acolhida 2014

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EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL 1 ACOLHIDA 2014 2 o SEMESTRE

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Page 1: ACOLHIDA 2014

EDUCAÇÃO INFANTIL EENSINO FUNDAMENTAL 1

ACOLHIDA 20142

o SEMESTRE

Page 2: ACOLHIDA 2014

Copyright © 2013:Rede Salesiana de Escolas

Redação:Antonio Boeing

Sonia de Itoz

Editor:Prof. Gleuso Damasceno Duarte

Coordenador editorial:Hermínio José Casa

Coordenador de produção:Marcelo Martins

Coordenador de arte e diagramação:Bruno de Castro

Projeto gráfico e diagramação:Roberta Braga

Assistente editorial:Ester Tertuliano Rizzo

Imagens da capa:Colégio Salesiano BH

Revisão:Alessandro Faleiro Marques

Seculus Editoração

Impressão:EGL – Editores Gráficos Ltda.

Endereço: Rua Cipriano Micheletto, 54 – CincoContagem – MG – CEP 32341-580

Todos os direitos reservados à Editora Cisbrasil – CIBEndereço: SHCS CR – Quadra 506 – Bloco B – Lojas 65 / 66 – Asa Sul • Brasília – DF – CEP 70350-525 Telefone: (0XX61) 3214-2300 • Fax: (0XX61) 3242-4797 • E-mail: [email protected]

Agradecemos a todos os educadores da Rede Salesiana de Escolas que enviaram suas sugestões de ACOLHIDA 2014.

Nos casos em que não foi possível contatar os detentores de direitos autorais sobre materiais utilizados como subsídio na produção deste livro, a Editora coloca-se à disposição para eventuais

acertos, nos termos da lei 9.610 de 19-2-1998 e demais dispositivos legais pertinentes.

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

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j u l h o 2 0 14

O sonho de Joãozinho Bosco aos 9 anos. Lorena: Santuário Dom Bosco

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ACOLHIDA 2014 Educação Infantil e Ensino Fundamental 1

j u l h o 1 e 15terça-feira

OLHAR PELA OUTRA JANELA

Certa vez, uma menina de quatro aninhos estava de pé, em cima de uma cadeira e debruçada na janela de sua casa, chorando, vendo o pai, no quintal, enterrando o seu gatinho de estimação que tinha morrido. O avô se apro-ximou dela, envolveu-a em um carinhoso abraço e lhe disse: “Triste a cena, não?”. A netinha chorou mais ainda, e as lágrimas corriam dos seus olhos. O avô pegou sua mãozinha e a conduziu para outra janela, do outro lado da casa. Lá, mostrou-lhe o jardim florido. Apontou para uma roseira e disse: “Lembra-se de quando você me ajudou a plantar aquela roseira?”. A menina enxugou as lágrimas, abriu um belo sorriso e disse para o avô, que tinha a vista fraca: “Observe bem que o senhor vai ver uma linda borboleta pousada na roseira”. Aquele senhor usou uma excelente tática para recuperar a alegria: olhar a vida pela outra janela. Porque a nossa vida é como uma casa com várias janelas. Quando uma delas nos causa tristeza, devemos dirigir-nos a outra. Isso não é fuga, mas é ver a vida no seu conjunto. Pois Jesus vive em nossos corações e por isso Ele nos quer ver alegres.

ORAÇÃO

Senhor, Tu és o médico divino. Tu dás a vida, e a vida em plenitude, àqueles que te buscam. Por isso, hoje, Senhor, de um modo especial, quero pedir a cura de todo tipo de doença, principalmente daquela que me impede olhar a vida por outras janelas. Olha, Senhor, e cuida das pessoas que estão doentes, tristes e sozinhas, faze com que consigam olhar por outras janelas, dá-lhes o vosso conforto. Amém.

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j u l h o quarta-feira

2 e 16

AS ASAS SÃO PARA VOAR

Naquele dia, Jorge me esperava com um conto na ponta da língua. Quando se tor-nou maior de idade, o pai lhe disse: “Meu filho, nem todos nascemos com asas. Em-bora seja verdade que não tem obrigação de voar, creio que seria uma pena limitar-se a caminhar, tendo as asas que o bom Deus lhe concedeu”. “Mas eu não sei voar”, respon-deu o filho. “É verdade”, disse o pai. E, caminhando, levou-o até à beira de um preci-pício. “Vê, filho? Este é o vazio. Quando quiser voar, venha até aqui, apanhe ar, salte para o abismo e, abrindo as asas, voará.” O filho hesitou. “E se eu cair?” “Se você cair, não morrerá. Ficará apenas com algumas manchas negras, que o tornarão mais forte para a tentativa seguinte”, replicou o pai. O filho voltou para a aldeia, para junto dos seus amigos e companheiros, com os quais caminhara toda a sua vida. Os de visão mais limitada, disseram: “Está louco? Para quê? O seu pai enlouquece. Para que é que precisa voar? Deixe de disparates! Quem é que precisa voar?”. Os melhores amigos aconselharam: “E se for verdade? Não será perigoso? Por que você não começa aos pouquinhos? Experimente atirar-se do alto de uma escadaria ou da copa de uma árvore. Mas, do alto de um precipício?”. O jovem escutou o conselho dos seus amigos queridos. Subiu à copa de uma árvore e, enchendo-se de coragem, saltou. Abriu as asas, bateu-as em pleno ar, com todas as suas forças, mas, infelizmente, caiu. Com um grande galo na testa, cruzou-se com o seu pai. “O senhor mentiu para mim! Não con-sigo voar. Experimentei e olhe para o galo com que fiquei. Não sou como o senhor. As minhas asas só servem para decoração.” “Meu filho, disse o pai, para voar, é preciso criar espaço livre para que as asas possam se abrir. É como se jogar de paraquedas: precisa de certa altura antes de saltar. Para voar, é preciso começar por correr riscos. Se não quiser, será então melhor se conformar e continuar a caminhar para sempre.”

ORAÇÃO

Pai do Céu, abre meu coração para acolher a novidade trazida por Jesus, sem querer deturpá-la com meus esquemas mesquinhos e contaminá-la com o egoísmo e com o mal. Ensina-me a ser livre para amar e acolher a todos. Ensina-me a caminhar sem-pre, para que eu possa criar espaços livres para abrir-me ao outro e à tua bondade. Amém.

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j u l h o quinta-feira

3 e 17

A CAMA NA ÁRVORE

A casa do ursinho Matias era uma árvore na margem de um lago. Morava lá havia muito tempo, e, antes, ela já tinha pertencido a um texugo. Era uma casa muito acon-chegante, que, além do mais, tinha três quartos confortáveis por debaixo da terra, entre as raízes da árvore. Assim, era fresquinha no verão e quente no inverno. Certo dia, Matias recebeu uma visita da Austrália. Era Curtis, o coala com quem ele se cor-respondia há muitos anos. Curtis ficou alojado num dos quartos debaixo da terra e achou tudo muito interessante. Havia muitas coisas que eram completamente dife-rentes da Austrália. Todos os dias, Matias ia dar uma volta com ele para lhe mostrar as redondezas. Davam longos passeios pelo bosque e conversavam com todos os ani-mais que lá viviam. A floresta agradou particularmente a Curtis, que apreciava o chei-ro penetrante das bétulas e dos abetos. Uma vez, subiram a um monte e fizeram uma breve visita à família dos ursos castanhos. Depois foram visitar, mais acima, as mar-motas, com quem Curtis simpatizou especialmente. Quando estava se aproximando o dia da partida, Matias quis lhe fazer uma surpresa especial. No penúltimo dia de es-tada de Curtis, Matias desmanchou a sua cama e a montou entre os ramos da árvore. Curtis o ajudou, e não parava de perguntar a Matias o que estava fazendo, mas Matias guardou segredo e não disse nada. À noite, colocou na árvore dois recipientes com mel e pendurou uma lanterna na copa. Em seguida, convidou Curtis a subir e a se deitar na cama ao lado dele. Cobriram-se e ficaram à espera. Passado pouco tempo, começaram a chegar as primeiras borboletas. A luz e o cheiro doce do mel as tinham atraído. Matias e Curtis observavam, quietos e em silêncio, as maravilhosas borboletas. Foi uma bela

surpresa. O coala nunca tinha visto tantas borboletas e tão de perto.

ORAÇÃO

Tem misericórdia, Senhor, vem em socorro também das pessoas que têm necessi-dades, que passam por doenças e ajuda-as a encontrarem amigos e consolo. Se-nhor, eu te bendigo porque me proteges, me acompanhas e me deste tantas alegrias. Ensina-me a ajudar as pessoas que sofrem, que estão sozinhas e que precisam de amizade. Amém.

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j u l h o sexta-feira

4 e 18

O BOBO DA CORTE

Na Antiguidade, os reis costumavam ter, na corte, para divertir a família real e todos

os cortesãos, o chamado “bobo da corte”. Era uma dessas pessoas engraçadas, palha-

ças por natureza, que basta abrir a boca e todo mundo já começa a rir. Na verdade,

ele não era bobo coisa nenhuma, mas se fazia de bobo. Um dia, um bobo da corte

divertiu tanto o rei que este lhe entregou o seu bastão de ouro, e disse: “O dia em que

você encontrar alguém mais bobo que você, entregue-lhe este bastão”. O tempo se

passou, e aconteceu que, um dia, o rei ficou gravemente enfermo. Foi piorando cada

vez mais, até que os médicos o desenganaram, dizendo que ele tinha poucos dias de

vida. Então o bobo foi visitá-lo e lhe perguntou: “Vossa Majestade já pensou nos seus

bens, com quem irão ficar?” “Sim”, respondeu o rei. “Já acertei tudo. Passei-os para a

minha esposa e meus filhos.” “E no reino – continuou o bobo – o senhor já pensou?”

“Também já está tudo combinado”, respondeu o rei. “Meu filho mais velho será o her-

deiro do trono, e já passei para ele todas as informações e orientações necessárias.” “E

Vossa Majestade já pensou na vida eterna?”, perguntou o bobo. O rei se surpreendeu

com a pergunta e disse: “Ainda não pensei nesse detalhe”. O bobo entregou-lhe o

bastão de ouro e disse: “Vossa Majestade me disse que, no dia em que encontrasse

alguém mais bobo do que eu, era para lhe entregar este bastão. Agora eu encontrei.

É Vossa Majestade”. Daí para frente, o bastão de ouro já passou por muitas e muitas

mãos. Quem sabe ele não seja entregue um dia a você, a mim. Quantas pessoas se

preocupam com tudo, menos com o principal, que é a vida digna?

ORAÇÃO

Senhor Jesus, pelo poder do teu Nome, faz-nos preocupados com o principal, com

a vida e com a dignidade de viver. Senhor, que conheçamos que não há medo no

amor. Que teu perfeito amor encha de tal modo a história de nossas vidas, que toda

lembrança de medo deixe de existir e possamos sempre ser verdadeiros e de vida

exemplar. Eu te louvo e agradeço na certeza de sempre ter tuas graças. Amém.

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segunda-feira

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j u l h o 7 e 21

O OVO, A CENOURA E O PÓ DE CAFÉ

Certa vez, uma professora de Ciências fez uma experiência com seus alunos. Colocou no fogão três panelas com água e deixou as três ferver. Depois, co-locou na primeira panela um ovo e, na segunda, uma cenoura. Minutos de-pois, os alunos perceberam que a reação foi contrária. O ovo endureceu e a cenoura ficou mole. Então a professora pôs na terceira panela pó de café. Este rapidamente transformou a água em uma deliciosa bebida. E ela explicou: “A água fervendo é comparada com os obstáculos que aparecem na nossa vida, inclusive as perseguições. Muitas pessoas reagem como o ovo, tornando-se mais duras, mais fechadas e agressivas. Outras se comportam como a cenou-ra: ficam mais humildes e maleáveis. Elas crescem com os obstáculos e fazem deles trampolim. E há aquelas que se comportam como o pó de café. É jus-tamente nas dificuldades que crescem e realizam o seu ideal. O pó de café transformou a própria água fervendo, que o agredia, num delicioso café”.

ORAÇÃO

Senhor abençoe meu coração para que eu saiba ser maleável, bom, sincero com todas as pessoas que caminham comigo. Quero ser agradável ao seu carinho e amor. Quero colaborar com a alegria e a paz. Quero ser como o Senhor, humilde e crescer com o que me acontece todos os dias. Senhor, nós lhe agradecemos este dia. Abrimos nossas portas e janelas para que o Senhor possa entrar com sua luz. Queremos que o Senhor defina os contornos de nossos caminhos, as cores de nossas palavras e gestos, a dimensão de nossos projetos, o calor de nossos relacionamentos e o rumo de nossa vida. Amém.

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j u l h o terça-feira

8 e 22

DUAS CABRAS NUMA PONTE

Uma ponte estreita ligava duas montanhas. Em cada uma das montanhas, vivia uma cabra. Havia dias em que a cabra da montanha ocidental atravessa-va a ponte para ir pastar na montanha oriental. Havia dias em que a cabra da montanha oriental atravessava a ponte para ir pastar na montanha ocidental. Mas, um dia, as cabras começaram a atravessar a ponte ao mesmo tempo. Encontraram-se no meio da ponte. Nenhuma queria ceder passagem à outra. “Saia da frente!”, gritou a Cabra Ocidental. “Estou atravessando a ponte.” “Saia você da frente!”, berrou a Cabra Oriental. “Quem está atravessando sou eu!” Como nenhuma delas queria recuar e nenhuma delas podia avançar, ali fica-ram enfurecidas durante algum tempo. Finalmente, entrelaçaram os chifres e começaram a empurrar. Eram tão semelhantes em força, que apenas conse-guiram empurrar-se uma à outra da ponte abaixo. Molhadas e furiosas, saíram do rio e subiram a encosta, a caminho de casa, cada uma murmurando para si: “Vejam só o que a teimosia dela provocou”.

ORAÇÃO

Senhor, hoje te pedimos a paz, a sabedoria e a bondade. Queremos olhar o mundo com os olhos cheios de amor. Queremos ser pacientes e compassi-vos. Queremos ver teus filhos como Tu mesmo os vês. E por isso, queremos ver o bem em todos. Senhor fecha nossos olhos a toda maldade. Guarda a nossa língua de toda calúnia. Que nossas palavras sejam só de bênçãos. Que sejamos tão bondosos e alegres, que todos os que se aproximarem de nós sintam a tua presença. Reveste-nos de tua beleza, Senhor, e que, no decurso deste momento, nós te revelemos a todos os nossos irmãos. Amém.

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j u l h o quarta-feira

9 e 23

MENINOS DE TODAS AS CORES

Era uma vez um menino branco chamado Miguel, que vivia numa terra de meninos brancos e dizia: “É bom ser branco, porque é branco o açúcar, tão doce, porque é branco o leite, tão saboroso, porque é branca a neve, tão linda”. Mas, certo dia, o me-nino partiu numa grande viagem e chegou a uma terra onde todos os meninos eram amarelos. Arranjou uma amiga chamada Flor de Lótus, que, como todos os meninos amarelos, dizia: “É bom ser amarelo, porque é amarelo o Sol e amarelos o girassol mais a areia da praia”. O menino branco meteu-se num barco para continuar a sua viagem e parou numa terra onde todos os meninos são negros. Fez-se amigo de um pequeno caçador chamado Lumumba que, como os outros meninos negros, dizia: “É bom ser negro como a noite, negro como as azeitonas, negro como as estradas que nos levam para toda a parte”. O menino branco entrou depois num avião, que só parou numa terra onde todos os meninos são vermelhos. Escolheu para brincar de índios um menino chamado Pena de Águia. E o menino vermelho dizia: “É bom ser vermelho da cor das fogueiras, da cor das cerejas e da cor do sangue bem encarnado”. O menino branco foi correndo mundo até uma terra onde todos os meninos são castanhos. Aí fazia corridas de camelo com um menino chamado Ali-Babá, que dizia: “É bom ser cas-tanho como a terra do chão, os troncos das árvores, é tão bom ser castanho como um chocolate”. Quando o menino voltou à sua terra de meninos brancos, dizia: “É bom ser branco como o açúcar, amarelo como o Sol, negro como as estradas, vermelho como as fogueiras, castanho da cor do chocolate”. Enquanto, na escola, os meninos brancos pintavam em folhas brancas desenhos de meninos brancos, ele fazia grandes rodas com meninos sorridentes de todas as cores. (Luísa Ducla Soares, adaptado)

ORAÇÃO

Senhor, enche nossos corações com alegria e fervor. Que saibamos conviver com o outro, com jeitos diferentes e com o que cada um é. Obrigado, Senhor, por tudo que iremos fazer hoje para a comunidade, pelos amigos que o Senhor me deste. Dá gosto, Senhor, trabalhar contigo na construção de uma humanidade mais feliz, de

um mundo mais humano. Amém.

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j u l h o quinta-feira

10 e 24

AS ÁRVORES ESCOLHEM UM CHEFE

Certa vez, as árvores puseram-se a caminho a fim de ungir um rei para si, e disseram

à Oliveira: “Reina sobre nós”. Mas ela respondeu: “Iria eu renunciar ao meu azeite, com

que se honram os deuses e os homens, para me balançar acima das árvores?”. Então

as árvores disseram à Figueira: “Venha reinar sobre nós”. E ela respondeu: “Iria eu re-

nunciar à minha doçura e aos saborosos frutos, para me balançar acima das árvores?”.

As árvores disseram então à Videira: “Venha reinar sobre nós”. E ela respondeu: “Iria eu

renunciar ao meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para me balançar acima

das árvores?”. Por fim, todas as árvores disseram ao Espinheiro: “Venha, você, reinar

sobre nós”. E o Espinheiro respondeu-lhes: “Se, de verdade, querem me ungir como

seu rei, venham e repousem à minha sombra; mas se não o quiserem, saia fogo do

espinheiro e devore os cedros do Líbano”. Durante aquele mandato do Espinheiro,

as árvores só levaram espinhadas, pois era só isso que o espinheiro sabia fazer. Culpa

delas mesmas, que não quiseram assumir um cargo político, não quiseram entrar em

um partido nem se candidatar.

ORAÇÃO

Infalível Deus Criador, que dos tesouros da vossa sabedoria sois a verdadeira fonte

da luz e o princípio supremo da sabedoria, difundi sobre nossas mentes o raio do

esplendor e da luz de sermos vossos filhos. Ensinai-nos, Senhor, a cumprir com nos-

sos deveres e a fazer nosso papel de cidadão para colaborar na construção de um

mundo mais bonito para todos. Senhor, nós vos damos graças por este momento

no qual compartilhamos nossas alegrias e esperanças, ilusões e desilusões, projetos

e dificuldades. Nós vos damos graças também por vossa bondade e vossa presença

entre nós. Fazei que cresça entre nós o espírito fraterno, tenhamos um só coração e

uma só alma e sejamos uma comunidade evangelizadora. Amém.

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j u l h o sexta-feira

11 e 25

DOIS IRMÃOS QUE AMAVAM

Dois irmãos, um solteirão, o outro casado, possuíam uma fazenda cujo solo fértil pro-duzia abundância de grãos. Metade dos grãos ia para um irmão, metade para o outro. Em princípio, tudo correu bem. Então, de vez em quando, o casado começou a acordar sobressaltado à noite e pensar: `Isso não é justo. Meu irmão não é casado e recebe metade da produção da fazenda. Aqui estou eu, com mulher e cinco filhos, a fim de ter toda a segurança de que preciso para a velhice. Mas quem cuidará de meu pobre irmão quando ele ficar velho? Ele precisa economizar para o futuro muito mais do que o faz atualmente, por isso sua necessidade é, obviamente, maior do que a minha´. Com isso ele se levantava, entrava às escondidas na casa do irmão e despejava uma saca de grãos no celeiro. O solteirão também começou a ter esses ataques noturnos. De vez em quando, acordava e dizia para si mesmo: ´Isso simplesmente não é justo. Meu irmão tem mulher e cinco filhos e recebe metade da produção da fazenda. Ora, eu não tenho de sustentar ninguém além de mim. Assim, é justo que meu pobre irmão, cuja neces-sidade é, obviamente, maior do que a minha, deva receber exatamente o mesmo que eu? Então, saía da cama e ia despejar uma saca de grãos no celeiro do irmão. Um dia, saíram da cama ao mesmo tempo e colidiram, cada um com uma saca de grãos às cos-tas! Muitos anos mais tarde, depois da morte deles, o caso transpirou. Assim, quando a gente da cidade quis construir um templo, escolheram o lugar onde os dois irmãos se encontraram, pois não podiam pensar em nenhum local da cidade que fosse mais santo do que esse. A importante distinção religiosa não é entre os que cultuam e os que não cultuam, mas entre os que amam e os que não amam.(Anthony de Mello)

ORAÇÃO

Concede-me, ó Deus, a capacidade para unir, para entender e para amar; concede-me ainda a facilidade de aprender, a graça abundante de falar e de escrever. Ó Deus, eu te agradeço pela família que me deste e por tudo aquilo que já passamos juntos, sempre confiando nos teus desígnios de amor e na tua vontade sempre perfeita para nós, teus filhos. Quero, neste momento, entregar em tuas mãos o meu lar e a minha família. Nos ajude a sempre repartirmos o que temos com os que mais necessitam. Abençoa a todos e nos torna unidos, principalmente nas pequenas coisas de cada dia. Amém.

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segunda-feira

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RICOS OU POBRES?

“Nós somos ricos ou pobres?”, pergunta Filipe. O pai está sentado na cama dele. “Mas

que pergunta!” Filipe insiste. “Nem uma coisa nem outra.” “Os pais de Carina são ricos”,

diz Filipe. “Moram numa mansão, têm dois carros e uma piscina no jardim.” Filipe foi

hoje convidado para a festa de aniversário na casa de Carina. “Se nos comparar com os

pais de Carina, sim, somos pobres”, disse o pai. “Mas se pensar nas muitas pessoas que

passam fome, então somos ricos, muito ricos, até.” “Quando eu for grande, quero ser

tão rico como Carina.” A mãe entra no quarto. “De que é que estavam falando?” “É…”,

diz o pai pensativamente. “Filipe gostaria de ser mais rico do que somos.” “Mas só tão

rico como Carina”, desculpa-se Filipe. “Por quê?”, pergunta a mãe. “Carina é mais feliz do

que você?” “Até tem um pônei.” “Bem – responde a mãe – nós não podemos comprar

nenhum pônei para você. Vai ter de procurar outros pais.” “Não quero”, responde Filipe.

“Quero ficar com vocês.” “Por quê?” “Porque gosto muito de vocês!”, responde Filipe.

ORAÇÃO

Senhor, quando eu tiver fome, dai-me alguém que necessita de comida; quando eu

tiver sede, dai-me alguém que precise de água; quando eu tiver frio, dai-me alguém

que necessite de calor; quando eu tiver um aborrecimento, dai-me alguém que ne-

cessite de consolo; quando minha cruz parecer pesada, dai-me compartilhar a cruz

do outro; quando eu não tiver tempo, dai-me alguém que precise de alguns dos

meus minutos; quando eu sofrer humilhação, dai-me ocasião para elogiar alguém;

quando eu estiver desanimado, dai-me alguém para lhe dar novo ânimo; quando

eu sentir necessidade da compreensão dos outros, dai-me alguém que necessite da

minha; quando eu sentir necessidade de que cuidem de mim, dai-me alguém que

eu tenha de atender; quando eu pensar em mim mesmo, voltai minha atenção para

outra pessoa; tornai-nos dignos, Senhor, de servir nossos irmãos que vivem e morrem

pobres e com fome no mundo de hoje. Dai-lhes, por meio de nossas mãos, o pão de

cada dia, e dai-lhes, graças ao nosso amor compassivo, a paz e alegria. Amém.

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terça-feiraj u l h o

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A VOZ DA TERRA

Um rei que vivia solitário, certo dia, lembrou-se de mandar construir um palácio que fosse uma gran-de maravilha. E para que essa construção ficasse de fato grandiosa, pensou que só poderia erguê-la sobre uma alta coluna, cujo alicerce infinitamente forte pudesse, verdadeiramente, sustentá-la. Chamando o seu íntimo ajudante, deu-lhe esta ordem: “Desejo que mande alguns homens a todas as florestas e bosques do universo a fim de encontrarem a árvore mais ampla e mais alta que houver debaixo do sol. Não se surpreenda, vá”. E 30 rachadores de madeira partiram à procura da árvore gigantesca. Se-manas depois, regressaram: “Encontramos a árvore, mas é impossível transportá-la”. “Levem cavalos para trazê-la!”, exclamou o rei. “Não poderiam com ela.” “Algumas centenas de bois?” “Não poderiam com ela.” “Todos os meus elefantes?” “Também não será bastante.” “Pois seja como for; dentro de um prazo de oito dias, quero a árvore aqui!”, disse, por fim, com azedume. E os 30 leais servidores, de cabeça baixa, e em silêncio, partiram para a floresta. Porém outra árvore surgiu ainda mais bela. Era uma árvore venerada por todos os habitantes desse pequeno lugar e arredores, porque viviam na ilusão (ou na certeza!) de que um deus nela habitava e que a essa presença divina é que a árvore devia a sua exuberante formosura e o seu aspecto tão alto, tão forte, maravilhoso. Entretanto o rei ordenou que a derrubassem porque só ela poderia ser a coluna do seu desejado palácio. “Digam, pois, ao rei de vocês que esse desejo é cruel. Contudo, se ele teimar, humildemente me entrego...” Nessa noite, enquanto o soberano dormia, o deus da árvore venerada apareceu-lhe e, ao ouvido, assim falou tristemente: “Sei que mandou derrubar a árvore maior e mais alta da floresta. Venho lhe pedir que não pratique esse monstruoso crime”. “Mas onde vou eu encontrar a coluna para o palácio que quero mandar construir?” “Raciocine, Rei sabedor: durante 4 000 anos, recebi a adoração de todos os habitantes destas povoações vizinhas e, em troca, só benefícios saíram das minhas mãos. As aves adormecem, cantam e vivem nos meus ramos. Espalho sombra e bem-estar ao caminhante fatigado. Estão comigo a paz e o bem. À volta de mim, cresce e vive a minha família. Variadíssimas árvores prosperam à minha sombra generosa. Se eu tombar de um arranco, o meu corpo pesado e enorme vai, certamente, mutilar essas vidas florescentes.” No dia seguinte, a ordem do rei era esta: “Não quero que derrubem essa árvore. Nela mora um espírito de tanta beleza que é necessário respeitar e ouvir. As árvores são sagradas”.

ORAÇÃO

Deus clemente, receba as súplicas que fizemos em comum e também as que fizemos no segredo de nossos corações. Que sejamos cristãos alegres e felizes para que o mundo veja o quanto é bom conhecê-lo e amá-lo. Creio que é Deus, Jesus Cristo seu filho e o Espírito Santo que comandam a minha vida e lhe dão sentido. Creio que Deus é meu pai, amigo, companheiro e me toma no colo quando estou cansado. Creio no Espírito que me faz acreditar que sou capaz e que é na fraqueza que está a força. Creio na Igreja como fonte de ajuda e orientação. Creio que cresço, desenvolvo-me e sou forte porque, quando me deito ou levanto, posso pensar em alguém que me ama. Amém.

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quarta-feiraj u l h o

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NELSINHO SANTANA... VOCÊ JÁ OUVIU FALAR DELE?

Nelsinho era um garotinho que tinha câncer no braço, seus pais eram muito pobres e tra-balhavam na roça. Dos 7 aos 9 anos, praticamente morou no hospital, fez lá sua primeira comunhão. A catequista, irmã Genarina, ensinou as crianças da pediatria a cantar: “O meu coração é só de Jesus...” Nelsinho prestou bem atenção na letra da música. Era nos dias de curativo que ele sofria mais. Para não gritar de dor, beijava Jesus com força, no crucifixo. E cantava baixinho. Dizia: “A chave do meu céu é a cruz de Jesus”. Quando teve de amputar o bracinho doente, disse à irmã que foi lhe dar a notícia: “Pode falar, sem medo, irmã. Mesmo que seja meu braço por inteiro, Jesus pode levar, pois que tudo o que é meu também é dele”. Um dia, disse ao padre: “Se Jesus também quiser, quero passar o Natal no céu, para ajudar meu amigo Jesus a fazer o bem a toda gente aqui na terra. Porque, com um só braço, pouco ou nada posso fazer para ajudar meu pai nos trabalhos da roça…” “E no céu, Nelsinho?” “Não sei como é no céu. Mas, se precisar de um braço, já consigo fazer alguma coisa, como mostrar a Jesus: ‘Ajuda este aqui! Veja aquele ali! Não deixe de socorrer aquele lá!’ E assim por diante. Dessa forma posso ser mais útil, não é mesmo?” O tempo passou, e o mês de dezembro foi chegando. Na véspera do Natal, Nelsinho disse ao padre Rodolfo, seu amigo: “Hoje, ao anoitecer, Jesus vai me levar para o céu!” Nelsinho falou ao padre: “Peço a Jesus que abençoe a todas as crianças com que o senhor encontre, ainda que for por um só momento, olhar ou pensamento”. No dia 25, pela manhã, um grupo de crianças cercou padre Rodolfo: “Feliz Natal! E o Nelsinho? Morreu?”. Quando ele respondeu que sim, houve uma inesperada explosão de alegria por parte de todos… Cor-reram ao encontro das outras crianças, dizendo, quase aos gritos: “O Pe. Rodolfo chegou, e… o Nelsinho morreu!”. “Por que tanta alegria?”, pensou o padre, bem triste com a morte de seu amiguinho. Então lembrou que havia contado a elas que o Nelsinho queria ir para o céu no Natal. E das palavras de Nelsinho: “Quero passar o Natal no céu para começar a ajudar as crianças, em seus problemas aqui na terra… como nos estudos… na saúde… nas amizades, em tudo. Principalmente a eles”. Eis a razão de tanta festa. Nelsinho tinha 9 anos quando foi para o céu.

ORAÇÃO

Deus, dê-me toda a força e poder, dê-me hoje a segurança do seu amor e a certeza de que está comigo. Eu lhe peço ajuda e proteção para hoje porque preciso de sua assistên-cia e de sua misericórdia. Tire de mim o medo que me invade, tire de mim a dúvida que me perturba. Esclareça o meu abatido espírito com a luz que iluminou o caminho do seu divino filho Jesus Cristo aqui na terra. Amém.

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ODETINHA… UMA CARIOQUINHA NO CÉU!

Seu nome inteiro é Odete Vidal de Oliveira. Ela nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 15 de setembro de 1930. Aos 4 anos, já conversava e amava muito a Jesus. Ficava lá, conversando com ele, de um jeito que só Jesus ouvia… batia o maior papo. Rece-beu sua primeira comunhão aos 7 anos de idade. Quando ia receber Jesus, dizia: “Ó, meu Jesus, vinde agora ao meu coração!”. Tinha muito amor para com os pobres e gostava muito de ajudá-los. Sua mãe fazia uma feijoada aos sábados para os pobres, a seu pedido, e ela colocava seu avental e servia a todos alegremente. Seus pais, Dona Alice e Seu Francisco, a ensinaram a repartir. Eles mesmos ajudavam a todos que precisavam. Fundaram o “Lar de São José”, a pedido de Odetinha, para meninas órfãs, que hoje fica na casa onde Odetinha vivia com seus pais. Odetinha amava São José, queixava-se: “São José, que tanto trabalhou e sofreu por Jesus e Nossa Senhora, é tão pouco honrado”. Também amava Nossa Senhora. Ela admirava muito as flores criadas por Deus, como os lírios. Veio uma doença terrível, e Odetinha pegou essa doença mortal na época que ela viveu: o tifo. Nos últimos 49 dias de sua vida, sofreu muito. Na cama, disse: “Eu vos ofereço, ó meu Jesus, todos os meus sofrimentos pelas missões e pelas crianças pobres”. No dia em que morreu, Odetinha recebeu Jesus na Eucaristia, disse: “Meu Jesus, meu amor, minha vida, meu tudo”. E foi tudo, voou para o céu. Odetinha foi declarada “Serva de Deus”. Quer dizer: ela está em processo de ser reconhecida santa. É mais uma a interceder por nós, junto de Deus. Para pensarmos

e não esquecermos: Odetinha foi para o céu com 9 anos de idade!

ORAÇÃO

Menino Jesus, meu maior amigo, como Tu não há! Vem amar comigo meus pais e toda a minha família. Vem me ajudar a acolher o outro, a colaborar com quem precisa e a me tornar uma pessoa digna, amável, feliz e fiel aos teus ensinamentos. De noite e de dia, guarda a todos que amo bem juntinho do teu coração. Dá-lhes força, luz, paz e alegria; saúde, bondade e sabedoria. A exemplo de Odetinha, que eu seja uma criança que

muito te ame e confie totalmente a minha vida e a vida dos que amo. Amém.

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O sonho de Joãozinho Bosco. Bolonha: Igreja do Sagrado Coração

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O MENINO QUE CORRIA PARA LÁ E PARA CÁ

Certa vez, um menino passou correndo na rua, na frente da igreja. O padre, que estava na porta, achou aquilo estranho e foi até a calçada observar. O garoto foi até lá na frente, virou para trás e voltou correndo do mesmo jeito. Quando estava se aproximando, o padre, que era novo na paróquia, o cha-mou: “Menino, venha cá”. Mas nada. Ele não parou. Chegando ao outro extre-mo da rua, virou para trás e veio correndo da mesma forma. O padre pensou: “Eu vou segurar esse menino para ver por que ele está fazendo isso”. Quando o garoto estava perto, o padre se pôs na frente dele, na rua, e o agarrou. O menino ficou assustado, mas o padre o acalmou e lhe perguntou: “Filho, o que você está fazendo?”. Ele respondeu: “Não sei”. “De onde você vem?” “Não sei!” “Para onde você vai?” “Não sei!” “Quem é você?” “Não sei!”. Nesta hora, um senhor que morava em frente disse: “Iiih, padre, esse menino faz isso sempre”. O padre o largou, e ele continuou correndo pela vida, para lá e para cá. Que nós não sejamos também corredores sem destino pela vida. Afinal, nós sa-bemos muito bem quem somos: filhos e filhas de Deus. De onde viemos: do céu. Para onde vamos: para o céu. O que estamos fazendo: servindo a Deus e ao próximo.

