acerca das considerações barthesianas sobre a retórica antiga

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Acerca das Considerações Barthesianas sobre a Retórica Antiga Fernando Nogueira Martins Júnior 1 Introdução A retórica antiga, por imensamente presente nos currículos das escolas e universidades de tempos passados, desapareceu quase por completo do horizonte de muitos campos do saber, mesmo daqueles precipuamente humanísticos, mesmo daqueles onde a construção da verdade através de proposições lingüísticas é elemento importantíssimo, inafastável – como é o Direito. Além das referências clássicas – eminentes, mas que por certo mostram apenas uma faceta do acúmulo teórico sobre o assunto – relativamente poucas referências mais contemporâneas que tratem da Retórica Antiga estão à disposição do público brasileiro. O presente trabalho se pautará pelo livro de Roland Barthes, filósofo e semiólogo francês, chamado “La Antigua Retorica”, publicado em 1966 na França e em 1982 na Espanha (esta sendo a edição que usaremos como referência aqui). Esta obra, como o próprio autor coloca, foi construída porque não se encontrava nenhum levantamento consistente, mas ao 1 Advogado criminalista. Mestrando em Direito Penal na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais

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Texto sobre Roland Barthes e a Retórica Antiga

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Acerca das Consideraes Barthesianas sobre a Retrica AntigaFernando Nogueira Martins Jnior

Introduo

A retrica antiga, por imensamente presente nos currculos das escolas e universidades de tempos passados, desapareceu quase por completo do horizonte de muitos campos do saber, mesmo daqueles precipuamente humansticos, mesmo daqueles onde a construo da verdade atravs de proposies lingsticas elemento importantssimo, inafastvel como o Direito.

Alm das referncias clssicas eminentes, mas que por certo mostram apenas uma faceta do acmulo terico sobre o assunto relativamente poucas referncias mais contemporneas que tratem da Retrica Antiga esto disposio do pblico brasileiro.

O presente trabalho se pautar pelo livro de Roland Barthes, filsofo e semilogo francs, chamado La Antigua Retorica, publicado em 1966 na Frana e em 1982 na Espanha (esta sendo a edio que usaremos como referncia aqui).

Esta obra, como o prprio autor coloca, foi construda porque no se encontrava nenhum levantamento consistente, mas ao mesmo tempo prtico para pesquisa e aula, sobre os diversos momentos onde a Retrica se apresentou como saber e prxis na histria do Ocidente. Barthes, necessitando de um escrito desta natureza e no o encontrando j escrito produz La Antigua Retorica para subsidiar a si mesmo com um memento, com um memorando, com um informe mais slido acerca do tema. No toa que a referida obra enquadrada na edio espanhola como ayuda memoria".

Isto posto, aqui ser proposta uma reflexo sobre diversos aspectos deste escrito basthesiano, escolhidos pela relevncia poltica e filosfica que tem quando em relao ao saber jurdico. Como o espectro do referido escrito por demais amplo abrange desde o sculo V a. C. at o sculo XX no o esgotaremos aqui; levantaremos apenas, como j dito, algumas questes mais instigantes ante a conscincia jurdica do leitor.

Ainda: no presente artigo evitar-se- sempre que possvel a citao da obra seja em nota de rodap, seja no corpo no texto; fica como antes colocado explcito o intuito do autor de passar em revista a dita obra de Barthes, se mantendo sempre sobre o eixo da argumentao nsita a tal obra. No nos propomos aportar aqui drsticas reinterpretaes do que nela exposto, mas sim apresentar (como o prprio Barthes fez ao criar a obra em questo) um texto que tenha o escopo estrito de trazer comunidade jurdica alguns pontos sobre a retrica antiga, sorvidos e aqui insertos aps o estudo da obra barthesiana em sua inteireza.Ou seja: aqui definitivamente no se tem a pretenso da originalidade; o que tentar-se- fazer trazer a lume a mesma e exata idia de Barthes, mas pelos olhos ou pela pena por um jurista.A Retrica como imprio

A dimenso histrica da Retrica, sua importncia e preponderncia no s nos liceus e espaos mais de aprendizado, mas na prpria constituio das possibilidades de comunicao social, intersubjetiva, e mesmo na estruturao mesma da concepo de verdade, transpassa toda a histria do Ocidente, estando presente independentemente das mudanas polticas, dos pensamentos hegemnicos de cada poca, da cultura dominante em cada momento.

