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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO LUIS RICARDO ANDRADE DA SILVA ACESSO LIVRE À INFORMAÇÃO NA ÁREA DE GEOCIÊNCIAS: o estudo da Biblioteca Digital da CPRM - Serviço Geológico do Brasil Salvador 2010 PDF Created with deskPDF PDF Writer - Trial :: http://www.docudesk.com

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Trata-se do estudo de caso da biblioteca de documentos digitais da CPRM – Serviço Geológico do Brasil, denominada Acesso Livre, que foi criada para preservar e tornar disponível, em acesso livre e gratuito na internet, os documentos produzidos durante os 40 anos de existência dessa instituição. Sabendo da riqueza do conhecimento produzido pela CPRM para o desenvolvimento sustentável do país, e os avanços que esta biblioteca digital poderá causar à comunidade de usuários ao facilitar novas pesquisas e estudos sobre o setor de recursos minerais e tecnologia mineral brasileira, buscou-se, através de uma pesquisa exploratória, um referencial teórico sobre os principais aspectos sociais que envolvem as bibliotecas digitais, as informações geocientíficas e o Movimento de Acesso Livre à Informação. O universo de pesquisa foi a empresa CPRM, e como amostra os bibliotecários responsáveis pela biblioteca digital Acesso Livre na Rede de Bibliotecas da CPRM, com o objetivo de entender se esse profissional tem competências para exercer a função de mediador da informação no universo dos documentos digitais. No decorrer da pesquisa foram identificados outros tópicos que o bibliotecário responsável por uma biblioteca digital deve conhecer para implantar e manter serviços de qualidade, com as novas tecnologias, uma qualificação profissional constante e, ainda, o desenvolvimento de outras competências que envolvem a mediação da informação no espaço digital. Os resultados mostraram que os bibliotecários responsáveis pela disseminação dos conteúdos da biblioteca digital Acesso Livre estão encontrando dificuldades para orientar os usuários sobre como utilizar as coleções digitais devido à falta de treinamento, arquitetura das informações disponibilizadas e a gestão da biblioteca ainda estar voltada apenas para a preservação dos documentos.

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Page 1: Acesso Livre à Informação na área de Geociências: o estudo da biblioteca digital da CPRM - Serviço Geológico do Brasil

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

CURSO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO

LUIS RICARDO ANDRADE DA SILVA

ACESSO LIVRE À INFORMAÇÃO NA ÁREA DE GEOCIÊNCIAS:

o estudo da Biblioteca Digital da CPRM - Serviço Geológico do Brasil

Salvador 2010

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Page 2: Acesso Livre à Informação na área de Geociências: o estudo da biblioteca digital da CPRM - Serviço Geológico do Brasil

LUIS RICARDO ANDRADE DA SILVA

ACESSO LIVRE À INFORMAÇÃO NA ÁREA DE GEOCIÊNCIAS:

o estudo da Biblioteca Digital da CPRM - Serviço Geológico do Brasil

Monografia apresentada ao curso de graduação em Biblioteconomia e Documentação, no Instituto de Ciência da Informação, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Biblioteconomia e Documentação.

Orientadora: Profª. Ms. Maria Dulce Paradella Matos de Oliveira

Salvador 2010

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S586a Silva, Luis Ricardo Andrade da Acesso Livre à Informação na área de Geociências : o estudo da

Biblioteca Digital da CPRM - Serviço Geológico do Brasil / Luis Ricardo Andrade da Silva. -- Salvador, 2010.

76f. : il., color. ; 30cm.

Orientadora: Profª. Ms. Maria Dulce Paradella Matos de Oliveira Monografia (Graduação em Biblioteconomia e Documentação)–

Instituto de Ciência da Informação. Universidade Federal da Bahia, 2010.

1. Biblioteca digital. 2. Acesso livre. 3. Informação geocientífica. 4. Mediação da informação. 5. CPRM - Serviço Geológico do Brasil I. Título.

CDD 025.4 CDU 025:007.5

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LUIS RICARDO ANDRADE DA SILVA

ACESSO LIVRE À INFORMAÇÃO NA ÁREA DE GEOCIÊNCIAS:

o estudo da Biblioteca Digital da CPRM - Serviço Geológico do Brasil

Monografia apresentada ao curso de graduação em Biblioteconomia e Documentação, no Instituto de Ciência da Informação, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Biblioteconomia e Documentação.

Aprovado em 14 de julho de 2010

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________________________ Maria Dulce Paradella Matos de Oliveira Mestre em Ciência da Informação, Universidade Federal da Bahia, Brasil Prof ª do Instituto de Ciência da Informação, Universidade Federal da Bahia, Brasil Membro Interno (Orientadora)

__________________________________________________Henriette Ferreira Gomes Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia, Brasil Prof ª do Instituto de Ciência da Informação, Universidade Federal da Bahia, Brasil (Membro Interno)

__________________________________________________Hildenise Ferreira Novo Mestre em Ciência da Informação pela UFF/IBICT, BrasilProf ª do Instituto de Ciência da Informação, Universidade Federal da Bahia, Brasil (Membro Interno)

Salvador 2010

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À

Rose minha querida mãe.

Renata, minha maninha.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me fortalecido e me dado inspiração para vencer todas as

batalhas, ajudando-me em todos os momentos que precisei, quando me senti fraco Ele me

ergueu, quando me senti forte demais Ele me ensinou a ser humilde, e não se esqueceu em

nenhum momento de mim. Não tenho palavras para agradecer por tudo o que Senhor já fez,

faz, e ainda há de fazer na minha vida.

À minha mãe que sempre me incentivou a ser uma pessoa melhor, educando-me e

mostrando-me que as vitórias só são possíveis depois das batalhas. Amo-te mãe, você é meu

maior exemplo.

À minha irmã que sempre foi meu orgulho, e que sempre me acompanhou nesta

jornada com amizade, amor e carinho.

Ao meu pai José Luis, às minhas avós Josefa e Judite, e ao meu irmão André.

Aos meus primos Jonas, Lucilia, Humberto, Fábio, Eduardo, André, Damares, Cátia, e

a todos familiares que me acompanharam neste percurso, principalmente minhas queridas tias

Creuza, Cecília, Rosilda e Maria Luiza.

Aos meus professores do Instituto de Ciência da Informação – ICI, principalmente a

minha orientadora Maria Dulce Paradella por ter me acompanhado com paciência até este

momento.

Agradeço também aos meus colegas de profissão Jaqueline Machado, Kátia Abrel,

Emile Lantyer, Suzana Ferreira, Ilvania Oliveira Silva, Rita Araújo, Fábio Gomes, Joselita

Maia, Eliene Argollo, Nelza Farias, Andersom Rocha, Sidnei Silva, Luis Carlos e Raquel

Santos Oliveira que me deram oportunidades de crescer na profissão, devo muito a vocês.

Á todos os colegas ingressos no semestre 2006.1 no curso de Biblioteconomia e

Documentação que de alguma maneira contribuíram para a minha formação profissional.

Aos meus colegas da Residência Universitária 1 da UFBA que conviveram comigo

nestes últimos 4 anos (2006-2010).

Aos meus irmãos em Cristo Jesus da Igreja Batista Boas Novas, Igreja Batista Sião, e

a todos os meus irmãos mais que especial do NERU; com certeza Deus escutou nossas

orações.

Em especial agradeço as bibliotecárias Isabel Matos e Gisélia Maria, e aos demais

colaboradores da CPRM – Serviço Geológico do Brasil, Superintendência Regional Salvador.

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Page 7: Acesso Livre à Informação na área de Geociências: o estudo da biblioteca digital da CPRM - Serviço Geológico do Brasil

Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus!

Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!

Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem se fez seu conselheiro?

Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?

Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.

Carta de Paulo aos Romanos,

cap. 11, versos de 33 a 36.

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RESUMO

Trata-se do estudo de caso da biblioteca de documentos digitais da CPRM - Serviço Geológico do Brasil, denominada Acesso Livre, que foi criada para preservar e tornar disponível, em acesso livre e gratuito na internet, os documentos produzidos durante os 40 anos de existência dessa instituição. Sabendo da riqueza do conhecimento produzido pela CPRM para o desenvolvimento sustentável do país, e os avanços que esta biblioteca digital poderá causar à comunidade de usuários ao facilitar novas pesquisas e estudos sobre o setor de recursos minerais e tecnologia mineral brasileira, buscou-se, através de uma pesquisa exploratória, um referencial teórico sobre os principais aspectos sociais que envolvem as bibliotecas digitais, as informações geocientíficas e o Movimento de Acesso Livre à Informação. O universo de pesquisa foi a empresa CPRM, e como amostra os bibliotecários responsáveis pela biblioteca digital Acesso Livre na Rede de Bibliotecas da CPRM, com o objetivo de entender se esse profissional tem competências para exercer a função de mediador da informação no universo dos documentos digitais. No decorrer da pesquisa foram identificados outros tópicos que o bibliotecário responsável por uma biblioteca digital deve conhecer para implantar e manter serviços de qualidade, com as novas tecnologias, uma qualificação profissional constante e, ainda, o desenvolvimento de outras competências que envolvem a mediação da informação no espaço digital. Os resultados mostraram que os bibliotecários responsáveis pela disseminação dos conteúdos da biblioteca digital Acesso Livre estão encontrando dificuldades para orientar os usuários sobre como utilizar as coleções digitais devido à falta de treinamento, arquitetura das informações disponibilizadas e a gestão da biblioteca ainda estar voltada apenas para a preservação dos documentos.

Palavras-chave: Biblioteca digital. Acesso livre. Mediação da Informação. Informações geocientíficas. CPRM - Serviço Geológico do Brasil.

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ABSTRACT

The case study focused the digital library of CPRM – Brazil Geological Survey, named Open Access, which was created to preserve and make available on the internet, on a free access basis, the documents produced during the 40 years of CPRM existence. Given the wealth of knowledge produced by CPRM for the sustainable development of the country, and the benefits brought by its digital library to the user community, in facilitating further research and studies on the mineral resources and mineral technology in Brazil, it was sought a theoretical framework, through an exploratory research, on key social issues surrounding digital libraries, geological information and the Free Access to Information Movement. The research base was the CPRM company and the sample were the librarians responsible for the CPRM Open Access Network of Libraries, in order to understand whether these professionals are empowered to act as mediators of information in the universe of digital documents. During the research, new topics that the librarian responsible for a digital library must know, in order to deploy and maintain quality services, were identified, as new technologies, the need of a continuous qualification and the development of skills involved in the mediation of information in the digital space The results showed that librarians responsible for the dissemination of the contents of the Open Access digital library are finding it difficult to guide users on how to use digital collections, due to lack of training, poor information architecture and a library management still directed to the preservation of documents.

Keywords: Digital Library. Open Access. Information mediation. Geological information. CPRM - Geological Survey of Brazil.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Mediação da informação no espaço da Biblioteca Digital 26

Quadro 1 Tarefas e conhecimentos necessários das cinco áreas essências (core

areas)

28

Quadro 2 Componentes necessários para o funcionamento de uma biblioteca

digital

33

Quadro 3 Rede de Bibliotecas da CPRM 49

Quadro 4 Número de questionários respondidos por biblioteca da Rede CPRM 50

Quadro 5 Fases do Projeto de implantação da Biblioteca Digital Acesso Livre 52

Gráfico 1 Acesso e Uso da Biblioteca Digital: Questionário 2 – Nível de

dificuldade do bibliotecário ao utilizar a biblioteca digital Acesso Livre

54

Gráfico 2 Arquitetura e Usabilidade da Biblioteca Digital – Questão 3 – Principais

dificuldades encontradas na busca e recuperação de documentos na

biblioteca digital Acesso livre

55

Gráfico 3 Divulgação da biblioteca Digital: Questão 6 – Como os bibliotecários

ficaram sabendo da existência da biblioteca digital Acesso Livre?

56

Gráfico 4 Participação na Organização da Biblioteca: Questão 7 – A sua

biblioteca regional participou da organização da biblioteca digital

Acesso Livre?

57

Gráfico 5 Mediação da informação pelo bibliotecário na Biblioteca Digital:

Questão 10

58

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LISTA DE SIGLAS

BD Biblioteca Digital

BDTD Biblioteca Digital de Teses e Dissertações

BSD Berkeley Software Distribution

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CIM Carta Internacional do Mundo ou Carta do Mundo ao Milionésimo

CCD Charged Coupled Device

CD-ROM Compact Disc Read-Only Memory

CPRM Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais

COMUT Programa de Comutação Bibliográfica

DLF Digital Library Federation

DVD Digital Video Disc

FACESM Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas

FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz

GLP General Public License

GEOBANK Banco de Dados de Informação Geocientífica

HTML Hypertext Markup Language

IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

IP Internet Protocol

MARC Machine Readable Cataloging

MCT Ministério da Ciência e Tecnologia

MME Ministério de Minas e Energia

NTIs Novas Tecnologias de Informação

OAI Open Archives Initiative

ODLIS Online Dictionary For Library And Information Science

PC Personal Computer

Petrobras Petróleo Brasileiro S/A

PPI Plano Piloto de Investimento do Governo Federal

W3C World Wide Web Consortium

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WWW World Wide Web

RADAR Radio Detection And Ranging

Residência FO Residência Fortaleza

Residência PV Residência Porto Velho

Residência TE Residência Teresina

SGB Serviço Geológico do Brasil

SIAGAS Sistema de Informações de Águas Subterrâneas

SIG Sistema de Informação Geográfica

SUREG BE Superintendência Regional - Belém

SUREG BH Superintendência Regional - Belo Horizonte

SUREG GO Superintendência Regional - Goiânia

SUREG MA Superintendência Regional - Manaus

SUREG PA Superintendência Regional - Pará

SUREG RE Superintendência Regional - Recife

SUREG SA Superintendência Regional - Salvador

SUREG SP Superintendência Regional - São Paulo

XML eXtensible Markup Language

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

2 BIBLIOTECA DIGITAL: ALGUMAS VISÕES 16

2.1 AS BIBLIOTECAS E A REALIDADE DIGITAL 17

2.2 DEFINIÇÔES PARA A BIBLIOTECA DIGITAL: UMA CONCORDÂNCIA

COMPLEXA

19

2.3 O USUÁRIO DA BIBLIOTECA DIGITAL 21

2.4 O BIBLIOTECÁRIO NA GESTÃO DE UMA BIBLIOTECA DIGITAL DE

GEOCIÊNCIAS

23

2.5 ASPECTOS IMPORTANTES NA CONSTRUÇÃO DE UMA BIBLIOTECA

DIGITAL DE ACESSO LIVRE

30

3 MOVIMENTO DE ACESSO LIVRE À INFORMAÇÂO CIENTÍFICA 37

4 CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL: INFORMAÇÕES GEOCIENTÍFICAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

