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RONALD JEFFERSON MARTINS
Ronald Jefferson Martins
Absenteísmo Odontológico e
Médico no Serviço Público e
Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
Ronald Jefferson Martins
Absenteísmo Odontológico e
Médico no Serviço Público e Privado
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia de Araçatuba, da Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, para
obtenção do título de Mestre em Odontologia (Área
de Concentração Odontologia Preventiva e Social).
Orientadora: Profa. Dra. Cléa Adas Saliba Garbin
Araçatuba
2002
RONALD JEFFERSON MARTINS
Ronald Jefferson Martins
Absenteísmo Odontológico e Médico
no Serviço Público e Privado
COMISSÃO JULGADORA
DISSERTAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
Presidente e Orientadora: Profa. Dr.a Cléa Adas Saliba Garbin
2º Examinador: Prof. Dr. Eduardo Daruge Júnior
3º Examinador: Prof. Dr. Rogério Nogueira de Oliveira
Araçatuba, 18 de dezembro de 2002
RONALD JEFFERSON MARTINS
Dados Curriculares
Ronald Jefferson Martins
Nascimento: 26 de abril de 1968 – Bilac-SP - Brasil
Filiação: Antônio Rodrigues Martins Netto
Gláucia Urbano Pontes Martins
1988 – 1992 Curso de Graduação em Odontologia
Faculdade de Odontologia do “Campus
de Araçatuba” – Universidade Estadual
Paulista
1999 – 2000 Curso de Especialização em Odontologia
em Saúde Coletiva – Faculdade de
Odontologia do “Campus de Araçatuba”
– Universidade Estadual Paulista
RONALD JEFFERSON MARTINS
DEDICATÓRIA
Ao meu querido e amado pai Antônio Rodrigo Martins Netto, que
muitas saudades me traz e de onde estiver sei que esta olhando por mim;
À minha querida e amada mãe, Gláucia Urbano Pontes Martins, que
sempre me apóia em tudo e que eu espero algum dia poder retribuir;
À minha querida e amada esposa, Edivete Aparecida Silva Martins, que
participa diariamente da minha vida;
Ao meu único, querido e amado irmão Tony Jefferson Martins.
RONALD JEFFERSON MARTINS
AGRADECIMENTOS
A Deus, por possibilitar o convívio e amizade com pessoas tão especiais;
como:
A professora e amiga Cléa Adas Saliba Garbin, que brilhante e
pacienciosamente me orientou neste trabalho;
A coordenadora de curso Suzely Adas Saliba Moimáz, pelo esforço,
empenho e sapiência com que conduz o programa de pós-graduação;
A Dr. Nemre Adas Saliba, ícone na Odontologia Preventiva e Social, que
como mãe consolou e me guiou nos momentos mais difíceis;
A professora Lúcia Sundfield, que me orientou na tabulação dos dados e
aos demais professores do Departamento: Orlando Saliba, Artênio José
Ísper Garbin, Renato Moreira Arcieri, Eliel Soares Orenha, que apesar
de não participarem diretamente do trabalho, sempre propiciaram novos
conhecimentos;
Aos funcionários do Departamento de Odontologia Infantil e Social, Sônia
Maria Batista Costa, Nilton César Souza, Valderez Freitas Rosa,
Neusa Martins Antunes, Ilídio Teodoro Filho, Iole Sbizero Javarez,
pela dedicação e afinco ao trabalho;
RONALD JEFFERSON MARTINS
Aos meus colegas de pós-graduação, Alessandro, Andréia, Eduardo,
Mirna, Natanael (Mestrado); Eneide, Franklin, José Luiz, Michel,
Regina e Rosani (Doutorado), pela amizade e experiências trocadas e
vividas;
Os funcionários da biblioteca Isabel, Cláudio, Izamar, Ivone, Fátima,
Helena, Cláudia, Luzia, Marina, Alexandra, Maria Cláudia, Ana, pela
forma prazeirosa e competência com que conduzem seus trabalhos;
Os funcionários da Pós-Graduação Adélia, Marina, Francisco, pelo
atendimento sempre prestimoso, eficiente e bem humorado;
Ao Dr. Amadeu Vuolo Neto (Médico do Trabalho), pelas importantes
informações e ajuda na seleção das empresas;
Aos funcionários da Secretaria de Governo e Gestão Estratégica (SGGE)
da Prefeitura Municipal de Araçatuba, em especial Sr. Celso Mendes
Gardinal (diretor), Wilson Célio Maioli (Chefe do Serviço de Segurança
e Medicina do Trabalho), Marcos de Moura Barbosa (Técnico de
Segurança do Trabalho), Selma de Branco Pandim (Auxiliar de
Enfermagem) e Eliene Passos de Sousa (Enfermeira do Trabalho), pela
grandiosa ajuda que me deram durante toda a minha coleta de dados;
Aos diretores e funcionários da Indústria Color-Visão do Brasil - Indústria
Acrílica Ltda, em especial ao Sr. Carlos Pereira da Silva (Diretor-
Presidente), Ademir Aparecido Manoel (Analista de Recursos
Humanos), Francisco Carlos Lopes (Auxiliar de Enfermagem do
Trabalho) e Aniele Belmonte Bonfim (Auxiliar de Escritório), que
