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Genebra Organização Internacional do Trabalho

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Genebra

OrganizaçãoInternacionaldo Trabalho

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Copyright © Organização Internacional do Trabalho 2006

© Tradução em língua portuguesa: ACT – Autoridade para as Condições do Trabalho

As publicações do Bureau Internacional do Trabalho gozam da protecção dos direitos de autor em virtude do Protocolo 2 anexo à ConvençãoUniversal sobre Direito de Autor. No entanto, breves extractos dessas publicações podem ser reproduzidos sem autorização, desde que devida-mente mencionada a fonte. Para obter os direitos de reprodução ou de tradução, os pedidos devem ser dirigidos ao Serviço de Publicações(Direitos de Autor e Licenças) do Bureau Internacional do Trabalho, CH-1211 Genebra 22, Suíça, ou enviados para o seguinte endereço electró-nico: [email protected]. Os pedidos serão sempre bem-vindos.As bibliotecas, instituições e outros utilizadores registados em organizações de direitos de reprodução poderão fazer fotocópias nos termos daslicenças que lhes forem concedidas para este fim. Visite www.ifrro.org para saber qual é a organização de direitos de reprodução no seu país.

Sistema Integrado de formação em inspecção do trabalhoEdição: Maio 2009Tiragem: 2 500 exemplaresISBN: 978-989-8076-26-7 (edição impressa)ISBN: 978-989-8076-27-4 (web pdf)Depósito legal: 293497/09Impressão: Palmigráfica Artes Gráficas, Lda.Tradução: TraductaRevisão técnica: Manuel M. Roxo

Albracht, G (Editor)Martin Daza, F, Brückner, B (Co-editores)Genebra, Bureau Internacional do Trabalho, 2006

ISBN da edição original: 92-2-119012-9 (edição impressa)ISBN da edição original: 978-92-2-119012-7 (web pdf)

Também disponível em francês: Système intégré de formation à l’inspection du travail

Fotografias © Organização Internacional do Trabalho

Dados de catalogação na publicação do BIT

As designações constantes das publicações do BIT, que estão em conformidade com as normas das Nações Unidas, bem como a forma sob a qual figu-ram nas obras, não reflectem necessariamente o ponto de vista do Bureau Internacional do Trabalho relativamente à condição jurídica de qualquer país,área ou território ou respectivas autoridades, ou ainda relativamente à delimitação das respectivas fronteiras.As opiniões expressas em artigos, estudos e outros documentos são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, e a publicaçãodos mesmos não vincula o Bureau Internacional do Trabalho às opiniões neles expressas.A referência ou não referência a empresas, produtos ou procedimentos comerciais não implica qualquer apreciação favorável ou des-favorável por parte do Bureau Internacional do Trabalho.As publicações e os produtos electrónicos do BIT estão disponíveis nas principais livrarias e nos escritórios locais do BIT em vários paí-ses, podendo ser também directamente obtidos na seguinte morada: Publicações do BIT, Bureau Internacional do Trabalho, CH-1211Genebra 22, Suíça. Os catálogos e listas de novas publicações podem ser obtidos gratuitamente na morada acima mencionada ousolicitados através do seguinte endereço de e-mail: [email protected] o site da OIT : www.ilo.org/publnsInformação adicional sobre as publicações do BIT em língua portuguesa pode ser obtida no escritório da OIT em Lisboa, Rua do Viriato,7, 7º andar, 1050-233 Lisboa, telef.: 21 317 34 47, Fax: 21 314 01 49 ou directamente através da página da Internet:http://www.ilo.org/lisbon

Design gráfico e layout : bemotiv Digital Media GmbH – Patrick Gilles – www.bemotiv.de - Alemanha

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A formação é essencial à eficiência. Nesse sentido, para que a inspecção do trabalho possa desempenhar o papel cen-tral que lhe cabe, impõe-se a adopção de padrões elevados na formação dos inspectores, tendo em vista a promoçãode um trabalho digno na empresa, especialmente face a todo um conjunto de desafios inerentes a um mundo do tra-balho em rápida evolução.

O Sistema Integrado de Formação em Inspecção do Trabalho (SIFIT) proporciona uma nova abordagem sob a forma demódulos para a formação neste domínio. Os conceitos que lhe estão subjacentes foram desenvolvidos pela primeira vezdurante a aplicação de um projecto da OIT na Bulgária, por ocasião da Conferência Internacional do Trabalho de 2006,tendo conferido uma nova dinâmica à referida abordagem ao insistir no reforço das inspecções do trabalho e no apoioda OIT a este processo.

Baseado na noção de formação de formadores, o SIFIT fornece um amplo conjunto de documentos que abrangem umavasta gama de temáticas operacionais e estratégicas, assumindo, contudo, uma óptica flexível ao permitir às autorida-des nacionais desenvolverem os seus próprios currículos mediante as escolhas que melhor se coadunem com as suasnecessidades específicas. Este tipo de orientação será especialmente útil aos países que atravessam um processo demodernização da sua legislação do trabalho e dos seus sistemas de inspecção, designadamente aos que desenvolvemsistemas integrados de inspecção. O SIFIT foi também concebido de forma a permitir que mais módulos lhe sejam gra-dualmente acrescentados, possibilitando que a experiência adquirida por alguns seja posta ao serviço de todos.

A existência do SIFIT deve muito à especialização e experiência de outros, e o BIT está muito grato a todos aqueles queforneceram material e comentaram o projecto. Agradecemos especialmente ao nosso consultor para o projecto de ins-pecção do trabalho, Dr. Bernhard Brückner, cuja metodologia de formação constituiu a base para o lançamento do SIFIT,bem como a Félix Martin Daza (OIT-Turim), a Peter Hurst (OIT/IPEC), Bernd Treichel e Malcom Gifford (OIT/SafeWork), àAssociação Internacional da Inspecção do Trabalho e aos Directores e respectivos inspectores de um grande número deserviços de inspecção do trabalho, parceiros sociais e entidades governamentais, que ajudaram a apoiar e a concebero presente sistema de formação.

Gostaríamos ainda de agradecer ao Ministério Federal da Cooperação e do Desenvolvimento Económico da Alemanha,pelo apoio financeiro dado ao projecto.

É com muito prazer que lhe apresentamos e recomendamos o SIFIT.

Dr. Jukka Takala Gerd AlbrachtDirector Coordenador para o Desenvolvimento dos Sistemas de Inspecção,OIT/SafeWork OIT/SafeWorkPrograma Internacional Programa Internacionalpara a Segurança e para a Segurança eSaúde dos Trabalhadores Saúde dos Trabalhadorese o Ambiente de Trabalho e o Ambiente de Trabalho

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1. INTRODUÇÃO 61.1. Enquadramento 61.2. Abordagem da inspecção do trabalho integrada 71.3. Como utilizar o SIFIT 7

2. A INSPECÇÃO DO TRABALHO NUMA ECONOMIA GLOBAL 82.1. Um actor estratégico para a aplicação das normas fundamentais do trabalho 92.2. Desafios para a inspecção do trabalho 9

3. INSPECÇÃO DO TRABALHO INTEGRADA 103.1. O conceito de inspecção do trabalho integrada 113.2. Funções e responsabilidades 113.3. Sistemas de gestão e cultura de prevenção 14

4. POLÍTICA DE FORMAÇÃO 154.1. Qualificações profissionais e pessoais para os inspectores do trabalho 154.2. Grupos-alvo 16

5. MODELO DE FORMAÇÃO 175.1. Objectivos da formação 17

5.2. Metodologia da formação 185.3. Princípios da formação 195.4. Os três pilares da formação 205.5. Formas e conteúdos da formação – Inspectores recém-recrutados 205.6. Programas técnicos 215.7. Concepção de programas 225.8. Formação de formadores 245.9. Formação de mentores 255.10. Formação em competências sociais 265.11. Formação de dirigentes 275.12. Formação de inspectores no terreno 28

6. IMPLEMENTAÇÃO 29

7. DESCRIÇÃO GERAL DOS ELEMENTOS DO SIFIT 317.1. O SIFIT e o desenvolvimento gradual de instrumentos de formação,de programas e de

documentos de apoio 31Pacote de Recursos 1 – Missão global da inspecção do trabalho 31Pacote de Recursos 2 – Ferramentas de desenvolvimento da Formação 31Pacote de Recursos 3 – Exemplos práticos de manuais de formação desenvolvidos 32Pacote de Recursos 4 – Ferramentas, orientações e instrumentos de acção 32

7.2. Descrição geral dos instrumentos de formação actualmente desenvolvidos(situação em Setembro 2006) 33

8. OUTRAS REFERÊNCIAS 348.1. Publicações 348.2. Sítios na Internet 34

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1.1. Enquadramento

1. INTRODUÇÃO

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De todas as Convenções da OIT, a Convenção n.º 81 éuma das que têm merecido o maior número de ratifica-ções (em Julho de 2006, 135 Estados-membros tinhamratificado esta Convenção e outros Estados tinham apli-cado as políticas nela previstas). Por conseguinte, quasetodos os países do mundo dispõem actualmente de umserviço de inspecção do trabalho sob qualquer forma,abrangendo a maioria dos sectores de emprego formal,senão todos, ou até mesmo a economia informal. Pormuito que esta Convenção tenha resistido ao tempo, asrápidas mutações registadas na evolução do mundo dotrabalho implicam mais do que nunca, para os inspecto-res, a necessidade de políticas actualizadas e de consel-hos operacionais, para que possam manter-se eficientese preparados para aquilo que é uma função cada vezmais exigente, mas de grande importância.

O Sistema Integrado de Formação em Inspecção doTrabalho (SIFIT) proporciona um enquadramento para irao encontro dessas necessidades de formação. O con-ceito subjacente ao SIFIT foi tomando forma ao longo deum projecto da OIT financiado pela Alemanha e desen-volvido na Bulgária em 1999, numa altura em que estepaís procedia à revisão e reforma da sua legislação dotrabalho e do sistema de inspecção. Foi então decididointegrar na inspecção do trabalho as funções de aconsel-hamento e de controlo de aplicação das normas de saúdeno trabalho e condições de trabalho, para que todosesses elementos fizessem parte das responsabilidadesde cada inspector, segundo o princípio “uma empresa –um inspector”.

A fim de corresponder às necessidades de formação, foidesenvolvido um programa de formação de formadorescom a duração de três anos, no âmbito do qual foram for-mados 300 inspectores, sobre o planeamento e a reali-zação das suas visitas aprofundadas visando a preven-ção. Com base nesta nova abordagem, o número de visi-tas de inspecção relacionadas com a segurança e saúdeno trabalho e com outras questões aumentou nitidamen-te entre 1998 e 2003 e, no mesmo período, duplicou onúmero de queixas investigadas. Posteriormente, quandoo Comité dos Altos Responsáveis das Inspecções doTrabalho procedeu à avaliação dos serviços de inspecçãodo trabalho recentemente integrados, considerou-se quea Bulgária reunia já todos os requisitos para a adesão àUnião Europeia no domínio da inspecção do trabalho – oque constitui também um indício do êxito do projecto.

Após um período de integração igualmente bem sucedi-do no Vietname, os conceitos subjacentes ao SIFIT foramaperfeiçoados e, posteriormente, integrados no seuactual formato.