41

4.1 HISTÓRIA E MISSÃO 41

4.2 PROGRAMAS DESENVOLVIDOS PELA CPRM 42

4.3 ACESSO LIVRE: A BIBLIOTECA DIGITAL DA CPRM 44

5 METODOLOGIA 46

5.1 PROBLEMA 46

5.2 HIPÓTESE 47

5.3 MÉTODOS E TÉCNICAS 47

5.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 48

5.5 UNIVERSO E AMOSTRA 49

5.5.1 Rede de Bibliotecas da CPRM – Serviço Geológico do Brasil 49

6 ANALISE DOS DADOS 51

6.1 GESTÃO DESENVOLVIDA NA BIBLIOTECA DIGITAL ACESSO LIVRE 51

6.2 COMPETÊNCIA DO BIBLIOTECÁRIO PARA MEDIAÇÃO DA

INFORMAÇÃO NA BIBLIOTECA DIGITAL

53

7 CONSIDERAÇÔES FINAIS 60

REFERÊNCIAS 62

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APÊNDICES 66

APÊNDICE A – Questionário aplicado ao bibliotecário gerente da Rede de

Bibliotecas da CPRM

67

APÊNDICE B – Carta de apresentação da pesquisa e questionário aplicado aos

bibliotecários da Rede de Bibliotecas da CPRM

68

APÊNDICE C – Termo de consentimento e esclarecimento para realização da

pesquisa

71

ANEXOS 72

ANEXO A – Movimentos em favor do acesso livre 73

ANEXO B – Página inicial de busca na Biblioteca Digital Acesso Livre 75

ANEXO C – Página inicial do sitio da CPRM - Serviço Geológico do Brasil 76

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1 INTRODUÇÃO

Entender a complexidade dos documentos digitais na sociedade da informação é um

desafio constante no qual o profissional bibliotecário participa direta ou indiretamente deste

contexto, sendo ele o responsável pela disseminação e mediação da informação também no

universo das redes e sistemas de informação na internet.

A Biblioteca Digital (BD) é um desses espaços onde a informação pode ser organizada

pelo bibliotecário para que seus documentos sejam disponíveis em acesso livre a todos que de

alguma maneira necessitam dessas informações.

Reconhecendo a existência de diversas barreiras sociais, políticas e tecnológicas que

dificultam o acesso e uso a informação produzida, a biblioteca digital e o bibliotecário são

essenciais no intuito de promover a consciência dos aspectos que envolvem a construção, o

acesso e o uso da informação na sociedade, principalmente neste momento (Séc. XXI), em

que o valor do conhecimento é fator decisivo para o desenvolvimento social e econômico das

nações.

Procurando entender um recorte desta realidade, procurou-se analisar aqui a biblioteca

de documentos digitais da CPRM- Serviço Geológico do Brasil, denominada de Acesso Livre.

A CPRM é um órgão de caráter público que, pensando na preservação e na divulgação

das informações geocientíficas produzidas por seus pesquisadores nos seus 40 anos de

existência, planejou a implantação de uma biblioteca digital na qual fosse possível o acesso e

uso gratuito de sua documentação técnica e cientifica através da internet, tanto para o seu

público interno quanto para o público externo a essa organização.

Neste momento podemos adiantar que a comunidade de usuários atendida pela BD

Acesso Livre aqui em questão, abrange: pesquisadores, professores, estudantes e técnicos da

área de Geociências, e ainda profissionais de outras áreas correlatas à promoção e

desenvolvimento de estudos e pesquisas em Recursos Minerais e Tecnologia Mineral.

O estudo desenvolvido objetiva entender como os bibliotecários da Rede de

bibliotecas da CPRM responsáveis pela mediação e disseminação dos conteúdos da biblioteca

digital Acesso Livre estão trabalhando para orientar os seus usuários na utilização das

coleções digitais disponíveis nesta biblioteca.

É interessante mencionar desde já que a pesquisa realizada foi desenvolvida também

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Page 16: Acesso Livre à Informação na área de Geociências: o estudo da biblioteca digital da CPRM - Serviço Geológico do Brasil

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para divulgar a comunidade cientifica e profissional, tanto das áreas de Geociências, quanto

na área de Ciência da Informação e Biblioteconomia, a riqueza informacional disposta na

biblioteca digital Acesso Livre e ainda revocar a necessidade e importância da disseminação

dessas coleções digitais para o desenvolvimento sustentável do país.

Entendendo-se as mais diversas áreas do conhecimento que envolve a temática

analisada, procurou-se instruir o leitor através de um referencial teórico, primeiramente sobre

a concepção dos aspectos que envolvem a Biblioteca Digital: os seus diversos conceitos; os

seus usuários; a sua estrutura administrativa e principalmente o bibliotecário como gestor de

uma biblioteca especifica na área de Geociências, além de outros aspectos importantes na

construção de uma biblioteca digital, que podem ser conferidos nos tópicos do capitulo 2.

No capitulo 3 comenta-se alguns tópicos referentes ao Movimento de Acesso livre à

informação. Nos capítulos 4 viram-se os seguintes temas: a CPRM - Serviço Geológico do

Brasil como órgão responsável pela disseminação das informações geocientíficas para a

comunidade brasileira; e a Biblioteca Digital Acesso livre, como uma das ferramentas

desenvolvidas para preservar e divulgar as informações produzidas por esta instituição.

No capitulo 5, pôde-se analisar a metodologia aplicada para a realização deste estudo,

e nos capítulos 6 e 7 respectivamente, a análise dos dados obtidos neste estudo; e algumas

considerações verificadas no concluir da pesquisa.

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2 BIBLIOTECA DIGITAL: ALGUMAS VISÕES

Os usuários das bibliotecas na Sociedade do Conhecimento necessitam de uma

diversidade de informações que nem sempre estão disponíveis facilmente, devido a uma série

de fatores como distanciamento físico do local onde elas se encontram e a forma de acesso às

mesmas.

Com a evolução das tecnologias de informação e da transmissão de dados por

computadores em rede, os documentos impressos, como registros do conhecimento produzido

pela humanidade em suportes de papel, puderam ser convertidos a outros formatos, admitindo

neste sentido novas formas de acesso e uso à informação, superando dessa maneira antigas

barreiras que distanciavam o usuário das fontes de informação que ele desejava ter contato.

Isto só foi possível através dessa interação com os documentos digitais e isso, de certa forma,

vem impulsionando as bibliotecas tradicionais 1e demais centros de informações a adequarem-

se a essa nova forma de lidar com seus acervos informacionais.

Neste enfoque Sayão e Marcondes (2002, p.25) relatam que,

O rompimento de barreiras tecnológicas importantes, experimentadas na última década, permitiram o surgimento de um novo patamar para esses sistemas: antes orientados basicamente para a recuperação de referências bibliográficas em bases de dados isoladas e textos em papel, voltam-se hoje para a recuperação distribuída de objetos digitais – textos completos, imagens em movimento, som, etc. – estabelecendo como palavras de ordem a publicação na internet e a interoperabilidade entre fontes de informação heterogêneas e globalmente distribuídas.

E é neste contexto que a Biblioteca Digital toma seus fundamentos, no intuito de

tornar disponível a informação por meio de documentos digitais a uma determinada

comunidade de usuários, intermediando processos de transmissão da informação que antes só

eram possíveis nos ambientes tradicionais de informação (bibliotecas, museus, arquivos,

centros de informação, etc.).

1 Bibliotecas tradicionais – coleção de material impresso ou manuscrito, ordenado e organizado com o propósito de estudo e pesquisa ou de leitura geral ou ambos. Muitas bibliotecas também incluem coleções de filmes, microfilmes, discos, vídeos e semelhantes que escapam à expressão ‘material manuscrito ou impresso’. (CUNHA, CAVALCANTI, 2008)

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2.1 AS BIBLIOTECAS E A REALIDADE DIGITAL

O contexto das bibliotecas digitais comparado com o contexto das bibliotecas

tradicionais, segundo Dias (2006, p. 66) “[...] é um meio de facilitar o acesso a coleções que já

existiam há muito tempo, com variada dificuldade de acesso, mas cujas eventuais facilidades

providenciadas não podem competir com as extraordinárias facilidades que a Internet2 e a

Web3 podem propiciar.”

Neste momento é interessante verificar a conotação dos termos utilizados na

composição da expressão “biblioteca digital”. O primeiro termo “biblioteca” e o segundo

“digital” abrangem dois objetos amplamente discutidos, sendo que cada um destes perpassa

uma gama de áreas específicas e ao mesmo tempo híbridas do conhecimento humano.

Destacando-se algumas definições para o termo biblioteca encontramos, no dicionário

de Ferreira (1986), que biblioteca significa coleção pública ou privada de livros e documentos

congêneres, organizada para o estudo, leitura e consulta. Para o dicionarista, a palavra é

originada do grego bibliothéke, chegando posteriormente até nós através do latim bibliotheca.

Já Cúnha (1997) também confirma que a palavra biblioteca em português se origina do

latim, que, por sua vez, deriva dos radicais gregos biblio e teca, cujos significados são,

respectivamente, livro e coleção ou depósito. Martins (1996, p.71) resume, enfim,

etimologicamente, a palavra como depósito de livros.

As definições anteriores são muito humildes, não no sentido etimológico das palavras,

mas sim, na visão e concepção desses espaços no atual contexto de uma sociedade movida e

interconectada por redes e sistemas de informação. Para fins de entendimento utilizarei aqui a

definição sugerida pela Biblioteca Nacional do Brasil (2000, p.17) que:

2 Internet – Rede de computadores de abrangência mundial que interliga os mais diferentes sistemas computacionais e redes, e possibilita, por meio de protocolos padronizados, tais como TRANSMISSION CONTROL PROTOCOL (TCP) e INTERNET PROTOCOL (IP), a troca de dados entre eles. (TOUTAIN, 2005, p.19).

3 Web – WWW (world wide web, ou apenas W3) - A teia de alcance mundial, criada por Tim Berners-Lee, que concebeu a maneira de associar, por meio de links, documentos armazenados em qualquer computador ligado à Internet, através de um localizador denominado URL. É uma parte da Internet que interliga todos os documentos de hipertexto, regidos pelos protocolos http (hypertext transfer protocol), ou seja, documentos que utilizam à linguagem html (hypertext markup language) que permite passar de. um arquivo a outro através de links (ou hiperlinks). A web é administrada por um consórcio de empresas e instituições (W3C – World Wide Web Consortium), que define protocolos, padrões e orientações para o uso da rede. (FACESM, On-line).

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A biblioteca é, pois, uma instituição que agrupa e proporciona o acesso aos registros do conhecimento e das ideias do ser humano através de suas expressões criadoras. Como registros entende-se todo tipo de material em suporte papel, digital, ótico ou eletrônico (vídeos, fitas cassetes, CD-ROMs, DVDs etc.) que, organizados de modo a serem identificados e utilizados, compõem seu acervo.

A citação anterior aponta para outras perspectivas, nas quais as bibliotecas

transpassam espaços e suportes em que a informação é organizada, dando assim um novo

significado ao termo biblioteca.

Ainda neste sentido, Moreno (2008, p.91) comenta que,

O ambiente virtual acabou por constituir um novo espaço, onde os ímpetos corporativistas se desfaziam diante da nova realidade. Essa realidade demanda um consórcio de saberes que não podem mais ser monopólio de apenas uma área do conhecimento: mesmo tendo sido construídos a partir de trajetórias de reflexão historicamente apartadas, hoje se articulam e se transformam numa nova ordem de sistematização do conhecimento humano.

Entende-se através disso que, as mudanças e concepções advindas das novas

tecnologias de registro, organização e transmissão do conhecimento, modificam

continuamente as relações que envolvem a informação, sendo assim, as bibliotecas adquirem

novos conceitos que continuarão em constante transição até atingir o seu 'ideal', que é o de

responder a todas as necessidades de acesso e uso da informação dos seus usuários.

Já o termo digital segundo Tammaro e Salarelli (2008, p.7) é tradução do vocábulo

inglês digit que remete ao latim digitus, onde o radical se desdobra nas palavras: digito,

digital, que apontam para o ato de contar com os dedos, uma representação imaterial,

simbólica dos números. Neste sentido, a forma de representação por meio de símbolos

utilizada para a leitura de dados por sistemas eletrônicos é o bit, “digito binário”.

Um exemplo de como isso acontece na prática é o registro de uma fotografia em uma

máquina fotográfica digital, onde a câmera fotográfica captura, por meio de células

fotossensíveis (chamadas CCD, Charged Coupled Device), a luz da cena fotografada. Esta

informação, captada analogicamente, é digitalizada (pelo que se chama um 'shift register') e

armazenada num meio elétrico (memória interna, cartões de memória, etc.), sendo possível a

transmissão das imagens obtidas neste processo através de um leitor de cartões ou através de

um cabo de dados (geralmente USB4) conectando a máquina digital a um computador.

4 USB – do inglês Universal Serial Bus um tipo de conexão plug in play ("ligar e usar") que permite a conexão de periféricos sem a necessidade de desligar o computador. Entre os dispositivos que se utilizam da interface USB estão: webcam, teclado, mouse, unidades de armazenamento (HD, pendrive, CD-ROM), joystick, Gamepad, PDA, câmera digital, impressora, placa de som, modem, MP3 Player e outros.

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Neste sentido, Alvarenga (2001, On-line) relata que,

O meio digital se constitui, portanto, no espaço sem precedentes para o registro e recuperação de documentos textuais e imagéticos e que, ao ensejar uma enorme gama de possibilidades de armazenagem, memórias e formatos passou também a requerer novos elementos facilitadores de sua recuperação.

