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ABRIL | MAIO | JUNHO | 2010 | Nº 28 www.apcd-saude.org.br RUA RONDINHA, 54 - C. INGLESA SãO PAULO - SP - CEP 04140-010 IMPRESSO Pode ser aberto pela ECT VARIAÇÕES ANATÔMICAS EM MOLARES INFERIORES C U R S O S A P C D S A Ú D E 2 º S E M E S T R E 2010 VAGAS LIMITADAS. FAÇAM JÁ SUAS INSCRIÇÕES. BELEZA ESTÉTICA PARA O CLÍNICO GERAL ATENDIMENTO FALTA DE EMPATIA PODE IRRITAR CLIENTE SOLIDARIEDADE III EVENTO DE PREVENÇÃO E ORIENTAÇÃO EM IDOSOS AÇÃO ODONTOLÓGICA ALTERAÇÃO ANTI-HORÁRIA DO PLANO OCLUSAL

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Abril | MAio | Junho | 2010 | nº 28

www.apcd-saude.org.brruA rondinhA, 54 - C. inglesAsão PAulo - sP - CeP 04140-010

IMPRESSOPode ser aberto pela ECT

variações anatômicas em molares

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2º semestre

2010Vagas limitadas.

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dr. sérgio Yunes - Editor

Capa especial e confraternização diferentes

preventiva em paciente idoso dependen-te na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)”; (Drs. Alexandre Franco Miranda e Fernan-do Luiz Brunetti Montenegro); “Alteração anti-horária do plano oclusal em cirurgia ortognática” (Gustavo Henrique Motta) e “Estética para o clínico geral” (Dr. Luís Henrique Vinagre); entre outros.

Boa leitura!

no mês de março realiza-mos o nosso III Evento de Prevenção e Orientação de

Escovação - aos alunos da escola E.E. Érico de Abreu Sodré, localizada no bairro de Vila Mariana.

Na ocasião, a equipe de profissionais da Regional APCD Saúde apresentou de forma didática aos estudantes o modo correto para a escovação dos dentes e os cuidados necessários para uma boa saúde bucal. Foram distribuídos kits promocionais que fizeram a alegria da garotada.

Já estão abertas as vagas para os cursos que serão realizados no segundo semestre em nossa Regional. Vejam mais detalhes na grade científica.

Destacamos nesta edição os artigos “Molares inferiores: variações anatômi-cas” (Drs. José Eduardo de Mello Jr. e Daniel Kherlakian); “Ação odontológica

Rua Rondinha, 54 - Chácara InglesaSão Paulo - SP - CEP 04140-010Fone (11) 5078-7960www.apcd-saude.org.brcontato@[email protected] Atendimento: 2ª a 6ª das 9h às 18h

PresidenteGilberto Machado Coimbra1º Vice-PresidenteTakashi Yagui2º Vice-PresidenteWagner Nascimento MorenoAssessor da PresidênciaAdmar KfouriSecretária GeralArne Aued Guirar Ventura1º SecretárioDurval Paupério SérioTesoureiro GeralOssamu Massaoka 1º TesoureiroKunio ShimabukuroDepto. Assessor de benefíciosAuro Massatake MineiDepto. Assessores CientíficoCheng Te HuaCidney Hiroaki CatoJum KasawaraLuci Z. FinottiDepto. Assessor de ComunicaçõesLuis IdeDepto. Assessor de Congressos e FeirasLuis Afonso de Souza LimaDepto. Assessores CulturalSonia Maria Moraes CecconeValsuir José VezzoniDepto. Assessores de Defesa de ClasseElizabeth Aparecida BragaHelenice Formentin IkegamiDepto. Assessores E.A.PHiroshi MiasiroMilton de Souza TeixeiraSamuel CecconiDepto. Assessores de EsportesCarlos Teruo Itabashi Mauricio FazzuraDepto. Assessores de PatrimônioMoacyr Nunes Leite Jr.Paulo Yoshiteru NagamineDepto. Assessor de PrevençãoLuiz Carlos Serrano LimaNicola Felipe L. BempensanteDepto. Assessor de rel. internacionaisArnaldo Baptista F. JúniorDepto. Assessores da revista e informáticaSérgio YunesDepto. Assessores SocialJulia UchidaMarta TashiroMauricio NishimuraDepto. Assessores de TurismoRicardo UgayamaShindi Nakajima Jornalista responsávelIsrael Correia de Lima (Mtb 14.204) - Tel. 3477-4156Edição de ArteGuilherme GonçalvesimpressãoInput Comunicação Visual Ltda.