TA inspecção dos locais de trabalho tem constituído umaprioridade para a Organização Internacional do Trabalho(OIT), desde a fundação desta Organização em 1919. Naprimeira Conferência Internacional do Trabalho da OIT,nesse mesmo ano, foi aprovada uma recomendaçãosobre a criação de um “sistema eficiente de inspecção defábricas” e de serviços governamentais, que teria pormissão a “protecção da saúde dos trabalhadores”. Desdeentão, o tema foi-se tornando cada vez mais importante,especialmente com a adopção, em primeiro lugar, daConvenção sobre a Inspecção do Trabalho, 1947 (n.º 81)e, posteriormente, da Convenção sobre a Inspecção doTrabalho (Agricultura), 1969 (n.º 129), bem como dasrecomendações que as acompanhavam.

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A OIT promove uma abordagem integrada da inspecçãodo trabalho, abrangendo a segurança e saúde no trabal-ho, as relações de trabalho, as condições gerais de tra-balho e outros aspectos do “Trabalho Digno”, em apoiodo conceito de “uma empresa - um inspector”. Estaperspectiva permite melhor congregar os recursos exis-tentes, prestar melhores serviços e aumentar a presen-ça de inspectores nos locais de trabalho.Simultaneamente, proporciona a flexibilidade suficienteaos Estados-membros para poderem desenvolver osseus próprios regimes de inspecção, em função dosseus próprios sistemas e formas de administração. Aaplicação do conceito exige uma cooperação estreitacom os empregadores e os sindicatos.

Podem ser referidos diferentes exemplos de sistemasintegrados de inspecção. A Inspecção do Trabalho e daSegurança Social de Espanha, por exemplo, é umaorganização integrada que se dedica não apenas àsegurança e saúde no trabalho, mas a todos os aspec-

tos das relações de trabalho, incluindo o emprego e asegurança social. A inspecção marítima fornece tam-bém uma ilustração de um sistema integrado numdeterminado sector. Para além dos requisitos marítimosespecíficos, os inspectores asseguram o cumprimento ea aplicação das normas vigentes em todos os domíniosda legislação do trabalho, por exemplo, requisitos deidade mínima para os trabalhadores marítimos, condiçõ-es de admissão, de alojamento e alimentação, protec-ção da saúde e cuidados médicos, protecção da segu-rança social e direito à reforma.

No entanto, para que os sistemas integrados de inspec-ção sejam eficazes, os inspectores deverão receber for-mação de forma sistemática e contínua, a fim de man-terem um elevado nível de competência profissional,incluindo capacidades e conhecimentos no domínio dasrelações entre empregadores e trabalhadores, de modoa estarem preparados para um mundo do trabalhol cadavez mais globalizado.

1.2. Abordagem integrada da inspecção do trabalho

O SIFIT proporciona um enquadramento em que cada ins-pecção nacional do trabalho poderá desenvolver os seus pró-prios sistemas e pacotes de formação. Trata-se de um siste-ma flexível e baseado em módulos, destinado a permitir àsinspecções nacionais do trabalho desenvolverem sistemas deformação que se adaptem da melhor forma às suas necessi-dades próprias, e concebido para corresponder aos recursosdisponíveis. Embora o SIFIT não possa abranger todos osaspectos do conceito de inspecção do trabalho integrada, osistema aborda as principais questões técnicas e jurídicas, otema da gestão, bem como as diferentes competênciassociais e outras capacidades exigidas. Também pode ser uti-lizado para efeitos de formação e informação dos parceirossociais. Foram já desenvolvidos diversos módulos e mais irãoser desenvolvidos proximamente, por exemplo no domínio dainspecção do trabalho e da agricultura.

Os principais elementos que caracterizam o SIFIT são:

Uma metodologia baseada na formação de formadoresPara que a formação seja sustentável, é necessária umaabordagem que incentive a transferência de conhecimen-tos para as entidades de uma organização. Deste modo,o SIFIT baseia-se numa metodologia de formação de for-madores, permitindo que os organizadores nacionaisidentifiquem, na sua organização, os potenciais candida-tos à formação que poderão, depois, desenvolver os seuspróprios programas de formação adaptados a fim decorresponderem a necessidades e critérios específicos.

Uma abordagem modularA abordagem modular do SIFIT significa que a formaçãopoderá prolongar-se por um período de tempo mais longo, senecessário. Os módulos abrangem uma gama de temas queincluem o desenvolvimento de princípios de política, a forma-ção de formadores, as competências sociais e de comunica-ção, a organização do trabalho, as necessidades de sectoresespecíficos, o diálogo social e outros aspectos. Para cadamódulo, um plano curricular fornece orientações sobre comoagir e quais os elementos cuja inclusão nos manuais nacio-nais de formação deve ser ponderada.Existem já diversos módulos, os quais foram desenvolvi-dos, em parte, pela OIT e, em parte, pelos Estados-mem-bros. A finalidade é obter mais exemplos de módulos deformação nos próximos anos e expandir gradualmente oconteúdo do SIFIT.Pacotes de recursos para melhor formaçãoDado que os manuais de formação devem ser desenvol-vidos em contextos nacionais, o SIFIT proporciona umconjunto de materiais de base para a orientação nestedomínio, como, por exemplo, os relativos ao combate aotrabalho infantil e ao VIH/SIDA. Os pacotes de recursosincluem igualmente panorâmicas gerais sobre o papel eas funções da inspecção do trabalho, os seus problemase desafios específicos. E, o que é mais importante,incluem também orientações sobre boas práticas, bemcomo fichas técnicas e outro material de apoio. Poderáser consultada uma lista completa dos recursos da ins-pecção do trabalho em: www.ilo.org/labourinspection.

1.3. Como utilizar o SIFIT

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Sendo a inspecção do trabalho uma função do Estado,deve distinguir-se da inspecção exercida por outras orga-nizações, como aquela que é efectuada pelos emprega-dores a fim de assegurarem o seu próprio cumprimentoda lei. O bom funcionamento de um sistema de inspec-ção de trabalho é um factor essencial à boa governaçãono mundo laboral. A inspecção do trabalho tem um papelfundamental a desempenhar nas estratégias nacionais einternacionais tendentes a assegurar a aplicação efectivados programas de trabalho digno.

A Comissão de Peritos da OIT para a Aplicação dasConvenções e Recomendações observou, no seu relatóriode 2006, que os serviços de inspecção do trabalho são asprincipais instituições estratégicas governamentais deapoio aos instrumentos da OIT, na medida em que estesestão integrados na sua legislação, e que velam pela apli-cação prática das normas ratificadas.

A globalização tem tido efeitos profundos, não só nas prio-ridades comerciais, económicas e políticas, mas tambémno ambiente de trabalho de muitas pessoas, nomeada-mente face aos riscos que enfrentam. Apesar das pro-messas de maior produtividade, de um crescimento maisrápido e de melhores condições de vida e de trabalho,muitos países estão ainda longe de realizar o potencialaberto pela globalização, como está demonstrado no rela-tório da OIT “Por Uma Globalização Justa – CriarOportunidades para Todos” (OIT, 2004). Assim, todos osparceiros sociais devem empenhar-se no desenvolvimentode estratégias criativas e abrangentes a fim de correspon-der a estes desafios, através do processo de diálogo sociale de consultas tripartidas.

A existência de serviços de inspecção do trabalho compe-tentes e independentes é fundamental neste processo,pois são os serviços de inspecção que têm acesso directo

ao local de trabalho, no âmbito dos mandatos dos gover-nos respectivos. É através dos serviços de inspecção quenormas fundamentais do trabalho – como as tendentes àabolição do trabalho infantil – podem ser aplicadas nasempresas, que podem ser prestados conselhos técnicos einformações coerentes e que o trabalho digno pode serpromovido transversalmente em todos os sectores de acti-vidade, incluindo a economia informal.

É cada vez mais reconhecido que o nível de desenvolvi-mento de uma inspecção do trabalho é um indicador dodesenvolvimento económico e social de um país. Osencargos com acidentes e problemas de saúde relaciona-dos com o trabalho, por exemplo, são significativos, impli-cando custos globais estimados em cerca de 4-5% do PIBmundial. Contudo, se existirem serviços de inspecção efi-cazes, esses acidentes e problemas de saúde podem serconsideravelmente atenuados, não só melhorando a quali-dade de vida dos trabalhadores e das suas famílias, mastambém implicando resultados económicos significativos,melhorando o potencial de produtividade e de emprego.

A importância de reforçar os sistemas de inspecção do tra-balho a nível mundial foi também salientada naConferência UE-OIT “Unidade para além das diferenças”,sobre a inspecção integrada do trabalho, realizada em2005. Os governos devem investir em serviços de inspec-ção do trabalho e desenvolver os existentes, dado quemuitos deles não dispõem dos recursos financeiros nemdo apoio político para corresponder às necessidadesnacionais e para dar uma resposta sólida aos desafios daglobalização, promovendo o trabalho digno, tanto no sec-tor formal como na economia informal.

Felizmente, tal como demonstraram os projectos de coo-peração técnica recentes da OIT na Bulgária e noVietname, é possível transformar um serviço de inspecçãodo trabalho numa organização moderna, competente ealtamente eficiente, mediante um forte apoio político anível nacional. Evidentemente, uma boa formação é umelemento essencial no processo de modernização.

2. A INSPECÇÃO DO TRABALHO NUMA ECONOMIAGLOBAL

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2.1. Um actor estratégico para a aplicação das normasfundamentais do trabalho

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As grandes mudanças nos padrões de emprego ocorridasnos anos mais recentes colocam desafios significativospara a inspecção do trabalho. Com a fragmentação e pri-vatização das indústrias tradicionais e o recurso crescenteà subcontratação e também à economia informal, osmétodos tradicionais de inspecção já não atingem umnúmero elevado de trabalhadores. Além disso, a alteraçãodas relações de trabalho, as novas tecnologias, os riscospsicossociais emergentes, o número crescente de aciden-tes de trabalho e doenças profissionais em todo o mundoe a insistência em aplicar as normas fundamentais do tra-balho da OIT de uma forma mais eficiente implicam que osdesafios para os serviços de inspecção do trabalho sejamenormes. A necessidade de uma abordagem integrada dainspecção do trabalho e de políticas claras, concisas, coe-rentes e abrangentes, a fim de promover o trabalho digno,nunca foi tão imperiosa.

As atitudes públicas face ao trabalho estão também amudar. Em muitos países desenvolvidos, por exemplo, háuma intolerância crescente do público em geral face a ris-cos inaceitáveis relacionados com o trabalho, como osdecorrentes da proximidade de grandes complexos quími-cos ou da exposição ao amianto. Embora este factor, emsi mesmo, possa ser positivo, na medida em que constituium sinal de maior consciencialização do público, colocauma maior responsabilidade nos serviços de inspecção dotrabalho, que têm de responder a mais preocupações, fre-quentemente justificadas, com os mesmos ou até commenos recursos.

A necessidade política de uma maior responsabilização eeficiência perante o público tem tido também impactosobre todos os serviços governamentais, incluindo as ins-pecções do trabalho, que são crescentemente chamadasa demonstrar que prestam serviços efectivos e eficientes.Os recursos têm sido levados ao seu limite mesmo nospaíses desenvolvidos e muito mais nos países em desen-volvimento, e tiveram de ser encontradas novas formas detrabalho. Assim, a avaliação do desempenho dos serviçosde inspecção tem-se tornado mais comum e tende a ocu-par mais tempo.