ORAÇÃO

Jesus, eu quero fazer bem o meu trabalho e quero vos servir sempre. O que faço na escola e o que posso fazer em casa que seja para o bem das pessoas que estão comigo. Na escola, ajudai-me a estar com atenção, a respeitar to-dos e a ser amigo dos meus colegas. Em casa, ensinai-me a ajudar os meus pais, a obedecer-lhes, a estudar e a fazer os trabalhos de casa o melhor pos-sível. Amém.

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O PAPA FRANCISCO JÁ FOI UM MENINO DA ARGENTINA

O menino Jorge Mario, que um dia seria Papa, era de uma família que emigrou da Itália para a Argentina, os Bergoglio. Eram cinco irmãos: ele, Roberto, Oscar, Regina Marta e Maria Helena. Ele nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, em 17 de dezembro de 1936. Uma família muito humilde e trabalhadora, como a maioria dos moradores de Flores, um bairro de Buenos Aires. Mario, pai de Francisco, trabalhou como empregado ferroviário e, depois, como contador. Também gostava de jogar basquete na sua juventude e, sempre que podia, assistia a jogos de basquete com os filhos. Não sobrava nada de dinheiro, não tinham carro, nem iam passear nas férias no verão, mas também não lhes faltava nada. Sua mãe, Regina, era dona de casa. Ela ficou paralítica após ter dado à luz o quinto filho. Quando as crianças voltavam da escola, a encontra-vam sentada, descascando batatas, com todos os outros ingredientes para o almoço já prepara-dos. Jorge contou: “Dizia-nos que devíamos misturá-los e cozinhá-los”. Dona Regina gostava de música clássica. Jorge contou: “Todo sábado, às duas da tarde, ouvíamos óperas líricas que eram transmitidas pelo rádio. Antes que começasse, mamãe nos explicava a ópera, alertava-nos quan-do começava a ária mais importante e conhecida… Era uma beleza para mim apreciar a música”. Na esquina oposta da sua casa, havia uma praça pequena. Ali o menino Jorge jogou futebol com os amigos até os 14 anos. Eles dizem que Jorge não era lá muito bom de bola, pois não tinha muito tempo para jogar, por ser muito aplicado nos estudos. Mas gostava de futebol e torce até hoje para o San Lorenzo. O estádio desse time ficava perto de sua antiga casa em Flores. Em frente à praça, ficava a fábrica de meias e, do outro lado da rua, a mercearia do avô. Quando Jorge era pequeno, a avó Rosa vinha pegar o menino e o levava até sua casa. Foi um menino sapeca… Jorge sempre foi muito alegre. Quando menino, corria incansável pelos corredores do colégio onde estudava e fez sua primeira comunhão. Uma antiga professora, a irmã Rosa, contou que se lembra dele estudando a tabuada na escada, ia pulando os degraus de dois em dois e repetindo: “Duas vezes um, dois! Duas vezes dois, quatro! Duas vezes três, seis…”

ORAÇÃO

Rezemos todos juntos para que Deus esteja com cada um, aqui na escola, em nossas casas e para que Deus proteja, acompanhe e oriente o nosso Papa Francisco: “Pai Nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos, a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.”

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A RICA FESTA DE ANIVERSÁRIO

Havia, certa vez, um casal que tinha duas crianças e estava atravessando uma situação financeira muito difícil. No dia do aniversário do marido, a esposa não tinha nada para preparar uma festinha. Tinha apenas um punhado de ar-roz em casa. O que ela fez? Cozinhou o arroz, colocou-o numa travessa bonita e, com folhas de cebola, escreveu em cima: “Parabéns”. Além disso, colocou ao lado um vaso de flores. Quando o esposo chegou, ela e as crianças can-taram parabéns e o abraçaram com grande alegria. Naturalmente, ele ficou superfeliz. A festa faz parte da vida em família. Ela é o espaço que temos para agradecer, para elogiar, para expressar o nosso reconhecimento por tudo o que a pessoa faz, e por isso se alegrar. Na festa, as pessoas ali presentes são muito mais valiosas do que comidas e bebidas caras.

ORAÇÃO

Sabemos que o Senhor Deus é bom e alegra-se com cada um de seus filhos. Deus se alegra conosco. Na terra e no céu, louvamos o nosso bom Deus que nos criou e nos ama tanto que, por Jesus, nos adotou por filhos. Louvamos o nosso bom Deus porque nos dá mais este novo momento. Louvamos o nosso bom Deus porque nos reúne aqui para entender melhor a sua Criação. Louva-mos o nosso bom Deus porque nos ensina que nunca sabemos o suficiente. Louvamos o bom Deus porque coloca tão sábios mestres, nossos professores, a nos ensinar e mostrar as suas grandezas. Louvamos ao bom Deus porque entra todos os dias em nossas vidas e mostra como é importante existir. Louvamos ao bom Deus porque nos faz seus filhos todos os dias. Amém.

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TENHO INVEJA

Quando estou com inveja, sinto-me como… um monstro de olhos verdes, todo torcido lá por dentro… Um cão que tem inveja do gato que está no colo do dono. Quando estou com inve-ja… fico amuada no meu quarto, não falo com ninguém. Faço um desenho e depois o rabisco todo por cima. Há muitas coisas que me fazem inveja. Quando a minha irmã pequenina está aprendendo a andar e a mãe e o pai parecem que não reparam em mim… eu fico com inveja. Quando o meu vizinho do lado recebe uma bicicleta nova… eu fico com inveja. Mas a minha bi-cicleta anda bem depressa, mesmo sem ser nova. Quando o meu irmão e eu jogamos, ele ganha sempre e eu fico com inveja. Quando a minha melhor amiga vai lanchar na casa de alguém, eu fico com inveja e digo que nunca mais brinco com ela. Mas depois lhe telefono e peço desculpas, porque sei que todos temos amigos. Quando a minha irmã faz aniversário e recebe montes de presentes, todas para ela… eu fico com inveja. Mas depois penso que, daqui a 1 mês e 25 dias, os presentes são todos para mim. Quando a minha professora escolhe outro menino para dar de comer aos peixes, eu fico com inveja. Mas depois ela me escolhe para distribuir os livros novos, e eu ainda gosto mais de fazer isso! Quando o meu irmão mais velho vai para casa dos avós… eu fico com inveja. Mas mamãe disse que a minha amiga Carol pode dormir aqui em casa, e eu sei que vamos nos divertir muito. Quando fico com inveja, sinto-me melhor se me lembrar de todas as coisas boas que tenho. Sinto-me melhor se conseguir alegrar-me com os meus amigos pelas coisas que eles têm. Sinto-me melhor se vovô falar comigo. Ele parece que sabe mesmo o que eu sinto. Sinto-me melhor se pensar numa coisa mesmo boa que me vai acontecer daqui a pouco tempo. Mas, às vezes, eu faço coisas que levam os outros meninos a ficarem com inveja… Se eu me gabar de ter muitos brinquedos… ou de ser melhor que todos na natação. Por isso, da próxima vez que tiver inveja, lembre-se de que, às vezes, os outros meninos podem ter inveja de você. Alegre-se com as coisas que você tem e jogue essa inveja para a lata de lixo!

ORAÇÃO

Que eu possa, Senhor, perceber toda a tua grandeza e a tua presença em mim e que possa amar-te como o fazes comigo. Sopra o teu espírito dentro de minha alma para que eu sinta o meu interior fortalecido com a tua presença, minuto a minuto, hora a hora, dia após dia. Que eu sinta a tua voz dentro de mim e ao meu redor, e em minhas decisões que eu perceba qual a tua vontade. Que eu saiba, Senhor, que tu me amas infinitamente e que nunca me abando-narás, por isso sou rico do teu amor e cuidados. Amém.

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TENHO MEDO

Quando estou com medo, sinto-me como… uma gelatina tremendo num prato, um ratinho tremendo ao ver o gato, ou como se tivesse me aparecido uma aranha bem na frente do nariz. Quando estou com medo… tapo os olhos com as mãos, enfio-me debaixo dos cobertores, escondo-me atrás do meu pai. Há muitas coisas que me metem medo. Tenho medo de ir sozinho para o quarto… mas digo a mim mesmo para não ser bobo; é claro que lá não está ninguém! Tenho medo quando penso que há aranhas debaixo da cama. Mas qualquer aranha que encontre tem mais medo de mim. Gosto de brincar às escondidas. E, embora até dê saltos com os sustos que o meu pai me prega, quero brincar outra vez. Tive muito medo no meu primeiro dia de escola… mas gostei tanto que nem queria ir para casa. Da primeira vez que dormi em casa da vovó, tive medo. Mas vovó veio se sentar ao pé da cama. Leu-me histórias até eu adormecer. O meu irmão me disse que o dentista era um horror e que eu não ia gostar nada, mas a dentista não me assustou nada. Até disse que eu tinha uns belos dentes. Às vezes, eu me assusto quando vejo na televisão programas que me metem medo. Mas sei que é só de mentira! Quando começo a ficar com medo… sinto-me melhor se cantar ou assobiar. Sinto-me melhor se disser a mim mesmo para fingir que sou valente, tenho muita coragem. Sinto-me melhor se falar com o meu ursinho, ou se me lembrar de que todo mundo, às vezes, tem medo, até mesmo os adultos. O meu pai detesta andar na montanha-russa. Diz que fica cheio de medo. A minha mãe diz que tem medo de andar de avião. Prefere andar no chão. Mas, às vezes, quando temos medo, precisamos é de coragem! E você, o que é que faz quando tem medo?

ORAÇÃO

Jesus, Tu que nos deste a paz, escuta a minha oração e me dá coragem. Tira de nós, Senhor, todos os medos que nos atrapalham. Dá um coração bom a todas as pesso-as, para que a paz reine no mundo, acabem as guerras e as crianças possam crescer felizes e sem medo. Nós acreditamos nas tuas palavras: a paz esteja com vocês! Nós queremos ser construtores da paz. Nós queremos te seguir e pôr em prática os ensi-namentos que nos ajudam a viver a paz. Amém.

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AOS PAIS

Há uma pequena história de um moço que, com sua rebeldia e contestações, resol-veu sair de casa e fez muitas coisas erradas. Caiu na malha da Justiça, foi para a cadeia, ficou uns anos preso e, num dia, ganhou a liberdade. Ele queria voltar para casa, mas pensava: “Como eu vou voltar?”. E dizia no seu coração: “Será que o meu pai vai me aceitar?”. Então ele escreveu uma carta ao seu pai: “Peço perdão por todos os erros que pratiquei. Eu quero voltar para casa, mas não sei se o senhor me quer de volta. Meu pai, se o senhor resolver me aceitar, por favor, coloque um lenço branco amar-rado naquela macieira ao lado de nossa casa. Quando o trem passar, eu vou olhar; se não tiver um lenço amarrado é porque o senhor não me aceitou”. Tomou o trem e, após algumas horas de viagem, quando foi se aproximando, o homem que estava ao seu lado sentiu que ele estava tenso e lhe perguntou: “Por que você está assim? O que está acontecendo?”. Então ele contou a história. Quando faltavam alguns quilô-metros para passar ao lado da sede da fazenda de seu pai, ele disse àquele cidadão: “O senhor vai me fazer um favor: olhe a macieira. Se houver um lenço branco amarra-do, me avise. Caso contrário, o senhor não me diga nada; eu não vou nem olhar”. Ele curvou a cabeça e apertou as mãos, porque não tinha coragem de olhar. Quando o trem passou, o homem deu-lhe um empurrão e, gritando, disse: “Amigo, não tem um lenço. Tem um grande lençol branco, e nele está escrito: Volte! Volte! Volte!”.

ORAÇÃO

Com alegria venho ao encontro do Senhor. Junto dele me sinto bem, é tão gostoso. Estar em Deus é estar na maior felicidade que se possa imaginar, pois Jesus é o amigo amoroso que me protege, acompanha e orienta. Em Jesus, sinto perdão, sinto aco-lhida e sinto que estou protegido. Jesus Mestre, que eu pense com a sua inteligência, com a sua sabedoria. Que eu ame com o seu coração. Que eu veja com os seus olhos. Que eu fale com a sua língua. Que eu ouça com os seus ouvidos. Que as minhas mãos sejam as suas mãos que edificam e constroem a paz por onde eu passar. Amém.

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O ANIVERSÁRIO DA MARGARIDA

Havia, certa vez, uma menina de 8 aninhos, que se chamava Margarida. Chegou o dia do seu aniversário. Margarida levantou-se ansiosa, mas ninguém falou nada. De repente, na hora do café, toda a família abraçou a garota, e a mãe lhe deu um presente. Ela abriu a caixa, era um par de sapatos muito bonitos. Experimentou-os, serviu certinho. Então pediu para a mãe: “Posso ir para a escola com estes sapatos novos?”. “Sim”, respondeu a mãe. Na escola, logo que as cole-gas a viram, ficaram encantadas com seus sapatos. Margarida contou: “É porque hoje é o meu aniversário!”. Todos a abraçaram. De repente, Margarida ficou triste. Viu uma menina descalça. Coitada! Ela pode pisar em prego, em poça d’água, pegar doenças... E perguntou à garota: “Por que você está descalça?”. Ela disse: “É porque eu não tenho sapatos. Sou pobre”. Chegando em casa, Margarida pediu para a mãe: “Posso levar meus outros sapatos para uma colega da esco-la?” A mãe respondeu: “Sim, mas antes os limpe e engraxe”. No dia seguinte, antes da aula, ela chamou a colega de lado e deu os sapatos. A colega experimentou, serviu certinho. No outro dia cedo, antes de ir para a escola, ela pensou: “Vou levar dois lanches, um para mim e outro para aquela menina”. Como a mãe tinha ido à feira, ela mesma pegou dois pães, cortou-os no meio, foi até o fogão, destampou a panela e pôs a carne nos dois pães. Quando voltou da es-cola, contou para a mãe. Esta falou: “Ah! Foi você? Eu pensei que tinha sido o gato que comeu a carne, e dei-lhe uma paulada!”. Margarida foi ao fundo do quintal, encontrou o gato deitadinho, triste e fez carinho nele. Minutos depois, chegou o pai para o almoço. Margarida estava no quarto e ouviu a mãe contar para ele: “Hoje eu ia fazer uma sopa, mas Margarida pegou toda a carne da panela. Isso porque, além do lanche dela, fez outro para aquela tal colega a quem deu os sapatos”. O pai chamou: “Margarida, vem cá!”. “É hoje que vou levar castigo”, pensou ela. Abaixou a cabeça e aproximou-se do pai. Ele lhe disse: “Você fez uma coisa muito boa. De hoje em diante, todos os dias, você vai levar para a escola dois lanches. Um para você e outro para esta sua colega”. E abraçou Margarida.

ORAÇÃO

Senhor, que eu sinta o teu maravilhoso poder através da força da oração e, com esse poder, a minha pessoa seja atingida pelo milagre que podes realizar a meu favor, suavizando os meus problemas, acalmando o meu espírito, aumentando a minha fé. Que eu possa sempre lembrar-me do outro e fazer por ele o maior bem possível. Amém.

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A CRIANÇA PERDIDA NO TRIGAL

Certa vez, uma mãe foi trabalhar numa grande lavoura de trigo, que já estava perto da colheita. Como não tinha com quem deixar o filhinho de 3 anos, le-vou-o consigo. Lá, ela se descuidou, e o menino perdeu-se no meio do trigal. A mãe ficou desesperada. Havia quatro pessoas trabalhando ali. Todos se pu-seram a procurar a criança. Mas o tempo se passava, a tarde vinha chegando, e nada. A mãe, cada vez mais aflita, pois era tempo de frio, e o menino estava sem agasalho. Chamaram mais gente, e todos procuravam a criança. A certa altura, um senhor falou: “Nós estamos, cada um, passando no lugar onde os outros já passaram, e existem áreas onde ninguém passa. Vamos dar as mãos, fazer uma corrente, e caminhar um ao lado do outro, percorrendo todo o trigal. Assim, é certo que encontraremos o menino”. Realmente, poucos mi-nutos depois, o garotinho foi achado. Estava deitadinho no chão, dormindo. Isso porque se cansou de tanto andar à procura da mãe.

ORAÇÃO

Ó Deus de bondade, nós vos pedimos, abençoai todas estas crianças que hoje aqui estão. Pedimos que as orienteis em seus caminhos. Nós vos pe-dimos pelas crianças abandonadas, pelas crianças sem teto, sem pais, pelas crianças perdidas, desabrigadas. Ó Deus de amor e de misericórdia, abençoai nossas crianças do mundo inteiro. Que sintam a alegria da vossa presença, que saibam ser bondosas, amigas, companheiras. Que saibam repartir o que têm, que aprendam a acolher, a sorrir, a receber bem aquele que chega. Meu Deus, abençoai o lar de cada criança, não permitindo que mal nenhum ali entre. Afastai tudo que não for de vosso agrado. Abençoai cada casa, como a casa da Sagrada Família: Jesus, Maria e José. Afastai toda tristeza, toda desar-monia, todo desentendimento. Que haja muito amor e muita paz. Assim seja.

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TENTANDO ALCANÇAR A LUA

Uma noite, o Rei dos Macacos reparou numa gloriosa lua dourada que repousava no fundo de uma lagoa. Não percebendo que se tratava apenas de um reflexo, o Rei cha-mou os seus súbditos para que lhe fossem buscar aquele tesouro não reclamado. “O nosso macaco mais forte agarra-se a esta árvore” ordenou o Rei. “E o nosso segundo macaco mais forte agarra-se à mão dele, tenta alcançar a água e pega na lua doura-da.” Assim fizeram. Mas o segundo macaco não conseguia alcançar a lua. “Quem é o nosso terceiro macaco mais forte? Agarra-te à mão do teu irmão e vai buscar a lua.” Mas a lua continuava fora do alcance deles. “Tragam o quarto macaco mais forte. Que desça até junto da lagoa e tente a sua sorte.” Os macacos formavam agora uma cor-rente, cada um pendurado no braço do outro. O quarto macaco usou os braços deles como escada e ficou pendurado na mão do terceiro macaco, mas a lua continuava fora do seu alcance. E assim continuaram… cinco… seis… sete… oito… macaco após macaco, até que o último já conseguisse tocar na superfície da água. “Estamos quase conseguindo!”, gritaram os macacos. “Deixem-me ser o primeiro a agarrá-la!”, gritou o Rei, que se lançou corrente abaixo. Mas o peso de toda essa loucura tinha se tornado demasiado para as forças do macaco mais forte, que continuava agarrado ao topo da árvore. Quando o Rei ia tocando a água para pegar na lua, o macaco mais forte largou o tronco. Um a um, caíram todos na lagoa e se afogaram, juntamente

com o Rei. Aquele que segue um líder insensato é ele próprio um tolo.

ORAÇÃO

Jesus, manso e humilde de coração, Tu visitas todo o ser humano para revelar o amor do Pai. Jesus, bondade sem limites, Tu libertas os cativos e perdoas as nossas faltas. Jesus, nosso repouso e nosso refúgio, o teu jugo é suave e o teu fardo leve. Jesus, en-viado pelo Pai, Tu vens curar a nossa cegueira. Jesus, pão vivo, Tu alimentas os nossos corações com a tua palavra. Jesus, Tu vieste para acender um fogo sobre a terra. Jesus ressuscitado, Tu nos fazes participar na tua alegria. Jesus, Tu és o Caminho, a Verdade e a Vida. Amém.

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UM FAROL SÓ MEU

Se você vier à minha casa, da janela do meu quarto, verá o mar, a praia e muitos barcos de pesca. Um deles, o mais bonito, é o do meu papai. O meu papai é pescador. Quando regressa, traz sempre muito peixe, e a minha mamãe se apressa a ir vendê-lo. “As pes-soas gostam de peixe fresquinho”, diz ela. Na sala, debaixo do quadro com os nós, está a minha fotografia preferida: o papai, a mamãe e eu no meio. Por vezes, o meu papai parte durante vários dias, quando o peixe está muito longe, e eu sonho com o mar. Às vezes, são sonhos feios em que o mar está mau, e o meu papai está sozinho no barco… Eu acordo com muito, muito medo. Hoje foi uma dessas noites; fui correndo falar com minha mamãe e lhe contei o meu sonho mau. Ela me falou dos faróis, como eles ajudam os pescadores, e me deu um livro para eu ver, com muitas imagens de faróis. Eu acho que ela também tem medo. Passei muito tempo vendo todas aquelas imagens: faróis grandes, faróis pequenos, faróis coloridos… Vocês sabiam que há pessoas que vivem em faróis? Eu gostaria de viver num farol, para ajudar o meu papai a voltar para casa. Vou construir eu mesma um farol. O maior e mais alto farol do mundo! Pedirei ajuda aos meus brinquedos preferidos, e vamos todos trazer de volta o meu papai. Os brinquedos ficaram contentís-simos com a novidade, mesmo o Ronaldo, o meu preguiçoso pato amarelo. Incansáveis, durante horas, arrastamos e empilhamos os cubos de madeira que tia Joaninha me deu. Já estava tão alto, que saía pela janela. Subi… Subi… passei pelas nuvens, e continuei a subir até chegar perto da estrela mais brilhante, aquela que mamãe disse que era só para mim… Pedi-lhe para se sentar no meu colo e ajudar-me. Ela se sentou e me ajudou. Estava agora em cima do meu farol, com a minha estrela ao colo. Por muito longe que es-tivesse o meu papai, por muito escuro que fosse… não poderia deixar de ver a minha luz, o farol que eu tinha construído só para ele. Se hoje o meu papai chegar em casa, da janela do meu quarto, verá o mar, a praia e muitos barcos de pesca… E o meu farol de amor.

ORAÇÃO

Jesus, obrigado pelo meu pai, pela minha mãe, pela tua mãe e por cuidarem de nós. Obrigado pelo pão, pela água, pela fruta e por todos esses alimentos que diariamente nos alimentam. Que eles sirvam para nos dar força, para crescer feliz e saudável. Peço-te também pelos que não têm comida e, principalmente, pelos que não convivem com suas mães. Guarda-os sempre e protege-os todos os dias. Amém.

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O AMIGO VERDADEIRO

Certa vez, havia dois rapazes que eram amigos. Um se chamava João, e o outro, José. Eles moravam perto da praia. Um dia, João estava nadando, descuidou-se, foi levado pelas ondas e começou a se afogar. José nadou até ele, pegou-o e o trouxe para a terra firme. João ficou muito agradecido. Durante a semana, ele foi à praia, com um ponteiro, e escreveu em baixo-relevo numa grande pedra: “Hoje, o meu amigo José fez um gesto heroico e me salvou do afogamento. As-sinado: João”. E escreveu a data. José viu e agradeceu. Meses depois, na mesma praia, os dois tiveram uma discussão. José ficou esquentado e deu um tapa no João. João pegou um pedaço de vara e escreveu na areia: “Hoje, o meu amigo José, por um motivo fútil, esbofeteou-me. Assinado: João”. E escreveu a data. Quando o José viu a escrita, disse admirado ao seu amigo: “Por que aquele dia você escreveu na pedra, e hoje na areia?”. João respondeu: “É porque nós pre-cisamos esquecer as ofensas logo. Daqui a pouco, vem uma onda e apaga. Agora, dos benefícios não podemos nos esquecer nunca”.

ORAÇÃO

Ó Jesus, peço-te perdão pelo mal que às vezes causo. Que ele logo se apague e que eu possa colocar o bem no lugar dele. Eu sei que tu me tens muito amor e me perdoas sempre e me ensinas a recomeçar. Dá-me forças para não voltar a repetir o mal e a buscar sempre o bem. Jesus, luz dos nossos corações, depois da tua ressurreição, pelo Espírito Santo visitas-nos sempre. Onde quer que estejamos, esperas sempre por nós. E ajuda-nos a esquecer as ofensas e a nunca deixar de fazer o bem. Amém.

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DIA ESPECIAL DE DOM BOSCO: VIVA DOM BOSCO! VIVA!

Dom Bosco foi um padre italiano que viveu num tempo em que muitos me-ninos que ficaram sem pai, por causa das guerras, da imigração, iam para as grandes cidades, como Turim, à procura de emprego. E como não faz muito tempo que existem os direitos das crianças (a gente nem consegue imagi-nar isso), as crianças trabalhavam como adultos nessas primeiras fábricas. Até surgir Dom Bosco, o grande herói dos meninos de Turim. Ele abriu escolas e oficinas para os meninos pobres, dava a eles casa para morar e os defendia dos patrões que maltratavam as crianças. E o melhor de tudo: Dom Bosco foi a primeira pessoa da história que tratou criança como criança. Ele inventou a colônia de férias e os oratórios festivos, onde os meninos podiam jogar bola, fazer teatro, aprender música e se divertir. Ele dizia que toda criança precisa-va brincar. Sua Congregação, os salesianos, espalhou-se pelo mundo inteiro, fazendo o bem a milhares de meninos e meninas. Trinta e um de janeiro é o Dia de Dom Bosco, e os salesianos fazem festa e, com eles, todos nós. Hoje também é um dia especial, em que comemoramos o nascimento de Dom Bosco, para que não esqueçamos que foi aquele que muito nos amou e con-tinua a nos mostrar os melhores caminhos para a vida.

ORAÇÃO

Dom Bosco, rico de fé, que fizestes tanto pelas crianças e jovens. Deixai que a fé, a portinha para Deus agir na vida da gente, nos mostre a palavra de Deus que diz: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. Meu querido Dom Bosco, que tendes sido meu amigo do céu, sempre cuidando de mim e me dando bons exemplos, atendei nossos pedidos, socorrei-nos sempre e mostrai o melhor caminho a ser feito. Que possamos também nós encontrarmos Jesus e torná-lo presente. Amém.

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TESOURO NO FUNDO DO MAR

Feche os olhos e imagina-se sentado num barco que flutua no mar calmo. Quando olha para baixo e vê

as ondas que se agitam, a sua lanterna mágica capta o luar. Brilha como um caminho encantado no azul

profundo do mar. Aonde esta noite o irá levar? Escorregue até à água e nade como um peixe, entrando e

saindo do seu próprio trilho de bolhas brilhantes. Depois, como por magia, as bolhas se transformam em

pequenos cavalos-marinhos, andando para cima e para baixo na água ao seu lado. Seguem em frente e

param, vão em frente e esperam novamente. Você tem a certeza de que querem que os siga. Por isso vai

atrás deles. Um cardume de peixes prateados brilha à sua volta, centenas e milhares deles fazem cócegas

na sua pele. Os cavalos-marinhos nadam à sua frente. É como se estivessem lhe indicando o caminho – ali

à frente, estrelas-do-mar cintilam em cavernas submarinas e, mais além, estão ostras cujas pérolas reluzem

como pequenas luas. Você vê agora as bonitas cores do recife de coral. O coral parece um castelo gigante

guardado por ouriços-do-mar. À medida que vai nadando pelas pequenas e grandes torres do coral, você

repara numa coisa que brilha nas profundezas da água. “O que será?”, você se pergunta. Cheio de entusiasmo,

você se aproxima nadando. É uma arca do tesouro! A tampa não está bem fechada, e você vê pequeninos

pares de olhos espreitando por entre aquela escuridão. Devagar, abre completamente a tampa, e vários

caranguejos pequeninos e engraçados fogem cá para fora. Depois você vê as joias e os colares cintilantes, as

pulseiras e as fivelas. E um monte de moedas de ouro. Um dos cavalos-marinhos roça com a cauda num anel

de rubi. “Experimente”, parece estar lhe dizendo. A joia reluz no seu dedo, e você se pergunta a quem terá

pertencido. A um grande duque que navegou pelo oceano com os seus navios? Ou talvez a uma princesa,

que navegava porque ia casar com um príncipe que vivia num país distante? Os cavalos-marinhos brincam

com as joias e as moedas brilhantes. “Vá, leve uma parte do tesouro”, parecem estar dizendo. Talvez só uma

coisinha, você pensa. Afinal, quem iria sentir a falta de uma pequena moeda depois destes anos todos? Mas

a moeda não é sua. Você decide que é melhor voltar a colocá-la no lugar e deixá-la escondida aqui debaixo

do mar. Talvez outra pessoa possa gostar de encontrá-la um dia. Agora é tempo de partir. Você se despede

dos cavalos-marinhos e sobe velozmente mar acima, deixando um rasto de bolhas. Ao chegar à superfície,

vê o sol nascente refletido no mar. Parece um disco brilhante, como a moeda de ouro que você teve na mão.

Você se lembra da moeda e sabe que estará sempre lá para lhe recordar a arca do tesouro e o lindo mundo

que você viu nas profundezas do mar.

ORAÇÃO

Deus, Pai de misericórdia, criador de todas as coisas; invocamos o teu Espírito Santo sobre nosso lar e seus

moradores. Assim como visitaste e abençoaste a casa de Abraão, de Isaac e de Jacó, visita-nos e guarda-nos

na tua luz. Venham teus anjos portadores de paz. Suplicamos também a proteção e a saúde para todos os

que aqui habitam. Afasta-os da divisão e da falta de fé. Abençoa e guarde nossas casas para que sejamos

semeadores da paz, da bondade e de misericórdia. Amém.

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terça-feiraa g o s t o

ACOLHIDA 2014 Educação Infantil e Ensino Fundamental 1

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DE GRAÇA

Um rapaz aproximou-se da mãe e lhe entregou um papel. Depois de limpar as mãos no avental, a mãe o leu: “Por cortar a grama, R$ 5,00. Por limpar o quarto esta semana, R$ 1,00. Por levar um recado à loja, R$ 0,50. Por tomar conta do meu irmão, R$ 0,25. Por ir pôr o lixo lá fora, R$ 1,00. Por trazer boas notas, R$ 5,00. Por limpar e varrer o quintal, R$ 2,00. Total em dívida: R$ 14,75”. A mãe ergueu o olhar, e ele ficou ali, à espera. Ela pegou no papel, voltou-o e escreveu: “Nove meses em que o transportei quando estava dentro de mim: de graça. O tempo em que estive sentada a seu lado cuidando, e em que rezei por você: de graça. Todas as lágrimas que me fez chorar ao longo dos anos: de graça. Todas as noites povoadas de medo e preocupações que me esperavam: de graça. Por brinquedos, comida, roupa, é de graça, meu filho. E, depois de somar tudo, o amor verdadeiro é… de graça”. Quando o filho leu o que a mãe escreveu, os olhos dele se encheram de lágrimas. Olhou de frente para ela e disse: “Mãe, eu te amo muito”. Depois, pegou na caneta e, em gran-des letras, escreveu: “Dívida paga”. (M. Adams, adaptado)

ORAÇÃO

Livra-nos, Senhor, de todo mal que possa estar dirigido a nós e ensina-nos a amar sempre. Que nossas vida seja expressão da gratidão e da bondade. Agradecemos-te, nosso Deus e nosso Pai. Dá-nos o poder de aceitar acima de tudo, que se cumpra em nós a tua vontade e não a nossa. Senhor, ajuda-me nos meus estudos, abre minha inteligência, para que eu possa entender e guardar na memória os ensinamentos de hoje. Conserva a minha calma na hora das atividades. Faze que eu possa dar alegria ao papai, à mamãe e à minha pro-fessora. Abençoa a turma toda da minha sala. Amém.

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quarta-feiraa g o s t o

ACOLHIDA 2014 Educação Infantil e Ensino Fundamental 1

A CASA DE MADEIRA

Pelo outono, a rata Alina ouvira dizer que o seu bom velho amigo, o texugo Norberto,

morava agora numa casa em algum lugar na montanha. Há muito tempo que Alina

não via Norberto. Nos últimos dias, desde que a neve começara a cair, Alina pensava

muito nele, na sua agradável voz resmungona, na sua presença calorosa e reconfortan-

te, e na sua grande coleção de livros, que ele muitas vezes lhe lera. “A casa de Norberto,

lá na montanha, certamente agora tem luz, é quente e confortável”, pensou a ratinha,

e, naquele momento, a sua toca começou a parecer-lhe apertada e abafada. No dia

seguinte, tomou uma decisão: “Vou visitar Norberto. Não sei ao certo onde mora, mas

não deve ser assim tão difícil de encontrar”. Alina calçou as botas quentes de ratinha,

vestiu um casaco grosso de lã e pôs-se a caminho. Foi subindo a montanha, cada vez

mais para cima, pela neve funda. Por pouco não dava com a casa do texugo! A noite já

estava chegando, e ela ainda à procura do caminho através do bosque. E, além disso,

tinha começado a cair um nevão! Mas a ratinha não era medrosa. “Se não encontrar

hoje a casa do texugo, cavo um buraco fundo na neve – pensou ela –, e assim não

fico gelada.” Mas, por fim, acabou por encontrar o caminho para fora do bosque, e viu

à sua frente, num declive, a casa do texugo. Era de madeira. Nas janelas, brilhava uma

luz amarela e quente e, da chaminé alta, saía um longo rasto de fumaça que balançava

ao vento. Alina juntou as últimas forças e correu em direção à casa. Claro que o texugo

se alegrou muito com a sua chegada. E ambos passaram um inverno maravilhoso e

confortável na casa de madeira, longe de tudo, lendo e conversando.

