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ACIDENTE DE TRAJETO É EXCLUÍDO DO CÁLCULO DO FAP
Informativo da Indústria da ConstruçãoNewsletter :: Edição 69 :: 18/11/2016
CONSELHO NACIONAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGUE LINHA DEFENDIDA PELO SETOR DA CONSTRUÇÃO DE QUE EMPRESAS NÃO TÊM COMO ADOTAR MEDIDAS PARA PREVENIR ESSE TIPO DE ACIDENTE
O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS)
aprovou na quinta-feira (17/11) seis alterações
na metodologia do cálculo do Fator Acidentário
de Prevenção (FAP). Calculado anualmente, o
FAP é um mecanismo utilizado para reduzir ou
amentar o Seguro Acidente de Trabalho (SAT)
pago pelas empresas, que passou a se chamar
Riscos Ambientais do Trabalho (RAT), contribuição
previdenciária paga pelo empregador para cobrir
os custos com trabalhadores vítimas de acidentes
de trabalho ou doenças ocupacionais. Dentre as
modificações aprovadas para o cálculo do FAP,
está a exclusão dos acidentes de trajeto (de casa
para o trabalho ou vice-versa). O entendimento do
CNPS é de que as empresas não têm como adotar
medidas para prevenir esse tipo de acidente. Para
o presidente da Câmara Brasileira da Indústria
da Construção (CBIC), José Carlos Martins, a
decisão corrige uma antiga distorção, já que antes
os trabalhadores do setor da construção usavam
o transporte público e hoje, na sua maioria, usam
motocicletas. “A empresa não tem como controlar
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o uso desse meio de transporte. Não era justo
que na estatística do FAP da empresa constasse
um acidente de trajeto. Essa decisão vem fazer
justiça”, destacou Martins.
Para o líder do Projeto de Segurança e Saúde no
Trabalho da Comissão de Políticas e Relações
Trabalhistas (CPRT) da CBIC), Haruo Ishikawa,
a decisão é importante porque o empregador
da construção tem um esforço prevencionista e
consegue desenvolver um trabalho preventivo
de acidentes no canteiro, mas não fora dele no
que se refere a acidentes de trajeto. Trabalho
desenvolvido pela CPRT/CBIC sobre Acidentes
de Trajeto e apresentado no último mês de maio
durante o 88º Encontro Nacional da Indústria
da Construção (Enic), em Foz do Iguaçu (PR),
demonstra os impactos econômicos e tributários
sobre as empresas do setor da construção civil.
De acordo com o estudo, entre 1999 e 2013, os
acidentes de trabalho típicos registraram cresci-
mento de 2,03% ao ano, enquanto os casos de
doenças de trabalho apresentaram redução média
anual da ordem de 3,17%. Já as ocorrências
classificadas como de trajeto cresceram 8,10%
ao ano. Os dados demonstram que enquanto os
casos de doenças de trabalho promovem uma
queda da média do total de acidentes, os de trajeto
contribuem para elevar as médias e as tendências
de acidentes de trabalho. Mesmo em termos inter-
nacionais o Brasil não pode ser considerado líder
em acidentes de trabalho. A decisão do CNPS,
portanto, é considerada uma vitória da CBIC para
toda a Indústria da Construção pelo alto impacto
que provoca ao setor, que, por meio da sua CPRT,
desenvolveu o trabalho científico sobre o tema. “A
decisão do Conselho da Previdência foi na linha do
que foi apresentado em nosso estudo”, destaca o
presidente da CPRT/CBIC, Roberto Sérgio.
OUTRAS MUDANÇAS
Uma outra modificação no cálculo do fator é a ex-
clusão dos acidentes de trabalho sem concessão
de benefícios, exceto acidentes que resultarem
em óbito, independentemente da concessão de
benefício.
A partir de 2018, o bloqueio de bonificação por
morte ou invalidez continuará valendo. No entanto,
esse bloqueio só valerá durante o ano em que
ocorreu o acidente e os sindicatos não terão mais
a prerrogativa de desbloquear a bonificação.
Os conselheiros também aprovaram a exclusão da
redução de 25% do FAP calculado na faixa malus.
No entanto, haverá uma regra de transição. Em
2018, o desconto será de 15% e, no ano seguinte,
será totalmente extinto. Esse critério havia sido
introduzido para ser aplicado somente no primeiro
ano de vigência do FAP, mas continuava sendo
aplicado até hoje.
O bloqueio de bonificação com base na taxa média
de rotatividade acima de 75% não foi excluído do
cálculo do fator, como havia sido proposto. No en-
tanto, serão usadas somente a rescisão sem justa
causa, inclusive a rescisão antecipada de contrato
a termo; e a rescisão por término de contrato a ter-
mo. Nesse caso, os sindicatos também não terão
mais autonomia para promover o desbloqueio.
Outra alteração acatada pelo colegiado diz res-
peito à regra de desempate das empresas por
Classificação Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE). Atualmente, o critério de desempate con-
sidera a posição média das posições empatadas.