Uma resposta a estes desafios tem consistido em trabal-har de forma mais abrangente com os parceiros sociais,partilhar ideias e informações, e trabalhar em conjuntocom eles a fim de resolver algumas das questões maiscomplexas. Programas nacionais como os de abolição dotrabalho infantil, do trabalho forçado ou do VIH/SIDA têm-se tornado mais comuns e as inspecções do trabalho des-envolvem a sua actividade nestes contextos nacionaismais vastos.

Vários países têm desenvolvido programas nacionais paraa segurança e saúde no trabalho, quer a nível geral querem sectores específicos, sendo certo que as inspecçõesdo trabalho desempenham uma função central no planea-mento estratégico, na prestação de conselhos e no con-trolo da aplicação das normas. A Estratégia Global deSegurança e Saúde no Trabalho da OIT salientou a impor-tância de sistemas de inspecção e de fomento das capa-cidades neste contexto. Recentemente, foi adoptada aConvenção sobre o Quadro Promocional para a Segurançae Saúde no Trabalho, 2006, bem como a Recomendaçãoque a acompanha, as quais abordam a necessidade deprogramas nacionais de segurança e saúde no trabalho,de reforçar os sistemas nacionais (incluindo a inspecçãodo trabalho) e de educação e formação nessas matérias.

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2.2. Desafios para a inspecção do trabalho

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A inspecção do trabalho integrada significa a integração dosaspectos administrativos, processuais e técnicos multidisci-plinares da inspecção do trabalho numa abordagem holítis-ca, coerente, mas flexível. As finalidades consistem emracionalizar os recursos existentes, prestar serviços maisefectivos e eficientes e aumentar o número de inspectoresno local de trabalho. A aplicação desta abordagem implica,naturalmente, uma cooperação estreita entre os ministériosgovernamentais e as organizações de empregadores e detrabalhadores, quer a nível nacional quer na empresa. UmSistema Integrado de Formação em Inspecção do Trabalho(SIFIT) reflecte, pois, esta perspectiva, e a sua concepçãoproporciona toda uma série de possibilidades na abordagemde questões continuamente emergentes relativas ao local detrabalho ou relacionadas com o trabalho

Como todas as inspecções do trabalho nacionais, uma ins-pecção integrada opera sobretudo ao nível da empresa, aonível sectorial e nacional, velando por que a legislação sejaaplicada de forma coerente e adequada nos locais de tra-balho, no âmbito das competências que lhe são conferidas.A nível empresarial, o princípio é “uma empresa - um ins-pector”, o que corresponde igualmente ao desejo dosempregadores de lidarem apenas com uma autoridadegovernamental, sempre que possível, para as diferentesquestões de protecção social relativas à empresa.

No entanto, os serviços de inspecção do trabalho integra-da podem igualmente partilhar ideias e experiências anível internacional, por terem muito em comum em virtu-de das suas funções. Estes serviços têm integrado muitasfunções que lhes são comuns e defrontam-se com aspi-rações e desafios semelhantes. Isto aplica-se, mais parti-cularmente, a grupos regionais de países, como a UniãoEuropeia, onde muita da legislação de protecção dos tra-balhadores já foi harmonizada. A cooperação entre as ins-

pecções nacionais do trabalho é especialmente importan-te neste contexto, como é o caso do Comité dos AltosResponsáveis da Inspecção do Trabalho da UE e aAssociação Internacional da Inspecção do Trabalho. Estasredes são primordiais.

As inspecções do trabalho integradas estão, pois, bemcolocadas para reagir às iniciativas internacionais defomento do trabalho digno e, em especial, para corres-ponder aos objectivos de atingir uma “GlobalizaçãoJusta”, na medida em que aplicam normas e boas práti-cas internacionalmente acordadas a nível nacional e nasempresas.

A integração de funções deste modo aumenta também acompetência dos inspectores. Contudo, o SIFIT não signi-fica que todos os inspectores tenham de ser peritos emtodas as matérias de que se ocupam. As organizaçõespodem ser agrupadas em “generalistas” e “especialistas”,de tal forma que as generalistas tenham um âmbito maisvasto na compreensão de cada aspecto dentro da suaárea de responsabilidade, a ser apoiada pelos conselhosde especialistas sempre que necessário. Muitas inspecçõ-es funcionam já desta forma com bons resultados.

Deste modo, a formação deve corresponder a essasnecessidades específicas, para que inspectores generalis-tas correctamente formados tenham competência paraidentificar os temas de preocupação e para fazer avalia-ções preliminares, para prestar conselhos e tomar decisõ-es sobre como proceder de seguida. Se não forem capa-zes de resolver a questão por falta de conhecimentos,poderão pedir a ajuda de especialistas, a fim de tomaremmedidas com base em pareceres idóneos.

3.1. O conceito de inspecção do trabalho integrada

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7.6.5.4.2.1. 3.

3. INSPECÇÃO DO TRABALHO

8.

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3.2. Funções e responsabilidades

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No âmbito da administração pública, as inspecções do traba-lho têm por objectivo essencial promover o cumprimento dalegislação laboral aplicável através da inspecção, prestandoinformações e conselhos e, se necessário, adoptando proce-dimentos de aplicação da lei. Em contrapartida, a responsa-bilidade por garantir que os requisitos da legislação são efec-tivamente cumpridos cabe aos empregadores e a outros titu-lares de tais deveres.No contexto das suas atribuições ou finalidade geral, as fun-ções precisas das inspecções nacionais do trabalho divergemde um país para outro, tal como as suas responsabilidadesespecíficas. Por conseguinte, as políticas de inspecção irãoabordar áreas específicas de responsabilidade, bem como omodo como devem promover o cumprimento da legislaçãoaplicável e das boas práticas através das actividades de ins-pecção, de processos de controlo e outras.Em termos gerais, as funções dos inspectores do traba-lho podem ser resumidas do seguinte modo:

- Aconselhar os empregadores, os trabalhadores e outrostitulares de deveres sobre boas práticas e, mais con-cretamente, sobre o modo de cumprir a legislação emvigor;

- Fazer averiguações na sequência de queixas, acidentese casos de problemas de saúde;

- Trabalhar com os parceiros sociais em actividades edu-cativas/promocionais, tais como cursos de formação,seminários para pequenas empresas, etc.

- Fazer aplicar a legislação pertinente; e- Informar os superiores hierárquicos sobre as suas acti-vidades e sobre assuntos específicos sempre quenecessário, chamando a atenção para deficiências ouabusos “que não estejam especialmente previstos nasdisposições em vigor” (Convenção n.º 81).

No exercício das suas funções, os inspectores do traba-lho precisam de consultar e interagir com os parceirossociais seja a nível nacional seja ao nível da empresa,incluindo as organizações de empregadores e de traba-lhadores, bem como outros “actores”, tais como associa-ções seguradoras, serviços de saúde no trabalho, fabri-cantes, projectistas e fornecedores, estabelecimentos deensino e de formação, instituições de investigação eoutras organizações que prossigam interesses específi-cos. A manutenção do diálogo social através de parceriastem-se tornado cada vez mais importante, desde a rela-ção com empresas multinacionais até ao combate ao tra-balho infantil, desde o apoio aos trabalhadores da econo-mia informal até às actividades sectoriais. Em todos estesdomínios, os inspectores do trabalho desempenham umpapel central e os interesses de todos os parceiros sociaisrelevantes devem ser tidos em conta.As competências para o exercício do controlo inspectivo

variam de país para país. Na sua maioria, os serviços deinspecção têm poderes para desencadear processos judi-ciais, mas nalguns países os inspectores podem impor“sanções administrativas”, enquanto noutros apenas ostribunais judiciais podem aplicar multas. Nalguns países,os inspectores estão autorizados a emitir advertências de"proibição", "melhoria" ou semelhantes, que são docu-mentos legais, não podendo fazê-lo noutros países.As responsabilidades dos inspectores variam também deum país para outro, podendo aplicar-se a todos ou àmaioria dos temas adiante indicados. Quanto mais inte-grada for a organização, mais as competências seguintesfarão parte dos respectivos mandatos:

Segurança e saúde no trabalhoe condições de trabalho

Segurança no trabalho. O risco de acidentes pode resul-tar de vários factores, como a utilização de máquinas peri-gosas, o trabalho em altura, o transporte no local de traba-lho, a adopção de equipamento sob pressão, equipamentosde elevação, a utilização de substâncias inflamáveis ouexplosivas, etc. São necessários sólidos conhecimentos téc-nicos sobre o modo como surgem os riscos para a segu-rança e como podem ser efectivamente controlados atravésde uma boa concepção e manutenção adequada, da orga-nização do local de trabalho e do ambiente de trabalho, demétodos de trabalho seguros e de outros meios.

Saúde no trabalho. Os riscos de doença e os problemasde saúde podem surgir de várias formas, tais como aexposição a substâncias perigosas como o amianto, ou aprodutos químicos como os pesticidas, o trabalho comcargas pesadas ou de difícil manuseamento, os ambien-tes ruidosos, o trabalho com ferramentas de fortes vibra-ções, o trabalho em temperaturas elevadas ou em pres-são excessiva ou a exposição a agentes biológicos.Insiste-se na necessidade de conhecimentos técnicossólidos para se poderem avaliar os riscos de forma ade-quada e para se poderem prestar informações e conse-lhos sobre o modo como esses riscos podem ser contro-lados de forma eficaz, referenciando-se vigilância dasaúde e os serviços de saúde no trabalho.Os distúrbios músculo-esqueléticos fazem parte dos pro-blemas de saúde no trabalho mais frequentes, tanto nospaíses desenvolvidos como nos países em desenvolvimen-to, afectando a qualidade de vida da maioria das pessoas.A abordagem primária da prevenção dos distúrbios múscu-lo-esqueléticos relacionados com o trabalho será a refor-mulação da actividade do trabalho de forma a optimizar acarga de trabalho, tornando-a compatível com a capacida-de de desempenho físico e mental dos trabalhadores

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Promoção da saúde no trabalho.Tradicionalmente, as medidas de segurança e de saúdeno trabalho têm-se concentrado na prevenção de aciden-tes e doenças. No entanto, estas medidas, por si só, nãosão suficientes para fazer frente a toda a diversidade dequestões referidas acima. Assim, a promoção da saúde nolocal de trabalho tem por finalidade o reforço do potencialde promoção da saúde e do bem-estar dos trabalhadores,contribuindo activamente para a melhoria da saúde nolocal de trabalho, elevando o moral dos trabalhadores epromovendo melhores relações de trabalho. Esta perspec-tiva deverá contribuir para uma força de trabalho maissaudável e motivada, para a redução dos custos relacio-nados com doenças e para maior produtividade, transfor-mando assim o trabalho em "trabalho digno".

Riscos psicossociais. O stress relacionado com otrabalho e outros problemas psicossociais podem derivarde diversos factores, incluindo horários e exigências detrabalho pouco razoáveis, assédio sexual ou moral e aameaça de violência no trabalho. Esta problemática, queestá longe de ser trivial, pode ter impacto no comporta-mento dos trabalhadores e prejudicar a sua saúde.Durante a última década, o stress relacionado com o tra-balho tem sido consistentemente identificado como umapreocupação significativa no local de trabalho, represen-tando um custo muito elevado em termos de sofrimentohumano e de fraca motivação, maior rotatividade do pes-soal e desempenho económico e produtividade maisreduzidos.