permitiram a realização deste trabalho e pacientemente me
recepcionaram;
RONALD JEFFERSON MARTINS
Enfim, agradeço a todos que direta ou indiretamente me ajudaram neste
trabalho, pedindo perdão aos que lendo estas linhas não encontraram
seus nomes, não por terem sido menos importantes, mas sim por puro
“lapso de minha memória”.
RONALD JEFFERSON MARTINS
“Por mais humilde que seja, um
bom trabalho inspira uma
sensação de vitória”.
Jack Kemp
RONALD JEFFERSON MARTINS
“Pode-se viver no mundo uma vida
magnífica, quando se sabe
trabalhar e amar, trabalhar pelo
que se ama e amar aquilo que se
trabalha”.
Leon Tolstoi
RONALD JEFFERSON MARTINS
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS..............................................................................12
LISTA DE QUADROS............................................................................13
LISTA DE ABREVIATURAS..................................................................15
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................16
2 REVISÃO DA LITERATURA..............................................................26
3 PROPOSIÇÃO ...................................................................................56
4 MATERIAL E MÉTODO ....................................................................58
4.1 População estudada
4.2 Variáveis estudadas
4.3 Método de coleta dos dados
4.4 Classificação e critérios usados
4.5 Análise estatística dos dados
5 RESULTADO......................................................................................63
5.1 Caracterização da amostra estudada
5.2 Distribuição da amostra estudada quanto ao absenteísmo
5.3 Características do absenteísmo segundo as causas
6 DISCUSSÃO.......................................................................................77
7 CONCLUSÃO.....................................................................................86
RONALD JEFFERSON MARTINS
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................88
9 ANEXOS.............................................................................................98
10 RESUMO..........................................................................................113
11 ABSTRACT......................................................................................115
12 RESUMEN........................................................................................117
RONALD JEFFERSON MARTINS
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Funcionária registrando o cartão no relógio de ponto..............29
Figura 2 - Funcionários em seu labor.......................................................29
Figura 3 - Linha de produção....................................................................30
Figura 4 - Ambulatório da indústria...........................................................31
Figura 5 - CID-10......................................................................................40
Figura 6 - Proporção entre número de atestados e número de empre-
gados nas empresas privada e pública....................................66
Figura 7 - Porcentagem de atestados médicos e odontológicos nas
empresas privada e pública......................................................67
Figura 8 - Porcentagem de atestados quanto ao sexo nas empresas
privada e pública.......................................................................68
Figura 9 - Porcentagem dos atestados odontológicos e médicos se-
gundo a faixa etária, nas empresas privada e pública.............70
Figura 10 - Número de atestados segundo o tipo de doença na em-
presa privada..........................................................................71
Figura 11 - Ocorrência das doenças segundo o sexo na empresa
privada....................................................................................71
Figura 12 - Número de atestados segundo o tipo de doença na em-
presa pública..........................................................................72
Figura 13 - Ocorrência das doenças segundo o sexo na empresa
pública.....................................................................................73
Figura 14 - Atestados odontológicos conforme período de afastamento..73
RONALD JEFFERSON MARTINS
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Fatores ligados ao absenteísmo.............................................25
