absorÇÃo atÔmica formatada

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ABSORÇÃO ATÔMICA INTRODUÇÃO "FOTOMETRIA DE CHAMA" Se uma solução contendo um sal de um metal ( ou outro composto do metal ) for aspirada numa chama ( de acetileno queimando em ar ) , pode-se formar um vapor que contém átomos do metal . Alguns átomos metálicos gasosos podem ser promovidos a um nível energético que seja suficientemente elevado para permitir a emissão de radiação característica do metal em questão: por exemplo, os compostos de sódio transmitem uma cor amarela às chamas. Esta é a base da espectroscopia de emissão de chama ( EEC ), que foi mencionada anteriormente como fotometria de chama . Estes átomos de estado fundamental são capazes de absorver a energia radiante dos seus comprimentos de onda de ressonância específicos, que é, em geral, o comprimento de onda da radiação que os átomos emitiram se fossem excitados do estado fundamental a um estado excitado . Portanto, se a luz do comprimento de onda de ressonância for passada através de uma chama que contenha os átomos em questão, uma parte da luz será absorvida e a extensão da absorção será proporcional ao número de átomos no estado fundamental presentes na chama. Este é o princípio fundamental da espectroscopia de absorção ( EAA ). A espectroscopia de fluorescência atômica ( EFA ) é baseada na reemissão da energia absorvida, por átomos livres. Como os espectros de absorção da maioria dos elementos tem caráter mais simples do que os de emissão, a espectroscopia de absorção é menos sujeita a interferências interlementos do que a espectroscopia de emissão de chama. Ainda mais, em vista da alta proporção de átomos em estado fundamental, em relação àqueles que estão em estado excitado, pareceria que a espectroscopia de absorção seria também mais sensível do que a espectroscopia de emissão de chama. No entanto, neste particular o fator é o comprimento de onda da raia de ressonância : assim, elementos cujas raias de ressonância sejam associadas com valores de energia relativamente baixos são mais sensíveis, no que se refere à espectroscopia de emissão de chama, do que aqueles para os quais as raias de ressonância são associadas com valores de energia mais elevados. 1. Espectroscopia de chama 1

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ABSORÇÃO ATÔMICA

INTRODUÇÃO

"FOTOMETRIA DE CHAMA"Se uma solução contendo um sal de um metal ( ou outro composto do metal ) for aspirada numa chama ( de acetileno queimando em ar ) , pode-se formar um vapor que contém átomos do metal . Alguns átomos metálicos gasosos podem ser promovidos a um nível energético que seja suficientemente elevado para permitir a emissão de radiação característica do metal em questão: por exemplo, os compostos de sódio transmitem uma cor amarela às chamas. Esta é a base da espectroscopia de emissão de chama ( EEC ), que foi mencionada anteriormente como fotometria de chama . Estes átomos de estado fundamental são capazes de absorver a energia radiante dos seus comprimentos de onda de ressonância específicos, que é, em geral, o comprimento de onda da radiação que os átomos emitiram se fossem excitados do estado fundamental a um estado excitado . Portanto, se a luz do comprimento de onda de ressonância for passada através de uma chama que contenha os átomos em questão, uma parte da luz será absorvida e a extensão da absorção será proporcional ao número de átomos no estado fundamental presentes na chama. Este é o princípio fundamental da espectroscopia de absorção ( EAA ). A espectroscopia de fluorescência atômica ( EFA ) é baseada na reemissão da energia absorvida, por átomos livres.Como os espectros de absorção da maioria dos elementos tem caráter mais simples do que os de emissão, a espectroscopia de absorção é menos sujeita a interferências interlementos do que a espectroscopia de emissão de chama. Ainda mais, em vista da alta proporção de átomos em estado fundamental, em relação àqueles que estão em estado excitado, pareceria que a espectroscopia de absorção seria também mais sensível do que a espectroscopia de emissão de chama. No entanto, neste particular o fator é o comprimento de onda da raia de ressonância : assim, elementos cujas raias de ressonância sejam associadas com valores de energia relativamente baixos são mais sensíveis, no que se refere à espectroscopia de emissão de chama, do que aqueles para os quais as raias de ressonância são associadas com valores de energia mais elevados.