VIH/SIDA. As consequências do VIH/SIDA relacionadascom o trabalho são graves. Para além de um maiorabsentismo e da perda de trabalhadores qualificados eexperientes, os efeitos incluem a discriminação e o estig-ma no trabalho, menor produtividade e, a um nível maisvasto, um impacto negativo sobre o crescimento econó-mico e um encargo para os sistemas de protecção sociale para os serviços de saúde. Nalguns casos, a doençapropaga-se directamente devido ao trabalho, por exemplono caso dos trabalhadores no sector da saúde. Os ins-pectores do trabalho têm uma função essencial a desem-penhar neste domínio, através de actividades de sensibi-lização, prestação de informações e de conselhos, pro-moção de medidas preventivas e, em geral, velando pelaaplicação efectiva das políticas nacionais.

Vigilância do mercado. Face ao aumento docomércio mundial, a legislação de muitos países prevêactualmente que os produtos colocados no mercadodeverão obedecer a requisitos acordados em matéria desegurança e saúde (normas internacionais harmoniza-das), a fim de garantir a segurança dos utilizadores.Com os seus conhecimentos, os inspectores do trabalhoforam incumbidos da vigilância do mercado, para garan-tir que os fabricantes, fornecedores e importadoresestejam informados sobre a legislação aplicável e forne-çam apenas produtos seguros.

Condições de trabalho. As condições de empregoconstituem um aspecto muito importante do trabalhodigno na empresa. De acordo com a Convenção n.º 81,os inspectores do trabalho deverão “assegurar a aplica-ção das disposições legais relativas às condições de tra-balho e à protecção dos trabalhadores no exercício dasua profissão, tais como as relativas à duração do tra-balho [e] salários...". O número de horas de trabalho e omodo como este é organizado podem afectar significati-vamente a qualidade do trabalho e a qualidade de vidados trabalhadores. O trabalho nocturno, o trabalho porturnos e os longos períodos de trabalho contribuemigualmente para a redução da esperança de vida e adeterioração da saúde dos trabalhadores.

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Igualdade de género e não discriminaçãoRecentemente, um número cada vez maior de países temaprovado legislação antidiscriminação com base emConvenções fundamentais da OIT. Ao fazê-lo, o aconsel-hamento, o acompanhamento e o controlo das disposiçõ-es aplicáveis passaram a ser da responsabilidade de ser-viços de inspecção do trabalho. Alguns desses serviçosnão só fazem aplicar a legislação em vigor, mas prepara-ram também regras específicas antidiscriminação aplicá-vel através dos serviços de inspecção, no âmbito dassuas próprias políticas gerais de igualdade de género eantidiscriminação.

Trabalho infantilEmbora a legislação que limita o emprego de criançasseja uma das mais antigas, o trabalho infantil persiste emmuitos países e, em especial, na economia informal.Assim, a comunidade internacional tem desenvolvidoesforços crescentes nos últimos anos para velar pela apli-cação das normas da Convenção sobre as Piores Formasde Trabalho Infantil, 1999 (n.º 182) e de outras disposi-ções neste domínio. Actualmente, os esforços nacionaissão frequentemente coordenados entre diferentes minis-térios governamentais, empregadores, trabalhadores,professores, organizações da colectividade e outras enti-dades, numa abordagem de equipa tendente a eliminar,em última instância, pelo menos as piores formas de tra-balho infantil. As “piores formas” incluem o trabalhoinfantil perigoso, e é nesse domínio que as inspecções dotrabalho colaboram cada vez mais com outros organis-mos na identificação do trabalho infantil perigoso e nacooperação para a sua eliminação.

Trabalho forçadoO trabalho forçado e o tráfico que o determina são doisactos criminosos e têm impacto no mercado de trabalho.Por conseguinte, as forças policiais, as inspecções do tra-balho e os parceiros sociais cooperam no combate a estefenómeno. Sendo responsáveis pelo fomento de condiçõesde trabalho condignas, os inspectores do trabalho conse-guem igualmente identificar as vítimas e os autores destescrimes, adoptando as medidas correctivas necessárias.

Relações de trabalhoOs inspectores do trabalho têm frequentemente responsabili-dades no domínio das relações de trabalho relativamente aosdireitos sindicais e à protecção dos membros dos sindicatos.Em diversos países, também registam e controlam os acor-dos colectivos e podem até ter poderes para os fazer aplicar.As relações profissionais podem processar-se a nível nacio-nal, regional e empresarial. Nalguns países, os inspectores dotrabalho participam em actividades de conciliação e de arbi-tragem, embora a Recomendação n.º 81 da OIT desencorajeclaramente essa prática.

MigraçãoOs trabalhadores migrantes representam normalmente10% da força de trabalho nacional em muitos países des-envolvidos e correspondem a uma proporção crescenteda mão-de-obra dos países em desenvolvimento. Muitosdesses trabalhadores estão sujeitos a tratamentos violen-tos, à exploração e à discriminação nos países de acolhi-mento, por várias razões e, em parte, devido à situaçãovulnerável em que se encontram. A inspecção dos locaisde trabalho onde estão presentes trabalhadores migran-tes contribui para assegurar a igualdade de tratamento,desencoraja a exploração e reduz os incentivos à contra-tação de trabalhadores em situação irregular que, deoutro modo, poderiam aceitar condições de trabalho abai-xo dos requisitos legais.

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Esta abordagem contribui para promover uma culturamais responsável nas empresas e, de um modo maisgeral, na comunidade, nos países e até nas regiões.O conceito de “cultura preventiva de segurança esaúde", por exemplo, foi promovido na EstratégiaGlobal da OIT para a Segurança e Saúde no Trabalho.Através destes mecanismos, as condições vigentesno local de trabalho poderão, espera-se, melhorar emtodo o mundo, garantindo um trabalho digno e umaglobalização justa para todas as populações. Mas,nunca é demais repetir, a inspecção do trabalho des-empenha uma função vital para a realização desseobjectivo.

No exercício das suas funções, os inspectores do tra-balho – tal como os seus parceiros sociais – põemcada vez mais a tónica na prevenção e na necessida-de de os empregadores adoptarem uma atitude pró-activa, a fim de controlar e reduzir os riscos que ame-açam as condições para um trabalho digno. Assim,são necessários sistemas de gestão para que osempregadores possam identificar ilegalidades eadoptar as medidas necessárias, após consulta dosrepresentantes dos trabalhadores. Por exemplo, osempregadores são incitados a prever sistemas degestão para a segurança e saúde no trabalho. Essessistemas deverão implicar organizações eficazes emedidas destinadas a identificar e avaliar os riscospara a segurança e saúde, antes que ocorram aci-dentes e problemas de saúde no trabalho, e devemprovidenciar pela adopção das medidas adequadas àdefinição e manutenção de padrões aceitáveis.

3.3. Sistemas de gestão e cultura de prevenção

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Para uma missão desta natureza, é evidente que os ins-pectores devem dispor de determinadas qualidades eaptidões individuais e de habilitações académicas de umcerto nível. Algumas das qualidades e aptidões mais pes-soais devem ser verificadas durante as fases iniciais derecrutamento e selecção anteriores à nomeação, pois, senão forem evidentes pelo menos numa certa medida, aformação posterior poderá nunca vir a dotar o futuro ins-pector das competências necessárias. Os inspectoresdeverão igualmente dispor de uma sólida educação bási-ca e de qualificações a um nível mais elevado. Por exem-plo, muitas inspecções do trabalho requerem que osnovos inspectores recrutados possuam já um curso uni-versitário ou habilitações equivalentes, mas não necessa-riamente numa disciplina técnica ou jurídica.

Após o recrutamento, e a fim de desenvolver as funçõesjá descritas, quer o sistema de formação quer o inspec-tor individualmente devem empenhar-se em correspon-der aos seguintes objectivos (alguns dos quais devem jáverificar-se antes da nomeação):

Qualidades pessoais

· Capacidade para trabalhar de forma autónoma;

. Capacidade de enfrentar e resolver conflitos;

. Qualidades de comunicação e de persuasão;

. Capacidade de exprimir críticas justificadas e frontaisde uma forma sincera;

. Disponibilidade para a formação permanente; e

. Perseverança e empenho em concluir as missões atribuídas.

Conhecimentos profissionais

. Educação superior adequada;

. Conhecimentos básicos em geral;

. Aquisição de conhecimentos mais específicos (da legis-lação e aspectos técnicos);

. Capacidade de utilização de recursos de forma econó-mica; e

. Capacidade de transmissão de conhecimentos.

Aptidões

. Capacidade de discernimento e de resolução de pro-blemas;

. Capacidade de fazer juízos fundamentados;

. Capacidade de planeamento do trabalho próprio;

. Capacidade para o trabalho em equipa;

. Capacidade para o trabalho por objectivos;

. Capacidade de cooperação com os parceiros sociais.

Competências

. Capacidade de aplicar os conhecimentos teóricos naprática;

. Capacidade de realizar inspecções eficazes

. Capacidade de avaliar os riscos na prática; e

. Capacidade de fazer exposições orais;

4.1. Qualificações profissionais e pessoais para os inspectores do trabalho

De um modo geral, a política de formação dos inspec-tores do trabalho deve ter por preocupação essencialdotá-los da preparação necessária para que se tornemsuficientemente competentes, a fim de poderem pro-

Figura: Qualificações requeridas para a Inspecção do Trabalho

ceder a avaliações idóneas sobre a melhor forma depromover o cumprimento da legislação em vigor etomar as medidas necessárias para assegurar a suaaplicação

4. POLÍTICA DE FORMAÇÃO

7.6.5.3.2.1. 4. 8.

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Podem ser identificados três grupos-alvo para as activida-des de formação:

. Inspectores em geral; este grupo subdivide-se em inspec-tores operacionais e inspectores

recém-nomeados;

. Dirigentes de inspectores; e

. Formadores, mentores, consultores e peritos.

4.2. Grupos-alvo

Figura: Grupos-Alvo

7.6.5.3.2.1. 4. 8.

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Cada inspector do trabalho deve ser competente emtodas as matérias técnicas e jurídicas, deverá dispor depoderes legais suficientes e de aptidões pessoais quelhe permitam velar pelo cumprimento da lei, identificaros problemas, prestar conselhos úteis e proceder a ava-liações sólidas do cumprimento da legislação em vigorpor parte de uma empresa.

Neste contexto, o desenvolvimento e a aplicação de ummodelo e de um programa de formação eficazes, base-ado nas funções da inspecção do trabalho integrada,permitem que os inspectores do trabalho desempenhemeficientemente as tarefas que lhes são atribuídas eprestem serviços de qualidade aos empregadores e aostrabalhadores.

O sistema de formação tem como objectivo principal aprestação de formação inicial aos elementos recém-recrutados e de formação contínua de acompanhamen-to aos inspectores no activo, dotando-os da competên-cia necessária para a realização eficaz da inspecçãointegrada.

A implementação da inspecção integrada torna neces-sário que todos os inspectores disponham de formaçãoinicial em diversas disciplinas novas, como a higiene notrabalho, princípios gerais do direito do trabalho, coope-ração tripartida e diálogo social, princípios da preven-ção, etc. Os programas de formação para este grupoalvo serão especialmente concebidos para tirar partidoda experiência anterior e das aptidões profissionais dosformandos.

A concepção e o desenvolvimento da formação devemcorresponder integralmente às funções e tarefas dosinspectores do trabalho e aos requisitos da legislaçãoem vigor. A formação tem por objectivos estratégicos:

. Dotar os inspectores de conhecimentos e competên-cias profissionais suficientes para a obtenção demaior produtividade aquando da inspecção;

. Aumentar as competências técnicas e as capacida-des pessoais dos inspectores do trabalho;

. Constituir, desenvolver e manter uma equipa de for-madores e mentores que disponha dos conhecimen-tos profissionais e das capacidades necessárias à for-mação; e

. Reforçar a capacidade de gestão a todos os níveisadministrativos mediante a formação de gestorescapazes de aplicar os modernos métodos de gestão.

