessidades e capacidades. Isso exige a intensificaçãodos processos de diálogo a todos os níveis, juntando osprincipais actores para que, em conjunto, encontrem eapliquem soluções para as grandes questões globais. Umaglobalização justa exige também uma maior atenção aonível nacional, para uma melhor governação, uma agendaeconómica e social integrada e coerência de políticasentre as instituições globais. Nesta linha, os decisores polí-ticos nacionais devem utilizar os recursos disponíveis nasinspecções do trabalho e fortalecer as suas capacidades.

6. A Inspecção do Trabalho como vector dedesenvolvimento

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6.1. Fazer do trabalho dignoum objectivo global

seguinte, uma maior motivação dos trabalhadores e des-empenho económico das empresas.

Sem a fiscalização, o aconselhamento competente e ospoderes de execução coerciva dos inspectores do trabal-ho, os empregos arriscam-se a ter uma natureza instável.

A inspecção do trabalho também desempenha um papelimportate na redução da pobreza, especialmente nodomínio da segurança e saúde no trabalho. A soluçãopara sair da pobreza é oferecer às pessoas empregos dig-nos com uma perspectiva de longo prazo. Para tal sãonecessárias boas normas e regras de segurança e saúdeno trabalho, que originem menos acidentes, um melhorestado de saúde, uma redução do absentismo e, por con-

6.3. Redução da pobreza

6.2. Uma globalização justa

Numa abordagem holística, a prevenção dos acidentes detrabalho e das doenças profissionais, a promoção de umavida profissional longa e saudável e o investimento numacultura de prevenção, permitirão às empresas ser maiscompetitivas num mundo globalizado. Muitas empresasmultinacionais estão já a partilhar a sua experiência comos trabalhadores e a sociedade civil. O envolvimento dasdiferentes partes interessadas pode estimular iniciativasjá existentes e motivar a comunidade global a melhorar ascondições de trabalho a todos os níveis. A ConferênciaInternacional sobre Cultura da Saúde e Segurança:Desenvolvimento Sustentável através duma CidadaniaEmpresarial Responsável, que se realizou em Düsseldorf,na Alemanha, mostrou que a segurança e saúde no tra-balho são elementos fundamentais da ResponsabilidadeSocial das Empresas (RSE).

Existem também razões fortes para envolver os inspecto-res do trabalho nas questões de responsabilidade socialdas empresas e de gestão da cadeia de fornecedores, demodo a que possam fazer sentir a sua influência junto dasempresas mais pequenas. Deste modo, os operadoresglobais e os serviços nacionais de inspecção do trabalhopoderão levar mais longe as exigências consagradas nalei e aplicar as mesmas normas e regras a todas asempresas de cada país.Fontes: European Agency for Safety and Health at Work: Corporate Social Responsibilityand Safety and Health at Work, Luxemburgo, 2004, ISBN 92-9191072-4.Relatório da Conferência: Health and Safety Culture: Sustainable Developmentthrough Responsible Corporate Citizenship/CSR, 27-29 de Outubro de 2003,Düsseldorf, Alemanha, publicado pelo BIT.

Os serviços de inspecção do trabalho são capazes delidar com questões globais a nível local. Para que sejambem sucedidos nessa tarefa, devem desenvolver constan-temente um conjunto de diferentes políticas em domínioscomo as relações laborais, produtividade das inspecçõesdo trabalho, desenvolvimentos tecnológicos, grupos vul-neráveis ou marginais, HIV/SIDA nos locais de trabalho, ea extensão da fiscalização dos serviços de inspecção atodos os sectores de actividade: economia formal e infor-mal, urbana e rural, comercial e não-comercial, agricultu-ra, silvicultura, pescas, transportes, etc.

6.4. Alargar a influência dosparceiros sociais/RSE

6.5. A resposta da Inspecção doTrabalho às questões globais

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A aplicação das Normas Fundamentais sobre o Trabalho(NFT) e os seus efeitos a nível nacional podem serpotenciados se forem fortalecidas as capacidades dosserviços de inspecção do trabalho nacionais. Os inspec-tores têm um papel essencial a desempenhar, uma vezque as inspecções do trabalho são muitas vezes a únicaautoridade com acesso directo e impacte sobre oslocais de trabalho. Assim sendo, os inspectores devemser mobilizados para promover o conhecimento sobre asNFT nos locais de trabalho e a sua aplicação. Ao con-trário do que sucede com os sistemas de monitorizaçãoprivados, que são frequentemente criados apenas parafuncionarem durante projectos específicos, os sistemasde inspecção do trabalho são uma solução sustentávele que garante um envolvimento a longo prazo. Assimsendo, as inspecções do trabalho podem integrar os

princípios do Trabalho Digno e do Trabalho comQualidade em todas as suas funções, programas e acti-vidades. Estes serviços dispõem à partida de informa-ção sobre os locais de trabalho e os seus problemasespecíficos, e podem fornecer informações técnicas econselhos aos empregadores e trabalhadores. O conhe-cimento que possuem dos locais de trabalho tambémlhes permite contribuirem para a formulação das políti-cas laborais nacionais. Se os serviços de inspecção dotrabalho nacionais forem fortalecidos, existirá uma auto-ridade competente que pode fiscalizar a aplicação dasNormas Fundamentais sobre o Trabalho, as questões desaúde e segurança e muitos outros aspectos relaciona-dos com o trabalho e o mercado de trabalho a nívelnacional, regional e comunitário.

7. A influência das normas internacionais dotrabalho no desenvolvimento

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O objectivo do SafeWork é promover as oito NormasFundamentais sobre o Trabalho, as Normas sobre Saúdee Segurança no Trabalho e a agenda do Trabalho Digno,através duma consciencialização para as questões deSST e do apoio aos países em vias de desenvolvimentona elaboração de legislação e na criação de programasque defendam os direitos humanos dos trabalhadores aum ambiente de trabalho seguro e saudável.

Mas a inspecção do trabalho também abrange outros domí-nios relacionados. O núcleo de Desenvolvimento de Sistemasde Inspecção do SafeWork promove por isso a cooperaçãocom um conjunto vasto de outros departamentos da OIT (quetratam de questões como o trabalho infantil, condições detrabalho, actividades sectoriais, diálogo social, normas jurídi-cas, etc.) e de outros actores na cena internacional, taiscomo a Associação Internacional de Inspecções do Trabalho(IALI/AIIT), Comité dos Altos Responsáveis das Inspecções doTrabalho (SLIC/CARIT) e os Centros Regionais Africanos paraa Administração do Trabalho nos países africanos anglófonose francófonos (ARLAC e CRADAT).

SafeWork é o ponto focal para todas as questões rela-cionadas com a inspecção do trabalho e o organismo

responsável pela formulação de políticas de inspecçãodo trabalho. A página na internet do SafeWork, emwww.ilo.org/safework fornece um conjunto de fontes deinformação sobre inspecção do trabalho.

Um serviço de inspecção adequado deve dispor definanciamento generoso, um número suficiente de ins-pectores do trabalho e uma estratégia de inspecçãobem delineada. Um sistema integrado de inspecção é amelhor forma de realizar inspecções e de maximizar osrecursos do serviço. Com este sistema cada inspectordo trabalho recebe informação e recursos para inspec-cionar, adequadamente e por si só, os locais de trabal-ho. Desta forma evitam-se as visitas repetidas dos ins-pectores aos mesmos locais de trabalho.

Para ajudar os serviços de inspecção do trabalho, oSafeWork elaborou um guia intitulado "Dez Passos paraFortalecer a Inspecção do Trabalho". Este documentofornece aos decisores políticos e inspectores do trabal-ho uma visão de conjunto sobre as práticas inspectivasbem como orientações sobre o modo de estruturar umserviço de inspecção, sobre questões de política, forma-ção e actividades de inspecção.

8. SafeWork e inspecção do trabalho8.1. A visão da Inspecção do Trabalho

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8.2. Dez passos para fortalecer a Inspecção do Trabalho

1

2345

678910

1. Criação duma estrutura e organização apropria-das: reformulação das políticas nacionais laboral, deinspecção do trabalho e de recursos humanos, dapolítica interna e da política de fiscalização e aplica-ção da legislação, para as alinhar com as NormasFundamentais sobre o Trabalho e as adaptar às dife-rentes circunstâncias dos Estados Membros.

2. Melhor utilização dos recursos: garantir que, em casode escassez de recursos, o rácio inspector/trabalhado-res corresponde com rigor às dotações financeiras.

3. Introdução de acções de formação eficazes: desenvol-ver um conceito de formação eficaz que seja claro, espe-cífico, e desenhado à medida dos diferentes países,e quedê origem a uma integração dos inspectores especializa-dos e generalistas orientada para a prevenção.

4. Um papel activo para os inspectores do trabalho: cria-ção dum papel triplo para os inspectores do trabalho: fis-cal, conselheiro e agente da autoridade responsável pelaaplicação da lei, com uma missão genérica de orientação.

5. Integração das inspecções: reformulação dospapéis dos serviços de inspecção especializados egeneralistas, para permitir o desenvolvimento dumamentalidade de "um inspector - uma empresa".

6. Publicitação das Melhores Práticas inspectivas:criação dum plano de inspecções que defina a fre-quência das inspecções e estratégias de prevenção.

7. Disponibilizar instrumentos para a gestão dos sistemase os inspectores do trabalho: centralizar informaçõescomo as relativas aos produtos químicos usados nasempresas, investigação activa e formação no posto detrabalho sobre questões políticas e correntes importantes.

8. Questões relacionadas com as tarefas a desem-penhar: promover o papel importante do diálogosocial entre outras abordagens de natureza sectorial.

9. Enfatizar a importância do trabalho em rede: for-necer aos serviços de inspecção conhecimentos, for-mação, apoio financeiro e apoio técnico especializa-do através dum intercâmbio constante de informaçãocom outras organizações como a IALI/AIIT ou o CIS.

10. Outras questões: tomar medidas para combatera corrupção e outros desafios que afectam presen-temente as inspecções do trabalho.

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O plano de dez passos também serviu de base à confe-rência organizada conjuntamente pelo ARLAC/IALI(AIIT)/OMS/OIT sobre "Estratégias para a saúde e segu-rança no trabalho no século XXI: o papel das inspecçõesdo trabalho", que teve lugar entre 22-24 de Novembro de2004 nas Ilhas Maurícias, e que resultou na adopçãodum plano de acção que inclui os seguintes elementos:

1. O fortalecimento da Inspecção do Trabalho na RegiãoAfricana, decidida pelo conselho dos ministros do ARLACreunido em Junho de 2004, e o fortalecimento da saúdee segurança no trabalho na Região, decidida pelos minis-tros africanos da Saúde, reunidos em Setembro de 2004.

2. A promoção da aplicação da Normas sobre Inspecçãodo Trabalho e o desenvolvimento de sistemas modernosde inspecção do trabalho, com o objectivo de conceberestratégias mais adequadas para melhorar as condiçõesde trabalho a nível nacional e das empresas, incluindoPMEs, o sector da economia informal e o sector agrícola,e tendo em conta a vulnerabilidade e os interesses espe-ciais de certos grupos, em relação, nomeadamente, aoHIV/SIDA e às profissões mais perigosas.

Em todos os países existe necessidade de promover asligações fortes que existem entre desenvolvimento eco-nómico e serviços de inspecção do trabalho e de SSTbem organizados, tanto a nível nacional como das empre-sas; e uma necessidade urgente de modernizar e capaci-tar os serviços de inspecção, investindo na promoçãoduma cultura de prevenção tal como definida naEstratégia Global de SST.

Existe também a necessidade de modernizar a legislaçãosobre SST nos diferentes países, especialmente paraapoiar a participação de todos os parceiros sociais napromoção de SST e para encorajar a harmonização dalegislação sobre SST e as políticas de fiscalização e apli-cação da lei nos diversos blocos económicos regionais.

3. As ligações fortes que existem entre, por um lado, asegurança e saúde no trabalho e, por outro, questõeseconómicas e sociais importantes como o HIV/SIDA, tra-balho infantil, emprego, produtividade, redução da pobre-za e promoção de Trabalho Digno. Estes aspectossomam-se à identificação dos desafios e definição deprioridades para melhorar a inspecção do trabalho naregião, para os quais a Conferência elaborou um plano detrabalho a apresentar ao Conselho de Administração doARLAC.

