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ISSN 2176-1396 ACESSIBILIDADE DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA ORLA DE ICOARACI, BELEM DO PARÁ Ronielson Santos das Mercês 1 - UEPA Priscilla Negrão perdigão 2 - UEPA Ingrid Rodrigues da Rosa Cruz 3 - UEPA Grupo de Trabalho Diversidade e Inclusão Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo As mudanças constantes realizadas pelo homem nos espaços geográficos das grandes cidades brasileiras implicam em transformações arquitetônicas e urbanísticas nos espaços públicos e privados, que, não respeitam o direito constitucional de ir e vir das pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida. O presente estudo tem por objetivo mapear a acessibilidade para pessoas com deficiência física e /ou mobilidade reduzida (idosos, gestantes, obesos) na Orla de Icoaraci, Belém-Pará. Autores como (ALMEIDA, NUNES E ZOBOLI, 2011, entre outros) têm chamado nossa atenção para o fato de alguns espaços turísticos apresentarem restrições físicas e visuais, as quais não atendem a lei da acessibilidade 10.098/ 2000. A metodologia utilizada em nossa pesquisa é do tipo qualitativa. Participaram da pesquisa 18 pessoas, do gênero masculino e feminino, com idade variando entre 16 e 52 anos, na condição de pessoa com deficiência, mobilidade reduzida e pessoas sem deficiência. Os dados foram coletados no período de 14 a 21 de junho, em diferentes dias da semana (Segunda feira, Terça feira, Quinta feira, Sexta feira, Sábado e Domingo). Os dados foram analisados a partir das seguintes categorias: 1 - concepção de Acessibilidade pelos entrevistados; 2 - locais que se constituem como barreiras para as pessoas com deficiência, a partir do olhar dos entrevistados; 3 - soluções apresentadas pelos participantes para resolução dos problemas encontrados. Portanto, neste artigo, as discussões versaram acerca da acessibilidade da pessoa com deficiência e mobilidade reduzida no espaço público do Município de Belém do Pará, em especial na Orla do Distrito de Icoaraci, mostrou-se um lócus de investigação enriquecedor para a comunidade científica visando o 1 Graduando em Pedagogia da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Pesquisador do Núcleo de Inclusão Popular (NEP/UEPA) Pesquisador do Grupo de Estudo, Pesquisa e Práxis Inclusiva de Biologia (GEPPIBIO/UFPA) Bolsista de Iniciação Científica CNPQ/CAPES. Monitor Voluntário do Núcleo de Inclusão Social da Universidade Federal do Pará (NIS/UFPA). E-mail: [email protected] 2 Graduada em Pedagogia pela Faculdade Integrada Ipiranga, Pós-Graduada em Educação Especial com ênfase em Educação Inclusiva pela Faculdade Instituto Carrera; Pesquisadora do Grupo de Estudo, Pesquisa e Práxis Inclusiva da UFPA (GEPPI/UFPA); Professora de Educação Inclusiva na Rede Privada de Ensino de Belém do Pará. E-mail: pritperdigã[email protected] 3 Graduanda em Pedagogia da Universidade do Estado do Pará (UEPA); Pesquisadora do Grupo de Estudo, Pesquisa e Práxis Inclusiva da UFPA (GEPPI/UFPA), Grupo de Estudo e Pesquisa em Didática (UEPA) E-mail: [email protected].

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ISSN 2176-1396

ACESSIBILIDADE DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA ORLA

DE ICOARACI, BELEM DO PARÁ

Ronielson Santos das Mercês1 - UEPA

Priscilla Negrão perdigão2 - UEPA

Ingrid Rodrigues da Rosa Cruz3 - UEPA

Grupo de Trabalho – Diversidade e Inclusão

Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

As mudanças constantes realizadas pelo homem nos espaços geográficos das grandes

cidades brasileiras implicam em transformações arquitetônicas e urbanísticas nos

espaços públicos e privados, que, não respeitam o direito constitucional de ir e vir das

pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida. O presente estudo tem por objetivo

mapear a acessibilidade para pessoas com deficiência física e /ou mobilidade reduzida

(idosos, gestantes, obesos) na Orla de Icoaraci, Belém-Pará. Autores como (ALMEIDA,