A partir de 2018, será considerada a posição inicial
do empate, sem alterar o número total de estabe-
lecimentos com o cálculo válido.
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SECRETARIA REVISA MODELAGEM PARA QUE EMPRESAS MÉDIAS E PEQUENAS PARTICIPEM DO PROGRAMA DE CONCESSÕESTITULAR DA SECRETARIA DO PROGRAMA DE PARCERIA DE INVESTIMENTOS (PPI), WELLINGTON MOREIRA FRANCO DEFENDEU AMPLIAÇÃO DO MERCADO
O governo federal trabalha para que as médias e pequenas empresas da construção civil participem dos projetos estruturantes de infraestru-tura do país. Essa é a mensagem transmitida pelo secretário-executivo do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) da Presidência da República, Wellington Moreira Franco, durante o seminário Marco Regulatório em Infraestrutura, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) nesta quinta-feira (18/11), em Brasília, com a correalização do SENAI Nacional. “Nós achamos que é necessário trazermos mais players, criar condições não só econômicas e financeiras, para que se gerem oportunidades às médias empresas que querem ter um sentido do retorno do seu tra-balho e a vontade de crescer e enfrentar desafios”,
avisou o secretário. “Estamos todos os secretários aqui para demonstrar a importância que damos a esse encontro”, afirmou Moreira Franco, que levou toda a sua equipe para o evento.
O secretário adiantou que o governo estuda medi-das regulatórias que tragam maior previsibilidade e agilidade aos projetos. Moreira Franco anunciou a inclusão do Ministério do Meio Ambiente no Conselho do PPI e informou que os editais serãopublicados com licenciamento ambiental prévio. “Nós estamos trazendo o Ministério do Meio Ambiente para participar do Conselho do PPI para que nós possamos encaminhar de uma maneira mais adequada a solução dos problemas ambientais que têm causado grandes dificuldades
O ministro Wellington Moreira Franco fala aos empresários durante evento realizado pela CBIC e Senai Nacional
Guilherme Kardel
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e aumentado de maneira significativa os riscos e os custos de várias operações de concessão. Introduzimos também a regra de só autorizar a publicação do edital com a licença ambiental prévia para que dê mais segurança ao processo”, afirmou.
Ele ressaltou que algumas medidas já estão sendo tomadas para que empresas médias participem da formação de consórcios, quando necessário, ou diretamente dos projetos. “Nós estamos fazendo uma mudança muito extensa, muito profunda em todas as práticas que dizem respeito às con-cessões”, explicou o secretário-executivo do PPI, durante o painel “O Programa de Concessões: o papel das construtoras e o Controle eficiente dos empreendimentos”. Segundo ele, mudanças regulatórias foram feitas para ter mais transparên-cia para que seja restaurada a confiança interna e externa do País e também nos procedimentos e práticas nas empresas.
Moreira Franco reafirmou a preocupação do governo com a retomada do desenvolvimento e a geração de empregos no país. A sinalização do secretário convergiu para a expectativa dos empresários da construção civil, que apostam nas modalidades de concessões e PPPs como vetor para a recuperação do setor. “Nós entendemos que é preciso ampliar o leque de empresas que possam participar desse processo e também o uso do instrumento concessão e PPP para as mais variadas atividades, como de saneamento, mobilidade, iluminação, e aterro sanitário”, diz José Carlos Martins, presidente da CBIC.
GOVERNANÇA COMO PRIORIDADE
O seminário Marco Regulatório em Infraestru-tura reuniu cerca de 200 participantes na capital federal, mobilizando lideranças empresariais da área da construção civil, profissionais e empreendedores do setor; assim como represen-
tantes do Poder Executivo, do Legislativo e do Tri-bunal de Contas da União (TCU). Para o presidente da Comissão de Obras Públicas, Privatizações e Concessões (COP) da CBIC, Carlos Eduardo Lima Jorge, o sucesso do programa de concessões e PPPs é crucial para a retomada do desenvolvimen-to econômico e social do país. “Esse é um sucesso que interessa a todos nós, empresários, governo e cidadãos, no suprimento de carências básicas do país e na geração de empregos, tão necessário no momento atual”, afirmou.
Durante o seminário, Moreira Franco destacou outros aspectos das mudanças que estão ocorren-do no âmbito da Secretaria. Citou a mudança de prazo entre a publicação do edital e a realização do leilão. Esses prazos, segundo ele, em alguns casos eram muito curtos, de até 20 ou 25 dias. Agora o prazo mínimo será de 100 dias e em áreas mais complexas, como óleo e gás, poderá ser ainda maior. Ele afirmou também que o governo está fazendo mudanças para dar mais segurança e previsibilidade no processo licitatório.
A modernização da governança no Brasil foi o foco principal da apresentação do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes. Se-gundo ele, “para gerar emprego e distribuir renda é preciso acertar a questão da governança”, prin-cipalmente na construção civil, que tem grande im-
O seminário Marco Regulatório em Infraestrutura reuniu cerca de 200 participantes na capital federal.