expediente

Editorial

ÍndiceMolares inferiores: variações anatômicas...4Ação odontológica preventiva em paciente

idoso dependente na UTI ......................6Alteração anti-horária do plano oclusal

em cirurgia ortognática ..................... 10Estética para o clínico geral ............... 12Para irritar cliente, basta não ter

empatia ............................................. 14

Nosso melhor consumidor: a mulher ... 16Cursos APCD Saúde - 2º Semestre 2010 ... 18III Evento de Prevenção e Orientação de

Escovação APCD Saúde .................... 20Campeonato de Buraco APCD Saúde ... 21Qualidade de vida no Japão ................ 22Aniversariantes .................................. 24Indicador Profissional ........................ 26

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o tratamento endodôntico nos dias atuais, está baseado fundamentalmente na obtenção de um correto preparo mecânico e irrigação (PMI) do sistema de canais,

seguido da sua completa obturação e adequado selamento coronário de modo a inviabilizar ou impedir a microinfiltração coronária. Porém para que todos estes passos sejam realizados com precisão é de fundamental importância o conhecimento da anatomia externa e interna dental.

A maioria dos dentes presentes na cavidade oral apresentam variações quanto ao número de canais e raízes. A presença dos chamados canais ou raízes extras pode ser suspeitada através de uma simples avaliação radiográfica aliada ao conhecimento de anatomia do profissional. Portanto é importante salientar que a radiografia de diagnóstico tomada com posicionadores se faz necessária para que o operador possa conjuntamente com outros dados colhidos no exame clínico, estabelecer inicialmen-te as características anatômicas do dente a ser manipulado. Vale destacar ainda que o uso de um sistema de magnificação como o microscópio operatório pode ser um fator decisivo na obtenção de melhores resultados clínicos nos casos de ana-tomias complexas. Em dentes multiradiculares, a observação detalhada do sulco que une os canais, no assoalho da câmara pulpar se constitui em um guia para se determinar o número de canais presentes1.

De acordo com estudos de anatomia, os molares inferiores apresentam-se normalmente com duas raízes sendo uma mesial e uma distal contendo 3 canais, dois mesiais e um distal. Porém um segundo canal na raiz distal pode estar presente de 30 a 50% das situações2. Além disso, principalmente os primeiros molares inferiores podem ainda apresentar outras variações, como uma 3ª raiz extra descrita inicialmente por Carabelli3,4 que pode estar localizada no lado mesio vestibular (radix paramolaris) ou disto lingual (radix entomolaris). Ainda de acordo com a literatura, um 3º canal na raiz mesial, chamado de mesio-medial pode estar presente em um numero considerável de casos1. Vale lembrar ainda que segundos molares inferiores podem apresentar além das variações citadas acima, um ou dois canais, ou mesmo devido ao fusionamento, canais em forma de C.

Com o objetivo de exemplificar algumas destas variações e chamar a atenção do clínico para a sua presença, serão apre-sentados alguns casos a seguir:

Endodontia

Molares inferiores:variações anatômicas

rEFErênCiAS biblioGráFiCAS1. Carvalho MCC & Zuolo ML. Orifice locating with a microscope. J Endod 26(9): 532-4, 2000.2. Zuolo ML, Kherlakian D, Mello Jr JE, Carvalho MCC, Fagundes MIRC. Capítulo 4: Reintervenção: Fase de Acesso I, em Reintervenção em endodontia. Livraria Santos Editora 2009.3. Carabelli G. Systematisches Handbuch der Zahnheilkunde, 2nd ed.Vienna: Braumuller und Seidel,1844:114.4. The Radix Entomolaris and Paramolaris: Clinical Approach in Endodon-tics. J Endod 33(1):58-63,2007.

Dr. Daniel KherlakianProfessor do Curso de Especialização em Endodontia da APCD Jardim Paulista e UNINOVE.

Dr. José Eduardo de Mello Jr.Professor do Curso de Especialização em Endodontia da APCD Jardim Paulista e UNINOVE.

Caso 1) a. dente 36 radiografia inicial / observar presença da raiz extra distal

Caso 1) b. radiografia final / dente obturado e câmara pulpar selada

Caso 2) a. dente 37 radiografia inicial / presença de raiz extra distal

Caso 2) b. radiografia final / dente obturado e câmara pulpar selada

Caso 3) a.dente 46 radiografia inicial / dente indicado para reintervenção

Caso 3) b. radiografia final / observar 3 canais mesiais e 2 distais

Caso 3) c. imagem confirmando a presença de 5 canais / 3 mesiais e 2 distais

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A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um setor hospita-lar caracterizado por ser responsável pela monitoração contínua de pacientes potencialmente graves ou com

