acidente do trabalho: responsabilidade objetiva do empregador

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ACIDENTE DO TRABALHO ACIDENTE DO TRABALHO ACIDENTE DO TRABALHO ACIDENTE DO TRABALHO ACIDENTE DO TRABALHO RESPONSABILIDADE ESPONSABILIDADE ESPONSABILIDADE ESPONSABILIDADE ESPONSABILIDADE OBJETIV BJETIV BJETIV BJETIV BJETIVA DO DO DO DO DO EMPREGADOR MPREGADOR MPREGADOR MPREGADOR MPREGADOR

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1ª edição — 2008

2ª edição — 2013

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JOSÉ ANTÔNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA SILJOSÉ ANTÔNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA SILJOSÉ ANTÔNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA SILJOSÉ ANTÔNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA SILJOSÉ ANTÔNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA SILVVVVVAAAAAJuiz do Trabalho. Titular da 2ª Vara do Trabalho de Araraguara (SP). Gestor Regional (1º grau) do

Programa de Prevenção de Acidentes do Trabalho instituído pelo Tribunal Superior do Trabalho. Mestre emDireito das Obrigações pela UNESP/SP. Doutor em Direito Social pela Universidad Castilla-La Mancha —

Espanha. Membro do Conselho Técnico da Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região(Subcomissão de Doutrina Internacional). Professor universitário e de cursos jurídicos em Ribeirão Preto (SP).

ACIDENTE DO TRABALHOACIDENTE DO TRABALHOACIDENTE DO TRABALHOACIDENTE DO TRABALHOACIDENTE DO TRABALHORRRRRESPONSABILIDADEESPONSABILIDADEESPONSABILIDADEESPONSABILIDADEESPONSABILIDADE OOOOOBJETIVBJETIVBJETIVBJETIVBJETIVAAAAA DODODODODO EEEEEMPREGADORMPREGADORMPREGADORMPREGADORMPREGADOR

22222ªªªªª edição edição edição edição edição

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EDITORA LTDA.

Rua Jaguaribe, 571CEP 01224-001São Paulo, SP — BrasilFone (11) 2167-1101www.ltr.com.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático:

Todos os direitos reservados

Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: R. P. TIEZZI XProjeto de Capa: FABIO GIGLIOImpressão: HR GRÁFICA E EDITORAJunho, 2013

R

Silva, José Antônio Ribeiro de Oliveira

Acidente do trabalho : responsabilidade objetiva do empregador/ José Antônio Ribeiro de Oliveira Silva. — 2. ed. — São Paulo : LTr,2013.

Bibliografia

1. Acidentes do trabalho — Brasil 2. Empregadores —Responsabilidade — Brasil I. Título.

13-05940 CDU-34:331.825(81)

1. Brasil : Acidentes do trabalho : Responsabilidade civil do empregador : Direitodo trabalho 34:331.825(81)

2. Brasil : Responsabilidade civil do empregador : Acidentes do trabalho : Direitodo trabalho 34:331.825(81)

Versão impressa - LTr 4809.0 - ISBN 978-85-361-2581-7

Versão digital - LTr 7585.1 - ISBN 978-85-361-2605-0

Aos meus alunos, de todos os cursos ministrados,fonte de inspiração para o estudo,

a ordenação do pensamento e a tomada de posiçõessobre temas de tamanha complexidade.

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SSSSSUMÁRIOUMÁRIOUMÁRIOUMÁRIOUMÁRIO

Nota à 2Nota à 2Nota à 2Nota à 2Nota à 2ªªªªª edição edição edição edição edição ............................................................................................................... 15

IntrIntrIntrIntrIntroduçãooduçãooduçãooduçãoodução ........................................................................................................................ 17

CAPÍTULO 1 — O DIREITOCAPÍTULO 1 — O DIREITOCAPÍTULO 1 — O DIREITOCAPÍTULO 1 — O DIREITOCAPÍTULO 1 — O DIREITO À SAÚDE DO TRABALHADOR À SAÚDE DO TRABALHADOR À SAÚDE DO TRABALHADOR À SAÚDE DO TRABALHADOR À SAÚDE DO TRABALHADOR

1.1. Conceito de saúde ....................................................................................................... 21

1.1.1. A saúde no sistema jurídico brasileiro ................................................................ 23

1.1.2. A saúde e o direito à vida ................................................................................... 25

1.2. A saúde do trabalhador como espécie .......................................................................... 27

1.3. A evolução histórica do direito à saúde do trabalhador ................................................ 29

1.4. Meio ambiente geral e do trabalho — o princípio da prevenção ................................... 34

1.4.1. Convenções da OIT sobre saúde do trabalhador ................................................ 36

1.4.2. Convenções ns. 148, 155, 161 e 187 ................................................................. 39

1.4.2.1. Programa Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho ...................... 45

1.4.2.2. Propostas a serem implementadas pelas Escolas Judiciais ......................... 46

1.4.3. Aspectos do meio ambiente do trabalho ............................................................. 48

1.5. O conteúdo essencial do direito à saúde do trabalhador ............................................... 48

CAPÍTULO 2 — A SAÚDE DO TRABALHADOR E OS DIREITOS HUMANOSCAPÍTULO 2 — A SAÚDE DO TRABALHADOR E OS DIREITOS HUMANOSCAPÍTULO 2 — A SAÚDE DO TRABALHADOR E OS DIREITOS HUMANOSCAPÍTULO 2 — A SAÚDE DO TRABALHADOR E OS DIREITOS HUMANOSCAPÍTULO 2 — A SAÚDE DO TRABALHADOR E OS DIREITOS HUMANOS

2.1. Noção de direitos humanos ......................................................................................... 53

2.2. Fundamento dos direitos humanos.............................................................................. 56

2.3. As gerações de direitos humanos ................................................................................. 60

2.3.1. Os direitos humanos de primeira geração ........................................................... 61

2.3.2. Os direitos humanos de segunda geração ........................................................... 63

2.3.3. Os direitos humanos de terceira geração ............................................................ 66

2.4. A Declaração Universal e os Pactos Internacionais de Direitos ...................................... 68

2.5. A saúde do trabalhador como um direito humano ....................................................... 71

2.6. O princípio da dignidade da pessoa humana ............................................................... 73

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8 JOSÉ ANTÔNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA SILVA