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pacto no mercado de trabalho. José Carlos Martins informou que a CBIC tem trabalhado fortemente o tema da governança entre seus associados. Se-gundo ele, esse esforço envolve outros campos, além da aplicação da Lei 8.666 (Lei de Licitações). “Na relação com os investidores é necessário um conhecimento sobre o funcionamento do mercado financeiro, precisamos saber como lidar com o mercado de capitais. Estamos nos preparando para isso”, afirmou.
Para ele, é preciso criar condições para que as empresas recebam o capital que vem de fora e entra como investimento no país. “Se assim não for, seremos meros prestadores de serviços para todo esse povo que vem para cá, e isso não é bom para ninguém, não é bom para o Brasil”. Martins, ao final da sua intervenção no painel, comentou sobre a capacidade empreendedora do empresário brasileiro, que segundo ele “é ávido para que isso aconteça e por muitos anos tentou participar desse processo e agora tem essa oportunidade”.
MELHORIA DO MARCO REGULATÓRIO
A questão da segurança jurídica nos contratos também foi um outro tema que pautou o seminário. Augusto Nardes afirmou que em relação à Fis-calização e Concessões, existem quatro estágios que precisam ser seguidos com cautela maior para que haja segurança jurídica: viabilidade técnica, econômico-financeira e ambiental; o edital e minuta de contrato; a habilitação e julgamento da licitação e finalmente a assinatura do contrato. Essas etapas constam da Instrução Normativa do TCU 27/198 que fazem parte do processo para
“assegurar que o investimento possa acontecer e ter uma consequência na estruturação do país, tanto em relação às rodovias, ferrovias, hidrovias”. Segundo Nardes, muitas vezes o primeiro estágio não está adequado, mas no segundo o TCU dá oportunidade para complementar. Ele ressalta que nos processos de fiscalização das concessões e da regulação que o Tribunal estabelece é necessário levar em conta a análise e a eficiência como pontos centrais da fiscalização do TCU. O Tribunal determina que o processo licitatório da concessão tem que ter a segurança jurídica, tem que avaliar a conformidade, para evitar a repetição de erros no processo. Para o Tribunal de Contas a questão da eficiência e da eficácia é o ponto central em todo o processo. Sobre o aspecto segurança jurídica e da regulação, a CBIC tem mantido diálogo tanto com o setor pú-
O diretor de PPI, Marco Aurélio Barcelos; o advogado Fernan-do Vernalha; e o jornalista Dimmi Amora
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O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes. Abaixo, slide da apresentação de Augusto Nardes (TCU)
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blico quanto internamente. “Temos buscado criar alguma coisa que dê maior segurança jurídica, levando propostas ao governo, porque sabemos que onde existe maior segurança jurídica há maior possibilidade das empresas participarem”, disse o presidente da entidade.
O presidente da CBIC lembrou que do diálogo com o TCU já foi criada uma cartilha que serviu de balizamento para as empresas “e nunca mais o setor da construção foi o mesmo na relação com os órgãos de controle. Acho que aquilo exemplifica muito bem o que estamos fazendo aqui, que é criar um espaço de diálogo e tentar produzir o que é melhor para todos”.
NOVAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS
O diretor do PPI, Marco Aurélio Barcelos, abriu os trabalhos do segundo painel “PPI: propostas para o aperfeiçoamento do Marco Regulatório e para melhoria da segurança jurídica”. Barcelos explicou que está em curso o aperfeiçoamento do marco regulatório e segurança jurídica em projetos de infraestrutura em busca da melhoria do ambiente
de negócios. O diretor explicou que essas trans-formações passam por uma nova abordagem do programa do PPI que preserve a legitimidade, a credibilidade e a viabilidade dos contratos.
Dentro do segundo painel, o sócio-fundador na Vernalha Guimarães e Pereira Advogados, Fernando Vernalha, fez uma apresentação sobre o Aperfeiçoamento do Marco Legal e Regulatório para a Infraestrutura. Vernalha destacou três fatores que prejudicam o desenvolvimento dos projetos de infraestrutura- insuficiência de capacitação técnica e institucional; instabilidade jurídica em contratos de longo prazo, além de limitações do mercado e restrições à financiabilidade de projetos. Esses
O gerente executivo do Banco do Brasil, Otacílio Magalhães; O chefe do Departamento de Transporte e Logística, Cleverson Aroeira; e o O consultor da CBIC na área de Concessões em Infraestrutura, João Gualberto Rocha
Slide da apresentação de Otacílio Magalhães (Bando do Brasil)
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fatores conjugados resultam na desvalorização do PMI e da PPP. O advogado da CBIC sugere como medida o aperfeiçoamento da capacidade técnica e institucional mediante a obrigatoriedade para que as administrações de menor porte este-jam assessoradas por entidades qualificadas nas avaliações técnicas e econômico-financeiras, no âmbito de PMIs.