Quadro 2 - Porte da empresa segundo o número de empregados..........33
Quadro 3 - Porte da empresa segundo o faturamento anual...................34
Quadro 4 - Dimensionamento da SESMT segundo o grau de risco da
atividade e o número de empregados no estabelecimento...36
Quadro 5 - Número de empregados conforme o sexo, nas empresas
privada e pública....................................................................64
Quadro 6 - Número de atestados conforme o tipo de empresa...............64
Quadro 7 - Índice de gravidade................................................................65
Quadro 8 - Índice de freqüência...............................................................65
Quadro 9 - Duração média das ausências...............................................66
Quadro 10 - Proporção de absenteísmo..................................................66
Quadro 11 - Número e porcentagem dos atestados segundo o tipo,
nas empresas privada e pública..........................................67
Quadro 12 - Porcentagem de atestados médicos e odontológicos
quanto ao sexo na empresa privada....................................68
Quadro 13 - Porcentagem de atestados médicos e odontológicos
quanto ao sexo na empresa pública....................................68
Quadro 14 - Porcentagem de atestados odontológicos quanto ao
sexo na empresa privada....................................................69
Quadro 15 - Porcentagem de atestados odontológicos quanto ao
sexo na empresa pública....................................................69
Quadro 16 - Número e porcentagem dos atestados odontológicos
e médicos segundo faixa etária, nas empresas privada
e pública............................................................................69
Quadro 17 - Duração do afastamento segundo o tipo de atestado........74
Quadro 18 - Relação entre o número de atestados e de empregados,
segundo a função, na empresa privada.............................75
RONALD JEFFERSON MARTINS
Quadro 19 - Relação entre o número de atestados e de empregados,
segundo a função, na empresa pública..............................75
RONALD JEFFERSON MARTINS
LISTA DE ABREVIATURAS
Art = artigo.
CAT = Comunicação de Acidente do Trabalho.
CID = Código internacional de Doenças.
CIPA = Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
CLT = Consolidação das Leis do Trabalho.
CPD = Centro de Processamento de Dados.
DORT = Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
DOU = Diário Oficial da União.
EPI = Equipamento de Proteção Individual.
INPS = Instituto da Previdência Social.
LEM = Laudo de Exame Médico.
LER = Lesão por Esforço Repetitivo.
NR = Norma Regulamentar de Segurança e Medicina do Trabalho.
OMS = Organização Mundial da Saúde.
PCMSO = Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.
PPRA = Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
PT SSST = Portaria da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho.
SEBRAE = Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa.
SESC = Serviço Social do Comércio.
SESI = Serviço Social da Indústria.
SESMT = Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho.
SIME = Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material
Elétrico e Afins da Região de Araçatuba.
SUS = Sistema Único de Saúde.
TST = Tribunal Superior do Trabalho.
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1 INTRODUÇÃO
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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1 INTRODUÇÃO
A classe trabalhadora desempenha importante papel no
avanço econômico e tecnológico de todos os países, pois depende dela a
parcela produtiva. Devemos colocar a sua saúde no contexto do bem
estar físico e mental, a fim de alcançar escalas maiores de eficiência
industrial e melhores desempenhos dos funcionários em seus labores.15
Nos dias atuais, o conceito de saúde corresponde ao
equilíbrio entre o homem e o ambiente que o cerca. Adaptando-se esse
conceito à mentalidade empresarial, conclui-se que para se obter a saúde
do trabalhador é necessária a busca pelo equilíbrio no ambiente de
trabalho. Os funcionários de qualquer empresa são um dos seus maiores
patrimônios.21
Segundo Lima (2001)30 o máximo da capacidade produtiva
do trabalhador somente tornar-se-á plena quando a população
trabalhadora estiver satisfeita em suas necessidades básicas de saúde.