ORAÇÃO

Senhor Jesus Cristo, coloco a minha casa, a minha família, todos os que moram comi-

go, sob a tua proteção. Protege minha casa de assaltos, incêndio, violência, calúnia,

difamação, maldição e todo mal. Invoco a intercessão especial da Virgem Maria e de

São Miguel Arcanjo. Que a minha casa seja o local do aconchego do carinho, do amor

e do respeito de uns para com os outros. Amém.

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quinta-feiraa g o s t o

ACOLHIDA 2014 Educação Infantil e Ensino Fundamental 1

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A ÁGUA MILAGROSA

Certa vez, uma senhora procurou um sábio para lhe pedir ajuda. O problema dela eram as brigas com o marido. Era só ele chegar em casa, pronto: come-çavam as brigas. Ela não conseguia se controlar. O sábio a ouviu com atenção, depois disse: “A senhora espere um pouco aqui, que eu tenho uma solução para esse caso”. Foi lá dentro, encheu uma garrafa de água potável, trouxe e lhe deu, dizendo: “Esta água é milagrosa. Ela cura mesmo. Mas a senhora tem de usá-la da maneira correta. É assim: quando o seu marido fizer alguma coi-sa errada e a senhora tiver vontade de brigar, primeiro ponha um bom gole desta água na boca, e não engula, mas fique segurando a água na boca até se acalmar. Depois pode jogar fora a água”. A senhora agradeceu e levou a água para casa. Lá, usou a água milagrosa da forma indicada. Dias depois, ela voltou para agradecer. O sábio sorriu e lhe disse: “Filha, aquela água não é milagrosa coisa nenhuma. O que a senhora fez foi usar o dom do discernimento. Para usar esse dom, precisamos ter calma, paciência e não agir precipitadamente”.

ORAÇÃO

Senhor, nós vos pedimos por todas as crianças do mundo, esperança da hu-manidade futura; por todas as crianças amadas e desejadas por seus pais; por todas as crianças abandonadas, órfãs e que não conhecem de fato o que é o amor; pelas crianças de rua, que não encontram um espaço digno de cresci-mento e desenvolvimento; pelas que não têm um lar que as acolha e lhes dê aconchego e proteção; pelas que são exploradas sob a ganância do dinheiro, do prazer e do poder; pelos filhos que não conseguem de seus pais educação saudável e cuidados básicos; por aqueles que não vos conhecem; e para que tenhamos calma, paciência e saibamos sempre agir na bondade. Amém.

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sexta-feiraa g o s t o

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TODOS OS PAIS SÃO DIFERENTES

Era uma manhã de inverno, fria e chuvosa. A professora Adelaide pediu a todos que

tirassem os sapatos molhados e os colocassem junto do aquecedor. “Vamos, venham

se aquecer”, disse ela, esfregando as mãos com força. Ninguém tinha dado a falta

de Sofia, até que a porta se abriu lentamente. Sofia estava toda pingando. Era difícil

perceber se tinha a cara molhada da chuva ou das lágrimas. “Venha aqui, Sofia”, disse

a professora, com voz suave. “Vamos tirar esse casaco e esses sapatos molhados. Pode

nos contar o que aconteceu?” “O meu pai fez as malas e saiu de casa”, soluçou a Sofia.

A professora Adelaide apertou Sofia contra o seu casaco quentinho e disse: “Vamos

falar dos nossos pais”. “O meu pai está no hospital”, começou João. “Eu tenho dois

pais”, disse Beta. “Eu só tenho um pai”, disse Milly. “O meu pai está na tropa, e eu só o

vejo às vezes”, acrescentou Tiago. “O meu pai está todos os dias em casa”, disse o Toni.

“Eu só passo as férias com o meu pai, porque ele agora tem outra família”, disse a Pipa.

“O meu pai está numa cadeira de rodas”, disse Hugo. “O meu pai adotou quando eu

tinha 1 ano”, disse a Molly. “O tio Rui toma conta de mim como um pai”, acrescentou

Jorge, pensativo. “O meu pai é cego”, disse a Magui. “O meu pai morreu o ano passa-

do”, disse Alfredo, baixinho. “E o meu pai morreu quando eu tinha 6 anos”, confessou

a professora Adelaide. Sofia sentou-se entre Milly e Molly. “O meu pai é surdo disse a

Sofia”, com voz suave. “Ora, aí está”, disse a professora Adelaide. “Todos os pais e todas

as famílias são diferentes. É assim mesmo.”

ORAÇÃO

Ó, Senhor, por vossa Mãe, vos peço: acalmai minhas preocupações, amansai meu gê-

nio, dominai meus ímpetos, pacificai meu coração, renovai meus sentimentos, iluminai

minha mente, dirigi minha vontade, apossai-vos de minha liberdade, aumentai minha

fé, firmai minha esperança, abrasai-me na caridade, dai-me vosso Espírito para que acei-

te minha família como ela é e vos renda honra e glória por toda a eternidade. Amém.

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segunda-feiraa g o s t o

ACOLHIDA 2014 Educação Infantil e Ensino Fundamental 1

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O PINTOR DO CÉU

Há muito tempo, vivia, no sul da China, um velho pintor de muito talento. O que ele mais gos-tava de retratar eram rostos de crianças. Toda semana, pintava sete carinhas diferentes, uma para cada dia. Certa noite, quanto o velho pintor trabalhava, caiu uma tempestade horrível. Ele estava tão entretido em fazer o retrato de uma linda menina, que nem percebeu que, à sua porta, tinha surgido uma misteriosa figura. Ela atravessou o cômodo e, quando chegou ao seu lado, disse: “Eu sou a Morte e preciso levá-lo comigo hoje”. O velho, porém, não ficou assustado. Pelo contrário, continuou a pintar, respondendo apenas: “Morte, por favor, diga ao Senhor do céu que estou muito ocupado e não posso partir sem terminar meu retrato”. Surpresa com a atitude do pintor, a Morte se aproximou do quadro. Ficou paralisada. O rosto que ele pintava era tão lindo e vivo que parecia lhe sorrir. Emocionada, a Morte foi-se embora. Quando chegou ao céu, o Senhor do céu lhe perguntou: “Morte, o que aconteceu? Você voltou sozinha?”. “Senhor, perdoe-me, mas não consegui interromper o velho mestre. Ele estava pintando um rosto tão lindo…” O Senhor do céu ficou furioso com a Morte. “O que é isso? Você nunca me desobedeceu! Volte já para a Terra e traga-me o pintor.” Mas, quando a Morte chegou à casa do pintor, ficou novamente paralisada. Os quadros do velhinho eram tão maravilhosos que ela não queria que ele parasse de trabalhar. Porém, desta vez, não poderia falhar e pediu que o pintor apanhasse seu material e o quadro que estava pintando, e a acompanhasse. Quando viu o quadro do velho, o Senhor do céu compreendeu a atitude da Morte e disse: “Meu velho e sábio mestre, soube que, na Terra, você era um pintor célebre. Pois bem, vou permitir que continue a trabalhar no céu”. E foi assim que o pintor se instalou no maravilhoso palácio celeste junto com o Espírito da Vida. Cada vez que o Espírito da Vida desejava fazer nascer um bebezinho, chamava o pintor para que ele criasse um lindo rosto. E é por isso que, até os dias de hoje, todas as crianças são belas, trazendo em suas pequenas faces o toque mágico do eterno mestre chinês, o pintor dos céus.

ORAÇÃO

Louvado seja ó, Senhor, nosso Deus, porque nos tornou dignos de ser participantes da herança dos santos na luz. Damos-lhe graças pela sua misericórdia e pelo seu poder transformador. Damos-lhe graças porque nos chamastes à bondade, à misericórdia e ao amor de uns para com os outros. Damos-lhe graças porque o Senhor nos dá a oportunidade de recomeçar sem-pre, basta querer. Damos-lhe graças porque nos fizestes o que somos hoje. Damos-lhe graças porque podemos pintar esse mundo mais bonito. Amém.

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terça-feiraa g o s t o

ACOLHIDA 2014 Educação Infantil e Ensino Fundamental 1

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O BOSQUE ENCANTADO

Dizem que, há muitos anos, num longínquo país, existiu um bosque encantado. A

jovem princesa daquele reino, desobedecendo aos conselhos dos mais velhos, de-

cidiu visitá-lo. Montada em seu cavalo branco, deu de cara com um jovem lenha-

dor, chamado Daniel: “Não vá mais adiante, Princesa, ou nunca mais voltará”. Como

era muito audaciosa, ela esporeou seu cavalo e entrou na mata espessa. Os dias se

passaram sem que ninguém soubesse da princesa. “Darei a mão de minha filha e o

governo do reino a quem me devolvê-la sã e salva”, ofereceu o soberano. O lenhador

Daniel pegou sua flauta e seu machado, e embrenhou-se no bosque, chamando pela

princesa. “Estou prisioneira do velho Carvalho!”, ouviu-a gritar. O rapaz correu até o

local e começou a dar machadadas no tronco, mas seus potentes golpes não serviam

para nada. Uma voz cavernosa, a do Carvalho, disse: “Nunca conseguirá me derrubar.

Estava farto de minha solidão e apoderei-me da princesa. Vá embora daqui!” “Velho

Carvalho, se o que quer é companhia, eu a conseguirei para você.” E começou a tocar

em sua flauta uma melodia tão bela que os pássaros, que nunca vinham a este lugar

tão sombrio, invadiram até mesmo os galhos do Carvalho. E todos juntos começaram

a cantar. “Lenhador, você me proporcionou companhia e lhe devolverei a princesa.”

Ouviu-se o som de galhos partidos, e a princesa, comovida, estendeu a mão a Daniel.

Os jovens foram felizes e o povo teve um rei prudente e honrado.

ORAÇÃO

Senhor, tanto desejo ser bem-sucedido em minha vida. Sei que o dinheiro, os bens

materiais não fazem felicidade, mas, sem eles, também não temos condições de viver

dignamente. Desejo prosperidade em tudo o que eu empreender. Abençoai-me, Se-

nhor. Tornai-me próspero. Que eu compartilhe tudo o que sei, sem temor ou egoísmo

algum, com os que precisam de meus ensinamentos ou com que os ajuda. Amém.

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quarta-feiraa g o s t o

ACOLHIDA 2014 Educação Infantil e Ensino Fundamental 1

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MENINO FERIDO PERDOA AGRESSOR

Certa vez, um garoto de 10 anos, chamado Bruno, voltava da escola, quando um homem se aproximou dele e perguntou: “Filho, você pode ir comigo à loja, para escolher um presente de aniversário para o seu pai?” De fato, o pai de Bruno, seu Jorge, fazia aniversário no dia seguin-te. Ele entrou no carro do homem. Havia um detalhe que Bruno não sabia: esse homem, no passado, fora empregado de seu Jorge, e este o despediu por causa de bebida. Por isso ele era revoltado contra o pai do menino. O homem levou Bruno para uma área isolada, onde o perfurou várias vezes no peito com uma chave de fenda, depois lhe deu um tiro na cabeça e o deixou lá, para morrer. Felizmente, a bala havia passado por trás dos seus olhos, não danifi-cando o cérebro. Depois que retomou a consciência, Bruno ficou sentado na beira do asfalto, onde foi socorrido por um motorista que passava. Duas semanas depois, Bruno descreveu para um desenhista da polícia o rosto do agressor. Seu pai o reconheceu. Entretanto, o menino, devido ao trauma, não conseguiu identificar se era aquele mesmo, ou não. Por isso ele não foi preso. O ataque deixou Bruno cego de um olho. Mas sem nenhum outro problema grave. Ele voltou para a escola e deu continuidade à sua vida. Formou-se, casou-se e tiveram dois filhos. Um dia, um policial lhe telefonou para informar que o seu agressor, agora com 77 anos, havia confessado o crime. Sem família, ele estava em um asilo. Bruno foi visitá-lo. Ele se desculpou pelo que havia feito, e Bruno disse que o havia perdoado. Depois disso, visitou-o muitas vezes. Apresentou-lhe sua esposa e filhos, a fim de lhe dar uma sensação de família. Ele ficava feliz quando Bruno aparecia, porque o tirava da solidão e era um grande alívio para ele, após 22 anos de arrependimento. Mais do que tragédia, Bruno via no fato um milagre. Sentia-se aben-çoado por Deus. Apesar de muitos não entenderem como Bruno pôde perdoar aquele ho-mem, ele mesmo via o perdão como a única saída para ser feliz. Se tivesse escolhido o ódio ou passar a vida procurando vingança, não seria o homem feliz e realizado que é hoje. O perdão também é uma penitência que faz bem aos dois lados: a quem perdoa e a quem é perdoado.

ORAÇÃO

Abençoai, Senhor, meus trabalhos, dai-me prosperidade e que nada me falte, fazendo-me escolher antes de tudo a melhor parte, a qual nunca me será tirada. Ajudai-me, Senhor, a me perdoar e a perdoar os que me magoam. Que eu possa seguir vosso exemplo e ajudar aos que precisam de perdão e de amor. Amém.

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quinta-feiraa g o s t o

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O CAMINHÃO DE PRESENTES

Certa vez, apareceu, numa pequena cidade, um caminhão baú com placa de uma cidade grande. O motorista, que era desconhecido, parou na praça cen-tral da cidade, abriu a porta traseira do caminhão e começou a dizer em um alto falante: “Atenção! Eu trouxe aqui muitos presentes para vocês. Podem pe-gar à vontade e levar para suas casas. É tudo de graça”. De fora, dava para ver as caixas lá dentro. Eram televisores de última geração, aparelho de DVD, jo-gos de porcelana, de cristal, notebooks e muitos outros objetos valiosos. Tudo em caixas da fábrica e com os certificados de garantia, exatamente como quando compramos um objeto desses nas lojas. Entretanto as pessoas não acreditaram. Uns pensaram que era pegadinha, outros pensaram ser objetos roubados, ou truque para envolver as pessoas em crimes. Depois de muito insistir, o homem, cheio de tristeza, fechou a porta traseira do caminhão, en-trou nele e foi para outra cidade. Lá foi o contrário. Logo que ele ofereceu, o povo se ajuntou, as pessoas pegaram os presentes e foram felizes para suas casas. Aquele senhor era um motorista contratado por um homem muito rico daquela cidade grande, que havia feito a promessa de fazer essas doações sem se identificar. Jesus fez a mesma coisa conosco. Trouxe do céu presentes valiosíssimos para nós: a Igreja de Jesus, os sacramentos e os ensinamentos dos Evangelhos. Fez isso unicamente por amor a nós. Entretanto, muitos não valorizam esses presentes.

ORAÇÃO

Obrigado, Jesus, por nos convidares para sermos teus amigos. Obrigado por-que confias em nós e queres que colaboremos na tua missão. Obrigado por-que nos ensinas a viver em amizade. Obrigado porque formamos parte da Igreja, que é a grande família dos cristãos. Obrigado, querido Deus, Pai de to-dos nós, ensina-nos a vivermos como irmãos sem lutas nem divisões. Amém.

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sexta-feiraa g o s t o

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PARA SALVAR UM GATO

Com o decorrer das semanas, Pedrinho foi se sentindo mais à vontade na rua. Às ve-

zes, fazia um desvio até a banca de revistas para comprar figurinhas ou ia até à loja de

bombons. Um dia, quando já estava escuro, porque, na terra de Pedrinho, os dias são

mais curtos em dezembro, Pedrinho sentiu muito medo. Sentiu o coração batendo

muito depressa e as pernas ficando sem força. Tinha acabado de deixar os amigos e

tinha apressado o passo, porque estava muito frio. Mesmo antes de chegar em casa,

viu um gatinho que parecia ferido. É claro que o menino quis recolhê-lo, para poder

tratar dele: todos os animais eram seus protegidos. Baixou-se e levantou os olhos,

para ver se o gato tinha caído de alguma varanda. Foi então que viu o homem. Pedri-

nho não percebeu o que estava acontecendo. Começou a tremer de medo e desatou

a correr em direção a casa. Felizmente, nesse dia, o pai não tinha ido trabalhar. Estava

à espera dele para irem fazer as compras. Quando o pai abriu a porta, deu-se logo

conta de que algo se passava. Como Pedrinho não conseguia falar, o pai o pegou ao

colo, para acalmar. Sossegado pelos braços do pai, Pedrinho desatou a chorar convul-

sivamente, durante uns bons minutos. Quando abriu os olhos de novo, pensou logo

no gatinho que ficara lá fora. Papai, eu me esqueci do gatinho. Ele pode morrer. Que

gato? Anda, vamos procurá-lo.

ORAÇÃO

Que eu vos agradeça, Senhor, não só com palavras, mas, sobretudo, com a minha

vida. Aprendi e aprendo convosco todos os dias, meu Pai! Que eu aprenda também

a confiar na vossa bondade e no vosso amor para comigo. Nada se pode comparar

ao vosso amor. Obrigado, Senhor. Vossos caminhos são semeados de muitas alegrias,

mas somente quem os percorre pode sentir suas inigualáveis delícias. Obrigado, Se-

nhor, porque nos protegeis e nos acompanhais em nossos caminhos. Obrigado por-

que sois nosso Pai e sabeis que confiamos em vós. Amém.

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S E T E M B R O 2 0 14

O sonho de Joãozinho Bosco. Brasília: Cesam

Art

e de

Tar

ko e

Pan

ela

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s e t e m b r o segunda-feira

ACOLHIDA 2014 Educação Infantil e Ensino Fundamental 1

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SETEMBRO, MÊS DA BÍBLIA

É importante conhecermos a Bíblia como o livro sagrado dos cristãos. O que é a Bíblia? A Bíblia não é apenas um simples livro, mas um dos mais importantes livros da humanidade. Nela encon-tramos a história da nossa salvação. A história do grande amor de Deus por todos os homens. Por isso seus ensinamentos são importantes. Eles são como a luz: iluminam e fortalecem os nossos passos para seguirmos o caminho do bem. Assim, tornamo-nos amigos de Deus e amigos uns dos outros. E você, já sabe o que significa a palavra Bíblia? Ela é uma palavra de origem grega, e quer dizer livros. O que, aliás, está muito correto, pois, na verdade, a Bíblia é formada por 73 livros escritos em lugares e épocas diferentes. Seus autores são muitos, também chamados autores sagrados. A Bíblia é conhecida ainda por outros nomes, como Sagradas Escrituras, Li-vro Sagrado, Palavra de Deus. Mas tudo mudou para a humanidade quando aconteceu algo muito diferente, o que não nunca tinha acontecido até então, ou seja: o anúncio de que Deus mandaria seu Filho para andar no meio de nós. Vejamos a narrativa, que está na Bíblia, do acon-tecimento: o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, para falar com uma virgem que era noiva de José, um carpinteiro, descendente do rei Davi. O nome da virgem era Maria. Entrando onde Maria estava, o anjo disse: “Ave, cheia de graça, o Senhor está com você.” Ela se assustou e se pôs a pensar o que significariam essas palavras. Disse-lhe então o anjo: “Não tenha medo, Maria…” E o anjo lhe contou que ela havia sido escolhida para ser a mãe do Filho de Deus. Ela não entendeu como ficaria grávida, porque não era casada, mas o anjo explicou: “O Espírito Santo virá sobre você, e a força do Altíssimo a envolverá com a sua sombra…” O anjo também contou sobre Isabel que, mesmo velha, já estava no sexto mês de gravidez: “A Deus nenhuma coisa é impossível”. Então Maria disse: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra”.

ORAÇÃO

Senhor, faz de nosso lar um conhecedor de tua Palavra para que se torne um lugar do teu amor. Que não haja amargura, porque Tu nos abençoas. Que não haja egoísmo, porque Tu nos animas. Que não haja rancor, porque Tu nos perdoas. Que não haja abandono, por que Tu estás conosco. Que saibamos caminhar para ti em nossa rotina diária. Que cada manhã seja o início de mais um dia de entrega e sacrifício. Que cada noite nos encontre ainda mais unidos no amor. Faze, Senhor, da nossa vida, que quiseste unir, uma página cheia de ti. Faze, Senhor, dos nossos filhos o que Tu anseias. Ajuda-nos a educá-los e orientá-los pelos teus caminhos. Que nos esforcemos no consolo mútuo. Que façamos do amor um motivo para amar-te mais. Que possamos dar o melhor de nós mesmos para sermos felizes em nosso lar. Amém.

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s e t e m b r o terça-feira

ACOLHIDA 2014 Educação Infantil e Ensino Fundamental 1

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O POVO QUE TINHA UMA PERNA MAIS CURTA

Havia, certa vez, uma grande vila rural, mas muito distante e de difícil acesso. Nela ha-

via uma venda onde se encontrava de tudo. Um vendedor fez questão de ir de carro

até essa vila, para vender seus produtos. Arrumou um carro com tração nas quatro

rodas, com pneu de lama e correntes, e foi. Depois de muita luta, conseguiu chegar

à cidadezinha. Logo na entrada, teve uma surpresa. Percebeu que todas as pessoas

tinham uma perna mais curta que a outra, e andavam mancando. Ele parou na frente

da venda, do outro lado da rua. Ao atravessar a rua, viu que as pessoas riam dele.

Observava bem sua roupa para ver se havia alguma coisa errada. Nada. Ao entrar na

venda, a mesma coisa. Todos riram dele, disfarçadamente. Depois de negociar com

o dono da venda, perguntou-lhe: “Agora me diga uma coisa. Por que todo mundo

aqui está rindo de mim?” “Porque o senhor é aleijado”, respondeu o dono da venda,

que também estava rindo. Aquele vendedor era aleijado porque tinha as duas pernas

do mesmo tamanho e não mancava. Ali, o normal era ser aleijado. Não ser aleijado

era anormal, porque era diferente de todos. Nosso mundo, às vezes, é parecido com

aquela cidadezinha. As pessoas que não pecam é que são diferentes e por isso são

objetos de riso. Já os que vivem errados são considerados normais.

ORAÇÃO

Senhor, livrai-me da indiferença pelo outro. Livrai-me de discriminar os que são dife-

rentes de mim. Livrai-me da preguiça, do consumismo e do desperdício. Dai-me um

grande amor ao trabalho que me cabe hoje, responsabilidade e serenidade diante

de minhas obrigações. Que ao me levantar todos os dias, Senhor, jamais me esqueça

de vos agradecer por mais um dia que me concedeis, pelo que sou, e tudo faça com

alegria, amor e em segurança, mesmo diante dos que tentarem enlaçar meus pés em

suas emboscadas, certo de que cuidais de mim em todo o tempo. Amém.

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s e t e m b r oquarta-feira

ACOLHIDA 2014 Educação Infantil e Ensino Fundamental 1

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UMA AULA DIFERENTE DAS OUTRAS

No último dia de aulas antes das férias, Luna foi para a escola sem pasta, acompa-

nhada pela mãe. No último dia, a professora costumava mostrar um vídeo. Os alunos

levavam brinquedos e organizava-se um lanche. Este ano seria diferente. Na turma de

Luna, a professora decidiu falar-lhes do corpo e inventou uma canção como aquela

que os alunos aprendem no Canadá, país que a professora conhece bem, porque já

morou lá. A professora escreveu no quadro: “O meu corpo é meu, não teu. Que, dos

pés à cabeça, respeito te mereça”. Cantou sozinha a primeira vez e depois os alunos

a acompanharam. A letra era fácil de decorar, e a melodia era alegre. Em seguida, a

professora explicou que cada um é dono do seu corpo, que este é precioso e único,

e que é necessário dar-lhe atenção e respeitá-lo. É por isso que devemos lavá-lo,

calçar-nos bem quando está frio, não andar com sapatos apertados. Temos de cuidar

bem dele, quando é saudável e quando está doente. Depois, explicou o que significa

o respeito por si mesmo e pelo outro. Vocês estão respeitando os adultos quando

evitam dar-lhes empurrões, pisá-los, insultá-los. Os adultos também devem respeitar

vocês. Normalmente, estão atentos às necessidades de vocês e certificam-se de que

vocês estão em segurança, para que, um dia, vocês sejam adultos respeitadores das

crianças. Todos os seres vivos têm direito ao respeito, e todos os seres humanos de-

vem aprender a dizer não aos maus-tratos e a protegerem-se.

ORAÇÃO

Bendita seja a luz do dia. Bendito seja o Senhor que a cria. O santo ou a santa deste

dia. O Anjo da Guarda ande sempre na minha companhia. Jesus vai comigo, eu vou

com Ele. Ele vai adiante de mim, eu vou atrás dele. Jesus, Filho de Deus vivo, ande

sempre comigo. No caminho que eu sigo livre-me de todo o perigo. Na terra e no

Céu, louvamos o nosso bom Deus que nos criou e nos ama tanto que, por Jesus, nos

adotou por filhos. Amém.

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s e t e m b r o quinta-feira

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OS AVÓS QUERIDOS DE JESUS

Eles se chamavam Joaquim e Ana. Ana, ou “Hannâ” em hebraico, que significa “Graça”. Ela pertencia à família do sacerdote Aarão. Joaquim, “Yônâkhîr”, em hebraico significa “Deus Prepara”, ele pertencia à família real de Davi. Tem um livro que não está na Bíblia, muito antigo, e dizem que foi São Tiago quem o escreveu, com essa linda história: os dois moravam em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje se ergue a Basílica de Santa Ana. São Joa-quim e Santa Ana não tinham filhos e já eram idosos. Mesmo assim, Joaquim não desistia de pedir um filho a Deus, pois sabia que Ele podia tudo. Um dia, retirou-se ao deserto para rezar e fazer penitência por essa intenção. Ali, um anjo do Senhor lhe apareceu, dizendo que Deus havia ouvido suas preces. Algum tempo depois, Ana ficou grávida. Nasceu uma menina a quem cha-maram Maria, “Miriam” em hebraico, que significa “Senhora da Luz”. E quem é essa menina? Nada mais, nada menos que a Mãe de Jesus. Com São Joaquim e Santa Ana, aprendemos que os que não desistem de acreditar e confiar em Deus sempre recebem as melhores surpresas. Deus é sempre bom e fiel, e vem em socorro de seus filhos e os atende nas suas boas intenções.

ORAÇÃO

Senhor, que meu sim seja sempre sim, e meu não, não. Livrai-me de todas as meias verdades ou insegurança, pois detestais a mentira e não vos agradais da falsidade. Fazei-me generoso, Senhor, como o fizeste Joaquim e Ana, os avós de Jesus, para que, além de vos agradar, encontre sempre em prosperi-dade. Que eu vos busque, Senhor, antes de todas as riquezas, pois vosso fruto é a maior riqueza e vossas Palavras mais sábias que todas as ciências deste mundo. Amém.

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SABIÁ-MÃE ALIMENTA DOIS NINHOS

Certa vez, um homem começou a se preocupar com a seguinte questão: “E se eu morrer, quem vai sustentar meus filhos e minha esposa?”. Ele morava na roça. Um dia, quando ia para o trabalho, viu, numa árvore, um ninho com filhotes de sabiá. Logo na frente, viu um gavião apoderando-se de um sabiá, justamente a mãe daqueles filhotes, que vinha trazendo no bico comida para eles. A avezinha morreu ainda com os alimentos no bico. Revoltado, o ho-mem tentou atingir o gavião com pedradas, mas em vão. O bicho foi devorar a sua presa, bem distante dali. No outro dia, ao ir para o trabalho, o homem foi direto àquela árvore para ver como estavam os filhotes órfãos. Ele tinha certeza de que iria encontrá-los com muita fome. Mas, pelo contrário. Os bi-chinhos estavam cantando, cheios de vida. Como é possível isso? O homem ficou ali, a fim de descobrir o segredo. Logo viu chegar a mãe do ninho vizi-nho, que repartiu para os dois ninhos o alimento que trouxe. Emocionado, o agricultor tirou o chapéu e rezou: “Senhor, desculpe, eu havia me esquecido de que existe a Providência divina. Pensava que somente eu poderia manter a minha família. Agora vejo que é o Senhor o único e infalível sustento dos meus filhos”.

ORAÇÃO

Senhor, que jamais haja em mim espírito de medo, de solidão, de desconfian-ça, de insegurança e de competição, quando o que desejo é vos servir em tudo o que eu fizer. Que eu viva para gerar felicidade e, assim, conquistarei a alegria de viver: dando sempre o melhor de mim mesmo. Por me ensinardes neste momento a ser cada vez mais próspero e bem-sucedido, muito obriga-do, Senhor! Amém.

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A GALINHA RUIVA

Era uma vez uma galinha ruiva, que morava com seus pintinhos numa fazenda. Um dia, ela percebeu que o milho estava maduro, pronto para ser colhido e virar um bom alimento. A Galinha Ruiva teve a ideia de fazer um delicioso bolo de milho. Todos iam gostar! Era muito trabalho: ela precisava de bastante milho para o bolo. Quem podia ajudar a colher a espiga de milho no pé? Quem podia ajudar a debulhar todo aquele milho? Quem podia ajudar a moer o milho para fazer a farinha de milho para o bolo? Foi pensando nisso que a Galinha Ruiva encontrou seus amigos: “Quem pode me aju-dar a colher o milho para fazer um delicioso bolo?” “Eu é que não”, disse o Gato. “Estou com muito sono.” “Eu é que não”, disse o cachorro. “Estou muito ocupado.” “Eu é que não”, disse o Porco. “Acabei de almoçar.” “Eu é que não”, disse a Vaca. “Está na hora de brincar lá fora.” Todo mundo disse não. Então, a Galinha Ruiva foi preparar tudo sozi-nha: colheu as espigas, debulhou o milho, moeu a farinha, preparou o bolo e colocou no forno. Quando o bolo ficou pronto... Aquele cheirinho bom de bolo foi fazendo os amigos chegarem. Todos ficaram com água na boca. Então a Galinha Ruiva disse: “Quem foi que me ajudou a colher o milho, preparar o milho, para fazer o bolo?”. Todos ficaram bem quietinhos (ninguém tinha ajudado). “Então quem vai comer o delicioso bolo de milho sou eu e meus pintinhos, apenas. Vocês podem continuar descansando e olhando.” E assim foi: a galinha e seus pintinhos aproveitaram a festa, e nenhum dos preguiçosos foi convidado.

ORAÇÃO

Minha Senhora e minha Mãe, eu me ofereço todo a vós, e em prova de minha devo-ção para convosco, consagro-vos, neste dia, meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração e todo o meu ser. E porque sou vosso, ó incomparável Mãe, guardai-me e defendei-me como propriedade vossa. Que a vosso exemplo sempre busque e me cerque do bem e da bondade, pois só assim o meu testemunho de vida será limpo e ressoará forte. Cuide de mim e das pessoas que amo. Não nos deixe ficar preguiçosos, mas que saibamos colaborar para participar das alegrias de irmãos que se ajudam e que se respeitam. Amém.

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s e t e m b r o terça-feira

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ERA UMA VEZ...

Era uma vez duas crianças patinando em cima de um lago congelado. Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam sem preocupação. De re-pente, o gelo se quebrou e uma das crianças caiu na água. A outra criança, vendo que seu amiguinho se afogava debaixo do gelo, pegou uma pedra e começou a golpear com todas as suas forças, conseguindo quebrá-lo e salvar seu amigo. Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia aconteci-do, perguntaram ao menino: “Como você fez? É impossível que você tenha quebrado o gelo com essa pedra e suas mãos tão pequenas!”. Nesse instante, apareceu um ancião e disse: “Eu sei como ele conseguiu”. Todos perguntaram: “Como?”. O ancião respondeu: “Não havia ninguém ao seu redor para lhe dizer que não poderia fazer”. “Se pode imaginar, pode conseguir.” (Albert Einstein)

ORAÇÃO

Senhor, pedimos que nos dê sua benção para todos nós neste dia de estudos. Que a seu exemplo eu possa ajudar, curar e colaborar com quem precisa. Que quem passar por mim consiga perceber que faço as coisas diferentes, já que me inspiro sempre no Senhor. Louvado seja, ó, Senhor, nosso Deus, porque o Senhor nos tornou participantes da sua luz. Damos-lhe graças pela sua mise-ricórdia e pelo seu poder transformador de cada um de nós. Dou-lhe graças porque nos acompanha, é nosso Deus e nos mostra os melhores caminhos diariamente e nos ajuda a encontrar saídas de vida diante das dificuldades. Amém.

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AS TRÊS PENEIRAS

Verdade, bondade e necessidade. Certo dia, dona Flora foi transferida de se-ção na fábrica em que trabalhava. Para “fazer média” com o novo chefe, logo foi dizendo: “Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a respeito da Zefinha...”. Nem chegou a terminar a frase. “Espere um pouco, dona Flora. O que vai me contar já passou pelas três peneiras?”, perguntou o chefe. “Penei-ras? Que peneiras?” “A primeira é a da VERDADE: você tem certeza de que esse fato é absolutamente verdadeiro?” “Não, como posso? O que sei foi o que me contaram, mas acho que...” “Então, sua história já vazou na primeira peneira. Vamos à segunda, que é a da BONDADE: o que vai me contar é alguma coisa que gostaria de que os outros dissessem a seu respeito?” “Claro que não! Deus me livre!” “Então, essa história vazou na segunda peneira. Vamos ver a terceira, que é a da NECESSIDADE: a senhora acha mesmo necessário contar-me esse fato ou mesmo passá-lo adiante?” “Não, chefe. Passando pelo crivo das três peneiras, vi que não sobrou nada do que eu ia contar.” Já pensaram como as pessoas seriam mais felizes se todos usassem sempre essas três peneiras?