4. A necessidade urgente, em África e noutras regiões domundo, de:a. Desenvolver políticas nacionais e regionais de segu-

rança e saúde no trabalho (SST), relativamente àsquais existe um forte empenhamento político;

b. Modernizar os quadros legislativos nacionais e trabal-har no sentido duma harmonização da legislação sobreSST a nível (sub)-regional;

c. Aproveitar e expandir as parcerias a nível internacio-nal, nacional e local, incluindo nelas os parceirossociais, a colaboração interministerial (em particularentre ministérios do trabalho e da saúde) e as parce-rias entre o sector público e o sector privado;

d. Modernizar e capacitar os serviços de inspecção,investindo numa cultura de prevenção;

e. Aumentar os esforços para "alcançar aqueles a que aindanão se chegou", especialmente no sector informal daeconomia, no trabalho infantil e nos sectores de elevadorisco;

f. Maior envolvimento em questões relacionadas com oHIV/SIDA;

g. Desenvolver os instrumentos necessários para fortale-cer, apoiar, monitorizar e avaliar os programas e inicia-tivas nacionais de SST, incluindo instrumentos de ava-liação comparativa (benchmarking) tais como o"Scoreboard".

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9.7.6.5.4.3.2.1. 8. 10. 11.

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A Convenção Nº 81 refere um conjunto de direitos eobrigações dos inspectores do trabalho e, ao mesmotempo, assegura-lhes estabilidade de emprego e garan-te a sua independência de alterações nos governos ouinfluências exernas inconvenientes (Art.º 6). AConvenção não foi redigida para benefício exclusivo detrabalhadores e empregadores, mas protege igualmenteos inspectores no seu trabalho.

O número crescente de casos de violência contra osinspectores de trabalho por todo o mundo exige acçõesdeterminadas. Trata-se dum fenómeno que não agrada,nem os parceiros sociais, nem às autoridades. O direitoa condições de trabalho dignas pode ser consideradoum direito humano fundamental. No entanto, inspecto-res do trabalho foram mortos em serviço em França e noBrasil.

A 2 de Setembro, os inspectores do trabalho DanielBuffière e Sylvie Trémouille foram mortos a tiro por umagricultor francês na Dordogne, antes que pudessemfiscalizar os contratos dos trabalhadores sazonais quetrabalhavam na exploração.

No Brasil, o recurso à violência física contra inspectoresdo trabalho é recorrente. Os inspectores do Ministériodo Trabalho viajam pelo país geralmente acompanhadospor agentes armados da polícia federal. Existe a convic-ção generalizada de que o assassínio ao estilo dumaexecução dos inspectores do trabalho Nelson José daSilva, Eratóstenes de Almeida Gonçalves e João BatistaSoares Lage a 24 de Janeiro de 2004, esteve relacio-nado com uma rusga numa plantação de soja que, ale-gadamente, recorria a trabalho em regime de escrava-tura.

Apenas com um forte apoio político das autoridadesserá possível garantir que este tipo de violência nãovolta a acontecer noutras partes do mundo.

A OIT apoia e acolhe favoravelmente a iniciativa doMinistério dos Assuntos Sociais, Trabalho eSolidariedade francês, que pretende elaborar um guiaprático sobre os direitos e deveres dos inspectores dotrabalho. O Ministério criou um grupo de trabalho multi-disciplinar em que a OIT também está representada.

Fonte: Odile Lautard, Labour Inspection as an actor in development - the actiondriven deontology of the labour inspectorate, comunicação à ConferênciaWorkingOnSafety.Net, realizada entre 31 de Agosto e 3 de Setembro de 2004,Dresden, Alemanha.Jukka Takala, "L'inspection est mal vue par les gouvernements", quinta-feira, 16de Setembro de 2004, La Libération

8.3. Direitos e deveres dos inspectores do trabalho

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Estas orientações abordam algumas das principaisquestões e princípios gerais das normas sobre o trabal-ho e sua inspecção no sector da silvicultura. As orienta-ções destinam-se a três grupos de utilizadores princi-pais, nomeadamente os inspectores do trabalho, admi-nistradores florestais (indivíduos e equipas responsáveispela gestão e operação de empresas florestais e pelaimplementação das normas sobre o trabalho nas suasorganizações, incluindo empregadores, administradoresde topo, funcionários, fornecedores de bens e serviços,trabalhadores por conta própria e pequenos proprietá-rios florestais) e entidades formadoras e educativas res-ponsáveis pela formação tanto dos administradores flo-restais como dos inspectores.

As condições de trabalho e o ambiente de trabalho nasilvicultura têm características particulares que o distin-guem de muitos outros sectores da actividade económi-ca. Os locais de trabalho são geralmente temporários edispersos; as instalações são mais difíceis de conseguirdo que em locais de trabalho permanentes; as condiçõ-es climatéricas, topográficas e biológicas, e o grandenúmero de trabalhadores sazonais e com contratos atermo certo têm um impacte significativo sobre as ques-tões laborais e o bem-estar dos trabalhadores.

Na maioria dos países, o sector silvícola caracteriza-sepela existência dum serviço florestal de natureza públi-ca/estatal, algumas grandes empresas de natureza inte-grada, e uma grande diversidade de explorações e uni-dades industriais de pequena e média dimensão.

As Orientações sublinham que a responsabilidade pelarealização de inspecções do trabalho reside, em primei-ro lugar, nos serviços de inspecção do trabalho. Énecessário um esforço de formação significativo paragarantir inspecções do trabalho competentes. Os ins-pectores precisam de ser competentes nos aspectostécnicos da silvicultura e do trabalho florestal, mas tam-bém devem saber como comunicar da forma mais ade-quada e útil as conclusões das suas inspecções.Algumas sugestões sobre os requisitos de formaçãoneste domínio podem ser encontradas na publicação daOIT Approaches to Labour Inspection in Forestry. Outrasinformações de natureza genérica sobre o tema podemtambém ser encontradas nas publicações da OITPrinciples of Labour Inspection e Labour Inspection: aguide to the profession.

9. Fontes de informação9.1. Orientações para a Inspecção do Trabalho na

silvicultura

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8.7.6.5.4.3.2.1. 9. 10. 11.

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Estas Orientações da OIT são as primeiras do género, epretendem contribuir para garantir um ambiente de tra-balho seguro na indústria de desmantelamento denavios, no espírito da Agenda para um Trabalho Dignoda OIT. O documento fornece conselhos sobre a tranfor-mação duma actividade desenvolvida sobretudo no sec-tor informal da economia numa actividade com ummaior grau de organização formal.

As Orientações destinam-se a ajudar os responsáveispelo desmantelamento de navios e as autoridades com-petentes a aplicar as disposições relevantes das normasda OIT, códigos de conduta e outras orientações sobresegurança e saúde no trabalho e sobre condições detrabalho, bem como as disposições que constam dosinstrumentos de outras organizações internacionaisrelevantes, com o objectivo de melhorar progressiva-mente as condições no sector. As Orientações tambémfornecem indicações àqueles que estão envolvidos naelaboração de legislação e na criação de sistemasnacionais, e de procedimentos e regulamentos nasempresas, onde estes ainda não existem.

A utilização prática destas Orientações dependerá, emgrande medida, das circunstâncias locais, existência derecursos financeiros, escala das operações, possibilida-des técnicas e envolvimento das autoridades competen-tes. Por isso, os serviços de inspecção do trabalhodevem:

a. realizar periodicamente inspecções na presençade representantes dos empregadores e trabalha-dores, e fiscalizar e obrigar ao cumprimento detodas as leis e regulamentos relevantes nas insta-lações de desmantelamento de navios;

b. aconselhar s empregadores e os seus trabalhado-res acerca do desempenho seguro das suas fun-ções, em particular da escolha e recurso a méto-dos de trabalho seguros e a equipamentos de pro-tecção pessoal;

c. monitorizar os requisitos em termos de segurançae o desempenho de instalações de desmantela-mento comparáveis a nível nacional e internacio-nal, de modo a fornecer informações relevantespara o desenvolvimento e aperfeiçoamento dasmedidas de segurança;

d. participar, em cooperação com as organizaçõesde empregadores e de trabalhadores reconheci-das, na formulação e actualização das regras desegurança e das medidas a serem adoptadas anível nacional e internacional;

Além disso, os inspectores do trabalho devem:

a. ser competentes para lidar com os problemasespecíficos associados ao desmantelamento denavios e ser capazes de prestar auxílio e dar con-selhos;

b. notificar as pessoas envolvidas acerca das con-clusões das suas inspecções, bem como ascomissões de segurança e saúde ou os represen-tantes dos trabalhadores, a fim de serem adopta-das as medidas correctivas necessárias;

c. determinar periodicamente se existe um sistemade gestão da SST ou elementos de SST e se estessão adequados e eficazes.

As Orientações contêm elementos extraídos dasDirectrizes Práticas da OIT sobre Sistemas de Gestão daSegurança e Saúde no Trabalho (ILO-OSH 2001), naesperança de que sirvam de instrumento prático para asautoridades nacionais competentes e para que as insta-lações de desmantelamento de navios consigam melho-rar continuamente o seu desempenho em termos desegurança e saúde no trabalho.

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9.2 Orientações sobre segurança e saúde no desmantelamento de navios

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O objectivo do guia é ajudar os inspectores do trabalho e defábricas a lidar com a questão do HIV/SIDA no seu trabalho.Em particular, o guia ajudará os inspectores a aplicarem oRepertório de Recomendações Práticas da OIT sobreHIV/SIDA e o mundo do trabalho, que foi adoptado em Junhode 2001. O Repertório fornece orientações para os governos,empregadores e trabalhadores, bem como para outras partesinteressadas, com vista à formulação e implementação deplanos de acção nacionais e de políticas e programas noslocais de trabalho destinados a combater o HIV/SIDA. Comessa finalidade, o Repertório:

· esclarece por que razão o HIV/SIDA é uma questão labo-ral e um desafio ao desenvolvimento;

· analisa os modos como ele diz respeito aos inspectores dotrabalho/de fábricas;

· ajuda os inspectores a compreenderem e aplicarem oRepertório de Recomendações Práticas da OIT sobreHIV/SIDA e o mundo do trabalho;

· analisa as ligações que existem entre o HIV/SIDA e osprincípios e a prática da inspecção do trabalho, com espe-cial referência à segurança e saúde no trabalho, com oobjectivo de desenvolver instrumentos práticos que pos-sam ser usados durante as inspecções e para ajudar osinspectores a integrarem o HIV/SIDA nas suas actividadesfuturas.

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9.3 Guia sobre HIV/SIDA para inspectores do trabalho e fábricas

O HIV/SIDA é um assunto a ter em conta noslocais de trabalho

O risco de contrair HIV/SIDA e a reacção àquelesque contraíram a doença devem ser encaradoscomo questões pertinentes nos locais de trabalho,e ser tratados como quaisquer outros riscos gravesou doenças no local de trabalho. Isto é necessário,não apenas porque afecta a força de trabalho, mastambém porque os locais de trabalho têm um papela desempenhar na luta mais vasta para limitar adisseminação e os efeitos da epidemia.

Fonte: ILO Code of Practice on HIV/AIDS and the world of work

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Os inspectores do trabalho têm sido, tradicionalmente,parceiros importantes na eliminação do trabalho infantil.

Actualmente, o seu papel adquire novas dimensões euma importância acrescida com a introdução de novosinstrumentos jurídicos tais como a Convenção Nº 182sobre a interdição das piores formas de trabalho dascrianças, e de instrumentos técnicos, tais como estemanual para inspectores do trabalho, que permitemidentificar, definir prioridades e abordar de forma maiseficaz as situações de trabalho infantil mais perigosas.

O manual será um instrumento da maior utilidade parainspectores do trabalho, uma vez que lhes fornece umavisão de conjunto daquilo que pode ser o seu papel noque diz respeito ao trabalho infantil. O Manual mostracomo podem concentrar-se no problema, não apenas nafábrica ou estabelecimento situados em meio urbano,mas também nas oficinas do sector informal da econo-mia, nas comunidades rurais e nos campos.