CAPÍTULO 3 — VIOLAÇÕES DO DIREITO À SAÚDE DO TRABALHADORCAPÍTULO 3 — VIOLAÇÕES DO DIREITO À SAÚDE DO TRABALHADORCAPÍTULO 3 — VIOLAÇÕES DO DIREITO À SAÚDE DO TRABALHADORCAPÍTULO 3 — VIOLAÇÕES DO DIREITO À SAÚDE DO TRABALHADORCAPÍTULO 3 — VIOLAÇÕES DO DIREITO À SAÚDE DO TRABALHADOR

3.1. Violação pela exigência de trabalho em horas extras ..................................................... 78

3.1.1. A contratação de horas extras pelo motorista profissional ................................... 80

3.1.2. A inconstitucionalidade do banco de horas ........................................................ 82

3.1.3. Os resultados da flexibilização — os acidentes e doenças do trabalho................. 84

3.2. Violação pela exigência de trabalho no tempo destinado ao repouso ............................ 89

3.3. Violação do direito à saúde mental no trabalho ............................................................ 91

3.4. Falta de fiscalização por parte do Estado ...................................................................... 95

CAPÍTULO 4 — ACIDENTECAPÍTULO 4 — ACIDENTECAPÍTULO 4 — ACIDENTECAPÍTULO 4 — ACIDENTECAPÍTULO 4 — ACIDENTE DO TRA DO TRA DO TRA DO TRA DO TRABALHO E DOENÇAS OCUPBALHO E DOENÇAS OCUPBALHO E DOENÇAS OCUPBALHO E DOENÇAS OCUPBALHO E DOENÇAS OCUPACIONAISACIONAISACIONAISACIONAISACIONAIS

4.1. Acidente do trabalho como gênero .............................................................................. 99

4.2. Espécies de acidente do trabalho ............................................................................... 101

4.2.1. Acidente do trabalho típico .............................................................................. 101

4.2.1.1. A lesividade ........................................................................................... 103

4.2.1.1.1. Lesão corporal ou perturbação funcional ................................... 103

4.2.1.1.2. Consequências dos danos .......................................................... 105

4.2.1.2. O nexo de causalidade ........................................................................... 106

4.2.1.3. Estatísticas sobre acidente do trabalho e doenças ocupacionais ............... 109

4.2.2. Doenças ocupacionais ...................................................................................... 111

4.2.2.1. Doenças profissional, do trabalho e acidental ......................................... 111

4.2.2.1.1. Doenças do trabalho e perícias por fisioterapeuta ....................... 115

4.2.2.1.2. Cursos de capacitação para peritos e quesitos do juízo ............... 117

4.2.2.2. Doenças excluídas ................................................................................. 118

4.2.3. Acidentes do trabalho por equiparação ............................................................ 119

4.2.3.1. As concausas como fatores do acidente do trabalho ................................ 119

4.2.3.1.1. Reflexões sobre a concausa ........................................................ 123

4.2.3.1.2. A equidade e as máximas de experiência comum na investigação da concausa .............................................................................. 126

4.2.3.1.3. A concausa na jurisprudência .................................................... 128

4.2.3.2. Acidentes por equiparação, ocorridos no local e no horário de trabalho . 130

4.2.3.3. Acidentes por equiparação, ocorridos fora do local e do horário de trabalho 132

4.3. Doenças do trabalho mais ocorrentes ......................................................................... 134

4.3.1. LER — Lesões por Esforços Repetitivos ........................................................... 134

4.3.2. Doenças da coluna vertebral ............................................................................ 141

4.3.3. PAIR — Perda Auditiva Induzida por Ruído ..................................................... 144

4.3.4. Outras doenças — as pneumoconioses ............................................................ 146

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9ACIDENTE DO TRABALHO

CAPÍTULO 5 — A TEORIA DA RESPONSABILIDADE CIVILCAPÍTULO 5 — A TEORIA DA RESPONSABILIDADE CIVILCAPÍTULO 5 — A TEORIA DA RESPONSABILIDADE CIVILCAPÍTULO 5 — A TEORIA DA RESPONSABILIDADE CIVILCAPÍTULO 5 — A TEORIA DA RESPONSABILIDADE CIVIL

5.1. Noção de responsabilidade civil ................................................................................. 148

5.2. Evolução histórica da responsabilidade civil ............................................................... 151

5.3. Teoria da responsabilidade subjetiva .......................................................................... 155

5.3.1. Teoria da culpa ................................................................................................ 155

5.3.2. O ato ilícito ..................................................................................................... 157

5.3.3. O Código Civil brasileiro de 2002 .................................................................... 159

5.3.4. Requisitos da responsabilidade civil subjetiva ................................................... 160

5.3.4.1. Sobre o dano — perda de uma chance e dano em ricochete ................... 160

5.3.4.2. Sobre a culpa — modalidades de culpa .................................................. 164

5.3.4.3. Sobre o nexo de causalidade — o problema da causalidade múltipla ...... 166

5.4. Teoria da responsabilidade objetiva ............................................................................ 169

5.4.1. A doutrina de Raymond Saleilles ...................................................................... 170

5.4.2. A doutrina de Louis Josserand ......................................................................... 172

5.4.3. Crítica à teoria do risco .................................................................................... 176

5.4.3.1. Teorias conciliadoras .............................................................................. 178

5.4.3.2. A dignidade da pessoa humana como fundamento da responsabilidade civil ........................................................................................................ 179

5.4.4. A teoria do risco nas legislações do séc. XX e no Código Civil brasileiro de 2002 ... 180

5.4.5. Responsabilidade objetiva do Estado ................................................................ 183

5.4.5.1. Teorias da culpa e do risco administrativo .............................................. 183

5.4.5.2. O art. 37, § 6º, da Constituição Federal ................................................. 186

CAPÍTULO 6 — RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR PELOSCAPÍTULO 6 — RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR PELOSCAPÍTULO 6 — RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR PELOSCAPÍTULO 6 — RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR PELOSCAPÍTULO 6 — RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR PELOSDANOS DECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHODANOS DECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHODANOS DECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHODANOS DECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHODANOS DECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHO

6.1. Infortunística — a teoria do risco profissional ............................................................ 188

6.1.1. Criação do seguro obrigatório — a teoria do seguro social ................................ 191

6.1.2. Coexistência da indenização de direito comum com a acidentária .................... 193

6.2. Busca dos fundamentos da responsabilidade objetiva do empregador ........................ 195

6.2.1. Doutrina de José Cairo Júnior .......................................................................... 196

6.2.2. Doutrina de Raimundo Simão de Melo ............................................................ 197

6.2.3. Doutrina de Cláudio Brandão .......................................................................... 199

6.2.4. Os entendimentos atuais sobre o tema ............................................................. 202

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10 JOSÉ ANTÔNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA SILVA

6.3. A responsabilidade objetiva como responsabilidade trabalhista e contratual ............... 203

6.3.1. O art. 2º da CLT e a teoria do risco .................................................................. 203

6.3.2. Responsabilidade de natureza trabalhista e contratual ...................................... 205

6.3.3. Objeções à teoria ............................................................................................. 209

6.3.4. A interpretação conjunta do sistema jurídico brasileiro .................................... 214

6.3.5. A dignidade humana como novo fundamento da responsabilidade objetiva do empregador .................................................................................................... 217

6.3.6. Excludentes da responsabilidade objetiva do empregador ................................ 218

6.3.6.1. Culpa exclusiva da vítima ...................................................................... 219

6.3.6.2. Força maior ou caso fortuito .................................................................. 221

6.3.6.3. Excludentes nos acidentes por equiparação ............................................ 222

CAPÍTULO 7 — INDENIZAÇÃO DOS DANOS DECORRENTESCAPÍTULO 7 — INDENIZAÇÃO DOS DANOS DECORRENTESCAPÍTULO 7 — INDENIZAÇÃO DOS DANOS DECORRENTESCAPÍTULO 7 — INDENIZAÇÃO DOS DANOS DECORRENTESCAPÍTULO 7 — INDENIZAÇÃO DOS DANOS DECORRENTESDE ACIDENTE DO TRABALHODE ACIDENTE DO TRABALHODE ACIDENTE DO TRABALHODE ACIDENTE DO TRABALHODE ACIDENTE DO TRABALHO

7.1. Perdas e danos — indenização dos danos emergentes e lucros cessantes .................... 228

7.2. Indenização do dano material em caso de óbito ......................................................... 230

7.2.1. Danos emergentes e lucros cessantes ................................................................ 231

7.2.2. Base de cálculo da pensão ................................................................................ 233

7.2.2.1. Atualização monetária ............................................................................ 235

7.2.2.2. Juros de mora ........................................................................................ 237

7.2.3. Parâmetros para a definição da sobrevida ......................................................... 240

7.2.4. Beneficiários do pensionamento ....................................................................... 242

7.2.5. Termo final do pensionamento ........................................................................ 243

7.2.6. Direito de acrescer ........................................................................................... 245

7.2.7. Constituição de capital .................................................................................... 246

7.2.8. Natureza jurídica da pensão ............................................................................. 249

7.3. Indenização do dano material em caso de acidente sem óbito .................................... 249

7.3.1. Danos emergentes e lucros cessantes ................................................................ 250

7.3.2. Necessidade de perícia ..................................................................................... 252

7.3.3. Os graus de invalidez permanente .................................................................... 253

7.3.4. As indenizações devidas na incapacidade permanente e na incapacidade temporária ........................................................................................................ 256

7.3.5. Alteração do estado de incapacidade — ação revisional .................................... 260

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11ACIDENTE DO TRABALHO

7.4. Indenização do dano moral ....................................................................................... 262

7.4.1. Caracterização e prova do dano moral .............................................................. 262

7.4.2. Indenização do dano moral ............................................................................. 265

7.4.3. Dano moral em ricochete ................................................................................. 268

7.4.4. Extensão do arbitramento da indenização — vários herdeiros .......................... 269

7.4.5. Legitimidade para postular a indenização ......................................................... 270

7.5. Indenização do dano estético ..................................................................................... 271

7.5.1. Noção de dano estético .................................................................................... 271

7.5.2. Natureza jurídica e cumulação com o dano moral ............................................ 273

7.5.3. Indenização do dano estético ........................................................................... 275

7.5.4. Responsabilidade objetiva do empregador e do tomador de serviços pelos danos de natureza pessoal .......................................................................................... 277

CAPÍTULO 8 — COMPETÊNCIA, PRESCRIÇÃO E ÔNUS DA PROVCAPÍTULO 8 — COMPETÊNCIA, PRESCRIÇÃO E ÔNUS DA PROVCAPÍTULO 8 — COMPETÊNCIA, PRESCRIÇÃO E ÔNUS DA PROVCAPÍTULO 8 — COMPETÊNCIA, PRESCRIÇÃO E ÔNUS DA PROVCAPÍTULO 8 — COMPETÊNCIA, PRESCRIÇÃO E ÔNUS DA PROVAAAAA

8.1. Questões sobre competência ...................................................................................... 280

8.2. Questões sobre prescrição.......................................................................................... 283

8.2.1. A prescrição aplicável ...................................................................................... 284

8.2.2. A contagem do prazo prescricional .................................................................. 287

8.2.3. O direito intertemporal — ações que tramitavam na Justiça Comum ................ 289

8.3. Questões sobre o ônus da prova ................................................................................ 291

Referências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficas ............................................................................................... 295

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A evolução da responsabilidade se tem produzidocom o mínimo de intervenção legislativa:

ela foi sobretudo obra da jurisprudência (...)e o juiz foi a alma do progresso jurídico,

o artífice laborioso do direito novocontra as fórmulas velhas do direito tradicional.

Louis Josserand (Evolução da Responsabilidade Civil, p. 559)

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NNNNNOTOTOTOTOTAAAAA ÀÀÀÀÀ S S S S SEGUNDAEGUNDAEGUNDAEGUNDAEGUNDA E E E E EDIÇÃODIÇÃODIÇÃODIÇÃODIÇÃO

Foi com imensa alegria que recebi a informação da LTr Editora, em novembro de2010, dando conta de que a 1ª edição deste livro havia se esgotado. Naquela ocasião oDr. Armando Casimiro Costa Filho me solicitou que atualizasse a obra, tão bem recebidapela comunidade jurídica, para que a editora procedesse à sua 2ª edição.

Infelizmente, não tive condições de atender ao pedido, pois àquela altura estavade licença em meu Tribunal para concluir a tese de doutorado. A licença de 90 dias seevaporou e tive de retornar ao trabalho na 2ª Vara de Araraquara, sendo que durantetodo o ano de 2011 e o primeiro semestre de 2012 — aliando o trabalho de juiz,professor e estudante — tive de utilizar todo o meu tempo disponível para terminar atese de doutoramento. Finalmente, em junho deste ano, pude defendê-la junto à UCLM— Universidad Castilla-La Mancha —, na Espanha.