A partir desse apanhado inicial sobre o contexto que abrange as bibliotecas e a

realidade digital podemos entender o que seria este espaço denominado de biblioteca digital.

2.2 DEFINIÇÕES PARA A BIBLIOTECA DIGITAL: UMA CONCORDÂNCIA COMPLEXA

É importante denotar, inicialmente, que uma possível definição comum entre a

comunidade acadêmica sobre o tema das bibliotecas digitais ainda não é consenso. Essa

amplitude de conceituação para o objeto de estudo, e as diversas ideias para determinar suas

características é fundamentada não por incerteza dos pesquisadores ao tratar do tema, mas

sim, devido às constantes mudanças que as novas tecnologias introduzem nestes espaços de

informação.

No entanto, a postura colocada por alguns autores ao defender o tema permite-nos uma

visão mais ampla sobre a concepção de uma biblioteca digital, reconhecendo diretamente que

a mesma ainda tem suas raízes e manutenção nos espaços tradicionais de informação, dos

quais adquiriu muitas de suas características atuais. E é nesta relação entre as bibliotecas

tradicionais e os novos suportes de informação digital que a definição toma forma.

Silva, Sá e Furtado (2004, p. 3) apontam que,

Na área de Ciência da Informação, o conceito de Biblioteca Digital (BD) ainda é impreciso. A não consolidação terminológica pode advir do contexto multidisciplinar em que a BD se insere, desde a concepção até a efetiva implantação [...].

Inicialmente é importante denotar as diferentes formulações de uma definição dos

autores aqui relacionados. Tammaro e Salarelli (2008, p.116), por exemplo, ao tentar

esclarecer a ambiguidade de termos relata que “[...] o entendimento de uma biblioteca digital

é muitas vezes complicado devido os diversos sinônimos utilizados como: biblioteca

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eletrônica5, biblioteca virtual, e ainda certa afinidade com outros termos como biblioteca

híbrida e biblioteca multimídia.”

Martins (2002 apud SILVA; JAMBEIRO; BARRETO, 2005, p. 274), demonstrando

ainda certa multiplicidade de denominações, traz outros termos: Biblioteca tradicional;

biblioteca eletrônica; biblioteca eletrônica virtual; biblioteca polimídia; biblioteca interativa;

biblioteca virtual; biblioteca de realidade virtual; biblioteca digital e biblioteca universal.

Os termos “biblioteca digital” e “biblioteca virtual” foram os mais utilizados pela

comunidade acadêmica durante as últimas décadas. Analisando um histórico sobre essa

construção Tammaro e Salarelli (2008, p.117) colocam que:

Durante muito tempo, em lugar de 'biblioteca digital', foi dada preferência à expressão biblioteca virtual para definir o conceito da nova biblioteca. O primeiro a utilizar a expressão 'biblioteca virtual' foi o mesmo criador da Rede – Tim Berners Lee – para o sítio assim denominado e que materializa a visão de uma biblioteca com a coleção de documentos ligados a rede, constituídos por objetos digitais e páginas Web produzida por milhares de autores. […] É vidente que a expressão 'biblioteca virtual' é mais antiga do que 'biblioteca digital', assim como sua afinidade com o conceito utópico de biblioteca como acesso ao conhecimento universal. O adjetivo 'virtual' significa que a biblioteca não existe. A denominação, que hoje é, no entanto, menos difundida do que 'biblioteca digital', continuou sendo usada para certas acepções, como, por exemplo, para indicar uma coleção selecionada de vínculos por sítios da Rede e também para se referir a um conceito tanto da biblioteca eletrônica tanto da biblioteca digital, quer dizer, uma coleção de documentos fora da biblioteca como espaço físico ou lógico.

Na literatura nacional é importante citar as contribuições de pesquisadores como

Cunha (2009) ao levantar uma bibliografia internacional sobre os temas mais relevantes ao

universo das bibliotecas digitais. Outro trabalho que deve ser visitado se tratando de uma

busca conceitual para o tema no Brasil é a comunicação dos autores Silva; Sá; Furtado (2004)

já citado neste trabalho.

Devido à sua ampla difusão na sociedade, a biblioteca virtual vem sendo o termo mais

adotado para designar essa nova ferramenta, muitas vezes por desconhecimento do que seria o

termo 'virtual' já explanado anteriormente.

Sendo assim, o conceito de biblioteca digital parece estar mais próximo do que vem

5 Biblioteca eletrônica – “[...] biblioteca informatizada que emprega todos os tipos de equipamentos eletrônicos necessários ao seu funcionamento: grandes computadores, PCs, terminais. O qualificativo ‘eletrônico’ se explica pelo equipamento empregado na leitura dos dados e não pela característica dos dados utilizados. [...] A biblioteca eletrônica inclui a biblioteca digital, mas a expressão ‘biblioteca digital é empregada mais corretamente e, portanto, é preferível.” (Tammaro e Salarelli, 2008, p.116-117).

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sendo desenvolvido no momento, sendo também, o conceito mais adequado para

caracterização da biblioteca em estudo, a Biblioteca de Documentos Digitais da CPRM –

Serviço Geológico do Brasil, denominada Acesso livre.

Para esse estudo tomarei como base a definição de BD desenvolvida pela DLF -

Digital Library Federation (2004, On-line),

As bibliotecas digitais são organizações que fornecem recursos, incluindo pessoal especializado para selecionar, estruturar, e oferecer acesso intelectual para, interpretar, distribuir, preservar a integridade, e garantir a persistência ao longo do tempo de coleções de obras digitais para que estejam prontas e economicamente disponíveis para uso por uma comunidade definida ou conjunto de comunidades. (tradução nossa).

Ainda sobre a citação acima, Luisa Alvim (2006) mostra que,

[…] Esta definição pode levantar algumas questões, mas a mais pertinente é a questão de que as bibliotecas digitais deverão ser definidas e medidas pela sua utilização na comunidade a que servem. Não podem ser simplesmente coleções de materiais digitalizados, mas referenciadas aos seus potenciais utilizadores.

A escolha da definição utilizada pela DLF deu-se pelo fato que a visão de uma

biblioteca digital é constituída para ser utilizada por seus usuários, e não mais como um

depósito de documentos digitais na internet, como os repositórios com acesso restrito e sem

uma disseminação adequada. Difere também da biblioteca que é limitada ao espaço 'virtual',

que não existe com a utilidade prática essencial a uma biblioteca, mas que aponta numa

biblioteca digital que realmente funcione, e se for possível, que seja organizada por

profissionais bibliotecários e documentalistas, segundo padrões da Biblioteconomia,

oferecendo seus serviços disponíveis em acesso livre e gratuito à comunidade que pretende

atender.

2.3 O USUÁRIO DA BIBLIOTECA DIGITAL

As BD se desenvolvem conforme as necessidades da comunidade ou diversas

comunidades de usuários que atende, através dos profissionais envolvidos em seus diversos

processos de execução e avaliação; e ainda a partir do contingente de ferramentas

tecnológicas utilizadas para a sua atualização e manutenção.

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Assim como as bibliotecas tradicionais a maioria das instituições que investem na

implantação de BD buscam organizar suas coleções com características temáticas, segundo as

diversas áreas do conhecimento, respeitando uma estrutura de acesso e uso facilitado, no

intuito de atender uma parcela especifica da sociedade. No entanto, algumas outras têm suas

coleções com conteúdos mais gerais (universais). Esta última, geralmente necessita de uma

grande quantidade de recursos para se manter funcionando, devido à ampla gama de

profissionais que necessita para o seu funcionamento pleno, e ainda de uma enorme

quantidade de tempo de trabalho demandado para a atualização de seus aglomerados de

informações digitais.

É importante lembrar que os usuários são agentes neste processo de construção, e as

características que esta biblioteca digital deve ter, antes de tudo, deve ser orientada para

atender esta comunidade de usuários que, através da sua realidade, obtêm a sua ‘cultura

digital’ como relata Vicentini (2005, p. 251).

E é nesta direção onde a interação entre os usuários, as ferramentas tecnológicas, e os

gestores de informação que o aprendizado se desenvolve nos espaços digitais, como cita

Camargo e Vidotti (2007, p. 6),

No contexto atual, os instrumentais tecnológicos que permitem a interação do usuário (emissor e/ou receptor) com a informação, possibilitam a criação de ambientes informacionais institucionais e/ou colaborativos para diferentes usuários e comunidades, de modo a facilitar o acesso às informações e potencializar a construção do conhecimento.

Ao conhecer a comunidade que vai atender, o profissional da informação deve buscar

ferramentas que, de alguma maneira, respondam às necessidades de informação desta

comunidade, no sentido de contribuir com a realização das metas e projetos desenvolvidos

pela instituição, e ainda prever o impacto que essas ferramentas ocasionarão depois de

aplicadas.

O bibliotecário gestor, tendo ciência da comunidade de usuários que a BD deverá

atender, poderá então ter condições de definir com maior clareza a quantidade de recursos

(humanos, tecnológicos, infraestrutura, financeiros) para a construção; implantação e

manutenção desta biblioteca.

Na próxima seção discutiremos a luz de alguns autores quais as competências e

habilidades que o bibliotecário responsável pela gestão de uma BD na área de Geociências

deve possuir para ser capaz de implantar e gerir este espaço digital de informação.

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2.4 O BIBLIOTECÁRIO NA GESTÃO DE UMA BIBLIOTECA DIGITAL DE GEOCIÊNCIAS

No sentido de esclarecer as competências que o profissional da informação possui no

contexto de gestor de uma biblioteca digital, com caráter especifico a área de Geociências, ou

como é utilizado por alguns autores, gestor de informações geocientíficas, antes é importante

comentar que no Brasil poucas pesquisas foram realizadas referentes a esta temática, e a

produção acadêmica que mais se aproxima dessa realidade na área de Ciência da Informação,

aborda a carência de profissionais bibliotecários para trabalhar com informações

geocientíficas.

Para melhor entendimento sobre o papel do bibliotecário, retoma-se o conceito de BD

que é formada de coleções digitais que possibilitam a disponibilização de documentos que

foram digitalizados, ou aqueles que já nasceram digitais, em acesso livre e gratuito, por meio

de redes de informação na web.

Após analisarmos os conceitos de BD, entende-se que as bibliotecas digitais possuem

seus objetivos ampliados, e em sua construção não se pode ter como modelo a gestão da

biblioteca tradicional, baseada apenas nas dificuldades de acesso aos documentos impressos,

mas, deve-se essencialmente ter sua operacionalização planejada e organizada através de uma

infraestrutura que permita a disseminação da informação e a preservação de objetos digitais

em rede, com o intuito de permitir cada vez mais aos seus usuários a interoperabilidade6 e

autonomia na utilização de todos os recursos disponíveis para acesso e uso da informação.

Retoma-se a esta discussão por denotar que as bibliotecas na área de Geociências

(tradicionais) possuem objetos de informação específicos (documentação foto cartográfica7;

imagens de sensoriamento remoto – RADAR e satélite, GEOBANK8, etc.), documentos estes

6 Interoperabilidade – A capacidade de um sistema de hardware ou de software de se comunicar e trabalhar efetivamente no intercâmbio de dados com um outro sistema, geralmente de tipo diferente, projetado e produzido por um fornecedor diferente. (ODLIS, 2004).

7 Documentação foto cartográfica – também conhecida como fontes foto cartográficas, pode ser entendida como documentos realizados a partir de fotografias aéreas tiradas com uma câmera fotográfica rigorosamente calibrada, e de acordo com especificações cartográficas, diferindo, dessa maneira, da fotografia aérea obtida para outros fins. O mesmo que fotografia cartográfica aérea; fotografia topográfica. A fotografia aérea é um produto da aerofotogrametria, que é a arte e ciência de se obter medições confiáveis a partir das imagens fotográficas aéreas. (SANTANA, 2008, p. 13).

8 GEOBANK – Banco de Dados de Informação Geocientífica. O Geobank foi projetado e desenvolvido em plataforma Oracle®, para atender às pesquisas de dados geocientíficos dinamicamente. Sua operacionalidade e possibilidades tecnológicas o fazem um ilimitado depositório de informações através de suas bases de dados e

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que muitas vezes apresentam características e terminologias impares desta área do

conhecimento (CMI; coordenadas geográficas), e que muitas vezes não são analisados durante

a formação do profissional da informação nas Escolas de Biblioteconomia no Brasil, e por

isso muitos bibliotecários desconhecem esta valiosa fonte de informação, e como se dá o

adequado tratamento e a recuperação da documentação foto cartográfica, esteja ela em

suportes físicos ou digitais (SANTOS, 1993); (CARDOSO, 2007); (SANTANA, 2008).

Cardoso (2007, f. 51 apud SANTANA, 2008, f.13) revela que,

A ênfase dada aos livros é considerada um dos motivos que indiretamente contribui para a dificuldade dos bibliotecários em lidar com os materiais cartográficos. Segundo ela (a autora), enquanto os futuros bibliotecários ao longo do curso de graduação em biblioteconomia se familiarizam com o tratamento adequado que deve ser dado aos livros, os materiais cartográficos geram inúmeras dúvidas, pois esse tipo de documento é visto em apenas uma disciplina durante o curso: catalogação. Desta forma, não há uma “preparação intensiva” para que estes futuros profissionais da informação “sejam capazes de tratar devidamente os documentos cartográficos”.

Tratando-se ainda do quesito formação e qualificação profissional do bibliotecário,

verifica-se que poucos cursos de graduação em Biblioteconomia e Documentação no Brasil

têm em seus currículos gerais disciplinas como “Biblioteca Digital”; “Gestão de Bibliotecas

Digitais”; “Arquitetura da Informação”, que de certa maneira contribuiriam muito na

adequação do profissional bibliotecário as novas demandas e necessidades de informação da

sociedade na era digital.

Percebe-se também certo “descaso” da comunidade acadêmica em realizar pesquisas

voltadas a capacitação ou especialização do profissional a suprimir essa demanda de

informação na área de Geociências, que muitas vezes é justificada pela falta de estrutura e

recursos financeiros para realizá-los, o que, de certa maneira, proporciona uma formação

profissional pouco habilitada para tratar da gestão dos documentos que compõe esses acervos,

ou seja: Informações Geocientíficas e Informações no Universo das Coleções Digitais.