1. Espectroscopia de chamaA Espectroscopia de chama é uma técnica analítica usada para análises qualitativas e quantitativas de um elemento presente em uma amostra. Nesta técnica a amostra na forma de um líquido homogêneo, é introduzida em uma chama onde reações térmicas e químicas criam "átomos livres" capazes de absorver, emitir ou fluorescer em comprimentos de onda característicos.

1.1 - Espectroscopia de Absorção AtômicaDesenvolvida por Alan Walsh, na Austrália, em meados da década de 50 tornou-se o método preferido de análise elementar. Walsh descobriu que a maioria dos átomos livres presentes nas chamas normalmente usadas estavam no estado fundamental já que a chama não tinha energia suficiente para excitar os átomos a níveis mais altos (exceto os alcalinos). Uma fonte de luz que emita uma linha espectral suficientemente estreita e de energia característica, e usada para excitar esses átomos no estado fundamental formados na chama. A diminuição da energia desta fonte (absorção) é então medida.Espectrofotometria de Absorção Atômica é uma técnica analítica instrumental, que mede a quantidade de radiação absorvida por átomos dos elementos em estudo, no estado gasoso. Devido ao fato de que cada elemento tem seu comprimento de onda de absorção característico e sendo a radiação emitida composta por próprio elemento em estudo, o método é bastante livre de interferências.

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A quantidade de energia característica absorvida é diretamente proporcional à concentração do elemento na amostra. Na técnica de emissão de chama, mede-se a quantidade de luz emitida para átomos excitados na chama, que é proporcional á sua concentração.

INSTRUMENTAÇÃOOs três processos espectrofotométricos de chama requerem a seguinte aparelhagem essencial.( a ) Para a espectroscopia de emissão de chama, um sistema queimador-nebulizador que produza os átomos de metais gasosos usando uma chama de combustão adequada, envolvendo uma mistura de gás combustível-oxidante. Note que, no entanto, com as chamadas células sem chama não há necessidade do queimador.( b ) um sistema de espectrofotômetro que inclua uma óptica adequada, um detector fotossensível e um dispositivo adequado para exibir a saída do detector.( c ) Tanto para a espectroscopia de absorção atômica como para a espectroscopia de fluorescência atômica é necessário contar com uma fonte de raias de ressonância para cada elemento a ser determinado; estas fontes de raias são, usualmente, moduladas.

2. Absorção Atômica

2.1 - Lâmpadas de Catodo Oco "(L.C.O.)"Uma LCO é usada como fonte de radiação para excitar átomos livres presentes na chama. A LCO emite um espetro, com linhas extremamente estreitas, característico do material de que é feito o cátodo e do gás da atmosfera da lâmpada (Neônio ou Argônio). O cátodo (feito do elemento de interesse ou de um composto desse elemento) e o anodo estão "enclausurados" em um recipiente de vidro cheio com argônio ou neônio a uma pressão de aproximadamente 10 torricelli. O gás de enchimento é escolhido de forma a reduzir as interferências espectrais. Elementos com linhas de ressonância na região do UV tem as janelas de suas lâmpadas construídas em quartzo. Os outros elementos em pyrex.Um potencial de 150 - 400 volts é aplicado aos eletrodos (anodo é positivo e catodo é negativo) o que causa ionização do gás de enchimento. Os íons do gás são acelerados (para potencial negativo) ao encontro do catodo são "arrancados" e uma "nuvem" dos átomos do elemento de interesse é formada no cátodo. Estes átomos são excitados por colisões com outros íons do gás de enchimento. Quando retornam ao estado fundamental emitem um espectro característico. O cátodo e o anodo são desenhados de forma a produzir uma descarga estável, o que resulta em uma emissão com larguras espectrais extremamente finas (tipicamente 0,001nm).

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A emissão da LCO é proporcional a corrente, portanto, pequenas variações da corrente causarão variações na intensidade, da emissão, dessa forma a corrente na LCO deve ser controlada de maneira extremamente precisa.A auto absorção ocorre quando átomos, no estado fundamental presentes na "nuvem" atômica no cátodo absorvem a radiação emitida (processo que deve ocorrer somente na chama). Este fenômeno aumenta com o aumento da corrente da LCO.