NUNES E ZOBOLI, 2011, entre outros) têm chamado nossa atenção para o fato de

alguns espaços turísticos apresentarem restrições físicas e visuais, as quais não atendem

a lei da acessibilidade 10.098/ 2000. A metodologia utilizada em nossa pesquisa é do

tipo qualitativa. Participaram da pesquisa 18 pessoas, do gênero masculino e feminino,

com idade variando entre 16 e 52 anos, na condição de pessoa com deficiência,

mobilidade reduzida e pessoas sem deficiência. Os dados foram coletados no período de

14 a 21 de junho, em diferentes dias da semana (Segunda feira, Terça feira, Quinta feira,

Sexta feira, Sábado e Domingo). Os dados foram analisados a partir das seguintes

categorias: 1 - concepção de Acessibilidade pelos entrevistados; 2 - locais que se

constituem como barreiras para as pessoas com deficiência, a partir do olhar dos

entrevistados; 3 - soluções apresentadas pelos participantes para resolução dos

problemas encontrados. Portanto, neste artigo, as discussões versaram acerca da

acessibilidade da pessoa com deficiência e mobilidade reduzida no espaço público do

Município de Belém do Pará, em especial na Orla do Distrito de Icoaraci, mostrou-se

um lócus de investigação enriquecedor para a comunidade científica visando o

1 Graduando em Pedagogia da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Pesquisador do Núcleo de

Inclusão Popular (NEP/UEPA) Pesquisador do Grupo de Estudo, Pesquisa e Práxis Inclusiva de Biologia (GEPPIBIO/UFPA) Bolsista de Iniciação Científica CNPQ/CAPES. Monitor Voluntário do Núcleo de

Inclusão Social da Universidade Federal do Pará (NIS/UFPA). E-mail: [email protected] 2Graduada em Pedagogia pela Faculdade Integrada Ipiranga, Pós-Graduada em Educação Especial com

ênfase em Educação Inclusiva pela Faculdade Instituto Carrera; Pesquisadora do Grupo de Estudo,

Pesquisa e Práxis Inclusiva da UFPA (GEPPI/UFPA); Professora de Educação Inclusiva na Rede Privada

de Ensino de Belém do Pará. E-mail: pritperdigã[email protected] 3Graduanda em Pedagogia da Universidade do Estado do Pará (UEPA); Pesquisadora do Grupo de

Estudo, Pesquisa e Práxis Inclusiva da UFPA (GEPPI/UFPA), Grupo de Estudo e Pesquisa em Didática

(UEPA) E-mail: [email protected].

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entendimento das ações afirmativas, que, discutem à promoção da acessibilidade desses

sujeitos na sociedade contemporânea são de extrema importância, para que as relações

humanas sejam garantidas por meio de ações de respeito à diversidade humana.

Palavras-chave: Acessibilidade. Pessoas com Deficiência. Mobilidade Reduzida.

Espaços públicos.

Introdução

As mudanças constantes realizadas pelo homem nos espaços geográficos das

grandes cidades brasileiras implicam em transformações arquitetônicas e urbanísticas

nos espaços públicos e privados, que às vezes, não respeitam o direito constitucional de

ir e vir das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Reportagens recentes do

Jornal Liberal 1º edição, veiculada no dia 30/06/2015, em Belém do Pará, apontaram à

necessidade dos nossos governantes desenvolverem políticas públicas no sentido de

eliminar barreiras arquitetônicas na Região Metropolitana de Belém para que as pessoas

com deficiência tenham seus direitos garantidos de acessibilidade, em especial, nos

pontos turísticos e entre outros locais de nossa cidade.

Autores como (PEREIRA, 2011; ALMEIDA, NUNES E ZOBOLI, 2011) têm

chamado nossa atenção para o fato de alguns espaços turísticos apresentarem restrições

físicas e visuais, as quais não atendem a lei da acessibilidade 10.098/ 2000, a NBR

9050, que orienta que todos os espaços, edificações, mobiliários e equipamentos

urbanos que vierem a ser projetados, construídos, montados ou implantados, bem como

as reformas e ampliações de edificações e equipamentos urbanos, devem atender ao

disposto nesta norma para serem considerados acessíveis. Pois nos seus planos

documentais visam à promoção da acessibilidade plena em ambientes públicos e

privados.