O manual prepara os inspectores do trabalho paradetectarem e lidarem com situações que não estejamem conformidade com as normas internacionais sobre otrabalho ou a legislação nacional sobre trabalho infantile inspecção do trabalho. O documento também opera-cionaliza, no domínio do trabalho infantil, as orientaçõessobre inspecção do trabalho contidas na Convenção Nº81 - uma das Convenções da OIT com um maior núme-ro de ratificações - e cuja aplicação é considerada prio-ritária. O manual indica como pode uma entidade públi-ca eficiente, a inspecção do trabalho, garantir uma fis-calização e análise profissionais e uma aplicação justada lei, não apenas através de sanções mas também debons conselhos e assistência. O documento tambémsublinha a complementaridade das acções encetadaspelos inspectores do trabalho e pelos seus colegas nosministérios da educação, serviços sociais e saúde, esugere uma abordagem em equipa do problema, envol-vendo empregadores, trabalhadores, professores e ascomunidades, que permita reduzir e eventualmente eli-minar o trabalho infantil.

O Relatório sobre a Lei e a Prática relativo aos Aspectosde Saúde e Segurança da Convenção Nº 182 esclarecea legislação relativa ao trabalho perigoso e ao trabalhoinfantil e a respectiva prática num conjunto selecciona-do de países. O Relatório abrange diferentes sectoresimportantes da actividade económica em que pode exis-tir trabalho infantil, sobretudo nas suas formas maisperigosas. O documento inclui os seguintes elementos:

1. Os regulamentos mais importantes que lidam com o

trabalho perigoso em geral, e com questões relacio-nadas com o trabalho infantil.

2. A legislação internacional e nacional sobre a matériae as abordagens utilizadas para combater o trabalhoinfantil perigoso em diversos sectores da actividadeeconómica e por parte de diferentes entidades, taiscomo organizações internacionais e nacionais, minis-térios e serviços de inspecção do trabalho, assimcomo ONGs e outras partes envolvidas.

3. Uma descrição das leis e da prática relativas ao tra-balho infantil num conjunto seleccionado de países.

4. Orientações para o estabelecimento de listas nacio-nais de trabalhos perigosos para crianças trabalha-doras, como decorre do Artº. 4º da Convenção Nº182 e dos Parágrafos 3-4 da Recomendação Nº 190.

O Relatório deverá ser usado como documento técnicode base para uma possível reunião de peritos sobre tra-balhos perigosos e crianças trabalhadoras.

9.4 Combater o trabalho infantil: Um manual para Inspectores do Trabalho e Relatório sobre a Lei e a Práticarelativo aos Aspectos de Saúde e Segurança da Convenção Nº 182

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9.5. Combater o Trabalho Forçado

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O trabalho forçado de alguma forma está presente emtodos os continentes, em quase todos os países, e emtodos os tipos de economia. Cada vez se reconhecemais que o trabalho forçado e, em especial, o tráfego depessoas que origina o trabalho forçado, constitui umproblema do mercado de trabalho (a inspecção de tra-balho e as organizações de parceiros sociais) desem-penham um papel chave para o combater. Apesar doenorme desafio que significa a sua erradicação, o pro-blema é superável. Isto também sucede, porque noâmbito nacional começam a surgir modelos de acçãointegrada contra o trabalho forçado. Para se alcançar

uma globalização justa e um trabalho digno para todosé imperioso irradicar o trabalho forçado.

A legislação não tem significado sem uma actividade decontrolo da sua aplicação. Como tal, os mecanismos decontrolo têm de ser revistos para assegurar o cumprimento da legislação. Os inspectores do trabalhodesempenham um papel muito importante. São eles quecontrolam os locais de trabalho e desta forma têm acapacidade de identificar as vítimas e os perpetradoresdo trabalho forçado e tomar as medidas correctivas. Oaumento da fiscalização resultará muito provavelmente,numa diminuição do trabalho forçado nos locais de tra-balho.

No Brasil, a aplicação da legislação foi melhorada eobtiveram-se resultados positivos. Conseguiu-se

fortalecer um Grupo Especial de InspecçãoMóvel, ao mesmo tempo, no ano de 2004,

foram afectos 150 novos inspectores de tra-balho a áreas prioritárias onde se concen-trava o trabalho forçado. No ano de 2003aproximadamente 4 900 trabalhadoresforam libertados. Entre Fevereiro de2003 e Maio de 2004 o ProcuradorGeral abriu 633 procedimentosadministrativos para verificar ospressupostos das acusações detrabalho escravo e houve umasérie de condenações.

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9.6. Estratégias para a Economia Informal

todos os âmbitos na economia formal.

A inspecção do trabalho possui os instrumentos e ascapacidades para estabelecer padrões de cumprimentodas normas, supervisionar se são cumpridas, bem comotraçar um caminho para passar da economia informalpara condições de trabalho dignas. Ao abordar as neces-sidades dos trabalhadores, especialmente dos pobres, naeconomia informal, as inspecções do trabalho assumemum papel activo de forma a desenvolver as capacidadesdos trabalhadores para que eles próprios melhorem o seudesempenho e as suas preocupações relativamente àsaúde a à segurança no desenvolvimento das suas acti-vidades informais. Os inspectores do trabalho têm deestar capacitados e autorizados para poderem relacionaroutras áreas do serviço público (informação sobre agri-cultura, saúde pública, etc.) com outras redes da socie-dade civil tais como sindicatos e associações de empre-gadores.

O emprego informal abarca um espectro de trabalhado-res por conta própria, trabalhadores familiares e pessoasque trabalham em empresas informais. O termo "econo-mia informal" compreende estas diversas áreas doemprego e da produção. Os riscos relacionados com aeconomia informal são múltiplos. Para além dos proble-mas comuns relacionados com a segurança e saúde notrabalho, existem problemas idiossincráticos relacionadoscom este sector que resultam das características doemprego e da organização do trabalho. Os orçamentosbaixos e o uso de ferramentas primitivas, as equipas deprodução e as condições de trabalho precárias potenciamalgumas deficiências graves que caracterizam estaindústria. As consequências manifestam-se para a poucaconsciência dos problemas relacionados com a seguran-ça, com as doenças profissionais e com os riscos graves.Além disso as empresas na economia informal carecemde um nível de protecção social que se verifica em quase

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9.7. Tratar da Migração

Os trabalhadores migrantes encontram-se em diversasindústrias, especialmente na indústria da construção, naagricultura e na indústria da manufactura (em "empre-sas clandestinas"), mas também em outros sectores deactividade. Frequentemente são expostos a condiçõesde trabalho mais precárias a que acresce a desvanta-gem do conhecimento limitado do idioma do país que osrecebe e a falta de compreensão dos seus direitoslegais.

Existem várias Convenções internacionais e outros ins-trumentos que tratam da migração e dos trabalhadoresmigrantes. Embora seja da competências dos Governosratificar as Convenções, os inspectores do trabalho têmum papel chave promovendo o cumprimento das nor-mas nacionais aplicáveis aos trabalhadores migrantes,supervisionando as condições de trabalho e permitindoque os trabalhadores migrantes formulem as suas quei-xas e procurem solucionar os problemas sem intimida-ções.

Em 2004, a Conferência Internacional do Trabalho che-gou a um acordo acerca de um Quadro de AcçãoMultilateral para os Trabalhadores Migrantes numaEconomia Global. Entre outras coisas, promove o forta-lecimento da inspecção do trabalho como meio de apli-cação eficaz das normas nacionais sobre trabalhadoresmigrantes. Assim, as actividades dos inspectores dotrabalho neste âmbito laboral poderiam contribuir paracolmatar uma brecha que existe na preparação de infor-mação por parte das autoridades nacionais, para identi-ficar problemas fundamentais de raíz e para garantir ajustiça social. Além do mais, os inspectores do trabalhopodem desempenhar uma função de vital importâncianão só no fim do ciclo do tráfico de pessoas, quando umtrabalhador migrante já é vítima desta situação, masintervindo no início do ciclo, isto é durante a etapa dorecrutamento. A vigilância e a inspecção também sepodem aplicar aos sectores de recrutamento e destaforma funcionam numa fase de prevenção. Os angaria-dores de mão-de-obra entram na designação de "agên-cia privada de emprego", de acordo com o que estádefinido pela Convenção sobre Agências Privadas deEmprego, 1997 (N.º 181)

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• A fair globalization: Creating opportunities for all,Report of the World Commission on the SocialDimension of Globalization, Genebra, 2004Por uma Globalização Justa: criar oportunidades paratodos, Lisboa, 2005

• A Global Alliance Against Forced Labour, GlobalReport under the Follow-up to the ILO Declaration onFundamental Principles ens Rights at Work, Geneva,2005

• Auditoria do Sistema de Inspecção do Trabalho doGrão-Ducado do Luxemburgo, Luxemburgo, 2002

• Combating Child Labour, A handbook for LabourInspectors, Genebra, 2002, ISBN 92-2-113348-6

• Establishing Effective OSH Labour InspectionDevelopment in Postwar Iraq, Eskanazi, Albracht,Treichel, 2004

• European Strategy on Health and Safety at theWorkplace - Scoreboard 2003, Pilot Project, NordicWorking Group, Março 2004

• Global Strategy on Occupational Safety and Health,Conclusions adopted by the International LabourConference at its 91st Session, Genebra, 2003, ISBN92-2-116287-7

• Guidelines for Labour Inspection in Forestry,Genebra, 2006, ISBN 92-2-318081-3 Guidelines onoccupational safety and health managementsystems, ILO-OSH 2001, ISBN 92-2-111634-4

• Health and Safety Culture, Sustainable Developmentthrough Responsible Corporate Citizenship/CSR; 27-29 de Outubro de 2003, Düsseldorf, Alemanha,Relatório da Conferência, Genebra, 2004

• ILO and EU; Two major players in the transformationof national social policy: Working apart or together?,Miriam Hartlapp, Genebra, 2005

• ILO standards-related activities in the area of occu-pational safety and health, International LabourConference, 91st session, Genebra, 2003, ISBN 92-2-112883-0

• Labour Inspection, A guide to the profession,Wolfgang von Richthofen, Genebra, 2002, ISBN 92-2-112710-9

• Prevention: a Global Strategy Promoting Safety andHealth at Work; The ILO Report for World Day forSafety and Health at Work 2005, Genebra, 2005

• Promotional Framework for occupational safety andhealth, International Labour Conference, 93rd ses-sion 2005, Genebra, 2004,ISBN92-2-115366-5

• Safety and Health in Shipbreaking, Guidelines forAsian countries and Turkey, Genebra, 2004, ISBN 92-2-225289-8

• Safety Culture at Work - World Day for Safety andHealth at Work, Genebra, 2003, ISBN 92-2-113741-4

• Safe Work and SafetyCulture, The Ilo Report forWorldDay forSafety ad Health at Work 2004,Genebra, 2004

• Ten steps for strengthening labour inspection, GerdAlbracht, Conference Reporton "Integrated LabourInspection: Functions, Effectiveness and Training",Genebra, 2003, ISBN 92-2-115757-1