A empresa deve procurar satisfazer as necessidades
humanas, mas o empregado também tem a obrigação de tentar satisfazer
as necessidades da organização. É importante que o empregado não seja
apenas capaz de trabalhar, mas apresente também boa vontade em fazê-
lo. Esta boa vontade, muitas vezes, sustenta-se na habilidade da
administração em integrar interesses e necessidades de seus
empregados, com os objetivos da empresa.18
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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Duas razões levam a implantação de serviços de saúde
especificamente para o grupo de trabalhadores: a melhora ou
manutenção das condições de saúde e o controle do absenteísmo.46
Parece lógico existirem interesses opostos na visão do
problema. A prioridade do empresário é assegurar ou aumentar a
presença do trabalhador em seu posto de trabalho, para os sindicatos a
prioridade é garantir a proteção à saúde dos trabalhadores.39 Os
sindicatos são entidades através das quais a classe trabalhadora pode
reivindicar melhores situações de trabalho e de remuneração.20
A palavra “absenteísmo” era aplicada aos proprietários
rurais que abandonavam o campo e tendiam a viver nas cidades, sendo
que com o advento da revolução industrial o termo passou a ser aplicado
aos trabalhadores com tendência a faltar ao serviço.47
No dicionário nós encontramos três definições para o
termo:16
1. Sistema de explorar a terra, em que o proprietário confia a
administração desta a intermediários, rendeiros, etc.;
2. Ausência habitual do emprego;
3. Falta de assiduidade, sobretudo ao trabalho.
Na literatura também podem ser encontrados os termos
“Absentismo” e “Ausentismo”, utilizados no mesmo sentido.2,14,24,37,48,60
Sob o ponto de vista empresarial, o absenteísmo influi
negativamente no balanço econômico.37 Segundo Allen (1983),1 à
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primeira vista, o impacto do absenteísmo sobre os custos globais de
produção está representado simplesmente pelos bens e serviços que
deixaram de ser efetivados devido à ausência do empregado, podendo a
empresa minimizar pelo menos parcialmente suas perdas, fazendo alguns
operários trabalharem algum tempo a mais, redistribuindo a carga de
trabalho ou contratando substitutos a custos mais baixos.
Para Munõz (1997)39 o absenteísmo ao trabalho é um
problema, tanto do ponto de vista econômico quanto social, trazendo
preocupação às empresas pela necessidade de suprir os trabalhadores
ausentes, além de levar a diminuição da produção e qualidade, enquanto
que os gastos de pessoal são iguais ou superiores. Por outro lado
provoca um incremento nos gastos da Previdência Social, através do
pagamento de seguro devido à incapacidade temporária causada por
doença ou acidente de trabalho, aumentando também a utilização dos
serviços assistenciais públicos, principalmente a atenção primária, pois
estes serviços determinam ou justificam se a doença incapacita o
trabalhador para seu labor.
O quadro é agravado nas organizações de pequeno porte,
pois estas empresas têm orçamentos apertados que não possibilitam
investimentos vultosos em melhorias, assim como os empresários não
tem acesso a um conhecimento técnico que lhes chame a atenção para a
manutenção de postos de trabalho saudáveis em suas organizações.51
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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20
No atual contexto econômico de competitividade, o
absenteísmo é um motivo de interesse crescente, pois quanto menor for
sua ocorrência, maior será a capacidade das empresas de aumentarem
sua rentabilidade e conseguirem um crescimento sustentado.39
Os problemas de saúde são o principal motivo da falta do
trabalhador ao serviço,28,39 também podendo ser oriunda das condições
de trabalho. Embora muitas vezes as causas e motivações não são fáceis
de identificar, para a administração e para o empresário o resultado final é
sempre o mesmo: ausência imprevista do trabalhador, levando ao
aumento dos custos e serviços.39
No ponto de vista médico o estudo do absenteísmo-
doença deve representar importante tarefa de um serviço de medicina do
trabalho, considerando-se que seu conhecimento pode definir e conduzir
a uma política essencialmente prevencionista e de alto significado
social.37
Já a Odontologia do Trabalho deverá, visando o estudo,
compreensão e solução dos problemas de saúde bucal dos
trabalhadores, atuar de forma preventiva e curativa, binômio indivisível
para que a saúde seja alcançada.5
A ausência ou precariedade das ações de prevenção pode
conspirar contra a saúde financeira e sobrevivência das firmas, em médio
e longo prazo. A OIT (Organização Internacional do Trabalho) apontou em
boletim veiculado em abril de 1999, com bases nas estatísticas de
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indenizações pagas, que aproximadamente 4% do PIB (Produto Interno
Bruto) mundial são gastos com o custeio de doenças. Isso representa,
segundo cálculo da própria OIT, mais que o PIB da África, das nações
árabes e da Ásia meridional juntos. E ainda mais do que toda a ajuda
oficial dos países desenvolvidos aos em desenvolvimento.57
Midorikawa (2000)38 descreve dois tipos de absenteísmo: o
absenteísmo pela falta ao trabalho e o absenteísmo de “corpo presente”.