ORAÇÃO

Vamos pedir ao Pai do Céu que deixemos a luz do Sol, que é Deus, penetrar em nós, para sermos sempre verdade e bondade. Pedimos, também, por to-das as crianças do mundo, principalmente aquelas que sofrem pela falta de alimentos, moradia e saúde. Juntemos nossas mãos, fazendo uma casinha. Coloquemos dentro dessa casinha, que é nosso coração, todas as crianças do mundo e digamos: “Deus Pai, cuida, abençoa e protege as crianças do mun-do. Que eu viva, Senhor, para gerar felicidade e, assim, conquistarei a alegria de viver: dando sempre o melhor de mim mesmo”. Amém.

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FLOQUINHOS

Havia uma pequena aldeia onde o dinheiro não entrava. Tudo o que as pessoas compravam, tudo o que cada um cultivava e produzia era trocado. A coisa mais importante, a coisa mais valiosa, era o AMOR. Quem nada produzia, quem não possuía coisas que pudessem ser troca-das por alimentos ou utensílios dava seu AMOR. O AMOR era simbolizado por um floquinho de algodão. Muitas vezes, era normal que as pessoas trocassem floquinhos sem querer nada em troca. As pessoas davam seu AMOR, pois sabiam que receberiam outros num outro mo-mento ou outro dia. Um dia, uma mulher muito má, que vivia fora da aldeia, convenceu um pequeno garoto a não mais dar seus floquinhos. Dessa forma, ele seria a pessoa mais rica da cidade e teria o que quisesse. Iludido pelas palavras da malvada, o menino, que era uma das pessoas mais populares e queridas da aldeia, passou a juntar AMOR e, em pouquíssimo tem-po, sua casa estava repleta de floquinhos, ficando até difícil de circular dentro dela. Daí então, quando a cidade já estava praticamente sem floquinhos, as pessoas começaram a guardar o pouco AMOR que tinham, e toda a HARMONIA da cidade desapareceu. Surgiram a GANÂNCIA, a DESCONFIANÇA, o primeiro ROUBO, o ÓDIO, a DISCÓRDIA, as pessoas se OFENDERAM pela primeira vez e passaram a IGNORAR-SE pelas ruas. Como era o mais querido da cidade, o garo-to foi o primeiro a se sentir TRISTE e SOZINHO, o que o fez procurar a velha para perguntar-lhe se aquilo fazia parte da riqueza que ele acumularia. Não a encontrando mais, ele tomou uma decisão... Pegou uma grande carroça, colocou todos os seus floquinhos em cima e caminhou por toda a cidade, distribuindo aleatoriamente seu AMOR. A todos que dava AMOR, apenas dizia: “Obrigado por receber meu AMOR”. Assim, sem medo de acabar com seus floquinhos, ele distribuiu até o último AMOR sem receber um só de volta. Sem que tivesse tempo de sentir-se sozinho e triste novamente, alguém caminhou até ele e lhe deu AMOR. Um outro fez o mesmo... Mais outro... E outro... Até que, definitivamente, a aldeia voltou ao normal e o AMOR voltou a ser distribuído.

ORAÇÃO

Obrigado, Pai do Céu, porque conduzes a nossa vida. Obrigado porque cuidas de nossa vida. Obrigado pelos ouvidos, pela nossa voz e comunicação. Obrigado por tudo o que temos. Obri-gado, Pai do Céu porque nos ajudas a ser mais compreensivos e bondosos entre nós. Ajuda--nos, Pai do Céu, a ser bom e fazer o bem. Ensina-nos, Pai do Céu, a rezar e a confiar sempre em ti. Ensina-nos, Pai do Céu, a distribuir o amor diariamente com quem convivemos. Amém.

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ONDE ESTÁ JAIME?

Certo dia, na escola, a carteira de Jaime estava vazia. Jaime não era desses meninos que ficam na cama por causa de uma gripe ou de uma queda. Não era desses meninos que arranjam desculpas para ficar na cama. Jaime adorava a escola. Gostava de participar em tudo. Mas o melhor de tudo era que Jaime gostava de cultivar plantas. Mas Jaime nunca faltava à escola. Aquilo era muito, muito estranho. No dia seguinte, a carteira de Jaime estava outra vez vazia. E, no dia seguinte, também. Quando, no final da semana, a carteira dele ainda estava vazia, Milly, Molly e todos os amigos de Jaime estavam real-mente muito preocupados. Todos esperavam que ele voltasse depressa para a sua car-teira. Mas, certa manhã, a professora Adelaide parecia diferente. Sentou-se na pequena cadeira, no meio da sala, e pediu a todos que se juntasse à volta dela. Explicou, com voz suave, que Jaime não ia voltar à escola. Baixinho, contou-lhes que Jaime tinha sido leva-do para o hospital e que tinha morrido, em paz, durante a noite. A professora Adelaide abriu os braços à volta deles e todos choraram. A professora Adelaide não se importou com as lições de Matemática e de Gramática desse dia. E ninguém teve vontade de cantar ou de brincar durante o recreio. A professora Adelaide queria conversar com os seus alunos, responder às suas perguntas e dar-lhes muitos abraços. Num cantinho da carteira do Jaime, no meio dos lápis e canetas, Milly e Molly encontraram um pacote de sementes. Com a permissão da mãe de Jaime, Milly e Molly colocaram as sementes no jardim da escola, num dia quente e cheio de sol. Regaram e esperaram… e esperaram e regaram. Ao décimo segundo dia, uma fila de pequenas plantas verdes começou a romper o solo. Lentamente, todos os dias iam crescendo. De repente, a planta do meio se tornou muito mais alta. E depois, como se fosse milagre, de um dia para o outro… floriu um grande girassol com uma face redonda e risonha.

ORAÇÃO

Peçamos a Maria Auxiliadora que nos ajude a sermos crianças do bem, que não te-nhamos vergonha de ser amigos de Jesus e de praticar o que Ele nos ensinou. Que Maria Auxiliadora nos conforte nas nossas perdas e nas saudades que temos. Que não tenhamos vergonha de falar sobre o que Jesus disse e fez. Digamos juntos: “Ma-ria, Mãe de Jesus e nossa mãe, ajude-nos a amar como Jesus amou, sorrir como Jesus sorriu, a brincar como Jesus brincou. Maria, Mãe de Jesus, ajude-nos a viver como Je-sus viveu e a entender que nossa vida aqui neste mundo é só uma passagem. Amém”.

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O COBERTORZINHO DE JESUS

Havia, certa vez, uma catequista que dava aulas de catecismo num bairro muito pobre. Quando, seguindo o roteiro, ela foi falar do nascimento de Je-sus, resolveu fazer com as crianças uma encenação. Era uma manhã muito fria do mês de junho. Ela colocou no meio da sala uma mesa com uma imagem do Menino Jesus, e os alunos em círculo, em volta. E disse: “Vamos montar um presépio vivo. Cada um de vocês vai dizer o que deseja ser no presépio”. Uma criança foi logo dizendo: “Eu sou um pastor”. Outra: “Eu sou um rei mago”. Outra: “Eu sou um cordeirinho”, e assim por diante. Uma menina falou: “Eu quero ser um cobertorzinho para Jesus”. De fato, Jesus estava quase nu. Ele deve estar sentindo frio, pensou ela. Dias depois, a catequista fez uma visita à casa daquela menina e viu que a família era tão pobre, que não tinha nem cobertores suficientes para dormir. Portanto, a menina sabia muito bem o que é uma criança passar frio.

ORAÇÃO

Agradeço-te, Senhor, pela minha vida, pela minha saúde, pela minha família e por todos os meus amiguinhos. Obrigado também pela tua presença em minha vida, que me ensina a ser melhor, que ouve meus pedidos e me sus-tenta no caminho do bem. Orienta-me, Jesus, a fazer como tu fizeste. E que tua luz nos ilumine na busca do que é melhor e ilumine aos adultos para que estabeleçam uma sociedade de justiça e amor. Ajuda-me, Jesus, a ajudar as pessoas que amo e quem precisar de mim. Amém.

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A ESTRELINHA VERDE

Diz a lenda que havia milhões de estrelinhas no céu. Elas eram de todas as cores: brancas, prateadas, verdes, douradas, vermelhas, azuis. Todas bonitas e alegres. Um dia, um grupo delas procurou o anjo chefe e pediu licença para visitar a terra. Elas eram curiosas e queriam saber como era a vida das pessoas. O anjo permitiu, e elas vieram. Então, naquela noite, houve uma linda chuva de estrelas descendo à Terra. Algumas se aninharam nas torres das igrejas, outras foram brincar de correr com os vaga-lumes, outras se misturaram aos brinquedos das crianças... Foi uma festa. A Terra ficou maravilhosamente ilu-minada. Mas as estrelinhas ficaram muito tristes ao ver a miséria, a violência, as injustiças e tantas maldades na Terra. Depois de um tempo, regressaram para o céu. A Terra voltou a ficar escura e sem cores. Mas, lá no céu, elas foram conferir e perceberam que faltava uma. Era a Estrela Verde. Será que ela se perdeu no caminho? Duas delas voltaram para procurar a Estrelinha Verde. Quando chegaram à Terra, viram que a Terra estava toda iluminada de estre-linhas verdes. A Estrelinha havia se multiplicado e, em cada coração, humano havia uma estrelinha verde brilhando. A Estrelinha Verde contou para as duas que ficou com dó dos homens e mulheres, porque estavam muito desani-mados e isolados, e resolveu ficar mais um pouco na Terra, a fim de ajudá-los.

ORAÇÃO

Querido Deus, eu quero aprender a partilhar minha vida e a ajudar a quem precisa. Quero aprender a partilhar meu lanche, meus materiais, meus brin-quedos, minhas roupas, meu conhecimento e tudo o que tenho e sou, quan-do se fizer necessário. Eu quero aprender, eu quero ensinar, eu quero falar de Ti. Eu quero entender, eu quero Te amar, por isso é que estou aqui. Amém.

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O BURRINHO QUE ENTROU COM JESUS EM JERUSALÉM

Conta-se que aquele burrinho que entrou em Jerusalém, carregando Jesus, ficou deslumbrado com tantas homenagens. Ele pensava que aquilo era para ele. Dias depois, resolveu voltar lá e entrar pela mesma rua, a fim de receber novas homenagens: as pessoas estenderem seus mantos para ele pisar. Mas aconteceu o contrário. O burrinho foi enxotado para fora da cidade com chi-cotadas. Quantas vezes, na nossa vida, somos como aquele burrinho? Depois que falamos, escrevemos ou cantamos, somos elogiados, aplaudidos, e pen-samos que somos o tal e que aquelas homenagens são para nós, quando, na verdade, é para Deus. Ele é que colocou dons em nós a fim de os usarmos como seus instrumentos. O mérito e as homenagens cabem a ele e não a nós.

ORAÇÃO

Querido Deus, eu gosto muito de você. Ensine-me a ser humilde e a perceber que é Você que sempre deve merecer os agradecimentos. Gosto dos meus pais, irmãos, colegas, professores e de todos os meus amigos. Deus, obrigado pelos brinquedos, pela escola, pelas flores, pelos animaizinhos e por todas as coisas. Quero que todas as crianças conheçam e gostem de você. Dê-nos a sabedoria, a virtude e o amor que o acompanharam, inspire-nos pensamen-tos de fé, de paz e moderação. Obrigado, Deus, porque Você é muito bom. Amém.

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quinta-feiras e t e m b r o

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APENAS UM RAPAZ

Era uma vez, um rapaz corajoso que gostava de pregar umas peças nos outros. Era

muito antipático esse rapaz. Um dia, por maldade, deu-lhe na veneta atormentar

uma pobre velhota, que vivia numa casinha pobre, à beira do povoado. Foi para uma

pedreira que havia perto e se pôs a atirar pedras e a rolar pedregulhos, que iam cair

no quintal da velhota. Imagine o que aconteceu! No fim do seu feito, já cansado,

aproximou-se da casa da velhinha, para ver de perto os resultados da sua proeza.

Andava a velhinha recolhendo as pedras espalhadas pelo quintal. “Foi uma bênção

que me caiu do céu”, dizia a velhinha. “Precisava, há quanto tempo, de consertar o

muro do quintal, mas não tinha forças para trazer tantas pedras. Se não fosse esta

avalanche...” O rapaz ficou de boca aberta. E mais sem fala ficou quando a velhinha

lhe propôs: “Bom rapazinho, você se importa de me ajudar a consertar o muro?” Ele,

que tinha de fazer de conta que era um bom rapazinho, não teve outro remédio.

Passou o resto do dia carregando pedras, as pedras que ele lançara do alto do monte.

No fim da tarefa, a velhota agradeceu-lhe o trabalho e deu-lhe um belo presente. O

rapaz lá se foi, um tanto confuso. À noite, quando se deitou, estava com uma dor nas

costas, que não lhes digo nada! Mas, serviu-lhe a lição. Mudou de intenções. Deixou

de brincadeiras tolas e passou a ser apenas um rapaz.

ORAÇÃO

Querido Deus, ajude-me a ver as coisas boas que existem e a contar sempre com a

ajuda de outros. Que meus olhos vejam a beleza da natureza, nos meus colegas, na

minha família e possam aprender. Também eu quero enxergar melhor as pessoas e

ver o melhor de cada uma. Abençoe, querido Deus, meus estudos, dê-me prosperi-

dade e que nada me falte, fazendo-me escolher antes de tudo a melhor parte, a qual

nunca me será tirada. Amém.

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AS JANELAS DOURADAS

O menino trabalhava arduamente durante todo o dia, no campo, no estábulo e no armazém, pois os pais eram fazendeiros pobres e não podiam pagar a um ajudante. Mas, quando o sol se punha, o pai deixava aquela hora só para ele. O menino subia ao alto de um morro e ficava olhando para um outro morro, alguns quilômetros adiante. Nesse morro distante, via uma casa com janelas de ouro resplandecente e de diamantes. As janelas brilhavam e reluziam tanto que ele era obrigado a piscar os olhos. Mas, pouco depois, ao que parecia, as pessoas da casa fechavam as janelas por fora, e então a casa ficava igual a qualquer casa comum de fazenda. O menino achava que faziam isso por ser hora de jantar; então voltava para casa, jantava e ia se deitar. Um dia, o pai do menino o chamou e lhe disse: “Você tem sido um bom menino e ganhou um dia livre. Tire esse dia para você; mas lem-bre-se de que Deus o deu, e tente usá-lo para aprender alguma coisa boa”. O menino agradeceu ao pai e beijou a mãe. Em seguida, partiu, tomando a direção da casa de janelas douradas. Foi uma caminhada agradável. Os pés descalços deixavam marcas na poeira branca e, quando olhava para trás, parecia que as pegadas o seguiam, fazendo-lhe companhia. A sombra também caminhava ao seu lado, dançando e correndo, tal como ele. Era muito divertido. Passado um longo tempo, che-gou ao morro verde e alto. Quando subiu ao topo, lá estava a casa. Mas parecia que haviam fechado as janelas, pois ele não viu nada de dourado. Aproximou-se e sentiu vontade de chorar, porque as janelas eram de vidro comum, iguais a qualquer outra, sem nada que fizesse lembrar o ouro. Voltou para o alto do morro e viu que lá longe, num morro distante, havia uma casa com janelas de ouro resplandecente e de diamantes, exatamente como ele tinha visto. E quando olhou bem, o menino viu que era a sua própria casa. Desceu o morro, já que o caminho de volta era longo e estava es-curo. Quando chegou à casa dos pais, o lampião e a lareira luziam através das janelas, tornando-as quase tão brilhantes como as que tinha visto do morro. Quando abriu a porta, a mãe veio beijá-lo e a irmãzinha correu pendurando-se no pescoço; sentado perto da lareira, o pai levantou os olhos e sorriu. “Você teve um bom dia?”, perguntou a mãe. “Sim.” “E aprendeu alguma coisa?”, perguntou o pai. “Sim!”, disse o menino. “Aprendi que a nossa casa tem janelas de ouro e de diamantes.”

ORAÇÃO

Quão maravilhoso é nosso amigo Jesus! A presença dele em nossa vida nos leva a rezar assim: “Eu quero sentir, eu quero esperar, eu quero te bendizer. Eu quero sorrir, eu quero vibrar, eu quero contigo viver e reconhecer as riquezas que me dás. Obrigado, Jesus, por minhas quali-dades, pela vontade que tenho de fazer o bem e por reconhecer que as melhores coisas estão na vida que me deste. Amém”.

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PENSAR NO OUTRO

No final do século III, surgiram os eremitas. Eram grupos de cristãos que vi-viam nas montanhas, a fim de buscar com mais empenho o seguimento de Jesus. Viviam em total desapego dos bens da terra. Eles construíam as suas cabanas individuais em círculo, onde cada um vivia em total silêncio, lendo a Palavra de Deus, rezando, fazendo penitências e também trabalhando. No meio do círculo, ficava a capela, onde eles se reuniam várias vezes no dia para a oração comunitária. Em uma montanha, havia um eremitério. Um dia, um garoto que morava perto apanhou no seu quintal uma maçã bem madurinha e cheirosa, e a levou para os monges. Ao chegar, bateu na porta da primeira cabana. Apareceu o monge. O menino deu-lhe a maçã e foi embora. Aque-le monge estava com fome e sentiu uma grande vontade de comer aquela maçã. Mas pensou no colega ao lado. Foi lá, bateu à porta dele e lhe deu a maçã, sem dizer nada, pois era hora de silêncio. Este também pensou no seu colega ao lado. Foi até ele e lhe deu a maçã, em silêncio. Este, por sua vez, pensou a mesma coisa e a deu para o vizinho seguinte. Assim, a maçã foi dan-do a volta no eremitério, até que chegou novamente ao que a havia ganhado do menino. Esse monge ficou emocionado. Na hora da oração, mostrou para todos a maçã, como prova de que entre eles havia caridade.

ORAÇÃO

Senhor Jesus, ensina-me a ser uma criança que pratique a caridade, que pense e partilhe com o outro. Que eu seja cheio de fé e de amor, ensina-me a crescer nos teus caminhos, a crescer em estatura, sabedoria, gratidão, paz, amor e respeito. Para que eu possa te enxergar em cada pessoa ou situação. Senhor Jesus, obriga-do por fazermos parte de uma família tão bonita, a família de Deus. Amém.

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NÃO COMA MAIS AÇÚCAR

Certa vez, uma mãe levou seu filho de 7 anos até um sábio e pediu: “Por favor, diga a este menino para não comer mais açúcar”. O sábio olhou demora-damente para a criança, fez uma pausa e nada lhe disse. Depois falou para a mãe: “Por favor, retorne aqui com o garoto daqui a uma semana”. A mãe pegou na mão do filho e foram embora. Uma semana depois, ela voltou, trazendo o menino. Então o sábio olhou novamente nos olhos do garoto e disse-lhe: “Não coma mais açúcar”. E fez gesto dizendo que podiam ir. A mu-lher agradeceu e foi saindo, mas quando estava na porta, voltou-se para trás e perguntou ao sábio: “Por que o senhor me pediu uma semana, se poderia ter dito a mesma coisa quando eu vim aqui na semana passada?”. O sábio respondeu: “É porque, até aquele dia, eu ainda comia açúcar”. Com que moral aquele sábio iria pedir ao menino para não comer açúcar, se ele comia? Isso vale para todos nós que dizemos boas palavras para os outros. Aquilo que não vivemos não “pega” em ninguém. Entra por um ouvido e sai pelo outro. A culpa não é de quem ouve, mas de quem não pratica. A pessoa percebe quando nós não vivemos o que falamos.

ORAÇÃO

Ajuda-me, Senhor, a ser uma criança obediente a todos aqueles a quem devo respeitar, inclusive aos meus pais e às pessoas mais velhas. Ajuda-me a sempre pôr em prática o que digo. Obrigado, Senhor, por todos os meus brinquedos, pelo alimento de cada dia, pela minha família, pela saúde e pro-teção. Abençoa também meus professores e todos os meus amigos. Dá-lhes sabedoria, fé e amor. Dá-me, Senhor, a benção para que eu seja uma criança feliz e realizada. Amém.

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EU A PROTEJO

Ricardo está sentado ao lado de Daniela. A educadora distribui grandes folhas brancas de desenho. “Hoje vocês podem transformar-se. Que animal gosta-riam de ser?” “Uma girafa.” “Um tigre.” “Um coelhinho.” “Um gato.” “Um pássaro.” Todas as crianças gritam ao mesmo tempo. “Então vamos lá pegar nos lápis de cor e começar a pintar.” André desenha um leão com uma grande juba. “Eu sou o rei dos animais”, diz ele. “Sou forte e todos têm medo de mim.” “Então vou fugir de você – diz Daniela – senão me devora.” Daniela desenhou uma corça. Ainda é pequena e frágil e se aguenta numas pernas muito fininhas. André reflete. “Não”, diz ele. “Não vou devorá-la. Vou protegê-la.”

ORAÇÃO

Senhor Deus, eu quero ser uma criança obediente e atenta para crescer. Aju-da-me a viver como Jesus viveu, fazendo o bem, ensinando e aprendendo a amar. Eu te agradeço por me permitir acordar no dia de hoje. Também agra-deço pela luz do Sol, pelo alimento que tenho, pelas pessoas que me ensi-nam a ser melhor. Senhor, eu quero ouvir a tua voz. Fazer florescer e frutificar a tua Palavra. Reconhecer-te, descobrir-te. Em cada gesto. Em cada palavra. Em cada momento. Em cada situação da minha vida. Amém.

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A HISTÓRIA DA ÁRVORE DO PARAÍSO

No início do mundo, o Grande Criador plantou um jardim. Inúmeras plantas formosas cresciam em cada um dos seus diferentes campos. Havia jardins de florestas, completamente cobertos de musgo verde e lírios ondulantes, que acenavam timidamente ao vento. Pequenos seres povoavam esses jardins, farejando e sussurrando a toda hora. Havia jardins de planície cheios de ervas oscilantes, que os animais percorriam com passadas graciosas. Havia também jardins subaquáticos, para os seres do mar profundo. Os mais belos de todos eram os jardins de árvores. Eram tão altas, que tocavam o céu. Nessas árvores, os pássaros todos faziam os seus ninhos. O Grande Criador pediu aos homens que tomassem conta do mundo e construíssem para si próprios casas simples e seguras, num dos jardins de que gostassem. Mas o tempo foi passando, e as pessoas tornaram-se cada vez mais ambiciosas… “Vamos construir casas maiores”, disseram. Cada novo edifício era mais alto do que o anterior, e os palá-cios eram feitos cada vez com mais luxo. Os jardins do mundo foram caindo em ruínas, cada um deles imagem da mais desoladora devastação. Todas as árvores tinham sido abatidas. Os pássaros agitavam--se tristemente no chão frio, tentando, com desespero, construir novos ninhos. As suas canções foram silenciadas. Então, do alto do seu palácio, uma criança olhou para o mundo devastado e chorou. “Desça à terra”, sussurrou-lhe, por entre o vento, a voz do Criador. “Lá encontrará uma semente, que deve se-mear num local onde possa crescer em segurança.” Correndo, a criança desceu as escadas em caracol da torre do palácio. Caída na terra, estava uma semente castanha, enrugada, feia. A criança pegou na semente com delicadeza. “Onde poderei semeá-la em segurança?”, perguntou-se. Foi caminhando, caminhando, até que chegou a uma vala na qual havia uma lama escura. “Coloque-a aqui, aonde nun-ca ninguém vem!”, parecia sussurrar o vento. E foi ali que a menina enterrou a semente. Devagar, em silêncio e completamente invisível, a semente começou a germinar. Cresceu e se fez uma árvore forte. Sob os seus ramos, outros jardins começaram a florescer. Em pouco tempo, as criaturas reuniram-se à sua volta. A árvore cresceu mais alto do que todos os palácios. Os pássaros voavam por entre os seus ramos e aí construíam os ninhos. Cresceu tanto, que chegou ao Paraíso. E quem assim o desejasse poderia subir pelos seus ramos até ao Jardim do Paraíso do Grande Criador.

ORAÇÃO

Senhor Jesus Cristo, vós nos convidais a estar de coração aberto e assim pertencer à família de Deus, em unidade de serviço. Purificai nossos corações e curai-nos de tudo o que divide; comunicai aos nos-sos lábios e às nossas vidas o louvor que vem de vós, para que, juntos, possamos cantar: “Glória a Deus nas alturas!”. Senhor, eu creio, mas ajudai-me a acreditar. Senhor, fazei-me vosso servo, mas ajudai-me a servir. Senhor, eu queria ser forte, auxiliai-me na fraqueza. Senhor, eu creio no vosso amor, ajudai-me também a amar. Amém.

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sexta-feiras e t e m b r o

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A FORÇA DA UNIÃO

Certa vez, uma vaca caiu num buraco e não conseguiu sair. Ela era de um sitiante. Ele tentou ajudá-la, mas não deu conta. Amarrou até uma corda na vaca, mas não conseguiu. Pediu, então, ajuda a três vizinhos. Estes vieram, cada um com uma corda. Chegando ao local, começaram a discutir qual o melhor lado para puxar a vaca. Um achava que era para a direção sul, outro, para a direção norte, outro, para direção leste, e o último, para o oeste. Como não chegaram a um acordo, cada um amarrou sua corda na vaca, do lado que achava melhor, e começou a puxá-la. Um puxava para a direção norte, outro para a direção sul, outro para a direção leste e o último para a direção oeste. Puxavam com toda a força, mas a vaca não saía. Quando já estavam cansados, reuniram-se novamente e concluíram: “É melhor puxar a vaca de um lado só, mesmo que, a meu ver, não seja o melhor lado”. Pronto. Todos puxaram numa corda só, e a vaca saiu.

ORAÇÃO

Senhor, que abençoais aqueles que vos louvam e santificais os que confiam em vós, protegei os vossos filhos, abençoai os que amam a beleza de vossa casa. Ensinai-nos também a sermos unidos e praticarmos a vida de comu-nidade. Concedei honestidade aos que estão a serviço da sociedade e de todo o povo. Mostrai-nos a vossa bondade e as maravilhas que em nós reali-zais. Senhor, que eu esteja aqui para vos conhecer. Que tudo o que eu fizer e aprender hoje seja para o bem das pessoas que cuidam de mim e me amam. Amém.

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segunda-feiras e t e m b r o

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LIVRO FECHADO

Era uma vez um livro. Um livro fechado. Tristemente fechado. Irremediavel-mente fechado. Nunca ninguém o abrira, nem sequer para ler as primeiras linhas da primeira página das muitas que o livro tinha para oferecer. Quem o comprara trouxera-o para casa e, provavelmente insensível ao que o livro valia, ao que o livro continha, enfiara-o numa prateleira, ao lado de muitos outros. Ali estava. Ali ficou. Um dia, mais não podendo, queixou-se: “Ninguém me leu. Ninguém me liga”. Ao lado, um colega disse: “Desconfio que, nesta estante, haverá muitos outros como você”. “É o seu caso?”, perguntou, ansio-samente, o Livro que nunca tinha sido aberto. “Por sinal, não”, esclareceu o colega, um respeitável calhamaço. “Estou todo sublinhado. Fui lido e relido. Sou um livro de estudo.” “Quem me dera essa sorte”, disse outro livro ao lado, entrando na conversa. “Por mim só me passaram os olhos, página sim, página não... Mas, enfim, já prestei para alguma coisa.” “Eu também”, falou, perto deles, um livrinho estreito. “Durante muito tempo, servi de calço a uma mesa que tinha um pé mais curto.” “Isso não é trabalho para livro.” Nós também somos como um livro. Precisamos nos abrir aos outros para que nos conheçam e aproveitem da riqueza que trazemos. Quem não se abre para o outro é como um livro fechado, para nada serve.

ORAÇÃO

Senhor bondoso e compassivo, Senhor da Criação, vós envolveis todas as criaturas com vosso amor, mantende viva a nossa chama para nos iluminar uns aos outros. Livrai-nos dos caminhos da ganância e da destruição. Fazei-nos perceber, Senhor, a importância de nos abrirmos uns para os outros, pois só assim podemos contribuir, aprender e crescer mais. Guiai-nos para uma vida de alegria, de colaboração e de fé. Amém.

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terça-feiras e t e m b r o

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POR QUE SETEMBRO É O MÊS DA BÍBLIA?

Por causa de São Jerônimo. Jerônimo nasceu em 340, faz muito tempo. Naquela época,

as cartas dos apóstolos, os evangelhos, até a história do povo israelita, que é o Primeiro

Testamento, estavam todos na língua de quem escreveu: em aramaico, em hebraico e

até em grego. Como muita gente ia se convertendo ao cristianismo no mundo inteiro

e cada povo falava sua própria língua, a Igreja achou melhor usar uma língua comum, o

latim, para que no mundo inteiro os cristãos, falando o latim, pudessem ler e conhecer

a história da Salvação, as palavras de Jesus. Assim, em cada cantinho da terra, os cristãos

aprenderam o latim, que ficou sendo uma língua universal dos cristãos. Agora era só

alguém traduzir os escritos sagrados para o latim. E Jerônimo, que não tinha medo de

desafios, disse: “Eu traduzo”. Ele juntou todos os livros antigos dos primeiros cristãos e

do povo judeu, com muita oração e ajuda do Papa e dos seus bispos, separou 73 des-

ses livros, que eram comprovadamente verdadeiros, e começou a montar a Bíblia que

a gente conhece hoje. São Jerônimo dizia: “Cristo é o poder de Deus, a sabedoria de

Deus. Quem não conhece as escrituras sagradas não conhece a Cristo”. Jerônimo conti-

nuou seus trabalhos bíblicos até ficar velhinho, quando foi para o céu, com 80 anos de

idade. Graças a ele, hoje, todos nós podemos ter uma Bíblia em casa. Celebramos São

Jerônimo no dia 30 de setembro, e é por isso que este é o Dia da Bíblia.

ORAÇÃO

Meu Senhor e meu Pai! Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha

sempre a tua Santa Palavra! Que eu te conheça e te faça conhecer, te ame e te faça

amar, te sirva e te faça servir, te louve e te faça louvar por todas as criaturas. Faze, ó

Pai, que, pela leitura da tua Palavra, façamos sempre o bem, os justos perseverem na

graça e todos consigamos tornar essa vida mais bonita e o planeta Terra a morada

digna de todos os teus filhos. Amém.

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O U T U B R O 2 0 14

O sonho de Joãozinho Bosco. Colle Don Bosco: Basílica superior

Pint

ura

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ani

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o u t u b r oquarta-feira

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UM TOSTÃO PARA SANTO ANTÔNIO

Andava um garoto pedindo um tostãozinho para Santo Antônio. Uns davam, outros não. Até que passou por ele um senhor de sobretudo comprido, até aos pés, e de sandálias, vejam bem. E se estava frio! O garoto, cá de baixo, reparou no desconcerto, não deu importância. E estava que pedia: “Dê-me um tostãozinho para Santo Antônio…”. O senhor do sobretudo castanho todo esfarrapado debruçou-se para o menino e, sorrindo, disse-lhe assim: “Você anda tanto pedindo como eu. Hoje ainda não me deram nada”. “A mim já”, respondeu o garoto. “Quer ver?” E mostrou-lhe, na palma da mão, umas tantas moedas. O mendigo as contou. “Davam e sobravam para pagar uma sopa e um pão ali, na taberna da esquina”, observou o mendigo. “Mas eu não tenho fome”, preveniu o garoto. “A minha mãe me deu almoço, ainda agora.” O senhor mendigo suspirou e disse: “Pois a minha mãe já morreu. Deve ser por isso que ainda não comi nada hoje…” O mocinho olhou para o homem, certificando-se se seria verdade o que ele dizia. Os olhos tristes do mendigo garantiram-lhe que sim. Foi a vez de o garoto suspirar: “Este dinheiro era para eu comprar bolas de gude…” O homem de sandálias admirou-se: “Mas você, há pouquinho, não pedia para Santo Antônio?”. O garoto riu: “É um costume. Quero eu lá saber do Santo Antônio! É tudo para as bolinhas”. O mendigo não estranhou a revelação. Percebia-se, a conversa ia ficar por ali. Despediu-se: “Ainda tenho hoje muito que andar. Adeus e boa colheita”. O rapazinho o viu descer a ruela, num passo cansado. Então, num impulso, correu atrás dele e puxou pela ponta da corda, que o homem trazia à roda da cintura: “Tome aqui para um pão e para uma sopa. Mas não vá ali àquela casa da esquina, que são uns mal-encarados. Na outra rua abaixo, há mais onde comer”. O homem de sandálias e sobretudo roto, que lhe da-vam um ar de frade de antigamente, agradeceu as moedas e o conselho, e seguiu caminho. O garoto voltou à sua casa. E quando, pouco depois, meteu as mãos nos bolsos, porque estava frio, encontrou-os abarrotados de bolas de gude.

ORAÇÃO

Senhor, meu Deus, Vós quereis que respeite, ame e obedeça a meus queridos pais que são os diamantes mais preciosos que me destes. Peço-vos que me inspireis o respeito e a reverência que lhes devo e fazei que lhes seja filho amoroso e obediente. Recompensai-lhes todos os sacrifícios, trabalhos e cuidados que, por minha causa, têm suportado e retribuí a eles todo o bem que me fizeram no corpo e na alma, pois eu por mim não posso pagar-lhes tudo isso. Conservai-lhes uma longa vida no gozo de perfeita saúde do corpo e da alma. Deixai-os parti-cipar da bênção copiosa que derramastes sobre os patriarcas. Amém.