Sobre o enfoque da atuação do profissional da informação requerido na sociedade

movida por novas tecnologias de informação, Correa (2001, p. 25) relata que,

mapas. (SILVA, 2008, p. 3).

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Verifica-se, então, a necessidade deste bibliotecário olhar retrospectivamente e voltar-se um pouco mais à origem, à finalidade primordial de sua formação. Se trabalhar a informação sempre foi o objetivo principal do bibliotecário, este deveria olhar para a informação virtual e para os textos que fluem no ciberespaço como seu objeto de trabalho também. O direcionamento deste olhar poderá levá-lo a imaginar diferentes formas de utilizar seus conhecimentos na utilização das NTIs e na construção das infovias.

Áreas de atuação não faltam para o profissional da informação que reconhecem as

habilidades e competências que deve exercer neste novo momento, tanto na gestão de

informações geocientíficas, quanto na gestão de bibliotecas digitais, virtuais ou eletrônicas.

Miranda, (2004, p.115) aponta a competência como o,

Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes correlacionados que afeta parte considerável da atividade de alguém; se relaciona com o desempenho, pode ser medido segundo padrões preestabelecidos e pode ser melhorado por meio de treinamento e desenvolvimento.

Assim podemos entender que o mercado de trabalho requer novas qualificações para o

profissional da informação, uma das quais caracterizo como responsável pela mediação da

informação 9no espaço digital (ver figura 1).

9 Mediação da informação – “[...] toda ação de interferência – realizada pelo profissional da informação –, direta ou indireta; consciente ou inconsciente; singular ou plural; individual ou coletiva; que propicia a apropriação de informação que satisfaça, plena ou parcialmente, uma necessidade informacional”. (ALMEIDA JUNIOR, 2009, p. 92).

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Figura 1: Mediação da informação no espaço da Biblioteca Digital

Este modelo atribui ao bibliotecário o papel de mediador da aprendizagem, que

oferece através da gestão do conhecimento 10nas bibliotecas digitais o apoio aos usuários no

que diz respeito à instrução, o acesso e uso das tecnologias de busca e recuperação da

informação, permitindo assim, muito mais do que o simples acesso a documentos digitais, e

sim a contribuição deste profissional na educação e interação social de seus usuários com a

comunidade, contribuindo neste sentido com a formação cognitiva deste usuário, e ainda para

o seu desenvolvimento pessoal e coletivo.

Este novo cenário exige uma nova abordagem nos programas de formação do

profissional da informação, que segundo Urs citado por Silva; Jambeiro; Barreto (2005,

p.278) deve contemplar os seguintes aspectos: uma perspectiva interdisciplinar; estratégias

centradas no usuário; a filosofia: “informação como recurso”; foco no conteúdo,

independentemente do formato; visão do processo de agregação de valor.

10 Gestão do conhecimento - é um conjunto de atividades que visa trabalhar a cultura organizacional/informacional e a comunicação organizacional/informacional em ambientes organizacionais, no intuito de propiciar um ambiente positivo em relação à criação/geração, aquisição/apreensão, compartilhamento/socialização e uso/utilização de conhecimento, bem como mapear os fluxos informais (redes) existentes nesses espaços, com o objetivo de formalizá-los, na medida do possível, a fim de transformar o conhecimento gerado pelos indivíduos (tácito) em informação (explícito), de modo a subsidiar a geração de idéias, a solução de problemas e o processo decisório em âmbito organizacional. (VALENTIM, 2008)

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Urs ainda descreve algumas áreas essenciais (core áreas) que o profissional da

informação deve dominar para atuar na gestão da informação nas bibliotecas digitais, algumas

dessas já exigidas nas bibliotecas tradicionais, são elas:

1 - Usuário da informação;

2 - Recursos informacionais;

3 - Processos de agregação de valor;

4 - Tecnologias da informação;

5 - Gestão da informação.

Silva; Jambeiro; Barreto (2005, p. 278) comentam ainda que é grande o desafio para

desenvolver um profissional com todas essas competências e habilidades, e que a

flexibilidade, a comunicação e a interação com diversas redes de profissionais é altamente

desejável neste processo, visto que este profissional trabalhará em equipes multidisciplinares.

No quadro a seguir podemos ver o aplicar dessas competências nas cinco áreas

essências descritas por Urs upud Silva; Jambeiro; Barreto (2005, p.279).

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Quadro 1: Tarefas e conhecimentos necessários das cinco áreas essências (core areas).

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Observa-se no quadro anterior que relacionado aos conhecimentos e habilidades

requeridos muitos ainda precisam ser avaliados na formação do bibliotecário (graduação,

especialização, treinamento, etc.) para que todas essas competências sejam adquiridas e

posteriormente colocadas em prática no atuar do profissional como gestor de objetos digitais.

A gestão do conhecimento disposto na Web é um dos desafios desse novo profissional

na sociedade da aprendizagem, neste sentido alguns aspectos de acesso e uso a informação

são fundamentais para a formulação de um projeto que leve em conta a organização de

documentos no espaço das bibliotecas digitais.

Sabe-se que a implantação de uma BD requer uma equipe multidisciplinar formada

por profissionais de diversas áreas como design, arquitetura da informação, ciências da

computação, engenharia da informação e outras, porém, isso não significa que as

competências citadas no quadro anterior não devam ser requeridas pelos profissionais da

informação.

Após um determinado grau de competência informacional 11do bibliotecário, no que

tange as tecnologias e processos dos documentos digitais, esse recorrerá no desenvolver de

suas atividades ao auxílio de profissionais de sua instituição que de alguma forma estejam

ligados à área em que esta biblioteca prestará serviços de informação, (no estudo aqui em

questão são os profissionais e pesquisadores das áreas de Geociências), para que assim se

possa construir um projeto de biblioteca digital viável de ser aplicado segundo padrões

técnicos para atender com qualidade uma comunidade ou conjunto de comunidades de

usuários.

No tópico seguinte discutiremos quais aspectos devem ser avaliados pelo bibliotecário

gestor ao analisar a dimensão socioeconômica da informação nas bibliotecas digitais, e ainda,

como este profissional poderá mencionar os recursos a serem obtidos por uma determinada

instituição, no sentido de manter serviços de informação com qualidade ao disponibilizar as

coleções desta biblioteca em acesso livre.

11 Competência informacional – “Pode ser expressa pelo ciclo informacional que identifica todas as fases do trabalho com informação (coleta, processamento, uso e distribuição da informação), com as tecnologias da informação e com os contextos informacionais. É uma competência que perpassa processos de negócios, processos gerenciais e processos técnicos”. (MIRANDA, 2004 apud SANTOS; TOLFO, 2006, p. 74).

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2.5 ASPECTOS IMPORTANTES NA CONSTRUÇÃO DE UMA BIBLIOTECA DIGITAL DE ACESSO LIVRE

O aspecto social deve ser a essência para a criação de qualquer biblioteca ou unidade

de informação, e é essa demanda de informação por uma comunidade de usuários de uma

instituição, ou grupo social, de caráter público ou privado que influenciará o desenvolvimento

de um projeto para a disponibilização de documentos numa biblioteca digital.

O bibliotecário neste processo deve estar ciente da dimensão que o documento em

formato digital compreende na sociedade do conhecimento, as barreiras econômicas, sociais e

tecnológicas desse processo, e ainda o impacto social da informação na sociedade em rede.

Antes mesmo de dimensionar os benefícios que uma comunidade de usuários

desfrutará ao ter acesso livre à informação por meio de uma biblioteca digital, o profissional

da informação deverá também analisar se realmente esta comunidade necessita desta

biblioteca digital, isso só será possível após a elaboração de um estudo da comunidade de

usuários reais e potenciais, público alvo a ser atendido por essa biblioteca. Isto é necessário

por que a biblioteca digital demanda de elevados custos para manutenção de seus serviços.

Nesse sentido é importante esclarecer que a existência ou não de uma biblioteca digital

não necessariamente implicará na falência das bibliotecas e outras unidades de informações

tradicionais, mas é importante relatar quais são as novas perspectivas de acesso e uso que os

conteúdos digitais originam neste contexto.

É interessante denotar também que ainda hoje muitos dos documentos produzidos

podem ser obtidos de maneira eficaz mesmo numa biblioteca tradicional, através da

cooperação entre bibliotecas e outros serviços de informação, como o COMUT12, ou até

mesmo, na aquisição de provedores de conteúdos que disponibilizam diversas fontes de

informação com valores bem mais acessíveis, o que também não elimina a futura necessidade

de criação de uma biblioteca digital por uma instituição.

Após constatar que a comunidade em questão necessita dessa biblioteca digital,

inicialmente o profissional bibliotecário deve apresentar a direção da organização/ instituição

12 COMUT - Programa de Comutação Bibliográfica - permite a obtenção de cópias de documentos técnico-científicos disponíveis nos acervos das principais bibliotecas brasileiras e em serviços de informação internacionais. Entre os documentos acessíveis, encontram–se periódicos, teses, anais de congressos, relatórios técnicos e partes de documentos (IBICT, 2005).

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a qual oferece serviços de informação um projeto detalhado, formalizando de forma

estruturada e clara um documento com o planejamento das atividades que serão realizadas,

assim como a viabilidade dos custos de implantação e manutenção desse novo serviço.

Segundo Tammaro e Salarelli (2008, p.130) “as bibliotecas digitais dependem

grandemente de uma série de tecnologias, como os equipamentos, as redes de banda larga e

alta velocidade, os sistemas de segurança e, sobretudo os padrões de interoperabilidade”.

Sobre os fatores críticos que devem ser analisados pelo bibliotecário num projeto de

biblioteca digital Lynch apud Tammaro e Salarelli (2008, p.133) relata que se deve:

• planejar sua sustentabilidade no tempo; • deixar claro quem tem a responsabilidade pelo controle e quem tem a responsabilidade pela gestão; • concentrar-se na clientela alvo.

Assim que o bibliotecário gestor visualizar os aspectos descritos acima, poder-se-á a

partir daí mensurar os prováveis benefícios que a comunidade de usuários desfrutará após a

implantação desta biblioteca digital.

Tratando-se dos benefícios que a utilização de uma biblioteca digital propicia aos seus

usuários Arms apud Tammaro e Salarelli (2008, p.131, 132) apontam alguns pontos

consideráveis:

• informação entregue diretamente aos usuários: ao invés de ir à biblioteca, os usuários, de qualquer lugar e a qualquer hora, podem ter acesso à biblioteca; • melhoramento da pesquisa: as bibliotecas digitais representam um notável aperfeiçoamento dos sistemas de buscas em bases de dados, possibilitando pesquisas integradas e tornando disponíveis serviços em rede, como a possibilidade de navegação entre diversas coleções e a personalização das interfaces;

• melhor colaboração: as bibliotecas digitais podem favorecer a colaboração entre usuários, por exemplo, compartilhando os mesmos recursos digitais e criando outros de forma cooperativa;

• atualização das informações: as bibliotecas digitais estão sempre atualizadas. O tempo para publicação é muitas vezes longo, mas a biblioteca digital, em compensação, pode incluir rapidamente os recursos na coleção.

• melhor uso das informações: ampliação do número de usuários potenciais e também reutilização e personalização dos recursos com relação a diferentes faixas de usuários com diferentes níveis de idade e competência;

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• diminui o fosso digital: as bibliotecas digitais, ao diminuir os limites tradicionais das bibliotecas em matéria de tempo, espaço e cultura, podem ajudar a reduzir a distância que dificulta o acesso à informação. (destaque em itálico do autor).

Neste momento, constata-se que não haveria sentido da criação de bibliotecas digitais

se estas não fossem disponibilizadas com todo o seu conteúdo informacional disposto para

acesso livre em rede.

Sendo assim o bibliotecário deve estar consciente de quanto o usuário de sua

biblioteca digital poderá aproveitar ao utilizar esse serviço, não se colocando omisso no

sentido de não dispor de todo o potencial tecnológico localizado nesta biblioteca para alcançar

seu público-alvo.

Deve-se considerar também que a biblioteca digital se bem gerida futuramente poderá

introduzir novos usuários e dependendo da qualidade de seus serviços, esta biblioteca terá que

futuramente revisar sua capacidade de crescimento e inclusão de novas ferramentas

tecnológicas para manter sua interoperabilidade e acesso aos novos suportes de informação a

serem criados.

Ferreira e Amaral (2004, p.1) comentam ainda que,

As bibliotecas, uma vez inseridas na rede, não estão mais delimitadas a um espaço físico determinado, e seu acervo, bem como os produtos e serviços por elas disponibilizados, passam estar universalmente expostos. Seu plano de atuação é expandido, uma vez que pode ser acessada a qualquer momento, por qualquer pessoa, localizada em qualquer parte do mundo.

Uma biblioteca digital que deseja disponibilizar as suas coleções com acesso livre e

gratuito na rede deverá conter os seguintes componentes como base para o seu

funcionamento:

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Coleção/conteúdo

Recursos humanos

Equipe multidisciplinar

Capacitação

Padronização

Metadados

MARC

Formato do arquivo digital

Padrão de digitalização

Tecnologia

Hardware

Software

Livre

Proprietário

Flexibilidade de desenvolvimento

Facilidade de gerenciamento da coleção digital

Linguagem de programação

Utilização de protocolos de comunicação para importação e exportação de dados

Digitalização

Garantia de direito autoral

Preservação do documento digital

Quadro 2: Componentes necessários para o funcionamento de uma biblioteca digital.

Fonte: Vicentini (2005, p. 246).

Um outro aspecto mostrado no quadro anterior referente à gestão de tecnologias de

informação, está na possibilidade de se utilizar um software livre 13 que pode ser interessante

para reduzir os custos de implantação e manutenção dessa biblioteca digital, mas é importante

analisar se haverá um profissional que domine o sistema e que ainda tenha disponibilidade

13 Software livre - ou Free Software, “conforme a definição de software livre criada pela Free Software Fundation, é o software que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem restrição. A forma usual de um software ser distribuído livremente é sendo acompanhado por uma licença de software livre (como a GPL ou a BSD), e com a disponibilização do seu código-fonte”. (CAMPOS, 2006).

