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Acervo da Biblioteca do Sesc Pompeia O acesso e empréstimo dos títulos estão sujeitos a disponibilidade, mediante agendamento prévio em sescsp.org.br/pompeia. O Estrangeiro Albert Camus, 2019, Romance/Filosofia/Literatura Estrangeira, 128 p. Mais conhecida e importante obra de ficção de Albert Camus. Este livro narra a história de um homem comum que se depara com o absurdo da condição humana depois que comete um crime quase inconscientemente. Meursault, que vivia sua liberdade de ir e vir sem ter consciência dela, subitamente perde-a envolvido pelas circunstâncias e acaba descobrindo uma liberdade maior e mais assustadora na própria capacidade de se autodeterminar. Uma reflexão sobre liberdade e condição humana que deixou marcas profundas no pensamento ocidental. Uma das mais belas narrativas deste século. Laranja Mecânica Anthony Burguês, 2015, Ficção Científica/Romance/Literatura Estrangeira, 235 p. Narrada pelo protagonista, o adolescente Alex, esta brilhante e perturbadora história cria uma sociedade futurista em que a violência atinge grandes proporções e provoca uma reposta igualmente agressiva de um governo totalitário. Ao lado de 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, Laranja Mecânica é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século 20. Adaptado com maestria para o cinema em 1972 por Stanley Kubrick, o livro é uma obra marcante que atravessou décadas e se mantém atual. Um Morte Horrível Pénélope Bagieu, 2016, HQ/COMICS/MANGÁ/Romance, 128 p. Zoé trabalha em excesso e ainda precisa suportar o namorado desempregado e grosseiro. Até que cruza o caminho de Thomas, um escritor de sucesso à procura de inspiração. Nada intelectual, ela não sabe diferenciar Balzac de Batman, mas vai ter que ficar esperta... porque Thomas esconde um segredo que coloca Zoé no meio do que pode se tornar o escândalo literário do século. De uma das quadrinistas mais conhecidas da França, Uma Morte Horrível é uma história de amor e ambição com uma heroína inesquecível.

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Page 1: Acervo da Biblioteca do Sesc Pompeia...que lhe diziam que feministas são infelizes porque nunca se casaram, que são “antiafricanas” e que odeiam homens e maquiagem – começou

Acervo da Biblioteca do Sesc Pompeia O acesso e empréstimo dos títulos estão sujeitos a disponibilidade, mediante agendamento prévio em sescsp.org.br/pompeia.

O Estrangeiro Albert Camus, 2019, Romance/Filosofia/Literatura Estrangeira, 128 p.

Mais conhecida e importante obra de ficção de Albert Camus. Este livro narra a história de um homem comum que se depara com o absurdo da condição humana depois que comete um crime quase inconscientemente. Meursault, que vivia sua liberdade de ir e vir sem ter consciência dela, subitamente perde-a envolvido pelas circunstâncias e acaba descobrindo uma liberdade maior e mais assustadora na própria capacidade de se autodeterminar. Uma reflexão sobre liberdade e condição humana que deixou marcas profundas no pensamento ocidental. Uma das mais belas narrativas deste século.

Laranja Mecânica Anthony Burguês, 2015, Ficção Científica/Romance/Literatura Estrangeira, 235 p.

Narrada pelo protagonista, o adolescente Alex, esta brilhante e perturbadora história cria uma sociedade futurista em que a violência atinge grandes proporções e provoca uma reposta igualmente agressiva de um governo totalitário. Ao lado de 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, Laranja Mecânica é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século 20. Adaptado com maestria para o cinema em 1972 por Stanley Kubrick, o livro é uma obra marcante que atravessou décadas e se mantém atual.

Um Morte Horrível Pénélope Bagieu, 2016, HQ/COMICS/MANGÁ/Romance, 128 p.

Zoé trabalha em excesso e ainda precisa suportar o namorado desempregado e grosseiro. Até que cruza o caminho de Thomas, um escritor de sucesso à procura de inspiração. Nada intelectual, ela não sabe diferenciar Balzac de Batman, mas vai ter que ficar esperta... porque Thomas esconde um segredo que coloca Zoé no meio do que pode se tornar o escândalo literário do século. De uma das quadrinistas mais conhecidas da França, Uma Morte Horrível é uma história de amor e ambição com uma heroína inesquecível.

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Acervo da Biblioteca do Sesc Pompeia

O Que É Empoderamento Joice Berth, 2018, Feminismo/Política/Sociologia, 128 p.

'Como mulheres de periferia do quarto de despejo da cidade, é importante falar o que entendemos como empoderamento a partir de nossas vivências. Não encontramos em nenhuma discussão produzida pelo movimento feminista branco uma possibilidade de construção de nossa identidade. Somos muitas, somos plurais. Nossa discussão sobre empoderamento é no sentido da busca que fortalece o grupo na caminhada dentro de uma sociedade desigual, racista, machista, preconceituosa. Empoderar o coletivo leva a conscientização, união e a transformação das pessoas e da comunidade. Especificamente nós, mulheres periféricas, buscamos estratégias sempre criativas de superar a desigualdade, o machismo, a violência e a maneira como a sociedade nos vê e reage diante de nossas lutas. Por causa de nossa história de opressão, silenciamento, marginalização, buscamos caminhos pra superação, daí o nosso entendimento do que seja empoderamento. Abrir a discussão sobre esse tema é vital pra nossa caminhada! (Adenilde Petrina Bispo – Coletivo Vozes da Rua – Santa Cândida – Juiz de Fora-MG)'

Ladainha Bruna Beber, 2017, Poesia/Literatura Brasileira, 94 p.

Bruna Beber tenta retirar, ao extremo, o peso, a profundidade e a densidade da poesia A começar pelo título: tipo de canto, prece ou recitação que provém de uma dimensão religiosa, a palavra “ladainha” passou a ser usada para dizer aquilo que se repete incansavelmente apesar de já ter perdido o sentido. Ainda, ao escolher não dar títulos aos poemas, mas apenas enumerá-los com a sequência dos 32 primeiros números primos, Bruna Beber foge à simples infinitude dos números naturais, aspirando a uma infinitude ainda não de todo mapeada. O que poderia ser visto como um exercício de banalidade e humor propositalmente afirmativos é, antes de tudo, uma posição ironicamente crítica da poesia para com sua história, para com a poeta, o leitor, a tradição, o mundo, o nosso tempo e, mesmo, a vida.

O Livro das Ignorâças Manoel de Barros, 2016, Poesia/Literatura Brasileira, 120 p.

Publicado pela primeira vez em 1993, O livro das ignorãças é um dos mais emblemáticos livros de Manoel de Barros, em que o autor desvenda os caminhos de sua criação poética. Desaprender para retornar ao estado da ignorância, procurando dentro de si a disponibilidade necessária para observar e apreender novamente o mundo, é uma das lições do poeta. Dividido em três partes, O livro das ignorãças rompe com as regras da gramática e da linguagem, inaugurando uma forma sofisticada e singular de fazer poesia. Nas palavras de Valter Hugo Mãe, que assina o prefácio desta edição: O que [Manoel] propõe foge largamente ao óbvio ou ao expectável, é mais da ordem de uma rebeldia, de uma revolução.

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As Lendas de Dandara Jarid Arraes, 2016, Ficção/Aventura/Literatura Brasileira, 128 p.

As Lendas de Dandara é um livro que mistura ficção, história e um toque de fantasia, onde são narrados dez contos sobre a guerreira quilombola Dandara dos Palmares, companheira de Zumbi dos Palmares. Escrito por mim, Jarid Arraes, e ilustrado por Aline Valek, o livro conta sobre a vida de Dandara desde o seu nascimento, explicando sua origem, suas conquistas e suas lutas. Com muita aventura, suspense, acontecimentos sobrenaturais e até um pouco de romance, o livro conta de uma maneira mágica a forma como Dandara, desde sua infância, fez feitos dignos de uma lenda. Os contos são inspirados em fatos reais da história do Brasil e valorizam a cultura afro brasileira e a memória de Dandara, tão frequentemente esquecida da historiografia oficial e cuja existência é cercada de controvérsias. Devido a escassez de dados oficiais a seu respeito, eu senti a necessidade de criar narrativas que pudessem inspirar os leitores e espalhar a imagem de uma guerreira negra forte, heroica e protagonista da própria história. Embora seja voltado para o público adulto e adolescente, As Lendas de Dandara oferece um material inédito para os jovens e pode ser lido para crianças com a mediação de um adulto responsável, por tratar de temas de violência como o tráfico humano e a escravidão.