Todas as pessoas, independentemente de questões degénero, raça ou credo religioso, que tenham concluído aformação inicial exigida e obtido as qualificações e apti-dões necessárias, devem poder tornar-se inspectores.

5. MODELO DE FORMAÇÃO

5.1. Objectivos da formação

7.6.4.3.2.1. 5. 8.

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7.6.4.3.2.1. 5. 8.

Formar significa organizar e facilitar um processo deaprendizagem e de mudança; o que se espera da for-mação é que aprofunde, incentive e promova os conhe-cimentos dos formandos, as suas capacidades profis-sionais e competências sociais. Para esse efeito, umaformação de qualidade deve aplicar metodologias queabordem três dimensões da aprendizagem:

. Conhecimentos de base – aumentar os conhecimen-tos técnicos;

. Competências – utilizar os conhecimentos e métodosprofissionais, incluindo formação sobre a melhorforma de gerir as relações de trabalho;

. Aptidões sociais – adaptação a novas formas de tra-balho na inspecção.

5.2. Metodologia da formaçãoA metodologia de formação acima descrita visa tornar oprocesso de aprendizagem aberto, positivo, pragmáti-co, dinâmico e activo.

Trata-se de uma metodologia orientada para os interes-ses e problemas específicos da profissão, interactiva ecentrada nas necessidades dos participantes.

Estes objectivos são atingidos mediante:

a) a escolha e concepção de metodologias que corres-pondam à especificidade de cada temática;

b) o envolvimento activo dos participantes e um trabalhode repetição;

c) a utilização de estudos de caso;

d) a formação e avaliação do desempenho através degravações e análises em vídeo.

Figura: Grupos-Alvo

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5.3. Princípios da Formação

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A formação obedece a sete princípios fundamentais. Oquadro que se segue apresenta a caracterização de

cada princípio e descreve as características específicasda respectiva aplicação prática.

7.6.4.3.2.1. 5. 8.

Princípios Significado Características

1. Princípio da visualização Visualização do conhecimentoteórico de um sistema determos, conceitos e crenças,mediante modelos sensoriais,desenhos, mapas e gráficos

- salientar as características existentesdos objectos estudados;

- ligar a visualização à vida real;- valorizar e promover a motivação;- facilitar o processo de aprendizagem;- disposição estética do ambiente deaprendizagem.

2. Princípio da consciencializa-ção

Reflexão consciente, séria eprofunda sobre o processo deaprendizagem nos seus diferentesestádios

- suprir os desfasamentos entre a formaçãoe os problemas reais dos formandos;

- suscitar emoções positivas durante aformação;

- oportunidades de autocontrolo e de con-trolo

3. Princípio de uma atitudepró-activa

Ajudar o formando a ser maispró-activo no processo deaprendizagem

- provocar a experiência pessoal do for-mando;

- ajudar os estagiários a compreender quesão parceiros iguais e devem contribuirpara o processo de aprendizagem

4. Princípio da acessibilidade Ajustar o conteúdo e osmétodos às característicasindividuais do formando

É adoptada a seguinte evolução:- do fácil para o difícil- do conhecido para o desconhecido- do simples para o complicado- do próximo para o remoto

5. Princípio da sistematização Aquisição de conhecimentos,aptidões e hábitos numa deter-minada sequência lógica base-ada nos atributos específicosdos objectos e fenómenos

- preparação meticulosa da documenta-ção de formação em cada estádio lógicoe curricular

- ligação à aprendizagem anterior e lança-mento das bases para a associação afuturos materiais de formação;

- planear tempo para a repetição e oresumo do que foi ensinado

6. Princípio da sustentabilidade Profundidade e sustentabilidadedos conhecimentos, aptidões ehábitos recém-adquiridos ecapacidade para os aplicarapós a formação

- dividir o tema em unidades estruturaisde significação;

- reagrupar o tema, procedendo a resumos erepetições e orientando debates;

- aplicação de métodos e materiaisatraentes e fáceis de lembrar

7. Princípio da abordagempersonalizada

Estudar e ponderar as caracte-rísticas específicas de cada for-mando

- aplicação de métodos de “monitorização”e “discussão”;

- manutenção de contactos positivos comos formandos;

- utilizar as qualidades de cada formando

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7.6.4.3.2.1. 5. 8.

Sempre que possível, a formação deve ser organizadacomo um programa interno. Baseando-se num sistemainterno de inspectores-formadores, o conceito de for-mação de formadores é considerado como a ferramen-ta mais adequada, mais útil à inspecção do trabalho nospaíses em desenvolvimento ou em transição sujeitos aum processo de reforma, que poderão padecer igual-mente de falta de recursos e sentir a necessidade deaumentar os conhecimentos gerais dos inspectores dotrabalho.

Este conceito pressupõe o estabelecimento de um grupode formadores consistindo em peritos altamente qualifi-cados de entre o pessoal da organização (no caso dasInspecções do Trabalho, de inspectores e de especialis-tas) que, após terem sido formados sobre a concepçãode programas de formação e no ensino de adultos,podem prestar formação a outros inspectores. Pelorecurso a este modelo, a inspecção do trabalho realizauma redução radical das despesas de formação.

5.5. Formas e conteúdos da formação – Inspectores recém-recrutados

Em geral, a formação para uma inspecção do trabalhoinclui três pilares diferentes, destinados a dar uma res-posta adequada às necessidades básicas dos grupos-alvo (formadores, mentores, inspectores e gestores):

. Formação para a competência profissional

. Formação nas aptidões sociais

. Formação em competências de gestão

5.4. Os três pilares da formação

Figura: Os Três Pilares da Formação

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Os resultados traduzem-se na elaboração de manuaispara cada módulo, abrangendo um guia para formadores,material para estudantes, listas de verificação específicase uma bibliografia.

Para além dos módulos de base, há ainda a necessidadede um certo número de módulos especiais de formação,destinados a desenvolver competências e aptidões emdomínios em que é necessária uma determinada espe-cialização. Estes módulos especiais devem abranger asegurança e saúde no trabalho em ramos e actividadesindustriais específicos, ou proporcionar conhecimentosespeciais para programas nacionais de inspecção e cam-panhas sobre trabalho ilegal, trabalho infantil ou infecçãoVIH/SIDA. Algumas das razões essenciais dos programasforam já desenvolvidas, proporcionando uma estrutura debase para a formação. Contudo, à medida que a legisla-ção nacional vai variando, os currículos de formaçãoespecial devem ser mais bem desenvolvidos e concebi-dos. Um exemplo de ferramenta de formação integraldesenvolvida a nível nacional é a Ferramenta deFormação para as Competências Sociais, desenvolvida noâmbito do projecto da OIT para uma inspecção integradado trabalho na Bulgária 2002-2005.

O presente Sistema Integrado de Formação em Inspecçãodo Trabalho (SIFIT) inclui certos módulos de formação debase que aparentemente são uma necessidade comum atodas as inspecções do trabalho. A elaboração destes ins-trumentos de base assenta em dez princípios comuns:

- Qual a base jurídica de um determinado tema?

- Quais as consequências da adopção de nova legislaçãonacional, de novas convenções internacionais e/ou denormas internacionais?

- Comoavaliar o cumprimento dasnormasaplicáveis numdeter-minado domínio por parte de uma empresa?

- Quais os problemas verificados no controlo inspectivodo cumprimento desta regulamentação?

- Que medidas e sanções administrativas ou penais sãonecessárias?

- Descrição de casos específicos e apresentação deexemplos de boas práticas.

- Apresentação de aspectos específicos da prevenção eda protecção da saúde no local de trabalho.

- Como desenvolver o diálogo social neste domínio?

- Existem especialidades relacionadas com um dadotema?

- Qual a literatura especializada existente?

5.6. Programas técnicos

7.6.4.3.2.1. 5. 8.

A formação técnica e jurídica de inspectores recente-mente recrutados deve ser organizada em cursos decurta duração abrangendo as seguintes áreas:

- Normas internacionais do trabalho nos domíniostemáticos pertinentes;

- Legislação nacional do trabalho sobre temas perti-nentes, incluindo a segurança e saúde no trabalho,relações de trabalho, segurança social, etc.;

- Princípios gerais de prevenção, incluindo a aborda-gem em 3 estádios (eliminação, substituição e medi-das de protecção do pessoal);

- Riscos de segurança específicos, incluindo os riscosmecânicos, eléctricos, de incêndio e de explosão,equipamentos de elevação e sob pressão, etc.;

- Riscos específicos para a saúde, incluindo os deco-rrentes de agentes físicos, químicos e bioló-gicos, da higiene no trabalho, movimentação manualde cargas, etc.;

- Estimativa dos riscos no ambiente de trabalho, comoo ruído e os contaminantes transmitidos pelo ar;

- Técnicas de inspecção, planeamento e realização devisitas, papel do diálogo social, etc., bem como o trabal-ho administrativo relacionado com essas actividades;

- Investigação de acidentes de trabalho e doenças pro-fissionais;

- Controlo inspectivo das disposições em vigor e dosprocedimentos pertinentes;

- Riscos inerentes a sectores específicos; e

- Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabal-ho e normas internacionais do trabalho relacionadas.

Estes módulos poderão ser complementados em funçãoda análise das necessidades de formação.

Os inspectores no activo devem igualmente ser abrangi-dos por módulos de formação adequados, em funçãodas suas especificidades e qualificações iniciais.

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A concepção do programa de formação segue o modelomoderno de programa (como indicado adiante) cujas fasesessenciais são:

- Análise da situação;

- Pré-requisitos;

- Análise didáctica;

- Formulação de objectivos de formação;

- Organização da formação;

- Formação; e

- Avaliação.

A análise da situação (fase 1) assume uma importância par-ticular durante a preparação de programas. A conclusãobem-sucedida desta fase é muito significativa para o suces-so final da formação. Os principais objectivos desta fasesão: a definição das necessidades e objectivos de forma-ção; orientação em função das características específicasdos participantes; decisões relativas à política de formaçãoe à aplicação de métodos específicos. Nesta fase, as ten-dências positivas e negativas básicas que podem aparecerdurante a formação devem ser identificadas e ponderadas.Serão aproveitadas as tendências positivas e deverão pre-ver-se meios alternativos para contornar as dificuldadesdecorrentes das tendências negativas.

5.7. Concepção de programas

7.6.4.3.2.1. 5. 8.

Figura: Concepção de programas

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Os pré-requisitos (fase 2) abrangem a determinação do nívelacadémico específico que deve ser obtido e dos respectivosdiplomas, bem como do modo como as estruturas superio-res poderão vir a aprovar a formação a ser ministrada.

A análise didáctica (fase 3) consiste na selecção e justifica-ção do conteúdo do programa, bem como na escolha de umconjunto de métodos de formação aplicáveis.

Os objectivos da formação (fase 4) traduzem-se na determi-nação do âmbito de conhecimentos, competências e com-portamentos a serem adquiridos durante a formação e queserão aplicados na vida prática após a conclusão de cadacurso de formação. Os objectivos da aprendizagem sãoorganizados por ordem hierárquica, partindo de uma finali-dade geral para objectivos específicos.