Assim, neste segundo semestre é que tive condições de me dedicar à atualizaçãodesta obra. Com imensa gratidão aos caros leitores que tiveram contato com a1ª edição, propus-me a rever e atualizar toda a obra, em seus oito capítulos. E a cadapasso fui acrescentando ideias adquiridas em novas pesquisas sobre a temática, doutrinae, sobretudo, jurisprudência acerca dos temas mais polêmicos.

Já no primeiro capítulo, procedi a uma análise do Programa Nacional de Prevençãode Acidentes do Trabalho, lançado pelo E. Tribunal Superior do Trabalho em maio de2011, intitulado Trabalho Seguro. Trata-se de grande contribuição à efetivaimplementação de uma cultura de prevenção em matéria de acidente do trabalho emnosso país.

No capítulo 3, fiz uma abordagem da contratação de horas extras pelo motoristaprofissional, diante da Lei n. 12.619/2012, e uma análise mais acurada das implicaçõesdo banco de horas na saúde do trabalhador, tendo em vista que a flexibilização dajornada de trabalho tem conduzido ao aumento de acidentes e, sobretudo, de doençasdo trabalho.

No quarto capítulo, procedi à análise do gravíssimo problema das periciaisjudiciais, especialmente para a constatação de doenças do trabalho, investigando apossibilidade de realização de perícia por fisioterapeuta, o profissional mais apto àverificação das LER/DORT e das dorsalgias/lombalgias. E fiz um estudo pormenorizadoda concausa como fator desencadeante de acidente e doença do trabalho. Para tanto,analisei detidamente um caso concreto bem interessante e, na sequência, transcrevientendimentos jurisprudenciais sobre o tema, devidamente avaliados.

No capítulo que trata das indenizações dos danos decorrentes de acidente dotrabalho foram transcritas inúmeras ementas do E. Tribunal Superior do Trabalho, de

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16 JOSÉ ANTÔNIO RIBEIRO DE OLIVEIRA SILVA

Tribunais Regionais do Trabalho e também do E. STJ, para que se possa verificar oavanço jurisprudencial sobre as matérias relacionadas na seara trabalhista.

E no último capítulo também procedi à transcrição de várias ementas dos tribunaissuperiores, para que se possa notar o posicionamento atual sobre os temas aliinvestigados, especialmente sobre a prescrição, tema que tanto angustia os atoresjurídicos, principalmente os advogados trabalhistas.

Registro meu agradecimento à minha dedicada assistente Melissa Thais de Almeida,que tanto me auxiliou na pesquisa da evolução jurisprudencial a respeito dos temas dolivro.

Enfim, pode o caro leitor perceber que a atualização desta pequena obra foirealizada com muito afinco, para que os atores jurídicos possam ter à mão estudosdoutrinários e jurisprudenciais completos, porém objetivos, acerca do tema acidentedo trabalho.

Meu muito obrigado a todos.

Ribeirão Preto (SP), primavera de 2012.

O autor

Contato: [email protected]

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IIIIINTRODUÇÃONTRODUÇÃONTRODUÇÃONTRODUÇÃONTRODUÇÃO

A obra que segue tem como tema central a responsabilidade do empregador pelosdanos decorrentes de acidente do trabalho, uma das mais graves violações do direito àsaúde do trabalhador, que se trata de um direito humano. A ideia principal é a de quetal responsabilidade deve ser objetiva, não somente nos casos de doença ocupacional ede acidente nas atividades de risco acentuado, mas em todo e qualquer acidente, típicoou atípico.

Entrementes, há de se ter sempre presente uma noção do que se concebe pordireito à saúde no trabalho, com a necessária identificação do seu conteúdo essencial,assim como da locução “direitos humanos”, para identificar aquele no extenso roldestes e, dessa forma, encontrar um fundamento sólido para a sua proteção, antes dese proceder ao estudo da temática principal.

Em razão disso, a obra é desenvolvida em oito capítulos: o primeiro é dedicado àsaúde do trabalhador; o segundo, aos direitos humanos; o terceiro, ao trato das violaçõesdo direito à saúde no trabalho; o quarto, à identificação das várias espécies de acidente dotrabalho; o quinto, ao desenvolvimento de uma teoria geral da responsabilidadecivil, para, enfim, sustentar-se; no sexto capítulo, a responsabilidade objetiva doempregador pelos danos decorrentes de tal fato. No sétimo capítulo, há um tratamentodas indenizações cabíveis quando da ocorrência de acidente do trabalho, terminandoa obra com o enfrentamento de questões relacionadas à competência, à prescrição e aoônus da prova.

No capítulo 1, busca-se uma definição do direito à saúde, em geral, bem comodo direito à saúde do trabalhador, como espécie. Define-se a saúde como o bem-estarfísico-funcional da pessoa, em seus aspectos negativo e positivo. E a saúde do trabalhador,como espécie, também deve ser vista como um direito humano fundamental de naturezanegativa e positiva, havendo dois aspectos essenciais desse direito: o direito à abstenção e odireito a inúmeras prestações, tanto da parte do Estado quanto de iniciativa doempregador, no conteúdo essencial do direito de prevenção. Por isso, são analisadas asConvenções da OIT sobre saúde do trabalhador, especialmente as de ns. 148, 155,161 e 187, esta muito recente, de 15 de junho de 2006. Faz-se uma análise do ProgramaNacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho, lançado pelo E. Tribunal Superiordo Trabalho em maio de 2011, intitulado Trabalho Seguro. Trata-se de uma grandecontribuição à efetiva implementação de uma cultura de prevenção em matéria deacidente do trabalho em nosso país.

No capítulo 2, apresenta-se uma noção dos direitos humanos, entendidos comoos valores fundamentais de todo e qualquer sistema jurídico, com alicerce no princípio--guia da dignidade da pessoa humana. De modo que os direitos humanos abrangem as

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liberdades essenciais e um rol de direitos mínimos (de igualdade) imprescindíveis àconformação e ao desenvolvimento da personalidade, por todas as pessoas. Procede--se a um estudo de sua afirmação histórica e das fases de seu reconhecimento pelahumanidade — as gerações ou dimensões de direitos humanos —, a fim de sedemonstrar sua complementaridade ou interdependência, mormente entre os direitos àvida, à saúde e ao meio ambiente. E, com base em tais reflexões, sustenta-se que asaúde do trabalhador também se trata de um direito humano, compreendida no catálogode necessidades básicas das pessoas, na teoria do mínimo existencial, em respeito àsua dignidade ontológica.