Redemoinho em Dia Quente Jarid Arraes, 2019, Contos/FIcção/LIteratura Brasileira, 152 p. Uma das principais vozes da literatura contemporânea, Jarid Arraes traz um livro de contos sobre mulheres brasileiras que não se encaixam em padrões e desafiam expectativas. Escritora conhecida por seus cordéis, Jarid Arraes estreia no gênero dos contos em Redemoinho em dia quente. Focando nas mulheres da região do Cariri, no Ceará, os contos de Jarid desafiam classificações e misturam realismo, fantasia, crítica social e uma capacidade ímpar de identificar e narrar o cotidiano público e privado das mulheres. Uma senhora católica encontra uma sacola com pílulas suspeitas e decide experimentar um barato que a leva até o padre Cícero, uma lavadeira tenta entender os desejos da filha, uma mototáxi tenta começar um novo trabalho e enfrenta os desafios que seu gênero representa ― Jarid Arraes narra a vida de mulheres com exatidão, potência e uma voz única na literatura brasileira contemporânea. O leitor se surpreenderá com a originalidade e a fluência da voz que aqui, nestes contos, enfrenta e revela o emaranhado de contradições que cada um de nós carrega. – Maria Valéria Rezende

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Contos Transantropológicos Atena Beauvoir, 2019, Contos/LGBT+, 176 p Contos Transantropológicos, escrito pela escritora e filósofa portoalegrense Atena Beauvoir, narra histórias de violência e dor, mas também de esperança. São personagens que não se reconhecem no próprio corpo, pessoas que sofrem por viver em uma sociedade intolerante, machista, transfóbica e homofóbica, mas que nem por isso desistem de lutar por um espaço de legitimidade, reconhecimento e aceitação. Figurando entre as ainda poucas produções literárias brasileiras de autoria trans, o livro apresenta, além de seus contos, um ensaio filosófico sobre a existência humana de pessoas transexuais, transgêneras e travestis. Por trás dos horrores sofridos por esse grupo de pessoas, chamado minoritário, encontramos a força em buscar entender a essência de cada um. Atena Beauvoir nos brinda com um livro que questiona a construção das nossas próprias identidades, e vai além: um outro mundo é possível. Mais humano, mais justo, com liberdade e direitos iguais para todas as pessoas. “O zoológico trans não interessa a Atena, mas sim o que se vê a partir desse lugar onde acreditam que nos puseram. As noções todas de doença, perversidade e depravação com que imaginam as transgeneridades são contestadas aqui por narrativas de figuras que vivem na pele essa existência, narrativas de figuras que ousam se afirmar e se fazer trans num mundo que não foi feito para elas, para nós. A beleza do gesto está, curiosamente, no fato de que, ao construírem esse mundo para si, acabam por questionar as estruturas desse mundo que nos emoldura, deixando claro que se há prisões e grades, como as do zoológico em que nos imaginam, elas com certeza não estão ao nosso redor.” – Amara Moira, doutora em Teoria e Crítica Literária pela Unicamp.

A Vida Não Me Assusta Maya Angelou, 2018, Poesia/Arte/Infantil, 64 p. Você tem medo de quê? Cachorros bravos, cobras, sapos, dragões soltando fogo? A Vida Não me Assusta é um pequeno livro de arte para crianças valentes, que enfrentam fantasmas e meninos brigões da escola com a cabeça erguida. É até difícil não se apaixonar por este livro. Publicado originalmente há 25 anos, e até então inédito no Brasil, A Vida Não Me Assusta reúne os talentos da poeta e ativista Maya Angelou e do artista gráfico Jean-Michel Basquiat. Dois artistas com histórias de vida sofridas e infâncias problemáticas, mas que nunca se deixaram intimidar. Não importa qual obstáculo apareça no caminho, você sempre pode encontrar forças para superá-lo. A Vida Não Me Assusta é o mais novo lançamento da Caveirinha, o selo infantil da DarkSide® Books que ajuda os pequenos a darem seus primeiros passos no mundo mágico da fantasia e da imaginação.

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Sejamos Todos Feministas Chimamanda Ngozi Adichie, 2015, Feminista/Política/Sociologia,64 p.

O que significa ser feminista no século XXI? Por que o feminismo é essencial para libertar homens e mulheres? Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente do dia em que a chamaram de feminista pela primeira vez. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. “Não era um elogio. ‘Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: Você apoia o terrorismo!’.” Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e – em resposta àqueles que lhe diziam que feministas são infelizes porque nunca se casaram, que são “antiafricanas” e que odeiam homens e maquiagem – começou a se intitular uma “feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens”. Neste ensaio preciso e revelador, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para mostrar que muito ainda precisa ser feito até que alcancemos a igualdade de gênero. Segundo ela, tal igualdade diz respeito a todos, homens e mulheres, pois será libertadora para todos: meninas poderão assumir sua identidade, ignorando a expectativa alheia, mas também os meninos poderão crescer livres, sem ter que se enquadrar em estereótipos de masculinidade. Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1,5 milhão de visualizações (http://tedxtalks.ted.com/video/We-should-all-be-feminists-Chim) e foi musicado por Beyoncé (https://www.youtube.com/watch?v=IyuUWOnS9BY). Leia um trecho do livro: A questão de gênero é importante em qualquer canto do mundo. É importante que comecemos a planejar e sonhar um mundo diferente. Um mundo mais justo. Um mundo de homens mais felizes e mulheres mais felizes, mais autênticos consigo mesmos. E é assim que devemos começar: precisamos criar nossas filhas de uma maneira diferente. Também precisamos criar nossos filhos de uma maneira diferente.

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O Diário de Anne Frank Anne Frank, 2013, Autobiografia/História/Literatura Estrangeira, 378 p. 12 de junho de 1942 – 1º de agosto de 1944. Ao longo deste período, a jovem Anne Frank escreveu em seu diário toda a tensão que a família Frank sofreu durante a Segunda Guerra Mundial. Ao fim de longos dias de silêncio e medo aterrorizante, eles foram descobertos pelos nazistas e deportados para campos de concentração. Anne inicialmente foi para Auschwitz, e mais tarde para Bergen-Belsen. A força da narrativa de Anne, com impressionantes relatos das atrocidades e horrores cometidos contra os judeus, faz deste livro um precioso documento. Seu diário já foi traduzido para 67 línguas, e é um dos livros mais lidos do mundo. Ele destaca sentimentos, aflições e pequenas alegrias de uma vida incomum, problemas da transformação da menina em mulher, o despertar do amor, a fé inabalável na religião e, principalmente, revela a rara nobreza de um espírito amadurecido no sofrimento. Um retrato da menina por trás do mito.

Capão Pecado Ferréz, 2017, Romance/LIteratura Brasileira, 176 p.

Capão pecado não é só um cartão-postal do fim do mundo, é um divisor de águas. Foi com esta narrativa original que, em 2000, Ferréz estreou na literatura, provocando o leitor ao revelar o cotidiano da periferia. Exemplo de literatura oral, com escrita rápida, espontânea, crua e seca, o romance mostra o amor que nasce escondido e cresce proibido, colocando em xeque a amizade de dois rapazes que convivem com a violência do bairro do Capão Redondo, em São Paulo. O livro foi escrito para a periferia e tem aí o seu maior trunfo – foi a partir dela, onde circula até hoje de mão em mão, que chegou à classe média e a milhares de escolas. Marco da literatura marginal, Capão pecado transformou Ferréz numa referência da luta por uma voz que sempre fala, mas nunca é ouvida. E agora pode ser lida. Esta nova edição inclui um novo texto de abertura, ampliando o poderoso alcance da sua narrativa.

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Histórias de Ninar Para Garotas Rebeldes Elena Favilli/ Francesca Cavallo, 2017, Literatura Infantil, 127 p. Cem histórias que provam a força de um coração confiante: o poder de mudar o mundo. Que essas valentes mulheres inspirem vocês. Que os retratos delas imprimam em nossas filhas e filhos a profunda convicção de que a beleza se manifesta em todas as formas, cores e idades. Em Histórias de ninar para garotas rebeldes, tudo o que podemos sentir é esperança e entusiasmo pelo mundo que estamos construindo. Um mundo onde gênero não defina quão alto você pode sonhar nem quão longe você pode ir. “Um livro absolutamente necessário para embalar qualquer garota ou mulher que conhecemos. ” - Geri Stengel, Forbes “Essas histórias de ninar transformarão princesas em mulheres que mudarão o mundo. ” - Taylor Pittman, The Huffington Post

Olhos D’Água Conceição Evaristo, 2014, Romance/Literatura Brasileira, 116 p.

Em Olhos d’água Conceição Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem. Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Ou serão todas a mesma mulher, captada e recriada no caleidoscópio da literatura em variados instantâneos da vida?Elas diferem em idade e em conjunturas de experiências, mas compartilham da mesma vida de ferro, equilibrando-se na “frágil vara” que, lemos no conto “O Cooper de Cida”, é a “corda bamba do tempo”. Em Olhos d’água estão presentes mães, muitas mães. E também filhas, avós, amantes, homens e mulheres – todos evocados em seus vínculos e dilemas sociais, sexuais, existenciais, numa pluralidade e vulnerabilidade que constituem a humana condição.

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Ponciá Vicêncio Conceição Evaristo, 2018, Ficção Literária/Literatura Brasileira, 128 p A obra narra a trajetória de Ponciá Vicêncio, uma mulher negra, desde sua infância até a idade adulta. Ponciá mora com a mãe, Maria Vicêncio, na Vila Vicêncio, no interior do Brasil, onde vive numa população de descendentes de escravos. Seu pai e seu irmão trabalham no cultivo da lavoura da família Vicêncio, que é proprietária das terras onde todos moram e trabalham, ademais são donos do sobrenome dos habitantes da vila, como a família de Ponciá. A narrativa feita em flashbacks, descreve a infância da menina na vila junto da mãe e do artesanato com o barro que elas fazem. Narrado em terceira pessoa, somos levados ao íntimo dos personagens, assim, conhecemos a felicidade da menina Ponciá, que brincava de passar por debaixo do arco-íris com medo de mudar de sexo, segundo uma crendice popular, era diferente desde a infância, principalmente pela semelhança física com o avô Vicêncio. Este, quando escravo, teve um momento de loucura e grande indignação com a escravidão, mata a esposa e tenta o suicídio se mutilando, corta o próprio braço, esse braço cotó que desde pequena Ponciá imita, apesar de quando o avô faleceu, apenas era uma criança de colo, ela modela um boneco de barro idêntico a ele, que deixa mãe espantada e por esse motivo todos dizem que ela carrega a herança do avô. Depois de perder o pai, Ponciá parte para a cidade grande em busca de uma vida melhor, viaja de trem e ao chegar à cidade sem ter para onde ir, passa uma noite na porta da Igreja e consegue um emprego de doméstica. Durante o tempo que junta dinheiro para compra um barraco e trazer a mãe e o irmão para morar com ela na cidade, seu irmão Luandi decide migrar para a cidade grande, deixando sua mãe triste. Ao chegar na cidade, o rapaz arruma emprego de faxineiro na delegacia, com a ajuda do soldado Nestor, negro que conheceu ao chegar na estação de trem e serve de inspiração para Luandi, que sonha em ser soldado. A mãe, Maria Vicêncio, sozinha na casa, decide viajar pelas vilas sem rumo até que chegue a hora de encontrar os filhos. Nisso, Ponciá volta à vila buscar sua mãe e o seu irmão, mas não entra ninguém, apenas o boneco de barro do avô guardado no fundo de um baú, ao visitar Nêngua Kainda, descobre que encontrará a mãe e o irmão e cumprirá a herança. Ao retornar à cidade, ela se junta a um homem que conhece na favela, no início apaixonada, mas depois sofre agressões físicas, causadas pelo seu estado de apatia, que deu pelas perdas sofridas: a ausência dos familiares e os sete abortos. Enquanto isso, Luandi aprende a ler e escrever, ficando cada vez mais próximo de realizar o sonho de ser soldado. Conhece Bilisa, uma mulher negra, que veio para a cidade em busca de uma vida melhor, mas ao ser roubada na casa onde trabalhava, torna-se prostituta, os dois se apaixonam e fazem planos. No entanto, ela é assassinada brutalmente por Negro Climério, fato que interrompe os planos do casal. Anteriormente, Luandi empresta uma farda do soldado Nestor e retorna à vila para encontrar a mãe, mas não encontra ninguém, apenas uma pista: o sumiço do boneco do avô. Ele deixa seu endereço com Nêngua Kainda para que esta o entregue à mãe e retorna à cidade. Sua mãe, vai ao encontro dele na cidade grande, ao chegar na estação de trem, encontra um soldado e entrega o bilhete com o endereço do filho, o soldado era Nestor, que leva ela até a delegacia onde está Luandi. Na favela, Ponciá, delira com saudades do barro, decide retornar à cidade natal, e na estação de trem reencontra a família e retornam juntos para a Vila Vicêncio, onde Ponciá faz o cumprimento de sua herança ancestral, junto do rio, do arco-íris e do barro.