Isto d Retrica ares de um verdadeiro imprio, que seria mais vasto e mais estvel do que qualquer outro. As imensas dimenso e durao do fenmeno retrico do o tom de sua colossal relevncia e torna compreensvel o fato de que a Retrica se presta a no ser limitada pelo discurso da cincia e nem pela reflexo histrica. Segundo Barthes ela avana a ponto de questionar a histria mesma, ou a representao imaginria dela, obrigando a conceber-se algo como uma histria monumental. (BARTHES, 1982, p. 11)

Nada mais natural que a cincia se apresente como detratora do saber retrico, uma vez que este mostra e demonstra, uma vez e outra e outra, a multiplicidade, a sobredeterminao, a contingncia dos conceitos e das verdades, a raiz poltica e aterradoramente arbitrria do conhecimento.

A propalada morte da Retrica no seria algo to certo assim; seu imprio ainda seria visvel, quando menos, com o advento da Semiologia e da Semitica. O fenmeno retrico possibilitaria o acesso a uma verdadeira sobrecivilizao, vinculando todo o Ocidente, histrica e geograficamente. A Retrica a nica prtica juntamente com a Gramtica a ela relacionada atravs da qual as pessoas passaram a linguagem, em sua autonomia, em sua soberania. (BARTHES, 1982, p. 11)

E mais: a sua transversalidade, tocando e determinando ininterruptamente os povos, independentemente da volatilidade das conjunturas histricas as mais diversas, d a impresso da existncia de, para alm das ideologias de contedo e das determinaes diretas da histria----, uma verdadeira ideologia da forma, cabalmente estvel e presente. O cho nascimento da Retrica

A Retrica nasceu de processos que discutiam o estatuto de propriedade de terras. Para alm de uma idlica origem dos saberes refinados da linguagem (em especfico da metalinguagem que a Retrica saber lingstico sobre a linguagem), onde a contemplao filosfica deu azo compreenso, epifnica ou semi-epifnica, da linguagem da linguagem que o saber e a prxis retricos, a origem crua, ch, crassamente poltica da Retrica foi a disputa de homens e mulheres sobre o mais bsico das coisas relacionadas ao bsico da vida: o uso e a posse da terra.

Em 485 a.C., dois tiranos sicilianos, Gelon e Hieron, deportaram, desterraram, foraram a emigrao e expropriaram nativos para impulsionar o povoamento de Siracusa e para dar terrenos de outras partes da Siclia a mercenrios. (BARTHES, 1982, p. 12)

Aps uma rebelio democrtica, os tiranos foram destitudos e a nsia da populao era a de retornar ao velho estado de coisas, a reafirmar os direitos violados pela tirania recm-derrubada. No entanto, como tempo havia passado e a origem da posse e da propriedade da terra j era nebulosa, os direitos de propriedade em si estavam confusos sobremaneira o que ensejou inmeros processos judiciais.