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para oferecer suporte técnico quando for necessário, caso isso não seja possível à utilização de

softwares proprietários apesar de representar custos maiores, garantem certa segurança para o

funcionamento dessa biblioteca, pois na maioria das ocasiões seus fornecedores oferecem

suporte especializado, treinamento e possibilidade de atualizações e personalização de suas

ferramentas.

Ainda cabe ressaltar a importância da integração e interoperabilidade das informações

que farão parte desta coleção digital, pois é através delas que será possível uma organização

coerente dos dados por meio de protocolos compatíveis para discrição de registros digitais,

pois estes permitirão o compartilhamento de dados desta biblioteca, de maneira que facilite a

captura e a recuperação dos documentos na rede, na maioria dos casos utiliza-se de protocolos

que permitam a busca por metadados14.

Os protocolos e normas de importação e exportação de dados mais utilizados segundo

Vicentini (2005, p. 247) são:

• Protocolo Z39.50 ou versões mais novas;

• Protocolo OAI – Open Archives;

• extração e importação de dados em XML;

• extração e importação de dados ISO2709;

• formato de descrição MARC e suas variações.

Sabendo-se que as ferramentas tecnológicas não são estanques e que novos padrões de

registro de dados para documentos digitais continuam a ser desenvolvidos não se pretende

neste trabalho especificar cada um dos padrões citados acima, mas é interessante que o

profissional gestor de documentos digitais tome conhecimento desses padrões e acompanhe

suas mudanças para não correr o risco de manter uma biblioteca digital desatualizada e

incompatível para o registro de novos documentos digitais.

Estes padrões não existem por acaso mais foram desenvolvidos por diversas entidades

internacionais para permitir o acesso sem restrições de compatibilidade de dados dos

conteúdos disponíveis nos acervos digitais.

14 Metadados - Elementos de descrição/definição/avaliação de recursos informacionais armazenados em sistemas computadorizados, organizados por padrões específicos, de forma estruturada. (TOUTAIN, 2005, p.19).

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Buscando-se facilitar cada vez mais o acesso a biblioteca digital é que o bibliotecário

deve estar ciente que as ferramentas disponíveis devem construir um ambiente virtual

organizado, com uma interface amigável para o usuário, dispondo de uma navegabilidade que

permita a recuperação da informação no menor tempo possível, e é neste sentido que se deve

buscar utilizar as ferramentas que a arquitetura da informação nos apresenta.

Vicentini (2005, p. 251 apud STARIOTO, 2002) conceitua arquitetura da informação

como:

[…] refere-se ao desenho das informações; como texto, imagens e sons são apresentados na tela do computador, a classificação dessas informações em agrupamentos de acordo com os objetivos do site e das necessidades do usuário, bem como a construção de estrutura de navegação e de busca de informações, isto é os caminhos que o usuário poderá percorrer para chegar até a informação.

Neste sentido Davenport (1998), mostra que ao conduzir o usuário ao local onde os

dados se encontram, a possibilidade desses serem utilizados de maneira eficiente melhora

muito, pois a informação já obtida pode ser mais facilmente reutilizada.

Assim como já foi citado no capitulo anterior, a aplicação da arquitetura da

informação ajudará bastante o profissional da informação a guiar o usuário aos conteúdos

disponíveis na biblioteca digital, tornando o bibliotecário competente para gerir esse espaço

interativo na web (usuário - bibliotecário – documentos digitais), o que confirma outra vez sua

função de mediador da informação no ambiente digital.

Um aprendizado contínuo das novas tecnologias deve ser característica essencial para

o profissional que deseja estar preparado para organizar logicamente esse ambiente virtual,

pois essa atitude influenciará diretamente na qualidade da disponibilização do acervo e

recuperação por parte dos usuários. O domínio das ferramentas do sistema deve ser avaliado

periodicamente por meio de treinamentos, capacitação, e atualização das ferramentas de

navegação no sistema.

Outros aspectos como a digitalização, formatos e compatibilidades de documentos

com os diversos softwares, a segurança da informação digital, a preservação digital assim

como as questões de direitos autorais da informação na web devem estar bem claros na mente

do profissional da informação, e todas elas de alguma maneira contribuirão negativa ou

positivamente para que uma biblioteca digital quando implantada seja realmente útil e ofereça

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Page 37: Acesso Livre à Informação na área de Geociências: o estudo da biblioteca digital da CPRM - Serviço Geológico do Brasil

36

serviços de qualidade aos seus usuários.

No capítulo seguinte discutiremos alguns tópicos que dão embasamento ao movimento

que busca o acesso livre à informação, e como as bibliotecas digitais participam desse

processo.

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37

3 MOVIMENTO DE ACESSO LIVRE À INFORMAÇÂO CIENTÍFICA

Desde os primeiros suportes onde a informação era registrada até as novas concepções

de documentos digitais na web, as sociedades conseguiram evoluir graças ao desenvolvimento

de tecnologias e o intercâmbio das informações produzidas.

As bibliotecas tradicionais contribuíram e muito para esse processo, mas houve um

momento que só a informação impressa não atendia a enorme demanda de acesso em que a

explosão informacional causou com o desenvolver das novas tecnologias de informação e

comunicação, e foi neste momento que o documento digital passou a ser utilizado, devido a

sua facilidade de modificação, transmissão e reprodução através dos mais diversos formatos.

A preservação, organização, disseminação para facilitar o acesso e uso das fontes de

informações produzidas são funções primordiais de uma biblioteca na sociedade da

informação. As bibliotecas digitais não fogem dessa vertente pelo contrário otimizam o tempo

de transmissão da informação quando reorganizam os processos de pesquisa e aprendizagem

na rede garantindo dessa maneira a recuperação consistente da informação disposta em

documentos digitais.

A questão se problematiza quando o documento digital ou digitalizado é equiparado a

um documento produzido no formato analógico, e é nesse momento que a biblioteca e o

profissional bibliotecário se deparam simultaneamente com as barreiras ligadas à preservação

e digitalização deste documento para o acesso e uso para um número maior de usuários e a

respeitabilidade do direito autoral ligado à veiculação e cópia de uma obra produzida

independente do suporte.

Cabe ressaltar que as noções de direitos autorais das obras produzidas na maioria das

vezes direcionam essa discussão à esfera econômica, como o copyright 15e outros registros de

criação e propriedade intelectual, repercutindo numa retribuição de certo valor monetário

'royalty’ para o autor da obra.

A ideia cada vez mais visível comentada por Toffler (1990) que a tecnicização, a

15 Copyright – “O copyright é um tipo de proteção prevista na lei EE.UU (Art. 17, Código EE.UU) para os criadores de “obras originais do autor”, tais como obras literárias, teatrais, musicais, artísticos e de outras obras intelectuais. Esta proteção está disponível tanto para obras públicas para os quais não são.” (Copyright, 2008, p.1).(tradução nossa).

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informatização e a globalização da sociedade colocam o conhecimento em posição

privilegiada como fonte de valor e de poder não é uma simples filosofia de dominação, mas é

a necessidade de se manter uma indústria cultural do saber científico, que transforma o

conglomerado de informações e documentos produzidos num produto comercial necessário e

indispensável para o desenvolvimento social e econômico das nações.

Não é uma questão ligada ao reconhecimento ou não do autor que produziu certo

documento ou obra intelectual, pois seus direitos de autoria continuam sendo respeitados, mas

refere-se à possibilidade de colocar esse documento produzido disponível para todos que de

alguma maneira necessitam acessá-los, independente das barreiras geográficas e econômicas.

O custo para se ter acesso à informação e a produção intelectual como um todo, ainda

hoje (Século XXI), é muito elevado, isso se dá pela intermediação das editoras e produtoras

de informação que de certa maneira ao comercializar esses documentos ficam com a maior

parte dos lucros dessa produção. Poucos autores no mundo acadêmico dispõem de recursos

para publicarem suas descobertas científicas em uma editora de renome internacional, e

quando isso acontece pouco ou nada se tem de lucro.

Percebe-se então que o direito de se ter acesso livre à informação é uma necessidade

básica da sociedade, pois é através dela que as perspectivas sociais podem ser modificadas e o

desenvolvimento dos países se torna realidade através do intercâmbio de saberes e

tecnologias.

O acesso aberto nesse contexto significa a disponibilização livre pública na Internet, de forma a permitir a qualquer usuário a leitura, download, cópia, distribuição, impressão, busca ou criação de links para os textos completos dos artigos, bem como capturá-los para indexação ou utilizá-los para qualquer outro propósito legal. O pressuposto de apoio ao acesso aberto requer que não haja barreiras financeiras, legais ou técnicas, além daquelas próprias do acesso à Internet. A única restrição à reprodução e distribuição e a única função do copyright neste contexto devem ser o controle dos autores sobre a integridade de sua obra e o direito de serem adequadamente reconhecidos e citados (LEITE, 2009 p. 15 apud BUDAPEST OPEN ACCESS INITIATIVE, 2001).

A ideia citada anteriormente abrange muito mais que o acesso livre a produção

científica, organizada por pares e institutos de ciência e tecnologia, mas incorpora todos os

tipos de documentos existentes na sociedade estejam eles em meio digital ou analógico,

mantido por instituições tanto de cunho público ou privado que de alguma forma sejam de

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interesse coletivo.

É importante ressaltar que a produção científica e tecnológica das universidades e

institutos de incentivo a pesquisas em sua maioria recebem investimentos da esfera pública

para desenvolver suas atividades, o que mais uma vez caracteriza a informação produzida

nessas instituições como patrimônio público e por isso são dignas de acesso livre pela

sociedade que diretamente custeia esses projetos.

Nesse sentido foram criados diversos movimentos internacionais (Anexo A) para

garantir o acesso livre à informação produzida, principalmente nas áreas de ciência e

tecnologia, e nas demais áreas ligadas ao acesso e uso ao conhecimento. (BOMFÁ et al, 2008,

p. 311-312).

Ainda sobre as origens dessa luta pelo acesso livre à informação cientifica, Targino

(2007, p. 100) comenta que,

O movimento mundial pelo acesso livre à informação, envolve quatro segmentos essenciais à produção e à disseminação da informação científica, quais sejam, a própria comunidade científica, as instituições acadêmicas, as agências de financiamento e/ou fomento e as editoras (comerciais ou universitárias).

O movimento surgiu em razão das dificuldades de acesso encontradas pela comunidade científica no modelo tradicional de publicação. Modelo este, fundamentado nas revistas científicas impressas, cuja aquisição, preparação técnica, armazenagem e recuperação das informações científicas, correspondem a custos elevados.

Através do acesso livre os resultados das pesquisas são disseminados de forma mais

rápida, aumentando a sua visibilidade, o seu uso e impacto junto à comunidade científica.

Além disso, com a criação dos repositórios institucionais de acesso livre por parte das

universidades e instituições de pesquisa, expandem-se as fontes de informação disponíveis.

No Brasil é interessante ressaltar a participação do Instituto Brasileiro de Informação

em Ciência e Tecnologia – IBICT, órgão subordinado ao Ministério de Ciência e Tecnologia,

no movimento para o acesso livre à informação. Esta entidade incentivou de maneira

importante a publicação da produção científica nacional na Internet no sentido de reduzir as

disparidades digitais e sociais que de alguma maneira delimitavam o acesso à informação no

país.

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40

Desde o início dos anos 1990, o IBICT passou também a customizar softwares de

acesso livre para produção de revistas, repositórios e bibliotecas, também treinou técnicos de

universidades e institutos de pesquisas e distribuiu, por meio de editais públicos, kits

tecnológicos para viabilizar a implantação de bibliotecas digitais de teses e dissertações

nessas instituições (IBICT, 2009).

A Biblioteca de Digital de Teses e Dissertações mantida pela IBICT é a segunda maior

biblioteca digital de teses e dissertações do mundo, um repositório que promoveu mudanças

significantes na disseminação da produção científica das universidades brasileiras (BDTD,

On-line).

Outra iniciativa muito importante foi à criação do Portal de Acesso Livre da CAPES,

que disponibiliza livros, periódicos com textos completos, bases de dados referenciais com

resumos, patentes, teses e dissertações, estatísticas e outras publicações de acesso gratuito na

Internet, selecionados pelo nível acadêmico, mantidos por importantes instituições científicas

e profissionais e por organismos governamentais e internacionais.

É interessante denotar a participação ativa do Ministério da Ciência e Tecnologia –

MCT nas ações citadas anteriormente, fornecendo incentivos para o desenvolvimento de

pesquisas em ciência e tecnologia no país, o que diretamente influenciou a criação de diversos

repositórios institucionais em outras entidades da esfera pública, permitindo dessa maneira

um intercâmbio das pesquisas desenvolvidas nas mais diversas áreas do conhecimento.

Analisando esse contexto na realidade brasileira será explanado a seguir o exemplo da

CPRM – Serviço Geológico do Brasil.

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4 CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL: INFORMAÇÕES GEOCIENTÍFICAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

4.1 HISTÓRIA E MISSÃO

A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) é uma empresa pública,

vinculada ao Ministério de Minas e Energia, que tem as atribuições de Serviço Geológico do

Brasil.

Sua missão é: "Gerar e difundir o conhecimento geológico e hidrológico básico

necessário para o desenvolvimento sustentável do Brasil".

O Decreto-Lei n. 764, de 15 de agosto de 1969 autorizou a constituição da CPRM, que

teve seu primeiro estatuto aprovado pelo Decreto n. 65.058, de 13 de janeiro de 1970,

iniciando suas atividades em 30 de janeiro de 1970. Em 28 de dezembro de 1994, pela Lei no.

8970, a CPRM passa a ser uma empresa pública, com funções de Serviço Geológico do

Brasil, sendo seu estatuto aprovado pelo Decreto, 1524, de 20 de junho de 1995. (CPRM, on-

line).

Entre as áreas de atuação da empresa encontram-se:

• Levantamento Geológico;

• Levantamento Geofísico;

• Levantamento Geoquímico;

• Levantamento Hidrológico;

• Levantamento Hidrogeológico;

• Levantamento de Informações para Gestão Territorial;

• Gestão e Divulgação de Informações Geológicas e Hidrológicas.

Todas estas áreas de atuação da CPRM são de extrema importância para o país,

nutrindo-o de informações geocientíficas necessárias para o seu desenvolvimento sustentável.