• Tripartite Consultation, Ratify and Apply ConventionNo. 144, ISBN 92-2-113414-8

www.ilo.org/protection

www.ilo.org/safework

www.ilo.org/dialogue

www.ilo.org/sector

www.ilo.org/normes

www.iali-aiit.org

http://europa.eu.int/comm/employment_social/health_safety/index_en.htm

9.8. Outras Referências9.8.1. Publicações

9.8.2. Sítios na internet

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A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho,Convocada, em Genebra pelo Conselho de Administração do BureauInternacional do Trabalho, tendo-se reunido em 19 de Junho de 1947, nasua 30.ª sessão;Depois de ter decidido adoptar diversas disposições relativas à inspecção dotrabalho na indústria e no comércio, assunto abrangido pelo 4.º ponto daordem do dia da sessão;Depois de ter decidido que essas disposições tomariam a forma de umaconvenção internacional;Adopta, aos onze de Julho de mil novecentos e quarenta e sete, a conven-ção abaixo transcrita, que será denominada "Convenção sobre a inspecçãodo trabalho, 1947".PARTE I - INSPECÇÃO DO TRABALHO NA INDÚSTRIAArtigo 1ºCada Estado Membro da Organização Internacional do Trabalho, no qualesteja em vigor a presente Convenção, deverá possuir um sistema de ins-pecção do trabalho nos estabelecimentos industriais.Artigo 2º1. O sistema de inspecção do trabalho nos estabelecimentos industriais apli-car-se-á a todos os estabelecimentos em que os inspectores do trabalhoestejam encarregados de assegurar a aplicação das disposições legais rela-tivas às condições de trabalho e à protecção dos trabalhadores no exercíciode sua profissão.2. A legislação nacional poderá isentar as empresas mineiras e de trans-portes ou partes dessas empresas da aplicação da presente Convenção.Artigo 3º1. O sistema de inspecção do trabalho terá por objectivo:a) Assegurar a aplicação das disposições legais relativas às condições detrabalho e à protecção dos trabalhadores no exercício de sua profissão, taiscomo as disposições relativas a duração do trabalho, salários, segurança,higiene, bem-estar, emprego menores e outras matérias conexas, na medi-da em que os inspectores do trabalho estejam encarregados de assegurara aplicação das disposições referidas;b) Fornecer informações e conselhos técnicos aos patrões e aos trabalha-dores sobre a maneira mais eficaz de observar as disposições legais;c) Chamar a atenção da autoridade competente para as deficiências ou abu-sos que não estejam especialmente previstos nas disposições legais em vigor.2. No caso de serem confiadas outras funções aos inspectores do trabalho,estas não deverão constituir obstáculo ao exercício das funções principaisdos inspectores nem causar qualquer prejuízo à autoridade ou a imparciali-dade necessárias nas suas relações com os patrões e trabalhadores.Artigo 4.º1. A inspecção do trabalho ficará sob a fiscalização e controlo de uma auto-ridade central, na medida em que isso não seja incompatível com a práticaadministrativa do Estado Membro.2. No caso de se tratar de um Estado Federal, a expressão "autoridade cen-tral" poderá significar quer a autoridade federal, quer uma autoridade cen-tral de uma entidade constitutiva da Federação.Artigo 5.ºA autoridade competente tomará as medidas adequadas a fim de favorecer:a) Por um lado, uma cooperação efectiva entre o serviço de inspecção, eoutros serviços governamentais e, por outro, entre as instituições públicas eprivadas que exerçam actividades análogas;b) A colaboração entre os funcionários da inspecção do trabalho e os patrõ-es e trabalhadores ou suas organizações.Artigo 6.ºO pessoal da inspecção será composto por funcionários públicos cujo esta-tuto e condições de serviço lhes garantam a estabilidade nos seus empre-gos e os tornem independentes de modificações de Governo ou de quais-quer outras influências externas inconvenientes.Artigo 7.º1. O recrutamento dos inspectores do trabalho será feito unicamente combase na aptidão do candidato para o exercício das funções a desempenharsob reserva das condições que a lei nacional imponha para o preenchimen-to de cargos públicos.2. Os meios para verificar tais aptidões serão determinados pela autoridadecompetente.3. Os inspectores do trabalho deverão receber uma formação adequada aoexercício das suas funções.Artigo 8.ºAs mulheres, tal como os homens, poderão fazer parte dos quadros de ser-

viço de inspecção; quando necessário, poderão ser atribuídas funções espe-ciais aos inspectores e às inspectoras, respectivamente

Artigo 9.ºA fim de assegurar a aplicação das disposições legais relativas à higiene eà segurança dos trabalhadores no exercício da sua profissão e averiguar osefeitos resultantes dos processos empregados, das matérias utilizadas e dosmétodos de trabalho sobre higiene e segurança dos trabalhadores, deverácada Estado Membro tomar as medidas necessárias para conseguir a cola-boração de peritos e técnicos devidamente qualificados, designadamentemédicos, mecânicos, electricistas e químicos, necessários ao funcionamen-to da inspecção, e segundo os métodos mais adequados às condiçõesnacionais.Artigo 10.ºO número dos inspectores do trabalho deverá ser suficiente para asseguraro exercício eficaz das funções do serviço de inspecção e será fixado tendoem conta;a) A importância das funções a exercer pelos inspectores, designadamente:i) O número, natureza, importância e situação dos estabelecimentos sujeitosà fiscalização do inspector;ii) O número e diversidade de categorias dos trabalhadores empregadosnessas empresas;iii) O número e complexidade das disposições legais cuja aplicação deveráser assegurada.b) Os meios materiais de execução postos à disposição dos inspectores;c) As condições práticas em que se deverão realizar as visitas de inspecçãopara que estas sejam eficazes.Artigo 11.º1. A autoridade competente tomará as medidas necessárias para forneceraos inspectores do trabalho:a) Instalações locais adequadas às exigências de serviço e acessíveis aosinteressados;b) Facilidades de transporte necessárias ao exercício das suas funções nocaso de não existirem ou serem deficientes os meios de transporte públicos.2. A autoridade competente tomará as medidas necessárias para reembol-sar os inspectores do trabalho de todos os gastos de deslocação e de quais-quer outras despesas necessárias ao exercício das suas funções.Artigo 12.º1. Os inspectores do trabalho, munidos de qualquer meio de identificaçãojustificativo das suas funções serão autorizados:a) A entrar livremente, sem aviso prévio, a qualquer hora do dia ou da noite,em todos os estabelecimentos sujeitos à fiscalização da inspecção;b) A entrar, de dia, em todos os locais sempre que possa haver um motivorazoável para supor que estejam sujeitos à fiscalização da inspecção;c) A proceder a todos os exames, fiscalizações ou inquéritos julgados neces-sários para se certificarem de que as disposições legais são efectivamenteobservadas, e designadamente:i) Interrogar, quer a sós, quer na presença de testemunhas, o patrão ou opessoal da empresa acerca de tudo o que se relacione com a aplicação dasdisposições legais;ii) Pedir todos os livros, registros e documentos exigidos pela legislação dotrabalho, a fim de verificarem a sua conformidade com as disposições legaise de os copiar ou extrair quaisquer apontamentos;iii) Exigir a afixação de mapas nos casos em que a lei assim o determinar;iv) Recolher e levar para análise amostras de matérias e substâncias utiliza-das ou manipuladas, desde que de tal facto seja dado conhecimento à enti-dade patronal ou ao seu representante.2. Quando em visita de inspecção, deverá o inspector informar da sua pre-sença a entidade patronal ou o seu representante, a não ser que tal avisopossa, no seu entender, prejudicar a eficácia da fiscalização.Artigo 13.º1. Os inspectores do trabalho serão autorizados a promover a adopção demedidas destinadas a eliminar os defeitos verificados numa instalação, umadisposição ou métodos de trabalho, desde que haja uma razão plausível queos leve a considerar que tais defeitos ou métodos são prejudiciais à saúdeou segurança dos trabalhadores.2. A fim de poderem promover a adopção de tais medidas, os inspectoresterão a faculdade de, sob reserva de todo o recurso judicial ou administra-tivo que a legislação nacional possa prever, de ordenar ou fazer ordenar:a) Que sejam feitas nas instalações, dentro de um prazo determinado, asmodificações necessárias para assegurar a aplicação estrita das disposiçõ-es legais referentes à saúde e segurança dos trabalhadores;

Convenção relativa à Inspecção do Trabalho na Indústria e Comércio (Nota: Data de entrada em vigor: 07.04.1950)

10. Textos de Convenções e Recomendações10.1. C81 Convenção sobre a Inspecção do Trabalho (na Indústria e Comércio), 1947

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b) Que sejam tomadas medidas imediatamente executórias nos casos deperigo iminente para a saúde e segurança dos trabalhadores.3. No caso de não ser compatível o procedimento fixado no § 2.º com aspráticas administrativa e judicial do Estado Membro, os inspectores terão afaculdade de encarregar a autoridade competente de estabelecer novasdeterminações ou de tomar medidas imediatamente executórias.Artigo 14.ºA inspecção do trabalho deverá ser informada dos acidentes de trabalho edos casos de doenças profissionais pela forma e nos casos prescritos pelalegislação nacional.Artigo 15.ºSob reserva das excepções que a legislação nacional possa prever, os ins-pectores do trabalho:a) Não poderão ter nenhum interesse directo ou indirecto nas empresassubmetidas à sua fiscalização;b) Serão obrigados, sob pena de sanções penais ou de medidas disciplina-res adequadas, a guardar sigilo, mesmo depois de terem deixado o servi-ço, sobre os segredos de fabrico ou de comércio ou processos de explora-ção de que possam ter tido conhecimento no desempenho das suas fun-ções;c) Deverão considerar como confidenciais todas as fontes de denuncia quelhes assinalem um defeito da instalação ou uma infracção às disposiçõeslegais e abster-se de revelar à entidade patronal ou ao seu representanteque a visita de inspecção foi consequência de uma denúncia.Artigo 16.ºOs estabelecimentos deverão ser inspeccionados, tão frequente e meticu-losamente quanto necessário para assegurar a aplicação efectiva das dis-posições legais em questão.Artigo 17.º1. As pessoas que violarem ou não observarem as disposições legais, cujaexecução incumbe aos inspectores do trabalho ficarão sujeitas a procedi-mento legal imediato, sem prévia participação.No entanto, a legislação nacional poderá prever excepções para os casosem que deva ser dado aviso prévio para que seja remediada uma situaçãoou que sejam tomadas medidas preventivas.2. É deixado ao critério dos inspectores do trabalho fazer advertências oudar conselhos em lugar de intentar ou recomendar quaisquer procedimentos.Artigo 18.ºSerão previstas pela legislação nacional e efectivamente aplicadas sançõ-es adequadas às violações das disposições legais cuja aplicação está sub-metida à fiscalização dos inspectores do trabalho, e bem assim às obstru-ções feitas aos inspectores do trabalho no exercício das suas funções.Artigo 19.º1. Os inspectores do trabalho ou as delegações locais de inspecção, con-forme os casos, serão obrigados a submeter à autoridade central relatóriosperiódicos de carácter geral relativos aos resultados de suas actividades.2. Estes relatórios serão feitos segundo indicação da autoridade central ereferir-se-ão a assuntos determinados, periodicamente, por essa autorida-de; ser-lhe-ão submetidos sempre que ela assim o determine, mas em todoo caso, pelo menos uma vez por ano.Artigo 20.º1. A autoridade central de inspecção publicará um relatório anual de carác-ter geral sobre os trabalhos dos serviços de inspecção colocados sob a suafiscalização.2. Esses relatórios serão publicados num período que não deverá ultrapas-sar os doze meses após o ano a que dizem respeito.3. Serão enviadas ao director-geral da Repartição Internacional do Trabalhocópias desses relatórios dentro de um prazo razoável após a sua publica-ção, mas que, em todo o caso, não deverá ultrapassar três meses.Artigo 21.ºO relatório anual publicado pela autoridade central de inspecção deveráconter os seguintes assuntos:a) Leis, regulamentos dependendo da competência da inspecção de trabalho;b) Pessoal da inspecção de trabalho;c) Estatísticas dos estabelecimentos sujeitos à fiscalização da inspecção enúmero de trabalhadores empregados nesses estabelecimentos;d) Estatísticas das visitas de inspecção;e) Estatísticas das infracções cometidas e das sanções impostas;f) Estatísticas dos acidentes de trabalho;g) Estatísticas das doenças profissionais;h) Assim como quaisquer outros assuntos relacionados com estas matérias,