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Mulheres que correm com os Lobos Clarissa Pinkola Estés, Feminismo/História/Sociologia, 576 p.

Os lobos foram pintados com um pincel negro nos contos de fada e até hoje assustam meninas indefesas. Mas nem sempre eles foram vistos como criaturas terríveis e violentas. Na Grécia antiga e em Roma, o animal era o consorte de Artemis, a caçadora, e carinhosamente amamentava os heróis. A analista junguiana Clarissa Pinkola Estés acredita que na nossa sociedade as mulheres vêm sendo tratadas de uma forma semelhante. Ao investigar o esmagamento da natureza instintiva feminina, Clarissa descobriu a chave da sensação de impotência da mulher moderna. Seu livro, Mulheres que correm com os lobos, ficou durante um ano na lista de mais vendidos nos Estados Unidos. Abordando 19 mitos, lendas e contos de fada, como a história do patinho feio e do Barba-Azul, Estés mostra como a natureza instintiva da mulher foi sendo domesticada ao longo dos tempos, num processo que punia todas aquelas que se rebelavam. Segundo a analista, a exemplo das florestas virgens e dos animais silvestres, os instintos foram devastados e os ciclos naturais femininos transformados à força em ritmos artificiais para agradar aos outros. Mas sua energia vital, segundo ela, pode ser restaurada por escavações "psíquico-arqueológicas" nas ruínas do mundo subterrâneo. Até o ponto em que, emergindo das grossas camadas de condicionamento cultural, apareça a corajosa loba que vive em cada mulher.

Encruzilhada Marcelo D’Salete, 2011, HQ/MANGÁ/Literatura Brasileira, 160 p.

Duas crianças abandonadas nas ruas da cidade grande, uma garota de programa, um usuário de drogas, vendedores de DVDs piratas, um ladrão de carros: os personagens de Encruzilhada revelam a São Paulo, por trás dos anúncios de celulares, por trás das fachadas luminosas, para além da segurança dos shopping centers. O livro lançado originalmente em 2011 (pela Leya), volta agora em uma edição ampliada, com mais quadrinhos Marcelo D’Salete é autor do aclamado álbum novel Cumbe, considerada uma das melhores HQs brasileiras dos últimos anos. Cumbe foi lançado na França, Portugal, Itália. Nos EUA, será lançado pela Fantagraphics, a mais importante editora norte-americana de quadrinhos.

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Ricardo e Vânia: O maquiador, a garota de programa, o silicone e uma história de amor Chico Fellitti, 2019, Biografia/Literatura Brasileira, 192 p.

Em 2017, o Hospital das Clínicas foi ocupado por um homem anônimo que há 20 anos circulava pela rua Augusta, onde panfletava e pedia esmolas. Sua aparência lhe rendeu o status de lenda urbana. Por trás do apelido ofensivo de Fofão da Augusta, estava um cabeleireiro disputado nos anos 70 e 80, esquizofrênico, drag queen, artista de rua e frequentador do underground. Felitti investigou sua história e publicou uma reportagem que viralizou. Mais de 1 milhão de pessoas souberam o nome por trás do rosto remodelado por silicone e cirurgias: Ricardo Correa da Silva. Logo viriam outros personagens atravessados por sua trajetória. Sobretudo Vânia, que um dia se chamou Vagner e foi o amor de sua vida.

Maternidade Sheila Heti, 2019, Romance/Dram/Literatura Estrangeira, 312 p.

Um romance provocador e corajoso sobre o desejo e o dever de procriar, escrito pela brilhante escritora canadense Sheila Heti. Em Maternidade, Sheila Heti reflete sobre os ganhos e as perdas para uma mulher que decide se tornar mãe, tratando a decisão que mais traz consequências na vida adulta com a franqueza, a originalidade e o humor que lhe renderam reconhecimento internacional por seu livro anterior, How Should a Person Be?. Ao se aproximar dos quarenta anos, numa fase em que todas as suas amigas se perguntam quando irão ter filhos, a narradora do romance intimista e urgente de Heti ― no limiar entre a ficção e autorreflexão ― questiona se aquela é uma experiência que ela quer ter. Numa narrativa que se estende ao longo de muitos anos, moldada a partir de conversas com seus pares e seu parceiro e de sua relação com os pais, ela se vê em um embate para fazer uma escolha sábia e coerente. Depois de buscar ajuda na filosofia, no próprio corpo, no misticismo e no acaso, ela descobre a resposta num lugar bem mais familiar do que imaginaria. “Nunca vi ninguém escrever sobre a relação entre não ter filhos, escrever e a tristeza das mães do modo que Sheila Heti faz.” ― Elif Batuman, autora de Os possessos e A idiota

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Porno Chic Hilda Hilst, 2014, Poesia/Literatura Brasileira, 276 p. Edição ilustrada reúne os quatro livros obscenos da poeta, incluindo um texto inédito e crítica de Humberto Werneck, Alcir Pécora, João Adolfo Hansen, Jorge Coli, Eliane Robert de Moraes e entrevista a Caio Fernando Abreu.Em 1990, Hilda Hilst completava 60 anos, 40 deles dedicados à literatura. Insatisfeita com a publicação de seus livros em pequenas tiragens, o silêncio da crítica e a repercussão restrita, a poeta decidiu escrever “adoráveis bandalheiras”. A experiência deu origem à Trilogia Obscena formada por "O caderno rosa de Lori Lamby", "Contos d’escárnio – textos grotescos", "Cartas de um sedutor" e ao livro de poemas "Bufólicas". Pornô chic reúne os quatro títulos, ilustrados, traz o inédito Fragmento pornográfico rural e fortuna crítica que aborda a polêmica fase erótica de Hilst."O caderno rosa de Lori Lamby" e "Bufólicas" recuperam as ilustrações de Millôr Fernandes e Jaguar para as primeiras edições. Para ilustrar "Contos d’escárnio" e "Cartas de um sedutor" foram convidadas Laura Teixeira e Veridiana Scarpelli, que apresentaram uma abordagem contemporânea ao pornô de Hilst. Considerados pela autora uma “experiência radical e divertida”, estes livros misturam humor, críticas à sociedade, todo tipo de práticas sexuais e referências a autores célebres pelo erotismo como Henry Miller e Georges Bataille. A leitura de Pornô Chic revela o quanto Hilst pode ser irônica, debochada e divertida sem perder o refinamento.Se "O caderno rosa de Lori Lamby" parece obsceno ao apresentar uma menina de oito anos relatando suas experiências sexuais, a autora surpreende os leitores com seu desfecho. "Cartas de um sedutor" narra o cotidiano de um homem rico, amoral e culto, que diante de sua incompreensão da vida recorre ao sexo em busca de respostas. "Contos d’escárnio" é uma reunião de textos satíricos, em que a sexualidade é matéria de reflexões imprevisíveis. "Bufólicas" é um livro de “fábulas safadas” concluídas com uma “moral da estória”.A fortuna crítica apresenta um texto inédito do professor de História da Arte e da História da Cultura da Unicamp Jorge Coli, e inclui textos de especialistas na obra de Hilst, como a professora do departamento de Literatura Brasileira da FFLCH-USP Eliane Robert de Moraes, e o professor de Teoria Literária da Unicamp Alcir Pécora – que organizou as obras completas de Hilst para a Globo Livros. Além disso, a edição recupera textos publicados na imprensa nos anos 1990, como um perfil da autora feito pelo jornalista Humberto Werneck e uma entrevista da poeta ao amigo e escritor Caio Fernando Abreu.O ciclo pornográfico de Hilst fez com que a escritora deixasse de ser considerada apenas uma autora sofisticada e lhe trouxe a fama de maldita – mas seu objetivo foi alcançado e sua obra atingiu um público maior. Aos 60 anos, ela expressou surpresa diante das críticas moralistas à suas bandalheiras: “A sexualidade pode ser adorável, perversa ou divertida, mas eu acho que o ato de pensar excita muito mais do que uma simples relação sexual. A mim pelo menos, há muitos anos é assim”.

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Uma Breve História do Tempo Stephen Hawking, 2015, Matemática/Ciência, 256 p.