O presente estudo teve por objetivo mapear a acessibilidade para pessoas com

deficiência física e/ou mobilidade reduzida (idosos, gestantes, obesos) na Orla de

Icoaraci, Belém-Pará.

A Orla de Icoaraci é um ponto turístico da cidade de Belém, visitado tanto pelas

pessoas pertencentes ao município de Belém, como por outros municípios, estados e

outros países. A orla está situada no Distrito de Icoaraci, fica distante da Capital de

Belém do Pará, aproximadamente 20 km, sua extensão geográfica é de 6 km, onde se

encontram nestes locais diversos pontos de lazer, como por exemplo, praça de

alimentação, praça de artesanato, praça do coco e entre outros serviços que a orla

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oferece valorizando o espaço turístico. A orla está divida em quatros locais de visitação:

Trapiche de Icoaraci, Praça do Artesanato, Praça de Lazer e Praia do Cruzeiro. A

revitalização da orla aconteceu no ano 2000, pelo então, Prefeito de Belém, Edmilson

Rodrigues, que elaborou um projeto de revitalização e urbanização da Orla de Icoaraci,

no entanto, nos dias atuais a população belenense vem se deparando com problemas em

sua infraestrutura, as quais tem se colocado como barreiras das mais diversas formas ao

longo da sua extensão.

Assim, entendemos que a pesquisa sobre acessibilidade no Município de Belém

do Pará, em especial no distrito de Icoaraci, é de suma importância para as discussões

atuais acerca da responsabilidade social dos governos municipais e estaduais,

principalmente nas cidades localizadas na região norte do Brasil, pois o que vemos ao

longo da pesquisa, que existem poucas produções científicas voltadas para

acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência nos espaços públicos na grande

região metropolitana de Belém. Esperamos que o estudo possa contribuir para as

políticas públicas que visam à promoção da acessibilidade no Município de Belém do

Pará, e destacar a importância da comunidade cientifica em investigar esses lócus

turísticos para que possam estar trazendo a discussão para o meio acadêmico tendo esse

olhar critico- reflexivo sobre os logradouros públicos.

Acessibilidade de pessoas com deficiência no espaço no público

Para Almeida (2001, p.02) “os espaços públicos são espaços predominantemente

livres de edificação, aberto de uso público, que facilitam a circulação e disponibilizam

uma sucessiva oportunidade de despertar o lazer, servindo ainda de referencial da

cidade”.

Podemos considerar que os espaços públicos são elementos geográficos que

referenciam os pontos de percursos realizados pelas as pessoas na cidade. Para tal, “A

denominação do espaço livre está apoiada na condição de oferecer livre acesso,

permitindo liberdade para as pessoas” (LYNCH, 1990. p.12).

Acessibilidade, de acordo com a Lei nº 13146/2015 significa: o direito que

garante à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma

independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social.

Desta forma os espaços públicos necessitam atender as normas técnicas de

acessibilidade para tornarem-se de fato espaços acessíveis. Por espaço acessível

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entende-se como sendo, o espaço percebido e utilizado em sua totalidade por todas as

pessoas, inclusive aquelas com mobilidade reduzida (NBR, 2004).

Para eliminar qualquer barreira que impeça ou limite o acesso/direito de

locomoção com liberdade e segurança da pessoa com deficiência ou mobilidade

reduzida em nossa sociedade é possível tomarmos como referência além das legislações

existentes em âmbito nacional, há ainda a Lei Municipal n º 8.068/2011, em seu art. 1º,

estabelece normas e critérios de promoção da acessibilidade das pessoas com

deficiência ou mobilidade reduzida.

Esta lei estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da

acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços

públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos

meios de transporte e de comunicação no Município de Belém (LEI

MUNICIPAL n º 8.068/2011).

Sendo assim, o espaço público deve promover o acesso pleno dos grupos sociais

em sua extensão geográfica viabilizando em sua estrutura física e arquitetônica

estratégias de adaptações que promovam condições de utilizações desses espaços e

facilitem sua circulação nas vias públicas ou logradouros públicos.

Em seu art.8º da Lei Municipal n º 8.068/2011 pontua-nos sobre as

transformações ou projetos urbanos que viabilizem mudanças nos logradouros públicos

ou vias públicas.