No capítulo 3, há um estudo das violações do direito à saúde do trabalhador, adespeito de ser um direito humano. Desenvolvendo um dos aspectos do conteúdoessencial desse direito, no que toca ao direito à abstenção — tão importante quanto odireito às prestações preventivas —, verifica-se que, quanto ao fator tempo de trabalho,a violação mais corriqueira é a referente à exigência de horas extras habituais — tema aoqual não se tem dado a devida importância. Não se pode olvidar de que a maioria dosacidentes do trabalho ocorre no lapso de prestação de horas extras, sobretudo a partir danona hora diária, por causa do maior cansaço e fadiga do trabalhador. Procede-se auma abordagem da contratação de horas extras pelo motorista profissional, diante daLei n. 12.619/2012, e uma análise mais acurada das implicações do banco de horas nasaúde do trabalhador, tendo em vista que a flexibilização da jornada de trabalho temconduzido ao aumento de acidentes e sobretudo de doenças do trabalho. É analisada,também, a violação do direito pela exigência de trabalho no tempo destinado ao repouso(nos intervalos intra e interjornadas, em domingos, feriados e férias), assim como asagressões à saúde mental no trabalho, pelo tratamento rigoroso quando das ordens efiscalização do serviço e, principalmente, pela exigência de produtividade superior àsforças físicas e mentais do trabalhador, levando ao estresse ocupacional ou mesmo àmorte — karoshi. Por fim, a violação pela falta de fiscalização adequada por parte doEstado, mais precisamente pelas Delegacias Regionais do Trabalho, em descumprimentoà Convenção n. 81 da OIT.

É, porém, o acidente do trabalho a mais contundente violação do direito à saúdedo trabalhador, motivo por que no capítulo 4 propõe-se um estudo minucioso do acidentedo trabalho como gênero e de suas várias espécies: acidente típico, doenças ocupacionais(profissionais, do trabalho e acidentais) e acidentes por equiparação. São estudados osrequisitos do acidente do trabalho, sobretudo a lesividade (lesão corporal ou perturbaçãofuncional) e o nexo de causalidade, inclusive no trabalho dos cortadores de cana-de--açúcar. Analisa-se o gravíssimo problema das periciais judiciais, especialmente para aconstatação de doenças do trabalho, bem como a possibilidade de realização de períciapor fisioterapeuta, o profissional mais apto à verificação das LER/DORT e das dorsalgias/lombalgias. Procede-se a uma análise pormenorizada da concausa como fatordesencadeante de acidente ou doença do trabalho, na conjugação de uma causaextralaborativa — por exemplo, uma doença degenerativa — com uma causaproveniente do ambiente laboral — por exemplo, esforço repetitivo ou posturainadequada. Para tanto, investiga-se um caso concreto bem interessante, bem como

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entendimentos jurisprudenciais sobre o tema. Não poderia faltar uma análise dasdoenças do trabalho que mais ocorrem, segundo estatísticas do Ministério da Previdênciae Assistência Social: as LER/DORT — bursite, epicondilite, sinovite, tendinite,tenossinovite e outras —, as doenças da coluna vertebral — lombalgia, dorsalgia, torçãoda coluna, protrusão intradiscal, hérnia de disco — e a PAIR — perda auditiva induzidapor ruído.

No capítulo 5, trata-se da teoria geral da responsabilidade civil, com uma análisehistórica de sua evolução, na busca de fundamentos por meio dos quais se possademonstrar que a exigência de prova da culpa do agente para sua responsabilização é frutodo pensamento moderno — contemporânea ao desenvolvimento do próprio capitalismo—, pois que aos romanos bastava a causalidade do agente, com a ideia de que o autordo ato ilícito está, por sua própria causalidade, obrigado a compensar o dano quecausou. Mais tarde — a partir do séc. XVII — é que se desenvolveu a teoria da culpa,nos seus contornos atuais, mormente a partir do Código Civil francês de 1804. Procede--se a um estudo dos requisitos da responsabilidade civil: o dano — inclusive o danoem ricochete e a perda de uma chance —, a culpa e o nexo de causalidade. A partir daíse desenvolve acurada análise da teoria da responsabilidade objetiva, desde seusprecursores — Raymond Saleilles e Louis Josserand —, combate-se suas críticas comamparo no estudo de Alvino Lima e se apresenta um novo fundamento para aresponsabilidade civil objetiva: a dignidade da pessoa humana.

Dados todos os passos necessários para o enfrentamento da questão principal, aela se dedica o capítulo 6, partindo-se da análise da infortunística e da evolução dasteorias até o desenvolvimento da teoria do risco profissional, com a criação da legislaçãoacidentária. Ocorre que a criação do seguro obrigatório e depois a transformação doseguro privado em seguro social fez que os empregadores relaxassem em seu dever desegurança, deixando de dar aos trabalhadores a devida proteção ao seu bem jurídicode maior valor: sua saúde, vale dizer, sua incolumidade física e psíquica. Em razãodisso, a jurisprudência criou a teoria da cumulação da indenização de direito comum —devida pelo empregador — com a indenização tarifada estabelecida pela legislaçãoacidentária, desde a década de 1940. Inicialmente, em caso de dolo, depois também nahipótese de culpa grave e, por fim, em caso de mera culpa, ainda que leve. É verdadeque a partir do Código Civil de 2002 — art. 927, parágrafo único — e sobretudo apósa Emenda Constitucional n. 45/2004, os doutrinadores têm feito um grande esforçopara sustentar a responsabilidade objetiva do empregador pelos danos decorrentes deacidente do trabalho, mas ainda não encontraram um fundamento sólido para tanto,principalmente diante do inciso XXVIII do art. 7º da Constituição Federal. Por isso,propõe-se que o fundamento para tal responsabilidade é o art. 2º, caput, da CLT, porqueesta responsabilidade é de natureza trabalhista e inerente ao próprio contrato de trabalho.Assim, evita-se dicotomizar a responsabilidade do empregador: objetiva, para asatividades de risco acentuado e para os casos de doença ocupacional; subjetiva, paraos demais casos. Ora, a saúde violada é a mesma, tanto na doença ocupacional quanto noacidente típico.