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o u t u b r o quinta-feira

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O ELEFANTINHO PRESO

Certa vez, um homem ganhou um filhote de elefante. Como não tinha um cercado, prendeu-o num poste, no fundo do quintal, com uma corda bem grossa amarrada na pata do animal. Apesar de ser filhote, tinha mais de um metro de altura. O elefantinho forçava a corda todos os dias, tentando arre-bentá-la ou derrubar o poste. Como não conseguiu, aceitou o seu destino, que era ficar preso, e parou de forçar. Então o homem tirou a corda grossa e amarrou uma mais fina. O elefante nem tentava mais. Passado um tempo, o elefante cresceu, ficou enorme e o homem amarrou um simples barbante na pata do bicho. Ele continuava preso, sem forçar o barbante. Ele se lem-brava dos esforços que tinha feito no passado, que foram inúteis, e por isso nem tentava mais. Aquele elefante não escapava porque acreditava que não podia. Estava registrada na sua lembrança a sua incapacidade. Ele só não per-cebia que a situação mudou e que hoje ele podia ser um ser livre e buscar o que realmente combinasse com ele e lhe fizesse bem. Ele não se deu conta do quanto é importante ser livre e ser feliz.

ORAÇÃO

Senhor, nós vos bendizemos porque nos libertais das nossas faltas e curais as nossas feridas. Fazei, Senhor, que conheçamos nossos dons e os coloquemos em prática. Ajudai-nos a testemunhar no vosso mundo o amor que vem de vós e a unidade que nos torna um convosco. Pois, Senhor, quando escuto a vossa Palavra, meus olhos, meu coração, minha mente sentem que o vosso Reino é imenso. Senhor, reconheço que sou muito pequeno, perante a vossa grandeza. Obrigado, Senhor, por estardes sempre comigo. Amém.

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o u t u b r o sexta-feira

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SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

Desde muito cedo, Teresa Martin iniciou sua devoção ao Menino Jesus. Aos 6 anos e

meio, começou a se preparar para a primeira comunhão, sendo catequizada por sua irmã,

Paulina. Graças a essa catequese, o amor ao Menino Jesus foi aumentando em seu cora-

ção. Após prepará-la para a primeira comunhão, Paulina, já irmã Inês de Jesus, no Carmelo

de Lisieux, convidou a menina a considerar sua alma como um jardim de delícias no qual

era preciso cultivar as flores de virtudes que Jesus viria colher em sua primeira visita. No

ano de 1887, ela se ofereceu ao Menino Jesus para ser seu brinquedo. A partir do dia 9

de abril de 1888, data de seu ingresso no Carmelo de Lisieux, Teresa pôde, finalmente,

realizar seu sonho de menina: assinou seu nome como “Teresa do Menino Jesus”. Teresa

dedicou muitas poesias, recreações piedosas e orações ao Menino Jesus, ao mistério do

Natal e aos primeiros anos da infância de Cristo. No dia 21 de janeiro de 1894, criou e

ofereceu à madre Inês, em sua primeira festa como priora, uma pintura a óleo do Menino

Jesus, a que intitulou “O sonho do Menino Jesus”. Esse quadro mostrava o Menino Jesus

de olhos abaixados, brincando com as flores que lhe eram oferecidas. Nos finais de 1894,

Teresa descobriu sua “Pequena Via”. A infância espiritual do cristão, feita de confiança e

abandono, deveria se moldar na própria infância de Jesus, em seu caráter de Filho, tão

particularmente representado nos traços de sua infância. Teresa gostava de dizer o versí-

culo de Provérbios 9,4: “Quem for pequenino, venha a mim”.

ORAÇÃO

Santa Teresinha do Menino Jesus, modelo de humildade, confiança e de amor! Do

alto dos céus, derrama sobre nós essas rosas que levas em teus braços: a rosa da

humildade, para que vençamos nosso orgulho e aceitemos o Evangelho; a rosa da

confiança, para que nos abandonemos à vontade de Deus; a rosa do amor, para que,

abrindo nossa alma à graça divina, realizemos o único fim para o qual Deus nos criou:

amá-lo e fazer com que Ele seja amado. Tu que passas teu céu fazendo o bem na

Terra, ajuda-me nas necessidades e proteja-me contra todo o mal. Amém.

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o u t u b r o segunda-feira

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CONVIVER COM AS FRAQUEZAS DO PRÓXIMO

Em cima de uma montanha, vivia uma manada de porcos-espinhos que, em alguns lugares, são chamados de ouriço-caixeiro. Eles não se encostam um no outro por causa dos espinhos que cada um traz em seu couro. Mas, na região, houve um frio muito forte, fora do normal Então os porcos-espinhos se junta-ram para se aquecer mutuamente. Eles, com seus espinhos, feriam-se uns aos outros. Justamente os que ofereciam maior calor feriam mais. Mas preferiam levar espinhadas a ficar sozinhos, pois assim morreriam de frio, com certeza. Entre nós é parecido. Justamente as pessoas mais próximas, muitas vezes, são as que nos ferem mais. Por isso que existe aquela bela definição de vida em comunidade: viver em comunidade é saber conviver com fraquezas humanas.

ORAÇÃO

Senhor Deus Onipotente, em vós não há trevas. Fazei resplandecer vossa luz sobre todas as nações e que, tocadas pelo vosso Espírito, possam caminhar unidas, sem fraquezas, na compreensão mútua, na paz e no amor. Que a co-munidade nos torne fortes e unidos. Senhor, sei que, quando estou triste, é em vós que penso. Quando estou só, é em vós que penso. E como que por uma graça, o meu coração se invade de lembranças que fazem esquecer a tristeza e a solidão. Olho então em redor e descubro: o Senhor está comigo, e cada rosto que eu vejo me faz lembrar de vós. E cada palavra que ouço é saída da vossa boca. Sinto que me falais nos momentos que preciso. Estais no lugar certo na hora certa. E a calma me invade, e a esperança renasce. Eu agradeço-vos, Senhor. Amém.

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o u t u b r o terça-feira

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O ELEFANTE E A FORMIGA MEDEM SUAS FORÇAS

Certa vez, um elefante e uma formiga tiveram um desentendimento. O Ele-fante se julgava dono da floresta e não respeitava os formigueiros, pisando em cima deles. Uma formiga protestou, dizendo que elas também tinham o direito de ser respeitadas. Como não chegaram a um acordo, a Formiga disse: “Já que você não quer resolver pelo diálogo, vamos decidir pela força”. O Elefante deu risada e disse: “Está bom. Pior para vocês. Vamos então decidir pela força”. E já começou a pisar nos formigueiros, com as suas patas lentas e desajeitadas. A Formiga avisou as suas colegas, e vieram todos os formiguei-ros vizinhos. Começaram a subir no Elefante pelas quatro patas e a picá-lo por todos os lados. Ele batia com o rabo e com a tromba, para lá e para cá, mas não adiantava. Por fim, o Elefante levantou a bandeira branca e pediu nova reunião. E, nessa reunião, atendeu a todas as exigências das formigas. Por isso que até hoje os elefantes respeitam os formigueiros e não pisam neles.

ORAÇÃO

Senhor Jesus Cristo, vós nos ensinastes: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amo”. Pelo poder do vosso Espírito, fortalecei em nós esse amor, arrepen-dendo-nos do mal que causamos aos nossos irmãos e compensando os pre-juízos que porventura lhes tenhamos causado. Agradeço-vos, meu Senhor e Deus, por me dardes tantas coisas boas num mundo onde o mal predomina. Agradeço-vos, meu Deus, por nos enviardes pregadores da vossa palavra, pois só ela nos pode conduzir ao bom caminho. Agradeço-vos, meu Deus, por me dardes confiança e perseverança para vencer, tendo como escudo a vossa Pa-lavra. Agradeço-vos, meu Deus, por permitirdes que eu tenha tanta fé em vós. Por fim, peço-vos que nos ajudeis a trabalhar por um mundo melhor. Amém.

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A MAIOR VIRTUDE E O MAIOR DEFEITO

Certa vez, na Antiguidade, um rei chamou o mordomo do palácio e disse: “Hoje um amigo meu virá almoçar aqui, e eu quero que a cozinha prepare um prato muito espe-cial”. O mordomo sugeriu: “Que tal um prato que traz a melhor virtude do mundo?”. O rei ficou admirado com a proposta, e ao mesmo tempo curioso, e consentiu. Na hora do almoço, para surpresa do rei e da visita, havia línguas de diversos animais e com va-riados temperos. Havia língua de vaca, de cabrito, de porco, até de coelho. O rei comeu, gostou, mas perguntou ao mordomo: “Por que você mandou cozinhar línguas, se você disse que seria um prato com a melhor virtude?”. O mordomo respondeu: “Majestade, com a língua, podemos ensinar, consolar, elogiar, divulgar as coisas boas e conduzir as pessoas para Deus”. “Está bem”, disse o rei. “Então amanhã eu quero um prato com o pior defeito do mundo.” O mordomo foi à cozinha e pediu que repetissem o mesmo prato de línguas. Desta vez, havia até língua de tamanduá. “Você está zombando de mim”, disse o rei irritado. “Por que o mesmo prato de ontem, se para hoje eu pedi exatamente o contrário?”. O mordomo explicou: “Longe de mim desrespeitar Vossa Majestade. Pedi que repetisse o prato, porque, com a língua, nós podemos também fazer muito mal. Podemos mentir espalhar intrigas, fofocas, provocar violências e guerras, destruindo a felicidade e a vida das pessoas”. O rei não teve outra saída senão aceitar a lição.

ORAÇÃO

Ó Deus, vós nos mandastes ouvir o vosso Filho amado. Que, como Ele, saibamos respeitar uns aos outros. Alimentai-nos, ó Deus, interiormente com a vossa Palavra e dai-nos, purificados os nossos corações, a alegre visão para fazer o bem e praticar vossos ensinamentos. Hoje, Senhor, peço-vos que me ajudeis a ter um coração mais humilde e compreensivo para que possa não só entender mas também perdoar o próximo, pois só assim poderei caminhar até vós. Amém.

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O MENINO JESUS PEDE PRESENTES

Certa vez, no dia do Natal, um garotinho entrou na igreja e foi direto ao presépio. Lá, na sua inocência, disse ao Menino Jesus: “Desculpe, Jesus, hoje é o seu aniversário, e eu não trouxe nenhum presente”. Jesus, então, resolveu conversar com ele. Disse: “Mas eu gostaria que você me desse três presentes”. “Como, se eu não tenho?”, respondeu o menino. “Tem sim”, disse Jesus. “O primeiro presente que eu quero é o último desenho que você fez na escola.” “Iiih, Jesus! Bem aquele? Ninguém gostou dele, e a professora deu nota zero.” “Por isso mesmo – disse Jesus –, quero que você me dê tudo aquilo que os outros não gostaram, e também o que deixa você triste ou frustrado. Outro presente que eu quero é o seu prato.” “Eu o quebrei”, interrompeu o garoto. “Justamente por isso – continuou Jesus –, vou consertá-lo. Eu conserto tudo o que você quebra em sua vida. E a última coisa que quero de presente é a resposta que você deu para sua mãe, quando ela lhe perguntou pelo prato.” Nessa hora, a criança pôs a mão do lado da boca e falou baixinho: “Eu menti para ela”. “Eu sei – respondeu Jesus –, mas eu quero que você traga sempre para mim o que em você está errado: maldades, mentiras, preguiça. Não quero que você carregue essas coisas. Quero libertar você, a partir de hoje, de tudo o que pesa em você. Foi para isso que eu vim. Combinado? O meu aniversário é um dia especial para fazermos um trato: quero que você tenha a minha alegria, a minha paz, a minha verdade, a minha vida plena, e o meu amor, para cada dia do ano que vai começar.” Nessa hora, o garoto sorriu e falou emocionado: “Obrigado, Jesus! Assim eu terei não só um ano novo, mas a vida toda muito feliz”.

ORAÇÃO

Senhor Jesus, ficai junto de nós quando a noite e a tristeza nos assaltarem, para que possamos cantar os vossos louvores. Senhor Jesus, dai-me o presente da alegria, da paz, da verdade e do amor. Jesus, quero sempre ser vosso amigo, Senhor. Creio na força do Espírito Santo e de Jesus Cristo. Creio em vós, Pai, que me levais ao colo em muitas batalhas da minha vida. Ajudai-me a seguir-vos e a seguir-vos com humilda-de, doçura e paciência. Fazei com que eu saiba aceitar os caminhos que me destinas-tes. Pai, por tudo muito obrigado. Amém.

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VIVA NOSSA SENHORA DE NAZARÉ!

A devoção a Nossa Senhora de Nazaré teve início em Portugal. A imagem original da Virgem pertencia ao Mosteiro de Caulina, na Espanha. Tinham trazido a imagem da cidade de Nazaré, em Israel, no ano de 361. Houve uma batalha entre Espanha e Portugal, essas guerras antigas com cavalos, armaduras… Os portu-gueses venceram, e a imagem foi levada para Portugal, onde, por muito tempo, ficou escondida no Pico de São Bartolomeu. Só em 1119, a imagem foi encontrada. A notícia se espalhou, e muita gente começou a venerar a Santa. Desde então, muitos milagres foram atribuídos a ela. E como essa devoção foi parar em Belém do Pará? No Pará, foi o caboclo Plácido José de Souza quem encontrou, em 1700, às margens do igarapé Murutucú, onde hoje se encontra a Basílica Santuário, uma pequena imagem da Senhora de Nazaré, cópia da imagem de Portugal. Após o achado, Plácido levou a imagem para a sua casinha. E não é que, no outro dia, quando acordou, a imagenzinha tinha sumido?! Pois é! Seu Plácido correu para a beira do rio, onde encontrou a imagem, e lá estava ela de novo. Coisa misteriosa… O fato se repetiu várias vezes. Seu Plácido desistiu de ficar com a santa e a levou para o palácio do governador. De lá, a imagem também sumia, e decidiram então que o jeito era construir uma capela no local do achado. Em 1792, o Vaticano autorizou a realização, em Belém do Pará, de uma procissão em homenagem à Virgem de Na-zaré. Organizaram uma festa bonita e, para proteger a imagem da chuvarada, fizeram sobre o andor uma caixinha de vidro, como aquelas em que se carregavam velas na procissão, para a chama não se apagar. Pronto! Virou o “Círio de Nazaré”. O primeiro Círio foi realizado no dia 8 de setembro de 1793. A partir de 1901, por determinação do bispo Dom Francisco do Rêgo Maia, a procissão passou a ser realizada sempre no segundo domingo de outubro. O Círio de Nazaré é uma das maiores e mais belas procissões católicas do Brasil e do mundo. Na véspera da festa, há a linda procissão dos barcos, todos iluminados por círios… A festa dura duas semanas e termina com a missa na praça, em frente à Basílica, e fogos de artifício. Uma curiosidade é que, na festa do Círio, todos os anos, o manto de Nossa Senhora de Nazaré é diferente.

ORAÇÃO

Ó Virgem de Nazaré, eu recorro a vós, pedindo-vos amparo e proteção. Vós que sois a Mãe da misericórdia, a consoladora dos aflitos, o refúgio e amparo dos pecadores, sede minha força em toda a minha vida. Alcançai-me, Senhora de Nazaré, a graça que humildemente vos peço, pois, em vosso coração cheio de ternura, eu coloquei toda minha confiança. Ao vosso coração, que experimentou a dor, entrego minhas dores e sofrimentos, as dores e sofrimentos da humanidade. Olhai, Mãe de Nazaré, por todas as pessoas: meus familiares e amigos, minha comunidade e meu País. A todos protegei e acompanhai. Sede também, ó Mãe de bondade, conforto e amparo de todos os atribulados, dos pobres e doentes, dos sem trabalho e famintos, das crianças que sofrem, e não vos esqueçais dos pecadores. A todos fazei sentir que sois Mãe. Amém.

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domingo12

NOSSA SENHORA DE APARECIDA, PADROEIRA DO BRASIL

Em outubro de 1717, passavam pela vila de Guaratinguetá, em São Paulo, o gover-nador, o Conde D’Assumar e Dom Pedro de Almeida. Para recebê-los, os pescadores preparavam um evento onde apresentariam todos os peixes que pudessem pescar. Mas, por várias vezes, as redes jogadas ao rio voltaram vazias, até que João Alves ti-rou das águas, para sua surpresa, a imagem de uma senhora sem cabeça. Ao jogar a rede novamente, surpresa maior: ele viu surgir a cabeça que faltava daquela imagem que fora recolhida. Depois disso, as redes que foram jogadas novamente voltaram repletas de peixes. Aquela imagem, desde então, passou a ser visitada em reuniões semanais no vilarejo. Numa das vezes, as luzes que iluminavam a santa se apagaram de repente, para logo depois se acenderem sozinhas. Era o primeiro milagre atribuído à intercessão de Nossa Senhora. De lá para cá, os devotos jamais se cansaram de sair em romaria para chegar aos pés da santa. Nossa Senhora Aparecida, considerada a Padroeira do Brasil, tem sua festa maior celebrada no dia 12 de outubro, data que, desde 1980, é marcada como feriado nacional. Sua monumental basílica à beira do rio Paraíba, na cidade de Aparecida, foi consagrada pelo Papa João Paulo II em 1980. Muitos devotos vão a Aparecida para rezar e cumprir suas promessas.

ORAÇÃO DE NOSSA SENHORA APARECIDA

Ó incomparável Senhora da Conceição Aparecida, Mãe de Deus, rainha dos anjos, advogada dos pecadores, refúgio e consolação dos aflitos e atribulados, Virgem Santíssima, cheia de poder e de bondade, lançai sobre nós um olhar favorável, para que sejamos socorridos por vós, em todas as necessidades em que nos acharmos. Lembrai-vos, ó clementíssima Mãe Aparecida, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm a vós recorrido, invocado vosso santíssimo nome e implorado vos-sa singular proteção fosse por vós abandonado. Animados com essa confiança, a vós recorremos. Tomamo-vos, de hoje para sempre, por nossa Mãe, nossa protetora, consolação e guia, esperança e luz na hora da morte. Livrai-nos de tudo o que possa vos ofender e a vosso Santíssimo Filho, Jesus. Preservai-nos de todos os perigos da alma e do corpo; dirigi-nos em todos os negócios espirituais e temporais. Livrai-nos da tentação do demônio, para que, trilhando o caminho da virtude, possamos um dia ver-vos e amar-vos na eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém.

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UMA NOVA CASA

“Daqui a pouco, você vai voltar a se sentir em casa”, diz a professora, sentando Lisa ao lado de um rapaz de cabelo encaracolado. Ele se chama Ali. “Ali tam-bém está se habituando a nós. Ele é marroquino.” Lisa não consegue deixar de pensar no lugar vazio na sua antiga escola e tem de fazer um esforço para não começar a chorar. Ainda bem que a professora não lhe pergunta nada e a deixa em paz toda a manhã. Durante o caminho para casa, sente medo e foge dali o mais depressa que pode. De repente, Ali aparece ao lado dela. “Onde você mora?”, pergunta ele. “Na Rua da Montanha, no prédio amarelo, no quinto andar.” Lisa aprendeu a morada de cor. “Então somos vizinhos”, diz Ali a rir. Lisa não diz nada, e Ali não se preocupa com isso. Ao abrir a porta de casa, Bali, o gato, vem ao encontro dela. Começa a esfregar-se contra as per-nas e a lamentar-se. “Ele está tentando se habituar ao novo local”, diz a mãe.

ORAÇÃO

Deus eterno e todo-poderoso, que saibamos reconhecer o que é bom e, com toda a Criação, nós vos louvamos, nós vos glorificamos, nós adoramos vosso santo nome. Pelo vosso Santo Espírito, ajudai-nos a superar nossas divisões e, unidos, louvar-vos sempre, com um só coração e uma só voz. Deus Uno e Trino, Pai, Filho e Espírito Santo. Senhor: eu, como vós sabeis, sou uma pessoa muito simples, ou julgo ser. E por isso não sei dizer aquelas frases bonitas, mas gostaria de saber, vós bem o sabeis. Com a minha simplicidade, contento-me a dizer-vos assim muitas vezes. Fazei, Senhor, com que eu vos ame cada vez mais, fazei com que o meu dia seja um caminhar para vós. Ajudai-nos a todos, Senhor, nas nossas necessidades. Amém.

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UMA MANTA PARA O MENINO JESUS

Lea já está cansada de ser sempre a caçula. O seu irmão, Natan, que já é grande, esse tem direito de fazer muitas coisas na hospedaria de Belém. Mas sempre que ela quer ser útil, respondem-lhe: “Dei-xe pra lá, Lea, ainda é muito pequenina para fazer isso”. Empoleirada nos seus 4 anos, Lea observa os peregrinos. São muitos, nestes últimos tempos, em Belém. Lá fora, Lea brinca durante muito tempo com o cordeirinho e com a sua boneca, Ana, e depois vai brincar com o irmão. Até que chegou um grupo de visitantes. Nessa altura, Natan teve de ir para casa. Nessa noite, há muita gente na hospedaria. As pessoas entram e saem sem parar, numa barulheira infernal. O ruído é tanto, que Lea mal ouve a mãe chamá-la do fundo do pátio: “Lea, Lea! Pode vir me ajudar, por favor?”. A meni-na atravessa a cozinha correndo e aparece de imediato à entrada. Ali, junto da mãe, encontra um homem e uma senhora ainda jovem, sentada em cima de um burro. “O que posso fazer?”, pergunta Lea esbaforida. “Pode acompanhar esses senhores ao estábulo?”, pergunta-lhe a mãe. “A hospedaria está cheia, não tenho nem mais uma cama livre para esta noite.” De regresso à hospedaria, Lea vai se deitar. Dormia profundamente quando, de súbito… em plena noite, quando tudo estava calmo e silencioso, algo a faz despertar. “É estranho”, diz Lea consigo. “Há uma luz brilhando no estábulo. Por que será? Precisarão os peregrinos de alguma coisa? Tenho de ir ver…” Imediata-mente, embrulha-se na manta ainda quente e desce a trilha. Devagarinho, Lea abre a porta do estábulo e nunca há de esquecer o que vê ali. Deitada na palha, a jovem mulher tem nos braços um recém-nascido, e o seu rosto brilha de alegria. Lea não hesita um segundo… Tira a manta das costas, dobra-a com cuidado, uma vez, duas vezes, depois a coloca na manjedoura. “Tome… é para o bebê”, diz ela. A jovem mãe vem deitar o seu menino em cima da linda manta vermelha. O coração de Lea bate com força. Está tão feliz! De repente, também os pais e o irmão se aproximam. Quando a mãe vê a manta vermelha, aperta Lea contra si. Sente orgulho da sua menina. E compreende então que se podem fazer coisas verdadeiramente importantes, mesmo aos 4 anos de idade.

ORAÇÃO

Senhor, vós que tanto amastes o mundo e lhe destes vosso Filho único, ensinai-nos a ajudar sempre. Aumentai e fortificai a nossa fé; que ela seja firmemente fundada sobre o mistério da vossa palavra feita carne e possamos, assim, triunfar sobre o mal. Obrigado, Senhor, porque, na minha vida, tendes sido sempre o meu refúgio, o meu Pai. Sempre me acompanhastes e, nos momentos mais difíceis, Vós estivestes sempre presente com a vossa mão, para que eu me man-tivesse firme. Sempre me ajudastes em todos os projetos a que me proponho. Sinto que tendes estado sempre presente na minha vida. Obrigado, Senhor, pelo dom da minha vida e da minha fé. Ajudai-me a conduzir sempre a minha vida pelo vosso Espírito, que tudo o que eu faça e diga seja sempre dele. Peço-vos, Senhor, para que todos sejam unidos. Amém.

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O MEDO DO HOMEM – DIA DO PROFESSOR

Havia um homem que tinha um medo assustador de cão, isto porque pensava que

era uma raposa. Quando saía na rua e avistava um cão, podia ser distante, saía em

disparada para se esconder. O medo era tanto, que influenciava e prejudicava a vida

de sua família, vizinhos, amigos e da cidadezinha onde vivia. Não suportando mais,

a família resolveu levar o homem para fazer um tratamento. Internaram-no em uma

clínica especializada. Passado o tempo, após um bom tratamento, o homem voltou

para a sua casa. Um belo dia, quando saía novamente pelas ruas caminhando tran-

quilamente, eis que de repente avista na ponta da rua um cão e sai correndo de-

sesperadamente, para espanto de todos. Quando conseguem encontrá-lo, após várias

horas, perguntam-lhe: Por que você sai correndo novamente? Agora você está curado

e sabe que não é raposa. Eu sei afirmou o homem. Eu sei que estou curado e não sou

mais raposa, mas acontece que os cachorros não sabem. (história popular). A grande

missão do professor é ajudar a todos para que não sejam raposas, mas sim gente.

ORAÇÃO

Obrigado, professor nesse seu dia! Por me ajudar a ser gente. Obrigado, professor,

pelas orientações que me dás, pois sem elas não poderia chegar até aqui. Obrigado,

professor, pois, apesar das minhas travessuras, jamais deixou de me ensinar. Obriga-

do, professor, por entrar em meu caminho e sempre me tratar com amor e muito ca-

rinho. Obrigado, professor, por sempre me ensinar. Por essas e outras coisas sempre

irei amá-lo. Obrigado, por me oferecer alegria. Feliz Dia do Professor! Senhor, abençoe

sempre todos os nossos professores! Amém.

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OS ESCRITORES DA HISTÓRIA DE JESUS OS EVANGELISTAS: SÃO MARCOS E SÃO MATEUS (PARTE 1)

Marcos, também chamado João Marcos, escreveu seu evangelho com base nas pre-

gações de São Pedro. A grande preocupação de São Marcos era mostrar aos novos

cristãos (convertidos e batizados) que aquele Jesus que os homens não aceitaram,

crucificaram e mataram era também o Filho de Deus glorioso que ressuscitou na

Páscoa. No seu Evangelho, ele comunica a bondade e a divindade de Jesus. Por isso

ele narrou muitos fatos importantes de sua vida, destacando a pregação, as curas e

os milagres. Mateus conheceu Jesus bem de perto. Ele foi um dos 12 apóstolos. An-

tes, exercia a profissão de cobrador de impostos públicos. Chamava-se Levi. O nome

“Mateus” foi-lhe dado depois que Jesus o chamou para ser apóstolo. Inclusive ele

mesmo conta como Jesus o chamou para segui-lo. E quais são os fatos que Mateus

narra no seu Evangelho? Encontramos nele muitos fatos e aspectos já apresentados

por Marcos. Porém Mateus os apresenta de outra forma. Ele fala sobre o nascimento

de Jesus; depois, da sua missão, morte e ressurreição.

ORAÇÃO

Senhor, sabemos que és o amigo que tudo pode, e isso mostraste aos teus amigos

prediletos: São Marcos e São Mateus. Abre o nosso coração para que sempre lembre-

mos que há pessoas passando fome e que precisam da nossa colaboração. Da-nos o

pão da Comunhão, que nos torna filhos do mesmo Pai. Senhor Deus, que nos fizeste

à tua imagem e semelhança e nos escolheste anunciadores do Evangelho, dá-nos

um Espírito de sabedoria e de conhecimento. Dá-nos, Senhor, a tua força para sermos

sempre testemunhas do teu amor, da verdade, seguindo o caminho da tua palavra,

para que sejamos sempre espelhos a refletir a tua imagem. Amém.

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OS ESCRITORES DA HISTÓRIA DE JESUS – OS EVANGELISTAS: SÃO LUCAS E SÃO JOÃO (PARTE 2)

Lucas, ao contrário de Mateus, não conheceu Jesus. Era pagão (não batizado). Vivia na cidade de Antioquia, onde nasceu e trabalhava como médico. Como então ele pôde escrever seu Evangelho? Isso só aconteceu depois de sua conversão. Ou seja, depois que ele conheceu Jesus por meio da pregação de São Paulo. A partir daí, Lucas acom-panhou São Paulo em quase todas as viagens missionárias. Esteve sempre ao lado dele, também nos momentos mais difíceis, como na prisão de Paulo, em Roma. Ao falar da infância de Jesus, só Lucas descreve todos os detalhes do seu nascimento. Ele mostra não só como Jesus nasceu, mas indica também a sua origem e qual era a sua missão nesta Terra. E não só. Lucas insiste na ternura de Jesus para com os humildes, os pobres, enquanto os orgulhosos são tratados duramente. Além disso, ele mostra que Deus (o pai de Jesus e nosso pai) é um Deus de amor e bondade. Por isso ele cura as doenças, perdoa e salva o pecador arrependido, como o “bom ladrão” pregado na cruz ao lado de Jesus. João era um pescador e irmão de Tiago, que também foi um dos 12 apóstolos. Ele sempre foi amigo de Jesus; nunca o abandonou, nem mesmo junto à Cruz. E foi aí que Jesus pediu a João que cuidasse de Nossa Senhora depois que Ele morresse. João afirma que foi por amor que Jesus se tornou homem; e veio para salvar e dar vida a todos os homens. Jesus demonstrou isso através da sua vida e dos milagres que fez. Por esses dons, Jesus nos faz fortes para amar e ajudar as outras pessoas. Este é o manda-mento que Ele nos deixou: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

ORAÇÃO

Senhor, olhai com amor o povo do Brasil. Derramai sobre nós os dons do vosso Es-pírito. Atraí-nos a vós, como o fizestes com Lucas e João, vossos discípulos amados. Aproximai-nos uns dos outros, para que cresça em nós a solidariedade e o amor fra-terno, produzindo a alegria e a paz. Senhor, fazei-me pequenino e humilde. Abri o meu coração ao vosso amor. Que eu vos sinta em cada momento da minha vida. Ajudai-me a ser capaz de passar a vossa mensagem de amor a todos os irmãos que me rodeiam, que eu saiba ser sempre bom exemplo para os outros. Louvado sejais, Senhor. Por Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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O FRENTISTA MANDADO POR DEUS

Certa vez, um casal estava fazendo uma viagem longa, de carro, à noite. Pelas três

da madrugada, um dos pneus do carro furou. Ele foi dirigindo devagarinho até en-

contrar um posto de gasolina. Ao chegarem ao posto, viram, ao lado da bomba, um

homem. O motorista parou o carro e perguntou se ele poderia trocar o pneu. “Sim”,

respondeu o homem. “Mas o senhor me empreste as ferramentas?” “Pois não”, disse o

motorista. E lhe entregou o macaco e a chave em cruz. Enquanto ele fazia o serviço,

viram que uma lanchonete do outro lado da avenida abriu as portas. Então o casal

foi até lá tomar um café. Enquanto tomavam o café, contaram para o garçom o fato,

e a sorte de terem encontrado um frentista naquela hora. O garçom disse: “Aquele

senhor não é frentista. Ele estava esperando nós abrirmos aqui para vir tomar café”.

O casal quis gratificá-lo, mas o homem não aceitou. “Eu tenho com que viver”, disse

ele. “Podem ir e boa viagem.” O casal, muito agradecido, disse um ao outro: “Esse é o

frentista mandado por Deus”.

ORAÇÃO

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do

vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.

Ajudai-nos a abrir-nos às vossas graças e inspirações para que vivamos como filhos

e filhas do Pai Eterno. Creio em vós, Senhor, luz da minha vida. Creio em vós, Senhor,

que me dais a vossa mão e me ajudais a levantar quando caio nas pedras dos cami-

nhos estreitos à vossa procura. Creio em vós, Senhor, que me dais força para recome-

çar, quando penso que tudo está confuso. Creio em vós, Senhor, mas abri ainda mais

o meu coração para eu poder aumentar a minha fé e poder transmiti-la aos outros.

Senhor, enchei de fé e esperança o meu coração e colocai-me sempre no lugar que

devo estar, para ajudar a quem precisar. Amém.

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UMA VISITA FORA DO NORMAL

Lá muito para cima, perto do Polo Norte, morava Ulisses, o urso polar. Não havia muitos animais que morassem tão a Norte, por isso Ulisses passava a maior parte do tempo sozinho. Nos últimos tempos, aliás, tinha recebido uma série de visitas interes-santes. Primeiro, tinham chegado num navio três pinguins e, mais tarde, outros dois. Vinham de longe, do outro lado do mundo, mais precisamente do Polo Sul, onde tudo também é gelado, como no Norte. Nos dias anteriores, Ulisses tinha andado mostrando a sua terra aos pinguins, e todos tinham gostado muito. É certo que o urso polar não podia mostrar-lhes muita coisa, porque muito não havia, mas os pin-guins sentiam-se bem, e isso era o mais importante. Certa noite, chegou um terceiro barco à pequena baía onde Ulisses tinha a sua toca. Seriam mais pinguins? Ulisses e os cinco pinguins correram para a praia e puxaram o barco para terra. Curiosamente, não estava ninguém na coberta. O urso abriu a porta gelada do camarote. Lá dentro, enrolado num cobertor fino, encontrou um porquinho. Vestia uma calça xadrez e es-tava dormindo profundamente. Aquilo era muito estranho. Como teria chegado até ali, tão só? Teria ele estado em perigo de naufragar e sido arrastado para o Polo Norte? Ulisses tomou o porquinho nos braços e o levou depressa para a sua toca. Deitou-o na sua própria cama e cobriu-o muito bem. Em seguida, foi fazer-lhe uma sopa de peixe, pois o porquinho certamente teria fome quando acordasse. Ulisses e os cinco pin-guins já estavam curiosos por saber o que o visitante teria para lhes contar…

ORAÇÃO

Senhor, aumenta a minha fé no teu poder, pois estou aqui só de passagem. Senhor, no infinito amor que tens por mim, mostra-me o caminho que devo seguir. Aumenta minha fé, Senhor, que, às vezes, encontra-se tão enfraquecida. Eu acredito no teu poder curador, meu Deus, e já agradeço humildemente por toda obra que estás reali-zando em meu coração e em meu corpo, neste momento. Ofereço-te o meu dia: que todas as minhas ações correspondam à tua vontade. E que eu faça tudo para a tua glória e a paz das pessoas que por mim passarem. Livra-me do mal, do perigo e de todo o mal. Que a tua graça, bênção, luz e presença permaneçam sempre comigo e com todos aqueles que eu amo. Amém.