Uma das mentes mais geniais do mundo moderno, Stephen Hawking guia o leitor na busca por respostas a algumas das maiores dúvidas da humanidade: Qual a origem do universo? Ele é infinito? E o tempo? Sempre existiu, ou houve um começo e haverá um fim? Existem outras dimensões além das três espaciais? E o que vai acontecer quando tudo terminar? Com ilustrações criativas e texto lúcido e bem-humorado, Hawking desvenda desde os mistérios da física de partículas até a dinâmica que movimenta centenas de milhões de galáxias por todo o universo. Para o iniciado, Uma breve história do tempo é uma bela representação de conceitos complexos; para o leigo, é um vislumbre dos segredos mais profundos da criação. “Bem-humorado e extremamente didático, Stephen Hawking demonstra os talentos de um grande professor ao usar o cotidiano para ilustrar teorias extremamente complexas.”The New York Times “Mesmo preso à cadeira de rodas, Stephen Hawking viaja com sua mente por toda a vastidão do espaço e do tempo e desvenda os segredos do universo.”Time “Uma breve história do tempo é a união do entusiasmo de uma criança ao intelecto de um gênio.”The Sunday Times “Uma obra magistral.”The Wall Street Journal

Um defeito de cor Ana Maria Gonçalves, 2006, História/Sociologia/ Brasil, 952 p.

Conta a história da escravidão no Brasil,situando-se na bahia e com referências concernetes ao tráfico e à vida das pessoas que viveram esse triste período da história.OA personagem central é KAHINDE,que narra sua infância na Àfrica e sua vida ,depois, no Brasil.

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Uma Criança Única Guojing, 2016, Infantil, 112 p.

Belíssima história contada somente em imagens sobre a vida pelos olhos de uma criança. Contada através de ricas ilustrações, "Uma Criança Única" é uma história repleta de maravilhamento, tristeza e imaginação. Uma criança pequenininha, perdida e sozinha, encontra um cervo misterioso e o acompanha até as profundezas de uma floresta; lá, ela descobre um novo e maravilhoso mundo longe de casa. Mas será que ela vai conseguir encontrar o caminho de volta?

George Alex Gino, 2014, InfantoJuvenil/LGBT+, 144 p.

Seja quem você é. Quando as pessoas olham para George, acham que veem um menino. Mas ela sabe que não é um menino. Sabe que é menina. George acha que terá que guardar esse segredo para sempre: ser uma menina presa em um corpo de menino. Até que sua professora anuncia que a turma irá encenar “A teia de Charlotte”, e George quer muito ser Charlotte, a aranha e protagonista da peça. Mas a professora diz que ela nem pode tentar o papel porque... é um menino. Com a ajuda de Kelly, sua melhor amiga, George elabora um plano. E depois que executá-lo todos saberão que ela pode ser Charlotte — e entenderão quem ela é de verdade também.

Do amor e outros demônios Gabriel Garcia Marquez, 2014, Romance/Literatura Estrangeira, 191 p. Em 1949, o então jovem repórter Gabriel García Márquez acompanha a remoção das criptas do convento histórico de Santa Clara, e o túmulo de uma menina o faz lembrar as lendas contadas por sua avó. Segundo ela, no Caribe, havia uma marquesinha que tinha uma cabeleira que se arrastava como a cauda de um vestido de noiva. Venerada por seus milagres, ela foi mordida por um cachorro e morreu de raiva. Seria ela ali enterrada? García Márquez conta a história da filha única de um marquês, criada no convívio de escravos e orixás, e um padre incumbido de exorcizar os demônios que se acredita terem possuído a pequena, cujos cabelos só seriam cortados em seu casamento.

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Café Dona Jacira, 2014, AutoBIografia/Literatura Brasileira, 440 p.

Biografia narrada em primeira pessoa, Café nos apresenta palavras impressas que refletem mais que o brilho da poesia que, por vezes, brota do riso e o olhar reflexivo de Dona Jacira, tal como em um baile, as palavras valsam entre um capítulo e outro e vão, suavemente, apresentando a rica história de uma mulher que decidiu perseverar. Mas, não se engane! A obra descortina mais que a história de uma mulher de personalidade forte. Café fala sobre sonhos, desilusões, desejos, identidade, território, justiça e medo. Como bem colocado pela educadora, Maria do Rosário, outra mulher lutadora nos palcos da vida, ao prefaciar o livro: “Cuidado, você está entrando em terreno perigoso!”. E o perigo é não parar de folhear as páginas que apresentam não só a história de Dona Jacira, refletem a realidade crua da vida que é imposta as muitas “Jaciras” de nosso Brasil, mulheres que cismam em não desistir da vida, que se recusaram a parar de sonhar. “Acredito que o livro vai contar e se fazer ouvir pelas milhões de "Jaciras" que estão espalhadas Brasil afora. E, guardada as devidas proporções de espaço e tempo, são histórias que refletem, infelizmente, a realidade de muitas mulheres no Brasil e no mundo até hoje”, alerta o músico e produtor executivo da obra Evandro Fióti. Café não nos oferta uma história triste - ainda que faça rolar uma lágrima aqui e acolá a cada lance narrado e vivido por Dona Jacira -, fala de coragem, de altivez, de bondade, de humanidade. Fala de uma criança que, precocemente, virou mãe, mulher, cidadã e que muito cedo enfrentou a dureza da vida, a navalha dos preconceitos e descobriu que a violência podia estar sentada no sofá da sala, na mesa de jantar ou se esconder nas paredes de sua infância. O livro nos ensina perseverança, arte e amor pela vida. “Vivi momentos muitos duros. Nos quais não havia espaço para o desenho, a pintura, ou mesmo para a poesia e menos ainda para a prosa. Mas, sempre escrevi! Na minha cabeça, escrevi. A arte sempre foi um refúgio, lugar de busca e de encontro! ”, afirma a autora. Uma Carolina Maria de Jesus do nosso tempo! E assim, em um momento tão confuso de nossa história, Café completa bem mais que a conversa da tarde, ele alerta sobre o que já foi vivido não só por Dona Jacira, mas para todas as “Jaciras” desta época e de todas as épocas passadas.

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A Metamorfose Franz Kafka, 2014, Romance/Literatura Estrangeira, 104 p.

A metamorfose é a mais célebre novela de Franz Kafka e uma das mais importantes de toda a história da literatura. Sem a menor cerimônia, o texto coloca o leitor diante de um caixeiro-viajante - o famoso Gregor Samsa - transformado em inseto monstruoso. A partir daí, a história é narrada com um realismo inesperado que associa o inverossímil e o senso de humor ao que é trágico, grotesco e cruel na condição humana - tudo no estilo transparente e perfeito desse mestre inconfundível da ficção universal.

O que o sol faz com as flores Rupi Kaur, 2018, Poesia/Literatura Estrangeira, 256 p.

"Da mesma autora de outros jeitos de usar a boca, best-seller com mais de 100 mil exemplares vendidos no Brasil. o que o sol faz com as flores é uma coletânea de poemas arrebatadores sobre crescimento e cura. ancestralidade e honrar as raízes. expatriação e o amadurecimento até encontrar um lar dentro de você. organizado em cinco capítulos e ilustrado por Rupi Kaur, o livro percorre uma extraordinária jornada dividida em murchar, cair, enraizar, crescer, florescer. uma celebração do amor em todas as suas formas. essa é a receita da vida minha mãe disse me abraçando enquanto eu chorava pense nas flores que você planta a cada ano no jardim elas nos ensinam que as pessoas também murcham caem criam raiz crescem para florescer no final"

Outros jeitos de usar a boca Rupi Kaur, 2017, Poesia/Literatura Estrangeira, 208 p.

Outros jeitos de usar a boca é um livro de poemas sobre a sobrevivência. Sobre a experiência de violência, o abuso, o amor, a perda e a feminilidade. O volume é dividido em quatro partes, e cada uma delas serve a um propósito diferente. Lida com um tipo diferente de dor. Cura uma mágoa diferente. Outros jeitos de usar a boca transporta o leitor por uma jornada pelos momentos mais amargos da vida e encontra uma maneira de tirar delicadeza deles. Publicado inicialmente de forma independente por Rupi Kaur, poeta, artista plástica e performer canadense nascida na Índia e que também assina as ilustrações presentes neste volume , o livro se tornou o maior fenômeno do gênero nos últimos anos nos Estados Unidos, com mais de 1 milhão de exemplares vendidos.

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On the road Jack Kerouac, 2015, Romance/Literatura Estrangeira, 384 p.

Foi ao contar a história de dois amigos atravessando os Estados Unidos a partir da lendária Rota 66 que Kerouac inaugurou um novo tipo de prosa, uma prosa que tem o ritmo sincopado do jazz, que funciona como uma trilha sonora interna ao livro, que vai se desprendendo das palavras, das frases, dos blocos de texto. Essa escrita une a realidade ao sonho, transformando uma viagem em uma busca espiritual. Está quase bíblia da geração beat – que continua deixando uma marca muito forte em quem aceita embarcar nesta viagem – influenciou todos os movimentos de vanguarda da metade do século XX, despertando sentimentos diferentes por onde foi lida e deflagrando uma revolução comportamental de proporções extraordinárias até mesmo para o próprio Kerouac."

Orgia dos loucos Ungulani Ba Ka Khosa, 2016, Contos/LIteratura Estrangeira, 112 p.

Orgia dos loucos, da série Vozes da África, de Ungulani Ba Ka Khosa, é composto por nove contos que retratam aspectos de um momento da realidade moçambicana, como a seca, a fome, o aparecimento dos novos costumes, a discrepância entre campo e cidade, bem como a repressão policial e o desencanto entre a população. O livro foi publicado pela primeira vez em 1990, em Moçambique. Para ilustrar esta obra, Mariana Fujisawa fotografou recortes de papéis sobrepostos, em tons de branco, preto e cinza de diferentes texturas.

A vida secreta das abelhas Sue Monk Kidd, 2014, Romance, 256 p.