2.2 - AtomizaçãoPara que a Absorção Atômica ocorra os átomos devem ser introduzidos no caminho ótico na forma de átomos "livres". As análises são feitas normalmente a partir de soluções nas quais o átomo de interesse estão ligados quimicamente e solvatados. Para formar átomos livres, o solvente deve ser retirado e as ligações químicas quebradas. Isto, geralmente é feito de três maneiras: para uma chama, para aquecimento sem chama (forno grafite) ou para gerador de hidretos.

2.2.1 - Atomização na chamaA atomização com chama é constituído de três partes: o nebulizador, a câmara de nebulizador e o queimador.O sistema deve converter o líquido (amostra) em um aerossol; selecionar o tamanho médio das partículas líquidas (descartando as partículas maiores) e transferir a amostra ao queimador, onde ocorre a formação dos átomos livres. Se um aerossol com partículas muito grandes são introduzidos na chama os átomos podem ser perdidos antes de se tornarem "livres" e em condições de absorver luz. Em uma situação ideal as partículas devem ser dessolvatadas e convertidas em átomos livres antes que o fluxo dos gases da chama as retirem do caminho do feixe de luz. A operação dos componentes básicos do atomizador com chama são:

2.2.1.1 - NebulizadorÉ usado o tipo pneumático no qual o fluxo dos gases através de um orifício cria vácuo que arrasta a amostra através de um capilar. Ajustando-se a posição do capilar varia-se a taxa de secção da amostra.

O SISTEMA NEBULIZADOR-QUEIMADOR

A finalidade do sistema nebulizador-queimador é converter a solução a ensaiar m átomos gasosos, e o sucesso do método da fotometria de chama depende do funcionamento correto do sistema nebulizador-queimador. Deve-se, no entanto, notar que alguns fotômetros de chama tem u sistema queimador muito simples.A função do nebulizador é produzir uma névoa ou aerossol da solução a analisar. A solução a ser nebulizada é passada por um tubo capilar, por maio de uma ação de Venturi de um jato de ar soprando através do topo do capilar; é necessário produzir-se um fluxo gasoso de alta pressão, a fim de resultar um aerossol fino.

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Em espectroscopia de absorção atômica o queimador é um tubo horizontal longo, com uma fenda estreita ao longo do se comprimento . Este produz uma chama fina de longo percurso que pode ser girada para dentro ou para fora do feixe de energia radiante. Adicionalmente há um percurso luminoso mais longo, este tipo de queimador tem a vantagem de ser de ação silenciosa e de pequeno perigo de incrustações em torno da cabeça do queimador, porque as gotas maiores da solução terão sido eliminadas da corrente de gás que atinge o queimador. As suas desvantagens são (i) que, com soluções preparadas com solventes mistos, os solventes mais voláteis são preferencialmente evaporados; (ii) existe um perigo potencial de explosão porque o queimador utiliza volumes relativamente grandes de gases, mas nas versões modernas deste tipo de queimador este perigo está minimizado.

2.2.1.2 - Câmara de NebulizaçãoA câmara de nebulização atua como um classificador para remover partículas grandes e suprir o queimador com um fluxo constante de partículas pequenas e homogêneas. Se partículas grandes atingem o queimador, haverá um aumento do ruído e a temperatura da chama é reduzida.Estas partículas não podem espalhar a luz da LCO. Para um ótimo nível de sensitividade partículas homogêneas e menores que 10 µ m devem chegar aos queimador.

2.2.1.3 - QueimadoresUm queimador adequado deve fazer com que o combustível e o oxidante sejam misturados antes da queima. Dois tipos de chama são usados normalmente as características destas chamas são as seguintes:

2.2.1.4 - Ar / AcetilenoÉ a mais usada com a maioria dos elementos mostra a melhor sensitividade com a chama estequiométrica.A temperatura é aproximadamente 2300º C e não é suficientemente quente para elementos que formam óxidos refratários.

2.2.1.5 - N2O / AcetilenoEsta chama é de maior temperatura (aproximadamente 2900º C e de volume de queima maior e somente deve ser usada com o queimador adequado. Uma grande quantidade de elementos refratários podem ser analisados com esta chama devido a aumento da temperatura e sua natureza altamente redutora.

