ação exoneratória de alimentos

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Exmo. Sr(a). Dr(a). Juiz(a) de Direito da 2ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Itapetininga – SP. Assistência Judiciária Gratuita Distribuição Dependência (nº0013278-62.2008.8.26.1269) NÁDIA APARECIDA TERRA, brasileira, separada, professora, portador do RG nº 17.585.425 e CPF: 093.802.378- 04, domiciliada à Rua _______, n º... – Bairro ...., nesta cidade de Itapetininga-SP, vem por meio de seu advogado e bastante procurador, que a esta subscreve, propor como de fato propõe, AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS, contra NAYARA TERRA FARIA, filho desta requerente e de Catarino Divino FAria, residente e domiciliada na Rua _______, nº___, Bairro ..., nesta urbe, pelos fatos e fundamentos que passa a expor a seguir: 1. Dos Fatos: A Requerente é genitora da requerida| e em 28 de agosto de 2008 formalizou acordo de separação judicial consensual, ficando pactuado que a mesma iria desembolsar o montante de 30% (trinta) do valor de seu rendimento mensal liquido, a fim de contribuir para o seu sustento, ficando essa caracterizada como pensão alimentícia. Importante frisar, que a requerente encontra-se em dia com suas obrigações alimentícias, eis que o valor da mesma é retida na fonte de seu pagamento. Entretanto, há de se verificar que a requerida atingiu a maioridade civil, e não freqüenta instituição de

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Page 1: Ação Exoneratória de Alimentos

Exmo. Sr(a). Dr(a). Juiz(a) de Direito da 2ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Itapetininga – SP.

Assistência Judiciária GratuitaDistribuição Dependência (nº0013278-62.2008.8.26.1269)

         NÁDIA APARECIDA TERRA, brasileira, separada, professora, portador do RG nº 17.585.425 e CPF: 093.802.378-04, domiciliada à Rua _______, n º... – Bairro ...., nesta cidade de Itapetininga-SP, vem por meio de seu advogado e bastante procurador, que a esta subscreve, propor como de fato propõe, AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS, contra NAYARA TERRA FARIA, filho desta requerente e de Catarino Divino FAria, residente e domiciliada na Rua _______, nº___, Bairro ..., nesta urbe, pelos fatos e fundamentos que passa a expor a seguir:        1. Dos Fatos:

         A Requerente é genitora da requerida| e em 28 de agosto de 2008 formalizou acordo de separação judicial consensual, ficando pactuado que a mesma iria desembolsar o montante de 30% (trinta) do valor de seu rendimento mensal liquido, a fim de contribuir para o seu sustento, ficando essa caracterizada como pensão alimentícia.                 Importante frisar, que a requerente encontra-se em dia com suas obrigações alimentícias, eis que o valor da mesma é retida na fonte de seu pagamento.            Entretanto, há de se verificar que a requerida já atingiu a maioridade civil, e não freqüenta instituição de

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ensino superior, conforme documentos comprobatórios de conclusão de Ensino Médio e certidão de Nascimento em anexo.

         Ressalta-se que a requerida possui profissão definida nem emprego fixo, e ante a sua jovialidade, pode adequasse a qualquer mercado de trabalho formal e informal.

         ADEMAIS, DEVE-SE ATENTAR QUE A REQUERENTE VIVE EM CONDIÇÕES FINANCEIRAS PRECÁRIAS, TENDO QUE CUSTEAR ALUGUEL, LUZ, ÁGUA E ALIMENTAÇÃO PARA SEU SUSTENTO.

    2. Do Direito

        Segue alguns artigos do Novo Código Civil Brasileiro que prevêem o seguinte texto:

"Art. 1694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia."   

         “Art. 1699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação   financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o      interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo."

        In casu, a requerente encontra-se em situação precária, pois seu sustento próprio encontra-se defasado por conta de seus gastos mensais para viver com dignidade.

        Outrossim, à requerida, sobreveio situação divergente da que se encontrava na época da realização do acordo, pois não precisa mais do auxilio de seu progenitor, uma vez que pode arcar com seu sustento próprio.