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desde estejam sob a fiscalização e sejam da competência dessa autorida-de central.PARTE II - INSPECÇÃO DO TRABALHO NO COMÉRCIOArtigo 22.ºTodo o Estado Membro da Organização internacional do Trabalho para oqual esteja em vigor a parte II da presente Convenção, deverá ter um siste-ma de inspecção do trabalho para os estabelecimentos comerciais.Artigo 23.ºO sistema de inspecção do trabalho nos estabelecimentos comerciais apli-ca-se aos estabelecimentos em que os inspectores do trabalho estejamencarregados de assegurar a aplicação das disposições legais relativas àscondições do trabalho e à protecção dos trabalhadores no exercício da suaprofissão.Artigo 24.ºO sistema de inspecção do trabalho nos estabelecimentos comerciais deve-rá satisfazer ao disposto nos artigos 3.º a 21.º da presente Convenção, namedida em que forem aplicáveis.PARTE III - MEDIDAS DIVERSASArtigo 25.º1. Qualquer Estado Membro da Organização Internacional do Trabalho queratificar a presente Convenção poderá, por meio de uma declaração queacompanhe sua ratificação, excluir a parte II da aceitação da presenteConvenção.2. Qualquer Estado Membro que fizer tal declaração poderá anulá-la, emqualquer altura por meio de uma nova declaração.3. Todo o Estado Membro para o qual esteja em vigor uma declaração feitanos termos do parágrafo l deste artigo deverá indicar no seu relatório anualsobre a aplicação da presente Convenção, a sua legislação e práticas admi-nistrativas respeitantes às disposições da parte II da presente Convenção,precisamente as medidas que tenham sido tomadas para tornar aplicáveisessas disposições.Artigo 26.ºNos casos em que não haja certeza de que um estabelecimento, ou umaparte ou serviço de um estabelecimento está sujeito às disposições da pre-sente Convenção é à autoridade competente que caberá decidir sobre aquestão.Artigo 27.ºNa presente Convenção a expressão "disposições legais" compreende,além da legislação, as sentenças arbitrais e os contratos colectivos que ten-ham força de lei e cuja aplicação seja assegurada pelos inspectores do tra-balho.Artigo 28.ºOs relatórios anuais a que se refere o artigo 22.º da Constituição daOrganização Internacional do Trabalho deverão conter informações porme-norizadas sobre toda a legislação nacional que dê execução às disposiçõ-es da presente Convenção.Artigo 29.º1. Quando o território de um Estado Membro compreender vastas regiõesonde, devido à fraca densidade da população ou ao seu estádio de desen-volvimento, a autoridade competente julgar ser impraticável a aplicação dasdisposições da presente Convenção, poderá a referida autoridade isentaressas regiões da aplicação da Convenção, quer de uma maneira geral querpor meio de excepções que julgar adequadas em relação a certos estabe-lecimentos ou a determinados trabalhos.2. Todo o Estado Membro deverá indicar no seu primeiro relatório anualsobre a aplicação da presente Convenção, nos termos do artigo 22.º daConstituição da Organização Internacional do Trabalho, as regiões em rela-ção às quais se propõe recorrer às disposições do presente artigo e, bemassim, as razões justificativas do facto. Por conseguinte, nenhum EstadoMembro poderá recorrer às disposições do presente artigo, salvo no que dizrespeito às regiões que tiver assim indicado.3. Todo o Estado Membro que tenha feito uso das disposições do presenteartigo deverá indicar, em seus ulteriores relatórios anuais, as regiões emrelação às quais renuncia ao direito de recorrer às disposições aludidas.Artigo 30.º1. No que respeita aos territórios mencionados no artigo 35º daConstituição da Organização Internacional do Trabalho, nos termos em quefoi modificado pelo instrumento de alteração à Constituição da OrganizaçãoInternacional do Trabalho, 1946, com exclusão dos territórios visados pelosparágrafos 4 e 5 do referido artigo, todo o Estado membro que ratifique apresente Convenção deverá enviar ao director-geral do BureauInternacional do Trabalho, no mais curto prazo possível após a ratificação

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uma declaração em que dê a conhecer:a) Os territórios a que se compromete aplicar na íntegra as disposições daConvenção;b) Os territórios a que se compromete aplicar as disposições da Convençãocom modificações e em que consistem tais modificações;c) Os territórios onde a Convenção é inaplicável e, nesse caso, as razões dasua inaplicabilidade.d) Os territórios para os quais reserva uma ulterior decisão.2. Os compromissos mencionados nas alíneas a) e b) do parágrafo l do pre-sente artigo serão considerados partes integrantes da ratificação e produzi-rão idênticos efeitos.3. Todo o Estado Membro poderá renunciar por uma nova declaração atodas ou parte das reservas contidas na sua declaração anterior nos termosdas alíneas b) e c) do parágrafo l do presente artigo.4. Todo o Estado Membro poderá enviar ao director-geral, nos períodos emque a presente Convenção pode ser denunciada, nos termos do artigo 34.°,uma nova declaração que modifique por completo qualquer outra declara-ção anterior e que dê a conhecer a situação em determinados territórios.Artigo 31º1. Quando as questões tratadas pela presente Convenção entrarem no qua-dro da competência própria das autoridades de um território não metropoli-tano, o Estado Membro responsável pelas relações internacionais desteterritório poderá, de acordo com o Governo do referido território, enviar aodirector-geral do Bureau Internacional do Trabalho, em nome desse territó-rio, uma declaração de aceitação das obrigações decorrentes da presenteConvenção.2. Poderá ser enviada ao director-geral do Bureau Internacional do Trabalhouma declaração de aceitação das obrigações da presente Convenção:a) Por dois ou mais Estados Membro da Organização para um território queesteja sob a sua autoridade conjunta;b) Por qualquer autoridade internacional responsável pela administração deum território, nos termos das disposições da Carta das Nações Unidas ou dequalquer outra disposição em vigor, no que respeita a esse território.3. As declarações enviadas ao director-geral do Bureau Internacional doTrabalho, de acordo com as disposições dos parágrafos precedentes do pre-sente artigo, deverão indicar se as disposições da Convenção serão aplica-das ao território com ou sem modificação; quando a declaração indicar queas disposições da Convenção serão aplicadas sob reserva de modificações,terá de especificar em que consistem as referidas modificações.4. O Estado ou Estados Membros ou a autoridade internacional interessadapoderão renunciar inteira ou parcialmente, por meio de uma declaraçãoulterior, ao direito de invocar uma modificação indicada numa declaraçãoanterior.5. O Estado ou Estados Membros ou a autoridade internacional interessadospoderão, nos períodos durante os quais a Convenção pode ser denunciada,segundo o disposto no artigo 34.°, enviar ao director-geral uma nova decla-ração que modifique, na íntegra, os termos de qualquer declaração anteriorque dê a conhecer a situação no que respeita à aplicação desta convenção.PARTE IV - DISPOSIÇÕES FINAISArtigo 32.°As ratificações formais da presente Convenção serão comunicadas ao direc-tor-geral do Bureau Internacional do Trabalho e por ele registadas.Artigo 33.°1. A presente Convenção apenas obrigará os Estados Membros cujas ratifi-cações tenham sido registadas pelo director-geral.2. A Convenção entrará em vigor doze meses após terem sido registadas,pelo director-geral, as ratificações de dois Estados Membros.3.A partir de então, esta Convenção entrará em vigor para cada Estado Membrodoze meses após a data em que a sua ratificação tenha sido registada.

Artigo 34.°1. Qualquer Estado Membro que tenha ratificado a presente Convençãopode denunciá-la no fim do prazo de dez anos, após a data da sua inicialentrada em vigor, por acto comunicado ao director-geral do BureauInternacional do Trabalho e por ele registado. A denúncia só produzirá efei-tos depois de um ano do seu registo.2. Qualquer Estado Membro que tenha ratificado a presente Convenção, eno prazo de um ano, depois da expiração do período de dez anos mencio-nado no parágrafo precedente, não faça uso da faculdade de denúncia pre-vista no presente artigo ficará vinculado por um novo período de dez anos,e, por conseguinte, poderá denunciar a presente Convenção ao fim de cadanovo período de dez anos nas condições previstas neste artigo.Artigo 35.°1. O director-geral do Bureau Internacional do Trabalho notificará todos osMembros da Organização Internacional do Trabalho do registo de todas asratificações, declarações e denúncias que lhe sejam comunicadas pelosEstados Membros da Organização.2. Ao notificar os Estados Membros do registo da segunda ratificação quelhe tenha sido comunicada o director-geral chamará a atenção dos EstadosMembros da Organização para a data em que a presente Convenção entra-rá em vigor.Artigo 36.°O director-geral do Bureau Internacional do Trabalho enviará ao Secretário-Geral das Nações Unidas, para fins de registo, nos termos do artigo 102.°da Carta das Nações Unidas, informações completas a respeito de todas asratificações, declarações e actos de denúncia que tenham sido registadasnos termos dos artigos precedentes.Artigo 37.°No fim de cada período de dez anos, a contar da data da entrada em vigorda presente Convenção, o Conselho de Administração do BureauInternacional do Trabalho deverá apresentar à Conferência um relatóriosobre a aplicação da presente Convenção e decidirá se será oportuno ins-crever na ordem do dia da Conferência a questão da sua revisão total ouparcial.Artigo 38.º1. No caso de a Conferência adoptar uma nova convenção resultante darevisão total ou parcial da presente Convenção e salvo disposição em con-trário da nova convenção:a) A ratificação, por um dos Estados Membros, da nova convenção resul-tante da revisão pressupõe de pleno direito, não obstante o artigo 34.°acima, a denúncia imediata da presente Convenção, sob reserva de que anova convenção resultante da revisão tenha entrada em vigor;b) A partir da data da entrada em vigor da nova convenção a presenteConvenção deixará de estar aberta à ratificação dos Estados Membros.2. A presente Convenção permanecerá, todavia em vigor na sua forma e teorprimitivos para os Estados Membros que a tenham ratificado e não ratifi-quem a nova convenção resultante da primeira.Artigo 39.°Fazem igualmente fé os textos francês e inglês da Convenção.

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A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho:Convocada para Genebra pelo conselho de administração do BureauInternacional do Trabalho a 4 de Junho de 1969, na sua 53.ª sessão; Recordando os termos das convenções internacionais do trabalho existen-tes relativas à inspecção do trabalho, tais como a Convenção sobre aInspecção do Trabalho, de 1947, que se aplica à indústria e ao comércio, ea Convenção sobre as Plantações, de 1958, que se aplica a uma categoriaespecial de empresas agrícolas; Considerando a conveniência de adoptar actualmente normas internacionaissobre a inspecção do trabalho na agricultura em geral; Após ter decidido adoptar diversas propostas relativas à inspecção do tra-balho na agricultura, questão que constitui o quarto ponto da ordem do diada sessão; Após ter decidido que essas propostas tomariam a forma de uma conven-ção internacional; adopta, neste dia 25 de Junho de 1969, a seguinte convenção, que serádenominada "Convenção sobre a Inspecção do Trabalho (Agricultura), de1969":Artigo 1.º1 - Para os fins da presente Convenção, a expressão "empresa agrícola"designa as empresas ou partes de empresa cujo fim seja o cultivo, a cria-ção de animais, a silvicultura, a horticultura, a transformação primária deprodutos agrícolas pelo explorador ou quaisquer outras formas de activida-de agrícola.2 - Quando necessário, a autoridade competente determinará, após consul-ta às organizações mais representativas dos empregadores e dos trabalhadores interessadas, se as houver, a linha de demarcação entre aagricultura, por um lado, e a indústria e o comércio, por outro, de modo quenenhuma empresa agrícola fique excluída do sistema nacional de inspecçãodo trabalho.3 - Em todos os casos em que existam dúvidas sobre se a Convenção seaplica a uma empresa ou a parte de uma empresa, a questão será resolvi-da pela autoridade competente.Artigo 2.ºNa presente Convenção, a expressão "disposições legais" abrange, além dalegislação, as decisões arbitrais e os contratos colectivos com força de lei,cuja aplicação os inspectores do trabalho se encarregam de assegurar.Artigo 3.ºQualquer Membro da Organização Internacional do Trabalho para o qual apresente Convenção estiver em vigor deve ter um sistema de inspecção dotrabalho na agricultura.Artigo 4.ºO sistema de inspecção do trabalho na agricultura aplicar-se-á às empre-sas agrícolas nas quais estejam ocupados trabalhadores assalariados ouaprendizes, sejam quais forem o seu modo de remuneração e a modalida-de, forma ou duração do seu contrato.Artigo 5.º1 - Qualquer Estado Membro que ratificar a presente Convenção pode, pordeclaração anexa à sua ratificação, comprometer-se a alargar o seu siste-ma do inspecção do trabalho na agricultura a uma ou mais das seguintescategorias de pessoas que trabalhem em empresas agrícolas:a) Rendeiros que não empreguem mão-de-obra externa, meeiros e catego-rias análogas de trabalhadores agrícolas; b) Pessoas associadas à gestão de uma empresa colectiva, tais como osmembros de uma cooperativa; c) Membros da família do explorador, tal como forem definidos pela legisla-ção nacional.2 - Qualquer Estado Membro que tiver ratificado a presente Convençãopoderá posteriormente comunicar ao director-geral do Bureau Internacionaldo Trabalho uma declaração pela qual se compromete a alargar o seu sis-tema de inspecção do trabalho na agricultura a uma ou mais categorias depessoas enumeradas no parágrafo precedente que não tenham já sido men-cionadas numa declaração anterior.3 - Qualquer Estado Membro que tiver ratificado a presente Convençãodeverá indicar nos relatórios que será obrigado a apresentar em virtude doartigo 22.º da Constituição da Organização Internacional do Trabalho em quemedida deu ou tenciona dar cumprimento às disposições da Convençãorelativamente às categorias de pessoas enumeradas no parágrafo 1 acimareferido que não tenham sido abrangidas por essas declarações.Artigo 6.º1 - O sistema de inspecção do trabalho na agricultura ficará encarregado:a) De assegurar a aplicação das disposições legais relativas às condições de