O absenteísmo chamado tipo I (pela falta ao trabalho) é
representado pela falta pura e simples do empregado ao trabalho, sendo
de fácil mensuração e custo calculado. Leva a perda de produção das
horas não trabalhadas.
O absenteísmo tipo II (de corpo presente) é aquele onde
apesar do trabalhador não faltar ao trabalho, o mesmo não desenvolve o
seu melhor desempenho, levando a diminuição na sua produtividade. Isto
ocorre devido o mesmo apresentar algum problema de saúde. Estudos
comprovaram que a cárie e outras complicações bucais são responsáveis
por 20% da falta ao serviço e diminuição da produtividade.17
As odontalgias são causadas por cárie dental ou por
doença da gengiva, sendo que a dor normalmente se inicia na madrugada
levando a pessoa a dormir mal, indo no dia seguinte ao trabalho fatigada
e irritada, incapaz de concentrar-se e com isto predisposta a sofrer
acidentes.8 Posteriormente, o trabalhador desesperado falta ao trabalho,
extrai o dente e recebe licença de um dia. Outros dentes que por ventura
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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estão sofrendo do mesmo processo evolutivo não são tocados, o que
mais dia, menos dia levará novamente o trabalhador faltar ao trabalho
para providenciar a extração.5, 45
Quick & Lapertosa (1982)47 dividem o absenteísmo tipo I
em cinco classes, cada uma merecendo tratamento e considerações
diferentes:
1. Absenteísmo voluntário: é a ausência voluntária do trabalho por razões
particulares, não justificadas por doença e sem amparo legal.
2. Absenteísmo compulsório: é o impedimento ao trabalho mesmo que o
trabalhador não deseje, por suspensão imposta pelo patrão, por prisão,
ou outro impedimento que não lhe permita chegar ao local do trabalho.
3. Absenteísmo legal: compreende aquelas faltas ao serviço amparadas
por lei, como licença maternidade, nojo, gala, doação de sangue, serviço
militar, etc. São as chamadas faltas justificadas.
4. Absenteísmo por patologia profissional: Compreende as ausências por
doenças profissionais (LER/DORT), ou ausências por acidente do
trabalho (infortúnios profissionais).
5. Absenteísmo por doença: inclui todas as ausências por doença ou
procedimento médico.
Para Taylor (1983)62 somente é considerado absenteísmo
as ausências que determinam perdas para a empresa devido à ausência
de um empregado que deveria ter ido trabalhar.
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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Sempre que possível é necessário conhecer como se
distribui o absenteísmo conforme a idade, sexo e ocupação ou cargo dos
trabalhadores. A disponibilidade destas informações é muito importante a
fim de facilitar a tomada de decisões das distintas estratégias para sua
prevenção.19,39 Posteriormente deverá ser realizada uma abordagem
qualitativa do problema.28
Num desses estudos, Valtorta et al. (1985)64 analisaram o
absenteísmo num hospital de grande porte levando em consideração o
indivíduo sob os pontos de vista médico, psicológico e social, verificando
que muitas vezes a licença médica era utilizada como forma de agressão
à chefia e à instituição, representando uma forma legal do trabalhador se
ausentar do trabalho.