Nova edição de um dos livros de maior sucesso dos últimos anos, um clássico instantâneo que já foi adaptado para o cinema. Tendo como pano de fundo os anos 1960, A vida secreta das abelhas é uma história marcante sobre o poder feminino e o poder do amor. A adolescência de Lily Owens tem sido complicada. Ela não se lembra da morte da mãe, há mais de dez anos, e sua relação com o pai é mais que difícil. Em 1964, quando completa 14 anos, ela decide fugir com sua babá Rosaleen. Lily sai a caminho de Tiburon, a cidade que parece esconder alguma resposta sobre a vida de sua mãe. Chegando lá, ela e Rosaleen são acolhidas por três irmãs. Aos poucos, Lily descobre um mundo mágico de abelhas, mel e da Madona Negra. Com a ajuda das irmãs Boatwright – August, May e June –, Lily tenta desvendar sua história. Será que ela conseguirá enfrentar os demônios de seu passado e se tornar uma jovem independente?

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Toda Poesia Paulo Leminski, 2013, Poesia/LIteratura Brasileira, 424 p.

Paulo Leminski foi corajoso o bastante para se equilibrar entre duas enormes construções que rivalizavam na década de 1970, quando publicava seus primeiros versos: a poesia concreta, de feição mais erudita e super informada, e a lírica que florescia entre os jovens de vinte e poucos anos da chamada “geração mimeógrafo”. Ao conciliar a rigidez da construção formal e o mais genuíno coloquialismo, o autor praticou ao longo de sua vida um jogo de gato e rato com leitores e críticos. Se por um lado tinha pleno conhecimento do que se produzira de melhor na poesia - do Ocidente e do Oriente -, por outro parecia comprazer-se em mostrar um “à vontade” que não raro beirava o improviso, dando um nó na cabeça dos mais conservadores. Pura artimanha de um poeta consciente e dotado das melhores ferramentas para escrever versos. Entre sua estreia na poesia, em 1976, e sua morte, em 1989, a poucos meses de completar 45 anos, Leminski iria ocupar uma zona fronteiriça única na poesia contemporânea brasileira, pela qual transitavam, de forma legítima ou como contrabando, o erudito e o pop, o ultraconcentrado e a matéria mais prosaica. Não à toa, um dos títulos mais felizes de sua bibliografia é Caprichos & relaxos: uma fórmula e um programa poético encapsulados com maestria. Este volume percorre, pela primeira vez, a trajetória poética completa do autor curitibano, mestre do verso lapidar e da astúcia. Livros hoje clássicos como Distraídos venceremos e La vie en close, além de raridades como Quarenta clics em Curitiba e versos já fora de catálogo estão agora novamente à disposição dos leitores, com inédito apuro editorial. O haikai, a poesia concreta, o poema-piada oswaldiano, o slogan e a canção - nada parece ter escapado ao “samurai malandro”, que demonstra, com beleza e vigor, por que tem sido um dos poetas brasileiros mais lidos e celebrados das últimas décadas. Com apresentação da poeta (e sua companheira por duas décadas) Alice Ruiz S, posfácio do crítico e compositor José Miguel Wisnik, e um apêndice que reúne textos de, entre outros, Caetano Veloso, Haroldo de Campos e Leyla Perrone-Moisés, Toda poesia é uma verdadeira aventura - para a inteligência e a sensibilidade.

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Literatura, pão e poesia Sérgio Vaz, 2011, Poesia, Literatura Brasileira, 192 p.

Idealizador da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia), o poeta ativista Sérgio Vaz nos brinda com um livro de crônicas, às vezes de mãos dadas com a poesia e o conto, às vezes um espaço de opinião e divagação. Todas falam da periferia paulistana, revelando com sentimento e revolta a difícil relação entre o centro e os bairros esquecidos da cidade.

Mulheres alteradas 1 Maitena, 2003, HQ/MANGÁ/Literatura Brasileira, 79 p. O corpo, a moda, os homens, os amores, a família, os filhos, o trabalho, o passar do tempo, a falta de tempo... Tudo aquilo que faz as mulheres viverem alteradas, retratado com o talento de uma grande humorista. Nesta obra a autora mostra que o riso é a mais saudável das alterações.

Ou isto ou aquilo Cecília Meireles, 2002, Poemas/Literatura Brasileira, 96 p. Ou Isto ou Aquilo´, livro de poemas de Cecília Meireles brinca com as palavras e encanta as crianças com sua sensibilidade, impressões e cores. Há muitos anos, é recomendado para uso nas escolas. É considerado um dos mais belos e importantes livros de poemas para crianças.

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Dias Perfeitos Raphael Montes, 2014, Romance/Literatura Brasileira, 280 p. Sombrio e claustrofóbico, Dias perfeitos narra uma história de amor obsessivo e paranoico que consolida Raphael Montes como uma das mais gratas surpresas da literatura nacional. Aos 20 anos, o carioca Raphael Montes impressionou crítica e público com Suicidas, um caudaloso romance policial que lhe garantiu vaga entre os dez finalistas do prêmio São Paulo de Literatura na categoria autor estreante. Após ler seu primeiro livro, Scott Turow, um dos autores policiais de maior prestígio no mundo, disse que Raphael está "entre os mais brilhantes ficcionistas jovens" da atualidade. "Ele certamente redefinirá a literatura policial brasileira e vai surgir como uma figura da cena literária mundial." Agora, aos 23 anos, ele lança seu segundo livro, Dias perfeitos, romance que confirma seu talento e certamente vai expandir sua já considerável cota de fãs. O protagonista do livro é Téo, um jovem e solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e dissecar cadáveres nas aulas de anatomia. Num churrasco a que vai com a mãe contrariado, Téo conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema. Clarice está escrevendo um road movie de nome "Dias perfeitos". O texto ainda está cru, mas ela já sabe a história que quer contar: as desventuras de três amigas que viajam de carro pelo país em busca de experiências amorosas. Téo fica viciado em Clarice: quer desvendar aquela menina diferente de todas que conheceu. Começa, então, a se aproximar de forma insistente. Diante das seguidas negativas, opta por uma atitude extrema: desfere um golpe na cabeça dela e, ato contínuo, sequestra a garota. Elabora então um plano para conquistá-la: coloca-a sedada no banco carona de seu carro e inicia uma viagem pelas estradas do Rio de Janeiro - a mesma viagem feita pelas personagens do roteiro de Clarice. Passando por cenários oníricos, entre os quais um chalé em Teresópolis administrado por anões e uma praia deserta e paradisíaca em Ilha Grande, o casal estabelece uma rotina insólita: Téo a obriga a escrever a seu lado e está pronto para sedá-la ou prendê-la à menor tentativa de resistência. Clarice oscila entre momentos de desespero e resignação, nos quais corresponde aos delírios conjugais de seu sequestrador. O efeito é tão mais perturbador quanto maior a naturalidade de Téo. Ele fala com calma, planeja os atos com frieza e justifica suas decisões com lógica impecável. A capacidade do autor de explorar uma psique doentia é impressionante - e o mergulho psicológico não impede que o livro siga um ritmo eletrizante, digno dos melhores thrillers da atualidade.

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O amor de uma boa mulher Alice Munro, 2013, Contos/LIteratura Estrangeira, 376 p.

Em O amor de uma boa mulher - publicado originalmente em 1998 e vencedor, nos Estados Unidos, do National Book Critics Circle Award -, Alice Munro oferece ao leitor mais uma fornada de seus contos de fôlego, marcados pela destreza dos planos cinematográficos e pelo olhar duplo, ao mesmo tempo panorâmico e intimista. A canadense fez das pequenas cidades espalhadas pelo condado de Huron o território privilegiado de sua ficção e detecta nas franjas do meio rural aqueles indivíduos de algum modo deslocados da norma. A velhice, a doença, o transtorno mental ou a simples diferença com relação à maioria pontuam os textos. Em Munro, há uma intuição de que a condição feminina se conecta por vários caminhos com a marginalidade. Uma personagem do conto Jacarta sobrevive dando aulas de ballet depois que o marido jornalista supostamente morre num país distante; a protagonista de Ilha de Cortes deseja ser escritora, mas fracassa; Pauline, a jovem mãe de As crianças ficam, tem uma aparência peculiar que a faz ser convidada para interpretar o papel de Eurídice numa montagem teatral amadora, experiência que irá transformar a sua vida. Retrocedendo da atualidade à década de 1950, as narrativas flagram um período em que, para as mulheres, o trabalho muitas vezes servia apenas como um intervalo entre o casamento e a chegada do primeiro filho. Na verdade, tratava-se de um hiato particularmente propício ao desconforto, pois aqueles foram os anos que precederam a Revolução Sexual. A posição gauche dessas mulheres as aproxima de zonas mentais obscuras, colocando-as em xeque diante da vida social. É como se a precisão do roteiro traçado para os homens se opusesse à precariedade e à deriva dos destinos femininos.

Meus contos africanos Nelson Mandela, 2009, Contos/LIteratura Estrangeira, 150 p. Do berço da humanidade surge o caleidoscópio de um livro que retrata a África em sua miríade de facetas e cores: o brilho ofuscante do quente sol africano, o tom azul das montanhas no horizonte, o repouso misericordioso oferecido pela água e pela mata, os estratagemas e a malícia das criaturas, tanto animais como humanas, que povoam esse vasto continente selvagem, e sua generosidade humana, seus grandes corações e seu riso sempre presente. Aqui são encontrados contos tão antigos quanto a África, contados ao redor de fogueiras no final do dia desde tempos imemoráveis, contos herdados dos povos san e khoi, originalmente caçadores e criadores de animais pioneiros, deixados à imaginação daqueles que vieram do mar em grandes embarcações de velas ondeantes.

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O Filho de Mil Homens Valter Hugo Mãe, 2012, Romance/LIteratura Estrangeira, 208 p.