Por receber status de Serviço Geológico a CPRM é responsável por atender uma gama

de projetos do Estado, colocando a geologia brasileira como instrumento para subsidiar

políticas públicas em todas as esferas que necessitam de informações geocientíficas.

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4.2 PROGRAMAS DESENVOLVIDOS PELA CPRM

A geologia e demais atividades fins da CPRM - Serviço Geológico do Brasil, são

desenvolvidas no contexto do Programa Geologia do Brasil,

compreendendo fundamentalmente, atividades de levantamento de dados geológicos, pesquisa

e estudos técnico-científicos executados nas seguintes áreas: Geologia básica, Geofísica,

Geoquímica, Paleontologia, Geologia Marinha, Sensoriamento Remoto e Geocronologia.

As ações desenvolvidas pelo Serviço Geológico do Brasil no âmbito dos Recursos

Minerais englobam atividades de geologia econômica, prospecção e economia mineral, tendo

como meta principal o levantamento de informações geológicas que permitam caracterizar o

potencial econômico de ocorrências, depósitos, distritos e províncias minerais do Brasil, além

de promover o conhecimento sobre a gênese de depósitos já conhecidos.

Nas áreas de Hidrologia são realizados os seguintes programas:

• Programa Recursos Hídricos Superficiais

Monitoramento de Redes Hidrológicas: implantação e operação de redes

hidrometeorológicas, telemétricas, de qualidade de água e sedimentométricas bem como

monitoramento de níveis em açudes. Opera a rede hidrometeorológica nacional constituída de

cerca de 2.500 estações, sendo 200 telemétricas via satélite. Além da coleta, consiste e

armazena cerca de 240.000 dados hidrológicos anuais.

Previsão e Alerta de Enchentes e Inundações: implantação e operação de Sistemas de

Previsão de Níveis e Alerta Hidrológico. Atuação nas previsões de níveis da cidade de

Manaus e Pantanal Matogrogressense, e Alerta Hidrológico na Bacia do Rio Doce.

• Programa Recursos Hídricos Subterrâneos

Cadastramento, Recuperação, Revitalização e Instalação de Poços: este programa

realiza o cadastramento de poços e de usuários de água, bem como a revitalização e instalação

de poços.

Estudos, Levantamento e Cartografia Hidrogeológica: consiste no desenvolvimento de

pesquisa e estudos hidrogeológicos, bem como elaboração de mapas hidrogeológicos em

ambiente SIG. Realizam-se pesquisas em pequenas bacias sedimentares interiores no semi-

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árido brasileiro e a elaboração de estudos e mapas hidrogeológicos no Estado do Rio Grande

do Sul, no Vale do Jequitinhonha e na Borda Sudeste da Parnaíba.

Sistema de Informações de Águas Subterrâneas - SIAGAS: apresenta mecanismos que

facilitam a coleta, consistência e armazenamento de dados hidrogeológicos, e sua difusão

junto aos órgãos gestores e usuários de hidrogeologia. Atualmente encontra-se cadastrado no

Sistema 102.000 poços e já se encontra em implantação do produto em 10 órgãos gestores

estaduais.

Nas áreas de Gestão Territorial podemos destacar os projetos:

• Geoecoturismo

Uma das linhas de atuação do SGB-CPRM tem sido a caracterização física de regiões

de interesse geoecoturístico, tendo como objetivo principal disseminar o conhecimento básico

de geologia, informações geoambientais, geo-históricas e sobre o patrimônio mineiro entre as

comunidades, profissionais e cidadãos em geral, assim como incrementar os potenciais

turísticos das regiões, criando novos roteiros de visitação.

• Riscos Geológicos e Desastres Naturais

Esta linha de ação tem sido abordada nos últimos anos pelo Serviço Geológico do

Brasil em razão do histórico de ocorrências de acidentes resultantes dos processos naturais

somados às intervenções antrópicas no meio ambiente. Tal ação tem por objetivo identificar,

caracterizar e orientar a tomada de decisões para a redução dos danos resultantes desses

processos, principalmente dos escorregamentos, erosões diversas, assoreamento e inundações,

que muitas vezes causam a perda de vidas humanas, e danos materiais.

Decorre também da necessidade de incrementar o conhecimento desses processos

destrutivos atuantes por parte dos órgãos gestores em nosso território, de modo a orientar a

tomada de decisões relativas a cada um dos casos citados, podendo ainda tais decisões serem

acompanhadas de intervenções estruturais, planejamento urbano, educação ambiental,

implantação de sistemas de alerta, entre outros.

• Zoneamento Ecológico-Econômico

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Esta linha de ação consiste num instrumento de planejamento que gera indicadores

sobre as potencialidades e fragilidades dos meios físico, biótico e socioeconômico capazes de

subsidiar a tomada de decisões nos diferentes níveis hierárquicos do aparelho governamental,

com vistas a viabilizar o desenvolvimento sustentável e harmônico do território brasileiro.

Esses estudos apontam soluções e propostas para a implementação de um

planejamento territorial adequado, visando otimizar o grau de integração regional nos níveis

externo (entre o Brasil e os países vizinhos) e interno. Propicia aos órgãos estaduais de

planejamento a delimitação de zonas destinadas à preservação ambiental ou à recuperação das

áreas degradadas pela ação humana ou por processos naturais, bem como aquelas

direcionadas ao fortalecimento e incentivo ao desenvolvimento sustentável do território

nacional.

A maior parte dos produtos gerados pelos projetos acima já estão disponíveis para

consulta e download na Internet no sitio da CPRM (ver anexo C) ou na Biblioteca Digital

Acesso Livre disponível no mesmo endereço, e os demais documentos podem ser consultados

também na Rede de Bibliotecas da CPRM.

4.3 ACESSO LIVRE: A BIBLIOTECA DIGITAL DA CPRM

Dentre os muitos projetos realizados para o acesso livre à informação, destaca-se neste

estudo o desenvolvido pela Rede de Bibliotecas da CPRM - Serviço Geológico do Brasil, que

entendendo as dificuldades que seus usuários tinham para ter acesso rápido a sua

documentação institucional e a carência por informações brasileiras na área de Geociências se

criou a proposta de construir uma biblioteca digital para melhor atender essa comunidade, a

biblioteca Acesso Livre.

Através da Biblioteca Acesso Livre foi possível a preservação do conhecimento

produzido pela instituição em seus 40 anos de existência, por meio de uma política de

digitalização de documentos que permitiu a disponibilização desses conteúdos em acesso livre

através do sitio da CPRM na Internet.

A possibilidade de qualquer pesquisador ter acesso a diversas coleções digitais da

CPRM sem ter que se locomover a uma das doze unidades da Rede de Bibliotecas localizadas

em Estados distintos do Brasil é um avanço considerável para o desenvolvimento de novas

pesquisas e ainda para o compartilhamento de informações geocientíficas ligadas às

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45

atividades o Setor de Geociências e Tecnologia Mineral no Brasil (ver anexo B).

A partir do referencial teórico apresentado sobre as questões que permeiam a

utilização de bibliotecas digitais e suas ferramentas tecnológicas para promover o acesso livre

à informação busca-se aqui avaliar através da pesquisa realizada como se dá a disseminação

das coleções digitais pelos bibliotecários da Rede de Bibliotecas da CPRM e verificar as

competências desses profissionais para utilizar esta ferramenta e mediar à informação aos

usuários na biblioteca digital Acesso Livre.

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46

5 METODOLOGIA

A motivação para a realização dessa pesquisa se deu ao analisar certa lacuna na

literatura brasileira na área de Ciência da Informação sobre a mediação da informação nas

bibliotecas digitais, e ainda sobre a disseminação das informações geocientíficas, temas estes

que recorrem a outros assuntos correlatos às questões de acesso e usoda informação no

ambiente virtual, relacionando-se também à gestão de novas tecnologias da informação e

comunicação.

A utilização da biblioteca digital Acesso Livre pelos bibliotecários da CPRM como

suporte a disseminação da informação institucional, modificou a rotina da organização e ainda

o processo de mediação da informação, agora dispostos também através de documentos

digitais, sendo este o motivo pelo qual se deu esta pesquisa.

Outro aspecto decisivo para realizar este trabalho foi à oportunidade de aproximação

com objeto de estudo ao realizar atividades de estágio supervisionado na biblioteca da CPRM,

Superintendência Regional de Salvador, no período de setembro de 2009 até junho de 2010, o

que de certa maneira proporcionou a conclusão desta pesquisa.

Trata-se de uma pesquisa exploratória, pois tem com objetivo proporcionar maior

familiaridade com o problema, e dá suporte a temas de grande complexidade social, se

utilizando a estratégia metodológica de estudo de caso, a qual permite compreender um

recorte da realidade, podendo-se então abranger uma analise multidisciplinar de pesquisa

dentro de uma totalidade observada.

O objeto de pesquisa aqui observado corresponde à avaliação da competência

informacional do profissional bibliotecário ao ser responsável pela disseminação e mediação

da informação aos usuários da biblioteca digital Acesso Livre, mantida pela CPRM - Serviço

Geológico do Brasil.

5.1 PROBLEMA

A pesquisa parte da necessidade de um estudo aprofundado sobre a disseminação dos

documentos digitais disponíveis em uma biblioteca digital na área de Geociências, devido aos

diversos tipos de informações que a mesma contempla, e a dificuldade no tratamento e

mediação da informação dessas coleções para os usuários.

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47

Ao analisar os aspectos referentes ao bibliotecário como profissional responsável pela

gestão, mediação e disseminação da informação de conteúdos numa biblioteca digital se

verificou a seguinte questão:

Como os bibliotecários da Rede de Bibliotecas CPRM – Serviço Geológico do Brasil

estão disseminando as coleções da biblioteca digital Acesso Livre para os usuários internos e

externos da instituição?

5.2 HIPÓTESE

A formulação de uma hipótese inicial para a questão foi desenvolvida a partir do

pressuposto de pouca utilização desta biblioteca digital pelos usuários internos e externos a

instituição, o que levou a afirmativa de que:

Os bibliotecários responsáveis pela disseminação dos conteúdos da biblioteca digital

estão encontrando dificuldades para orientar os usuários na utilização das coleções digitais,

devido à falta de uma ferramenta didática para o acesso as informações desses repositórios,

assim como pela existência de barreiras ligadas à infraestrutura de redes necessária para o

acesso rápido aos conteúdos on-line.

5.3 MÉTODOS E TÉCNICAS

O método de abordagem utilizado foi o hipotético-dedutivo, realizando-se uma

avaliação da documentação sobre o tema proposto, através de uma analise exploratória sobre

as questões que envolvem o objeto da pesquisa num estudo de caso.

O método de procedimento utilizado foi: o comparativo devido à pesquisa ser de

caráter qualitativo, pois se pretendeu revelar através destes as diferenças e semelhanças nas

competências que implicam na disseminação e mediação da informação disposta nas coleções

digitais, a quantidade de pessoas que utilizam os serviços das bibliotecas da CPRM, assim

como o grau de satisfação dos profissionais da informação em diferentes realidades sociais ao

utilizar as ferramentas da Biblioteca digital Acesso livre.

As técnicas utilizadas neste trabalho foram:

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48

Pesquisa documental indireta: sobre a organização do conhecimento nas áreas de

Ciência da Informação e Geociências sobre o tema das Bibliotecas Digitais, assim como de

outras áreas ligadas à concepção de acervos digitas e ao Acesso livre à informação;

Pesquisa documental direta: com observação do campo de pesquisa com a aplicação

de questionários a gestora da Rede e aos bibliotecários das bibliotecas analisadas, no sentido

de conhecer as interligações dos mesmos com os acervos das bibliotecas digitais e o processo

da disseminação desses conteúdos para os usuários das bibliotecas da CPRM - Serviço

Geológico do Brasil.

5.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados se deu primeiramente na biblioteca Geólogo Hermes Augusto Verner

Inda localizada na Superintendência Regional da CPRM na cidade de Salvador, através da

observação dos bibliotecários responsáveis pela mediação da informação realizada in loco

nesta unidade, assim como na leitura de documentos disponíveis na instituição sobre a

informação geocientífica e demais áreas afins a instituição, e uma entrevista informal com o

gestor desta biblioteca.

Em seguida foi aplicado um questionário por e-mail ao bibliotecário gerente da Rede

de Bibliotecas CPRM, apresentando questões abertas, com o intuito de verificar as principais

informações referentes ao seu planejamento, suas fases de implantação, e a realidade da

biblioteca Acesso livre na atualidade (2010). (ver Apêndice A)

Depois de receber autorização para recolher dados institucionais necessários para

realização da pesquisa concedida pelo gerente da rede, formulou-se um outro questionário a

partir das informações antes recolhidas, este último foi aplicado via e-mail aos bibliotecários

responsáveis por utilizar a biblioteca digitai Acesso Livre nas 12 bibliotecas da CPRM (ver

Apêndice B).

Ao decorrer da pesquisa recorreu-se a monografias, teses, periódicos, documentos

técnicos, repositórios, sítios, e diversas bibliotecas digitais nacionais e internacionais na web,

que contribuíram de maneira essencial para a construção do referencial teórico.

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5.5 UNIVERSO E AMOSTRA

5.5.1 Rede de Bibliotecas da CPRM – Serviço Geológico do Brasil

Criada em 1971, com o objetivo de promover a informação especializada em

Geociências para a comunidade técnico-científica gerada pela CPRM, a Biblioteca Central do

SGB encontra-se vinculada à Diretoria de Relações Institucionais e Desenvolvimento - DRI e

subordinada ao Departamento de Informações Institucionais - DEINF. Prestando uma

homenagem ao grande Mestre da Geologia brasileira, a Biblioteca recebeu o nome de

Biblioteca Octavio Barbosa.

Além desta biblioteca a empresa conta com mais 11 unidades regionais que juntas

formam a Rede de Bibliotecas da CPRM - Serviço Geológico do Brasil, e foram estas 12

bibliotecas o universo de estudo.