O terceiro e último painel tratou da Financiabi-
lidade dos projetos de Concessões e PPPs. O
gerente executivo do Banco do Brasil, Otacílio
Magalhães, apresentou os fatores que influenciam
de forma positiva o ambiente de investimentos em
infraestrutura no Brasil, com dados recolhidos da
agência Bloomberg e Valor Econômico mostrando
que o excesso de poupança global, as taxas negati-
vas de remuneração de 25% do PIB Global e a taxa
de retorno ao acionista entre 15% a 20% nos pro-
jetos de infraestrutura no Brasil. Segundo Otacílio
o ambiente de investimentos em infraestrutura no
Brasil resulta em oportunidades de negócios de
R$ 1,66 Trilhão (R$ 446 bilhões em logística e mo-
bilidade urbana; R$ 620 bilhões em saneamento e
urbanização e iluminação pública; R$ 186 bilhões
em energia elétrica e R$ 408 bilhões em óleo e
gás).
O diretor do BB também mostrou a tendência do Funding nos projetos de infraestrutura com foco
no mercado de capitais. Segundo o BB, a variação
entre uma Selic de 14% ao ano e TJLP DE
7,5% dificulta maior participação do mercado de
capitais. Esse modelo que depende da manutenção
de fundings públicos (FAT, Fundos Constitucionais,
FGTS) desperta pouca atratividade do investidor. O
mercado trabalha com a expectativa da convergên-
cia da taxa Selic para níveis em torno de um dígito
em 2018. Por esse novo modelo, a maior parte dos
financiamentos em infraestrutura compatíveis com
as condições do mercado e os fundings públicos
estariam direcionados para projetos com maior
retorno social.
A financiabilidade dos projetos de Concessão e
PPP foi também mostrada pelo BNDES. O chefe
do Departamento de Transporte e Logística,
Cleverson Aroeira, fez uma apresentação didática
sobre todo ciclo do financiamento no Brasil e os
riscos. Cleverson mostrou que um projeto de
investimento cumpre etapas – Planejamento,
Estruturação, Leilão/Outorga, Estruturação
financeira, Implantação e operação. Ao longo do
processo devem ser feitos estudos preliminares
para o contrato de concessão, seguida de consulta
pública, até a aprovação final do TCU.
O consultor da CBIC na área de Concessões em
Infraestrutura, João Gualberto Rocha, pontuou a
sua apresentação nas oportunidades e desafios
para as médias a grandes empresas de construção
no segmento de Concessões e PPPs. Rocha
explicou que há demanda por investimentos em
infraestrutura que contrasta com o esgotamento
do modelo de investimentos públicos. O cenário
de oportunidades coincide com a vocação
natural das construtoras em atuar no segmento
de Concessões e Parcerias. O cenário político
atual limita a atuação das grandes construtoras no
segmento. E as restrições e riscos para as
empresas estrangeiras abrem oportunidades para
as médias empresas nacionais.
Slide da apresentação de Cleverson Aoreira (BNDES)
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17NOVEMBRO
2016
APERFEIÇOAMENTO DO
MARCOREGULATÓRIODAS CONCESSÕES DE INFRAESTRUTURA
RealizaçãoCorrealização
AGRADECEMOS A PRESENÇA DE TODOS OS PARTICIPANTES
ACESSE NOSSAS FOTOS
ACESSE AS APRESENTAÇÕES
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ADOÇÃO DO BIM AVANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL, AVALIAESPECIALISTA CHILENO EM INOVAÇÃOJUAN CARLOS LEÓN CONSIDERA QUE O BRASIL ESTÁ ENTRE OS LÍDERES NO USO DA FER-RAMENTA E ANTEVÊ UMA IMPLEMENTAÇÃO AINDA MAIOR DOS PAÍSES LATINOAMERICANOS
Empresário e especialista em inovação, Juan Carlos León, acompanha a disseminação do Building Information Modeling (BIM) na América Latina e avalia que a ferramenta de gestão de empreendimentos ganha força na região. Para ele, o Brasil assumiu a dianteira nesse processo. León também é o gerente geral da Corporação de Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da Câmara Chilena da Construção (CCHC) e colaborador nos seminários da Federação Internacional da Indústria da Construção (FIIC).
Em entrevista exclusiva ao CBIC Mais, ele aborda as iniciativas governamentais da dis-
seminação do BIM no Chile, cujo governo esta-beleceu que todos os projetos públicos a partir de 2020 devem usar a plataforma, o que tem aumentado o número de usuários que adotaram o sistema em suas empresas.