Pergunta-se: se a responsabilidade do empregador é objetiva em relação a todasas suas obrigações trabalhistas (art. 2º da CLT), por que deve ser diferente no caso de

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acidente do trabalho, o fato mais grave para o trabalhador no curso da relação de emprego?Por que razão os danos causados diretamente à pessoa do trabalhador devem serindenizados de forma menos protetiva do que os causados de forma indireta? Daí porque se sustenta que o novo fundamento da responsabilidade civil deverá ser a dignidadeda pessoa humana. E, no campo trabalhista, o empregador deve responder pelos danosoriundos do acidente do trabalho independentemente de culpa de sua parte, em respeitoà dignidade essencial do trabalhador. Claro que essa ideia causa certa perplexidade e porisso são estudadas as excludentes da responsabilidade objetiva do empregador — forçamaior e culpa exclusiva da vítima —, inclusive nos acidentes por equiparação, sobretudona complexa questão da concausa.

Identificada a responsabilidade do empregador, no capítulo 7 propõe-se um estudodas indenizações cabíveis quando da ocorrência de acidente do trabalho. Primeiro, dosdanos emergentes e lucros cessantes em caso de óbito do trabalhador acidentado, comas questões relacionadas à pensão devida aos dependentes do falecido — base de cálculo,atualização monetária e juros de mora, sobrevida, beneficiários, constituição de capitaletc. Depois, dos danos emergentes e lucros cessantes em caso de lesão ou perturbaçãofuncional, com a análise dos graus de invalidez e de incapacidade (total ou parcial), e daduração desta (permanente ou temporária). Em seguida, são examinadas as questõesmais importantes sobre a indenização do dano moral e do dano estético, como produçãoda prova, fixação de critérios para o arbitramento, analisando-se, ainda, o dano moralem ricochete. Neste capítulo das indenizações são transcritas inúmeras ementas do E.TST, de Tribunais Regionais do Trabalho e também do E. STJ, para que se possa verificaro avanço jurisprudencial sobre as matérias relacionadas na seara trabalhista.

Por fim, no último capítulo, procede-se a um breve estudo das questões maisrelevantes a respeito da competência relacionada à matéria — inclusive na ação ajuizadapor dependentes —, sobre prescrição — prazo aplicável, contagem do prazo, direitointertemporal — e acerca do ônus da prova, especialmente no que toca à recentenormatização levada a efeito com a nova redação atribuída ao art. 337 e parágrafos doDecreto n. 3.048/99 — nexo técnico epidemiológico. Também neste capítulo se procedeà transcrição de várias ementas dos tribunais superiores, para que se possa notar oposicionamento atual sobre os temas, especialmente sobre a prescrição.

O objetivo maior, portanto, é o de se demonstrar que a responsabilidade doempregador pelos danos decorrentes de acidente do trabalho é objetiva, com fulcro no art.2º da CLT e no princípio da dignidade da pessoa humana, já que o bem jurídicoviolado nesse caso é a saúde do trabalhador, um direito humano essencial. E o empregodo método sistemático de interpretação, no estudo das normas e princípios do sistemajurídico brasileiro, na esteira do princípio essencial da dignidade, é a trilha percorrida.Fez-se, também, uso do método de se analisar o direito comparado — tanto nacomparação horizontal, com o sistema de outros países, quanto na comparação vertical,no estudo da evolução histórica dos institutos. Tudo com a preocupação de dar respostaadequada à violação do direito à saúde do trabalhador, seu bem de maior valor.

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Capítulo 1Capítulo 1Capítulo 1Capítulo 1Capítulo 1

O DO DO DO DO DIREITOIREITOIREITOIREITOIREITO ÀÀÀÀÀ S S S S SAÚDEAÚDEAÚDEAÚDEAÚDE DODODODODO T T T T TRABALHADORRABALHADORRABALHADORRABALHADORRABALHADOR

O tema central desta obra é a responsabilidade do empregador pelos danosdecorrentes de acidente do trabalho. Entrementes, como se trata, o acidente do trabalho,de uma das mais graves violações do direito à saúde do trabalhador, senão a maiscontundente, faz-se necessário estudar primeiramente o referido direito, em busca deseu conteúdo essencial. E não há como dissertar sobre o direito à saúde do trabalhadorsem antes colacionar uma noção do que é o direito à saúde, enquanto gênero.

1.1. Conceito de saúde1.1. Conceito de saúde1.1. Conceito de saúde1.1. Conceito de saúde1.1. Conceito de saúde

Por longo espaço de tempo, a saúde foi entendida simplesmente como o estadode quem se encontra sadio, sem doença(1). Esse conceito negativo de saúde, pensadotão somente como a ausência de doenças, ainda encontra eco hodiernamente, tantoque a prática médica se preocupa muito mais com o trato das doenças do que com aprevenção. Todavia, a partir de 1946, com a criação da OMS (Organização Mundial daSaúde) — cuja existência oficial começou em 7 de abril de 1948, quando da ratificaçãode sua constituição por vinte e seis países(2) —, houve um passo à frente na definiçãoda saúde, haja vista que aquela agência especializada da ONU forneceu um conceitopositivo do direito, em sua carta de fundação, qual seja: “a saúde é um estado de completobem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de afecções ou enfermidades”,sendo que “o gozo do grau máximo de saúde que se possa alcançar é um dos direitosfundamentais de todo ser humano, sem distinção de raça, religião, ideologia políticaou condição econômica ou social”(3).

Em seguida, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pelaAssembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948, assegurou como umdireito humano a saúde e o bem-estar, em seu art. XXV, n. 1, sendo que o PactoInternacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, aprovado na XXI Sessão

(1) Segundo os léxicos, a expressão saúde provém do latim salute, que significa salvação, conservação da vida. Porisso, sempre foi tida como o estado da pessoa cujas funções orgânicas, físicas e mentais se acham em situaçãonormal, ou como o estado do que é sadio ou são. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da línguaportuguesa. 2. ed., rev. e aum. 23. impr. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 1556.(2) ROSEN, George. Uma história da saúde pública. Tradução de Marcos Fernandes da Silva Moreira, com a colaboraçãode José Ruben de Alcântara Bonfim. São Paulo: Hucitec: Universidade Estadual Paulista, 1994. p. 344-345. A OMSassumiu os poderes e os deveres da Organização de Saúde da Liga das Nações, que havia sido criada em 1923.(3) Constitución de la Organización Mundial de la Salud. Disponível em: <http://www.who.int/gb/bd/S/S_documents.htm>Acesso em: 16.3.2007.