descompensação de um ou mais sistemas orgânicos, sendo fornecidos o suporte e o tratamento intensivos que podem contribuir na recuperação destes. O presente relato de caso tem como objetivo abordar a intervenção odontológica na UTI de um hospital em Brasília-DF, suas peculiaridades e condutas clínicas adotadas na promoção da saúde e na adequação do meio bucal. O relato é de um paciente idoso dependente, leucoderma, 86 anos, portador de demência em estágio avançado. Foi internado por um período de seis dias na UTI devido a comprometimentos sistêmicos pulmonares e outras implicações sistêmicas. A ação odontológica foi direcionada à eliminação de focos inflamatórios, como o biofilme (placa bacteriana) e o cálculo supragengival, além de possíveis agentes infecciosos decorrentes de proble-mas bucais, como a saburra lingual, que poderiam estar agindo como incrementantes de doenças sistêmicas adquiridas, como a pneumonia nosocomial. Foram realizadas ações clínicas como raspagem supragengival, escovação dentária orientada e super-visionada com pasta profilática e fluoreto fosfatado acidulado a 1,23%, além da terapia periodontal de suporte. Também foram dadas orientações à equipe de enfermagem quanto ao manejo, técnica e adaptação profissional para a manutenção da saúde bucal. Observou-se a melhora significativa da condição odontológica do paciente, ou seja, a eliminação do biofilme dental, da saburra lingual e do processo inflamatório nos tecidos periodontais, colaborando, de fato, para o não aparecimento de novas doenças oportunistas, como é o caso da pneumonia nosocomial. Concluiu-se que a participação de um cirurgião-dentista, com capacitação voltada para esse tipo de paciente, realmente ajuda numa mudança de quadros clínicos, tornando as equipes verdadeiramente interdisciplinares para uma pronta recuperação dos pacientes.

inTroDuçãoAs infecções hospitalares são consideradas importantes

problemas de saúde pública e causas significativas do aumento da mortalidade e dos custos hospitalares (gastos de materiais e medicamentos), valendo salientar que nos hospitais brasileiros a taxa de infecção hospitalar é, em média, de 5% a 10%1-4. Nos Centros de Tratamento Intensivo, a infecção mais comum é a pneumonia, e o paciente intubado e sob ventilação mecânica tem um risco várias vezes aumentado de desenvolvê-la5.

O risco de desenvolvimento de pneumonia nosocomial é de 10 a 20 vezes maior na UTI, sendo que o seu desenvolvimento

intervenção

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médico intensivista, o qual também estabelecia que o paciente fora submetido a ação antibiótica específica e monitoramento sistêmico contínuo. A participação do cirurgião-dentista em tal caso foi baseada na indicação médica e na aceitação familiar, para que fosse feita uma avaliação da condição bucal do pacien-te após informações adquiridas da equipe da enfermagem que fazia parte do grupo de profissionais que assistia tal paciente.

Uma das principais queixas da equipe de enfermagem foi a grande dificuldade de realizar a higienização bucal adequada devido às dificuldades de abertura de boca por parte do pacien-te, impedindo a realização de corretas técnicas de escovação dentária, das mucosas, palatos e língua. A presença de sangra-mento gengival após a “tentativa” de uma correta higienização bucal diária e o grande acúmulo de placa bacteriana, biofilme dental e o desconhecimento de como eliminar a presença desse possível foco inflamatório foram os sinais clínicos expostos e as orientações dadas pela equipe de enfermagem responsável pelo paciente.

AVAliAção oDonTolóGiCAA realização do exame odontológico iniciou-se com uma solici-

tação aos familiares para que assinassem o Consentimento Livre e Informado/Esclarecido, autorizando a avaliação odontológica por parte do profissional competente e o possível registro de todo o caso clínico por meio de imagens e posterior divulgação23. Também foi solicitada à equipe médica intensivista responsável pelo paciente autorização prévia para o exame clínico.

A interpretação odontológica feita foi baseada na grande dificuldade da equipe de enfermagem em realizar corretas adap-tações, manejo clínico, falta de capacitação profissional para a realização de ações corretas e favoráveis à promoção de saúde bucal15 do paciente, o qual apresentava os dentes hígidos com grande acúmulo de biofilme, cálculo supragengival, principal-mente da região lingual dos dentes anteriores inferiores (figura 1), inflamação gengival (gengivite) (figura 2), saburra lingual e ausência de cáries, considerados possíveis fontes específicas de infecção nosocomial9,10,20.

Após tal avaliação, foi elaborado um relatório clínico da condi-ção da cavidade bucal do paciente, bem como as imagens feitas, exemplificando a real situação em que o paciente se encontrava e o plano de tratamento a ser realizado, sob consentimento médico e, principalmente, familiar24.