trabalho e à protecção dos trabalhadores no exercício da sua profissão, taiscomo as disposições respeitantes à duração do trabalho, aos salários, aodescanso semanal e às férias e feriados, à higiene e ao bem-estar, ao tra-balho das mulheres, das crianças e dos adolescentes e a outras questõesconexas, na medida em que os inspectores do trabalho estiverem encarre-gados de assegurar a aplicação destas disposições; b) De fornecer informações e conselhos técnicos aos empregadores e aostrabalhadores sobre os meios mais eficazes de observarem as disposiçõeslegais; c) De chamar a atenção da autoridade competente para os defeitos ou paraos abusos que não estiverem especificamente abrangidos pelas disposiçõ-es legais existentes e de lhe apresentar propostas sobre o aperfeiçoamentoda legislação.2 - A legislação nacional pode confiar aos inspectores do trabalho na agri-cultura funções de assistência ou de controle que incidam sobre a aplicaçãode disposições legais relativas às condições de vida dos trabalhadores esuas famílias.3 - Se forem confiadas outras funções aos inspectores do trabalho na agri-cultura, estas não devem obstar ao exercício das suas funções principaisnem prejudicar de qualquer maneira a autoridade nas suas relações com osempregadores e os trabalhadores.Artigo 7.º1 - Na medida em que isso for compatível com a prática administrativa doEstado Membro, a inspecção do trabalho na agricultura será colocada sob avigilância e controle de um órgão central.2 - Se se tratar de um Estado federal, a expressão "órgão central" podedesignar um órgão central estabelecido quer a nível federal, quer a nível deuma entidade constituinte federada.3 - A inspecção do trabalho na agricultura poderá ser efectuada, por exemplo:a) Por um órgão único de inspecção do trabalho competente para todos osramos da actividade económica; b) Por um órgão único de inspecção do trabalho que comporte uma espe-cialização funcional assegurada pela formação adequada dos inspectoresencarregados de exercerem as suas funções na agricultura; c) Por um órgão único de inspecção do trabalho que comporte uma espe-cialização institucional assegurada pela criação de um serviço tecnicamen-te qualificado, cujos agentes exerceriam as suas funções na agricultura; d) Por uma inspecção especializada encarregada de exercer, as suas funçõ-es na agricultura, mas cuja actividade seria colocada sob a vigilância de umórgão central dotado das mesmas prerrogativas no tocante à inspecção dotrabalho noutros ramos de actividade económica, tais como a indústria, ostransportes e o comércio.Artigo 8.º1 - O pessoal da inspecção do trabalho na agricultura deve compor-se defuncionários públicos cujo estatuto e condições de serviço lhes assegurema estabilidade no seu emprego e os tornem independentes de qualquermudança de governo e de qualquer influência exterior.2 - Quando tal for conforme com a legislação ou a prática nacionais, osMembros terão a faculdade de incluir no seu sistema de inspecção do tra-balho na agricultura agentes ou representantes das organizações profissio-nais, cuja acção completaria a dos funcionários públicos; esses agentes ourepresentantes devem beneficiar de garantias quanto à estabilidade dassuas funções e estar ao abrigo de qualquer influência exterior.Artigo 9.º1 - Sob reserva das condições às quais a legislação nacional possa subme-ter o recrutamento dos agentes da função pública, os inspectores do trabal-ho na agricultura serão recrutados unicamente com base na aptidão doscandidatos para executarem as tarefas que tiverem de assumir.2 - Os meios de verificar essa aptidão devem ser determinados pela autori-dade competente.3 - Os inspectores do trabalho na agricultura devem receber uma formaçãoadequada para o exercício das suas funções, e serão tomadas medidas paraassegurar de maneira apropriada o seu aperfeiçoamento no decurso do seutrabalho.Artigo 10.ºAs mulheres, tal como os homens, podem ser designadas como membrosdo pessoal dos serviços de inspecção do trabalho na agricultura; se neces-sário, poderão atribuir-se tarefas especiais, respectivamente, aos inspecto-res ou às inspectoras.Artigo 11.ºQualquer Estado Membro deve tomar as medidas necessárias para assegu-rar a colaboração de peritos e técnicos, devidamente qualificados e que pos-

10.2. C129 Convenção sobre a Inspecção do Trabalho (Agricultura), 1969Convenção relativa à Inspecção do Trabalho na Agricultura (Nota: Data de entrada em vigor: 19.01.1972)Estatuto: Instrumento actualizado. Este instrumento é uma das convenções prioritárias.

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sam concorrer para a solução dos problemas que requeiram conhecimen-tos técnicos, no funcionamento da inspecção do trabalho na agricultura,pelos métodos julgados mais apropriados às condições nacionais.Artigo 12.º1 - A autoridade competente deve tomar as medidas apropriadas para favo-recer uma cooperação efectiva entre os serviços de inspecção do trabalhona agricultura e os serviços governamentais ou instituições públicas ouagregadas por lei que possam ser chamados a exercer actividades análogas.2 - Se as circunstâncias o exigirem, a autoridade competente pode confiar,a título auxiliar, certas funções de inspecção, a nível regional ou local, a ser-viços governamentais apropriados ou a instituições públicas, ou associar àsditas funções esses serviços ou instituições, desde que a aplicação dosprincípios previstos pela presente Convenção não seja por isso afectada.Artigo 13.ºA autoridade competente deve tomar as medidas apropriadas para favore-cer a colaboração entre os funcionários da inspecção do trabalho na agri-cultura, os empregadores e os trabalhadores, ou as suas organizações, seas houver.Artigo 14.ºDevem ser tomadas disposições para que o número de inspectores do tra-balho na agricultura seja suficiente para permitir assegurar o exercício efi-caz das funções do serviço de inspecção e seja fixado tendo em conta:a) A importância das tarefas a executar e, sobretudo:i) O número, a natureza, a importância e a situação das empresas agrícolassujeitas ao controle da inspecção; ii) O número e a diversidade das categorias de pessoas ocupadas nessasempresas; iii) O número e a complexidade das disposições legais cuja aplicação deveser assegurada; b) Os meios materiais de execução postos à disposição dos inspectores;c) As condições práticas nas quais as visitas devem efectuar-se para seremeficazes.Artigo 15.º1 - A autoridade competente deve tomar as medidas necessárias a fim depôr à disposição dos inspectores do trabalho na agricultura:a) Repartições locais de inspecção dispostas de maneira adequada àsnecessidades do serviço, tanto quanto possível acessíveis a todos os inte-ressados, e situadas em lugares escolhidos em função da situação geográ-fica das empresas agrícolas e das facilidades de comunicação existentes; b) As facilidades de transporte necessárias para o exercício das suas fun-ções, quando não existirem meios de transporte público apropriados.2 - A autoridade competente deve tomar as medidas necessárias para oreembolso aos inspectores do trabalho na agricultura de todas as despesasde deslocação e de todas as despesas acessórias para o exercício das suasfunções.Artigo 16.º1 - Os inspectores do trabalho na agricultura, munidos de credenciais com-provativas das suas funções, devem ser autorizados:a) A penetrar livremente, sem aviso prévio, a qualquer hora do dia e da noite,nos locais de trabalho sujeitos ao controle da inspecção; b) A penetrar de dia em todos os locais relativamente aos quais haja moti-vos razoáveis para se supor sujeitos à alçada da inspecção; c) A proceder a todos os exames, controles ou inquéritos consideradosnecessários para se assegurarem de que as disposições legais são efecti-vamente observadas e, especialmente:i) A interrogar, quer a sós quer perante testemunhas, o empregador, o pes-soal da empresa ou qualquer outra pessoa que se encontre na exploraçãosobre todas as questões relativas à aplicação das disposições legais; ii) A pedir, por formas que poderiam ser definidas pela legislação nacional,a apresentação de todos os livros, registos e outros documentos cuja manu-tenção seja prescrita pela legislação relativa às condições de trabalho e devida, a fim de verificar a sua conformidade com as disposições legais e deos copiar ou de elaborar resumo deles; iii) A retirar e a levar, para fins de análise, amostras dos produtos, matériase substâncias utilizados ou manipulados, desde que o empregador ou o seurepresentante sejam avisados de que foram retirados e levados com essefim produtos, matérias ou substâncias.2 - Os inspectores não podem penetrar, em virtude das alíneas a) ou b) doparágrafo anterior, na habitação privada do explorador de uma empresaagrícola, a não ser que tenham obtido o seu consentimento ou que estejammunidos de uma autorização especial passada pela autoridade competente.

3 - Os inspectores devem, quando de uma visita de inspecção, informar dasua presença o empregador ou o seu representante, assim como os trabal-hadores ou os seus representantes, a não ser que considerem que esseaviso possa prejudicar a eficácia do controle.Artigo 17.ºOs serviços de inspecção do trabalho na agricultura devem ser associados,nos casos e condições previstos pela autoridade competente, ao controlepreventivo das novas instalações, das novas substâncias e dos novos pro-cessos de manipulação ou de transformação dos produtos que sejam sus-ceptíveis de constituir uma ameaça para a saúde ou para a segurança.Artigo 18.º1 - Os inspectores do trabalho na agricultura devem ser autorizados a tomarmedidas destinadas a eliminar os defeitos verificados numa instalação, numarranjo ou em métodos de trabalho das empresas agrícolas, incluindo a uti-lização de substâncias perigosas, relativamente aos quais possam ter ummotivo razoável para os considerar como ameaça para a saúde e segurança.2 - Para ficarem habilitados a tomar essas medidas, os inspectores terão odireito, sob reserva de todos os recursos judiciais ou administrativos quepossam ser previstos pela legislação nacional, de ordenar ou mandar:a) Que se efectuem nas instalações, nos locais, nos utensílios, no equipa-mento ou nos aparelhos, num prazo determinado, as modificações queforem necessárias para assegurar a aplicação rigorosa das disposiçõeslegais relativas à saúde e à segurança; b) Que se tomem medidas imediatamente executórias, que poderão ir até àsuspensão do trabalho, nos casos de perigo iminente para a saúde e a segu-rança.3 - Se o processo descrito no parágrafo 2 acima não for compatível com aprática administrativa e judicial do Estado Membro, os inspectores terão odireito de apelar para a autoridade competente para que esta formule pres-crições ou mande tomar medidas imediatamente executórias.4 - Os defeitos verificados pelo inspector ao visitar uma empresa, assimcomo as medidas ordenadas em virtude do parágrafo 2 ou solicitadas emvirtude do parágrafo 3, devem ser imediatamente dados a conhecer aoempregador e aos representantes dos trabalhadores.ARTIGO 19.º1 - A inspecção do trabalho na agricultura deve ser informada dos aciden-tes de trabalho e dos casos de doença profissional que ocorrerem no sec-tor agrícola, nos casos e da maneira que forem prescritos pela legislaçãonacional.2 - Tanto quanto possível, os inspectores do trabalho devem ser associadosa todos os inquéritos, no próprio local, que incidam sobre as causas dos aci-dentes de trabalho ou das doenças profissionais mais graves, especialmen-te quando se trate de acidentes ou doenças mortais ou que façam um certonúmero de vítimas.Artigo 20.ºSob reserva das excepções que possam ser previstas pela legislação nacio-nal, os inspectores do trabalho na agricultura:a) Não terão direito a ter quaisquer interesses, directos ou indirectos, nasempresas colocadas sob o seu controle; b) Ficarão obrigados, sob pena de sanções penais ou medidas disciplinaresapropriadas, a não revelar, mesmo depois de terem deixado o serviço, ossegredos de fabrico ou de comércio ou os processos de exploração de quepossam ter tido conhecimento no exercício das suas funções; c) Deverão tratar como absolutamente confidencial a fonte de toda e qual-quer queixa que lhes assinale um defeito, um perigo nos processos de tra-balho ou uma infracção às disposições legais e deverão abster-se de reve-lar ao empregador ou ao seu representante que se procedeu a uma visita deinspecção na sequência de uma queixa.Artigo 21.ºAs empresas agrícolas deverão ser inspeccionadas tantas vezes e tão cui-dadosamente quanto necessário para assegurar a aplicação efectiva dasdisposições legais pertinentes.Artigo 22.º1 - As pessoas que violarem ou descurarem a observação das disposiçõeslegais cuja aplicação estiver submetida ao controle dos inspectores do tra-balho na agricultura ficarão sujeitas a processos judiciais ou administrativosimediatos sem aviso prévio. Todavia, a legislação nacional pode preverexcepções para os casos em que deva fazer-se um aviso prévio a fim de seremediar uma situação ou de se tomarem medidas preventivas.2 - Deixa-se ao critério dos inspectores do trabalho fazerem advertências oudarem conselhos em vez de intentarem ou recomendarem processos.Artigo 23.ºSe os próprios inspectores do trabalho na agricultura não estiverem habili-