CHAMAS DE COMBUSTÃONa espectroscopia de chama um requisito essencial é que a chama utilizada produza temperaturas mais elevadas do que 2000 K. Na maioria dos casos, este requisito só pode ser satisfeito queimando-se um gás combustível num gás oxidante, usualmente o ar, óxido nitroso ou oxigênio diluído com nitrogênio ou argônio. As velocidades de fluxo do gás combustível e do gás oxidante devem ser medidas, porque algumas chamas precisam ser ricas no gás combustível, outras devem ser pobres neste gás. A concentração dos átomos gasosos dentro da chama, tanto no estado fundamental como no excitado, pode ser influenciada pela (a) composição de chama e (b) pela posição considerada dentro da chama.

No que concerne à composição chama, pode-se notar que uma mistura acetileno-ar é adequada para a determinação de uns trinta metais, mas a chama propano-ar é preferível para metais que sejam facilmente convertidos num estado de vapor atômico. Metais como o alumínio e o titânio, que formam óxidos refratários, requerem uma temperatura mais elevada, como a da chama de acetileno-óxido nitroso; e a sensibilidade é, nestes casos, aumentada por uma chama rica em combustível.

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2.3 - MonocromadorEm Espectroscopia de Absorção Atômica (EAA), o parâmetro de grande importância de um monocromador é a sua capacidade de evitar perdas da intensidade da radiação, particularmente importante para LCO que tenham pouca intensidade de emissão.A finalidade do monocromador é selecionar uma dada raia de emissão e isolá-la de outras raias e, ocasionalmente, de faixas de emissão moleculares.Na espectroscopia de absorção atômica, a função do monocromador é isolar a raia de ressonância de todas as raias não-absorvidas emitidas pela fonte de radiação. Na maioria dos instrumentos comerciais, usam-se redes de difração por ser a dispersão que estas fornecem mais uniforme que a dos prismas e, consequentemente, os instrumentos de rede podem manter uma resolução mais elevada sobre um intervalo maior de comprimentos do onda.

2.4 - DetectorComumente o detector usado é uma fotomultiplicadora, pois é bastante sensível e fornece uma resposta razoavelmente uniforme em relação à luz para toda região ultra violeta - sensível. A própria fotomultiplicadora amplia o sinal, mas normalmente se usa um amplificador adicional e algum tipo de sistema de leitura.No caso de um fotômetro de chama simples, uma célula de barreira é um detector suficientemente bom, porque uma larga faixa de energias atinge o detector. Nos espectrofotômetros de absorção atômica, em vista da melhor sensibilidade espectral que é requerida, empregam-se fotomultiplicadores. O sinal da saída do detector é alimentado a um sistema de leitura adequado; deve-se, a este respeito, ter em mete que a radiação recebida pelo detector origina-se não somente da raia de ressonância que foi selecionada, mas pode também provir de emissão dentro da chama. Esta emissão pode ser devida à emissão atômica que se origina de átomos do elemento que está sendo investigado e pode também originar-se de emissões de faixa molecular. Portanto, em vez de uma intensidade de um sinal de absorção, IA , o detector pode receber um sinal de intensidade ( IA + S ), onde S é a intensidade da radiação emitida. Como só é necessária a medida que se origina da raia de ressonância, é importante que esta seja distinguida dos efeitos da emissão da chama. Isto se consegue fazendo a modulação de emissão da fonte de raias de ressonância por meio de um interceptor rotatório ou eletronicamente, usando um sinal de corrente alternada apropriado para a freqüência específica da raia de ressonância, ficando, então, o amplificador detector sintonizado para esta freqüência; deste modo, os sinais que se originarem da chama, serão efetivamente removidos.Os sistemas de leitura disponíveis incluem medidores, registradores de papel e leitores digitais; os medidores estão, presentes, virtualmente superados pelos outros métodos de apresentação de dados.

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3 - InterferênciasA maioria dos metais pode ser determinada para aspiração direta da solução em uma chama de ar - acetileno. As interferências que ocorrem são devidas à ligações químicas muito estáveis, que não permitem a absorção dos átomos. Isso pode acontecer se a chama não é quente suficiente para dissociar as moléculas, ou quando os átomos dissociados formam óxidos que não mais se dissociam nessa temperatura.Qualquer processo que leve a resultados errôneos é classificado como interferência, que podem ser espectrais e.