Jorge (1995)28 defende a abordagem qualitativa, podendo
ser associado ao método quantitativo. Diz que se quisermos intervir na
questão de forma efetiva, deveremos compreender os problemas sócio-
econômico-culturais que provocam uma falta ou uma licença prolongada,
pois o trabalhador não é somente aquela pessoa que se apresenta
uniformizada ao trabalho, executa sua parcela de trabalho e retorna no
dia seguinte e faz tudo igual novamente. Ele tem vínculos fora da
instituição e vive num universo às vezes problemático. Aconselha um
tratamento individual para questões individuais.
Igualmente é necessário distinguir entre o absenteísmo de
curta e longa duração. As ausências prolongadas se devem geralmente a
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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enfermidades, já as de curta duração, que são predominantes, podem ser
atribuídas a diversas causas mais ou menos relacionadas entre si
(enfermidades, dificuldades de adaptação psicológica, condições
sociais).19
O absenteísmo por doença varia notadamente entre os
diversos grupos de idades, sendo que, entre as pessoas de idade
avançada se observa freqüentemente uma menor freqüência, contudo, a
duração dos períodos de afastamento são maiores, ao contrário do que
acontece com os trabalhadores jovens.19,39
Acredita-se que as mulheres faltem mais ao trabalho que
os homens e que a duração das faltas seja menor nas trabalhadoras de
idade mais avançada, devido à menor necessidade de cuidar dos filhos e
da casa.19
De acordo com Meira (1982)37 são vários os fatores
intervenientes no absenteísmo, podendo ser agrupados em naturais,
sócio-econômicos e ligados à própria empresa (Quadro 1).
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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Quadro 1 – Fatores ligados ao absenteísmo Fatores naturais
Fatores sócio-econômicos
Fatores ligados à própria empresa
- condições climáticas - condições epidemio-
lógicas
- conjuntura econômica
- sexo
- idade
- estado civil
- categoria
- tempo na empresa
- condições de trabalho
- nível salarial
- política da empresa
- porte
- efetivo
- supervisão e chefia
- benefícios (transporte, assistência médica, restaurante)
Constatado as inúmeras variáveis envolvidas na
ocorrência do absenteísmo, procurou-se analisar o impacto do
absenteísmo por razões médicas e odontológicas, verificando a
interferência de fatores como a idade, sexo e função do trabalhador, além
do regime empregatício, na sua ocorrência.
Fonte: Meira, 198237
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2 REVISÃO DA LITERATURA
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2 REVISÃO DA LITERATURA
Segundo o artigo 473, da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), falta justificada é aquela onde “o empregado poderá
deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário”.12,31 É o
classificado por Quick & Lapertosa (1982)47 de Absenteísmo Legal;
incluem-se nesta categoria:
- Nojo: no caso do falecimento do cônjuge, ascendente, descendente,
irmão ou pessoa que viva sob sua dependência econômica, o trabalhador
poderá faltar dois dias consecutivos.
- Gala: é o casamento da pessoa, sendo que o obreiro poderá faltar até
três dias consecutivos.
Em ambos os casos, a lei nada fala sobre a falta no dia do
ocorrido (falecimento ou casamento), sendo normalmente abonada a falta
do empregado do próprio dia do acontecimento.
- Licença-paternidade: o prazo da licença-paternidade é de cinco dias.
- Doação de sangue: o obreiro poderá faltar um dia, a cada 12 meses de
trabalho, em caso de doação voluntária de sangue, desde que
devidamente comprovada.
- Alistamento eleitoral: quando o empregado vai se alistar para efeitos
eleitorais, são consideradas faltas abonadas até dois dias consecutivos
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ou não, sendo que o empregado poderá ir num dia para se alistar e noutro
para buscar o título de eleitor.
- Obrigações de reservista: o período em que o empregado tiver de
cumprir as obrigações de reservista não será considerado falta ao serviço.
É a apresentação dos reservistas, anualmente, no local e data que forem
fixados, para fins de exercício ou cerimônia cívica do “Dia do Reservista”.
- Prestação de vestibular: o empregado poderá faltar nos dias necessários
para a realização das provas de exame vestibular, somente para o
ingresso em estabelecimento de ensino superior.
- Testemunhas: as testemunhas não sofrerão desconto em seus salários
em razão das faltas ao labor no período em que comparecerem para
depor na Justiça do Trabalho.