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tados a intentar processos, terão o direito de apresentar directamente àautoridade investida do poder de os intentar relatórios sobre as infracçõesàs disposições legais.Artigo 24.ºSerão previstas pela legislação nacional e efectivamente aplicadas sançõesadequadas à violação das disposições legais cuja aplicação esteja submeti-da ao controle dos inspectores do trabalho na agricultura e à obstrução feitaaos mesmos no exercício das suas funções.Artigo 25.º1 - Os inspectores do trabalho ou as repartições locais de inspecção, con-forme os casos, ficarão obrigados a apresentar à autoridade central de ins-pecção relatórios periódicos sobre os resultados das suas actividades naagricultura.2 - Esses relatórios serão estabelecidos da maneira prescrita pela autorida-de central de inspecção e versarão sobre os assuntos indicados periodica-mente por essa autoridade; serão apresentados pelo menos com tanta fre-quência quanto a prescrita por essa autoridade e, em qualquer caso, pelomenos uma vez por ano.Artigo 26.º1 - A autoridade central de inspecção publicará um relatório anual sobre aactividade dos serviços de inspecção na agricultura, quer sob a forma de umrelatório separado, quer como parte do seu relatório anual geral.2 - Esses relatórios anuais serão publicados num prazo razoável, que emnenhum caso ultrapassará doze meses a partir do fim do ano aos quais res-peitarem.3 - Serão enviadas cópias dos relatórios anuais ao director-geral daRepartição Internacional do Trabalho num prazo de três meses após a suapublicação.Artigo 27.ºOs relatórios anuais publicados pela autoridade central de inspecção incidi-rão especialmente sobre os seguintes assuntos, na medida em que essesassuntos dependerem do controle dessa autoridade:a) Leis e regulamentos do âmbito da competência da inspecção do trabalhona agricultura; b) Pessoal da inspecção do trabalho na agricultura;c) Estatísticas das empresas agrícolas submetidas ao controle da inspecçãoe número de pessoas ocupadas nessas empresas; d) Estatísticas das visitas de inspecção;e) Estatísticas das infracções cometidas e das sanções aplicadas;f) Estatísticas dos acidentes de trabalho e das suas causas;g) Estatísticas das doenças profissionais e das suas causas.Artigo 28.ºAs ratificações formais da presente Convenção serão comunicadas ao direc-tor-geral do Bureau Internacional do Trabalho e por ele registadas.Artigo 29.º1 - A presente Convenção obrigará apenas os Membros da OrganizaçãoInternacional do Trabalho cuja ratificação tiver sido registada pelo director-geral.2 - Entrará em vigor doze meses após o registo, pelo director-geral, da rati-ficação de dois Membros.3 - Em seguida, esta Convenção entrará em vigor para cada Membro dozemeses após a data em que tiver sido registada a sua ratificação.Artigo 30.º1 - Qualquer Membro que tiver ratificado a presente Convenção podedenunciá-la decorrido um período de dez anos após a data da entrada emvigor inicial da Convenção, mediante comunicação enviada ao director-geraldo Bureau Internacional do Trabalho e por ele registada. A denúncia só pro-duzirá efeito um ano depois de registada.2 - Qualquer Membro que tiver ratificado a presente Convenção e que, noprazo de um ano a contar da expiração do período de dez anos menciona-do no parágrafo anterior, não usar da faculdade de denúncia prevista pelopresente artigo ficará obrigado por um novo período de dez anos e, poste-riormente, poderá denunciar a presente Convenção no termo de cada perí-odo de dez anos, nas condições previstas neste artigo.Artigo 31.º1 - O director-geral do Bureau Internacional do Trabalho notificará todos osMembros da Organização Internacional do Trabalho do registo de todas asratificações e denúncias que lhe forem comunicadas pelos Membros daOrganização.2 - Ao notificar os Membros da Organização do registo da segunda ratifica-ção que lhe tiver sido comunicada, o director-geral chamará a atenção dos

Membros da Organização para a data em que a presente Convenção entra-rá em vigor.Artigo 32.ºO director-geral do Bureau Internacional do Trabalho comunicará aoSecretário-Geral das Nações Unidas, para fins de registo, de acordo com oartigo 102 da Carta das Nações Unidas, informações completas sobre todasas ratificações e actos de denúncia que tiver registado de acordo com osartigos anteriores.Artigo 33.ºSempre que o julgar necessário, o conselho de administração do BureauInternacional do Trabalho apresentará à Conferencia Geral um relatório sobrea aplicação da presente Convenção e decidirá se há motivo para inscreverna agenda da Conferência a questão da sua revisão total ou parcial.Artigo 34.º1 - No caso de a Conferência adoptar uma nova convenção que reveja totalou parcialmente a presente Convenção, e a não ser que a nova convençãodisponha de outro modo:a) A ratificação por um Membro da nova convenção que efectuar a revisãopressupõe de pleno direito, não obstante o disposto no artigo 30.º, a denún-cia imediata da presente Convenção, desde que a nova convenção que efec-tuar a revisão tenha entrado em vigor; b) A partir da data da entrada em vigor da nova convenção que efectuar arevisão, a presente Convenção deixará de estar aberta à ratificação dosMembros.2 - A presente Convenção permanecerá em todo o caso em vigor na suaforma e conteúdo para os Membros que a tiverem ratificado e que não rati-ficarem a convenção que efectuar a revisão.Artigo 35.ºAs versões francesa e inglesa do texto da presente Convenção são igual-mente autênticas

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A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho,Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração do BureauInternacional do Trabalho, reunida em 19 de Junho de 1947, na sua trigé-sima sessão; Após ter decidido adoptar diversas propostas relativas à organização da ins-pecção do trabalho na indústria e comércio, a questão da ordem de trabal-hos da sessão; Após ter decidido que algumas destas propostas tomariam a forma de umarecomendação que completa a recomendação sobre a inspecção do trabal-ho, 1923, e a convenção sobre a inspecção do trabalho, 1947,Adopta, neste décimo primeiro dia Julho de 1947, a recomendação seguin-te, que será designada Recomendação sobre a inspecção do trabalho,1947.Considerando que a recomendação sobre a inspecção do trabalho, 1923, ea convenção sobre a inspecção do trabalho, 1947, prevêem a organizaçãode serviços de inspecção do trabalho e que é desejável complementar asrespectivas disposições com recomendações adicionais; A Conferência recomenda aos Estados Membros que apliquem as disposi-ções seguintes tão cedo quanto as condições nacionais o permitirem e queapresentem ao Bureau Internacional do Trabalho, de acordo com a decisãodo Conselho de Administração, os relatórios com as medidas para a suaaplicação:I. ACÇÕES PREVENTIVAS DA INSPECÇÃO DO TRABALHO1. Quem quer que se proponha abrir um estabelecimento industrial oucomercial ou assumir a sucessão de um tal estabelecimento, ou começar adesenvolver nesse estabelecimento uma actividade que a autoridade com-petente tenha declarado sujeita à aplicação das disposições legais, deveránotificar, com antecedência, o serviço competente de inspecção do trabal-ho, seja directamente, seja por intermédio de outra autoridade designada.2. Os Estados Membros deveriam estabelecer disposições segundo as quaisos projectos relativos a novos estabelecimentos, a instalações ou a novosprocessos de fabrico pudessem ser submetidos, para parecer, ao serviçocompetente de inspecção do trabalho, a fim de saber: se os ditos projectostornariam difícil ou impossível a aplicação da legislação nacional relativa àsaúde e à segurança dos trabalhadores; se seriam de natureza a constituirum perigo para a saúde e a segurança dos trabalhadores.3. Sob reserva de qualquer recurso que pudesse ser previsto pela legisla-ção nacional, a implantação de todos os projectos de novos estabelecimen-tos, de novas instalações ou de novos processos de produção, consideradospela legislação nacional como sendo perigosos ou insalubres, deveria sercondicionada pela execução de todas as modificações ordenadas pelo refe-rido serviço no interesse da saúde e da segurança dos trabalhadores.II. COLABORAÇÃO DOS EMPREGADORES E DOS TRABALHADORES NOQUE CONCERNE À SAÚDE E SEGURANÇA4. (l) Deveriam ser concebidas disposições com vista à colaboração entreempregadores e trabalhadores para melhorar as condições de saúde e desegurança dos trabalhadores.(2) Essas disposições poderiam consistir na criação de comissões de segu-rança ou de órgãos similares instituídos no âmbito de cada empresa ouestabelecimento e compreendendo representantes de empregadores e detrabalhadores.5. Representantes dos trabalhadores e da direcção, e mais particularmenteos membros de comités de segurança ou de órgãos similares, no caso deexistirem esses comités ou esses órgãos, deveriam ser autorizados a cola-borar directamente com os funcionários do serviços de inspecção do tra-balho dentro dos limites fixados pela autoridade competente, aquando deinvestigações e, nomeadamente, na ocasião de inquéritos sobre acidentesde trabalho e doenças profissionais.6. A promoção da colaboração entre os funcionários dos serviços de ins-pecção e as organizações de empregadores e de trabalhadores deveria serincentivada com a organização de conferências, comissões mistas ou outrosorganismos similares, no âmbito dos quais representantes serviços de ins-pecção do trabalho pudessem discutir, com os representantes das organi-zações de empregadores e de trabalhadores, questões relativas à aplicaçãoda legislação do trabalho, bem como da saúde e segurança dos trabalha-dores.7. Deveriam ser tomadas medidas apropriadas para que fossem dadas ins-truções a empregadores e trabalhadores sobre legislação do trabalho, sobrequestões de saúde e segurança e pudessem receber orientações nestaárea, nomeadamente através de:a) conferências, programas radiofónicos, cartazes, folhetos e filmes explica-tivos que resumam as disposições legais e proponham métodos de aplica-ção dessas disposições e das medidas preventivas contra acidentes do tra-balho e doenças profissionais;

b) exposições sobre saúde e segurança;c) cursos de saúde e de segurança industriais em escolas técnicas.III. CONFLITOS DE TRABALHO

8. As funções dos inspectores do trabalho não deveriam incluir funções deactuar na qualidade de conciliadores ou de árbitros em conflitos do trabalho.IV. RELATÓRIOS ANUAIS SOBRE A INSPECÇÃO9. Os relatórios publicados anualmente sobre as actividades dos serviços deinspecção deveriam, na medida do possível, prestar as informações detal-hadas seguintes:a) lista das leis e regulamentos dos quais não foi feito menção nos relató-rios anteriores e relativos às actividades dos serviços de inspecção;b) esclarecimentos sobre os serviços de inspecção do trabalho, indicandoprincipalmente;i) o número total dos inspectores;ii) o número de inspectores das diferentes categorias;iii) o número de inspectoras;iv) esclarecimentos sobre a distribuição geográfica dos serviços de inspec-ção;c) estatísticas dos estabelecimentos sujeitos ao controlo da inspecção e donúmero das pessoas empregadas nesses estabelecimentos, indicando prin-cipalmente:i) número de estabelecimentos sujeitos ao controlo da inspecção;ii) número médio das pessoas empregadas nesses estabelecimentos duran-te o ano;iii) particularidades sobre a classificação das pessoas empregadas, confor-me os seguintes critérios: homens, mulheres, jovens e crianças;d) estatísticas das visitas de inspecção, indicando principalmente:i) número de locais de trabalho visitados;ii) número de visitas de inspecção efectuadas, classificadas segundo ten-ham sido feitas de dia ou à noite;iii) número de pessoas empregadas nos estabelecimentos visitados;iv) número dos estabelecimentos visitados mais de uma vez por ano;e) estatísticas das infracções e das sanções indicando principalmente:i) número das infracções notificadas às autoridades competentes;ii) esclarecimentos sobre a classificação das infracções segundo as dispo-sições legais às quais se reportem;iii) número de sanções impostas;iv) esclarecimentos sobre a natureza das sanções impostas pelas autorida-des competentes nos diversos casos (multa, prisão, etc.);f) estatísticas dos acidentes do trabalho indicando especialmente o númerodos acidentes do trabalho declarados e esclarecimentos sobre a classifica-ção desses acidentes:i) por actividade económica e profissão;ii) segundo sua causa;iii) acidentes mortais e não-mortais;g) estatísticas das doenças profissionais, indicando:i) o número de casos de doença profissional declarados;ii) esclarecimentos sobre a classificação desses casos segundo a activida-de e profissão;iii) esclarecimentos sobre a classificação desses casos, segundo as causasou características (natureza da doença, natureza das substâncias tóxicas,natureza dos processos insalubres de fabricação, etc.) aos quais se atribuia doença.