ConDuTA oDonTolóGiCA ADoTADAOs procedimentos odontológicos planejados e executados

visaram a eliminação dos possíveis focos de inflamação, favo-ráveis à instalação de infecções oportunistas, como a pneumo-nia nosocomial, por meio de ações odontológicas de mínima intervenção de caráter preventivo e de orientações à equipe de enfermagem a respeito de possíveis meios favoráveis, sob supervisão, na promoção da saúde bucal do paciente7,15,25.

Com a utilização de meios auxiliares, como abridores de boca e expansores,23,24 ampliou-se o campo de visão clínica para a realização dos procedimentos planejados. A eliminação da presença de biofilme dental e de cálculo supragengival foi

em pacientes com ventilação mecânica varia de 7% a 40%6. Considerada uma enfermidade debilitante, principalmente no paciente idoso e imunocomprometido7, a pneumonia nosoco-mial é desenvolvida após 48 horas de internação hospitalar, não estando presente ou incubada no paciente no momento da admissão hospitalar8. É responsável por 10% a 15% das infecções hospitalares, sendo que 20% a 50% dos pacientes afetados por tal condição falecem9,10.

A forma mais comum de os micro-organismos bucais al-cançarem o trato respiratório inferior é por meio da aspiração do conteúdo da orofaringe11, sendo que em p acientes com a percepção prejudicada, por exemplo: com comprometimentos neurológicos, o risco se torna muito maior12. A associação do biofilme bucal e de infecções respiratórias pode ser bem exem-plificada por alguns estudos, os quais mostram essa íntima relação7,9,10,13-15. Segundo Cardeñosa et al (1999), a cavidade bucal é a primeira fonte de organismos patogênicos que causam essa patologia16, a pneumonia nosocomial.

O biofilme adquirido por uma higienização deficiente poderia resultar em uma elevada concentração de patógenos na saliva, que poderiam ser aspirados para o pulmão em grandes quan-tidades, deteriorando as defesas imunes do paciente na UTI, afirmam Jenkins (1989)17, Moore e Moore (1994)18 e Oliveira et al (2007)14. Além disso, em condições favoráveis, o biofilme

poderia abrigar colônias de patógenos pulmonares, promovendo o seu pleno desenvolvimento, facilitar a colonização das vias aéreas superiores por tais micro-organismos19,20 e aumentar sua quantidade e complexidade com o tempo de internação21,22.

O presente trabalho tem como finalidade, por meio de um re-lato de caso clínico, abordar as condutas clínicas odontológicas, na promoção de saúde bucal, realizadas na UTI de um hospital em Brasília-DF, em um paciente idoso dependente, portador de demência em estágio avançado, focalizando o controle do bio-filme dental, abordagem clínica adotada e possível repercussão sistêmica no paciente.

rElATo DE CASo ClíniCoPaciente C.M.B., leucoderma, 86 anos, portador de demência

em grau avançado, ou seja, comprometimento das funções de memória, cognição, comunicação, funções físicas, motoras e de cuidados pessoais (higienização bucal inclusive), foi internado na UTI de um hospital particular em Brasília devido a comprome-timento infeccioso do trato respiratório inferior. Além do quadro pneumológico, o paciente apresentava outras alterações sistê-micas, como hipertensão e disfunção renal, conforme prontuário

Ação odontológica preventiva em paciente idoso dependente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

Figura 1 - Adaptação profissional na uTi: utilização de abridor de boca e expansor para melhor visualização da cavidade a ser

examinada. elevada concentração de biofilme (placa bacteriana), principalmente na região lingual dos dentes anteriores inferiores.

nota-se, também, tecido periodontal (gengival) com região eritematosa circundando todos os dentes

Figura 2 - inflamação gengival (gengivite), presença de biofilme (placa bacteriana) e cálculo supragengival

Figura 3 - Atendimento odontológico na uTi: raspagem supragengival e adaptação profissional com o uso de abridor de boca

e expansor - aumento do campo de visão e de trabalho clínico

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intervenção

feita por meio de raspagem, associada à profilaxia feita com escova dentária com pasta profilática (figuras 3 e 4).

Associou-se à higienização da língua a utilização da solução de gluconato de clorexidina a 0,12% por meio de gaze embebida e fixada em um porta-agulha e de limpadores linguais24,26,27, sen-do orientado à equipe de enfermagem realizar tal procedimento duas vezes ao dia, com intervalo de 12 horas cada. Optou-se, também, pela escovação dentária com fluoreto fosfatado acidu-lado a 1,23%, com o objetivo de manter a cavidade bucal com um pH básico23,27, considerado menos nocivo às estruturas dentárias (figura 5).