O projeto e o traçado dos elementos de urbanização públicos e privados de

uso comunitário nestes compreendidos os itinerários e as passagens de

pedestres, os percursos de entrada e de saída de veículos, as escadas e

rampas, deverão observar os parâmetros estabelecidos pelas normas técnicas de acessibilidade da NBT 9050 da Associação Brasileira das Normas

Técnicas- ABNT (ABNT, 2004, p. 12).

Para kamio e Sassi (2010, p.256) “o segmento de pessoas com deficiência é um

novo nicho que começa a ser desvelado por profissionais do turismo, mas que precisa

ser analisado para que possa identificar as expectativas, desejos e interesses desse

público”.

Desse modo, os autores discutem que os profissionais do turismo necessitam de

formação continuada ou complementar para que possam lidar com esse público nos

espaços turísticos, pois o que se vê, é uma carência de formação nesta área do mercado

que não atende a demanda de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida que

transitam por esses espaços públicos.

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Deville (2009, p.257) discute que:

Grande parte das pessoas com algum tipo de dificuldade encontra inúmeras

dificuldades no acesso ás atividades turísticas, devido à existência de

barreiras nos diferentes componentes do equipamento turístico, o que parece

denotar a falta de atenção por parte dos agentes do setor de turismo e, do

mesmo modo, algum desinteresse do ponto de investigação acadêmica.

Para o autor a necessidade de se discutir sobre a inclusão das pessoas com

deficiência ou mobilidade reduzida nos espaços turísticos é um dever do estado e das

instituições sociais, como a escola, que permeiam discussões sobre a participação desses

grupos nos diversos segmentos da sociedade, como por exemplo, economia, turismo,

lazer e outras áreas. “A inclusão em todos os setores da sociedade significa que essa

deve, além de garantir espaços adequados para todos, aceitar e valorizar a diversidade

humana” (RUSCHMANN, SOLHA, 2006, p.10).

Vale ressaltar que, o autor, defende a necessidade de se investigar os destinos

turísticos que existem na nossa cidade, pois, assim, veremos quais as barreiras e

dificuldades que as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida encontram nos

espaços públicos. Para Bóia (2006, p.14) “o que se pretende com o turismo inclusivo

não é a elaboração de uma proposta única de turismo para deficientes. Na realidade, o

turismo inclusivo trata-se de elaborar propostas de turismo que possibilite a qualquer

pessoa a desfrutar de experiências de viajar sem se defrontar com a barreira”.

Quem são as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida que merecem a nossa

atenção quando falamos de acessibilidade nos espaços públicos?

Na Convenção Internacional Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,

promulgada pela ONU em 2006. Define a pessoa com deficiência:

Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo

de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação

com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na

sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.” (Artigo 1º,

convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência).

O foco do nosso estudo é a pessoa com deficiência física, Segundo Manual de

Acessibilidade da PUC- campinas.

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Deficiência Física: A mobilidade da pessoa está limitada ou reduzida devido a lesões traumáticas (lesão da medula espinhal, perda ou dano do membro) e

doenças congênitas (paralisa cerebral, distrofia muscular, espinha bífida,

artrite, Mal de Parkinson), por exemplo. Portanto, a pessoa com deficiência

física é aquela que necessita de adaptações para obter melhor desempenho

nas atividades práticas e cotidianas de sua vida. Essas adaptações, conhecidas

como tecnologias assistivas, visam proporcionar à pessoa com deficiência

maior independência, qualidade de vida e inclusão social, por meio da

ampliação de sua comunicação, recursos de acessibilidade, mobilidade, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos

e sociedade (PROACESS, 2013, p.5).

Desse modo, iremos também incluir nesse grupo as pessoas com mobilidade

reduzida, como parte do nosso estudo. No Manual de Acessibilidade da PUC-

CAMPINAS, a pessoa com mobilidade reduzida é:

Mobilidade Reduzida: É a situação de mobilidade limitada por

consequência de uma deficiência física (sensorial ou de locomoção, que pode

ser permanente ou momentânea), deficiência mental/intelectual, ou ainda, em razão da idade, e que exige atenção especial ou adaptações nos ambientes. A

pessoa com mobilidade reduzida é aquela que precisa de ajuda de outra

pessoa para se locomover até os locais de destino (PROACESS, 2013, p.6).