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        Ademais, já é pacífico no  STJ que se o alimentando completou maioridade e não freqüenta instituição de ensino superior, inexiste a necessidade de recebimento de alimentos, se não vejamos as palavras da Honrada Ministra NANCY ANDRIGHI no RECURSO ESPECIAL Nº 1.198.105:

“Em relação à persistência do dever de alimentar,advindo a maioridade, há corrente entendimento de que, prosseguindo o filho nos estudos após a maioridade, é de se presumir a continuidade da sua necessidade em receber alimentos, situação que desonera o alimentado de produzir provas, ante a presunção, iuris tantum, da necessidade do estudante de curso universitário ou técnico.(g.f)”                 Importante trazer o entendimento doutrinário de Rolf Madaleno no que tange ao tema:

           “(...) subsiste a obrigação alimentar depois de alcançada a capacidade civil aos dezoito anos de idade, quando o crédito de alimentos é destinado para a mantença de filho estudante, especialmente porque continua dependente de seus pais por cursar a universidade, mesmo que frequente algum estágio, pois sabido que os valores pagos aos estagiários são em caráter simbólico e raramente atingem quantias capazes de dispensar o prolongamento da indispensável prestação alimentar (...). Madaleno, Rolf - in: Curso de Direito de Família, Rio de Janeiro: Forense, 2011, p. 902)”

Neste sentido, veja-se as disposições contidas no art. 13 da Lei nº 5.478 - Lei de Alimentos - no que respeita à possibilidade de se modificar, a qualquer tempo, a pensão estabelecida, em razão da alteração do binômio necessidade-possibilidade:

"Art. 13. O disposto nesta lei aplica-se igualmente, no que couber, às ações ordinárias de desquite, nulidade e anulação de casamento, à revisão de sentenças proferidas em pedidos de alimentos e respectivas execuções.§ 1º Os alimentos provisórios fixados na inicial poderão ser revistos a qualquer tempo, se houver modificação na situação financeira das partes, mas o pedido será sempre processado em apartado."

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"Art. 15. A decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da modificação da situação financeira dos interessados."

Em que pese o entendimento da melhor doutrina no sentido de que, alcançada a maioridade, cessa ipso jure a causa da obrigação alimentar, sendo desnecessário o ajuizamento, pelo devedor, de uma ação exoneratória, o Superior Tribunal de Justiça editou a súmula de nº 358, assentando entendimento diverso. Senão vejamos:

STJ Súmula nº 358 - 13/08/2008 - DJe 08/09/2008Cancelamento de Pensão Alimentícia de Filho - Maioridade - ContraditórioO cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos.

Desta feita, torna-se imperioso concluir pela total procedência da presente ação de exoneração, eis que não mais necessita a requerida dos alimentos pagos pela requerente, pois, conforme narrada nesta inicial, observa-se que a requerida não encontra-se em situação estudantil, podendo prover seu próprio sustento, não sendo mais necessário a prestação alimentícia, isto posto

    3. Dos Pedidos

    Diante do exposto requer:

    a) Que Seja a presente ação julgada procedente , para que a requerente seja exonerado da obrigação de prestar alimentos ao requerido;    b) A oitiva do membro do Ministério Publico;    c) A condenação do requerido nas custas processais e honorários Advocatícios;

    4. Dos requerimentos

    4.1 Do requerimento de citação

Page 5: Ação Exoneratória de Alimentos

         Requer a citação do requerido por meio de VIA POSTAL, para que querendo e podendo, conteste a presente ação, sob pena de revelia, nos termos do art. 319 do CPC.

    4.2 Das Provas

         Protesta provar o alegado, pelos documentos que instruem a presente peça,bem como oitiva da parte contraria e de testemunhas, devendo rol ser juntado em momento superveniente.

    4.3 Do requerimento de Assistência Judiciária Gratuita

    Requerem que seja concedido aos requerentes os beneplácitos da Assistência Judiciária Gratuita, conforme termos de Hipossuficiência em anexo (doc.02), nos termos do art.  2º e 4º da lei 1060/50.

4.4 Do valor da Causa

    Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais).

               Nestes Termos, pede deferimento.

              Itapetininga, 25 de janeiro de 2014.             

Paulo Roberto Campos de CamargoOAB nº204.345