León salientou, ainda, que o Brasil está na van-guarda do processo de disseminação da ferra-menta entre empresários do setor da construção e que outros países como “o Peru, México, Colômbia e Argentina estão avançando para a criação de seus grupos de trabalho no que diz respeito ao BIM, levando uma série de iniciati-vas setoriais nesta área”. O empresário garante que nos próximos anos veremos um progresso considerável na adoção do BIM como um padrão nos países da região. “É preciso de acordos e normas nacionais e regionais que permita o favorecimento do intercâmbio de informação, da coordenação e de trabalho entres as distintas disciplinas”. Confira a entrevista: CBIC MAIS: Na sua opinião, o apoio do gover-no foi fundamental para a implementação do BIM no Chile? Juan Carlos León: Desde o lançamento do “Pla-no BIM” pelo governo chileno e também a partir do anúncio que estabeleceu que todos os projetos públicos a partir de 2020 precisam estar inseridos no BIM, tem havido um aumento substancial na implementação e uma grande preocupação por parte da indústria em adotar o sistema e suas metodologias.
CM: Qual é o percentual de empresas de construção chilena e latino-americana que já trabalham com o BIM?JCL: Embora não haja estatísticas claras, a mais
“Há um processo de sensibilização e compreensão dos usos e do potencial do BIM por empresas e profissionais”, Juan Carlos León
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recente “Pesquisa Nacional BIM” desenvolvida pela Universidade do Chile indica que 22% dos entrevistados foram classificados como “usuário regular do BIM”, o que nos mostra que ainda há um longo caminho a percorrer. CM: Como o sistema pode melhorar a produ-tividade do projeto BIM? Existem resultados econômicos e/ou ambientais após os resulta-dos de implantação no seu país? Os números têm melhorado?JCL: No Chile ainda não tem um indicador que possa medir o impacto real sobre a produtividade de projetos, mas se contarmos com a mesma pesquisa da Universidade do Chile, a maioria dos entrevistados percebe uma diminuição na redução dos possíveis erros. Com isso, temos uma melhora na qualidade dos projetos e a redução de conflitos, o que pode indicar que existe de fato uma relação entre o uso de BIM com uma série de vantagens relacionadas com a produtividade no setor. Além disso, nós conhecemos a experiência na Inglaterra em termos muito gerais. O que nos foi transmitido é que anteriormente se construía quatro hospitais com um orçamento e hoje se pode desenvolver cinco hospitais com o mesmo orçamento depois da implementação do BIM.
CM: Os países do Norte da Europa e os EUA são os líderes na implementação de BIM. Qual é o estado atual da implementação do BIM na América Latina?JCL: Como no Chile, temos percebido através da Federação Internacional da Indústria da Construção (FIIC) elevada motivação dos países latino-americanos na implementação de BIM. Salientando a formação e experiência do Brasil como um país líder na região, devemos mencionar também que Peru, México, Colômbia e Argentina estão avançando para a criação de seus grupos de trabalho no que diz respeito ao BIM, levando uma série de iniciativas setoriais nesta área.
Certamente nos próximos anos veremos um pro-gresso considerável na adoção do BIM como um padrão de trabalho nos países da região.
CM: O que precisamos para alcançar um eleva-do nível de implementação de BIM como nos Estados Unidos ou na União Europeia?JCL: Existem várias condições que devem ser desenvolvidas. Sem dúvida, há um processo de sensibilização e compreensão dos usos e do potencial do BIM por empresas e profissionais. Incrivelmente, ainda há um desconhecimento sobre a existência do BIM ou se tem apenas uma ideia precária do que é a plataforma. Depois disso, é muito importante para gerar espaços de formação de novos e antigos profissionais, entendendo que é uma concorrência que deve ser desenvolvida em todas as especialidades. É preciso de acordos e normas nacionais e region-ais que permita o favorecimento do intercâmbio de informação, da coordenação e de trabalho entres as distintas disciplinas. Em outras palavras, pre-cisamos aprender como os países que estão na dianteira desse processo, mas também ir tomando várias ações que favoreçam o desenvolvimento de forma adequada a nossa realidade. CM: Para a implementação definitiva do BIM é fundamental a disseminação entre os empresários. Como vocês fazem no Chile?JCL: No caso chileno, posso salientar que tem sido muito importante para gerar um interesse amplo e mais participativo em eventos como é o BIM Fórum Chile (evento realizado pela CCHC), em que toda a indústria, incluindo setores públi-co e privado, podem trabalhar sobre os vários desafios da implementação de BIM e, simultanea-mente, tornar-se um ponto de encontro de troca de experiências entre as empresas. Estamos preocu-pados em gerar uma discussão e desenvolvimento do BIM, o que certamente será um desafio em que deveremos seguir avançando nos próximos anos.