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VÊ AQUELA ÁRVORE ALI?

“Você está vendo aquela árvore ali?”, pergunta Miriam. “Não, mas consigo tocá-la”, responde Tomás. “E as flores?” “Consigo cheirá-las.” “E a flauta, o violino e a guitarra?” “Ouço-os e posso aprender a tocar.” “E o sol?” “Sinto-o.” “E como é com as estrelas?”, pergunta Miriam. “Não pode tocá-las nem cheirá-las, nem ouvi-las nem senti-las.” “Mas você pode falar-me delas”, diz Tomás. Algumas vezes, Tomás está triste, outras está feliz. Tomás chora e ri como Miriam, como você e eu. Gosta de ouvir rádio e, há tempos, gostava de ter CDs, muita mú-sica e livros gravados. De televisão já não gosta. Durante a semana, Tomás mora num lar para crianças, com outros meninos e é lá que vai à escola. Sabe fazer contas muito bem. Até tem uma máquina de calcular só dele. Também aprende a ler, não com os olhos, mas com os dedos. Porque consegue imagi-nar e sonhar aquilo que lê e ouve. Tomás é cego.

ORAÇÃO

Jesus Mestre, que dissestes: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu aí estarei no meio deles”, ficai conosco, que estamos aqui hoje, para melhor cumprir com nossa missão. Sois o Mestre e a Verdade: iluminai o nos-so dia de hoje. Quero enxergar com o coração as maravilhas que criastes para mim, fazei-me enxergar as belezas que para mim criastes e colocastes à mi-nha disposição. Creio, Jesus, que estou na vossa presença, que me amais e atendeis às minhas orações. Sois infinitamente grande e santo. Vós me destes tudo: eu vos agradeço! Sois bom e misericordioso: eu vos peço todas as gra-ças que sabeis serem necessárias para mim. Amém.

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O BURRINHO QUE CARREGAVA BUGIGANGAS

Há muitos séculos, havia, lá na Palestina, nos arredores de Belém, um burri-nho. Esse burrinho gostava de bugigangas. Tudo o que ele via queria para si e punha nas costas. Andava sempre carregado de tranqueiras. Eram caixas e mais caixas amarradas às suas costas. Um dia, ele estava passando diante de uma gruta e viu lá dentro uma luz diferente, muito bonita. Quis entrar para ver o que era, mas não conseguiu passar na entrada da gruta, devido àquela montanha de objetos que trazia nas costas. E lá se foi o burrinho com as suas tranqueiras, e perdeu a grande chance de ver o Messias recém-nascido, e assim deixar de ser burro.

ORAÇÃO

Ó meu Deus, sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis no vosso seguimen-to. Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa, onde a Palavra de Deus produza frutos abundantes de santidade e missão. Sois a luz: fazei que vos percebamos. Ó meu Deus, eu vos amo de todo o meu coração. Dou-vos graças por todos os benefícios que me fizestes, especialmente por me haver-des feito cristão e conservado durante este dia. Creio em vós. Espero em vós. Ofereço-vos tudo o que hoje fiz de bom e peço-vos que me livreis de todo o mal. Amém.

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PERDER E GANHAR

Se alguma vez você assistiu a um campeonato, então já sabe alguma coisa sobre

o “certo” e o “errado”. O jogador que responde errado perde o jogo. O jogador que

responde certo ganha. Na vida, o “certo” e o “errado” são um pouco assim. Quando

você faz alguma coisa errada, alguém perde: você ou a outra pessoa. Quando faz

uma coisa certa, todos ganham. Se não deixar o seu irmão entrar no jogo, ele perde

a oportunidade de jogar. Você também perde: a oportunidade de ser justo e gentil.

Mas se jogarem o jogo juntos, então ambos ganham. Provavelmente a maneira mais

simples de distinguir o bem do mal é perguntar a si mesmo: “Será que vou me magoar

ou magoar alguém? Será que vou ferir os sentimentos de alguém?” Se sim, então está

mal. A consciência: já deve ter visto situações em que alguém está tentando tomar

uma decisão. Um pequeno anjo num ombro o aconselha a fazer o bem. Um pequeno

diabo, no outro ombro, aconselha-o a fazer o mal. Claro que isso não acontece na vida

real, mas a sua “consciência” é um pouco o anjo. A sua consciência está dentro de você

e o ajuda a fazer o bem.

ORAÇÃO

Jesus Mestre, disseste que a vida verdadeira consiste em conhecer a ti e ao Pai. Derra-ma sobre nós a abundância do Espírito Santo. Que Ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento, porque és o único caminho para o Pai. Livra-nos dos perigos e nos dê a tua paz. Nós te bendizemos, Senhor Jesus, porque nos chamaste e nos reuniste aqui, para crescer e amadurecer na fé. Nós te damos graças por nossos professores e colaboradores, que se colocam a nosso serviço, orientando-nos no caminho que leva ao encontro com Deus. Nós te pedimos que abras nosso coração, nossa mente, nossos olhos e nossos ouvidos, para que possamos fazer uma verdadeira experiência do amor e da bondade de Deus, nosso Pai. E que, ao final deste nosso período de aulas, possamos voltar para nossa casa confiantes e determinados a seguir os teus passos, como fizeram os apóstolos, buscando sempre ser testemunhas da Boa-Nova, anunciadores dos teus ensinamentos. Amém.

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TODOS ERRAMOS

Quando você magoar alguém por fazer alguma coisa errada, reconheça que fez mal e peça desculpa. Tente encontrar uma maneira de fazer que a outra pessoa se sinta me-lhor. Pode fazer um desenho para mostrar que você está arrependido. Pode consertar o que estragou ou devolver o que tirou. Todos temos bons e maus dias. Alguma vez, sen-tiu que está tendo um mau dia? Talvez esteja cansado e irritado. Talvez seja seu irmão ou irmã que o está aborrecendo. Talvez você queira até fazer alguma coisa que não lhe é permitida. Não pode evitar o que sente, mas pode mudar a sua maneira de agir. Não tem de ser mau quando está zangado. Não tem de gritar com a sua irmã quando ela está sendo chata e não deve utilizar as coisas do seu pai sem lhe pedir licença. Você manda na sua boca, nas suas mãos e nos seus pés. Você tem poder para fazer o que está certo. Não pode mudar ou controlar os outros, mas pode controlar as suas próprias ações. Se você mente e diz que o seu primo quebrou a lâmpada, magoa o seu primo, porque é ele que fica com a culpa. Mas também prejudica a si mesmo. Se habituar-se a mentir, as pessoas deixam de confiar em você. Se não sabe resolver a prova e copia a resposta do seu colega, também prejudica a si mesmo. O professor não sabe que você precisa de ajuda nessa lição e você pode vir a ter problemas nas lições seguintes. E se rouba um objeto de alguém? Magoa o dono, que precisa do seu objeto. Magoas também a sua consciência, porque sabe que não está certo roubar.

ORAÇÃO

Jesus Mestre, faça-nos crescer no seu amor, para que sejamos testemunhas vivas do seu Evangelho. Jesus Mestre, faça com que guardemos sua Palavra, meditando-a no coração. Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tenha piedade de nós e ajude-nos em nossas fraquezas, para que reconheçamos a sua imensa bondade e grandeza. Ó Deus, dê-nos a serenidade para aceitar as coisas que não podemos mudar, coragem para mu-dar as coisas que podemos, e sabedoria para que saibamos a diferença: vivendo um dia a cada vez, aproveitando um momento de cada vez; aceitando as dificuldades como um caminho para a paz, como fez Jesus; aceitando que o Senhor tornará tudo correto se nos submetermos à sua vontade para que sejamos felizes. Amém.

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A OVELHA GENEROSA

Era uma ovelha muito generosa. Sabem o que é ser generoso? É gostar de doar, doar por prazer. Pois essa ovelha era mesmo muito generosa. Dava lã. Dava lã quando lhe pediam. Vinha uma velhinha e pedia-lhe um xalinho de lã para o inverno. A ovelha lhe dava. Vinha uma menina e pedia-lhe um capuz de lã para ir à escola. A ovelha lhe dava. Vinha um rapaz e pedia-lhe um cachecol de lã para ir ao jogo. A ovelha lhe dava. Vinha uma senhora e pedia-lhe umas meias de lã para usar em casa. A ovelha lhe dava. “Ó ovelha, não acha demais? Xales, capuzes, cachecóis, meias... É só doar, doar...” “Não liguem”, respondia a ovelha. “Vocês não aprenderam na escola que a vaca dá leite e a ovelha dá lã? É o que eu estou fazendo.” Apareceu a Dona Carlota, muito afa-digada: “Eu só queria um novelozinho para fazer uma bolsa. Ainda dá?” Pois claro que dava. A ovelha generosa nunca se cansava. Veio a Dona Firmina, muito preocupada: “Eu só queria um novelozinho para uma pano de prato para a cozinha. Ainda dá?” Pois claro que dava. A ovelha generosa nunca se cansava. Veio a Dona Alda, muito ataran-tada: “Eu só queria um novelozinho para acabar uma manta. Ainda dá? Pois claro que dava. A ovelha generosa nunca se cansava. E eram tantos coletes, camisolas, golas, golinhas, luvas que o povo até estranhava não acabar a lã da ovelha. A ovelha sorria e tranquilizava: “Não acaba. Nunca acaba. Conhecem aquele ditado ‘Quem dá por bem, muito lhe cresce também’? Pois é o que eu faço”. E a ovelha generosa lá foi atender uma avó, que precisava de um novelo para um casaquinho de bebê, o seu primeiro neto que estava para nascer...

ORAÇÃO

Deus nos abençoe e nos faça generosos. Deus nos ilumine para que bem desempe-nhemos nossos trabalhos, nossos estudos e sejamos companheiros e parceiros uns dos outros. Amém. Deus nos mostre a sua face e tenha compaixão de nós, para que saibamos os caminhos que devemos trilhar. Amém. Deus volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz, para que sejamos sementes do bem, da bondade e da generosi-dade. Amém. Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

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UMA PEQUENA LUZ

Era uma vez uma garota italianinha que viveu pouco tempo nesta terra: Chiara. Gostava de patinar, passear nas montanhas e do mar. Sua mãe disse dela: “Era uma menina cheia de vida, que gostava de rir, cantar e dançar. Era uma jovem maravilhosa”. Até que, um dia, quando Chiara tinha 17 anos, descobriu que estava muito doente. Continuou superale-gre, gostando de esportes, de fazer amizades e de rir. Chiara, desde menina, participava de um movimento da Igreja, os Focolares, no qual aprendeu a amar Jesus e viver um dia de cada vez. E, a cada dia, ler a Palavra de Deus que alimentou sua alma de alegria e amor. Diante do sofrimento, dizia: “Se é assim que quer Jesus, também eu quero”. A fundadora do movimento que Chiara participava era sua xará: Chiara Lubich. Chiara Lubich escreveu para a menina: “Chiara, não tenha medo de dizer-lhe o seu sim, momento por momen-to. Ele lhe dará a força, esteja certa disso. Eu também rezo e estou sempre aí com você. Deus lhe ama imensamente e quer penetrar no íntimo da sua alma e fazer com que você experimente gotas de céu. Chiara Luce (ou seja, “Clara Luz”) é o nome que escolhi para você. Você gosta? É a luz do ideal que vence o mundo. Eu o mando a você junto com todo o meu afeto”. Assim ela passou a ser chamada de “Chiara Luce”. Viveu cada dia com uma coragem tão heroica, mas tão heroica que, quando foi para o céu (tinha 18 anos), sua comunidade disse: essa menina é santa! A Igreja já assinou embaixo, pois Chiara foi bea-tificada. Sua festa é no dia 29 de outubro, dia de a gente agradecer a Deus pelo exemplo de Chiara Luce e pedirmos a ela que ore do céu por nós.

ORAÇÃO

Deus, nosso Pai, fonte de todos os bens, nós vos damos graças pelo admirável testemu-nho da Bem-aventurada Chiara Badano. Animada pela graça do Espírito Santo e guiada pelo exemplo luminoso de Jesus, ela acreditou firmemente no vosso infinito amor, deci-dida a retribuí-lo com todas as suas forças, abandonando-se com plena confiança à vossa paternal vontade. Humildemente vos pedimos: concedei-nos também a nós a graça de viver convosco e para vós, enquanto ousamos pedir-vos, se for da vossa vontade, para que nos ajudeis a sermos fiéis ao vosso projeto para nossas vidas. Amém.

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ARCA DE NOÉ

Há milhares de anos, numa terra bem distante, vivia um homem chamado Noé. Ele e a família eram felizes, porque amavam a Deus. Mas nem tudo na cidade onde Noé morava era bom. As pessoas brigavam e faziam muitas coisas más. Um dia, Deus ficou cansado de ver a terra que Ele tinha criado sendo tão maltratada pelos seus moradores, e os homens, os quais Ele havia feito com tanto amor, serem tão maus. Então Deus decidiu destruir a terra com uma chuva bem forte, um dilúvio. Mesmo estando triste com os moradores da terra, Deus se lembrou de Noé, que era um bom homem, e prometeu que salvaria a ele e à sua família. Para isso, Ele ordenou: “Noé, construa um barco bem grande e entre nele com seus filhos, suas filhas, seus netos e os seus parentes. Também coloque dentro dessa arca um casal de cada animal que há sobre a terra”. E assim Noé fez. Mas, enquanto ele construía o grande barco, as pessoas riam, chamavam-no de louco. “Chover? Que ideia absurda! Nunca choveu...”, diziam alguns. Mas Noé continuava alertando os homens so-bre o que iria acontecer. E um dia, quando a arca ficou pronta, Noé entrou nela com sua família e os animais. Um anjo travou a porta do barco do lado de fora, e então começou a chover... Foi uma chuva muita forte, que transbordou rios, encobriu casas e montanhas. O povo mau, desesperado e com medo, pedia socorro a Noé. Mas ele não podia abrir a arca. Era tarde demais. O dilúvio durou 40 dias, e todos os que viviam na terra morreram. Menos Noé, sua família e um casal de cada animal, que ficaram, por todo esse tempo, seguros dentro da arca. Quando a chuva parou e as águas baixaram, eles saíram do barco, e Noé agradeceu a Deus. Deus o abençoou e colocou no céu um lindo arco-íris.

ORAÇÃO

Jesus Mestre, agradeço-vos pelas “luzes” que sempre me dais. Perdoai-me pelos limites que me impedem de fazer melhor. Colocai em minha vida amigos e irmãos que me de-fendam e me protejam. Senhor, abençoai meu talento e as minhas obras. Maravilhoso é o dom que me destes, na louvada missão de servir-vos com alegria, e de exercer meu trabalho com amor e dedicação. Por isso, agradeço-vos por permanecer sempre comigo. Dai-me o equilíbrio entre a razão e a emoção, humildade e sabedoria para me aperfeiçoar. Fazei com que minhas ações contribuam para a construção do vosso Reino. Amém.

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VOCÊ TEM MEDO DO QUÊ?

São Francisco de Assis não tinha medo de nada, porque olhava para tudo com amor e gratidão a Deus. Ele disse: “Onde há caridade e sabedoria, não há medo”. Será que Deus gosta que a gente sinta medo? O Bem-aventurado João Paulo II responde: “Não tenhais medo”. Deus nos fez livres. E, se confiamos nele, não sentimos medo. Sabia que a coragem é um dom do Espírito Santo? E festas como as das bruxas? Você pode estar pensando: “É só de brincadeira, nada a ver”. Sabia que esse negócio de festa para as “bruxas” não começou de brincadeirinha? É que tinha uma gente muito supersticiosa, o povo celta (isso há mais de mil anos). Eles acreditavam que, no último dia do verão (31 de outubro para eles), os mortos saíam por aí, assombrando as pessoas. Então tiveram a ideia de “assombrar” os fantasmas também, colocando nas portas das casas coisas ainda mais assustadoras. E os cristãos acreditam em quê? Que, depois que alguém morre, vai para a outra vida, a vida em Deus. Que Jesus, que veio para nos salvar, nos liberte de todo medo. Pois nós cremos no Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. Nós temos o Espírito Santo de Deus que nos inspira coisas boas e santas. É por isso que, para a nossa turma, os cristãos, fazemos a festa de Todos os Santos. Para mostrar que admiramos e respeitamos as pessoas que fize-ram esse mundo mais bonito e não precisamos ter medo dos santos, afinal os santos nos ajudam a vencer nossos medos, pois eles só nos protegem e nunca querem nos espantar.

ORAÇÃO

Pai, que a presença de Jesus em minha vida seja motivo de libertação, de modo que eu possa servir com alegria o meu próximo, especialmente, os mais necessitados. Que as amizades que me destes sejam fonte de confiança e de paz. Jesus, Luz Divina, que dissipa as trevas, dá-me força para que eu percorra o meu caminho enquanto é dia. Não deixes apagar-se a luz dos meus olhos sem que eu tenha cumprido a missão que me deste. Ensina-me a aproveitar bem cada dia e cada hora, pois o tempo passa veloz e não volta mais. Que eu esteja sempre contigo, Jesus, e espante de mim todos os medos, pois és meu companheiro protetor e nada me abala. Por onde passar, que eu leve a tua luz, ensine o teu amor e semeie a tua paz. Amém.

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O sonho de Joãozinho Bosco. Arquivo Elledici

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E QUANDO QUEM AMAMOS MORRE?

Jesus também chorou e ficou triste quando seu amigo Lázaro morreu. Os pais de Santa Inês, que foi martirizada aos 12 anos, choravam o tempo todo, pois não tinham a fé de sua filha, que preferiu morrer a negar Jesus. Deus permitiu que Inês aparecesse aos pais, rodeada por outras meninas már-tires, com uma ovelhinha na mão. Ela disse: “Estou no céu”. O pai de São Domingos Sávio não con-seguia mais dormir de tanta dor. Domingos apareceu para ele, muito feliz, e disse: “Não chore mais, estou no céu”. Santa Rita de Cássia, vendo que seus filhos gêmeos queriam vingar a morte do pai e seguiriam a mesma vida de crimes, disse: “Senhor, se for para crescerem, escolherem o mal e, por isso, perderem a alma, leve os meninos”. Em pouco tempo, os dois adoeceram e morrerem. Ela quase enlouqueceu de dor. Em depressão profunda, saiu como uma mendiga e foi morar em uma caverna. Até o dia em que a Providência Divina lhe deu a oportunidade de salvar uma gestante e seu bebê, e assim Deus lhe devolveu a alegria de viver. Santa Bernadete tinha asma desde pequena. Muitas pessoas iam a Lourdes banhar-se e beber da água milagrosa que Bernadete descobriu, indicada por Nossa Senhora. Um dia, uma freira perguntou a ela: “Por que Nossa Senhora não a cura, já que curou a tantos?”. Bernadete respondeu: “Quando eu era menina, Nossa Senhora me disse em Lourdes: ‘Não lhe prometo a felicidade nesta terra, mas sim no céu”. Bernadete não sofreu porque era boa ou ami-ga de Nossa Senhora, ela apenas estava doente, mas quis oferecer suas dores e sofrimentos pelas almas pelas quais outro inocente, Jesus, derramou seu sangue na Cruz. Nossos queridos do céu não nos querem ver tristes. Para quem não acredita em Deus, tudo na terra termina em despedida, para quem acredita, em reencontro. Santa Teresinha do Menino Jesus disse: “A terra é nosso barquinho, não nossa morada”. Aqui tudo é passageiro e termina em despedida. Mas o céu é reencontro. E lá não existe espaço para tristeza e saudade, lá tudo é reencontro. Primeiro, São Pedro disse que nin-guém pode nos separar do amor de Deus, só a gente mesmo. Devemos ter medo da morte? Um dia, fizeram essa mesma pergunta a Dom Bosco, quando ele já estava bem velhinho e doente. Ele sorriu e respondeu: “Se eu tenho medo da morte? O passarinho não tem medo se o galho da árvore quebrar, porque tem asas”. Entendeu o que ele quis dizer? Que, se estamos em paz com os irmãos, na amizade com Deus, vamos voar para o céu. Mas, atenção: a vida é um dom maravilhoso, e cuidar bem dela é um jeito de deixar bem feliz nosso Pai do Céu, que nos deu a vida.

ORAÇÃO

Senhor, dê-nos também aquela paz que o mundo não nos pode dar. Conceda-nos, a todos, que guardemos a paz de uma boa consciência, para que a serenidade e o seu amor reinem entre nós. Sua Providência Divina nos colocou em uma família e nos uniu intimamente pelos laços sagrados do sangue e da graça. Que essa união verdadeiramente exista entre nós aqui na terra e continue no céu. Que sejamos instrumentos de acolhida, que saibamos ouvir o outro e que ofereçamos nossa bondade para os que convivem conosco. Amém.

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A PEQUENA ARANHA QUE QUERIA TUDO, TUDO, TUDO

Como todas as aranhas, Matilde, tricotava excelentemente. Com as suas patas muito finas, tricotava várias teias belas e sólidas apenas numa noite. Todas as aranhas gos-tam de ter várias casas, mas Matilde era muito ambiciosa. Tinha estendido as suas teias um pouco por todo o lado: por cima de uma árvore, no sótão, na cozinha. Mas ainda lhe faltavam 6, 8, 12 casas. Na teia principal, Matilde guardava a comida: peda-ços de folhas de outono, bocados de lã recolhidos em cachecóis, raminhos apanha-dos do chão, sem falar das provisões de moscas e mosquitos. Não se sabe ao certo por que razão Matilde era assim. Sabia-se que os pais tinham sido aspirados por um aspirador, num dia de limpeza. Dizem que nem chorou. Partiu para outro lugar e co-meçou a armazenar coisas inúteis na teia. De vez em quando, organizava festas para as primas, mas o fazia unicamente pelos presentes. Punha um pratinho de mosquitos e pulgões em cima da mesa e engolia os presentes com gula. Passado algum tempo, viu-se sozinha. Quem a queria visitar? Matilde sentia-se tão triste, que começou a te-cer teias pretas. Eram teias sinistras. Como ninguém lhe dava amor ou carinho, come-çou a armazenar ainda mais moscas, mosquitos, pedaços de lã e raminhos. De noite, chegava a roubar bugigangas das casas das vizinhas. Sabia que o seu comportamen-to estava errado, mas era mais forte do que ela. O que ela queria era amor, mas nin-guém lhe dava. Num dia de grande tristeza, Matilde apanhou na sua teia o Conde de Meu Querido, um aranhiço delicioso, com olhos de veludo, que ficou radiante por ter sido roubado. Ele mesmo não sabia o que fazer com as patas. Os nossos apaixonados tiveram muitos bebês-aranha e construíram uma teia de seis andares, e que não era destinada a conservar mosquitos, para alimentar todos os bebês. Matilde, radiante, começou a tricotar teias cor-de-rosa e azuis. Distribuiu tudo o que tinha armazenado na despensa, rasgou as páginas do livro escrito à tinta transparente e fez figurinhas de papel para todos os seus filhos. Amava e era amada. O que mais podia ela querer?

ORAÇÃO

Jesus, foi teu coração que me ensinou palavras que não passam. No teu coração colo-quei o meu. Venho ouvir teu coração. Foi teu coração que me ensinou a fazer da vida uma esperança só. Por isso agradeço, Jesus, e peço que nos acompanhes na jornada de hoje e não deixes que surjam intrigas e maldades entre colegas e amigos que con-vivem diariamente. Que o amor de uns para com os outros supere nossas diferenças, dificuldades, tristezas e que sempre nos sintamos muito amados por vós. Amém.

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A QUE DISTÂNCIA ESTÁ O SOL?

“Um barco à vela… montanhas… uma casa”, diz Ana, pintando e falando con-sigo mesma. A mãe está no sofá tricotando uma blusa de malha. O desenho de Ana e a blusa são presentes de aniversário para o pai. Ana desenha no céu um sol com a cara risonha. “O Sol não tem cara”, pensa Ana. Olha pelas janelas. Hoje o Sol é um disco pálido por trás de um véu de nevoeiro. “O Sol não é um vidro, mas uma bola”, diz a mãe. “O sol é uma estrela fixa. Os planetas movimen-tam-se à volta dele, e a Terra também.” “A que distância está o Sol?”, pergunta Ana. “A milhões de quilômetros”, responde a mãe a sorrir. Ana quer saber exatamente. Numa estante da sala, está uma fileira de livros grossos. Por fora, está escrita uma palavra que Ana consegue decifrar sozinha: “Enciclopédia”. A mãe tira um dos vo-lumes e o folheia. “Cento e quarenta e nove milhões e quatrocentos e oitenta mil quilômetros”, diz e escreve o número numa folha de papel: 149 480 000. “O Sol é uma enorme bola de fogo em brasa.” Ana tenta imaginar essa bola. Há muitas coisas que são diferentes, da forma como as vemos com os olhos. Ana olha para o seu sol e pinta nele uns raios em volta da cara risonha.

ORAÇÃO

Jesus, sei que tu estás muito próximo de mim. Se eu quiser, até dentro de mim poderás fazer tua morada. Quero aprender a te ouvir falar em meu co-ração e a te enxergar com os olhos da fé. Não me perderei se te ouvir com atenção. Tuas palavras não passam, são palavras que libertam. Palavra pode-rosa tem teu coração e é de palavra por palavra que revelas o infinito. Como é bonito sentir e ouvir teu coração tocando o meu. Amém.

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AS COISAS QUE MAIS GOSTAMOS

Era um daqueles dias de verão em que sopra uma brisa suave. As nuvens corriam umas atrás das outras pelo céu, passeando pelo mundo. Milly e Molly estavam dei-tadas na grama, com as cabeças juntas. Fazia calor, e elas estavam pensativas. E, se a Pipa e a Beta não as tivessem encontrado, provavelmente teriam adormecido. João e Toni também apareceram. “Esta é uma das minhas coisas preferidas”, disse Molly. “O quê?”, perguntou João. “Deitar-me na grama, vendo as nuvens”, respondeu Molly. “Qual é a sua coisa preferida?” “Hambúrgueres”, disse João. “Não, João, não estou falando disso. Falo de sentimentos”, disse Molly. “Como quando o meu pai me vai ver brincar?”, per-guntou João. “Sim”, disse a Molly baixinho. “Como o perfume de minha avó, quando ela me lê histórias”, disse a Beta. “Gosto muito quando o meu pai me deixa pegar na vara de pescar dele”, disse o Toni. “E eu gosto das segundas-feiras, quando os meus lençóis chei-ram a sol”, disse Milly. “Eu gosto de me sentar no sofá do meu pai, quando ele se levanta e as almofadas ainda estão quentes”, disse Molly. “E eu gosto de encontrar a minha mãe, quando chego da escola”, disse João. “Ela me dá sempre carinhos.” “Eu gosto que o meu pai me ponha um pano frio na testa, quando eu estou na cama, doente”, disse a Beta. “Quando há trovoada – disse o Toni – gosto de enfiar-me na cama quentinha dos meus pais.” “Eu gosto de beber chocolate quente com o meu pai enquanto ele me conta his-tórias”, disse a Milly. “Eu gosto do cheiro do bolo de chocolate saindo do forno, quando chego da escola, às sextas-feiras”, disse Molly. Toni ficou de pé. “É sexta-feira, Molly! De que é que estamos à espera?” “Vou chegar primeiro!”, gritou João. “Vocês são um grupo muito especial”, disse a mãe da Molly. “Gosto quando você diz isso”, disse Milly, com a boca cheia de bolo de chocolate. E todos disseram que sim com a cabeça.

ORAÇÃO

Jesus de Nazaré, que entre as coisas que mais aprendemos a gostar estejais Vós. Jesus de Nazaré, nós vos adoramos como Sabedoria do Pai, como Luz do mundo. Nós cre-mos que fostes escolhido e cumpristes a missão de levar boas notícias aos pobres, de anunciar a liberdade aos presos, de dar vista aos cegos, libertar os que estão sendo oprimidos e anunciar que chegou o tempo da salvação. Agradecemos-vos e pedi-mos hoje por todos nós, para que nos respeitemos como irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai que sois Vós. Amém.

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MOISÉS, O LIBERTADOR DO POVO

Moisés é um dos personagens bíblicos de grande destaque no Primeiro Testamento. Sua importância está ligada à libertação do povo de Deus, os hebreus, da escravidão do Egito. Certamente você já conhece alguns fatos da vida de Moisés. Por exemplo, já ouviu falar nos “Dez Mandamentos”, também chamados “Decálogo” ou “Tábuas da Lei”? Pois bem, foi nessas tábuas de pedra que Moisés escreveu as leis que Deus mesmo deu para o seu povo no Monte Sinai. Porém existem ainda outras coisas in-teressantes sobre Moisés. Você gostaria de conhecê-las? Moisés era filho de hebreus e tinha dois irmãos: Miriam e Aarão. Seus pais, Jacabed e Amram, eram descendentes dos filhos de Jacó. Estes foram para o Egito, numa época de miséria, e foram em todas as cidades da Palestina e também em Canaã. No Egito, os hebreus viveram muitos anos. E o número deles cresceu muito. No entanto eles eram tratados muito bem pelo faraó (como eram chamados os reis egípcios), amigo de José. Até quando um novo faraó assumiu o governo do país. Desconhecedor dos serviços prestados por José ao Egito, o rei tinha medo de que o aumento desses estrangeiros no país se tornasse uma força contra os próprios egípcios, em caso de guerra. Por isso, pensando numa forma de enfraquecer os hebreus, ele os escravi-zou. E os obrigou a trabalhos duros, tais como amassar o barro para fazer tijolos, construir ca-sas e cidades. E, mais ainda, eram eles que faziam todo o transporte de cargas. Carregavam, às costas, cargas pesadíssimas, inclusive pedras. Para impedir o crescimento da população, o faraó criou uma lei ordenando que todas as crianças hebreias do sexo masculino fossem afogadas no rio Nilo, assim que nascessem. Algumas mães, porém, não atenderam a essa determinação do rei e, com isso, salvaram muitos meninos. Moisés foi um deles.

ORAÇÃO

Senhor Jesus, pedimos-te perdão por todos os que te rejeitaram e ainda hoje te rejei-tam. A exemplo de Moisés, nós te acolhemos para que nos dês sabedoria em nossas palavras, em nosso trabalho, em nossa família, em nossos relacionamentos. Sabemos que só tu tens palavras de vida. Senhor Deus de amor, Pai de bondade, nós te louva-mos e agradecemos pelo dom da vida, pelo amor com que cuidas de toda a criação. Envia-nos, Senhor, o teu Espírito. Amém.

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MOISÉS, O LIBERTADOR DO POVO

Moisés estava com cerca de três meses. Certo dia, Jacabed, sua mãe, soube que a princesa ia tomar banho no rio, todas as tardes. Então ela pegou uma cesta e a pre-parou, com muito carinho, como se fosse um berço. Com uma massa especial, fe-chou os buraquinhos da cesta para a água não entrar. Forrou-a com panos macios, deixando-a bem fofinha. Depois ela colocou seu filho, Moisés, dentro e soltou-a no Nilo, enquanto a princesa se banhava. E, na beira do rio, ela deixou sua filha, Miriam, escondida para ver o que ia acontecer. Como era sinal de sorte, no Egito, encontrar cestas com imagens de deuses no rio, a princesa não teve receio de recolher a ces-ta com o menino. Pegando-o, resolveu criá-lo como filho. Levou-o para o palácio e deu-lhe o nome de Moisés, que quer dizer “Salvo das Águas”. Assim, Moisés cresceu e foi educado como príncipe egípcio. Quando adulto, Moisés, que já sabia que era hebreu, começou a se preocupar com os sofrimentos e os trabalhos duros que seu povo fazia. Ele não gostava dos egípcios que tanto mal causavam aos hebreus. E, por isso, alguns egípcios queriam matá-lo. Então Moisés foi morar numa cidade distante, chamada Madiã, onde se casou. Moisés conheceu também o jeito próprio de os he-breus viverem a religião e de se relacionarem com Deus. Entre os povos antigos, esse era um grupo que adorava um único Deus. A esse Deus eles chamavam com o nome de Javé. E, como eles, também Moisés amava e confiava muito no seu Deus. Por isso, muitas vezes, ele se retirava para rezar e pedir suas bênçãos e proteção.

ORAÇÃO

Meu coração, em sintonia com o coração de Jesus, quer ser instrumento de transfor-mação. Espírito vivificador, a ti consagro o meu coração; aumenta em mim o amor aos irmãos, principalmente, aos mais necessitados. Assim, também posso me sentir um filho que participa, colabora e é amado pelo Pai. Senhor nosso Deus, nós te agra-decemos por este dia, por este reencontro, pela beleza das graças que, de graça, recebemos de ti incessantemente. Nós te agradecemos ainda, Senhor, por tua pre-sença em nossas vidas, silenciosa, porém certa e constante. Ensina-nos, Senhor, a lutar pelo bem e a confiar no teu amor por nós. Amém.