Historicamente, a sociedade, tem demonstrado uma dificuldade em conviver

com as diferenças nos espaços sociais, pois o não conhecimento do outro, enquanto ser

diferente estabelece um olhar segregado das pessoas com deficiência ou com

mobilidade reduzida na sociedade. Para Carvalho (2004, p.45) “Sabe-se que é no

processo de socialização que ocorre a individualização do homem, quando ele toma

consciência de si mesmo na “[...] totalidade de seus traços, atributos, imagens, conceitos

e sentimentos [...]”.

O autor discute a importância das relações sociais entre as pessoas nos espaços

da sociedade, pois os grupos sociais estabelecem uma relação dinâmica no processo de

ser conhecer e definem sua identidade no que diz respeito ao conhecimento da

alteridade.

Metodologia

A metodologia utilizada em nossa pesquisa é do tipo qualitativa, de acordo com

(TEIXEIRA, 2005, p.137), “procura reduzir a distância entre a teoria e os dados, entre o

contexto e a ação”, possibilitando, dessa forma, compreender o fenômeno observado a

partir da descrição e vivência do pesquisado.

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Participaram da pesquisa 18 pessoas, do gênero masculino e feminino, com

idade variando entre 16 e 52 anos, na condição de pessoa com deficiência, mobilidade

reduzida e pessoas sem deficiência. Os dados foram coletados no período de 14 a 21 de

junho, na Orla do distrito de Icoaraci em diferentes dias da semana (Segunda feira,

Terça feira, Quinta feira, Sexta feira, Sábado e Domingo) e diferentes horários (manhã,

tarde e noite) para garantir uma participação significativa e o olhar de Todas as pessoas

que frequentam o referido espaço.

O instrumento da coleta de dados utilizado foi à entrevista semi-estruturada,

segundo Marconi e Lakatos (1982, p. 70) “é um procedimento utilizado na investigação

social pela coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um

problema social”. Este instrumento de obtenção de informações é fundamental nas falas

dos entrevistados, pois a compreensão de maneira fidedigna do problema social em

questão relatado, para Gil (2008, p. 109), a entrevista pode caracterizar-se como “um

diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletarem dados e a outra se

apresenta como fonte de informação”.

E ainda para Marconi e Lakatos (1982, p. 70), a entrevista tem como objetivo “a

obtenção de informações do entrevistado sobre determinado assunto ou problema” e por

se tratar de uma interação onde envolve duas categorias, entrevistador e entrevistado,

que buscam a interpretação das informações corporais, sentimentais, valores, emoções

por meio do diálogo interativo, trata-se de uma entrevista dialógica-reflexiva.

Foi utilizado ainda, durante a coleta dos dados o Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (TCLE), o qual foi apresentado aos participantes para que autorizassem a

utilização das informações em publicações, desta forma garantindo o seu anonimato, e

após assinatura e concordância foi dado início as entrevistas.

Os dados foram analisados a partir das seguintes categorias: 1 - concepção de

Acessibilidade pelos entrevistados; 2 - locais que se constituem como barreiras para as

pessoas com deficiência, a partir do olhar dos entrevistados; 3 - soluções apresentadas

pelos participantes para resolução dos problemas encontrados.

Resultados e Discussão

1 – Em relação à concepção de Acessibilidade pelos entrevistados

“É a pessoa com deficiência, idosos e crianças terem o direito de ir e vir”.

(Entrevistada S.S)

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“É o local adaptado para pessoas fazerem as coisas com autonomia”.

(Entrevistada G)

“É um direito de ir e vir da pessoa com deficiência. É a pessoa ter livre

acesso, ter calçadas adaptadas” (Entrevistada E)

Evidencia-se na fala dos entrevistados a compreensão do conceito de

acessibilidade de acordo com o previsto na Lei nº 13.146 (BRASIL, 2015, p.19)

garantindo “a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e

autonomia de espaços, mobiliários [...] instalações abertos ao público, de uso público ou

privado de uso coletivo [...] por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida”.

Para Lamônica (2008, p.131) “acessibilidade compõe o conceito de cidadania, no qual

os indivíduos têm direitos assegurados por lei que devem ser respeitados”.