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“O FUTURO DA MINHA CIDADE” CONQUISTA NOVOS APAIXONADOS E LEVA SOCIEDADE BRASILIENSE A PENSAR O QUE QUER DA CIDADE E ENTORNO EM 2035
Esquerda para direita: O diretor-executivo da Open Knowledge Brasil e um dos criadores do Programa Cidades Sustentáveis, Ariel Kogan ; o ex-prefeito de Maringá Silvio Barros; o presidente da CBIC, José Carlos Martins; e o presidente do Sinduscon-DF Luiz Carlos Botelho; presidente do CODESE e também presidente da Ademi-GO, Renato de Sousa Correia
Guilherme Kardel
Na noite dessa quinta-feira (17/11) foi a vez dos apaixonados pela capital do País conhecerem a proposta do projeto “O Futuro da Minha Cidade” e refletirem sobre o que querem de Brasília e seu entorno em 2035. De iniciativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), com a correalização do SESI Nacional e patrocínio da Caixa Econômica Federal, o projeto, desenvolvido desde 2012, já passou por 16 cidades brasileiras e tem como principal objetivo mobilizar a sociedade local a ser protagonista e não refém das mudanças futuras em suas comunidades, criando soluções para a sustentabilidade urbana, nos moldes do modelo da cidade de Maringá, no Paraná, referên-cia nacional em educação, saúde e serviços públicos municipais. “Nós somos construtores das cidades. É nossa obrigação. É nosso desejo con-tribuir para a melhoria delas”, justifica José Carlos Martins, presidente da CBIC, que participou ontem (17/11), na sede do Sinduscon-DF, em Brasília, do
lançamento do projeto na cidade. Com apenas 56 anos, Brasília e seu entorno mudaram muito. “Te-mos que devolver Brasília aos brasilienses. Apesar de estar carregando uma imagem errada, é uma cidade maravilhosa. Temos que resgatar isso”, reforçou Martins.
Provocar as lideranças comunitárias e empresariais, representantes de associações de classe, instituições de ensino superior, organizações não-governamentais, formadores de opinião e moradores de Brasília a refletirem sobre as consequências de um eventual crescimento desordenado na cidade pelas próximas décadas a fim de sensibilizá-los, mostrando que é necessário uma parceria entre a sociedade e o governo local, em busca da qualidade de vida da população, foi o principal objetivo do encontro, realizado pelo Sinduscon-DF, com apoio da Ademi-DF e da Asbraco. O ex-prefeito de Maringá Silvio Barros
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Os palestrantes do Futuro da Minha Cidade: Renato de Sousa Correia, Ariel Kogan e Silvio Barros
Guilherme Kardel
lançou reflexões relacionadas a como estará Brasília em 2035 em questões referentes a em-prego, segurança, saúde e qualidade de vida da população para, em seguida, apresentar as ações desenvolvidas pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (CODEM), criado com a finalidade de propor e executar políticas de desen-volvimento econômico, social e planejamento urbano na região.
O CODEM é um exemplo de que é possível uma parceria entre a sociedade e o governo local que assegure tanto o crescimento econômico da cidade quanto a melhoria da qualidade de vida das pessoas. “Política é o agente transformador da sociedade, ache você bom ou ruim, e você é responsável por ela ser boa ou ruim. O que tem que ser discutido é a sua responsabilidade”, defen-deu Barros. O caminho para isso, segundo ele, é a criação de um conselho da sociedade organizada que atue no planejamento urbano de sua cidade.
Em Maringá, a sociedade civil organizada se apoderou da sua cidade. “Hoje, o CODEM auxilia o Legislativo na fiscalização e apoia o planejamento de longo prazo e principalmente a continuidade dos projetos”, reforçou Martins. Fundada em 1947,
Maringá, que tem mais de 350 mil habitantes, é um case de sucesso, com um dos melhores indi-cadores de desempenho. A cidade, com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 0,8 (23º do Bra-sil), ocupa o terceiro lugar do País em saneamento básico, o quinto no combate à mortalidade infantil, o 13º em geração de empregos e o 15º em ex-portação. Para alcançar esses números, a cidade passou por um processo de amadurecimento e organização da sociedade civil organizada na dé-cada de 90 que foi fundamental para sua história de sucesso.
O futuro das cidades, segundo Silvio Barros, depende dos cidadãos, mas para isso é preciso planejar. Ainda segundo ele, para que haja equilíbrio entre as forças de Governo, Setor Produ-tivo e Sociedade Organizada é preciso harmonia e atuações igualitárias, para que a responsabilidade são seja somente de uma parte interessada. Foi o que fez a sociedade organizada do município, com o Movimento Repensando Maringá, em 1994, e a criação do CODEM, em 1996, que reescreveu a história da cidade com o Maringá 2020, proposta entregue aos candidatos a prefeito. “Em 1996, o projeto de planejamento vacinou a cidade. Independentemente de quem ganhasse,
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Os apaixonados por Brasília são provocados pelo ex-prefeito de Maringá, Silvio Barros
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ele tinha o compromisso com os maringaenses”, destaca Barros. Um dos resultados da boa gestão pública em Maringá foi indicado no estudo socio-econômico sobre toda a região metropolitana que revelou economia de 9 milhões de reais, refletindo na economia e na capacidade de investimento da prefeitura. “Maringá de 2047 já está em planeja-mento para comemorar os seus 100 anos, com estudo financiado pela sociedade para fazer com que a cidade funcione como a sociedade quer”, mencionou Barros.