Tais processos, segundo Barthes, eram de um tipo novo: compunham-se grandes jris populares onde o ganho ou a perda da causa devia-se eloqncia do expositor em mostrar as razes do seu direito. Esta eloqncia, que participava por sua vez da democracia e da demagogia, do judicial e do poltico tornou-se logo algo que se ensinava. E muitos assim fizeram nesta prtica que rapidamente avanou da Siclia at Atenas.Barthes, ipsis literis: a palavra simulada

Sobre o que foi tratado acima, acerca da criao da arte retrica, Barthes ape em sua obra um grande pargrafo, de nome A palavra simulada, o qual transcrito aqui, em traduo livre do espanhol para o portugus:

saboroso comprovar que a arte da palavra est ligada originariamente a uma reivindicao da propriedade, como se a linguagem, como objeto de uma transformao, condio de uma prtica, se havia determinado, no a partir de uma sutil mediao ideolgica (como pode ter sucedido com tantas formas de arte), seno a partir da socialidade mais desnuda, afirmada em sua brutalidade fundamental, a da possesso territorial: ns comeamos a refletir sobre a linguagem para defender nossa propriedade. Foi no nvel do conflito social onde nasceu um primeiro esboo terico da palavra simulada (diferente da palavra fictcia, a dos poetas [...]).(BARTHES, 1982, p. 11) A Retrica como prtica: dois apontamentos

O fenmeno da Retrica, forte e presente na Antiguidade, no cotidiano dos homens e mulheres antigos, se apresentava sociedade no (apenas) como teoria, mas como uma prtica multifacetada, polissmica.

Dentre tais facetas destacar-se- duas: a Retrica como prtica social, a Retrica como prtica ldica.

Como prtica social: enquanto tcnica cujo acesso s se dava para aqueles que podiam pagar, a Retrica permitiu aos grupos dirigentes em uma sociedade garantirem para si a propriedade da palavra. Atravs da Retrica tais grupos manejavam a linguagem enquanto poder que esta , elevando a arte retrica a uma pseudocincia elitizada, a qual diria respeito apenas queles que soubessem falar que coincidiam no mais das vezes com aqueles que podiam pagar.

Como prtica ldica: as prticas retricas, enquanto verdadeiros sistemas institucionais percebendo-se a todo o carter repressivo que disso advm instava as pessoas a afront-los [os sistemas], a atac-los, a desdenh-los, a propor, ao fim e ao cabo, uma retrica negra (de suspeitas, desprezo, ironia); jogos, pardias, aluses erticas ou obscenas e outras prticas de natureza estudantil que acabam por se tornar uma espcie de cdigo cultural (ou contracultural?). (BARTHES, 1982, p. 10)A viagem barthesiana: Grgias, Plato, Aristteles

O caminho traado pela Antigua Retorica chamado de viagem pelo semilogo francs , passa por grandes escolas e cones da histria da Retrica. Neste momento sero trabalhados, ainda que um tanto sucintamente, trs destes cones: Grgias, Plato e Aristteles.

Grgias de Leontium (hoje Lentini, ao norte de Siracusa) chega a Atenas em 427 a.C., se tornando laureado mestre da Retrica, tendo como discpulo o clebre historiador grego Tucdides.

A importncia de Grgias, entre outros pontos, d-se pela dicotomia fundada por seu ensino: tomando-se a Retrica mais acabada, j a dos grandes manuais tardios, ou mesmo dos oradores de tempos menos antigos, nota-se que a arte se consubstancia em dois plos: um o sintagmtico que trata da ordem do discurso, das partes de uma pea retrica (dispositio); o outro o paradigmtico que o das figuras de retrica (elocutio).

Corax seria o fundador da retrica sintagmtica. Grgias, por sua vez, seria o fundador da retrica paradigmtica abrindo, segundo Barthes, a prosa retrica e a retrica estilstica. (BARTHES, 1982, p. 14)

Plato, famoso discpulo de Scrates, acaba, em um dado momento de sua obra, por estudar duas retricas, uma m e outra boa.