3.1 - Interferências EspectraisApesar dos espectros de emissão serem extremamente simples existem casos onde existe uma certa coincidência de linhas espectrais para dois elementos distintos.Quando detectado este tipo de interferência é necessário optar-se para outro comprimento de onda ou quando isto não for possível, tentar uma remoção química do interferente.Outras formas de interferências espectrais são:a) Uma linha não absorvível, ou fracamente absorvida, emitida por LCO através do monocromador.b) Luz perdida.c) Absorbância não atômica (luz refletida ou absorção molecular).* Em EAA a faixa ótima de trabalho é entre 0,2 a 0,8 de absorção; região em que grandes curvaturas e possíveis erros são minimizados.Absorção molecularSob certas condições em particular quando soluções com alto teor salino são aspiradas na chama, uma concentração significativa de espécies moleculares, pode ser produzida no caminho ótico. Pode ocorrer uma absorção molecular implicando numa interferência analítica se a banda de absorção da espécie de interesse. As perdas de luz observadas nestas condições forem inicialmente atribuídas a espalhamento da luz para partículas de sais mais evidências muito fortes foram produzidas para indicar que o espalhamento é menos problemático do que a absorção molecular tanto numa chama quanto num atomizador sem chama.

3.2 - Interferências QuímicasSão aquelas que influem no número de átomos que atingem o caminho ótico. Fatores tais como: a precipitação da amostra antes da nebulização são críticos assim como as características físicas das soluções tais como: viscosidade, tensão superficial, densidade pH e pressão de vapor do solvente já que todos esses parâmetros influem na nebulosidade; para resultados com maior exatidão, padrões e amostras devem ser o mais próximos possíveis com relação a estes parâmetros

3.2.1 - Formação de compostos estáveisA formação destes compostos é responsável pela maioria dos efeitos depressivos (diminuição da absorbância) observadas nas técnicas de absorção e emissão. Eles surgem porque certos elementos formam compostos que com espécies presentes na amostra (ex. típico é a diminuição da absorbância dos metais alcalinos terrosos na presença de fosfatos, aluminatos, silicatos) que com espécies formadas pela chama como por exemplo alumínio, vanádio, boro, etc., que formam óxidos refratários que não são "quebrados" com a chama as/acetileno. O uso da chama de óxido nitroso/acetileno, de temperatura mais alta "quebra" estes óxidos. Alternativamente a adição de um elemento "concorrente" tais como lantânio ou estrôncio ajuda a prevenir estes efeitos.

3.2.2 - Interferência de IonizaçãoA alta temperatura das chamas pode causar uma apreciável ionização do elemento de interesse. Espécies ionizadas não podem absorver a radiação, adiciona-se à amostra um elemento mais facilmente ionizável, tal que potássio, sódio ou césio em concentrações de 1000 a 4000 µ g/ml a fim de se produzir um excesso é livres na chama dessa forma inibindo a ionização do analisado.A ionização é mais pronunciada em concentrações mais baixas, já que com o aumento do número de átomos presentes na chama, e consequentemente de elétrons livres aumenta a probabilidade de contato entre eles.

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4. Técnicas de Otimização4.1 - Escolha do comprimento de onda

Muitos elementos podem ser analisados em mais de um comprimento de onda, a escolha depende de vários fatores:a) Uso de uma linha de intensidade suficiente para obtenção de uma relação sinal/ruído aceitável.b) Uso de um comprimento de onda (de menor intensidade) que não necessita uma diluição muito grande de amostra.c) Uso de uma linha de interferências espectrais, o que também aumenta a faixa da curva de calibração.

4.2 - Otimização da largura da fendaFixa-se a maior largura possível que não cause excessiva curvatura na curva de calibração devido a introdução de radiação e ou não absorvível. Em geral, quanto menor a largura da fenda maior será a absorbância e a linearidade da curva de calibração.