BIBLIOTECA Local

SUREG BE Belém - PA

SUREG BH Belo Horizonte - MG

SUREG GO Goiânia – GO

SUREG MA Manaus - AM

SUREG PA Porto Alegre - RS

SEREG RE Recife - PE

SUREG SA Salvador - BA

SUREG SP São Paulo - SP

Residência FO Fortaleza - CE

Residência PV Porto Velho-RO

Residência TE Teresina-PI

Biblioteca Otávio Barbosa Rio de Janeiro – RJ

Quadro 3: Rede de Bibliotecas da CPRM

Teve-se como amostra da pesquisa os bibliotecários responsáveis pela utilização da

biblioteca digital Acesso Livre nas doze bibliotecas da Rede. Sabendo-se que algumas

bibliotecas tinham mais de um bibliotecário, direcionou-se a pesquisa a todos os profissionais

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50

que diretamente são responsáveis pela gestão da ferramenta junto a Biblioteca Otávio Barbosa

no Rio de Janeiro.

Os questionários foram aplicados na segunda quinzena de maio de 2010 com prazo

prorrogado para retorno até a primeira quinzena de junho de 2010. No final deste prazo,

houve um retorno dos 11 questionários, distribuídos conforme o Quadro 6.

No conteúdo das mensagens enviadas aos pesquisadores mencionou-se, além da Carta-

Apresentação, o prazo para o reenvio do questionário com a intenção de trabalhar dentro do

tempo estipulado em projeto para a conclusão desta etapa.

Biblioteca N. de questionários respondidos

SUREG BE 1

SUREG BH Não houve resposta

SUREG GO 1

SUREG MA 1

SUREG PA 1

SEREG RE Não houve resposta

SUREG AS 2

SUREG SP Não houve resposta

Residência FO 1

Residência PV 1

Residência TE 1

Biblioteca Otávio Barbosa - Rio de

Janeiro

2

TOTAL 11

Quadro 4: Número de questionários respondidos por biblioteca da Rede CPRM

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51

6 ANALISE DOS DADOS

De acordo com o método adotado exposto na seção 5.3 a pesquisa foi realizada com a

o gestor Rede de bibliotecas da CPRM e ainda com os bibliotecários responsáveis pela

referida biblioteca digital denominada Acesso Livre.

6.1 GESTÃO DESENVOLVIDA NA BIBLIOTECA DIGITAL ACESSO LIVRE

Quanto à entrevista com o gestor do sistema se pretendeu analisar como se deu as

fases de planejamento, implantação, divulgação e avaliação da biblioteca Acesso Livre.

Referente ao planejamento verificou-se que a biblioteca nasceu com a finalidade de

preservação dos documentos produzidos pela CPRM durante os seus 40 anos de existência;

e ainda da necessidade de disponibilizar para a Rede de Bibliotecas documentos únicos

situados nas diversas unidades regionais da empresa.

De acordo com o referencial teórico elegido neste trabalho retomada abaixo, a

definição de BD vai muito além da proposta inicial da CPRM de preservação e

disponibilização de documentos, o que ficou de certa maneira limitado na proposta planejada

inicialmente pelo gestor.

As bibliotecas digitais são organizações que fornecem recursos, incluindo pessoal especializado para selecionar, estruturar, e oferecer acesso intelectual para, interpretar, distribuir, preservar a integridade, e garantir a persistência ao longo do tempo de coleções de obras digitais para que estejam prontas e economicamente disponíveis para uso por uma comunidade definida ou conjunto de comunidades. (tradução nossa). (DLF - DIGITAL LIBRARY FEDERATION, 2004),

A duração do planejamento até a implantação deu-se no período de dois anos a partir

de 2006, quando a instituição conseguiu recursos para iniciar o projeto que foi realizado de

2007 até dezembro de 2008.

Para a execução do projeto foram liberados recursos pelo PPI - Plano

Piloto de Investimento do Governo Federal na quantia de R$1.100.000,00.

Através de edital foi escolhida a empresa DocPro para prestação do

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52

serviço, pois a mesma se adequava às especificações indicadas e ainda

devido ao grande reconhecimento desta empresa no mercado

preservação e organização de documentos digitais a exemplo de sua

utilização pela Biblioteca Nacional (Brasil), Petrobras, FIOCRUZ e outras.

O projeto da biblioteca Acesso Livre foi desenvolvido nas seguintes

fases:

Quadro 5: Fases de implantação do Projeto da Biblioteca Digital Acesso Livre

Fonte: Dados fornecidos pelo gestor da Biblioteca através das respostas ao questionário aplicado.

Outro aspecto analisado no questionário foi como se deu a divulgação dessa biblioteca

FASES DO PROJETO ATIVIDADES REALIZADAS NO PERIODO

1ª FASE - Em 2006 a Biblioteca reiterou seu propósito de intenções referentes à preservação da memória institucional e foi contemplada com recursos para iniciar o Projeto Acesso Livre;

- Iniciou-se a escanerização da coleção de Revistas Institucionais: Água em Revista e Terra em Revista, Projeto Borda Leste na íntegra, Coleção de autoria de Octavio Babosa e as páginas principais dos Relatórios Finais dos exemplares de Projetos armazenados na unidade do Rio de Janeiro.

2ª FASE - Devido ao grande sucesso das primeiras coleções digitalizadas, o projeto despertou o interesse da direção da empresa e o destaque para que estivesse incorporado no elenco de Projetos a serem avaliados e contemplados pelo PPI - Plano Piloto de Investimento do Governo Federal;

- Em 2007, o projeto entrou no rol de Projetos Institucionais Prioritários e avaliados positivamente pelo MME para receber recursos viabilizando sua execução;

- Ainda neste ano, foi autorizada e realizada, a Licitação Pública presencial, tendo como vencedora a empresa DocPro.

3ª FASE - O projeto se iniciou efetivamente em 27 de dezembro de 2007;

- Inicialmente foi processado todo o acervo de Relatórios do Rio de Janeiro e posteriormente foi promovida, a coleta e envio dos acervos das Unidades Regionais, a partir do controle de uma relação onde cada bibliotecário regional poderia visualizar o que a biblioteca do Rio não possuía para posterior envio para ser digitalizado e incluído na biblioteca digital.

- Em dezembro de 2008 o projeto é finalizado oficialmente tornando disponível todos os volumes de Relatório institucionais impressos e incorporados em todas as Unidades da CPRM.

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nas demais unidades Regionais da CPRM e para a comunidade de usuários externa a

instituição.

Em 2006 foi realizada uma divulgação interna referente aos documentos

disponibilizados inicialmente e posteriormente realizamos para a comunidade externa, através

de e-mail e divulgação no Jornal Virtual.

Após a liberação de verba do PPI o início do Projeto, foi lançado oficialmente no 44º

Congresso de Geologia realizado na cidade de Curitiba no ano de 2008.

Referente ao treinamento dos bibliotecários responsáveis para a utilização biblioteca

digital Acesso Livre, o gestor informou que se deu através de e-mail, no entanto o mesmo

compreende que deveria ter sido realizada um treinamento in loco que seria uma base para a

mediação do bibliotecário com os usuários da biblioteca digital. È importante ressaltar que

esse treinamento não foi oferecido pela empresa DocPro e sim pelo gestor da biblioteca.

Quanto à avaliação da usabilidade desta biblioteca digital foi verificado que não está

sendo utilizado um instrumento para obter a mensuração da utilização desta biblioteca pelos

usuários. Entretanto, já existe uma intenção do gestor da biblioteca digital neste sentido.

Quanto às dificuldades encontradas foram relatadas apenas as referentes à

digitalização dos documentos, ainda não foi verificada uma preocupação quanto a outros

aspectos importantes ligados gestão de uma biblioteca digital como: a as dificuldades de

utilização da ferramenta pelos usuários, e a mediação da informação realizada pelos

bibliotecários que operam o sistema.

Verificou-se após essa análise com o gestor da biblioteca digital que a visão para o

futuro desta ferramenta ainda se restringe aos aspectos de preservação e memória, e não se

lobriga a dimensão do que se objetiva ao construir uma biblioteca digital que é disponibilizar

informações para a comunidade interna e externa em acesso livre na internet.

6.2 COMPETÊNCIA DO BIBLIOTECÁRIO PARA MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA BIBLIOTECA DIGITAL

Quanto ao questionário aplicado aos bibliotecários nas 12 bibliotecas regionais da

CPRM (ver Apêndice 2) pretendeu-se avaliar a usabilidade da biblioteca digital Acesso livre

para estes profissionais atuantes na Rede de Bibliotecas da CPRM - Serviço Geológico do

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Brasil, no sentido de entender como se dá a disseminação da informação através das coleções

digitais nesta biblioteca aos usuários internos e externos da instituição, e as dificuldades

existentes neste processo.

Inicialmente foi questionado se estes conheciam a ferramenta, todos informaram ter

conhecimento pleno da existência da biblioteca digital Acesso livre.

Quando questionados sobre a existência de dificuldade dos bibliotecários ao utilizarem

à biblioteca Acesso Livre de acordo com as opções: “nunca”, “raramente”, “muitas vezes”, e

“sempre”, encontrou-se uma diversidade de respostas, como pode ser verificado no gráfico 1.

Primeiramente foi localizado que 46% raramente e 9% nunca tiveram dificuldades em acessar

a ferramenta, o que aponta que mais da metade possuem certa competência para utilizar o

sistema mesmo não havendo um treinamento propriamente dito pra manusear a biblioteca

digital. Já no que se refere ao treinamento por e-mail realizado pelo gestor da biblioteca

localizou-se algumas falhas em sua aplicação, pois 36% dos bibliotecários sentiram muitas

dificuldades ao utilizarem a ferramenta e 9% sempre tendo dificuldades.

Acesso e Uso da Biblioteca Digital

Questão 2 - Nível de dificuldade do bibliotecário ao utilizar a biblioteca digital Acesso Livre

9%

36%

46%

9%

a) sempre

b) muitas vezes

c) raramente

d)nunca

Gráfico 1: Acesso e Uso da Biblioteca Digital: Questão 2 – Nível de dificuldade do bibliotecário ao utilizar a biblioteca digital Acesso Livre

Ao serem questionados sobre as principais dificuldades vivenciadas durante a pesquisa

na Biblioteca Digital Acesso livre na internet (ver gráfico 2), observou-se que a dificuldade

mais citada foi referente a falta de clareza nas divisões e subdivisões das coleções de

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documentos (35%), seguida da dificuldade de recuperação da informação (23%), demoras no

acesso ao sistema (18%), e a falta de conhecimento para utilizar a ferramenta (14%).

Isso demonstra uma deficiência na forma em que os documentos foram

disponibilizados, ou seja, a arquitetura da informação construída pela empresa DocPro e o

gestor da biblioteca, dificultando assim, a recuperação da informação pelos bibliotecários, o

que nos leva a refletir sobre o nível de dificuldade que os usuários dessa biblioteca devem ter

na realização da busca dos documentos.

Gráfico 2: Arquitetura e Usabilidade da Biblioteca Digital – Questão 3 – Principais dificuldades encontradas na busca e recuperação de documentos na biblioteca digital Acesso livre.

Pode-se confirmar também a demora de acesso ao sistema, que pode ser visto como

um fator negativo para uma biblioteca digital, devido à sua proposta de acesso rápido aos

documentos pela Internet. Neste mesmo item foi confirmada a falta de um treinamento dos

bibliotecários ao relatar que possuem falta de conhecimento para utilizar as ferramentas da

biblioteca digital.

No que se refere aos meios de divulgação da Biblioteca Digital Acesso Livre se pode

notar que 46 % dos bibliotecários ficaram sabendo da biblioteca por pessoas internas da

empresa, outros 27% através de correspondência eletrônica, e apenas 9% tomaram

conhecimento através do site da empresa (ver gráfico 3).

Neste item confirmamos que as formas de divulgação realizadas pela gerência da Rede

Arquitetura e Usabilidade da Biblioteca Digital

Questão 3 - Principais dificuldades encontradadas pelo bibliotecário na busca e recuperção de

documentos na bilioteca digital Acesso Livre

18%

23%

14%5%

35%

5%a) Demora de acesso

b) Dificuldade na recuperação da informação

c) Falta de conhecimento para utilizar a ferramenta

d) Formato de documentos incompatíveis com os

software disponíveis em meu computador

e) Falta de clareza nas divisões e subdivisões das

coleções na biblioteca digital

f) Outras dificuldades

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de Bibliotecas não foram apresentadas primeiramente aos bibliotecários, o que de certa

maneira provocou certo desconhecimento da ferramenta pelos funcionários da instituição, o

que comprovou que os bibliotecários não participaram da elaboração de estratégias de

divulgação da biblioteca digital.

Gráfico 3: Divulgação da biblioteca Digital: Questão 6 – Como os bibliotecários ficaram sabendo da existência da biblioteca digital Acesso Livre?

No aspecto referente à participação dos bibliotecários na organização da biblioteca

digital Acesso Livre, viu-se que 55% responderam que não participaram da organização da

biblioteca, informando que a participação dos mesmos só ocorreu através do envio de

documentos para digitalização, das unidades regionais para a biblioteca do Rio de Janeiro a

qual era a responsável pela gestão do projeto. Já outros 45 % responderam ter participado

ativamente ou apenas enviando os documentos de suas unidades para serem digitalizados na

Biblioteca do Rio de Janeiro (ver gráfico 4).

Neste momento percebe-se certa divisão entre os que participaram e os que não

participaram da organização, podemos confirmar essa divisão por uma carência de uma gestão

mais colaborativa entre os bibliotecários da unidade do Rio de Janeiro e as demais unidades

regionais da Rede, algo que poderia ser sanado com uma gestão participativa entre as

bibliotecas, o que de certa maneira padronizaria os serviços oferecidos entre os envolvidos,

levando-os a uma melhoria contínua nas atividades desenvolvidas na Rede de Bibliotecas.

Divulgação da Biblioteca Digital

Questão 6 - Como os bibliotecários da CPRM ficaram sabendo da existência da biblioteca

digital Acesso Livre?

27%

9%

46%

18%

Através de e-mail

Através do site da CPRM

Por pessoas internas da organização

Outros meios

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Gráfico 4: Participação na Organização da Biblioteca: Questão 7 – A sua biblioteca regional participou da organização da biblioteca digital Acesso Livre?.

Nas questões 9 e 10 deste questionário se pretendeu identificar como se dá a

disseminação e mediação da informação disposta na biblioteca digital Acesso Livre aos

usuários internos e externos da CPRM.