Com vontade imensa de ser pai, o pescador Crisóstomo, um homem de quarenta anos, conhece o órfão Camilo, que um dia aparece em sua traineira. Ao redor dos dois, outros personagens testemunham a invenção e construção de uma família em vinte capítulos. Valter Hugo Mãe, ao falar de uma aldeia rural e dos sonhos anulados de quem vive nela, atravessa temas como solidão, preconceitos, vontades reprimidas, amor e compaixão.

O cheiro do ralo Lourenço Mutarelli, 2011, Ficção/Literatura Brasileira, 184 p.

Neste livro, o protagonista, proprietário de uma loja de quinquilharias, transforma o comércio em um sistema sádico para afligir seus clientes, tão desesperados quanto ele próprio. Obcecado pelo cheiro do ralo que vem dos fundos da loja e pela bunda da garçonete do bar onde almoça todos os dias, o narrador (um sósia do 'moço que faz o comercial do Bombril') naufraga aos poucos em seus delírios. Entre a bunda e o ralo, não lhe resta saída que não seja ir para o buraco.

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Miguel e os demônios Lourenço Mutarelli, 2009, Romance/Literatura Brasileira, 120 p. Mestre dos diálogos enxutos e desconcertantes da frase curta e explosiva, Lourenço Mutarelli experimenta na escrita todas as facetas de sua trajetória de artista gráfico, dramaturgo e roteirista. O humor negro afiado, a linguagem presa à ação e as influências dos quadrinhos, do cinema e da poesia aparecem de forma ainda mais perturbadora em seu quinto romance, Miguel e os demônios. É fim de ano em São Paulo, época em que o calor é infernal e todas as ruas conspiram ao frenético comércio natalino. Miguel é um policial angustiado pela falta de dinheiro e dúvidas inconfessáveis. Acabou de se separar da mulher e perdeu o filho de vista por conta do caso que mantém com uma manicure. Mas outros eventos o afligem: a filha da namorada tem o estranho hábito de comer o reboco das paredes; a cunhada insinua-se para ele; o ex-marido da namorada cometeu um crime bizarro; o pai viciou-se em programas de televendas; e, ao flagrar o chefe em situação suspeita, Miguel passa a receber ameaças. Finalmente, seu parceiro de polícia o convida para fazer serviços extras que rendem bom dinheiro - ao mesmo tempo em que burlam a lei e a moral. Neste antirromance policial, o angustiado Miguel acaba sendo arrastado para uma trama que envolve pedofilia, possessão, múmias mexicanas, seitas bizarras e travestis sedutores. Sua descida aos infernos é contada a seco, em cenas fragmentadas - numa técnica narrativa que poderia ser chamada de "HQ sem imagens".

Coisas de Índio Daniel Munduruko, 2005, Contos/LIteratura Brasileira, 53 p. Daniel Munduruku, autor desse bonito panorama sobre as comunidades indígenas do Brasil, é índio e gosta de ser índio. Ou seja, acha fundamental o resgate do orgulho indígena, tão em baixa desde que os brancos aqui aportaram. Tanto que a expressão "coisas de índio" tem valor negativo, querendo dizer: "coisas de gente esquisita, de ignorante". Mas, desde que conduzidos pela mão certa, basta uma rápida olhada na cultura e na história dos povos indígenas para vermos que não é bem assim. Coisas de Índio é um livro para pesquisa, acessível, interessante e muito atraente, capaz de fazer com que o leitor sensível compreenda toda a riqueza e pluralidade das coisas dos nossos índios.

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Rosa Odilon Moraes, 2017, Infanto Juvenil/LIteratura Brasileira, 48 p. Em uma margem, as palavras que contam a história da distância entre o pai e o filho. Em outra, as imagens que seguem o percurso do filho em busca do seu passado. Atravessamos de uma margem a outra, oscilando entre o tempo das palavras e o das imagens. Cabe a nós alcançar a terceira margem. O livro faz uma homenagem ao escritor Guimarães Rosa e ao seu emblemático conto "A terceira margem do rio". Recebeu o Prêmio FNLIJ, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, em 2018.

A revolução dos bichos George Orwell, 2007, Ficção/Literatura Estrangeira, 152 p. Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista. De fato, são claras as referências: o despótico Napoleão seria Stálin, o banido Bola-de-Neve seria Trotsky, e os eventos políticos - expurgos, instituição de um estado policial, deturpação tendenciosa da História - mimetizam os que estavam em curso na União Soviética. Com o acirramento da Guerra Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua publicação levaram A revolução dos bichos a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto. Depois das profundas transformações políticas que mudaram a fisionomia do planeta nas últimas décadas, a pequena obra-prima de Orwell pode ser vista sem o viés ideológico reducionista. Mais de sessenta anos depois de escrita, ela mantém o viço e o brilho de uma alegoria perene sobre as fraquezas humanas que levam à corrosão dos grandes projetos de revolução política. É irônico que o escritor, para fazer esse retrato cruel da humanidade, tenha recorrido aos animais como personagens. De certo modo, a inteligência política que humaniza seus bichos é a mesma que animaliza os homens. Escrito com perfeito domínio da narrativa, atenção às minúcias e extraordinária capacidade de criação de personagens e situações, A revolução dos bichos combina de maneira feliz duas ricas tradições literárias: a das fábulas morais, que remontam a Esopo, e a da sátira política, que teve talvez em Jonathan Swift seu representante máximo. "A melhor sátira já escrita sobre a face negra da história moderna." Malcolm Bradbury "Um livro para todos os tipos de leitor, seu brilho ainda intacto depois de sessenta anos." Ruth Rendell

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AvóDezanove e o segredo do soviético Ondjaki, 2008, Romance/Literatura Estrangeira, 188 p.

A PraiaDoBispo é um bairro tranquilo de Luanda: o VelhoPescador cuida de sua rede, o VendedorDeGasolina espera um cliente que nunca chega, AvóAgnette e AvóCatarina conversam com a vizinha e ralham com os miúdos. As obras de um mausoléu, porém, transformam e ameaçam o cotidiano: soldados soviéticos comandam a construção, e o projeto ameaça desalojar os moradores. As crianças da PraiaDoBispo assistem a tudo com seus olhos inocentes mas agudos, e divertem-se com as brincadeiras de rua e a extravagância dos estrangeiros. Elas desconfiam que os “lagostas azuis”, como chamam os soviéticos, tramam algo confidencial. Mas o segredo do soviético pode ter a ver com outras coisas: a enorme quantidade de sal grosso encontrada no depósito da construção, os pássaros de plumagens coloridas presos em gaiolas ou a dinamite nos barracões das obras. AvóDezanove e o segredo do soviético é um romance que ultrapassa o horizonte histórico e biográfico para resultar num relato ficcional amparado na poesia da imaginação, no humor inocente da infância e na linguagem que combina o sabor da oralidade do português angolano ao talento narrativo de um jovem escritor africano.

O extraordinário R. J. Palácio, 2003, Infanto Juvenil/Literatura Estrangeira, 320 p. August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade.. até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular em Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apenas da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros. R.J.Palacio criou uma história edificante, repleta de amor e esperança, em que um grupo de pessoas luta para espalhar compaixão, aceitação e gentileza. Narrado da perspectiva de Auggie e também de seus familiares e amigos, com momentos comoventes e outros descontraídos, Extraordinário consegue captar o impacto que um menino pode causar na vida e no comportamento de todos, família, amigos e comunidade – um impacto forte, comovente e , sem dúvida nenhuma, extraordinariamente positivo, que vai tocar todo tipo de leitor. Para espalhar a mensagem de Extraordinário, Palácio iniciou uma campanha antibullying, da qual milhares de crianças já participaram.

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Contos Africanos Para gostar de ler (org.), 2009, Contos/Literatura Estrangeira, 144 p. A África e o Brasil são separados por um oceano. O mar, porém, não é suficiente para afogar o que os une. Há semelhanças nos gestos, no paladar, no canto, na miséria, na violência, em certa alegria melancólica e no colorido que invadem o variado cotidiano de lá e cá. Em alguns casos - cinco, para ser preciso - a ligação se revela ainda mais forte: compartilhamos a mesma língua que Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. O que há de africano no Brasil está vivo entre nós, mas não cultivamos o que há de novo na África. Nos contos deste livro, todos de autores contemporâneos, descobrimos admirados a África atual. E descobrimos também novas palavras, tecidas pela distância.

Vírus Tropical Power Paola, 2015, HQ/COMICS/Literatura Brasileira, 160 p. Vírus Tropical é uma saga familiar divertida e descolada, repleta de personagens cômicas e alopradas: um pai sacerdote que dá missas clandestinas em casa, uma mãe que lê o futuro nos dominós, uma irmã mais velha depravada, outra totalmente beata… No meio dessa trupe, a caçula Paola tenta encontrar seu espaço e sua identidade. Com um traço fino, expressivo e cheio de detalhes, Power Paola nos mergulha no âmago dessa singular família colombiana.

Dora Bianca Pinheiro, 2014, HQ/COMICS/Suspense/Literatura Brasileira, 166 p.

“Dora” é uma HQ diferente que conta a história de uma mãe que tem uma filha… estranha. Logo no começo você vê a mãe diante de um detetive da polícia, que acusa a menina de ter matado 15 pessoas. No desenrolar da história ela conta como Dora nasceu e cresceu. A autora, Bianca Pinheiro, é de Curitiba e ama HQs. Já desenhou alguns que saíram pela Editora Vaca Voadora, a mesma de “Dora”. É um livro impresso em papel Pólen Bold 90g, com 128 páginas, em preto-e-branco e a capa colorida.

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Adulterado Antônio Prata, 2009, Cronicas/LIteratura Brasileira, 146 p. A primeira vez e os foras, a relação com os pais e com os amigos, as dificuldades na escola, o início da idade adulta, Deus, a escolha da faculdade, as pequenas e grandes conquistas, o amor, os complexos, as drogas e o rock'n roll. Por mais variadas que sejam os temas das crônicas aqui reunidas, estão sempre presentes o humor, a leveza no olhar e a sensibilidade que colocam Antonio Prata entre os grandes cronistas em atividade no país. São textos que fazem rir e pensar (não necessariamente nessa ordem) e, quem sabe, podem ser de alguma ajuda nesse "longo caminho que vai dos doze, treze anos, até finalmente sairmos de casa e podermos ouvir (e tocar) a música que a gente quiser, no volume que bem entender - ou, pelo menos, até o vizinho chamar a polícia".