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da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, no dia 19 de dezembro de1966, reconheceu em seu art. 12, n. 1, o direito de toda pessoa a desfrutar o mais elevadonível possível de saúde física e mental.

Daí se vê a confluência dos objetivos da OMS com as normas declaradas pelosEstados-Partes do sistema das Nações Unidas, porquanto a saúde compreende o bem--estar físico e mental, não somente a ausência de doenças, afirmando-se como um direitohumano o de se conseguir o gozo do grau máximo de saúde que se pode alcançar.

A saúde, portanto, é o mais completo bem-estar físico e funcional da pessoa, sendoque dentre as diversas funções do organismo se encontram as do encéfalo — partedo sistema nervoso central contida na cavidade do crânio, abrangendo o cérebro, ocerebelo, pedúnculos, a protuberância e o bulbo raquiano(4) — ou do cérebro, a sepreferir. Pois bem, a função mental ou psíquica do organismo humano é apenas umadentre tantas funções, razão pela qual a menção constante à saúde física e mental naárea jurídica, na psicologia e em outras áreas do conhecimento humano mostra-seincompleta. A anatomia do corpo humano diz respeito ao seu aspecto físico: cabeça,tronco, membros (superiores e inferiores), órgãos (olhos, ouvidos, nariz, boca, coração,cérebro etc.), aparelhos (digestivo, respiratório, circulatório, reprodutor, encéfalo etc.),sistemas (nervoso, muscular, arterial, ósseo, dentário etc.). E a fisiologia é o estudo dafuncionalidade do corpo humano, ou seja, de suas funções, do funcionamento dosórgãos. Quem diz órgão diz função e vice-versa.

Órgão é a parte do corpo que serve para sensações e funções do homem, porexemplo, os olhos, ouvidos, pele etc. Por meio dos órgãos, no organismo, operam--se as funções especiais e distintas, e, ao contrário, vários órgãos podem destinar--se a uma só função(5).

A saúde ou incolumidade do corpo humano abrange todos os seus tecidos, órgãose também as infinitas funções destes órgãos, pois função “é o mecanismo de atuação deórgãos, aparelhos e sistemas”. Dentre as funções, podem ser citadas as seguintes:respiratória, circulatória, digestiva, excretora, reprodutora, locomotora, sensitiva (visão,audição, olfato, paladar e tato), psíquica, mastigatória, função de preensão etc. E a saúdemental, ligada à atividade funcional do encéfalo, abrange a consciência, a atenção, aconcentração, a orientação, a percepção, a memória, a afetividade, a inteligência, a vontade,a linguagem, nas palavras do prof. João Bosco Penna(6).

Destarte, o mais adequado seria sempre mencionar saúde física e funcional(inclusive mental ou psíquica). Porém, como já se tornou lugar-comum o uso daexpressão saúde mental, no curso desta obra far-se-á menção a este termo.

Enfim, é pacífico que o conceito atual de saúde compreende os seus aspectosnegativo e positivo. Por isso, Canotilho e Vital Moreira afirmam que o direito à proteçãoda saúde, como os direitos sociais em geral, comporta duas vertentes:

(4) FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa, p. 644.(5) PENNA, João Bosco. Lesões corporais: caracterização clínica e médico legal. Leme: LED, 1996. p. 148-149.(6) Ibidem, p. 124 e 169.

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[...] uma, de natureza negativa, que consiste no direito a exigir do Estado (ou deterceiros) que se abstenham de qualquer acto que prejudique a saúde; outra, denatureza positiva, que significa o direito às medidas e prestações estaduais visandoa prevenção das doenças e o tratamento delas(7).

Afirma-se que a função negativa identifica a saúde como um direito de defesa, aopasso que a função positiva do direito a qualifica como um direito prestacional.

1.1.1. A saúde no sistema jurídico brasileir1.1.1. A saúde no sistema jurídico brasileir1.1.1. A saúde no sistema jurídico brasileir1.1.1. A saúde no sistema jurídico brasileir1.1.1. A saúde no sistema jurídico brasileirooooo

Não se pretende, neste pequeno trabalho, investigar a prática da saúde públicano Brasil, tampouco estudar a problemática envolvendo o direito à saúde no âmbitojurisprudencial, pois o que se objetiva é apenas fazer uma introdução do tema saúdepara a obtenção de condições seguras ao enfrentamento da questão particularizada,qual seja, a saúde do trabalhador. Por isso, aqui, menciona-se apenas a evoluçãoconstitucional e legal a respeito do direito à saúde.

No plano constitucional, como ressalta José Afonso da Silva,

[...] é espantoso como um bem extraordinariamente relevante à vida humana sóagora é elevado à condição de direito fundamental do homem. E há de informar--se pelo princípio de que o direito igual à vida de todos os seres humanos significatambém que, nos casos de doença, cada um tem o direito a um tratamentocondigno de acordo com o estado atual da ciência médica, independentementede sua situação econômica, sob pena de não ter muito valor sua consignação emnormas constitucionais(8).

O ilustre constitucionalista refere-se ao fato de que nas Constituições anterioresnão havia positivação do direito à saúde como um direito humano fundamental, mas,tão somente, como norma de organização administrativa. De fato, numa análise dasConstituições mais recentes, nem a Constituição de 1946 nem a de 1967, tampoucoas Emendas Constitucionais que se inauguraram a partir de 1969 (primeira Emenda)trataram do tema saúde como um direito fundamental. A atual Constituição inovou emmatéria de direitos fundamentais, disciplinando os princípios fundamentais da RepúblicaFederativa do Brasil em seu Título I, tratando em seguida dos direitos e garantiasfundamentais no Título II, para, somente no Título III, dispor sobre a organização doEstado e, no Título IV, sobre a organização dos poderes. Houve, pois, notória inversãode prioridades na sistemática constitucional, passando os princípios e direitos fundamentaisa ganhar foro, senão privilegiado, de significativo alcance. E, dentre os direitos sociais

(7) CANOTILHO, J. J. Gomes; MOREIRA, Vital. Constituição da República Portuguesa anotada. 2. ed. rev. e ampl.Coimbra: Coimbra, 1984. v. 1, p. 342-343. José Afonso da Silva esclarece que na linguagem portuguesa prestaçõesestaduais significam prestações do Estado, tais como as nossas prestações estatais, ou seja, do Poder Público, não secircunscrevendo apenas às prestações a serem cumpridas por parte dos Estados federados brasileiros. Curso dedireito constitucional positivo. 27. ed. rev. e atual. até a Emenda Constitucional n. 52, de 8.3.2006. São Paulo: Malheiros,2006. p. 309.(8) SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo, p. 308.