“É todos terem acesso igual para todos, para que haja interação entre

todos os grupos, tanto pessoas com deficiência ou com mobilidade

reduzida”. (Entrevistada D)

“É poder andar, ter livre acesso, passear. Não se restringe, é livre acesso

de todas as pessoas”. (Entrevistada R)

Os entrevistados pontuam ainda, em sua fala a importância das pessoas com

deficiência ou mobilidade reduzida de estabelecerem relações sociais com os demais

grupos sociais e a participação das pessoas com deficiência e mobilidade reduzidas nos

espaços públicos e privadas. Segundo Arendt (2009, p.61) “Ninguém e visto

isoladamente produz valores, daí a relevância da condição de convivência com os

demais, tanto no processo de formação de identidade e aprendizagem quanto à

personalidade”. Diante desse contexto, nota-se a importância da relação social no

processo de construção de uma sociedade igualitária que respeite as diferenças na

escola, sociedade, família, trabalho entre outros espaços sociais.

“É a facilidade para qualquer pessoa chegar aonde queira”.

(Entrevistada R.N)

“Ter rampas de acesso que eu quase não vejo por aí”. (Entrevistada V)

Para Vital e Resende (2008, p. 07) concluem que o espaço público não deve ser

elaborado somente nos referenciais do “homem padrão” (possuidor de todas as

habilidades físicas e mentais), é necessário construir rampas, é necessário considerar a

idade e o estado de saúde dos usuários, para que de fato a cidadania seja exercida.

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Sendo assim, os projetos urbanísticos das cidades devem atender a legislação existente

para garantir o direito de TODOS, em especial, o grupo de pessoa com deficiência e

mobilidade reduzida que transitam pelos espaços turísticos.

2 – Em relação aos locais que se constituem como barreiras para as pessoas

com deficiência ou com mobilidade reduzida, a partir do olhar dos entrevistados.

“Rampas inadequadas, falta de sistema de comunicação para pessoas

com deficiência visual, o piso tátil não é adaptado para as pessoas com

deficiências”. (Entrevistada S.S)

“Falta de rampas, fazer a manutenção das escadas, melhorarem o piso tátil

da orla”. (Entrevistada G)

Evidenciamos na fala dos entrevistados que mesmo que não saibam citar a

legislação existente da Acessibilidade, ainda assim, elas sabem dos direitos aprovados

na mesma e que não estão sendo executados e priorizados pelo poder público quando da

construção dos espaços públicos.

Na Lei 13.146/ 2015, em seu artigo 55, define as exigências de projetos

urbanísticos que viabilize meios de comunicação e acessibilidade para as pessoas com

deficiência. A concepção e implantação de projetos que tratem do meio físico, de

transporte, de informação e comunicação, inclusive de sistema e tecnologia da

informação e comunicação e de outros serviços, equipamentos e instalação abertas ao

público, de uso público ou privado, de uso coletivo tanto na zona rural e urbana, devem

atender aos princípios do desenho universal, tendo como referências as normas de

acessibilidade. As estratégias para promover a informação e comunicação entre as

pessoas com deficiências e os espaços turísticos devem ter as concepções pautadas em

uma singularidade do sujeito enquanto ser diferente nos espaços sociais.

“Rampas não adequadas, falta de pontos de locomoção, falta piso

antiderrapante para as pessoas com deficiências e pessoas com mobilidade

reduzida, desnivelamento das calçadas”. (Entrevistada E)

“Bloqueio de calçadas por carros dos visitantes, e por mesas e cadeiras

em frente aos restaurantes e bares da orla de Icoaraci, rampas sem

adaptações”. (Entrevistada R.N)

Nas falas dos entrevistados, percebe-se que a acessibilidade para pessoas com

deficiência física e mobilidade reduzida, infelizmente, ainda não é garantida

plenamente, pois há a falta de fiscalização por parte do poder público em garantir a

desobstrução desses espaços, e conscientização por parte dos donos de estabelecimentos

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comerciais na Orla de Icoaraci, e ainda por alguns visitantes ao deixarem seus carros

estacionados em locais que dificultam a mobilidade desse grupo.

