ação anulatória de doação inoficiosa

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Ação Anulatória de Doação Inoficiosa genérica para amoldar ao caso

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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CVEL DA COMARCA DE __

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CVEL DA COMARCA DE __.(Nome), (nacionalidade), (estado civil), (profisso), portador da cdula de identidade R.G. n xxxxx e inscrito no CPF/MF n xxxxx, residente e domiciliado na (Rua), (nmero), (bairro), (CEP), (Cidade), (Estado), por seu advogado e bastante procurador que esta subscreve, procurao em anexo (Doc.), com escritrio profissional localizado na (Rua), (nmero), (bairro), (CEP), (Cidade), (Estado), onde de acordo com o artigo 39, inciso I, do Cdigo de Processo Civil receber as intimaes, vem respeitosamente a presena de Vossa Excelncia, com fundamento no artigo 166 do Cdigo Civil, promover a presente

AO DE ANULAO DE DOAO

Em face de (Nome), (nacionalidade), (estado civil), (profisso), portador da cdula de identidade R.G. n xxxxx e inscrito no CPF/MF n xxxxx, residente e domiciliado na (Rua), (nmero), (bairro), (CEP), (Cidade), (Estado), pelas razes de fato e de direito que a seguir passa a expor:

I - DOS FATOSNa data de xx/xx/xx , foi doado ao requerido conforme faz prova documentao em anexo (Doc.), a propriedade do bem imvel localizado na (Rua), (nmero), (bairro), (CEP), (Cidade), (Estado), caracterizado por (confrontaes e medidas), registrado sob o nmero de matrcula n xxxxx, no Cartrio de Registro de Imveis de (Cidade), cuja propriedade de (Nome).O bem imvel acima descrito, constitua a integralidade do patrimnio do doador. Comprova-se pela certido anexa (Doc.), expedida pelo ofcio imobilirio, que o doador no possui nenhum outro bem imvel.II - DO DIREITOA disposto no artigo 166 do Cdigo Civil, diz que nulo os atos praticados por pessoas absolutamente incapazes portadoras de enfermidade ou com deficincia mental.O artigo 166, inciso I, do Cdigo Civil diz que:Art. 166. nulo o negcio jurdico quando:IV - no revestir a forma prescrita em lei;[...]

VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;

A doao, para que seja vlida, no pode exceder os 50% de patrimnio disponvel do doador, restando os demais 50% reservados para a legtima, na hiptese de existncia de herdeiros necessrios, como o caso dos autos, consoante art. 549 do Cdigo Civil. A parte que exceder esse limite doao inoficiosa deve ser anulada em benefcio dos demais herdeiros.

Prescreve o artigo 549 do Cdigo Civil que nula tambm a doao quanto parte que exceder de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. Assim como a liberdade de testar restrita, quando houver herdeiros necessrios, o mesmo se aplica s doaes.

Tendo em vista que o direito brasileiro adotou o regime da relativa liberdade de doar, toda e qualquer disposio patrimonial praticada ainda em vida pelos pais a favor dos filhos, ou para outro ascendente, ou ainda, para terceiros, encontra limitao legal, com o objetivo exclusivo de manter a igualdade entre os filhos, resguardando a cada um, a sua legtima parte patrimonial que lhes cabe por direito.

Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery (2003, p. 379), a respeito, anotam que a doao a descendente, naquilo que ultrapassa a parte de que poderia o doador dispor em testamento, no momento da liberalidade, de ser qualificada como inoficiosa e, portanto, nula. Chama-se, ento, doao inoficiosa aquela que atinge a legtima dos herdeiros necessrios. Essa disposio patrimonial por parte do doador feita a terceiros ou aos prprios herdeiros no pode exceder o limite estabelecido pelo legislador, pois, havendo excesso, a doao deve ser reduzida parte disponvel existente data da liberalidade.

Outro dispositivo de grande relevo na matria o artigo 544 do Cdigo Civil, segundo o qual a doao de ascendentes a descendentes, ou de um cnjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herana.