10.3. R81 Recomendação sobre a Inspecção do Trabalho, 1947Recomendação relativa à Inspecção do Trabalho.

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A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho,Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração do BureauInternacional do Trabalho, reunida em 19 de Junho de 1947, na sua trigési-ma sessão; Após ter decidido adoptar diversas propostas relativas à organização da ins-pecção do trabalho nas empresas mineiras e de transporte, 4ª questão doponto da ordem de trabalhos da sessão; Após ter decidido que algumas destas propostas tomariam a forma de umarecomendação que completa a recomendação sobre a inspecção do trabal-ho, 1923, a convenção sobre a inspecção do trabalho, 1947, e a recomen-dação sobre a inspecção do trabalho, 1947,Adopta, neste décimo primeiro dia Julho de 1947, a recomendação seguin-te, que será designada Recomendação sobre a inspecção do trabalho(minas e transportes), 1947.Considerando que a convenção sobre a inspecção do trabalho, 1947, prevêa organização de serviços de inspecção do trabalho e autoriza a isenção,pela legislação nacional, das empresas mineiras e de transporte da aplica-ção da referida convenção;

Considerando que é no entanto essencial tomar medidas adequadas relati-vas às empresas mineiras e de transporte para que cumpram eficazmenteas disposições legais relativas às condições do trabalho e a protecção dostrabalhadores no exercício da sua profissão, a Conferência recomenda aosEstados Membros que apliquem as disposições seguintes tão cedo quantoas condições nacionais o permitirem e de apresentar ao BureauInternacional do Trabalho, em conformidade com que decidirá o Conselho deAdministração, dos relatórios que expõem as medidas tomadas para o pôrem aplicação:Cada Estado Membro da Organização Internacional do Trabalho deveria sub-meter as empresas mineiras e de transporte, tal como são definidas pelaautoridade competente, aos serviços de inspecção do trabalho adequadospara assegurar a aplicação das disposições legais relativas às condições dotrabalho e a protecção dos trabalhadores no exercício da sua profissão.

10.4 R82 Recomendação sobre a Inspecção do Trabalho (Minas e Transportes), 1947Recomendação relativa à Inspecção do Trabalho nas Empresas de Minas e Transportes

8.7.6.5.4.3.2.1. 10.9.

A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho,Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração do BureauInternacional do Trabalho, reunida em 4 de Junho de 1969, na sua quin-quagésima terceira sessão; Após ter decidido adoptar diversas propostas relativas à organização da ins-pecção do trabalho na agricultura, questão que é compreendida no quartoponto da ordem de trabalhos da sessão; Após ter decidido que algumas destas propostas tomariam a forma de umarecomendação que complementa a convenção sobre a inspecção do trabal-ho (agricultura), 1969,Adopta, neste vigésimo primeiro dia de Junho de 1969, a recomendaçãoseguinte, que será designada Recomendação sobre a inspecção do trabal-ho (agricultura), 1969:1. Se as condições nacionais o permitirem, a competência da inspecção dotrabalho na agricultura deveria ser estendida de modo a incluir a colabora-ção com os serviços técnicos competentes, com vista a ajudar o produtoragrícola, qualquer que seja seu estatuto, a melhorar sua exploração e a ele-var o nível das condições de vida e de trabalho das pessoas ali emprega-das.2. Salvo o disposto no artigo 6º, parágrafo 3, da Convenção de 1969, sobrea inspecção do trabalho (agricultura), a inspecção do trabalho na agricultu-ra pode também ser envolvida na aplicação das disposições legais que tra-tam de questões como:a) formação profissional dos trabalhadores;b) serviços sociais na agricultura;c) cooperativas;d) frequência da escolaridade obrigatória

3.(1) Normalmente as funções dos inspectores do trabalho na agricultura nãodeveriam normalmente incluir a função de actuarem como conciliadores ouárbitros em conflitos do trabalho.(2) Quando não houver, no sector agrícola, órgãos especiais encarregadosda conciliação, os inspectores do trabalho na agricultura poderiam ser con-vocados, a título precário, a assumir essas funções.(3) No caso contemplado no sub parágrafo anterior, nº 2 acima, a autorida-de competente deve tomar medidas adequadas à legislação nacional ecompatível com os recursos da administração do trabalho no país, para ali-viar progressivamente os inspectores do trabalho das funções aí tratadas,de modo a que possam dedicar-se mais às questões da inspecção propria-mente dita, nas empresas.4. Os inspectores do trabalho na agricultura devem familiarizar-se com ascondições de vida e de trabalho nesse sector de actividade; devem tambémpossuir conhecimentos dos aspectos económicos e técnicos do trabalho naagricultura.5. Os candidatos a cargos superiores da inspecção do trabalho na agricul-tura devem possuir qualificações profissionais ou académicas apropriadasou possuir uma experiência profunda adquirida na administração do trabalho.

6. Os candidatos a outros cargos da inspecção do trabalho na agricultura(inspectores adjuntos, fiscais, etc.) devem, se o nível de escolaridade no paíso permitir, ter concluído o ciclo médio de instrução geral, completada, sepossível, com uma adequada formação profissional ou possuir boa expe-riência da administração do trabalho ou em assuntos relacionados com otrabalho.7. Nos países onde o ensino estiver insuficientemente desenvolvido, as pes-soas nomeadas como inspectores do trabalho na agricultura devem ter, pelomenos, experiência prática na agricultura ou manifestar interesse e ter asaptidões para esse género de inspecção; devem receber formação adequa-da no posto de trabalho, logo que possível.8. A autoridade central da inspecção do trabalho deve dar instruções aosinspectores do trabalho na agricultura, a fim de poderem desempenhar suastarefas uniformemente, em todo o país.9. As fiscalizações nocturnas só devem ser efectuadas sobre questões quenão possam ser objecto de verificação diurna.10. O recurso, na agricultura, a comités de saúde e de segurança, que com-preendem representantes de empregadores e de trabalhadores, poderia seruma das formas de colaboração entre funcionários do serviço de inspecçãodo trabalho na agricultura e empregadores e trabalhadores, ou suas organi-zações, se as houver.11. A extensão dos serviços de inspecção do trabalho na agricultura - con-templada no artigo 17.º da Convenção de 1969, sobre a inspecção do tra-balho (agricultura) - à fiscalização preventiva de novas instalações, de novassubstâncias e de novos processos de manipulação ou de transformação dosprodutos susceptíveis de constituir uma ameaça à saúde ou à segurança,deve implicar a consulta prévia da inspecção do trabalho sobre:a) o início da operação dessas instalações, da utilização dessas substânciase da execução desses processos;b) os projectos de toda instalação onde se fizesse uso de máquinas perigo-sas ou de processos de trabalho insalubres ou perigosos.12. Os empregadores deveriam pôr à disposição dos inspectores do trabal-ho na agricultura os dispositivos necessários, inclusive, se for o caso, umlocal onde possam receber os trabalhadores da empresa.13. Os relatórios anuais publicados pela autoridade central de inspecção,além dos assuntos indicados no artigo 27.º da Convenção de 1969, sobre ainspecção do trabalho (agricultura), deveriam tratar dos assuntos seguintes,contanto que dependam dessa autoridade:a) estatísticas dos conflitos de trabalho na agricultura;b) exposição dos problemas resultantes da aplicação das disposições legaise dos progressos realizados com vista a sua solução;c) sugestões com vista à melhoria das condições de vida e de trabalho naagricultura.14. (1) Os Estados Membros devem promover uma acção educativa contí-nua, destinada a informar as partes interessadas, por todos os meios apro-priados, sobre as disposições legais e a necessidade de sua rigorosa apli-cação, assim como dos perigos que ameaçam a saúde ou a vida das pes-soas empregadas nas empresas agrícolas e dos meios mais apropriadospara os evitar.

10.5 R133 Recomendação sobre a Inspecção do Trabalho (Agricultura), 1969Recomendação relativa à Inspecção do Trabalho na Agricultura

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(2) Essa acção educativa poderia incluir, de acordo com as condições nacionais:a) a utilização dos serviços de animadores ou de monitores rurais;b) a distribuição de cartazes, brochuras, periódicos e jornais;c) a organização de sessões de cinema e programas radiofónicos e de tele-visão;d) a organização de exposições e de demonstrações concernentes à saúdee à segurança;e) a inclusão de questões de saúde e de segurança, bem como, também,de outras questões apropriadas, nos programas de ensino das escolasrurais e das escolas agrícolas;

f) a organização de conferências destinadas às pessoas que trabalham naagricultura e são afectadas pela introdução de novos métodos de trabalhoou pela utilização de novas matérias e substâncias;g) a participação dos inspectores do trabalho na agricultura nos programasde educação do trabalhador;h) a organização de cursos, de debates e de seminários, assim como decompetições com atribuição de prémios.

11. Portugal e a cooperaçãoExperiências de cooperação das Inspecções do Trabalho depaíses de língua portuguesaA Inspecção-Geral do Trabalho de Portugal e as suas con-géneres de alguns dos Estados (Angola, Cabo Verde,Guiné Bissau, Moçambique e S. Tomé e Príncipe), hojemembros da Comunidade de Países de LínguaPortuguesa - CPLP, iniciaram, em meados dos anos 80 doséculo XX, processos de cooperação e trocas de expe-riências no campo de intervenção da inspecção do trabalho.Num processo em que, por vezes, aquela cooperação sedesenvolveu sob a égide da Organização Internacional doTrabalho, coube à Inspecção-Geral do Trabalho portugue-sa dinamizar, entre 1986 e 2002, um conjunto de inter-venções que enriqueceram todos quantos nelas participa-ram. Com efeito, de uma metodologia inicialmente cen-trada na óptica estrita de aplicação da legislação de tra-balho suportada no controlo das suas conformidades,passou-se, já nos anos 90, para uma visão sobre a inter-venção inspectiva que procura uma abordagem mais glo-bal da organização de trabalho na empresa, visando pro-mover processos de melhoria das condições de trabalho.Essa evolução foi muito marcada pela definição que o sis-tema de segurança, higiene e saúde no trabalho conhe-ceu com a publicação da Convenção 155, de 1981, daOrganização Internacional do Trabalho, sobre aSegurança, a Saúde dos Trabalhadores e o Ambiente deTrabalho, onde os princípios de política nacional e oscorrespondentes domínios de acção, a nível de cadaEstado Membro e a nível de empresa, encontraram natu-ral acolhimento. Tais definições têm, necessariamente,implicações na acção concreta dos inspectores de trabal-ho que tiveram de ser reflectidas e perspectivadas.Para esse efeito, muito contribuíram os estágios que tive-ram lugar em Portugal, para dirigentes e inspectores detrabalho daqueles Estados de África, os seminários e os

workshops realizados e, ainda, as acções de formaçãoexecutadas. Foi este o conjunto de processos que supor-tou a partilha da reflexão sobre a passagem e as vias datransição da abordagem tradicional para novas perspecti-vas de acção.

As metodologias e os processos de intervenção dos ins-pectores de trabalho envolvidos conheceram, então, umaevolução que aqui invocamos por estarmos certos que foium momento que propiciou o enriquecimento das funçõ-es das Inspecções do Trabalho participantes nas suasquatro áreas características de intervenção: o controloinspectivo nos locais de trabalho; a informação e o con-selho a trabalhadores, empregadores e suas instituiçõesde representação; a cooperação com outras entidadescom missões similares e a função de alerta às autorida-des competentes sobre o "estado" do direito que regulaas condições de trabalho.

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