O Clube da Mafalda Quino, 1999, HQ/COMICS/Literatura Estrangeira, 46 p.

O caráter universal das tiras de Quino faz com que, no mundo inteiro, as crianças de hoje e as que sobrevivem em cada um de nós se identifiquem com a personagem na oposição às injustiças dos homens, no inconformismo com o absurdo das ditaduras, na perplexidade diante do irracional cotidiano. Esta é uma nova edição da Mafalda, que a Martins Fontes - selo Martins está lançando em cores: álbuns encadernados para ajudar o leitor a colecionar uma obra que ele nunca se cansa de ler e reler.

Antologia Poética Mário Quintana, 2015, Poemas/LIteratura Brasileira, 208 p.

Um mergulho nos principais poemas de um dos mais importantes autores brasileiros da modernidade. Publicada originalmente em 1981, Antologia poética apresenta uma seleção do próprio Mário Quintana, que optou por uma divisão temática de seus poemas. Estão presentes os motivos mais emblemáticos do poeta: o humor, o despojamento, o devaneio, o sobrenatural, a infância, o cotidiano. O conjunto forma um curso prático não só da poesia de Quintana, mas da poesia moderna como um todo, naquilo que ela tem de mais característico: o lirismo intimista e o verso livre. Com prefácio de Eucanaã Ferraz, que discute em profundidade não só a coletânea, mas também faz um balanço preciso da obra de Quintana, esta é uma ótima porta de entrada para os leitores que querem ter contato com este poeta essencial.

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Sétimo André Vianco, 2007, Ficção/Suspense/Literatura Brasileira, 460 p.

Um vampiro desperto depois de quinhentos anos abre os olhos numa terra estranha, nova e cheia de sangue. Sétimo decide fazer do Brasil seu novo lar, para tanto terá de formar um verdadeiro exército de vampiros para demarcar seu território, exibir seu poder e dar combate aos caçadores. Elege um vampiro recém-criado para servir-lhe de guia, general e pupilo. Em sua sede por sangue e conquistas, ao autoproclamar-se a criatura mais poderosa da Terra, Sétimo atrai além de vampiros, um sem número de inimigos deste e do outro mundo. Estes inimigos despendem esforço sobre-humano, empregando, além de armas carregadas com balas de prata, dentes pontiagudos e poderes paranormais. O espetáculo mais bizarro da terra não pode parar.

Carcereiros Drauzio Varella, 2012, Romance/Literatura Brasileira, 206 p. Em Estação Carandiru, que desde 1999 teve mais de 500 mil exemplares vendidos, Drauzio Varella focou seu corajoso relato na população carcerária de um dos presídios mais violentos do Brasil. Mas os vinte e três anos atuando em presídios brasileiros como médico voluntário também o aproximaram do outro lado da moeda: as centenas de agentes penitenciários que, trabalhando sob condições rigorosas e muitas vezes colocando a vida em risco, administram essa população. Foi com um grupo desses agentes que Drauzio passou a se reunir depois das longas jornadas de trabalho, em um botequim de frente para o Carandiru. E essa convivência pôs o autor em contato com os relatos narrados em Carcereiros, segundo volume da trilogia iniciada por Estação Carandiru - o terceiro livro, Prisioneiras, terá como ponto de partida o trabalho do médico na Penitenciária Feminina da Capital. Acompanhamos, assim, uma rebelião pelos olhos de quem tenta contê-la. A descoberta de que um colega está do lado dos bandidos. Um momento de solidariedade, outro de egoísmo. Um ato heroico e outro de covardia. Entramos em contato com o cotidiano dos carcereiros e as situações desconcertantes impostas pelo ofício, que eles resolvem com jogo de cintura e, não raramente, com humor. O que emerge é um retrato franco de um mundo totalmente desconhecido para quem está de fora, que também inspirou a série homônima exibida pela Rede Globo em 2018. Drauzio fala também de sua própria atividade como médico do sistema penitenciário: das frustrações, dos acertos e, sobretudo, da dificuldade em conciliar uma vida tão imersa nessa realidade com a de médico particular, apresentador de programas de divulgação científica, pesquisador de plantas, escritor e pai de família. Se há algo de comum a essas vidas - carcereiros, médico, detentos -, é a dimensão humana que nunca escapa aos relatos do autor.

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As águas vivas não sabem de si Aline Valek, 2019, Romance, 280 p. A três mil metros de profundidade, o oceano é um mundo sem luz, cheio das mais curiosas formas de vida e em sua maior parte inexplorado para quem vive na superfície. É nesse ambiente que mergulha Corina, flutuando no escuro como um astronauta no espaço, do jeito que gosta: cercada de água. Mas também perseguida pela sensação de que não deveria estar ali. Está sendo observada? Corina faz parte de uma equipe que pesquisa os arredores de uma zona hidrotermal com o objetivo de testar trajes especiais de mergulho. Cinco pessoas trabalhando isoladas, da superfície e umas das outras, numa estação a trezentos metros de profundidade. Como o abismo diante delas, escuro e insondável, cada uma dessas pessoas tem algo a esconder. Incapaz de afogar uma doença que pode pôr tudo a perder, Corina se vê obrigada a enfrentar seus dilemas e os dos colegas, em uma expedição liderada por um cientista com uma obsessão: encontrar inteligência no fundo do oceano. Uma história sobre mergulhar na solidão e ao mesmo tempo se cercar das vozes que pulsam no oceano. Uma história que convida a suspender o fôlego e a ouvir. Uma história que lança a inquietante dúvida: se as águas-vivas não sabem de si, sobre o que sabem então?

Heroínas Negras brasileiras em 15 cordéis Jarid Arraes, 2017, Poesia/LIteratura Brasileira, 176 p. Nos últimos cinco anos, a autora Jarid Arraes tem se dedicado a desvendar a história das mulheres negras que fizeram a História do Brasil. E não bastava conhecer essas histórias, era preciso torná-las acessíveis e fazer com que suas vozes fossem ouvidas. Para isso, Jarid usou a linguagem poética tipicamente brasileira da literatura de cordel. E vendeu milhares de seus cordéis pelo Brasil, alertando para a importância da multiplicidade de vozes e oferecendo exemplos de diversidade para as mulheres atuais. Neste livro, estão reunidas 15 dessas histórias, que ganharam uma nova versão da autora e a beleza das ilustrações de Gabriela Pires. Conheça a história de Antonieta de Barros, Aqualtune, Carolina Maria de Jesus, Dandara dos Palmares, Esperança Garcia, Eva Maria do Bonsucesso, Laudelina de Campos, Luísa Mahin, Maria Felipa, Maria Firmina dos Reis, Mariana Crioula, Na Agontimé, Tereza de Benguela, Tia Ciata e Zacimba Gaba.

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Sangue negro Noémia de Sousa, 2016, Poemas/Literatura Estrangeira, 200 p. Sangue negro, único livro de Noémia de Sousa, chamada Mãe dos poetas moçambicanos, é composto por 46 poemas, escritos entre 1948 e 1951, que representam a resistência da mulher africana e dos povos da África. A presente edição, da série Vozes da África, conta com magníficas ilustrações da brasileira Mariana Fujisawa, capa de Amanda de Azevedo, prefácio da Profa. Dra. Carmen Tindó, estudos de Fátima Mendonça, Francisco Noa e Nelson Saúte, além de depoimentos de leitores apaixonados pela obra de Noémia de Sousa.

Persépolis Marjane Satrapi, 2007, HQ/COMICS/Literatura Estrangeira, 352 p.

Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita - apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa. Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares. Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama - e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.

O livro do travesseiro Sei Shonagon, 2013, Romance/Literatura Estrangeira, 616 p.

Escrito no século X em Quioto por Sei Shônagon, dama da corte da Imperatriz Teishi, O Livro do Travesseiro é a principal obra da literatura clássica japonesa. Composto por mais de trezentos textos curtos - que podem ser lidos em sequência ou com a liberdade do acaso -, o livro compõe um verdadeiro inventário da cultura do Japão feudal, vista pelo olhar poético de uma grande escritora. A presente tradução foi realizada durante mais de dez anos por uma equipe de professoras do Centro de Estudos Japoneses da USP.

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Uma breve história do feminismo no contexto euro americano Patu Schrupp, 2019, Feminismo/Política, 60 p.

Filósofas, rebeldes, ativistas: conheça a evolução do feminismo no contexto europeu e americano desde a Antiguidade nesta história em quadrinhos que aborda o direito das mulheres ao voto, as ondas feministas e personalidades como Olympe de Gouges, Simone de Beauvoir, Audre Lorde e Angela Davis. "Uma breve história do feminismo no contexto euro-americano" nos prende, nos educa, nos faz rir e nos irrita. Narra desde os primórdios da tradição judaico-cristã, com os questionamentos de Maria Madalena; passando pela Idade Média, pela Idade Moderna e pelo Iluminismo; e chegando ao princípio dos movimentos organizados das mulheres no século XIX, a “segunda onda”, o feminismo queer e a "terceira onda".

Inferno provisório Luiz Raffato, 2016, Romance/Literatura Brasileira, 408 p.

Neste ambicioso e extraordinário romance, Luiz Ruffato recria literariamente a história do proletariado brasileiro, partindo dos anos 1950 e chegando até o início do século XXI. Publicado originalmente em cinco volumes, Inferno provisório ganha agora sua edição definitiva. Um dos grandes escritores brasileiros em atividade, Ruffato compôs um poderoso mosaico das andanças e agruras do trabalhador brasileiro. Narrado num caleidoscópio de vozes, o romance dá a palavra aos desfavorecidos e às figuras invisíveis que construíram e transformaram nossas cidades e nossas fábricas. Verdadeiro épico proletário, Inferno provisório é uma saga descomunal sobre um Brasil que muitas vezes não queremos ver.