A organização da formação (fase 5) implica um plano meto-dológico para cada unidade curricular. A organização da for-mação é apresentada sob a forma de um quadro que inclui:a duração prevista da formação; as funções instrutivas; asactividades/conteúdos e métodos de aprendizagem; osmateriais; e os formadores.

Esta fase reflecte o verdadeiro processo de aprendizagem ea sua preparação meticulosa é da maior importância para oformador.

A fase 6 consiste no processo de formação em si mesmo.Distingue-se pela sua vitalidade e dinamismo. Na maioriados casos, o processo de formação evolui com pequenos ougrandes desvios do plano traçado. Trata-se de um fenóme-no normal e cada formador deve estar preparado para reagirde forma adequada às mudanças na situação de ensino.

A avaliação (fase 7) constitui, naturalmente, a fase final doprocesso de formação. Esta fase serve para proporcionarinformações sobre os resultados e pode ser utilizada paramelhorar e reforçar os planos metodológicos efectuados. Aeficácia da formação ministrada é determinada pelo grau derealização dos objectivos predefinidos. Deve notar-se, noentanto, que a realização de certos objectivos de formaçãopode ser prontamente validada uma vez concluído o curso,ou seja, quando atingido o objectivo da aquisição de conhe-cimentos em áreas específicas. Mas a realização de outrosobjectivos é difícil de avaliar imediatamente, como é o casode objectivos relacionados com mudanças nos modeloscomportamentais dos formandos. Devem ser concebidosprocedimentos adicionais para verificar a realização dessesobjectivos a longo prazo.

7.6.4.3.2.1. 5. 8.

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Como primeira medida, certos inspectores do trabalho devemser seleccionados para, a título complementar, serem qualifi-cados como formadores. Os futuros formadores – inspectoressuperiores e peritos – devem manifestar claramente grandemotivação para esse cargo específico e devem possuir pelomenos 5 anos de experiência como inspectores do trabalho noterreno. Deverão igualmente manter o seu lugar no Serviço deInspecção durante um determinado número de anos. Estesinspectores irão constituir o grupo essencial de formadoresque, após terem tirado um curso de 10 dias de formação basepara formadores (Training Tool 1 - Ferramenta de Formação1), terão por missão desenvolver currículos e ministrar forma-ção aos seus colegas – inspectores no terreno.Os cursos de formação de formadores têm por finalidade:. Aumentar a compreensão dos participantes quanto àsnovas funções e tarefas de uma inspecção do trabalhointegrada;

. Desenvolver a percepção dos princípios básicos da for-mação e do ensino;

. Desenvolver toda uma variedade de capacidadesinerentes ao planeamento e orientação de cursos deformação: identificação das verdadeiras necessidadesde formação,formulação de objectivos da aprendizagem,desenvolvimento de programas e instrumentos de forma-ção, selecção de métodos de ensino adequados, prepara-ção de apresentações eficazes e avaliação de programas;

. Reforçar a capacidade de comunicação dos participan-tes como futuros formadores; e

. Habilitar os participantes a desenvolver os seus pró-

24

5.8. Formação de formadoresprios cursos de formação de curto e longo prazo emsaúde e segurança no trabalho, condições de trabalho,relações de trabalho, capacidade de comunicação, etc.,em que serão aplicadas novas práticas.

Embora os participantes sejam inspectores do trabalhoaltamente qualificados, esses inspectores não dispõem deexperiência como formadores, pelo que serão necessáriosconhecimentos e aptidões adicionais para que sejamcapazes de ministrar os seus próprios cursos de formação.A experiência tem demonstrado que a capacidade dos for-madores para aplicar métodos de formação activos e res-peitar os princípios da formação de adultos é extrema-mente importante para o sucesso da formação em inspec-ção do trabalho integrada. Estes aspectos específicosdevem ter grande prioridade nos cursos de formação deformadores. Nas fases de planeamento, deve ser dadaespecial atenção aos seguintes elementos:. Formulação dos objectivos da aprendizagem;. Elaboração de programas;. Definição do conteúdo da formação;. Determinação dos métodos de formação (por exemplo,conferências, demonstrações, apresentações audiovi-suais, actividades em pequenos grupos, aprendizagemauto-orientada, jogo de actores, debates com o forma-dor, partilha de ideias – brainstorming –, exercícios degrupo, etc.).

O tema “Planeamento e concepção do programa de for-mação” é uma parte essencial do curso de formação deformadores. Um manual especialmente concebido paraesse efeito, Planning the teaching programme – curricu-lum design [Planeamento do programa de formação - con-cepção do programa] figura em anexo como Ferramentade Formação 2. Nesse manual está incluído um modelo deexposição de 45 minutos sobre o programa do módulo deformação de base "Métodos de inspecção preventiva".

7.6.4.3.2.1. 5. 8.

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A formação prática de inspectores do trabalho, ministradadurante a fase inicial de estágio paralelamente à formaçãoteórica, constitui uma parte substancial de todo o processode formação. Este tipo de formação destina-se aos elemen-tos recém-recrutados, como formação “em exercício” sob aorientação de inspectores-mentores experientes e sujeitos aformação adicional. A fim de tornar a formação prática maiseficaz, os mentores careciam de formação específica. Estadeveria assumir a forma de actualização e melhoria da for-mação já recebida no domínio da inspecção integrada, e serassociada a melhorias específicas no desempenho dosnovos inspectores nomeados.

Uma vez concluído o curso, os mentores devem ser capa-zes de orientar a formação prática dos novos inspectoresnomeados em função dos procedimentos internos de for-mação. Assim, com o reforço dos métodos e aptidões dosmentores, espera-se obter melhores qualificações e com-petências gerais para os inspectores.

O curso de formação de mentores destina-se a permitir queos estagiários adquiram certas capacidades de comunica-ção e formação associada, obtendo simultaneamente con-hecimentos específicos sobre os requisitos da formação eminspecção integrada.

O programa constante da Ferramenta de Formação 3.1abrange os seguintes aspectos gerais:

. Identificação dos objectivos do mentoring;

. Base da formação de adultos e sua relação com a for-mação prática para a inspecção integrada;

. Planeamento do processo de formação e do curso paramentores; e

. Desenvolvimento de melhorias nos instrumentos e técni-cas de mentoring.

O principal objectivo da formação de mentores é permitir-lhes adquirirem conhecimentos e capacidades específicospara orientar formação prática “no emprego” para os ins-pectores do trabalho no terreno em matéria de inspecçãointegrada. Os mentores deverão igualmente:

. Estar familiarizado com os objectivos, tarefas e requisi-tos do mentoring;

. Ser capaz de interpretar, aplicar e gerir os princípiosbásicos da formação de adultos, em especial do mento-ring como sistema;

. Ser capaz de explicar e distinguir as etapas individuaisdo planeamento da formação e do mentoring;

. Ser capaz de formular conclusões e de tomar decisõesdestinadas a melhorar as ferramentas e técnicas dementoring no ambiente real de trabalho; e

. Ser capaz de conceber modelos/amostras práticos deum plano organizacional de mentoring utilizando osmódulos de base e especiais previamente preparados.

O conteúdo da formação abrange os seguintes temas:

. Identificação dos objectivos, tarefas e requisitos de men-toring;

. Princípios essenciais da formação de adultos e ligaçõesà formação prática para a inspecção integrada:

. O ensino como sistema e os seus elementos;

. Pré-requisitos para o ensino de adultos;

. Desenvolvimento dos objectivos de formação;

. Organização da formação; e

. Controlo da formação.

. Práticas de planeamento para a formação e o mentoring:

. Conceito de ensino de adultos; e

. Planeamento do mentoring

. Ferramentas e técnicas de mentoring:

. Mentoring em exercício: métodos; e

. Concepção de um modelo orientado para aprática do plano de mentoring.

Devem ser aplicados ao processo de formação métodos etécnicas de formação activa, como a apresentação de novasinformações, a actualização de conhecimentos, a referênciaa conhecimentos existentes, o debate e partilha de ideias(brainstorming), tarefas individuais com folhas informativas,trabalho em pequenos grupos, estudos de casos, testes,tarefas individuais, informação de retorno, apresentaçãovisual de opiniões sobre os conhecimentos adquiridos,métodos e estilos de ensino dinâmicos.

Um dos resultados para os participantes deverá ser umamaior competência no desenvolvimento de planos de for-mação prática em módulos básicos de formação. NaFerramenta de Formação 3.2, é apresentado um modelode plano de mentoring para o módulo “Saúde no trabalhocomo disciplina preventiva complexa para garantir a saúdeno local de trabalho”.

5.9. Formação de mentores

25

7.6.4.3.2.1. 5. 8.

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A necessidade de formação em competências sociaisdeve ser abordada no contexto do Sistema Integrado deFormação em Inspecção do Trabalho (SIFIT) e da neces-sidade da competência e das capacidades dos inspec-tores neste domínio. Uma das finalidades principais daformação é permitir que cada inspector ou inspectoraencontre os seus próprios meios para a resolução deconflitos no trabalho da forma mais eficaz.

Por conseguinte, a formação em competências sociais éorientada para o desenvolvimento das qualidades pes-soais próprias dos inspectores, como a capacidade de:

. Relacionamento e comunicação com outras pessoas;

. Motivar e persuadir pessoas;

. Obter a confiança e cooperação de outras pessoas; e

. Evitar e resolver situações de conflito.

Esta formação é parte integrante do programa geral deformação e é ministrada por formadores que foram sub-metidos a formação especializada em métodos de ensi-no de adultos e no ensino de competências sociais.Antes de dar início à formação normal, a equipa de for-madores tem de estar familiarizada com os manuais“Formação em Aptidões sociais”, “Manual doFormador” e “Manual do Formando” (para o texto inte-gral, consultar a Ferramenta de Formação 4).

A experiência demonstra que a formação em competên-cias sociais contribui para melhorar o desempenho indi-vidual dos inspectores do trabalho, nomeadamente noque se refere às seguintes qualificações pessoais:

. Conhecimento de vários temas relacionados comcompetências sociais;

. Capacidade de comunicação e, mais concretamente,capacidade de transmitir a informação e de conduzirdiscussões de grupo e reuniões de modo eficiente;

. Qualidades de retórica;

. Aplicação de métodos para exposições eficazes;

. Competência para a negociação com clientes, espe-cialmente nas pequenas e médias empresas; e

. Boas capacidades para prestar informação e consel-hos aos empregadores e trabalhadores, uma das fun-ções principais dos inspectores e dos serviços de ins-pecção, e para gerir conflitos com empregadores quenão demonstrem uma atitude de cooperação.

5.10. Formação em competências sociaisTendo em vista o efeito positivo da formação em com-petências sociais sobre o trabalho de cada inspector e,consequentemente, nos indicadores de desempenhodos serviços de inspecção em geral, a formação em ins-pecção do trabalho integrada deve começar pelo módu-lo "Competências Sociais".

A “Aprendizagem das competências sociais” é um cursointegrado no programa de formação de formadores des-tinado a ensinar inspectores-formadores seleccionadosa preparar e conduzir cursos de competências sociais,centrado nos seguintes aspectos:

. Importância dos diferentes temas abrangidos pela dis-ciplina de competências sociais;

. Aquisição das competências sociais que os inspecto-res-formadores devem deter para poderem des-empenhar as suas funções como formadores, incluin-do a aquisição de eficiência na comunicação e trans-missão da informação ou na prestação de conselhos,capacidade retórica durante negociações, exposiçõeseficientes, etc.;

. Aquisição de conhecimentos na área dos princípios emetodologias básicos para a formação em competên-cias sociais;

. Aquisição de várias capacidades necessárias à prepa-ração e orientação de cursos de formação,por exem-plo desenvolvimento de programas e materiais de for-mação, selecção de métodos de formação adequa-dos, de apresentação e avaliação; e

. Preparação dos participantes para desenvolverem econduzirem os seus próprios cursos em competên-cias sociais mediante a aplicação de capacidades prá-ticas recém- adquiridas.