A retrica de fato a logografia, que consiste na escritura de qualquer discurso, e onde seu objeto seria a verossimilhana e a iluso; est a retrica m, a dos sofistas.J a retrica boa, a retrica de direito, a verdadeira, chamada tambm de filosfica ou dialtica. Ela busca a verdade (e no a verossimilhana). Seria a psicagogia (formao das almas pela palavra). (BARTHES, 1982, p. 14)Por fim, Aristteles. Este foi, sem dvida, o fundador da escola mais longeva de Retrica. Excetuando as construes platnicas, Barthes no hesita em dizer que toda a Retrica aristotlica: todo o contedo de todos os manuais clssicos nada mais do que uma exposio dos elementos da Retrica propostos por Aristteles.Elementos estes oriundos, segundo o Estagirita, de dois campos distintos, aos quais ele dedicou dois tratados. A tejn retorik (a Retrica) que versa sobre o discurso cotidiano e pblico, onde a questo o devido encadeamento progressivo do discurso, idia por idia; a tejn poeitik (a Potica), por sua vez, a arte do construto imaginrio, onde o ponto encadeamento progressivo da obra, imagem por imagem. (BARTHES, 1982, p. 16)

Para o campo jurdico, obra basilar a Retrica de Aristteles: a enunciao e o enunciado, com o tratamento qualitativo do emissor e do receptor da mensagem, alm da construo da mensagem em si l jazem num dos momentos mais notveis da cultura ocidental.A Retrica como a arte do verossmil

Barthes, sem rodeios, nos informa que a Retrica aristotlica a do arrazoamento, da prova aceita pelo julgador/receptor, do silogismo aproximativo ou entimema que nada mais do que lgica, mas bastante degradada, para ser colocada disposio do vulgo, do senso comum. Seria uma esttica do pblico, mais do que da obra.

Eis a uma analogia muito pertinente, ressalvando as peculiaridades de cada tempo: para o filsofo francs a Retrica de Aristteles o grande referencial da cultura de massas contempornea, onde impera o verossmil, ou seja, no o que possvel efetivamente, mas o que o pblico cr que possvel. Quantas manifestaes da indstria cultural no se encaixariam na regra aristotlica: mais vale um verossmil impossvel do que um possvel inverossmil? (BARTHES, 1982, p. 18)

Eis a institutos de uma arte amoral (e no imoral): a reflexo e a prtica passam pelo estudo e manejo na linguagem em si, sem injunes ticas, sem limites morais per se. Aristteles prope algo que a muitos aparece como reprovvel, e notveis foram os esforos para moralizar sim a Retrica: Plato, Marco Tlio Ccero, Santo Agostinho.Poltica e Retrica: o embate entre aticismo e asianismo

No desenrolar do saber retrico, ulteriores desenvolvimentos acabaram por fundar o que se chamou de neo-retrica, que veio a propor duas macro-formas de apresentar o fenmeno retrico: o asianismo e o aticismo. Elas surgem entre os sculos II e IV d. C., no mundo greco-romano unificado.

O asianismo, oriundo da sia Menor, era um estilo exuberante, que flertava com o exotismo e com os efeitos de deslumbramento e surpresa, utilizando as figuras retricas extensivamente.

Contrapondo a escola asitica, o aticismo (referncia tica, periferia da Grcia onde fica Atenas), se arrogava o papel de guardio do vocabulrio puro, do que era clssico por excelncia: era um elitismo propalado principalmente por gramticos, que prezavam pela alta linguagem, que nunca dava conta das diversas manifestaes culturais em termos lingsticos ou retricos. A boa e velha elite cultural, repressiva em sua natureza, que existe ainda hoje.

Sobre o aticismo e para sustentar o argumento acima cabvel uma digresso (ou nem tanto) histrica, da lavra de Barthes: o aticismo na verdade nada mais do que um etnocentrismo que coincide com algo como um racismo de classe; a defesa do clssico remete prpria origem do termo classicismo e de seu adjetivo j citado: o termo surge a partir da oposio proposta por Aulo Glio, no sc. II d.C., entre o autor classicus e o proletarius. Esta classificao por sua vez j deriva da constituio de Srvio Tlio que dividia a populao em cinco classes, de acordo com a sua fortuna sendo a primeira os classici (e os proletaril estando fora das classes). Clssico, portanto, etimologicamente, quer dizer: que pertence ao creme social (riqueza e poder). (BARTHES, 1982, p. 24)Convite ao leitor

O tema da Retrica e sua manifestao no tempo e no espao no passvel como colocado na introduo de ser esgotado nos modestos limites do presente texto. Muito no se falou, seja de grandes nomes (Ccero, Quintiliano, Donato, Prisciano), seja de concepes tericas (o trivium e o quatrivium, o exemplum e o entimema, os institutos in specie da pea retrica clssica).