Tais procedimentos foram feitos durante seis dias consecu-tivos, duas vezes ao dia (manhã e noite), pelo profissional de Odontologia e pela equipe de enfermagem após orientações recebidas23,25. Após esse período, constatou-se uma melhora significativa da condição bucal do paciente, ou seja, eliminação dos fatores retentivos de placa bacteriana, da saburra lingual e da condição inflamatória do tecido periodontal (figura 6). Es-tabelecendo-se uma condição de saúde bucal favorável e não colaboradora ao surgimento de enfermidades oportunistas3, como a pneumonia e a candidíase.

DiSCuSSãoAs infecções hospitalares são responsáveis por elevados

índices de mortalidade, sendo a pneumonia nosocomial, adqui-rida no ambiente hospitalar após a internação, especialmente nas UTIs, a mais prevalente7,9,10. A aspiração do conteúdo da orofaringe infeccioso é a principal causa, principalmente a sabur-ra lingual, a placa bacteriana e os cálculos supragengivais, em especial por pacientes debilitados, que perderam a consciência e as responsabilidades motoras. Como exemplo podemos citar o paciente idoso com demência em estágio avançado24,27.

A demência é uma enfermidade característica da população idosa, a qual promove uma desordem neurodegenerativa que atinge o Sistema Nervoso Central; é de caráter progressivo e irreversível. Em seu estágio avançado, o paciente é caracterizado por apresentar total dependência, reflexos regressivos, afasia, incontinência urinária e/ou intestinal, acamado e mutismo ve-getativo28,29. Promover saúde a esse público requer cuidados especiais, adaptação profissional e ações que visem a promover bem-estar e qualidade de vida23,26,30,31.

Ações clínicas para a promoção de saúde bucal de mínima intervenção, como raspagem supragengival, controle de placa bacteriana por meio da ação mecânica de escovação dentária, profilaxia, adequação do meio por intermédio de aplicações de flúor, são algumas das medidas que devem ser contextualizadas no ambiente hospitalar, nas UTIs, por parte de um cirurgião-dentista capacitado7,27.

A participação da equipe de enfermagem nas atividades clínicas que são capazes de realizar, na avaliação do paciente internado e em possíveis orientações sobre saúde bucal são alguns obstáculos, possivelmente, desconhecidos por esses profissionais15,25. Por isso a real necessidade de capacitação desses profissionais no contexto odontológico por meio de manejo adequado do paciente, adaptação profissional, técni-cas adequadas para a promoção de saúde bucal, a partir da

por equipes de enfermagem em unidades de tratamento intensivo. Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(1):38-44.16. Cardeñosa JAC, Solé-Violan J, Saavedra OS, Rodriguez FC. Role of different routes of tracheal colonization in the development of pneumonia in patients receiving mechanical ventilation. Chest. 1999;116(2):462-70.17. Jenkins D. Oral care in the ICU: a important nursing role. Nurs Stand. 1989;4(7):412-7.18. Moore WE, Moore LV. The bacteria of periodontal disease. Periodontol 2000. 1994;5:66-77.19. Mojon P. Oral health and respiratory infection. J Can Dent Assoc. 2002;68:340-5.20. Scannapieco FA, Bush RB, Paju S. Associations between periodon-tal disease and risk for nosocomial bacterial pneumonia and chronic obstructive pulmonary disease: a systematic review. Ann Periodontol. 2003;8:54-69.21. Russel SL, Boylan RJ, Kaslick RS, et al. Respiratory pathogen coloni-zation of the dental plaque if institutionalized elders. Spec Care Dentist. 1999;19:128-34.22. Fernandes AT, Zamorano PO, Torezan Filho MA. Pneumonia hospitalar. In: Fernandes AT, Fernandes MOV, Ribeiro Filho N. Infecção hospitalar e suas interfaces na área da saúde. São Paulo: Atheneu. 2000;516-55.23. Miranda AF, Miranda MPAF. Doença de Alzheimer e práticas de atenção à saúde bucal: relato de caso. Rev Fac Med Lisboa. 2008;13(2):91-8.24. Miranda AF, Montenegro FLB, Lia EN, Miranda MPAF. Demência senil (Al-zheimer): intervenção odontológica multidisciplinar em nível de consultório e domiciliar – relato de caso clínico. Rev EAP-APCD. 2009;10(1):11-3.25. Brito LFS, Vargas MAO, Leal SMC. Higiene oral em pacientes no estado de síndrome do déficit no autocuidado. Rev Gaúcha Enf. 2007;28(3):359-67.26. Frenkel H. Alzheimer’s disease and oral care. Spec Care Dent, Dent Update. 2004;31(5):273-8.27. Benatti FG, Montenegro FLB. A intervenção odontológica colaborando na diminuição das afecções respiratórias dos idosos. Rev EAP-APCD. 2008;9(2):1-4.28. Gitto CA, Moroni MJ, Terezhalmy GT, Sandu S. The patient with Alzheimer’s disease. Quintessence Int. 2001;32(3):221-31.29. Fonseca SR, Santos APB, Almeida MA, Guimarães HC, Correa TAF, Beato RG. Perfil neuropsiquiátrico na doença de Alzheimer e demência mista. J Bras Psiquiatr. 2008;57(2):117-21.30. Friedlander AH, Norman DC, Mahler ME, Norman KM, Yagiela JA. Alzheimer’s disease: psycopathology, medical management and dental implications. JADA. 2006;137:1240-51.31. Brunetti RF, Montenegro FLB. Odontogeriatria: noções de interesse clínico. São Paulo: Artes Médicas;2002. 482p.