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A PESCA MILAGROSA

Um dia, Jesus estava na margem do Mar da Galileia. A multidão se apertava ao redor

dele para ouvir a Palavra de Deus. Jesus viu duas barcas paradas na margem, e os pes-

cadores que estavam lavando as redes. Ele subiu em uma das barcas, que era de Si-

mão, e pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois Ele se sentou e, da bar-

ca, falava com a multidão. Quando terminou de falar, Jesus disse a Pedro: “Avancem

para águas mais profundas e lancem as redes para pescar”. “Mestre, nós trabalhamos

duro a noite toda e não pescamos nada – respondeu Pedro – mas já que o Senhor

está falando, vou lançar as redes.” Uma coisa maravilhosa aconteceu. Quando eles

começaram a puxar as redes, havia tantos peixes que elas começaram a arrebentar.

Então chamaram os pescadores da outra barca para ajudar. Eles foram e encheram as

duas barcas, a ponto de quase afundá-las. Quando Pedro e seus companheiros pes-

cadores viram isso, eles ficaram muito espantados. Jesus disse: “Não tenha medo! De

agora em diante, você será pescador de homens”. A Bíblia nos diz que eles trouxeram

seus barcos para a praia, deixaram tudo e seguiram Jesus. Desde aquele dia, Pedro e

seus amigos se tornaram pescadores de homens, e trouxeram muitas pessoas para

o Reino de Deus. Jesus quer que você e eu também sejamos pescadores de pessoas.

ORAÇÃO

Jesus, hoje vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou eliminar do meu

modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é conforme o projeto

de Jesus Mestre. Vou crescer olhando ao meu redor, como Moisés, e perceber o que

queres de mim e como posso colaborar com a obra de tua criação. Que estejamos

todos sempre prontos a proclamar com nossos lábios e ações a esperança que vem

da vida, dádiva maior que recebemos de ti. Ajuda-nos Senhor, hoje e sempre, a pros-

seguir sorrindo para que possamos ser pescadores de pessoas e dar a conhecer a tua

bondade e o teu amor. Amém.

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PAULO E SILAS NA PRISÃO

Depois de certo tempo, o apóstolo Paulo decidiu voltar aos lugares que havia visita-do com Barnabé, mas, desta vez, Barnabé não iria acompanhar Paulo, e ele foi com outro amigo chamado Silas. Paulo e Silas viajavam para Filipos. Ao chegar, foram ao rio onde as mulheres se reuniam para orar. Paulo e Silas queriam adorar a Deus. Paulo falou às mulheres sobre Jesus. Um dia, Paulo e Silas se encontraram com uma moça que fazia adivinhações. Ela ganhava muito dinheiro para seus patrões, adivinhando o futuro das pessoas. Mas o poder de adivinhar futuro não era dela e sim de Satanás. A moça seguia a Paulo e Silas gritando: “Estes homens são servos de Deus! Vieram dizer como vocês podem receber perdão de seus pecados”. Depois de segui-los por vários dias, Paulo disse ao espírito mau que estava dentro da moça: “Ordeno-lhe, em nome de Jesus Cristo, que saia dela”. Imediatamente a moça ficou liberta do espírito mal, porém seus patrões não gostaram e ficaram com tanta raiva que levaram Paulo e Si-las para a presença dos juízes romanos. Imediatamente o povo se reuniu contra eles. Os juízes ordenaram que eles fossem açoitados e, em seguida, os jogaram na prisão. Em vez de ficarem bravos com Deus, eles cantavam louvores a Deus na prisão. À meia-noite, eles ainda estavam contentes. De repente, houve um grande terremoto e toda a prisão tremeu, todas as portas se abriram e todas as correntes dos prisioneiros se partiram. Quando o carcereiro viu que as portas estavam abertas, pensou que os prisioneiros fugiram e ele seria castigado severamente, puxou a espada para se matar. Mas antes que pudesse se ferir, Paulo gritou: “Não faça isso! Todos estão aqui!”. O car-cereiro entrou rapidamente na cela e perguntou o que poderia fazer para ser salvo. Logo em seguida, levou Paulo e Silas para sua casa, onde toda a sua família pediu que Jesus Cristo fosse seu Salvador. No dia seguinte, os juízes soltaram Paulo e Silas.

ORAÇÃO

Jesus, hoje vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Quero ver as cores que enfeitam os caminhos por onde eu passar. Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é conforme o projeto de Jesus Mestre. Jesus, quero vê-lo nos sinais e nas cores que embelezam e estão em minha vida e saber que Você estará sempre comigo e irá me ajudar. Amém.

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AS DUAS CASAS DE JOSEFA

A campainha da escola já tocou. Começaram as férias. No recreio, Manuela, Carolina e Josefa falam das férias. Qual delas irá ter as melhores férias? Quem irá ter a casa mais bonita? “Este ano, vou para a praia”, disse Manuela. “Este ano, passamos as férias na região Sul do Brasil”, conta Carolina. Josefa fica calada. Este ano, pela primeira vez, irá passar as férias entre duas casas: a da mãe e a do pai. A mãe decidira: “Como o pai e eu já não nos entendemos e estamos sempre discutindo, você passará estas férias em duas casas diferentes: a casa azul, do seu pai, e a casa amarela, a nossa”. A mãe acariciou docemente os cabelos de Josefa. “Vou confessar-lhe uma coisa: apaixonei-me. Encontrei uma pessoa de quem gosto muito.” Josefa suspira e sonha. No ano anterior, também ela podia dizer: “Vamos. Vamos os três para o Nordeste”. Mas, este ano, tudo mudou. Na casa amarela, cheia de sol, haverá risos e luz, paredes brancas, frescas e grandes, e pás em metal vermelho. E na casa azul? Um pai preocupado no meio de livros e os colegas de trabalho do pai chegando. Quando pensa nisso, Josefa fica com o coração pesado. Carolina a acorda do seu sonho. “E você, Josefa? O que vai fazer este ano?”, Josefa sorri. “Eu? Eu tenho muita sorte! Este ano vou passar as férias em duas casas. Primeiro, vou passar uns dias na casa azul. Depois, vou para a casa amarela, onde vive a minha mãe.” “Duas casas de férias! Tem muita sorte.” “Sabem por que tenho ainda mais sorte? Porque faço coisas diferentes com cada um deles. Com a minha mãe, faço escalada, ando de bicicleta e caço borboletas. Com o meu pai, ando até o campo e vamos pescar no rio.” “Tem mesmo sorte!” “A Josefa é quem tem mais sorte!”, decretou Carolina. Josefa sorri. De fato, por que razão não seria ela a mais feliz? Sonha então com a casa azul e com a casa amarela. E com as duas juntas. Josefa pen-sa que, se misturarmos azul e amarelo, ficamos com verde. Verde como a esperança. Ninguém pode tirar-lhe a casa verde que habita o seu coração.

ORAÇÃO

Jesus, queremos hoje que Tu, Senhor, conduzas e oriente os nossos caminhos, as nossas palavras e gestos, os nossos projetos, as nossas amizades e o rumo de nossa vida. Queremos que nos encorajes e nos tornes confiantes nos direcionamentos que dás às nossas vidas. Queremos confiar plenamente na tua ação em nós. Amém.

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AS FADAS DOS SONHOS

Coelhinho e Ratinho estão sentados no jardim, debaixo de uma macieira. “Ouvi dizer que as fadas moram nos fundos dos jardins”, disse Ratinho. E cha-mou em voz alta: “Fadas, onde estão vocês?” “O que é que as fadas farão du-rante o dia?”, perguntou-se o Ratinho. “Acho que ajudam as flores dos jardins a crescer e tomam conta das abelhas e dos besouros”, respondeu o Coelhinho. “Fadas, onde estão vocês?” Puseram-se à procura, mas não encontraram nem uma. “Se bobear, estão com fome”, sugeriu o Ratinho. “Vamos apanhar maçãs para elas.” Então os dois amigos juntaram um monte de maçãs brilhantes e gri-taram: “Fadas, venham buscar as suas maçãs!” Mas não apareceu ninguém. “Se bobear, estão escondidas no alto das árvores”, disse o Coelhinho. Então os dois amigos subiram na macieira e começaram a procurar. Encontraram alguns pás-saros, algumas borboletas e um camundongo, mas nenhuma fada. O Ratinho e o Coelhinho adormeceram e sonharam com fadas cheirando flores e colhendo maçãs. Quando acordaram, o Coelhinho tinha encontrado uma resposta à sua pergunta. “Acho que as fadas vivem nos sonhos”, disse. “Você tem razão”, con-cordou o Ratinho e, sorrindo, os dois voltaram a adormecer.

ORAÇÃO

Que eu possa, Senhor, perceber toda a tua grandeza e a tua presença em mim. Sopra o teu espírito dentro de minha alma para que eu sinta o meu interior fortalecido com a tua presença, minuto a minuto, hora a hora, dia após dia. Que eu sinta a tua voz dentro de mim e, ao meu redor e em minhas decisões, que perceba qual é a tua vontade. Que eu sinta o teu maravilhoso poder pela força da oração, suavizando os meus problemas, acalmando o meu espírito, aumentando a minha fé. Amém.

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O AMOR MAIOR

Lázaro era um grande amigo de Jesus, o que era um privilégio. A melhor amiga de Jesus foi sua mãe. Maria o acompanhou de perto desde o início e o foi compreendendo sempre melhor ao longo da vida, até a hora da morte. O outro amigo de Jesus foi João, o apóstolo. Estava tão próximo do Mestre que recebeu dele, no Calvário, a incumbência de cuidar de sua mãe. Diversas mulheres acompanharam Jesus no seguimento de Maria, mas entre os amigos de Jesus, estavam, sobretudo, Lázaro e suas duas irmãs: Marta e Maria. A primeira, dedicada hospedeira, vivia atarefada com os trabalhos domésticos. Maria não se preocu-pava tanto com isso, mas tinha um grande amor por Jesus: era capaz de fazer tudo por ele. Lázaro era um grande companheiro, um camarada de longos papos nos momentos de lazer. Certo dia em que Jesus estava longe da cidade, chegou a notícia de que Lázaro adoecera. Decidiu então partir para Betânia, onde morava o amigo. Era muito arriscado, pois ficava perto de Jerusalém, e todos sabiam que os chefes religiosos procuravam uma ocasião para matar Jesus. Os discípulos se opuseram à viagem, mas acabaram cedendo. “Vamos morrer com ele”, disseram ao acompanhá-lo. Ao se aproximar de Betânia, per-ceberam que a casa estava cheia. O velório já terminara havia quatro dias, mas os três irmãos eram muito conhecidos e queridos. Marta, quando percebeu a pequena comitiva dos discípulos, foi logo ao encontro de Jesus e, chorando, disse-lhe: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”. Acrescentou, porém, imediatamente: “Mas, mesmo assim, eu sei que tudo que pedires a Deus, Ele te dará”. A emoção tinha tomado conta de Jesus. Mas Jesus se continha. Quando chegou ao túmulo, porém, não aguentou mais e começou a chorar. Os judeus comentaram: “Como eram amigos!”. E como poderia ficar indiferente ao apelo da amizade? Como frustrar a confiança e a esperança das queridas irmãs Marta e Maria? Parou então de chorar e disse: “Abram o túmulo”. “Sai daí, Lázaro”, ordenou Jesus, com voz firme. O gesto de Jesus mostra que há alguma coisa maior do que a morte: a amizade. Jesus amava os irmãos de Betânia, que lhe retribuíram amor com amor. Foi essa amizade que fez com que Lázaro retornasse à vida.

ORAÇÃO

Meu amigo Jesus, há pessoas que hoje estão sentindo dores, estão doentes. Pedimos, Senhor, que cure as dores das pessoas que conhecemos e das que não conhecemos. Que, como fez com seu amigo Lázaro, desperte-nos para a vida verdadeira. Amém.

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DAVI É UNGIDO REI

O Senhor Deus disse a Samuel: “Até quando você vai continuar a ter pena de Saul?”. Saul era rei de Israel, o primeiro rei que Israel teve. Mas ele não obedecia a Deus. Por isso Deus falou para Samuel: “Eu não quero mais que ele seja rei de Israel. Vá a Belém, até a casa de um homem chamado Jessé, pois eu escolhi um dos filhos dele para ser rei”. Samuel foi a Belém. Quando chegou lá, ele mandou que Jessé e os seus filhos se purificassem e os con-vidou para o sacrifício. Quando eles chegaram, Samuel viu Eliabe, um dos filhos de Jessé, e pensou: “Este homem que está aqui na presença de Deus, certamente é aquele que o Senhor escolheu”. Mas o Senhor disse: “Não se impressione com a aparência nem com a altura desse homem. Eu o rejeitei porque não julgo como as pessoas julgam. Elas olham para a aparência, mas eu vejo o coração”. Assim Jessé apresentou a Samuel sete dos seus filhos. E Samuel disse: “O Senhor Deus não escolheu nenhum destes”. E perguntou a Jessé: “Você não tem mais nenhum filho?”. Jessé respondeu: “Tenho mais um, o caçula, mas ele está fora, tomando conta das ovelhas”. “Então mande chamá-lo!”, disse Samuel. “Nós não vamos oferecer o sacrifício enquanto ele não vier.” Aí Jessé mandou buscá-lo. Era um belo rapaz, saudável e de olhos brilhantes. E o Senhor disse a Samuel: “É este mesmo. Derrama o óleo em sua cabeça”. Samuel pegou o chifre cheio de azeite e ungiu Davi na frente dos seus irmãos. E o Espírito do Senhor dominou Davi e, daquele dia em diante, ficou com ele. E Samuel voltou para Ramá. Davi, embora fosse um menino de boa aparência, não tinha idade, nem estava preparado para ser rei, ele era muito novo. Havia muitos adultos com preparo, com conhecimento para ser rei. Mas o senhor escolheu um menino, pastor de ovelhas, o mais novo dos seus irmãos. Por quê? Porque Davi amava ao Senhor de todo o seu coração. Davi foi conhecido mais tarde como “o homem, segundo o coração de Deus”. Davi era um menino novo como você. Talvez as pessoas achem que você é apenas uma criança que não entende nada, que não tem idade para ser instrumento de Deus. Mas isso não é verdade. Você não precisa esperar crescer, ser um adulto, para Deus começar a precisar de você. Entregue o seu coração ao Senhor, e Ele o usará com autoridade para pregar, para profetizar, para orar com fé e ver os milagres!

ORAÇÃO

Jesus Mestre: que eu pense hoje com a tua inteligência, com a tua sabedoria. Que eu ame com o teu coração. Que eu veja com os teus olhos. Que eu fale com a tua língua. Que eu ouça com os teus ouvidos. Que eu possa sentar-me diante de ti, como fez Maria, e apren-der o que é mais importante. Amém.

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O SEMEADOR DA GALILEIA

Como no tempo de Jesus não existia luz elétrica, televisão, carros, fábricas, brinquedos eletrônicos ou computador, a maioria do povo trabalhava na roça. Eram agricultores. Plantavam suas lavouras e tiravam da terra o próprio sustento. Ou seja, tudo de que eles necessitavam para viver, desde o pão até o azeite, usado não só na cozinha, mas também nas lamparinas e lampiões para iluminar suas casas à noite. Jesus viu e acompanhou, muitas vezes, esse trabalho do homem no campo. A semeadura do trigo, por exemplo, era feita depois das chuvas do outono, a melhor época para começar as roças. Em ge-ral, o semeador levava as sementes num cesto e ia jogando, com as próprias mãos, a semente sobre a terra, não se preocupando com o lugar onde caíam. “O semeador saiu para semear as suas sementes. Enquanto semeava, uma parte delas caiu à beira do caminho e foi pisada e comida pelos passarinhos. Outra parte caiu em cima das pedras. Brotou e secou, porque faltava terra úmida. Outra parte caiu no meio dos espinhos. Os espinhos brotaram jun-to e sufocaram as sementes. Finalmente, outra parte caiu em terra boa, que brotou e deu muito fruto.” Depois de dizer essas palavras, Jesus parou por um instante e exclamou: “Quem tem ouvidos para ouvir ouça”.

ORAÇÃO

Jesus Mestre, que as minhas mãos sejam as tuas. Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas. Que eu seja o semeador da esperança, da paz, do amor e da união, por onde eu passar. Que eu reze com as tuas orações. Que eu celebre como Tu. Que eu esteja em ti e Tu em mim. Amém.

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A HISTÓRIA DE JOÃO BATISTA

João Batista nasceu cerca de cinco meses antes de Jesus, numa região montanhosa de Judá. Tanto seu pai, o sacerdote Zacarias, como sua mãe, Isabel, eram descendentes de Aarão. Sua mãe era prima de Maria, a mãe de Jesus. O nascimento de João Batista foi as-sim: a Bíblia nos conta que seus pais eram pessoas que amavam a Deus, porém eles eram pessoas idosas, e Isabel era estéril, não tinha filhos. Certo dia, quando Zacarias oferecia incenso no Templo, o anjo Gabriel apareceu para lhe dizer que sua mulher iria ter um filho e o nome dele seria João. Porém Zacarias duvidou e ficou mudo. O anjo dissera, também, que esse filho seria cheio do Espírito Santo desde o seu nascimento, e teria a tarefa de preparar o povo de Israel para a vinda do Messias, que é Jesus. E assim aconteceu. João nasceu para cumprir o propósito de Deus. Quando ele ficou adulto, foi para o deserto da Judeia. Então passou a pregar para que as pessoas deixassem o mal, se arrependessem dos seus pecados e fossem batizadas. Ele usava uma veste de pelos de camelo, um cinto de couro em torno de sua cintura e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre. João Batista batizou no rio Jordão a muitas pessoas e também batizou a Jesus. Porém muitas pessoas eram pecadoras e não queriam deixar seus pecados. Por isso, mandaram matar João e então, cortaram sua cabeça e a colocaram em uma bandeja por ordem do rei Herodes, a pedido de Salomé, filha de Herodíades, a segunda esposa de Herodes. Esse rei foi quem mandou matar os bebês na época do nascimento de Jesus. Da mesma forma, nascemos para cumprir um propósito de Deus, de ajudar esse mundo a ficar mais bonito, tanto para as crianças como adultos. E Deus escolheu você para ajudar a fazer a vida melhor para todos.

ORAÇÃO

Meu Anjo da Guarda, meu bom amiguinho, leve-me sempre para o bom caminho. Faze-me ser instrumento da tua paz no dia de hoje. Que eu não seja motivo de dis-córdias, separações, brigas, mal-estar e nem de cercas que fecham a amizade e o amor entre as pessoas. Que eu seja sempre uma ponte entre mim, Deus, os amigos e entre os que ainda não conheço. Que eu seja teu mensageiro e divulgador de tua mensagem. Amém.

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DOIS HOMENS CAMINHAM NO FRIO

Certa vez, dois senhores idosos estavam viajando a pé numa região deserta. Fazia muito frio, e os dois, sem agasalhos, defendiam-se como podiam dos golpes do vento gelado. De repente, encontraram uma criança semigelada que também estava passando por ali e fora surpreendida pelo frio. A criança estava deitadinha no chão e encolhida, tremendo de frio. Um dos homens parou para socorrê-la. O outro lhe disse irritado: “A nossa situação exige pres-sa. Vamos embora e deixe o menino aí!”. Entretanto o colega não teve cora-gem de abandonar o garotinho. Pegou-o nos braços e foi caminhando. Com isso, o outro, que não tinha nada nas mãos, adiantou-se e desapareceu nas curvas da estrada. À noite, o que estava com a criança encontrou o colega congelado e desmaiado na beira da estrada. Ele não resistiu à baixa tempera-tura. Já o que estava com a criança estava bem, tanto ele quanto o menino, pois um aquecia o outro.

ORAÇÃO

Ó Deus, guia-me, protege-me, ilumina a lâmpada do meu coração, aquece meu corpo e faze de mim uma estrela brilhante. Tu és o Forte e o Poderoso. Faze-me ser luz que mostre o caminho para chegar a ti. Pai Santo, que o nosso único desejo seja amar. Amar a ti, Pai misericordioso, sobre todas as coisas; amor traduzido na compaixão com os outros, no carinho com a natureza e na gratidão pela vida. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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AS PREOCUPAÇÕES DE BILLY

Billy costumava andar preocupado. Billy se preocupava com muitas coisas. Preocupava-se com chapéus, com sapatos. Billy preocupava-se com nuvens, chuva e pássaros. O pai ten-tava ajudar: “Não se preocupe, rapaz”, disse ele. “Nenhuma dessas coisas pode acontecer. É tudo imaginação sua.” A mãe também tentava ajudar. “Não se preocupe, querido”, dizia ela. “Nós não deixamos que nada o magoe.” Mas, mesmo assim, Billy continuava preocupado. A sua maior preocupação era ficar em casa de outras pessoas. Uma noite, teve de ficar com a avó. Mas Billy não conseguia dormir. Estava muito preocupado. Sentiu-se um pou-co idiota, mas, por fim, levantou-se e foi contar à avó. “Que grande imaginação, querido”, disse ela. “Quando eu tinha a sua idade também me preocupava. Tenho uma coisa para você.” A avó foi ao quarto e voltou com uma coisa nas mãos. “Estes são os bonecos das preocupações”, explicou ela enquanto lhe mostrava uns bonequinhos coloridos do tama-nho do dedo mindinho feitos de tecido. “Diga a cada um deles uma das suas preocupa-ções e coloque-os debaixo da almofada. Eles se preocupam por você enquanto dorme.” Billy contou todas as preocupações aos bonecos das preocupações e dormiu como um anjo. Na manhã seguinte, Billy foi para casa. Nessa noite, ele contou novamente todas as suas preocupações aos bonecos. E dormiu como uma pedra. Mas, na noite seguinte, Billy começou a se preocupar. Ele não conseguia parar de pensar nos bonecos. Todas aquelas preocupações que ele lhes tinha dado. Não lhe parecia justo. No dia seguinte, Billy teve uma ideia. Passou o dia trabalhando na mesa da cozinha. Era um trabalho difícil e, a prin-cípio, saía-lhe tudo mal e teve de recomeçar muitas vezes. Mas, por fim, Billy produziu algo muito especial. Alguns bonecos das preocupações para os bonecos das preocupações. Nessa noite, todos dormiram bem, Billy e todos os bonecos das preocupações.

ORAÇÃO

Deus Puro! Sou ainda muito criança: cuida de mim, protege-me dos meus medos, per-mite que eu cresça e seja nutrida com teu amor, e alimenta-me do teu conhecimento. Deixa-me atingir a liberdade, enquanto criança, e concede-me virtudes. Que eu cresça ajudando os que sofrem e me preparando para fazer sempre este mundo mais humano e bonito. Amém.

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AS QUATRO ESTAÇÕES

Era uma vez um rei chamado Sol. Todos o conhecem. Todos o estimam. Poderoso, os seus raios são espadas. Majestoso, os seus raios são de ouro e valem mais do que todo o ouro. Genero-so, os seus raios são fios de vida. Poderoso, majestoso e generoso era esse rei, mas tinha um grande desgosto: os seus quatro filhos se davam muito mal uns com os outros. Chamavam-se os quatro irmãos, por ordem de idade, começando pelo mais novo: Primavera, Verão, Outo-no e Inverno. Brigavam constantemente, porque todos queriam governar a Terra. Ora, isso não podia ser. Assim pensando, o rei Sol decidiu que cada um deles governasse por sua vez, durante certo tempo. As ordens de um pai, e ainda por cima o Sol, têm de ser cumpridas. O Outono não gostava dessa partilha. Queixava-se de que não davam tempo a ele. Ainda estava ele arrumando a casa, pintando tudo da cor púrpura, em tons e meios-tons amarelos doura-dos, e já o Inverno lhe batia à porta. Então o Outono tinha uma birra e arrancava as folhas das árvores, algumas ainda por pintar. Saía o Outono com lágrimas nos olhos e entrava o Inverno. “Em que desordem isso está”, exclamava ele, irritado. E punha-se a varrer. Varria com tanta força que fazia vento. O Inverno os ouvia e dizia-lhes: “Sosseguem! Durmam descansados. Vai tudo dormir um longo sono. Assim tem de ser”. E tão carinhoso ele era que cobria os lugares mais desprotegidos da terra com um manto branco de neve. Lá fora, a Primavera impacientava-se. Não tinha paciência para suportar a vagareza do irmão. Às vezes, não se continha e pergun-tava: “Já posso?”. Ainda era cedo, mas só de lhe ouvirem a voz, as primeiras flores rompiam a terra. Então, quando ela chegava, era uma festa. Era uma enorme roda de alegria. Cansada de festas, a Primavera dava de bom grado o seu lugar ao Verão. “Vamos trabalhar”, dizia ele, assim que chegava. E então se trabalhava! Os grãos e os frutos amadureciam. As flores arrecadavam tesouros. “Deixo os retoques ao cuidado do meu irmão Outono”, dizia o Verão, na despedida. Lá vinha o Outono, com pincel e tintas apurar as cores. Achava sempre que merecia mais tempo. São tantas as tonalidades, do verde-escuro ao castanho, do laranja ao vermelho. Sorrindo no seu trono, o Sol acompanhava a obra dos seus quatro filhos e dizia: “Eles estão se saindo muito bem”. E o Sol, risonho, resplandece ainda mais.

ORAÇÃO

Anjo da minha guarda, minha doce companhia, não me desampare, nem de noite nem de dia. Anjo da minha guarda, guarde-me em todas e em cada estação do ano. Ó, Anjo da minha guarda, que me protege e ilumina, ajude-me todo o dia, a ser uma boa pessoa. Querido Jesus, peço também que me ajude nesse dia a obedecer ao papai e à mamãe e a não brigar com eles nem com os meus amiguinhos. Anjo da minha guarda, que eu saiba ouvir e ajudar os que sofrem. Amém.

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O REI MIDAS

Um rei muito avarento que não se preocupava com os seus súbditos, man-dou chamar o melhor feiticeiro do reino e disse-lhe: “Quero que, com a sua magia, consiga converter em ouro tudo o que eu tocar”. “Vou conceder o seu desejo insensato, para seu azar. A partir deste momento, tudo o que você tocar irá se transformar em ouro. E assim foi. Tudo aquilo em que o rei toca-va se transformava em ouro, uma cadeira, uma mesa, uma porta... Não po-dia comer! Não podia beber! “Papai, papai!”, exclamou a sua filha que vinha correndo ao seu encontro para lhe dar um beijo. “Não! Não se aproximes de mim... por favor!” Tarde demais, a sua filha adorada já tinha se transformado numa bela estátua de ouro. Ajoelhado e chorando, o rei implorou ao mago que aparecesse. Este apareceu e viu a sua tristeza. “Por favor, mago, eu estou arrependido, quero que tudo volte ao que era!” O mago, vendo que o rei esta-va verdadeiramente arrependido, retirou o seu triste dom! A partir desse dia, o rei Midas mudou a sua maneira de ser, deixou de ser avarento, começando a repartir as suas riquezas. Assim, viu que a verdadeira felicidade estava em fazer os outros felizes.

ORAÇÃO

Ó meu Deus, amo-te muito. Eu quero continuar a amar-te e dar-te muitas alegrias. Quero ajudar o mundo para que seja mais bonito e as pessoas mais felizes. Quero pensar continuamente em ti: quando me levanto e quando me deito, quando estudo e quando brinco. Quero obedecer aos meus pais, es-tar com atenção na escola, emprestar os meus brinquedos e comportar-me sempre bem, fazendo os outros felizes. Amém.

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HISTÓRIA DE ZAQUEU

Jericó era uma cidade bonita que ficava perto de um vau do rio Jordão. Um vau é um lugar do rio onde a água é rasa o suficiente para as pessoas passarem. Assim, quando os viajantes da província de Pereia iam a Jerusalém, na Província da Judeia, atravessavam o rio próximo a Jericó. Havia muitos publicamos ou cobradores de impostos em Jericó. Quando as pessoas via-javam de uma província a outra, tinham de pagar impostos ou taxas. O chefe dos publicanos em Jericó era Zaqueu. Zaqueu ficou sabendo que Jesus e seus discípulos passariam por Jericó em sua viagem a Jerusalém, e sentiu muita vontade de vê-lo, mas a multidão em volta dele era muito grande, e Zaqueu era baixinho demais. Zaqueu olhou a estrada por onde Jesus teria de passar. Viu uma árvore perto da estrada. Correu e subiu nela. Agora podia ver. Enquanto Zaqueu olhava, a multidão começou a descer pela estrada. Ele deve ter gostado de ver como Jesus conversava primeiro com uma pessoa e depois com todas as outras. Deve ter apreciado o modo como Ele as curava e falava sobre o amor de Deus por elas. Quando a multidão estava debaixo da árvore, Zaqueu viu Jesus olhar para cima. Ele olhou direto para Zaqueu e disse: “Zaqueu, desça depressa, pois hoje preciso ficar na sua casa”. Jesus sabia o nome de Zaqueu! Ele iria até a sua casa! Zaqueu não podia acreditar, ele estava tão agradecido pelas palavras de Jesus! Depressa, obedeceu e desceu da árvore. Mas as pessoas em volta de Jesus não gosta-ram. Elas ficaram zangadas. Odiavam Zaqueu e gritaram: “Esse homem vai se hospedar na casa de um pecador!”. Zaqueu morava pertinho de onde João Batista havia pregado. Ele conhecia a mensagem de João. Conhecia a mensagem de Jesus. Mas não havia entregado o coração a Deus até que Jesus lhe disse que iria a sua casa. Naquele momento, entretanto, uma grande mudança aconteceu no interior daquele pequeno homem. Ele entendeu que a maneira como estava vivendo não era certa. Precisava mudar. Queria fazer isso e de uma forma que pudesse ser justo diante de Deus e das pessoas que ele havia enganado. Antes de as pessoas saírem dali, Zaqueu disse: “Darei metade do meu dinheiro aos pobres. Se eu tiver prejudicado alguém, devolverei a essa pessoa quatro vezes mais”. Jesus ficou muito feliz em ouvir Zaqueu escolher segui-lo e disse: “A salvação veio à casa de Zaqueu hoje. O Filho do homem veio para encontrar as pessoas perdidas e salvá-las”.

ORAÇÃO

Com a graça de Deus e o Espírito Santo, quero passar cada dia da minha vida. Deus, muito obrigado pelo dia de hoje. Deus, eu tenho confiança em vós, mas que vos procure como o fez Zaqueu. Protegei o nosso Brasil e sede a nossa salvação. Abri bem meus olhos, meus ouvidos, minha boca, todo o meu ser, para eu sempre vos louvar e ouvir a vossa voz que me orienta e indica o caminho que devo seguir. Amém.

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DEUS CHAMA O MENINO SAMUEL E LHE FALA

A vida do menino Samuel prosseguia seu ritmo normal. Nela não havia coi-sas ou visões extraordinárias. Certa noite, porém, algo diferente aconteceu... Eli, um sacerdote da tribo de Davi, estava em seu quarto. Também Samuel já estava quase dormindo quando ouviu uma voz que o chamava: “Samuel, Samuel”. Ele pensou que fosse Eli e foi imediatamente procurá-lo e disse: “O senhor me chamou?”. Eli respondeu: “Não, volte para a cama e durma”. Samuel obedeceu, mas quando estava novamente quase pegando no sono, ouviu de novo: “Samuel, Samuel”. Outra vez pulou da cama e correu para Eli: “O senhor me chamou, aqui estou”. De novo, Eli o mandou de volta para a cama, pois não o havia chamado. Uma terceira vez, Samuel ouviu o chamado e correu para o quarto de Eli. Então o sacerdote entendeu que era Deus que queria falar a Samuel e disse-lhe que fosse dormir e, se voltasse a ouvir a voz, disses-se assim: “Fala, Senhor, que estou escutando”. Samuel fez direitinho como Eli havia ensinado. Então Deus lhe revelou uma terrível mensagem. Nela Deus comunicava a Eli uma decisão muito importante: ele ia tirar de seus dois filhos o direito de serem sacerdotes. Tudo isso porque eles estavam desrespeitando a Deus e ao povo. Deus é Pai, um Pai que cuida e se preocupa com cada um de seus filhos e, quando alguém os quer prejudicar, Ele toma atitudes para defendê-los e protegê-los.

ORAÇÃO

Eu vos adoro, meu Deus, e vos amo de todo o coração. Dou-vos graças por me terdes criado e me feito cristão pelo santo batismo. Ofereço-vos as ações de cada dia; fazei que sejam todas segundo a vossa santa vontade, para vossa maior glória. Preservai-me de todo o mal. A vossa graça esteja sempre comi-go, como esteve com o menino Samuel, e com todos os que me são queri-dos. Falai, Senhor, sou vosso filho que quer ouvi-lo. Amém.

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O sonho de Joãozinho Bosco.

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DEUS CHAMA O MENINO SAMUEL E LHE FALA

Deus falou com Eli e lhe comunicou uma decisão muito importante: Ele ia tirar de seus dois filhos o direito de serem sacerdotes. Tudo isso porque eles estavam desrespeitando a Deus e ao povo. Samuel compreendeu bem o re-cado de Deus. E ficou pensativo: “Como vou dizê-lo a Eli, um dos nossos sa-cerdotes? Ele ficará muito triste. Mas Deus tem toda a razão e eu não posso desobedecer-lhe”. Assim, no dia seguinte, Samuel contou a Eli tudo o que o Senhor lhe falara. E o sacerdote aceitou as determinações de Deus, por meio das palavras de Samuel. Pouco depois, também o povo ficou sabendo de tudo. E Samuel se tomou um profeta no meio deles. Todos tinham grande respeito por ele e diziam: “É um profeta, pois Deus falou com ele, e ele nos comunica as coisas de Deus”. Esse povo é o mesmo que saiu do Egito com Moisés. Eles viviam em constantes lutas com os povos das cidades vizinhas. Os inimigos queriam tirar deles a terra que Deus mesmo lhes prometera. Por isso, Deus sempre tomava a defesa do seu povo. E, com sua ajuda, os inimigos eram facilmente vencidos. Certa vez, porém, Deus permitiu que o povo fosse derrotado duramente. Em duas batalhas, morreram mais de 5 000 homens, inclusive os filhos de Eli. Desgostoso com esse fato, o velho sacerdote tam-bém faleceu. Depois da morte de Eli, Samuel, embora bastante jovem, come-çou a orientar o povo sobre o que fazer para vencer os inimigos. Pois como poderiam viver se suas terras continuassem sendo invadidas e roubadas?