Figura 01: Restaurantes e Bares ocupando as calçadas da Orla de Icoaraci- PA

Fonte: Mercês; Perdigão (2015)

As pessoas devem ter a consciência de que as calçadas públicas ou privadas

deverão permitir o livre acesso para todas as pessoas que têm direito a locomoção nas

vias públicas. Necessita-se desse olhar na Orla de Icoaraci, pois, percebe-se na fala da

entrevistada E “que no local não há piso antiderrapante e as calçadas não são niveladas,

assim, dificultando o acesso livre, seguro e independente das pessoas com deficiência e

mobilidade reduzida”. Segundo Carvalho (2001, p.03) “as dificuldades enfrentadas

pelas pessoas com deficiência e mobilidade reduzida são presentes em vários segmentos

da sociedade tanto nas residências como nos ambientes públicos que se estendem aos

locais de trabalho”.

Figura 02: Restaurantes e Bares ocupando a calçada da Orla de Icoaraci – PA

Fonte: Mercês, Perdigão (2015).

Figura 03: Entrada inadequada no ponto de venda na Orla de Icoaraci - PA

Fonte: Mercês, Perdigão (2015).

Fonte: Mercês, Perdigão (2015)

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O piso do estabelecimento comercial da Orla de Icoaraci, não atende as normas

de acesso e circulação exigidas pela Associação Brasileira de Normas Técnica (ABNT),

por isso, em seu item 6.11, define as exigências que um piso dever ter para promover

acessibilidade plena dos sujeitos. Os pisos devem ter superfície regular, firme, estável e

antiderrapante sob qualquer condição, que não provoque trepidação em dispositivos

com rodas (cadeiras de rodas ou carrinhos de bebê). Admite-se inclinação transversal da

superfície até 2% para pisos internos e 3% para pisos externos e inclinação longitudinal

máxima de 5%. Inclinações superiores a 5% são consideradas rampas e, portanto,

devem atender a 6.4.

As entradas dos estabelecimentos comerciais situado na Orla de Icoaraci

necessitam de fiscalizações, adequações e reformas para que possam estar adequadas às

normatizações da NBR 2004, pois há necessidade de se reformular esses espaços

comerciais e turísticos visando adequações de 1,20 x 0,90 das portas de acesso desses

espaços comercias como rota de livre acesso desses sujeitos sejam eles, pessoas com

deficiência, mobilidade reduzida e pessoas sem deficiência.

Autores como Gomes (2011); Rezende (2011); Pereira, (2011); Araújo, Oliveira

(2010), Garbe (2012) entre outros, apontam em suas pesquisas sobre Acessibilidade

para pessoas com deficiência em espaços turísticos, que as barreiras realizadas pela ação

humana nesses locais são uma atividade comum no dia-a-dia. E que só ocorrem, pelo

fato de não se perceber um comprometimento quanto à fiscalização por parte do poder

público nesses espaços turísticos, a ausência desse profissional, ou órgão regulador

inviabiliza medidas legais e/ou administrativas que promova o asseguramento e a

promoção do livre acesso das pessoas com deficiência e/ ou mobilidade reduzida nas

vias públicas.

“A distância entre os locais de acesso para as pessoas com deficiência,

piso tátil não é adequado para andar”. (Entrevistada R.N)

“O trapiche de Icoaraci tem a rampa muito inclinada na entrada, mas

para irmos para o barco não tem rampa na ponte, senti muita

dificuldade, a falta de faixa exclusiva para as pessoas com deficiência”.

(Entrevistada V)

“Tem buraco nas calçadas que travam rodas dos cadeirantes, falta de

manutenção dos locais de acesso”. (Entrevistado D)

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Figura 04- Rampa que dá acesso à Orla de Icoaraci e o Trapiche de Icoaraci - PA

Fonte: Mercês, Perdigão (2015)

Na Orla de Icoaraci, percebe-se a partir dos relatos dos entrevistados e nas fotos

acima que há uma distância enorme entre uma rampa e outra, há também, a falta do piso

tátil nas calçadas e muita destas com buracos inviabilizando o acesso das pessoas com

deficiência ou mobilidade reduzida. Desta forma, faz-se necessário um olhar crítico

sobre a infraestrutura presente no local, seja por parte dos grupos que lutam em favor da

acessibilidade ou por parte do poder público em viabilizar ações que efetivem a

acessibilidade na Orla de Icoaraci. Logo, é preciso que haja uma reurbanização neste

espaço, para garantir de fato a inclusão desses sujeitos nos espaços turísticos.