Da cabula Allan da rosa, 2008, Romance/Literatura Brasileira, 92 p. Filomena da Cabula não aguenta mais ser empregada doméstica e passar humilhação. O patrão desdenhava de sua vontade de aprender a ler e escrever. Por isso, ela pede as contas e segue seu desejo: ter um canto pra morar e um negocinho só seu. Uma barraca pra vender quinquilharias, a condução lotada e demorada e seu quarto-e-cozinha. Essa é a vida nova de dona Filó, que é movida pelo sonho de aprender a ler e escrever. Nos sonhos, ela realiza seu desejo visceral e a urgência de fazer poesia e criar uma história. Na escrita, constrói outra história para si e para seus familiares. Para Filomena, só lhe resta a liberdade vivida nessa redação imaginária, que pontua seu cotidiano. Dona Filomena da Cabula, mulher negra do povo, dona do sonho e do direito de aprender, é a protagonista desta peça teatral de Allan da Rosa. Com este texto, o autor ganhou o II Prêmio Nacional de Dramaturgia Negra Ruth de Souza.

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Na minha Pele Lázaro Ramos, 2017 Autobiografia/Literatura Brasileira, 152 p.

Movido pelo desejo de viver num mundo em que a pluralidade cultural, racial, étnica e social seja vista como um valor positivo, e não uma ameaça, Lázaro Ramos divide com o leitor suas reflexões sobre temas como ações afirmativas, gênero, família, empoderamento, afetividade e discriminação. Ainda que não seja uma biografia, em "Na minha pele" Lázaro compartilha episódios íntimos de sua vida e também suas dúvidas, descobertas e conquistas. Ao rejeitar qualquer tipo de segregação ou radicalismos, Lázaro nos fala da importância do diálogo. Não se pode abraçar a diferença pela diferença, mas lutar pela sua aceitação num mundo ainda tão cheio de preconceitos.Um livro sincero e revelador, que propõe uma mudança de conduta e nos convoca a ser mais vigilantes e atentos ao outro.

A vida como ela é... Em 100 inéditos Nelson Rodrigues, 2012, Contos/LIteratura Brasileira, 440 p. A vida como ela é... dispensa maiores apresentações. Já nos anos 1950, quando estrearam, essas histórias de ciúme, obsessão, dilemas morais, inveja, desejos desgovernados, adultério e morte atraíram os leitores, tornando-se um grande sucesso. De lá para cá, a popularidade dos contos de Nelson Rodrigues só fez aumentar com as inúmeras adaptações que sofreram, passando das páginas do jornal a programa de rádio, fotonovela, filme, peça de teatro e até série de televisão. Tamanho era o sucesso da coluna que, em 1961, o próprio autor fez uma seleção de cem contos para publicar em livro, incluindo ali narrativas que ficaram célebres, como A dama do lotação e A coroa de orquídeas, entre outras. Agora, nesta nova reunião, comemorativa do seu centenário, tentamos escolher textos tão expressivos e representativos de A vida como ela é... quanto os da primeira coletânea. E todos inéditos em livro. Aqui o leitor terá oportunidade de conhecer cem outros contos, que garimpamos nos dez anos de publicação da coluna no periódico Última Hora, inclusive o primeiro da série: O homem do cemitério. A natureza dessas histórias é visceral, elas partem do comezinho, mas se amplificam num humano profundo, oscilando entre o desespero e a graça todas com a sutileza e a inteligência de um grande escritor e, sobretudo, comunicador. Leitura imperdível. Batata!

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Lugar de fala: feminismos populares Djamila Ribeiro, 2019, Feminismo/Política, 128 p. A intenção da coleção Feminismos Plurais é trazer para o grande público questões importantes referentes aos mais diversos feminismos de forma didática e acessível. Com o objetivo de desmistificar o conceito de lugar de fala, Djamila Ribeiro contextualiza o indivíduo tido como universal numa sociedade cisheteropatriarcal eurocentrada, para que seja possível identificarmos as diversas vivências específicas e, assim, diferenciar os discursos de acordo com a posição social de onde se fala. (edição revista em parceria com a Pólen Livros)

Drufs Eva Furnari, 2016, infantil, 30 p.

Neste livro você poderá ler certas coisinhas interessantes (e desinteressantes) que os alunos da professora Rubi escreveram sobre suas próprias famílias. Além disso, (se você for observador) vai perceber que, desta vez, Eva Furnari fez ilustrações diferentes e intrigantes - usou seus próprios dedos como personagens.

Livro da família Todd Parr, 2006, Infantil, 32 p.

Com frases curtas, diretas e envolventes, Todd Parr trabalha neste livro as diferenças das famílias, abordando assuntos polêmicos como adoção, diferenças raciais, culturais e sociais. Os traços das ilustrações e as cores fortes aproximam e chamam a atenção da criança. Parte dos direitos autorais e dos valores de venda deste livro é doada pelo autor Todd Parr e pela Panda Books à Associação para crianças e adolescentes com câncer - TUCCA.

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Obax André Neves, 2009, Infantil, 36 p. Quando o sol acorda nos céu das savanas, uma luz fina se espalha sobre a vegetação escura e rasteira. O dia aquece e é hora de descobrir muitas aventuras.

Coral Taís Koshino, 2015, HQ/COMICS, 34 p.

Três momentos de coral que nos contam como chegamos a isto.

A menina que bordava bilhetes Lenice Gomes, 2008, Infantil, 32 p.

A menina que bordava bilhetes tinha nome de flor. Os desenhos que bordava estampavam as cores, os cheiros, os sons, e a poesia que só a imaginação pode criar. Para alegria geral, este vilarejo de fantasia recebia ainda um parque de diversões. A música, o colorido e a euforia inspiram a multidão de homens, mulheres e crianças.

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Os tesouros de Monifa Sônia Rosa, 2017, Infantil, 32 p. Como raríssimas vezes se viu na literatura infantil e juvenil brasileira, Os Tesouros de Monifa fala do encontro de uma brasileirinha afrodescendente com sua tataravó, Monifa, que chegou aqui de lá do outro lado do oceano, em um navio negreiro. Mesmo escrava, aprendeu a escrever e, por meio das letras que aprendeu, deixou “Para os meus filhos e os filhos dos meus filhos. ” o maior de todos os tesouros que alguém pode herdar. Passado de geração em geração, chega o dia desse tesouro IR para as mãos da garotinha, que se encanta e emociona muito ao receber tamanha preciosidade e, com ela, descobrir a vida da sua tataravó e as suas próprias raízes.

Kalinda, a menina que perdeu os cabelos Celso Sisto, 2017, Infantil, 64 p.

“Os contos populares africanos me devolvem as raízes do mundo. E trazem (imaginariamente) as vozes ancestrais para sussurrar nos meus ouvidos.” Neste surpreendente livro, o renomado autor e ilustrador Celso Sisto traz diversos contos do continente africano, por meio dos quais o leitor poderá explorar a riqueza da cultura dos diferentes povos que lá vivem.

A Cidade Ilhada Milton Hassum, 2009, Romance/LIteratura Brasileira, 111 p.

Relances da experiência vivida, recolhidos em tramas brevíssimas, de dicção enxuta em que tudo ganha nitidez máxima e máximo poder de iluminação - assim são as histórias que Milton Hatoum reuniu em seu primeiro volume de contos, A cidade ilhada. As sementes das histórias de Hatoum não poderiam ser mais diversas: a primeira visita a um bordel em "Varandas da Eva"; uma passagem de Euclides da Cunha em "Uma carta de Bancroft"; a vida de exilados em "Bárbara no inverno" ou "Encontros na península"; o amor platônico por uma inglesinha em "Uma estrangeira da nossa rua". Com mão discreta e madura, Hatoum trabalha esses fragmentos da memória até que adquiram outro caráter: frutos do acaso e da biografia pessoal, eles afinal se mostram como imagens exemplares do curso de nossos desejos e fracassos. Desejos e fracassos, aliás, respondem pela rede subterrânea que amarra os contos de A cidade ilhada. Se o desejo, a literatura ou a viagem levam os personagens a expandir o raio de sua ação e a transpor as barreiras da infância e da moral, da classe e da província, estes mesmos elementos não se dão por vencidos e, mais cedo ou mais tarde, recaem sobre os heróis como uma fatalidade que os traz de volta a um centro imóvel: "para onde vou, Manaus me persegue".

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Vermelho Maria Tereza, 2009, Infantil, 24 p.

Era uma vez uma menina que gostava de fazer bolos de terra no quintal de sua casa. No dia de seu aniversário, ela pediu à mãe que fizesse um bolo de verdade, bem gostoso e... todo vermelho! O presente que ganhou não era exatamente o que ela esperava &madash; mas este livro mostra como a felicidade tem maneiras imprevisíveis de nos alcançar.

Jesus Cristo Bebia Cerveja Afonso Cruz, 2014, Romance, 248 p.

Filha de um camponês e de uma mulher vinda da cidade, Rosa passou toda a vida no interior de Portugal. Após a morte dos pais, ela fica responsável por cuidar da avó, Antónia, uma senhora idosa que já não escuta bem e precisa de assistência frequente. Rosa é uma garota linda, e acima de tudo determinada. O último desejo da avó é conhecer Jerusalém. Pois bem; empenhada em realizar este último pedido, e sabendo que a avó não pode mais viajar, a jovem decide levar a Terra Santa até ela; ou melhor, a transformar uma pequena aldeia numa Jerusalém cênica. Mas Rosa não sabe que essa operação irá colocar outras peças em movimento, que mudarão sua própria vida. Afonso Cruz é um dos autores mais brilhantes da nova geração de escritores portugueses. Com um estilo envolvente, em Jesus Cristo bebia cerveja, o autor fala de acontecimentos que transformam o ser humano, num livro sobre amor, desejo e sacrifício.