Convidamos ao leitor a ler e reler a Antigua Retorica de Roland Barthes, acrescendo a tanto a leitura da Retrica de Aristteles, das Parties Oratrias de Marco Tlio Ccero e mesmo da moderna obra de J. L. Austin, chamada Como hacer cosas com palabras e de tantas outras obras pertinentes ao tema tratado neste breve escrito.

Concluindo, com Barthes

De tudo poder-se-ia tirar algumas concluses interessantes. Sigamos o esteio daquelas de autoria barthesiana.

No estudo da Retrica e nas reflexes sobre o afastamento e a negao deste saber, no que toca s meditaes e s prticas discursivas de alguns perodos da histria (em especial a contemporaneidade), pode-se chegar tranquilamente seguinte concluso: muitas lacunas, muitas obscuridades na literatura, no ensino, nas instituies lingsticas em si poderiam ser supridas ou compreendidas de outra forma se a censura fosse suspensa e se pudesse conhecer a fundo o cdigo retrico que deu sua linguagem nossa cultura. (BARTHES, 1982, p. 79)

Quanto ao regime da verossimilhana aristotlico e sua ligao com a cultura de massas contempornea, diferentemente de acusar e rechaar o aparato terico do Estagirita, mais profcuo reconhecer que com tal aparato pode-se analisar em mais profundidade e riqueza esta chave lingstica do elogio prtico da verossimilhana, passando-se a entender como as coisas se do refletindo (como extensivamente Aristteles expe em sua obra) sobre como tais coisas so construdas discursivamente.Referncias bibliogrficas

BARTHES, Roland. La antigua retorica. Barcelona: Edicciones Buenos Aires, 1982.AUSTIN, John. Como hacer cosas com palabras. [online] Disponvel em . Acesso em: 02 jun. 2010.

CUNHA, Rosa Maria Cardoso da. O carter retrico do princpio da legalidade. Porto Alegre: Ed. Sntese, 1979.FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso: aula inaugural no Collge de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970 . 16. ed. So Paulo: Loyola, 2008. Advogado criminalista. Mestrando em Direito Penal na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais

Os primeiros professores dessa nova arte foram Empdocles de Agrigento, Corax discpulo siracusiano do primeiro e pioneiro na cobrana pelo ensinamento da retrica e Tsias.

Uma informao interessante: a arte ensinada por Corax, uma espcie de protorretrica, era uma retrica do sintagma ou seja, do discurso, do uso efetivo das palavras em suas interconexes, sendo o efeito desejado o acoplamento, a impresso conjunta dos termos lingsticos articulados e no uma retrica do tropos, dizer, das figuras, mnadas retricas, corpos lingsticos relativamente autnomos, cujo valor no derivava primordialmente de sua articulao com outras partes, mas do valor persuasivo da figura em si.

Topologicamente, a arte dita corcica (protorretrica) enunciava as cinco partes da oratio que foi o modelo da proposio oratria por centenas de anos: o exrdio, a narrao dos fatos, a argumentao probatria, a digresso, o eplogo. Barthes nos diz, com toda a razo, que quando esta arte, originalmente criada para fins judiciais, transferida para a dissertao escolar, o modelo se mantm basicamente o mesmo: uma introduo, um corpo demonstrativo, uma concluso.

Tal como os elementos textuais obrigatrios exigidos pela ABNT para um artigo cientfico como o presente escrito.