Assim, possuindo o doador herdeiros necessrios, quais sejam, os descendentes, os ascendentes e o cnjuge sobrevivente, segundo o artigo 1.845 do Cdigo Civil, no pode dispor de mais da metade de seus bens sem resguardar a parte dos seus sucessores, que detm de pleno direito a outra frao, denominada de legtima.

O artigo 1.846 do Cdigo Civil consolida tal afirmao dispondo que pertence aos herdeiros necessrios, de pleno direito, a metade dos bens da herana, constituindo a legtima. Ainda, importa ressaltar as palavras do legislador constantes no artigo 1.789 do Cdigo Civil, as quais traduzem a idia de que havendo herdeiros necessrios, o testador s poder dispor da metade da herana.

Dessa forma, havendo uma doao inoficiosa, o herdeiro lesado com a disposio patrimonial excessiva pode ingressar em juzo atravs da competente ao de reduo, buscando reduzir a liberalidade s devidas propores, permanecendo vlido o que restou preservado da nulidade, ou seja, a parcela que o doador podia utilizar livremente.

Art. 1.834. Os descendentes da mesma classe tm os mesmos direitos sucesso de seus ascendentes.A doutrina ensina que:>A jurisprudncia pacifica em nossos Egrgios Tribunais ao afirmar que:>DO PRAZO PRESCRICIONAL

Diante da necessidade de se saber qual o termo inicial do prazo prescricional para a propositura da ao de reduo de doao inoficiosa, necessrio se faz colher o posicionamento doutrinrio e jurisprudencial brasileiro a fim de conhecer quando pode ser proposta a ao de reduo. Art. 205. A prescrio ocorre em dez anos, quando a lei no lhe haja fixado prazo menor.

Duas so as ocasies em que tal medida processual pode ser requerida em juzo: a partir do ato da disposio patrimonial, ainda em vida do doador, ou somente aps a abertura da sucesso, o que ocorre com a sua morte.

Nesse sentido, o Egrgio Superior Tribunal de Justia tem entendido:

CIVIL. DOAO INOFICIOSA. 1. A doao ao descendente considerada inoficiosa quando ultrapassa a parte que poderia dispor o doador, em testamento, no momento da liberalidade. No caso, o doador possua 50% dos imveis, constituindo 25% a parte disponvel, ou seja, de livre disposio, e 25% a legtima. Este percentual que deve ser dividido entre os 6 (seis) herdeiros, tocando a cada um 4,16%. A metade disponvel excluda do clculo. 2. Recurso especial no conhecido. (REsp 112.254/SP, Rel. Ministro FERNANDO GONALVES, QUARTA TURMA, julgado em 16/11/2004, DJ 06/12/2004 p. 313)III - DO PEDIDODiante de todo o exposto requer:a) a citao do requerido para que dentro do prazo legal, se desejar, apresente contestao, sob pena deste sofrer os efeitos da confisso e revelia quanto a matria de fato.b) Que a presente ao de anulao de doao, seja julgada procedente, com a declarao de nulidade da doao feita ao donatrio pelo doador e a determinao do retorno do bem doado ao patrimnio do esplio do doador, por violar os dispositivos legais constantes nos artigo 166, do Cdigo Civil, regressando o bem doado ao patrimnio do doador.c) A condenao do requerido ao pagamento das custas e despesas processuais bem como os honorrios advocatcios, estes arbitrados em 20% sobre o valor da causa.d) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal do requerido , oitiva de testemunhas, juntada de documentos, expedio de ofcios e precatrias, percias e demais provas que se fizerem necessrias.D-se a causa o valor de R$ xxxxx (Valor), para todos os efeitos legaisNestes termos,

Pede deferimento.

(Local, data, ano)AdvogadoOAB NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Cdigo civil anotado e legislao extravagante. 2. ed. rev. e ampl. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. p. 379.