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assegurados pelo art. 6º, pela primeira vez positivou-se a saúde como um direitofundamental.

Demais, ela criou um título específico para a Ordem Social (Título VIII). Neste,assegurou o direito à saúde como um direito de seguridade social, mais precisamentecomo um “direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais eeconômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acessoigualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”, nos termosde seu art. 196(9). Cuidou como de relevância pública as ações e serviços de saúde (art.197) que, segundo o art. 198, constituem um sistema único (SUS), o qual deve observaras seguintes diretrizes: I — descentralização; II — atendimento integral, com prioridadepara as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III — a participaçãoda comunidade.

Dentre as atribuições do SUS, arrolou as seguintes no art. 200: I — controlar efiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participarda produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outrosinsumos; II — executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como asde saúde do trabalhador; III — ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;IV — participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;V — incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; VI —fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bemcomo bebidas e águas para consumo humano; VII — participar do controle e fiscalizaçãoda produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicose radioativos; VIII — colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o dotrabalho.

O SUS — Sistema Único de Saúde — “foi a mais ousada reengenharia na SaúdePública” no seio de “uma Constituição que buscava reorganizar o País em todos osseus campos”, pois, como se demonstrou, antes da Constituição de 1988 o direito àsaúde não era um princípio universal, por não estar assegurado na Lei Fundamentalcomo um direito social de todos e dever do Estado. De tal modo que a criação do SUSrepresentou, “antes de qualquer consideração técnica, uma nova etapa na construçãoda cidadania no Brasil”(10).

Quanto às leis infraconstitucionais, a partir da Constituição de 1988, a maisimportante é a Lei n. 8.080, de 19.9.90 — Lei Orgânica da Saúde —, que regulamentouo Serviço Único de Saúde, dispondo sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes,

(9) Marly A. Cardone aponta que o art. 196 foi objeto de muita chacota por parte da ala política mais à direita doCongresso Constituinte, mas o que o dispositivo pretendeu foi sancionar um direito subjetivo público e, portanto,exigível do Estado, “porque a saúde está entre os direitos fundamentais do ser humano e, assim sendo, só umaorganização como o Estado pode responder pelos cuidados a ela inerentes”. Previdência, assistência, saúde: o nãotrabalho na Constituição de 1988. São Paulo: LTr, 1990. p. 48.(10) MAENO, Maria; CARMO, José Carlos do. Saúde do trabalhador no SUS: aprender com o passado, trabalhar opresente, construir o futuro. São Paulo: Hucitec, 2005. p. 100-105.

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regulando em todo o território nacional as ações e serviços de saúde e reafirmando quea saúde é um direito fundamental do ser humano. E atribuiu ao Estado a obrigação deprover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. Também é importante a Lein. 8.142, de 28.12.90, que dispôs sobre a participação da comunidade na gestão doSUS — Sistema Único de Saúde.

O dispositivo de maior alcance da Lei n. 8.080/90, por ser mais preciso do que aConstituição Federal, é o seu art. 3º, segundo o qual

A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, amoradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, otransporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da populaçãoexpressam a organização social e econômica do País.(11) (destaque nosso)

E seu parágrafo único dispõe que também dizem respeito à saúde as ações que sedestinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental esocial. Preenchida, assim, a lacuna do sistema constitucional. Com efeito, se aalimentação e a moradia integram o rol dos fatores determinantes e condicionantes dasaúde, como expressamente definido no citado art. 3º, tem o Estado brasileiro a obrigaçãode proporcionar o amplo acesso a uma alimentação essencial mínima e a uma moradia queatenda às condições de higiene e saneamento básico, para inclusive se preservar o meioambiente.

Percebe-se que na regulamentação do direito à saúde o legislador fez boa opçãoquando adotou a definição de saúde preconizada pela OMS, deixando explícito que,para os padrões brasileiros, a saúde é o mais completo bem-estar físico, mental e social(12).

1.1.2. A saúde e o dir1.1.2. A saúde e o dir1.1.2. A saúde e o dir1.1.2. A saúde e o dir1.1.2. A saúde e o direito à vidaeito à vidaeito à vidaeito à vidaeito à vida

Há, induvidosamente, uma estreita ligação entre o direito à saúde e o direito àvida. Na seara do Direito Internacional dos Direitos Humanos, a questão encontra-semuito bem elaborada, quando se demonstra a interdependência entre os direitoshumanos liberais e sociais(13). Na Espanha, o tema encontra um aprofundamento

(11) BRASIL, Lei n. 8.080/90. Presidência da República. Disponível em: <http//www.planalto.gov.br> Acesso em:15.1.2007.(12) “Não se pode discutir a saúde independentemente de suas determinantes e condicionantes”, pois a pobreza, aalimentação insuficiente, a moradia precária, a falta de saneamento, o meio ambiente poluído, o transporte inadequadoetc. “são as causas básicas da doença, ou da falta de saúde”. CARVALHO, Guido Ivan de; SANTOS, Lenir. Sistemaúnico de saúde: comentários à Lei Orgânica da Saúde (Leis ns. 8.080/90 e 8.142/90). 3. ed. Campinas: Unicamp,2001. p. 42.(13) Digna de destaque a monumental obra de TRINDADE, Antônio Augusto Cançado: Direitos humanos e meioambiente: paralelo dos sistemas de proteção internacional. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1993. Esta obracontém um capítulo inteiro dedicado à correlação entre o direito à vida e o direito à proteção do meio ambiente: oCapítulo III é intitulado “O direito fundamental à vida em sua ampla dimensão na base da ratio legis do direitointernacional dos direitos humanos e do direito ambiental internacional”, e o Capítulo IV enfatiza a inter-relaçãoentre o direito à saúde e o direito a um meio ambiente sadio — “O âmbito de proteção ampliado: do direito à saúdeao direito a um meio ambiente sadio”.

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