GOIÂNIA AVANÇA NO PROJETO
A capital goianiense já demonstra bons avanços no projeto “O Futuro da Minha Cidade”, após a implantação, em 2015, do seu Conselho de Desenvolvimento Sustentável e Estratégico (CODESE), cuja principal função é planejar, formu-lar e fazer executar as políticas de desenvolvimento econômico da cidade. De acordo com o presidente do CODESE e também presidente da Ademi-GO, Renato de Sousa Correia, o objetivo do projeto em Goiânia é elevar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da 45ª posição para a 10ª. Para atingir essa meta, o Conselho desenvolveu diretriz-es e macro projetos que foram apresentados aos candidatos a prefeitos da última eleição, bem como ao governador do Estado, Marconi Perillo, e aos vereadores da cidade, por meio do “Goiânia 2033 – O Centenário”. Foram instituídas onze câmaras técnicas, alinhadas com a vocação da cidade e desenvolvidos quatro projetos: Econômico, com apoio da Tendências Consultoria; um de Gestão
Pública, com apoio da Comunitas; Desenvolvimen-to Humano, com apoio do Sebrae, e o Urbanístico, com o apoio de especialistas goianos. “Mais de 40 entidades integram o CODESE. Uma união jamais vista”, destacou Correia, reforçando a importância do projeto na cidade.
O diretor-executivo da Open Knowledge Brasil e um dos criadores do Programa Cidades Sus-tentáveis, Ariel Kogan, destacou que, quando se pensa no futuro das cidades, há diversos desafios como relacionados à privacidade, apropriação de espaços públicos e conexão nos locais. “Este projeto da CBIC apresenta um caminho concreto para pensarmos e construirmos uma governança urbana mais alinhada com os principais desafios do século XXI”, avaliou Kogan, parabenizando a entidade por levar um novo modelo de pensar as cidades. “Não tem iniciativa como essa no Brasil e na América Latina, principalmente do ponto de vista governamental”, destacou.
Como resultado, durante o evento já foram identifi-cados parceiros potenciais para o desenvolvimento do programa em Brasília. O desafio à sociedade de Brasília foi lançado e o presidente do Sindus-con-DF, Luiz Carlos Botelho Ferreira, já convidou os presentes a aceitá-lo. “O planejamento da cidade não se faz sem uma concepção de futuro, de ações de longo prazo. A condição não decorre de espontaneidade, mas de trabalho”, reforçou. Para ele, torna-se necessária a união dos diver-sos setores da sociedade. “Haverá crescimento e desenvolvimento, se cada um dos segmentos avaliarem como estamos e onde queremos che-gar”, ressaltou. O evento também contou com a presença dos vice-presidentes Administrativo e Financeiro da CBIC, Adalberto Cleber Valadão e Elson Ribeiro e Póvoa, respectivamente, além dos presidentes da Ademi-DF, Paulo Muniz; da Asbra-co, Afonso Assad, e da Agência Reguladora de Águas, Energia, e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), Paulo Salles.
Clique aqui para acessar as fotos do evento de lançamento do projeto O Futuro da Minha Cidade, em Brasília.
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A PEC É UM ANTIBIÓTICO
GIL CASTELLO BRANCO é economista e fundador da organização não-governamental Asso-ciação Contas Abertas ([email protected])
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, em
recente palestra em Brasília afirmou: “A responsabilidade fiscal é
fundamento das economias saudáveis e não tem ideologia”. De
fato, diversos países com diferentes regimes políticos adotaram
regras fiscais baseadas na contenção das despesas do setor
público, com resultados positivos.
No Brasil, entretanto, a responsabilidade fiscal é discutida como
uma questão política. Nos últimos anos, a intenção de conter o
avanço exponencial das despesas surgiu com os ex-ministros
Antônio Palocci e Paulo Bernardo, quando a Casa Civil era ocu-
pada por Dilma Rousseff. À época, Palocci sustentava que o gasto
público não deveria subir mais do que o crescimento do PIB e
que o ideal seria a obtenção de superávit fiscal de 4,5% por dez
anos. A ex-ministra Dilma Rousseff, contudo, desqualificou a proposta, classificando-a de “rudimentar”. E
acrescentou: “Gasto público é vida”. No ano passado, o assunto voltou à baila. O então ministro Nelson
Barbosa propôs estabelecer limite percentual para as despesas no Plano Plurianual (PPA), que seria
convertido em um valor máximo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Uma vez mais, porém, a ideia
não teve consenso, tanto na cúpula como nas bases do Partido dos Trabalhadores e seus aliados.
No nosso país, lamentavelmente, os “partidos de esquerda” consideram a responsabilidade fiscal parte
do ideário neoliberal. Para este segmento, trata-se apenas de um discurso com fundamentos econômicos
falsos, construído para favorecer os detentores da dívida pública e os integrantes da “elite gananciosa”
interessados em aumentar os seus rendimentos. Infelizmente, é nesse ambiente de Fla x Flu que a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria teto para os gastos vem sendo discutida.