4.3 - Otimização do sinal de introdução da amostraO sistema compreende: nebulizador, pérola de impacto, câmara de nebulização, queimador e chamas da absorbância, o queimador é ajustado para uso dos controles horizontal, rotacional e vertical sendo o objetivo otimizar a posição relativa entre a chama e o feixe de luz, possibilitando um máximo de recobrimento entre eles.A otimização do nebulizador é normalmente feita com aspiração de uma solução 5 ppm de cobre (devido aos efeitos mínimos da estequiometria da chama na absorção do cobre).A câmara de nebulização tem duas funções básicas:a) fazer a pré-mistura dos gases de aerossol.b) "classificar", por tamanho, as gotículas do aerossol que chegam ao queimador. O ajuste da chama é feito com aspiração de um padrão e ajustando-se a vazão de combustível para obtenção de máximo de absorção. Quando se suspeita de interferências dois padrões devem ser preparados um aquoso e um com matriz sintética e as condições de chama otimizadas de forma a se obter igual leitura para ambos.* Caso não seja possível, deve-se estudar o uso de corretor de interferências (corretor de background, supressoras de interferências, etc) ou então deve-se usar o método de adição de padrão.

4.4 - Calibração4.4.1 - Curva de calibração

Usualmente, para menos três padrões e um branco são usados.A calibração é feita utilizando-se um branco para zerar o equipamento. Os padrões são então analisados, iniciando-se com os de menor concentração primeiro e o branco entre os padrões (para assegurar que não houve desvio na linha de base).

5. Termos e definições5.1 - Sensitividade

A concentração (µ g/ml) de um elemento que produzirá uma transmitância de 1% (Abs = 0,0044) também conhecida com sensitividade recíproca ou concentração característica.

5.2 - Limite de DetecçãoQuantidade mínima de um elemento que pode ser determinada com 95% de certeza. É a quantidade do elemento que produz um sinal duas vezes maior que o ruído.

B - PROCEDIMENTO ANÁLITICO

1. Coleta e Preservação

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Grandes erros podem ser introduzidos durante a coleta e preservação devido a contaminação pelos dispositivos de coleta (baldes, frascos de profundidade, etc.), resíduos de amostras coletadas anteriormente pelos mesmos dispositivos e perda do metal por absorção através do frasco de coleta.Os primeiros tipos de erro só podem ser eliminados certificando-se que todo o material que entra em contato com as amostras seja de vidro ou plástico (não metal) e tenha sido lavado com HNO3 1:1 e enxaguado com água destilada isenta de metais antes da coleta.A absorção dos íons metálicos pelo frasco pode ser minimizada pela adição de HNO3 à amostra, até pH < 2.

2. Aparelhagem- Espectrofotômetro de absorção atômica e catodos dos elementos a serem determinados.- Chapas de aquecimento com termostato.- Ar comprimido, filtrado para eliminar óleo, água, pó e outras substâncias estranhas.- Acetileno comercial.- Óxido nitroso comercial.-Béckers- Balões volumétricos- Pipetas volumétricas- Sistemas de filtração com membranas de 0,45 µ .

3. Reagentes- Água destilada: Deve ser de alta pureza, isenta de íons metálicos, com condutividade inferior a 0,2 µ S/cm. Esta água deve ser utilizada no preparo de soluções, nas diluições e nas lavagens.- Ácido clorídrico, HCl , p.a., conc.- Ácido nítrico, HNO3, p.a., conc.- Solução ácido nitrico, 0,15% v/v- Soluções estoque de metais - Soluções - padrão de matais: Preparar séries de soluções - padrão.

4. Procedimento4.1 - Pré - tratamento da amostra

Adicionar 5ml de HNO3 conc. e concentrar sobre uma chapa de aquecimento a um volume de cerca de 20ml. Esfriar e transferir para um balão volumétrico de 50ml, com auxilio de água destilada e deionizada; diluir até a marca. Correr, ao lado, uma prova em branco e padrões.

4.1.1 Metais - totalTransferir 250ml da amostra para um bécker de 400ml de capacidade; adicionar 5ml de HNO3 conc.Colocar o bécker sobre uma chapa de aquecimento, evaporando até quase a secagem completa, sem ferver. Esfriar, adicionar mais 5ml de HNO3 conc. Cobrir o bécker com um vidro de relógio, aumentar a temperatura da chapa, de modo a manter um pequeno refluxo. Continuar o processo, adicionando HNO3 até que a digestão se complete, indicado por um resíduo claro.Adicionar mais 1 a 2ml de HNO3 para dissolver o resíduo; lavar as paredes do bécker com água destilada. Filtrar a solução através de Whatman 41 para separar silicatos ou outros compostos insolúveis que poderiam entupir o atomizador. Diluir em balão volumétrico de 50ml até a marca.Notas: 1. Este procedimento não se aplica a mercúrio, selênio e arsênio.2. Para águas poluídas ou residuárias é possível que a digestão só se complete com a adição de H2SO4 e/ou HClO4 em refluxo.3. Correr sempre provas em branco e padrões para controle.