Stainback (1990, p.09) afirma que: “Inclusão é uma consciência de comunidade,

uma aceitação das diferenças e uma co-responsabilização para obviar ás necessidades de

outros”.

3 – Em relação às soluções apresentadas pelos entrevistados para eliminar

barreiras

“Diminuir a distância entre os pontos de acesso, melhorar as rampas,

melhorar iluminação, colocar corrimões nas escadas,”. (Entrevistada S.S)

“Colocar mais bancos adaptados para as pessoas com deficiência, melhorar o

piso, colocar placas de sinalização”. (Entrevistada G)

“Fazer manutenção das escadas, melhorarem o piso, melhorar os pontos de

acesso, construir mais rampas”. (Entrevistada E)

“Colocarem profissionais especializados para lidar com as pessoas com

deficiência, melhorarem as placas de sinalização, ações de conscientização

do estado sobre as pessoas idosas e deficientes”. (Entrevistada D)

“Melhoras rampas, diminuir a distância entre os locais de acesso, placas

visuais e melhorias das calçadas da orla”. (Entrevistada R).

As barreiras encontradas na extensão da orla de Icoaraci devem ter um plano

emergencial de reformulação visando à eliminação de barreiras arquitetônicas e

urbanísticas neste espaço. Os entrevistados pontuam sobre o que deve ser feito: colocar

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corrimões nas escadas, colocar placas de sinalização, melhorar o piso e as rampas, ações

de conscientização do estado sobre as pessoas idosas e deficientes, entre outras. E ainda,

chamam a atenção para a importância de percebermos os entraves que impedem o

direito de ir e vir de qualquer pessoa na Orla de Icoaraci, e não só dos deficientes ou das

pessoas com mobilidade reduzida. E que o papel dos órgãos responsáveis deve ser o de

zelar, articular e fomentar ações que atendam as necessidades das pessoas e possa

garantir a inclusão e acessibilidade no local. Por isso é preciso que haja uma

modificação na infraestrutura do local para eliminar as problemáticas encontradas,

visando o acesso a todos.

Para Lamônica (2008, p.133) é preciso que haja um compromisso com a

sociedade em condicionar espaços adequados a todos por meio de praticas que garantem

uma boa qualidade de vida à população em especial as pessoas com deficiência e

mobilidade reduzida.

Figura 05: Rampas Inadequadas na Orla de Icoaraci – PA

Fonte: Mercês; Perdigão (2015)

Um aspecto importante a ser discutido a partir das falas, é a inserção de

profissionais capacitados e qualificados para lidar com as pessoas com deficiência ou

mobilidade reduzida nos espaços públicos, pois isso mostra-nos que o víeis de políticas

públicas voltadas para este aspecto de capacitação de profissionais na área turística

traria diversos avanços no turismo inclusivo.

Para Sassaki (2003, p.04) “É essencial que os organizadores das atividades de

lazer e turismo tenham em mente a filosofia da inclusão social, defendida pelos

movimentos de direito e de vida independente da pessoa com deficiência”.

É com esse olhar a respeito do papel da escola em desvelar espaços públicos que

precisam se tornar acessíveis e inclusivos e fomentar discussões e reflexões dando

ênfase a essa temática que propomos nosso estudo.

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Considerações Finais

A pesquisa realizada contribuiu com um olhar critico da comunidade cientifica

sobre este logradouro público, pois a necessidade de perceber os espaços turísticos da

grande Região metropolitana de Belém, como lócus de pesquisa, tem um papel

fundamental no processo de investigação e exploração desses espaços turísticos, pois

apresentam diversas barreiras e entraves que precisam ser desvelados e discutidos nos

espaços acadêmicos da comunidade acadêmica da Região do Norte e do Brasil.

Entendemos que as ações educativas promovidas pela escola são de extrema

importância, para que as relações humanas sejam garantidas por meio de ações de

respeito à diversidade humana para garantir a acessibilidade e inclusão desses grupos

nos espaços públicos e privados da capital paraense.

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