ORAÇÃO

Obrigado, Senhor, por que, por intermédio de meus pais e professores, me falas e dizes o que devo fazer. Obrigado pela minha vida, pela minha saúde, pela minha família e por todos os meus amigos. Senhor Jesus, ensina-me a ser uma criança cheia de fé e de amor, ensina-me a crescer nos teus cami-nhos. Concede, Senhor, a meus pais sabedoria, paz, trabalho e saúde. Amém.

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DEUS CHAMA O MENINO SAMUEL E LHE FALA

Depois da morte de Eli, Samuel, embora bastante jovem, começou a orientar o povo

sobre o que fazer para vencer os inimigos. Pois, como poderiam viver, se suas terras con-

tinuassem sendo invadidas e roubadas? Para sair dessa dificuldade, os líderes do povo se

reuniram. E, enquanto rezavam, pedindo que Deus os livrasse dos inimigos, tiveram tam-

bém uma ideia brilhante: nomear Samuel como um juiz ou chefe para orientar o povo.

Aceitando essa tarefa, Samuel repetiu sua promessa de servir com fidelidade ao Senhor. E

com sábias palavras, ele lembrava ao povo seus deveres. Para que Deus os ajudasse, eles

deveriam abandonar todos os falsos deuses, servir e adorar somente ao único e verda-

deiro Deus. Quando os inimigos souberam dessas decisões, ficaram furiosos e atacaram

novamente o povo. No início, as pessoas tiveram medo, pois as duas últimas derrotas

foram feias. Samuel, porém, os tranquilizou e os encorajou a prosseguir firmes na luta,

buscando a ajuda do Senhor. Para isso, Samuel também rezou. Sua oração foi atendida,

e os inimigos foram vencidos. Assim, o povo pôde dominar toda a região. Reconquistar

suas terras e cidades. E, enquanto Samuel esteve com eles, ninguém mais os incomodou.

O que vocês acharam da história de Samuel? Vocês perceberam como ele era aten-

cioso com Deus e com o seu povo? Como ele tudo fazia para ajudar as pessoas nas

suas necessidades? O que você achou desse jeito de Samuel servir ao povo? Que

ensinamento ele nos deixa?

ORAÇÃO

Ajuda-me, Senhor, a ser uma criança obediente aos teus ensinamentos, como o foi

o menino Samuel. Ajuda-me, Senhor, a respeitar os meus pais, professores, amigos

e, especialmente, as pessoas mais idosas. Obrigado, Senhor, por todos os meus brin-

quedos, sejam eles pequenos ou grandes, pelo alimento de cada dia, pela minha fa-

mília, pela nossa saúde e pela proteção que nos dás. Ajuda-me a confiar em ti, como

o fez o menino Samuel. Amém.

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POR QUE O PINHEIRO É ÁRVORE DE NATAL?

Quando Jesus nasceu, bem próximo do presépio estavam três árvores: uma palmeira, uma oliveira e um pinheiro. Nessa época, não só os animais falavam como as plantas também, ainda que os homens não compreendessem as suas linguagens. Estavam as três árvores conversando sobre os presentes que dariam ao Menino Jesus quando a Palmeira disse: “Eu darei a minha palma mais viçosa para que a sua mãe o proteja do sol forte”. A Oliveira, que estava carregada de frutos, as azeitonas, respondeu: “E eu oferecerei os meus frutos e o meu azeite para a criancinha”. Voltaram-se as duas para o Pinheirinho e perguntaram-lhe: “E você? O que irá oferecer?” O Pinheirinho, muito quieto, pensava no que teria de especial para ofertar ao Menino, quando a Palmeira dirigiu-se a ele dizendo: “As suas folhas são pontiagudas e podem ferir a criança”. A Oliveira, por sua vez, disse: “E os seus frutos? São secos e duros”. E disseram em conjunto: “Que pena! Você não tem nada de especial para oferecer”. O Pinheiro então ficou muito triste e silencioso. “É verdade – falou –, todos trouxeram presentes para esta criança: os pastores - lã, leite e até um pequeno carneirinho. Os reis – ouro, incenso e mirra. Até a Palmeira e a Oliveira puderam oferecer algo de si, só eu não tenho como alegrar a criancinha.” Neste momento, as estrelas que cintilavam lá no alto do céu e que haviam escutado toda a conversa entre as árvores começaram a descer bem devagarzinho e foram pousando delicadamente nos ramos verdes do pinheiro, que se foi iluminando e ficando cada vez mais bonito. Todos se admiraram e se voltaram para ele e, lá da manjedoura, os olhinhos do Menino Jesus se encheram de brilho e alegria. E foi assim que o singelo Pinheiro se tornou a árvore de Natal e, todos os anos, nesta época, as pessoas o enfeitam e o enchem de luzes.

ORAÇÃO

Querido Deus, estamos aqui para te pedir pela nossa família. Ajuda-nos a perdoar sempre. Também queremos te pedir por todas as crianças que não têm um lar, pe-los que foram abandonados pelos pais, pelos que vivem na rua. Que não sejamos indiferentes e saibamos ajudá-los. Queremos oferecer a ti a nossa colaboração para construir um mundo melhor. Aqui está o nosso coração, queremos que Jesus nasça nele e assim possamos levá-lo aos outros. Que sejamos como os pinheiros de Natal, que iluminam e alegram os corações. Amém.

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JESUS, O AMIGO DAS CRIANÇAS

Provavelmente aos 30 anos, Jesus deixou a casa de seus pais, em Nazaré, para iniciar a

missão que Deus lhe pediu. À beira do mar ou pelas estradas da Galileia, ele caminha-

va. Em companhia dos apóstolos, Jesus dirigia-se de uma cidade a outra, para pregar

e ensinar a todos o caminho do Reino de Deus. Às vezes, Jesus se cansava. Algumas

viagens eram longas. Porém parece que Ele não reclamou disso nunca. Ao contrário,

sentia-se feliz em poder ajudar as pessoas e falar-lhes com muito carinho sobre Deus,

o seu e nosso Pai. E o povo gostava muito de ouvi-lo. Jesus dava atenção a todos.

Por isso as multidões iam ao encontro dele. Muitos traziam seus doentes para serem

curados, e outras pessoas simplesmente queriam vê-lo, assim como fazemos hoje

com nossos ídolos. Assim, Jesus se ocupava bastante, sempre tinha muitas coisas

para dizer, ouvir e fazer. Às vezes, não tinha tempo nem para comer. Certa vez, algu-

mas mães trouxeram também suas crianças a Jesus. Elas queriam que Ele as tocasse

e abençoasse, pois tinham certeza de que ficariam felizes. Porém os discípulos, os

seguidores de Jesus, quiseram impedi-las e disseram: “Que é que vocês querem? Por

que levar as crianças a Jesus? Ele está tão ocupado! Além disso, elas ainda são muito

pequenas. Nem podem compreender o que ele diz”. Será mesmo que as crianças não

compreendem o que Jesus diz? Será que Jesus iria dispensar as crianças para atender

aos adultos? O que teriam feito essas crianças se Jesus as tivesse dispensado? Como

vocês fariam para chegar até Jesus? Hoje, vamos pensar e imaginar como se desen-

volveu essa cena. Amanhã, vamos continuar nossa história e saber o que Jesus fez e

como as crianças ficaram.

ORAÇÃO

Abençoa, Senhor, neste fim de ano, meus professores e todos os meus amiguinhos

de escola. Dá a eles todos muita sabedoria, fé e amor. Dá-me, Senhor, a benção de ser

uma criança feliz e realizada. Que eu continue a respeitar muito os adultos que me

educam e querem bem. Em nome de Jesus, meu único Senhor e Salvador. Amém.

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sexta-feirad e z e m b r o

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JESUS, O AMIGO DAS CRIANÇAS

Jesus, percebendo que os discípulos queriam afastar dele as crianças, repreendeu-os

dizendo: “Deixem as crianças virem a mim, e não as impeçam, pois delas é o Reino

de Deus”. E as chamou para junto de si. Então, as crianças, vendo o rosto sorridente e

amável de Jesus, correram felizes ao seu encontro. Ele as abraçou com carinho. Todas

o viram como amigo e sentiam-se muito bem em sua companhia. E mesmo não

entendendo tudo o que Ele dizia, as crianças sentiam que Jesus as amava muito. E

sobre suas cabecinhas, Jesus colocou as mãos e as abençoou. E disse que elas seriam

felizes seguindo o caminho do bem, e que sua bênção seria sempre uma proteção na

vida delas. Além disso, Jesus conhecia e sabia como era bonito o coração das crian-

ças. E, nelas, Ele admirava principalmente a simplicidade, a pureza e a sinceridade.

Por essa razão, muitas vezes, Jesus usou as crianças como exemplo para transmitir

sua mensagem aos adultos. Veja só o que Ele lhes dizia. “Se vocês não tiverem um

coração humilde e uma fé confiante como as crianças, vocês não entrarão no Reino

de Deus.” E mais: “Aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança não

entrará nele”. Certo dia, os discípulos aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram:

“Quem é o maior no Reino dos Céus?”. Para que eles entendessem bem sua resposta,

Jesus colocou uma criança no meio deles e, olhando para ela, explicou-lhes: “O maior

diante de Deus é aquele que não é orgulhoso, que não deseja a fama ou quer tudo

só para si”. Assim, grande para Deus é a pessoa que se faz pequena e tem um coração

grande. Que sabe amar e ajudar os outros.

ORAÇÃO

Senhor, meu Deus, cuidai das crianças do mundo inteiro. Que elas cresçam em sabe-

doria e graça como vosso Filho Jesus cresceu. Que elas encontrem em seus caminhos

pais amorosos e dedicados como vosso Filho encontrou. Que os professores as aju-

dem a aprender para fazer essa vida mais bonita. Senhor, meu Deus, cuidai de todas

as crianças como cuidastes e protegestes vosso Filho Jesus. Amém.

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d e z e m b r o segunda-feira

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A FILHA DE JAIRO

Certo dia, Jesus pregava à beira-mar. Aproximou-se dele um homem chamado Jairo. Ele chorava muito. E veio até Jesus para fazer-lhe um pedido. Ajoelhou-se a seus pés e disse-lhe com insistência e confiança: “Jesus, é minha filha. Ela tem apenas 12 anos e está muito doente. E eu sei que o Senhor tem poder de curar minha filhinha. Por favor, Senhor! Venha comigo, coloque sobre ela as mãos para que seja curada e viva”. Vendo o sofrimento daquele pai, Jesus o acompanhou até sua casa. Pedro, Tiago e João foram com ele. Eles estavam ainda a caminho, quando um empregado de Jairo veio ao encontro dele. E disse-lhe: “Sua filha está morta. Não incomode mais a Jesus. Agora, ele não pode fazer mais nada”. Mas Jesus disse a Jairo: “Não se preocupe. Confie em mim. Eu ainda posso ajudar”. Chegando à casa de Jairo, encontraram muitas pessoas que choravam em voz alta. Jesus entrou e perguntou: “Por que todo esse barulho? A menina está dormindo”. E todos riram dele. Porém Jesus ficou firme. Pediu a Jairo que os mandasse sair. Então Ele se aproximou da cama da criança, com seus pais e os três apóstolos. Ela estava deitada, sem qualquer movimento e muito pálida. Pegando sua mão, Jesus lhe disse: “Talitha Kúmi!”, expressão aramaica que significa: “Menina, eu lhe digo, levante-se!”. E imediatamente ela se mexeu, abriu os olhos, sorriu e se levantou. Seus pais ficaram espantados. Estavam felizes. Sua filha recuperou a saúde e a vida. E Jesus disse-lhes: “Deem a ela alguma coisa para comer”. Fato emocionante, não é mesmo? Assim, por seus gestos e atitudes, Jesus mostrou o carinho e a atenção que ele tinha para com todas as crianças. Ele sempre soube valorizá-las e nunca as deixou de lado, pois são muito importantes para a humanidade. Se Jesus agiu assim com as crianças do seu tempo, é porque Ele queria que as crianças de todos os lugares e de todos os tempos também fossem tratadas com carinho, respeito e atenção. Mas não é bem isso que acontece hoje, por exemplo, no Brasil e em tantas partes do mundo. Mui-tas crianças são abandonadas e maltratadas, não têm oportunidade de irem à escola e algumas nem têm casa para morar.

ORAÇÃO

Jesus, eu gosto do Senhor, muito obrigado pela vida que o Senhor me deu. Muito obri-gado por papai e mamãe e por todas as pessoas que o Senhor colocou bem perto de mim. Jesus, eu estou crescendo não só por fora, para ter um corpo bonito e forte, mas ajude-me a crescer também por dentro, para ter um coração cheio de bondade. Jesus, ajude-me a ser feliz porque eu existo. Jesus, eu gosto do Senhor, de todo o coração e vou gostar de todo mundo, como o Senhor gosta de mim. Amém.

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terça-feirad e z e m b r o

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JESUS, O BOM PASTOR

Provavelmente você ainda não ouviu falar muito destes símbolos: pastor e ovelhas,

não é mesmo? Porém, na terra de Jesus, eles faziam parte da vida das pessoas. Por

isso mesmo, a profissão de pastor era conhecida por todos. E os filhos, desde peque-

nos, aprendiam dos pais esse ofício de cuidar das ovelhas. O pastor usava pratica-

mente dois instrumentos: o cajado e o bastão. Ambos eram feitos de pau, um tipo

de vara um pouco mais grossa. O bastão se diferenciava por uma curva que tinha na

ponta. Isso facilitava o trabalho do pastor na hora de recolher e reunir as ovelhas. A

figura do pastor era tão valorizada porque a ovelha era um animal muito importante

na Palestina, delas dependia a sobrevivência de muitas pessoas. A ovelha servia para

alimento com sua carne e seu leite. Servia ainda com sua lã, pois as mulheres teciam

e faziam roupas quentinhas e cobertores para o tempo do frio. Da sua pele, ou do

couro das ovelhas, faziam-se muitos objetos, como bolsas e sandálias. Além disso, a

ovelha era mais que um animal de estimação. Uma grande “amizade” a unia à família

de seus donos. Todos a queriam bem e a tratavam com muito carinho, principalmen-

te o pastor. E ninguém gostava de matar uma ovelha. Isso só acontecia mesmo em

festas muito especiais.

ORAÇÃO

Jesus, como bom pastor, venha comigo, proteja-me e cuide de mim. Por isso eu vou

com Jesus e Ele vai adiante de mim, eu vou atrás dele, seguindo suas pegadas. Jesus,

Filho de Deus, ande sempre comigo, no caminho que eu sigo, e livre-me de toda es-

curidão, de todo perigo e de todo desvio das boas ações que me aproximam da sua

bondade. Que eu saiba, como o bom pastor, cuidar das pessoas, animais e plantas

que estão sob minha responsabilidade. Amém.

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quarta-feirad e z e m b r o

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BONS E MAUS PASTORES

Havia, contudo, dois tipos de pastores: os bons e os maus. Os bons quase sempre eram os donos das ovelhas. Dedicavam seu tempo e suas vidas para cuidar bem delas. Pela manhã, levavam-nas ao campo, procuravam para elas as melhores pasta-gens, água fresquinha e sombra onde pudessem descansar. À noite, recolhiam-nas no curral. Protegiam-nas também dos lobos e de outros animais ferozes. E os maus pastores? A preocupação deles era com o dinheiro que iam receber. Interessavam--se muito pouco pelas ovelhas. Um exemplo é a atitude deles diante do lobo feroz. Fugiam para salvar suas vidas do perigo, deixando que as ovelhas fossem atacadas, feridas e até devoradas. Além dos animais selvagens, muitos ladrões e assaltantes perseguiam as ovelhas. Nem com eles os maus pastores se importavam. O que fez Jesus diante disso? Ele se preocupou, porque sabia que o que acontecia às ovelhas acontecia também com as pessoas. Por isso Jesus sentiu que precisava falar a todo o povo e esclarecê-lo. Foi então que ele contou a parábola do bom pastor, para mostrar às pessoas do seu tempo, e também a nós hoje, como devemos estar atentos para reconhecer os dois tipos de pastores. E não é só isso. Jesus ensina ainda como deve-mos reagir diante deles. Na história do bom pastor, Jesus compara as ovelhas ao seus seguidores e se apresenta como o bom pastor. Dá muitas explicações interessantes sobre as atitudes do verdadeiro e do falso pastor. “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas.” Aquele que quer e só pensa em dinheiro não é pastor, quando vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e sai correndo. Então o lobo ataca e espalha as ovelhas. O cuidador das ovelhas, o pastor mau, foge porque trabalha só por dinheiro e não se importa com as ovelhas. “Eu sou o bom pastor: conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem. Assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai, eu dou a vida pelas ovelhas.”

ORAÇÃO

Menino Jesus da minha afeição, enchei de luz o meu coração e tornai-me também um bom pastor que guia, ajuda, cuida e ama a quem colocais em meu caminho. Enchei-me de luz, enchei-me de luar, Menino Jesus, para que hoje eu possa melhor estudar e aprender para conduzir a minha própria vida. Amém.

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quinta-feirad e z e m b r o

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UM GESTO DE AMOR

Jesus era tão sabido! Imagine que Ele aproveitava todos os acontecimentos para en-

sinar alguma lição a seus amigos. Na historinha de hoje, não é diferente. Uma mulher

considerada pecadora pública, porque vivia com vários homens por dinheiro, pro-

cura o Mestre para demonstrar-lhe seu amor e gratidão. E Jesus aproveita desse fato

para contar aos seus ouvintes a parábola dos dois devedores. Vamos voltar ao tempo

de Jesus. É importante conhecer alguns costumes daquela época para entender as

lições de hoje. No tempo em que Jesus contou essa parábola, a maioria das pessoas

tomava as refeições na única sala que existia em suas casas. Mas os ricos construíam

uma sala especial para isso. Ao redor da mesa, ficavam espalhados grandes sofás,

onde as pessoas comiam quase deitadas, ou seja, reclinadas sobre o sofá. As estradas

e ruas não eram calçadas nem asfaltadas. Viajava-se a pé ou a cavalo, pois não havia

carros, ônibus, trem ou avião. Por isso os hóspedes, ao chegarem às casas, tiravam

as sandálias. Depois dos cumprimentos costumeiros e como sinal de hospitalidade,

os empregados lavavam-lhes os pés empoeirados. O dono da casa os beijava, no

rosto, demonstrando assim sua gratidão pela visita recebida. Sinal de hospitalidade

também era passar um pouco de óleo na cabeça de cada convidado a uma festa.

Esse gesto chamava-se unção. Geralmente o óleo de oliva usado para a unção era

misturado a um perfume bem cheiroso. Outro costume curioso era o de os homens

comerem em lugares separados das mulheres.

ORAÇÃO

Deus, nosso Pai, louvado sejais por tudo o que no mundo é belo e pela alegria que

nos dais. Louvado sejais pela luz do sol e pela vossa palavra que nos guia. Louvado

sejais pela terra e pelas pessoas todas que nela vivem. Louvado sejais pela vida que

vem de vós. Vós sois tão bom, tão nosso amigo e fazeis tantas maravilhas! Quere-

mos agradecer-vos e dizer constantemente da nossa alegria, pois sois o nosso Deus.

Amém.

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sexta-feirad e z e m b r o

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GRATIDÃO E AMOR

Simão, um homem muito rico e observante das leis de Deus, tinha muita vontade de ouvir Jesus. Assim, convidou-o para jantar em sua casa. Como Jesus era amigo dos ricos e dos po-bres, aceitou o convite. Mas, veja só, quando ele chegou para jantar, Simão não lhe deu um beijo, nem lhe ofereceu água para lavar os pés, nem ungiu sua cabeça com óleo perfumado. Quando todos estavam jantando, uma mulher chamada Maria entrou na casa de Simão. Ela era muito conhecida na cidade por ser uma mulher que ficava nas praças, nos bares e, por isso, todos a desprezavam. Maria tinha ouvido Jesus dizer que o Pai do Céu perdoava sempre os pecadores. Essas palavras fizeram com que ela se arrependesse da vida que levava e fosse procurar Jesus para agradecê-lo. Sem se importar com os homens que estavam na sala de jantar, Maria se aproximou de Jesus e ajoelhou-se aos seus pés. Lágrimas de alegria e de gra-tidão desciam pelo seu rosto e caíam nos pés de Jesus. Com seus cabelos compridos ela os enxugava, beijando-os. Depois, Maria ungiu os pés de Jesus com um perfume muito cheiroso. Simão ficou só olhando e refletiu, decepcionado, que se Jesus fosse mesmo o Filho de Deus, saberia que aquela que beijava e perfumava seus pés era uma mulher não bem vista na cidade. Lendo os pensamentos de Simão, Jesus contou-lhe a seguinte parábola: “Dois homens esta-vam devendo dinheiro ao seu patrão. Um devia 100 mil reais. O outro, 10 reais. Mas o patrão, que era muito bom e generoso, perdoou a dívida de ambos. Qual dos dois homens amará mais o patrão?”. Simão, sem saber por que Jesus lhe perguntava aquilo, respondeu: “Aquele que devia mais dinheiro”. Dizendo a Simão que ele tinha acertado, Jesus lhe falou, apontando para a mulher aos seus pés: “Você está vendo esta mulher? Quando entrei em sua casa como seu hóspede, você não me deu água para lavar os pés. Ela, ao contrário, lavou-os com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos. Você não me beijou, ela não para de beijar os meus pés. Você não ungiu com óleo minha cabeça. Ela, porém, ungiu meus pés com o perfume mais caro que existe”. Jesus estava reclamando de Simão porque ele não o recebeu com gestos de boas-vindas. E continuou falando: “Os muitos pecados desta mulher foram perdoados, porque ela demonstrou muito amor. Aquele a quem se perdoa pouco ama pouco”. E olhando para Maria, Jesus disse: “Você está perdoada de todos os seus erros e deslizes que cometeu”.

ORAÇÃO

Deus, nosso Pai, vós nos enviastes Jesus, o vosso Filho muito amado. Ele veio nos salvar: curou os doentes, perdoou os pecadores, acolheu e abençoou as crianças e mostrou a todos o vosso amor. Queremos também nós manifestar nosso amor e gratidão por tudo. Por isso vos agra-decemos. Amém.

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O MARTÍRIO DE ESTEVÃO

Nem tudo era festa na vida dos primeiros cristãos. Eles eram também muito perseguidos, prin-cipalmente pelas pessoas que não acreditavam que Jesus era Filho de Deus. Outro motivo forte da perseguição aos cristãos era a pregação que eles faziam. Ela transformava as pessoas. Todos compreendiam que, para seguir Jesus, era preciso mudar de vida e denunciavam as injustiças que as pessoas praticavam. Nem por isso os cristãos tinham medo. Para eles, o im-portante era seguir os ensinamentos de Jesus, quer isso incomodasse ou não. Apesar das per-seguições, aumentava o número de cristãos. Por isso, os apóstolos precisaram de mais pessoas para ajudá-los. Além da pregação, havia muitos necessitados na comunidade. Para atendê-los, foram escolhidos sete homens. Estevão era um deles. E fez um grande bem ao povo, pois pregava os ensinamentos de Jesus. Os que não gostavam do que Jesus ensinou, perseguido-res dos primeiros cristãos, mandaram prender Estevão, temendo que ele conquistasse novos cristãos. Na prisão, Estevão foi interrogado sobre a pregação que fazia. Ele respondeu com um longo discurso que resume toda a história dos profetas bíblicos. “Também eles foram persegui-dos e mortos porque anunciavam a vinda de Jesus e convidavam as pessoas a mudarem de vida para seguir o caminho de Deus.” Ao ouvir essas palavras, eles se enfureceram e mandaram apedrejar Estevão. Antes de morrer, Estevão rezou e pediu o perdão de Deus para aqueles que lhe pagaram com o mal o bem que fazia. Depois desse fato, a perseguição dos primeiros cristãos tornou-se ainda mais forte. Porém os apóstolos continuaram firmes, pregando e tes-temunhando o nome de Jesus a todos e em todas as cidades. E não só em Jerusalém. Por isso muitos pagãos também acreditaram em Jesus e receberam o batismo. Os apóstolos estavam animados e nada os fazia calar, nem mesmo as ameaças de novas prisões e de morte. Des-se modo, muitos enfrentaram o martírio, isto é, a morte, derramando o próprio sangue para provar a fé em Jesus. E não foram poucos os mártires. Eles são considerados santos, porque seguiram Jesus até o fim.

ORAÇÃO

Deus, nosso Pai, nós vos pedimos também por nós mesmos: escutai a oração que fazemos uns pelos outros. Deus, nosso Pai, ao contemplarmos tudo o que fazeis por meio do vosso Filho, o nosso coração se enche de amor e de alegria e a vós agradecemos por nos dares coragem para sermos “bons cristãos e honestos cidadãos”. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

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terça-feirad e z e m b r o

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A SAMARITANA

A samaritana não era uma mulher feliz. Seu casamento não havia dado certo. Na-quele tempo, era muito difícil para uma mulher viver sozinha. Por isso ela acabou vivendo com vários homens e estava morando com um a quem não amava. Certa manhã, foi buscar água no poço da cidade e encontrou um homem encantador. Mas era judeu, e os samaritanos e os judeus não se davam, por causa da religião. Seu coração disparou. Pressentia que algo de extraordinário ia acontecer. “Dê-me de beber”, falou-lhe primeiro o desconhecido. “Que voz!”, pensou ela. Não sabia expli-car a estranha sensação que sentiu. Confusa, perguntou: “Como é que você, sendo judeu, pede alguma coisa a mim, que sou samaritana?”. A resposta a intrigou mais ainda: “Se você soubesse quem sou eu, você é que me pediria água da fonte”. “Ora essa!” - respondeu aliviada a mulher. “Você não tem nem com que tirar água do poço e me promete água da fonte. Acaso você é maior que nosso pai, Jacó, que perfu-rou esse poço?” “A água que lhe estou oferecendo é diferente”, explicou Jesus, e foi quando chegaram os discípulos. Ficaram meio sem jeito de ver o Mestre, que era ju-deu, conversando com uma mulher, que era samaritana. Entreolharam-se, mas nada disseram. Foi quando a samaritana pediu: “Dê-me então dessa água. Tenho vontade de bebê-la”. “Vá chamar seu marido”, respondeu Jesus. “Não tenho marido”, disse ela meio atrapalhada. “É verdade”, disse Jesus. “Você está com o quinto homem, e ele não é seu verdadeiro marido.” No meio de desconhecidos, a mulher ficou perplexa. “Como ele sabe de tudo a meu respeito?”, pensou. “Esse homem é um profeta.” Virou então a conversa para o lado religioso: “Onde devemos adorar a Deus?”, perguntou ela. “Agindo com sinceridade”, respondeu Jesus. “Deus é espírito, não está aqui ou ali, nisto ou naquilo que façamos ou deixemos de fazer. Desde que sejamos sinceros, o agradamos e adoramos onde quer que estejamos.”

ORAÇÃO

Jesus, queremos ouvir sempre as tuas palavras e beber a água que nos dás. Sabemos, Senhor, que só Tu tens palavras de vida. Só Tu nos conduzes às fontes da verdadeira vida. Ajuda-nos a nunca nos esquecermos de tuas orientações. Dá-nos sempre da tua água, a água sagrada que vai regar e transformar nossas vidas. Amém.

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quarta-feirad e z e m b r o

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JESUS NASCEU

A família vai se reunir para celebrar o Natal. Presentes, cartões de boas-festas, muita

alegria logo no início das férias. É um barato! Um velhinho barbudo, fantasiado de

vermelho, convida as crianças a comprar, de olho no dinheiro do papai. As famílias se

reúnem e fazem festa. Até nos esquecemos de que o Natal tem sua origem na Bíblia.

Os evangelistas Mateus e Lucas nos contam o que aconteceu. Por eles sabemos da

penosa viagem do casal José e Maria, quando ela estava nos dias de ganhar o Me-

nino Jesus. Eles eram judeus e moravam em Nazaré, um vilarejo da Galileia. Toda a

região estava sob o domínio dos romanos, e o imperador César Augusto ordenara

o recenseamento da população, ou a contagem dos seus habitantes, exigindo que

cada família se inscrevesse em sua cidade de origem. Como as famílias de José e Ma-

ria eram de Belém, cidadezinha da Judeia, precisaram viajar às pressas para cumprir

a ordem do imperador. Lá chegando, não acharam hospedagem nas casas e acaba-

ram se abrigando num estábulo, onde Jesus nasceu. Envolto em panos, o menino foi

colocado num cocho, que é um recipiente de madeira e serve para colocar comida

para os animais. Nessa noite muita fria, Jesus foi aquecido pelas palhas, ou pelo feno,

que é a comida dos animais.

ORAÇÃO

Prepara o meu coração, Senhor, para que possa receber-te no Natal. Ajuda-me a ser

melhor, a mudar as minhas atitudes, a pedir perdão pelas coisas que não faço bem.

Quero preparar-me com alegria para poder encontrar-te. Quero oferecer-te um cora-

ção simples, bom e generoso, para que vivas sempre nele. Quero que nasças no meu

coração e me ensines a amar cada dia mais a Deus e aos outros. Querido Jesus, aceita

aquilo que te ofereço: a minha pessoa, o meu coração, para que eu esteja sempre sob

a tua proteção e ao teu lado. Amém.

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quinta-feirad e z e m b r o

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JESUS NASCEU

Todos esperavam muito e ansiosos pela vinda do Messias, o Salvador, que os profetas tinham anunciado. Alguns sinais foram percebidos quando Jesus nasceu. Os pastores das redondezas ouviram cânticos de anjos e perceberam que algo estava acontecendo. Logo se juntaram em volta do estábulo dos animais, a estrebaria, adorando o recém-nascido. A mesma coisa aconteceu com três reis de tribos que moravam muito longe dali e vieram para adorá-lo. Eles eram sábios e experientes, e viram no céu uma nova estrela. Percebendo que se tratava de um anúncio, seguiram-na e chegaram à estrebaria, onde ofereceram ao menino presentes simbólicos que indicavam qual seria o seu futuro: o ouro da realeza, o incenso da santidade e a mirra do sofrimento. Ao saber do acontecido, os poderosos se incomodaram. Não sabendo como identificar o menino, Herodes, o rei da Judeia, de Belém e dos arredores, man-dou matar todas as crianças com menos de 2 anos. Mas José, avisado em sonho, já havia levado mãe e filho para fora de seu país. Assim, enquanto as pessoas simples e os sábios homenagearam o Menino-Deus, alguns pode-rosos e importantes da época tentaram matá-lo. Qual dessas atitudes está presente no nosso Natal? O Natal mostra que o dinheiro não é tudo na vida: é possível viver com o suficiente e ter uma vida digna e feliz.

ORAÇÃO

Falta pouco tempo para que voltes a nascer entre nós, Jesus. Quero viver este Natal com o amor de Maria, tua Mãe, que cuidou de ti com carinho e que foi fiel àquilo que Deus lhe pediu. Quero viver este Natal com a confiança e a fé de José, que aceitou cumprir tudo o que Deus lhe pedia e, junto contigo e com Maria, formou uma família unida e cheia de amor. Quero que, neste Natal, nasças no meu coração, para que eu possa ser cada dia melhor, mais generoso e mais amigo de todos. Amém.

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sexta-feirad e z e m b r o

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JESUS NASCEU

O Natal é mais um momento de meditação, de análise e de voltar nosso pen-samento para as coisas de Deus. O Natal é um fato histórico e celebrado por todo mundo, vira uma grande festa onde as famílias e as pessoas amigas se encontram. Por trás das festas, das compras e dos presentes, está também uma das grandes celebrações dos povos e que perdura nestes quase 2 000 anos de cristianismo. No fundo, nosso coração fica alegre de verdade nes-sa época. E as pessoas se aproximam mais umas das outras. Caem barreiras. Desfazem-se ódios e inimizades. Até as guerras cessam por um dia, pelo me-nos. O coração de todos se alimenta de paz e esperança. A solidariedade e a partilha brotam nas pessoas. Mesmo com todo o barulho do comércio e da publicidade, parece que ainda hoje e também nós ouvimos o cântico dos anjos: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!”. Enfim, o Natal é um só para todos. Jesus nasceu para todas as pessoas. No fundo, nosso coração diz que essa verdade, Jesus o Filho de Deus, veio para fi-car conosco para sempre. No fundo de todos os corações humanos, o Natal é a festa da paz, do amor e da solidariedade, da família e da alegria. Celebremos juntos, pois nosso Deus que se aproxima mais uma vez e quer ficar conosco.

ORAÇÃO

Jesus, gosto muito do Senhor. Muito obrigado pela vida que o Senhor deu por mim. Muito obrigado por meus pais e por todas as pessoas que o Senhor colocou bem perto de mim neste ano. Jesus, eu estou crescendo não só por fora, para ter um corpo bonito e forte, mas ajude-me a crescer também por dentro, para ter um coração cheio de bondade e de amor. Jesus, eu gosto do Senhor, de todo coração, e quero gostar de todo mundo como o Senhor gosta de mim. Feliz Natal, Jesus! Amém.

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