O contexto econômico, é trágico. Entre 2008 e 2015, a despesa do governo federal cresceu 51% acima
da inflação, enquanto a receita evoluiu apenas 14,6%. Essa defasagem foi financiada por meio de au-
mento de impostos, crescimento da dívida pública e aceleração da taxa de inflação. Essas fontes, porém,
se esgotaram. Entre os países emergentes, o Brasil tem a maior carga tributária (35% do PIB), a maior
relação entre a dívida pública e o PIB (70,7%) e uma das maiores taxas de inflação (11% em 2015).
Nesse cenário, perdemos o grau de investimento e caminhamos para o calote.
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A PEC tem por objetivo interromper essa dinâmica. Pela norma, respeitado o teto, determinadas des-
pesas poderão subir mais do que a inflação, desde que outras cresçam menos. A questão crucial será
definir quais serão as despesas que passarão a crescer menos do que vinham crescendo anteriormente.
É óbvio que a PEC só terá eficácia se valer para as grandes “funções orçamentárias” que são Saúde,
Educação, Trabalho, Assistência e Previdência Social, as quais somam três quartos da despesa primária.
Esses segmentos, entretanto, possuem fortes grupos de pressão organizados.
As mobilizações estão em curso. Em Brasília, no caminho do aeroporto, foi fincado enorme outdoor com
os dizeres “Diga não à Reforma da Previdência”. Quase mil escolas foram invadidas por estudantes. Em
pelo menos 15 estados, estão ocorrendo manifestações frequentes contra a proposta. Para completar,
funcionários públicos de dezenas de categorias, que já possuem estabilidade no emprego e salários
maiores do que os da iniciativa privada, reivindicam aumentos reais, antecipando-se à correção apenas
nominal das suas remunerações.
Se essas manifestações corporativas forem recepcionadas, os investimentos, já tão minguados, serão
uma das poucas válvulas de escape para a perseguição do teto. Vale ressaltar que em 2016, no período
de janeiro a outubro, os investimentos da União somaram apenas R$ 31,5 bilhões, um dos menores
valores dos últimos dez anos.
A implantação da PEC é essencial para restabelecer a confiança dos agentes econômicos no reequilíbrio
das contas públicas brasileiras. Por outro lado, a emenda, por si só, não será suficiente para promover
a retomada dos investimentos e o reaquecimento da economia, de forma a ampliar a arrecadação e
favorecer o equilíbrio fiscal. Sem mudanças radicais na Previdência, a PEC será inócua. Além disso,
em se considerando a penúria do Estado, as privatizações, o aperfeiçoamento da modelagem e a maior
celeridade nos projetos de concessões, outorgas e parcerias público-privadas (PPP) precisam vingar.
O déficit do setor público consolidado (governo central, estados, municípios e estatais) para este ano está
previsto em R$ 153,9 bilhões, mesmo com os R$ 50 bilhões da repatriação. A dívida bruta ultrapassou
R$ 4 trilhões. Nos estados, receber salários em dia é um privilégio. Quase 80% dos municípios estão com
as contas no vermelho. As empresas estatais, com os investimentos em queda, estão implementando
programas de demissões voluntárias e podem necessitar de aportes da União.
É neste contexto que a contenção de gastos deve ser discutida. A PEC não é um vinho para ser degustado
com prazer. A PEC é um antibiótico, com largo espectro e efeitos colaterais, indispensável no momento
para tirar a economia da UTI. A irresponsabilidade fiscal também não tem ideologia, mas tem limites.
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AGENDA
24 a 26 de Maio de 201789° ENCONTRO NACIONAL DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO (ENIC) - BRASÍLIAInscrições abertas: www.cbic.org.br/enic
06 de Dezembro ÉTICA E COMPLIANCE PARA UMA GESTÃO EFICAZLocal: Porto Alegre - RS
28 de NovembroSEMINÁRIO “COMO DINAMIZAR O SETOR DE INFRAESTRUTURA Local: Hotel Renaissance, Alameda Santos, 2.233, Cerqueira César - São Paulo – SPHorário: 08h às 13h30
14 de DezembroSOLENIDADE DE ENTREGA DO PRÊMIO CBIC DE INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADELocal: Brasília-DF
Até 22 de NovembroPRAZO PRORROGADO: 69ª SONDAGEM NACIONAL DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
28 de NovembroÉTICA E COMPLIANCE PARA UMA GESTÃO EFICAZLocal: São Luís - MA
% de outubro/16
comparado a setembro/16
% de outubro/16
comparado a outubro/15
Acumulado no ano
Acumulado 12 meses (móvel)
Faturamento deflacionado 8,6% -8,4% -12,1% -13,2%
DescriçãoOutubro
(1.000 ton) Variação %Janeiro-outubro
(1.000 ton.) Var. %2015 2016 2015 2016
Venda mercado interno
5.654 4.630 -18,1 55.339 47.936 -13,4
Faturamento deflacionado das indústrias de materiais de construção
Faturamento deflacionado das indústrias de materiais de construção
Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).
Fonte: Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).