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utilização de meios auxiliares/facilitadores, conhecimento das principais enfermidades presentes nos pacientes internados nos hospitais e sua repercussão na saúde sistêmica7,23, são algumas condições que podem estabelecer a relação com o cirurgião-dentista e a solicitação dos seus serviços.

A visão interdisciplinar da equipe envolvida nas UTIs neces-sita de condutas clínicas que precisam da presença constante do cirurgião-dentista para solução ou orientações dos possíveis problemas odontológicos que venham a aparecer7,15,23,27.

ConCluSãoNa situação clínica apresentada, houve uma melhora sig-

nificativa da condição odontológica do paciente internado na UTI, colaborando para o não aparecimento de novas doenças oportunistas.

A participação do cirurgião-dentista capacitado a realizar esse tipo de atendimento hospitalar pode, realmente, ajudar na mudança de quadros clínicos odontológicos prejudiciais à saúde sistêmica.

Figura 4 - Após raspagem supragengival e escovação dentária com pasta profilática realizada na uTi: remoção por completo do biofilme

e do cálculo supragengival, principalmente na região palatina dos dentes anteriores inferiores. região sob sangramento devido ao

processo inflamatório existente

Figura 5 - higienização bucal na uTi: escovação dentária (técnica adotada de movimentos suaves e circulares) com fluoreto fosfatado acidulado a 1,23%. Medida adotada para tal caso clínico e orientada

à equipe de enfermagem - interdisciplinaridade

Figura 6 - Condição bucal favorável, ou seja, eliminação do processo inflamatório decorrente da presença de biofilme, saburra lingual e

cálculo supragengival após seis dias seguidos (duas vezes ao dia - manhã e noite) de atuação do cirurgião-dentista capacitado. Contribuição das

ações odontológicas na promoção de saúde desse paciente

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“Adaptado do texto publicado na rev Paul odontol. 2010 Jan/Mar;32(1):34-8”

Dr. Fernando LuizBrunetti MontenegroMestre e doutor pela Fousp; coordenador de Saúde Bucal no CEDPES e CVOL

Dr. Alexandre Franco MirandaMestrando em Ciências da Saúde pela UnB; Universidade Católica de Brasília (UCB)

A Cirurgia Ortognática é a especialidade da Cirurgia e Traumatolo-gia Buco Maxilo Facial que tem como objetivo principal corrigir as deformidades dentofaciais, resultantes de algum tipo de

deformidade facial.Tais deformidades devem-se ao fato de os ossos da face estarem

mal posicionados em relação à base do crânio, interferindo na aparência estética dos pacientes, comprometendo muitas vezes o funcionamento correto dos maxilares e resultando também em uma função inadequada e indesejável.

O diagnóstico correto das deformidades faciais necessita da integração entre ortodontista e cirurgião buco maxilo facial.

Os conceitos atuais neste diagnóstico têm focado em um plano de tratamento que busca alem da oclusão funcional e estável a longo prazo, um equilíbrio e uma harmonia dos traços faciais.

A alteração do plano oclusal no sentido anti-horário é uma maneira estável e previsível no tratamento de pacientes com rotação horária do plano oclusal.

Características do paciente que apresenta rotação horária:• Face longa;• Plano oclusal alto ou aberto;• Rotação horária do esqueleto facial durante o crescimento.

Podem estar presente em pacientes Classe I, Classe II, classe III e pacientes com mordida aberta.

A relação do ângulo do plano oclusal com o plano de Frankfurt é muito importante tanto no diagnóstico como no plano de tratamento.

O plano oclusal é a linha traçada tangenciando as cúspides dos prés molares ao incisivo. O Plano de Frankfurt é obtido pela reta através da união dos dois pontos craniométricos Porion (po) e Orbital (or). Valor normal entre estes dois planos é de 8° +ou- 4°.