- Ajuizamento de ação: o empregado pode deixar de comparecer ao
serviço, sem prejuízo do salário, pelo tempo que se fizer necessário
quando comparecer a juízo.
- Conselhos: o representante dos trabalhadores em atividade terá sua
ausência justificada para participação nas reuniões do Conselho Nacional
de Previdência Social.12,31,52
A mulher tem direito a licença gestante, sem prejuízo do
emprego e do salário, com duração de 120 dias.11 De certo modo, este
direito acaba contribuindo para seu maior “stress”, principalmente para
aquelas que desejam ter uma profissão sem renunciar à maternidade,
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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pois devido às empresas terem maiores obrigações em relação à mulher,
muitas só aceitam mulheres solteiras.20
A fim de interpretar ou criar novas normas jurídicas ou
condições de trabalho, ao regime de trabalho celetista, são estabelecidos
anualmente pela categoria profissional acordos entre empregados e
empregadores, os chamados Dissídios Coletivos.31
O regime estatutário apresenta diferentes normas do
regime celetista, sendo estabelecido como direito do trabalhador às
chamadas “Faltas Abonadas”. O número das mesmas varia de Estatuto
para Estatuto, exemplificando temos que pelo estatuto da Prefeitura
Municipal de Araçatuba, no seu art. 174: “o funcionário ou servidor terá
direito a (6) seis faltas abonadas no ano, não excedendo (1) uma por
mês, sem prejuízo de vencimentos, direitos
ou vantagens”.3
Não havia preocupação com a saúde do trabalhador até o
início do século XVIII. O advento da Revolução Industrial e os novos
processos industriais (modernização das máquinas), levaram ao
FIGURA 1 - Funcionária registran- do o cartão no relógio de ponto.
FIGURA 2 - Funcionários em seu labor.
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surgimento de doenças ou acidentes decorrentes do trabalho. A partir
desse momento houve a necessidade da elaboração de normas para
melhorar o ambiente do trabalho em seus mais diversos aspectos, de
modo que o trabalhador não possa ser prejudicado com agentes nocivos
a sua saúde. O direito passou, então, a determinar certas condições
mínimas que deveriam ser observadas pelo empregador, aplicando
sanções e realizando fiscalização sobre as regras determinadas.31
A promulgação da Constituição Federal em 1988 e
conseqüente criação do Sistema Único de Saúde (SUS), levou a criação
de um capítulo específico com as diretrizes para atender a saúde do
trabalhador brasileiro.4 Surgiu então a Segurança e medicina do trabalho
que é o segmento do Direito do Trabalho incumbido de oferecer
condições de proteção à saúde do trabalhador no local de trabalho, e de
FIGURA 3 - Linha de produção.
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31
sua recuperação quando não se encontrar em condições de prestar
serviços ao empregador.31
Nas empresas os serviços de saúde são realizados pelos
chamados SESMTs (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança
e em Medicina do Trabalho), através da elaboração e implementação do
PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional). Como
medidas preventivas de medicina do trabalho, estão as consultas,
orientação e palestras no interior da estrutura da empresa e os exames
médicos obrigatórios, que devem ser sempre por conta do empregador.
São eles:12,31,57
(a) Exame pré-admissional ou admissional: Será realizado antes que o
trabalhador assuma suas atividades.
Segundo Medeiros (1965)32; Medeiros & Bijella (1971)36 o
exame odontológico pré-admissional realizado pela empresa traria como
vantagens à eliminação dos fatores causais de emergências, contribuindo
FIGURA 4 - Ambulatório da indústria.
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para o aumento da produtividade, para a segurança do trabalho e
diminuição do absenteísmo.
Medeiros (1966)33 diz que o exame pré-admissional
deveria ter como critério mínimo a exigência de eliminar os dentes com
extração indicada e profilaxia simples de indutos e cálculos, sendo óbvio
enumerar os benefícios advindos desta medida.