4.1.2 - Pré - tratamento para análises de metais: Zn, Pb, Ag, Cu, Cd, Ba, Cr

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Tomar 250 ml da amostra em um béquer de 500ml forma alta.Adicionar 5ml de NHO3 concentrado e digerir em chapa aquecedora até reduzir o volume para aproximadamente 10ml.Esperar esfriar e adicionar mais 5ml de HNO3 concentrado, cobrir com vidro de relógio e digerir novamente até aproximadamente 10ml.Esperar esfriar, passar para um balão volumétrico, de 25ml e avolumar com água deionizada.

4.1.3 - Metais em suspensãoNo caso de se desejar a determinação de metais em suspensão, filtrar uma alíquota da amostra bem representativa através da membrana de 0,45 µ . Remover, cuidadosamente, a membrana, colocando-a em um bécker de 250ml e digerí-la com HNO3 como indicado em metais - total. Fazer a prova em branco utilizando outra membrana.

4.2 - Operação com o espectrofotômetro de absorção atômicaDevido à grande diversidade de aparelhos disponíveis no mercado e devido ao nível de detalhamento necessário à operação dos mesmos, recomenda-se seguir as instruções dos fabricantes dos manuais de operação que acompanham cada instrumento.

4.3. - CalibraçãoPara cada elemento a ser determinado, em cada série de determinações (corrida), deve-se construir uma curva de calibração, de absorbância, A, contra a concentração do metal, c, em mg/l.A estabilidade do instrumento deve ser controlada pela aspiração ocasional dos padrões durante toda a corrida; as médias dos valores obtidos durante todo o processo são bem mais confiáveis para o levantamento das curvas do que os valores isolados tomados uma só vez.

4.4 - Análises com as amostras4.4.1. Após o ajuste do aparelho, de acordo com as instruções dos manuais de operação, lavar o

atomizador e zerar o instrumento pela aspiração de solução 0,15% de HNO3.4.4.2. Aspirar cada amostra diretamente, lendo a absorbância correspondente. Caso o valor de A for

maior que o padrão mais alto, proceder a diluição dessa amostra, tornando a aspirá-la.4.4.3. Medir a absorbância da prova em branco, subtraindo esse valor das leituras das amostras. Cada

metal pode ter um valor de branco diferente, motivo pelo qual esse valor deve ser subtraído por elemento.4.4.4. Nas determinações de bário, adicionar 2ml de solução de cloreto de sódio (5.9) para 100ml de

amostra, antes de aspirar.4.4.5. Independente dos padrões utilizados para a construção das curvas de calibração, é recomendado

correr, ao menos, um padrão, para cada série, seguindo o mesmo procedimento do pré-tratamento das amostras (Padrões de Controle). O valor obtido é comparado com o valor real; eventuais diferenças (que podem ser avaliadas através de cartas de controle) podem indicar algum erro de procedimento, alertando sobre possíveis falhas no processo.

4.5 - Determinações4.5.1. Aspiração direta em chama ar/acetileno: Para os seguintes elementos: Ag, Cd, Cu, Cr, Pb e Zn.

Tratar as amostras primeiramente. Ajustar o aparelho conforme instruções do manual de operações. Preparar as curvas de calibração, aspirar as amostras e determinar as absorbâncias.

4.5.2. Aspiração direta em chama de óxido nitroso/acetileno: Para o seguinte elemento: BaUtilizar chama de óxido nitroso/acetileno. Na utilização dessa chama, seguir rigorosamente todas as recomendações do manual de operação do aparelho, devido aos riscos de explosão.

4.5.3. Absorção sem chama a frio: Para Hg, As e Se usando o Gerador de Hidretos.

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http://www.cdq.hpg.ig.com.br/trabalho/aatomic2.htm (acessado em 21/01/2003).

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