A alteração cirúrgica do plano oclusal tem influência no preparo orto-dôntico pré-cirúrgico e na técnica cirúrgica, podendo oferecer benefícios significativos em relação ao resultado final para o paciente.

A correção de deformidades dentofaciais usualmente requer cirurgia combinada (maxila e madibula) para que seja atingido um bom resultado

dEformidadEs

Alteração anti-horária do plano oclusal em cirurgia ortognática

orofaríngeo é 11 mm + ou -2).Após o procedimento cirúrgico de rotação anti-horária do plano oclusal,

são notadas alterações diretamente com as características anatômicas citadas acima, incluindo:• diminuição da angulação do plano oclusal;• diminuição do ângulo do plano mandibular;• aumento da angulação dos incisivos superiores;• diminuição da angulação dos incisivos inferiores;• aumento na projeção ântero-posterior do mento em relação à borda dos incisivos inferiores;• aumento da região posterior da face;• aumento da proeminência do ângulo mandibular;• melhora na relação de oclusão dos incisivos e caninos;• peri nasal é projetada posteriormente em relação aos incisivos e conse-qüentemente ao lábio superior• aumento do espaço aéreo de orofaringe.

O centro de rotação do complexo maxilo-mandibular obtém um grande efeito estético sobre as estruturas faciais e o mesmo deve ser determinado de acordo com a necessidade de cada caso.

Como a rotação cirúrgica do plano oclusal tem grande alteração na inclinação dos dentes, a estabilidade do preparo ortodôntico pré-cirúrgico é importante.

O objetivo deste artigo é demonstrar que quando o paciente apresenta articulação temporo-mandibular (ATM) saudável o diagnóstico, planejamento e tratamento ortodôntico-cirúrgico corretos, consistem em um tratamento estável com benéficos estéticos e funcionais.

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estético e funcional. A angulação do plano oclusal representa grande importância para que se atinja um bom resultado cirúrgico, e esta é men-surada através do ângulo formado entre o plano horizontal de Frankfurt e o plano oclusal.

A rotação anti-horária da angulação do plano oclusal é indicada para pacientes com tais características:• angulação alta do plano oclusal com o padrão dolicofacial;• aumento da angulação do plano mandibular;• aumento vertical anterior maxilar e/ou deficiência vertical posterior maxilar;• diminuição vertical em região posterior mandibular;• deficiência no sentido ântero-posterior (A-P) do mento e/ou mandíbula;• diminuição da angulação dos incisivos maxilares;• aumento da angulação dos incisivos mandibulares;• oclusão de angle tipo CL II, CL I e CL III;• mordida aberta anterior;• casos mais severos onde o paciente apresenta sintomas (severos) de apnéia do sono, onde as bases ósseas estão dispostas posteriormente, diminuindo o espaço aéreo de orofaringe (valor normal do espaço aéreo

Caso clínico paciente Classe iii, mordida aberta com rotação horário do plano oclusal, submetido a cirurgia combinada e rotação anti-horária do plano oclusal

Antes depois

Caso clínico paciente Classe ii, mordida aberta com rotação horário do plano oclusal, submetido a cirurgia combinada e rotação anti-horária do plano oclusal

Antes depois

Gustavo Henrique MottaCirurgião Buco Maxilo Facial; Professor do Curso de Cirurgia Avançada AOL; Professor do Curso Deformidade Dento Facial UNIP; Clínica Privada Especializada em Cirurgia Ortognática

Cirurgia de modelo: movimento mandibular com rotação

anti-horária e paciente que apresentava mordida aberta e será

submetida a cirurgia combinada

A figura 1 ilustra mudanças nas características faciais em um caso Cl i de angle, apenas com a rotação anti-horária do plano oclusal de 16° para 8°.

Caso clínico paciente Classe iii com rotação horário do plano oclusal, submetido a cirurgia combinada e rotação anti-horária do plano oclusal

Antes depois

surgical correction. 2nd ed. St. Louis: Mosby Year Book, 1996. v. 2, p. 844-848.6. KORTEBEIN M, WOLFORD LM: Chances in posterior airway space with counter-clockwise rotation of de maxillomandibular complex. Abstract presented at the AAOMS Annual meeting, Chicago, IL, September 25-29, 19917. PROFFIT, W. R.; PHILLIPS, C.; TURVEY, T. A. Stability following superior repositioning of the maxilla by Le Fort I osteotomy. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 92, no. 2, p. 151-161, Aug. 1987.8. SATROM, K. D.; SINCLAIR, P. M.; WOLFORD, L. M. The stability of double jaw surgery: a com-parison of rigid versus wire fixation. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 99, no. 6.9. SCHENDEL, S. A.; EPKER, B. N. Results after mandibular advancement surgery: an analysis of 87 cases. J Oral Surg, Chicago, v. 38, no. 4, p. 265-282, Apr. 1980.10. TURVEY, T. A. et al. Simultaneous superior repositioning of the maxilla and mandibular ad-vancement. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 94, no. 5, p. 372-381, Nov. 1988.11. WOLFORD, L. M.; CHAMELLO, P. D.; HILLIARD, F. Occlusal plane alteration in orthognathic surgery. J Oral Maxillofac Surg, Philadelphia, v. 51, no. 7, p. 730-740, July 1993.