Inicialmente na questão 9, 91% dos bibliotecários responderam que costumam

informar ao usuário a existência da biblioteca digital Acesso Livre, o que de certa maneira

influenciaria uma maior utilização dessa ferramenta pelos usuários internos e externos da

CPRM.

Já na questão 10 (ver gráfico 5) se referindo agora diretamente a mediação da

informação pelo bibliotecário na biblioteca digital, ao perguntar de forma aberta “qual o

procedimento tomado pelo bibliotecário se um usuário pede a cópia de um documento no

formato digital, sendo que o este material solicitado já se encontra disponível na BD Acesso

livre no formato digital”, pode se notar a existência de diversos problemas não planejados

inicialmente no projeto de implantação desta biblioteca na empresa.

O primeiro aspecto mais citado foi que “se orienta o usuário que este documento

digital já existe na biblioteca digital Acesso Livre, e se o usuário não estiver satisfeito faz-se a

fotocópia do documento impresso” (28%). Este ponto relata duas questões: a falta de uma de

uma cultura digital na empresa; o que está diretamente relacionado ao ponto seguinte; a falta

de divulgação dos documentos digitais disponíveis para acesso e uso na biblioteca Acesso

Participação na Organização da Biblioteca

Questão 7 - A sua biblioteca regional participou da organização da

Biblioteca Digital Acesso Livre?

55%

45%

Sim

Não

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livre.

Para a criação de uma cultura digital ativa na instituição permitindo que os usuários da

Rede de Bibliotecas da CPRM se habituem a utilizar documentos digitais, pelos diversos

benefícios já abordados no referencial teórico é necessário uma participação colaborativa de

todos os responsáveis diretamente por gerir essa Biblioteca digital, principalmente a direção

da empresa. Dessa maneira poder-se-á também realizar uma disseminação de documentos

digitais com sucesso, permitindo aos usuários da empresa optar com precisão, no momento

que necessitarem, qual é a melhor alternativa: a utilização de um documento impresso ou de

um documento digital.

Mais uma vez nesta questão pode-se notar a falta de padrões utilizados pelos

bibliotecários na orientação aos usuários na utilização dos documentos da BD Acesso Livre,

onde 18% orientam o usuário e caso seja necessário envia o documento por e-mail; outros

18% orientam o usuário, caso o mesmo não consiga localizar o documento, o mesmo

(bibliotecário) faz o download do arquivo e envio por e-mail, podendo ainda realizar a cópia

do documento impresso.

Mediação da informação pelo bibliotecario na Biblioteca Digital

Questão 10 - Quando o usuário solicita a cópia digital de um documento que já está disponível em

meio digital na Biblioteca Acesso Livre qual o procedimento tomado?

28%

9%

18%9%

18%

9%

9%Orienta-se o usuário/ caso necessário faz-se a fotocópia

do material impresso

Não informa ao usuário a existência do doc. digital/ caso o

mesmo deseje faz-se uma fotocópia do doc. Impresso

Orienta-se o usuário/caso seja necessário envia-se o

arquivo por e-mail ou faz-se a cópia do doc. impresso

Nunca foi solicitado cópia digital pois os usuários

preferem cópia impressa

Orienta-se o usuário na procura do documento

presencialmente, por telefone, ou por e-mail

Houve a tentativa de informar o usuário mas o resultado foi

negativo

Faz-se o download do arquivo e envia-o ao usuário por e-

mail

Gráfico 5: Mediação da informação pelo bibliotecário na Biblioteca Digital : Questão 10

A diversidade de resposta demonstra a necessidade de treinamento dos bibliotecários,

que deveria ser realizado antes que a biblioteca digital estivesse disponível para acesso no site

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da instituição, e ainda denota a inexistência de um manual que de certa maneira auxiliasse

tanto o usuário quanto o bibliotecário no processo de busca e recuperação da informação nesta

biblioteca digital.

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7 CONSIDERAÇÔES FINAIS

Localiza-se neste instante a confirmação da hipótese para o problema proposto neste

trabalho, defendida no ponto 5.2, “Os bibliotecários responsáveis pela disseminação dos

conteúdos da biblioteca digital estão encontrando dificuldades para orientar aos usuários

como utilizar as coleções digitais, devido à falta de uma ferramenta didática para o acesso as

informações desses repositórios, assim como pela existência de barreiras ligadas a

infraestrutura de redes necessária para o acesso rápido aos conteúdos on-line”.

No decorrer da pesquisa percebeu-se também que outros fatores como os ligados à

competência e a qualificação do profissional da informação na utilização das novas

tecnologias não foram diretamente os responsáveis pelas dificuldades vivenciadas pelos

bibliotecários na orientação aos usuários da biblioteca digital Acesso Livre.

Sendo assim, identificou-se que os aspectos que realmente influenciaram a pouca

divulgação, disseminação, e utilização da biblioteca Acesso Livre pelos bibliotecários e por

extensão aos usuários internos e externos da CPRM foram:

a) A falta de um treinamento prévio direcionado aos bibliotecários para que os mesmos

utilizem à biblioteca digital Acesso Livre com qualidade, sanando desta forma os

problemas referentes ao mediar da informação nesta ferramenta;

b) a falta de uma gestão mais colaborativa entre os profissionais da Rede de Bibliotecas

da CPRM;

c) a falta de uma cultura digital na empresa para utilização de documentos digitais;

d) e ainda a falta de um manual ou ferramenta que instruísse o bibliotecário e até mesmo

usuário a buscar e recuperar os documentos dispostos nesta biblioteca digital.

Percebeu-se também que apesar do grande potencial informacional disponível na

Biblioteca Digital Acesso Livre, a gestão desta ainda está voltada apenas para a preservação

destes documentos, não encarando a visão de acesso livre à informação como fator essencial

para uma disseminação e mediação da informação à comunidade de pesquisadores carentes

por informações geocientíficas.

Uma prova deste fato é a falta de uma ferramenta no sistema que mensure a

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quantidade de usuários reais que utilizam a biblioteca digital Acesso livre, ficando muito

difícil dimensionar as reais dificuldades que estes usuários encontram ao utilizar a ferramenta,

o tempo que os mesmos levam para recuperar a informação, e até mesmo formular novos

serviços para esta biblioteca na internet.

Entende-se também que a biblioteca Acesso livre é uma ferramenta que ainda está no

período de adaptação por seus usuários, mas que após uma maior divulgação dessa biblioteca

e a introdução de uma política na empresa voltada para a utilização de documentos digitais,

esta biblioteca futuramente poderá resolver os problemas já citados anteriormente, e ainda

aperfeiçoar seus serviços de informação atendendo cada vez mais a comunidade que necessita

da documentação disposta em seus acervos digitais para a fundamentação de novas pesquisas

e estudos, que certamente contribuirão para o desenvolvimento sustentável do país.

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VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregório. Tecnologia e conteúdos informacionais:abordagens teóricas e práticas. São Paulo: Polis, 2004. 187 p.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Questionário aplicado ao bibliotecário gerente da Rede de Bibliotecas da CPRM

Bom dia …. ,

Assim como conversamos por telefone estou fazendo meu trabalho final de curso sobre a usabilidade da biblioteca de documentos digitais Acesso Livre, sendo assim necessito de algumas informações referentes ao processo de construção e desenvolvimento desse acervo, que seguem abaixo:

1 – Inicialmente gostaria de saber de quem foi a ideia de desenvolver a biblioteca digital Acesso Livre na CPRM?

2 – Quanto tempo durou as fazes de planejamento, implantação, digitalização das coleções?

3 – Quais foi a quantidade de recursos empregados para adquirir essa ferramenta (valor do contrato com a DocPro para instalação e manutenção do Acesso Livre)?

4 – Quando se deu o lançamento ou início da utilização da biblioteca Acesso Livre para a comunidade no sítio da CPRM?

5 – Houve algum treinamento dado para os profissionais bibliotecários para utilizarem o Acesso livre? Se ainda não justifique?

6 – Houve divulgação da Biblioteca Acesso Livre nas unidades Regionais da CPRM? Se houve relate os meios dessa divulgação?

7 – A biblioteca Acesso Livre permite a emissão de Relatórios? Se sim relate quais?

8 – Há no sistema alguma mensuração do número de usuários que utilizam o Acesso Livre através do sítio da CPRM na internet? Caso a resposta for não há como conseguir esses dados com o setor responsável pelo Processamento de Dados na CPRM?

9 – Quais foram as principais dificuldades localizadas para o funcionamento pleno do Acesso Livre, desde suas fazes iniciais até o presente momento?

10 – Qual é a visão da CPRM para o futuro da biblioteca Acesso Livre?

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APÊNDICE B – Carta de apresentação da pesquisa e questionário aplicado aos bibliotecários da Rede de Bibliotecas da CPRM

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO METODOLOGIA E TÉCNICA DE PESQUISA

CARTA DE APRESENTAÇÃO

Esta pesquisa trata-se de um estudo de caso da Biblioteca de documentos digitais Acesso Livre e tem como objetivo avaliar a usabilidade desta ferramenta pelos profissionais bibliotecários atuantes na Rede de Bibliotecas da CPRM - Serviço Geológico do Brasil, no sentido de entender como é realizada a disseminação da informação através das coleções digitais desta biblioteca aos usuários internos e externos da instituição, e as dificuldades existentes neste processo. As informações adquiridas neste instrumento de coleta de dados serão utilizadas como fonte de informação para o meu trabalho final de curso, e os resultados posteriores ao estudo serão compartilhadas com todos os interessados, não sendo revelada a identidade dos participantes. As respostas deverão ser preenchidas no próprio documento de acordo as exigências de cada questão. Conto com a sua colaboração no sentido de retornar o questionário respondido via e-mail até o dia 26 de maio de 2010. Agradeço desde já pela sua contribuição, pois permitirá que esta pesquisa seja efetivada.

Cordialmente,

LUIS RICARDO ANDRADE DA SILVA

Graduando em Biblioteconomia e Documentação pelo Instituto de Ciência da Informação, Universidade Federal da Bahia.

Tel: (71) 3336-3507 Cel.: (71) 8763-3358 E-mail: [email protected] [email protected] Orientado por: Maria Dulce Paradella Matos de Oliveira Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Bahia- UFBA. Professora do Instituto de Ciência da Informação – ICI - UFBA

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QUESTIONÁRIO

Unidade de atuação:

1. Você já utilizou a biblioteca de documentos digitais Acesso Livre disponível no sitio da CPRM na internet? a) Sim ( ) b) Não( )

2. Caso tenha utilizado, você sente dificuldade em localizar a informação que procura na biblioteca Acesso Livre? a) Sempre ( ) b) Muitas vezes ( ) c) Raramente ( ) d) Nunca ( )

3. Quais as principais dificuldades vivenciadas durante a pesquisa na Biblioteca Digital Acesso livre na internet: (caso necessário escolha mais de uma opção)

• Demora de acesso ( ) • Dificuldade na recuperação da informação ( ) • Falta de conhecimento para utilizar a ferramenta ( ) • Formato de documentos incompatíveis com os softwares disponíveis em meu

computador ( ) • Falta de clareza nas divisões e subdivisões das coleções de documentos ( ) • Caso tenha outras dificuldades, especifique abaixo:

______________________________________

4. Você já recebeu algum treinamento para utilizar a biblioteca de documentos digitais Acesso Livre? a) Sim ( ) b) Não( )

5. Caso a resposta anterior tenho sido “sim” informe a duração do treinamento e o nível de satisfação obtido no mesmo?

Duração: ______

Nível de satisfação: insuficiente ( ) regular ( )bom ( ) excelente ( )

6. Como ficou sabendo da existência da biblioteca digital Acesso Livre? R: ( ) através de e-mail ( ) através do site ( ) pessoas internas da organização ( ) pessoas externas da organização ( ) Outros meios. Especifique:______________________________________

7. A sua biblioteca participou da organização da biblioteca Acesso livre? Sim ( ) Não ( )

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8. Se a resposta anterior foi “não” informe o motivo pelo qual não participou? R:

9. Você costuma informar aos usuários internos e externos da Rede de Bibliotecas CPRM a existência da biblioteca digital Acesso Livre? Sim ( ) Não ( )

10. Se um usuário qualquer solicitar a cópia digital de um documento produzido pela CPRM, sabendo que este documento já se encontra disponível no formato digital na biblioteca Acesso Livre, qual é o procedimento adotado? R:

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APÊNDICE C – Termo de consentimento e esclarecimento para realização de pesquisa

Ao Bibliotecário gestor da Rede de Bibliotecas da CPRM

Venho por meio desta, solicitar-lhe o consentimento para realização da minha pesquisa de trabalho final de graduação no curso de Biblioteconomia e Documentação. O estudo que pretendo realizar tem como objetivo avaliar a usabilidade da Biblioteca de documentos digitais Acesso Livre pelos profissionais bibliotecários atuantes na Rede de Bibliotecas da CPRM - Serviço Geológico do Brasil.

Os dados serão coletados mediante um questionário dirigido via e-mail aos bibliotecários atuantes na Rede de Bibliotecas da CPRM - Serviço Geológico do Brasil, a ser aplicado no período de 20 a 26 de Maio de 2010.

Serão preservadas em caráter confidencial, as informações que possam gerar qualquer tipo de investigação nos indivíduos que participarão da pesquisa.

Diante do proposto, solicitamos a autorização dessa instituição para coleta de dados, sem interferir no desenvolvimento das atividades profissionais e sem ocasionar ônus à instituição.

Sendo assim, agradeço antecipadamente pela valiosa contribuição no processo da minha formação.

Atenciosamente,

LUIS RICARDO ANDRADE DA SILVA

Graduando em Biblioteconomia e Documentação pelo Instituto de Ciência da Informação, Universidade Federal da Bahia.

Tel: (71) 3336-3507 Cel.: (71) 8763-3358 E-mail: [email protected] [email protected] Orientado por: Maria Dulce Paradella Matos de Oliveira Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Bahia- UFBA. Professora do Instituto de Ciência da Informação – ICI - UFBA

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ANEXOS

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ANEXO A – Movimentos em favor do acesso livre

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ANEXO A – Movimentos em favor do acesso livre (continuação)

(BOMFÁ et al, 2008, p. 311-312).

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