Os inspectores-formadores em competências sociaisdevem ser treinados nessas competências por conferen-cistas profissionais. O programa deve incluir duas par-tes: um curso teórico e um workshop prático em que oformando actua como co-formador e, dessa forma, apli-ca um conjunto de capacidades específicas relacionadascom o planeamento e a prestação de cursos de forma-ção em competências sociais. O curso teórico tem umaduração de duas semanas (dez dias úteis), num total de60 horas de ensino; a parte prática dura uma semana,no total de 30 horas de ensino.

7.6.4.3.2.1. 5. 8.

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A realização de inspecções do trabalho eficazes e deserviços de Inspecção do Trabalho eficientes num con-texto económico e social em rápida evolução implica anecessidade de órgãos de chefia capazes de aplicarnovos métodos de gestão. Atendendo a que o sucessoe a eficácia de uma organização dependem, em grandemedida, das competências específicas do seu pessoalde gestão, a formação destes elementos constitui umadas prioridades essenciais de um sistema de formaçãoactualizado.

A formação de gestores da Inspecção do Trabalhotem como finalidades:

. Aumentar o seu conhecimento das tarefas e funçõesde gestão;

. Aumentar a compreensão das organizações comosistemas de aprendizagem;

. Aumentar a compreensão das necessidades do pes-soal face à gestão;

. Melhorar o conhecimento dos estilos de gestão;

. Aperfeiçoar as suas capacidades de comunicação;

. Obter competências relacionadas com a gestão;

. Aumentar o conhecimento dos métodos de desenvol-vimento social; e

. Aprender a aplicar uma gestão de qualidade.

O curso abrange os temas seguintes:

. Funções de gestão;

. Estilos de gestão;

. Gestão por objectivos;

. Desenvolvimento do pessoal;

. Comunicação;

. Solução de problemas e tomada de decisão;

. Debates de grupo e reuniões eficazes;

. Gestão de conflitos;

. Negociações;

. Como lidar com clientes que não mostram cooperação;

. Elaborar e adoptar planos de trabalho;

. Transmitir a informação; e

. Organização e gestão da qualidade total.

Para a formação em requisitos específicos de gestão,como a avaliação de qualidade e a eficiência e eficácia,devem ser facultados cursos especiais a todo o pessoalde gestão da Inspecção do Trabalho.

Os programas dos cursos figuram nas: Ferramentasde Formação 5.1-5.3.

5.11. Formação de dirigentes

7.6.4.3.2.1. 5. 8.

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A fim de aplicar os conceitos de inspecção do trabalhointegrada (o princípio de "uma empresa - um inspec-tor"), uma das primeiras prioridades será a reciclagemdos actuais inspectores no terreno.

Uma análise das necessidades de formação mostraráem que temas os inspectores devem ser formados a fimde superar as lacunas existentes. Para a formação téc-nica e jurídica, poderá ser adequado formar os inspec-tores existentes em certos temas, ou em todos os temasenumerados para os novos inspectores recrutados (veracima, Parte 5.5 do presente manual). Por exemplo, osinspectores que tenham formação puramente jurídicaou económica poderão precisar de adquirir conheci-mentos adicionais em matéria de segurança e saúde notrabalho. Os inspectores técnicos que disponham ape-nas de formação em engenharia poderão ter de fre-quentar cursos sobre legislação relativa às relações detrabalho e à segurança social.

Para os fins do presente manual, diversos programascurriculares para os módulos básicos e especiais maisrepresentativos são apresentados nos anexos, doseguinte modo:

5.12. Formação de inspectores de terreno

7.6.4.3.2.1. 5.

Tema Ferramenta de Formação

Higiene no trabalho 6

Segurança técnica 7

Noções gerais de direito do trabalho. Fiscalizaçãodo cumprimento da legislação do trabalho 8

Métodos de inspecção preventiva 9

Cooperação tripartida e diálogo social 10

Investigação de acidentes de trabalho 11

Segurança na silvicultura e indústria florestal,indústrias de madeira e do mobiliário 12

Segurança e saúde no trabalho naindústria metalúrgica 13

Segurança e saúde no trabalho nosector da construção 14

Workshop sobre trabalho infantil paraas inspecções do trabalho 15

8.

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Os governos e parceiros sociais devem empenhar-se semreservas na inspecção do trabalho integrada para que osistema, bem como a reconversão de inspectores, sejameficazes. Deve reconhecer-se em geral que as condiçõesde trabalho, as relações de trabalho, a segurança e saúdeno trabalho e o bem-estar no trabalho são factores queestão intimamente interligados e que, por isso, a adopçãode um Sistema Integrado de Formação em Inspecção doTrabalho será a melhor forma de evoluir.

Paralelamente, será necessária a adopção, pelos principaisagentes políticos, de uma política adequada a esse siste-ma. Sem essa base, as actividades de formação serãoinconsistentes e incoerentes, por muito que possam serbem sucedidas a nível individual. A política de prevenção,por exemplo, deve basear-se numa visão global dos riscospara a segurança e saúde no local de trabalho, que tenhaem conta todos os riscos físicos, químicos, biológicos,ergonómicos e psicossociais, o seu possível impacto mútuoe as suas consequências para o ambiente social.

Princípios de implementação· Participação activa dos parceiros sociais:O conceito de trabalho digno na sociedade modernaimplica a necessidade do empenho de todas as partesinteressadas, e o diálogo social é também um factoressencial ao estabelecimento e manutenção de uma ins-pecção do trabalho integrada eficaz. Por conseguinte, asorganizações de empregadores e de trabalhadores e osrestantes intervenientes devem desempenhar um papelactivo no processo de implementação.

· Aprender fazendo:A mudança das estruturas de inspecção existentes e dasabordagens tradicionais para novas formas de trabalho éum processo que evolui passo a passo e que carece daparticipação activa de todos os grupos envolvidos.Assim, desde o início, a inspecção do trabalho deveempenhar-se na organização de um processo de"aprender fazendo". Os inspectores nacionais devemrealizar a maior parte das actividades com o apoio, senecessário, de peritos locais.

· Redes activas:Segundo outro princípio, estes processos devem conse-guir obter sinergias através da cooperação com outrosprojectos numa estratégia de "redes activas".

· Comunicação activa:Por último, a fim de aplicar na prática o diálogo social,deve ser organizado um processo regular de comunica-ção com os grupos-alvo das inspecções do trabalho. Asinspecções devem apresentar o sistema de formação eos seus resultados em reuniões regulares tripartidas dealto nível de âmbito nacional e regional.

6. IMPLEMENTAÇÃO

7.5.4.3.2.1. 6. 8.

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Estratégia de formaçãoA estratégia de aplicação do novo Modelo de Formação,tal como descrita na Parte 5 do presente manual, deveser orientada para os seguintes campos de actividade:1. Desenvolvimento e implementação de novas políticas

estratégicas;2. Aperfeiçoamento da cooperação tripartida;3. Desenvolvimento e implementação do novo sistema de

formação;4. Melhoria dos serviços consultivos e de informação;5. Qualificações dos inspectores especialistas.Num Sistema Integrado de Formação em Inspecção doTrabalho, os inspectores no terreno devem ser generalis-tas bem preparados, e a sua formação deve ser associa-da a essas finalidades. A formação deve, pois, centrar-senos três grupos-alvo seguintes, cuja formação, reconver-são profissional e qualificação posterior são essenciais àimplementação da nova política de inspecção:

· Inspectores no terreno, , que devem empenhar-seseriamente nas novas políticas e métodos de ins-pecção preventiva. A formação garantirá que osseus conhecimentos sejam actualizados e que assuas competências sociais sejam valorizadas.

· Formadores e mentores cuja preparação deverápermitir-lhes aplicar novos métodos de formaçãoactiva, desenvolver programas de formação e prepa-rar cursos e materiais de formação.

· Gestão dos Serviços de Inspecção do Trabalho, os quaisdevem estar familiarizados com as modernas concep-ções e técnicas de gestão, incluindo o planeamento dosprogramas e a avaliação e gestão por objectivos.

7.5.4.3.2.1. 6.

É indispensável que os gestores dos serviços de inspecção vejama formação comoum factor essencial à eficiência e eficácia. A for-mação é uma actividade que exige a disponibilidade de tempo ede recursos financeiros, mas deve ser encarada como um inves-timento seguro para o futuro, que requer tempo e recursos sufi-cientes. O retorno desse investimento irá contribuir directamentepara o êxito da organização no seu conjunto.A gestão da inspecção do trabalho tem a responsabilidadegeral pelo desenvolvimento de políticas, pela inspecção dotrabalho e pela formação, enquanto a gestão dos serviçosde inspecção regionais ou locais é responsável, entreoutras tarefas, pela avaliação do desempenho, das qualifi-cações e das necessidades de formação dos seus inspec-tores. A gestão dos recursos humanos é responsável pelaformação e deve obter e avaliar todas as informaçõesnecessárias sobre as qualificações e a formação, formulara política de formação, levar a cabo uma análise geral dasnecessidades de formação e dos planos de formação,organizar medidas de formação adequadas e respectivoscurrículos, afectar recursos e avaliar a eficiência e eficáciade todas estas actividades.Além de organizar seminários e cursos, o departamento deformação do serviço de inspecção é responsável pela rea-lização periódica de análises das necessidades de forma-ção, pela manutenção de planos curriculares actualizados epela avaliação de todas as medidas do processo de forma-ção. O departamento de formação deve prestar à gestão atotalidade de informações e dados necessários para queesta adopte as decisões adequadas ao desenvolvimentofuturo da inspecção do trabalho, enquanto organização.Para alcançar este objectivo, é necessário definir, no âmbi-to da política de formação, qual o contributo mínimo paraos diferentes elementos do sistema de formação, propor-cionando constantemente os recursos adequados emtempo de trabalho, força de trabalho e orçamentos.Novas iniciativas legislativas, novas tendências tecnológicase outras evoluções devem reflectir-se nos programas deformação dos inspectores. Assim, poderá ser útil estabele-cer um conselho de formação que superintenda às neces-sidades de formação nos serviços de inspecção.A colaboração com os parceiros sociais é necessária atodos os níveis da actividade dos serviços de inspecção, epoderá justificar-se plenamente envolvê-los no funciona-mento desse conselho de formação, oferecendo-lhes umaparticipação na política e nos programas de formaçãoque, em última instância, será benéfica para os parceirossociais e para a empresa. As organizações de emprega-dores e de trabalhadores devem igualmente ser encoraja-das a participar activamente em actividades de formaçãode inspectores, demonstrando assim o empenhamento detodos os parceiros sociais na concretização efectiva dotrabalho digno.

8.

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31

7. DESCRIÇÃO GERAL DOS ELEMENTOS DO SIFITS

IFIT

8.6.5.4.3.2.1. 7.