Cefalometria estudo predictivo

o clínico geral quase sempre é o primeiro profissional a ser procurado pela popu-lação. Muitas vezes o paciente chega

querendo que seu sorriso melhore, porém na grande maioria dos casos a queixa principal se restringe a um ou pouco dentes.

Quando se trata de estética, temos que ter um grande cuidado pela expectativa que o paciente aguarda do resultado.

Melhorar um sorriso, estabelecer harmonia, determinar forma, contorno são alguns dos itens pri-mordiais para um resultado satisfatório estético.

Tratar um dente e esquecer que a gengiva, além de ter saúde, pode ser manipulada para uma obtenção de um resultado harmônico.

O surgimento da Estética na Odontologia, não como especialidade, mas como habilidade fez os cirurgiões-dentistas irem atrás de conhecimentos técnicos em quase todas as áreas da Odontologia. Dessa forma, estabelecer um bom planejamento, juntamente como uma equipe afinada, resultará um excelente resultado. Assim, como todos nós sabemos da bela frase: “A Odontologia é uma profissão que requer daqueles que a exercem o senso estético de um artista, a destreza de um cirurgião e a paciência de um monge.” – Papa Pio XII, 1876 – 1958.

A composição de um sorriso, lábios, gengiva, largura, comprimento dental, textura, cor são fatores que nunca podemos esquecer. A grande verdade é que temos muito a aprender em nossas observações de nossos casos clínicos.

As proporções que já estudamos, proporção aúrea, em uma vista antero posterior do dentes, altura gengival, hoje todos nós sabemos, o que não acontecia com tanta freqüência no passado.

Sendo assim, o clínico deve estar cada vez mais atento as possibilidades que podemos pla-nejar quando se trata de uma reconstrução de um sorriso.

A intenção aqui, no caso clínico é demonstrar um pouco da harmonia que devemos alcançar. Foi dada muita ênfase no planejamento em relação ao tamanho dos dentes anteriores, largura dos dentes, linha mediana e também altura gengival.

O paciente se apresentou com a queixa que

BElEza

estética para o clínico geral

Dr. Luís Henrique VinagreCirurgião-dentista; Graduado pela Faculdade de Odontologia de Lins; Pós-graduado em Implante e Prótese; Secretário Estética 2000 e 2002 APCD Central; Secretário APCD Pirituba - Perus; Editor do jornal ABO News - ABOSP

Figura 01

tinha já passado em vários consultórios, porém, nunca tinha ficado satisfeito com seu sorriso. E o seu grande desejo era mudar seus dentes e melhorar seu sorriso.

O que mais foi evidenciado foi a desproporção que os dentes estavam em relação a largura, com-primento, e também a altura gengival, principalmente na região do 24 ao 26 (figura 1).

Na arcada superior, depois de o paciente não optar por implante dentário, foi planejado ponte fixa e coroas de jaquetas em porcelana (figura 2).

A planificação da gengiva foi item também no planejamento, onde foi feito uma gengivoplastia e gengivectomia 24 ao 26, estabelecendo uma harmonia no novo sorriso (figura 3).

Depois de um ensaio através do enceramento de diagnóstico conseguimos estabelecer largura e altura dos elementos, uma vez que todos os elemen-tos estavam em desproporção (figura 4).

Tanto a altura como a largura são de suma importância na composição de um belo sorriso (figura 5).

Assim, depois de estabelecidos os tamanhos no enceramento de diagnóstico confeccionamos os dentes em metalo cerâmica (figura 6).

Uma das preocupações básicas para a obtenção de um sorriso bonito, estético, é a simetria entre os elementos e o rosto.

Nosso cérebro gosta, sente prazer, onde temos simetria. Manipular um quadro no qual alguns elementos estão em desequilibro é sempre uma tarefa muito difícil. Seja para o cirurgião- dentista ou também para o paciente, pois as vezes o paciente não concorda que teremos a inclusão de mais elementos para a nossa composição.

Sendo assim, o clínico geral tem que estar muito atento a todos esses fatores para que o paciente possa estar bem assessorado e feliz com o resultado (figura 7).

Figura 02

Figura 03

Figura 04

Figura 05

Figura 06

Figura 07

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