7.1. O SIFIT e o desenvolvimento gradual de ferramentas de for-mação, de programas e documentos de apoio

PACOTEDERECURSOS1

PACOTEDERECURSOS2

PACOTEDERECURSOS3

PACOTEDERECURSOS4

PR 1.1

PR 2.1

PR 3.1

PR 4.1

PR 1.2

PR 2.2

PR 3.2

PR 4.2

novos programas,ferramentas e

documentos deapoio à formação

SIFIT: início em 2006 desenvolvimento contínuo

Pacote de Recursos 2 (Resource Pack 2)Ferramentas de desenvolvimento da formação

· Introduction on training tools and curricula; PR 2.1· Overview of developed curricula; PR 2.1· Outline of technical curricula; PR 2.1

A serem gradualmente complementados com as seguintes novas publicações: PR 2.2, PR 2.3, etc.

Pacote de Recursos 1 (Resource Pack 1)Missão global da inspecção do trabalho- Documentos gerais de base –

· Sistema Integrado de Formação em Inspecção do Trabalho (SIFIT)], (ACT 2009); PR 1.1· Brochura sobre Inspecção do Trabalho, Convenções n.os 81 e 129 (IGT 2006); PR 1.2· Desafios Globais da Inspecção do Trabalho (ACT 2008); PR 1.2· "Estratégias e Práticas para a Inspecção do Trabalho".Conselho de Administração do BIT(ACT 2008); PR 1.2

· Global Principles of Labour inspection; PR 1.2· Roles and Functions of Labour Inspection (OIT 2006); PR 1.2· Diagram: Labour Inspection Roles and Functions; PR 1.2· Fact Sheet: Labour Inspection. PR 1.2

A serem gradualmente complementados com as seguinte novas publicações: PR 1.3, PR 1.4, etc.

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Pacote de Recursos 3 (Resource Pack 3)Exemplos práticos de manuais de formação desenvolvidos

· Introduction on training manuals; PR 3.1· overview of currently developed training manuals; PR 3.1· Training manuals:

· Social Skills for Labour Inspectors; PR 3.2· Labour inspection and HIV/AIDS; PR 3.3· Labour inspection and Hazardous Child Labour; PR 3.4

A serem gradualmente complementados por novos manuais de formação: PR 3.5, PR 3.6, etc.· Labour inspection and agriculture;· Labour inspection, transparency and good governance;· Labour inspection and occupational safety and health management systems (ILO-OSH 2001);· Labour inspection and occupational safety and health aspects in the use of electricity;· Labour inspection and occupational safety and health aspects of migrant workers;· SOLVE Managing Emerging Health-Related Problems at Work (an ILO educational programmecarrying certification)

Pacote de Recursos 4 (Resource Pack 4)Ferramentas, orientações e instrumentos de acção

· Introduction policy tools, guidelines and instruments; PR 4.1· Overview of currently developed tools, guidelines and instruments; PR 4.1· Toolkit for labour inspectors (ILO Budapest 2006); PR 4.1, including:

· a model enforcement policy;· a training and operations manual;· A code of ethical behaviour.

· The Nordic Scoreboard; PR 4.1· Ten steps for strengthening labour inspection; PR 4.1· Labour Inspection Audits; PR 4.2· Guidelines for labour inspectors in forestry; PR 4.3To be gradually complemented by new training policy tools, guidelines and instruments: PR 4.4; RP 4.1, etc.

· Guidelines for labour inspectors in various sectors;· Inspection of occupational safety and health in ports – a review of existing guidance practice;;· Hazardous Child Labour – a law and practice report on the health and safety aspects of ILO Convention No, 182.· Inspection check lists

8.6.5.4.3.2.1. 7.

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8.6.5.4.3.2.1. 7.

7.2. Descrição das ferramentas de formação actualmente desenvolvidas(situação em Setembro de 2006)

Ferramenta de desenvolvimento da formação N.º

Ferramentas sobre metodologia da formaçãoFormação de Formadores e Programas 1

Planeamento do Programa de Ensino – Concepção curricular e Manual 2

Formação de inspectores-mentores (Programa curricular 3.1 e Plano de Mentoring 3.2) 3

Ferramentas de formação em aptidões psicossociaisFormação em Aptidões Sociais – Manuais de Formadores e de Estudantes 4

Curso de Gestão(Introdução 5.1, Avaliação de Qualidade 5.2 e Eficiência e Eficácia 5.3) 5

Ferramentas de formação em competências profissionaisHigiene no trabalho 6

Segurança técnica 7

Noções de Direito do Trabalho. Controlo do Cumprimento da Legislação do Trabalho 8

Métodos de Inspecção Preventiva 9

Cooperação Tripartida e Diálogo Social 10

Investigação de Acidentes de Trabalho 11

Segurança na Silvicultura e na Indústria de Madeira, Trabalhos em Madeira e Indústria do Mobiliário 12

Segurança e Saúde no Trabalho no Sector Metalúrgico 13

Segurança e Saúde no Trabalho no Sector da Construção 14

Workshop sobre Trabalho Infantil para as Inspecções do Trabalho 15

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www.ilo.org/protection

www.ilo.org/safework

www.ilo.org/labourinspection

www.itcilo.org

www.iali-aiit.org

· A Global Alliance against Forced Labour, Global Reportunder the Follow-up to the Declaration on FundamentalPrinciples and Rights at Work, ILO, Geneva 2005

· A Tool Kit for Labour Inspectors: A Model Enforcement Policy,A Training Manual and a Code of Ethical Behaviour, ILO, 2006

· Combating Child Labour, A Handbook for Labour Inspectors,ILO, Geneva, 2002

· Fair Globalization – Safe Workplace – Policies, Strategies andPractices for Sustainable Development, Conference Report,ILO, Geneva 2005

· Global Strategy on Occupational Safety and Health, OIT, 2003· Guidelines for Labour Inspection in Forestry, ILO, Geneva,

2005· Hazardous Child Labour: A Law and Practice Report on the

Health and Safety Aspects of ILO Convention No. 182 inPreparation for an ILO Tripartite Meeting of Experts onHazardous Child Labour, ILO, 2005

· HIV/AIDS andWork:A Handbook on HIV/AIDS for labour and factoryinspectors, ILO, 2006

· Health and Safety Culture. Sustainable Development throughResponsible Corporate Citizenship/CSR Conference Report,ILO, Geneva, 2003

· Integrating Labour Inspection Functions, Effectiveness andTraining, Conference Report, ILO, Geneva, 2003, ISBN 92-2-115757-1

· Inspecção doTrabalho – Um Guia da Profissão,Wolfgang vonRichthofen, (Editado pela Coimbra Editora em parceria com a IGTPortugal e o Escritório da OIT em Lisboa), 2006, ISBN 978-972-32-1429-1

· C 81 Convenção sobre Inspecção do Trabalho/ C 129Convenção sobre a Inspecção do Trabalho na Agricultura,IGT/Portugal, 2006, ISBN 989-95039-0-8

· Inquérito à Inspecção do Trabalho, 3.º Relatório (Parte 1B).Conferência Internacional do Trabalho, 95.ª Sessão,OIT,ACT/Portugal 2008, ISBN 978-989-8076-18-2

8. OUTRAS REFERÊNCIAS8.1. Publicações

8.2. Sítios na Internet

7.6.5.4.3.2.1. 8.

· Managing Emerging Health-Related Problems at Work(SOLVE)], ILO.For further information see www.ilo.org/safework/solve

· Partnerships in Occupational Safety and Health Inspection,Conference Report, ILO, IALI, SAWS, China, 2006

· Proceedings on Asbestos: European Conference 2003 BGAG,ILO, 2003, ISBN: 3-00-013020-9www.ilo.org/public/english/standards/relm/ilc/lic95/pdf/pr-20a.pdf ewww.ilo.org/public/english/standards/relm/ilc/lic95/pdf/pr-20b.pdf

· Tackling hazardous child labour in agriculture: Guidance onpolicy and practice [Controlar o Trabalho Infantil Perigoso naAgricultura: Orientações sobre políticas e práticas]. 5 guias emanual do utilizador. OIT IPEC, Geneva, 2006.

· Ten Steps for Strengthening Labour Inspection, Gerd Albracht,ILO Geneva, ISBN 92-2-115757-1

· Os Desafios Globais da Inspecção do Trabalho: Educação noTrabalho, ACT/Portugal, 2008, ISBN 978-989-8076-20-5

· Training resource pack on elimination of hazardous labour inagriculture, ILO IPEC, 2005

· Tripartite audit of the labour inspection system in Latvia, 3-14October 2005, ILO, Geneva – ISBN 92-2-119111-7

· Unity beyond Differences: The Need for an Integrated LabourInspection System (ILIS), Proceedings and Conference Report(SIFIT), ILO Geneva and ITM Luxembourg, 2005, and FinalConclusions, 2005.www.ilo.org/public/english/protection/safework/labinsp/luxconf.pdf

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ED/ProtectSector de Protecção SocialBureau Internacional do Trabalho4, route des Morillons,CH – 1211 Genebra 22SuíçaTel: +41.22.799.6530

SafeWork/Desenvolvimento deSistemas de Inspecção (DSI)Programa InFocus para a Segurança eSaúde dos Trabalhadores e o Ambiente deTrabalhoDesenvolvimento de Sistemas deInspecção (DSI)4, route des Morillons,CH – 1211 Genebra 22SuíçaTel: +41.22.799.6715

CISCentre international d’informations desécurité et santé au travail4, route des Morillons,CH – 1211 Genebra 22SuíçaTel.: +41.22.799.6740

ACTRAVBureau for Workers’ ActivitiesBureau Internacional do Trabalho4, route des Morillons,CH – 1211 Genebra 22SuíçaTel.: [email protected]

ACT/EMPBureau for Employers’ ActivitiesBureau Internacional do Trabalho4, route des Morillons,CH – 1211 Genebra 22SuíçaTel.: [email protected]

ARLACAfrican Regional Labour Administration CentrePO BOX 6097HarareZimbabweTel.: +263.4210.191Fax: [email protected]

CRADATCentre d’Administration du TravailBP.1011YaoundéCamarõesTel.: +237.223.32.04Fax: +237.222.21.80

IALIInternational Association of Labour InspectionMichelle PattersonPresidente da IALI

Paul WeberSecretário-Geral da IALISecretariado da IALIInspection du Travail et des MinesBP 27L-2010 LuxembourgTel.: +352.478.6151Fax: [email protected]

Funcionário ResponsávelGerd AlbrachtCoordenador da Direcção do Desenvolvimentode Sistemas de Inspecção do TrabalhoSafeWork, OIT GenebraTel.: [email protected]

Responsáveis pela EdiçãoRer. Nat. Bernhard BrücknerConselheiro Técnico Regional, Projecto deGeminação Phare“Development of Occupational Health andSafety System”Ministério da Segurança Social28 Skolas StreetRiga, LV-1331LetóniaTel.: +371 7 021 [email protected]

Bernd TreichelPerito em Desenvolvimento de Sistemas deInspecção SafeWorkCH – 1211 Genebra 22Tel.: [email protected]

Félix Martín DazaSenior Programme OfficerPrograma de Protecção SocialCentro Internacional de Formação da OITViale Maestri del Lavoro10127 Turín, ItáliaTel.: [email protected]

Malcom GiffordConsultor sobre Segurança e Saúde noTrabalho e sobre Inspecção do Trabalho238, chemin de l’église12.80 Prevessin – FrançaTel.: [email protected]

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ISBN: 978-989-8076-26-7ISBN: 978-989-8076-27-4 (web pdf)

Bureau Internacional do Trabalho, Genebra,SafeWorkDesenvolvimento de Sistemas de Inspecção