(b) Exame periódico: Deverá ser realizado nos trabalhadores anualmente,
quando menores de 18 anos e maiores de 45 anos de idade e a cada dois
anos, na faixa etária entre 18 e 45 anos de idade. No caso de
trabalhadores expostos a riscos ou situações de trabalho que impliquem
no desencadeamento de doença ocupacional, ou trabalhadores
portadores de doenças crônicas, deverá ser realizado a cada ano ou a
intervalos menores, a critério do médico encarregado, ou ainda como
resultado de negociação coletiva de trabalho. Para trabalhadores
expostos a condições hiperbáricas, o exame terá a periodicidade
especificada no Anexo nº 6 da Norma Regulamentadora 15 do Ministério
do Trabalho.
As Normas Regulamentadoras – NR, relativas à
segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas
empresas privadas e órgãos públicos da administração direta e indireta,
bem como pelos órgãos dos poderes legislativo e judiciário, que possuam
empregados regidos pela CLT.27
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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33
O PCMSO deve estar articulado com o disposto nas
demais Normas Regulamentadoras, especialmente com o PPRA
(Programa de Prevenção de Riscos Ambientais).27,57
(c) Exame demissional: Será realizado no momento da saída do
empregado da empresa.
As microempresas estão dispensadas da obrigatoriedade
de realização de exames médicos, conforme Decreto nº 90.880/85.12,31
A classificação do porte das empresas é realizada de duas
maneiras:
(1) Classificação feita pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (SEBRAE):55 utiliza como critério o número de
empregados (Quadro 2).
Quadro 2 – Porte da empresa segundo o número de empregados PORTE EMPREGADOS
Microempresa De 01 a 19;
Pequena empresa De 20 a 99;
Média empresa De 100 a 499;
Grande empresa Acima de 500 Fonte: SEBRAE, 200255
(2) Classificação conforme o Estatuto da Micro e Pequena Empresa (Lei
Federal Nº 9.841): o porte é estabelecido pelo critério do faturamento
(Quadro 3).6,9
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34
Quadro 3 – Porte da empresa segundo o faturamento anual PORTE FATURAMENTO BRUTO ANUAL
Microempresa Até R$ 244 mil
Empresa de Pequeno Porte Acima de R$ 244 mil e igual ou abaixo de R$ 1.200 mil
Média Empresa Acima de R$ 1.200 mil e igual ou abaixo de R$ 13 milhões
Grande Empresa Acima de R$ 13 milhões Fonte: Lei Federal nº 9.841, de 05/10/1999 (Estatuto da Micro e pequena empresa),
Banco de Desenvolvimento de Minas gerais, 20029
As empresas estão obrigadas a manter serviços
especializados em segurança e em medicina do trabalho, são os
chamados Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho (SESMT). Os profissionais que deverão compor o
SESMT são:27,31
a) Engenheiro de Segurança do Trabalho;
b) Médico do Trabalho;
c) Enfermeiro do Trabalho;
d) Auxiliar de Enfermagem do trabalho;
e) Técnico de Segurança do Trabalho.
Pimentel (1976)45 relata a necessidade da odontologia
nessa equipe de profissionais, dizendo que o dentista dentro da indústria
seria a única maneira realista de equilibrar dois interesses: o bem estar do
funcionário e o desenvolvimento normal da produção da indústria. No
momento não existe qualquer referência legal do Cirurgião-Dentista do
trabalho dentro da equipe do SESMT.4 Na realidade muitos médicos de
boa vontade ao examinarem um candidato “estendem-se” aos dentes, e
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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35
sempre que encontram raízes residuais exigem ou recomendam sua
eliminação.32
A inclusão da odontologia no Programa de controle Médico
de Saúde Ocupacional (PCMSO), normatizada pela Norma
Regulamentadora 7 (NR 7) do Ministério do Trabalho, além de atestar a
saúde oral dentro do sistema de saúde ocupacional, criaria um banco de
dados para a área odontológica. No exame clínico rotineiro e obrigatório
do PCMSO, deveria ser incluso o exame odontológico, utilizando-se
inicialmente uma ficha simplificada da Organização Mundial da Saúde
(OMS), apresentada por Pinto (1992),46 onde constam exames de dentes,
mucosa e articulações, além da possibilidade da utilização do Código
Internacional de Doenças (CID).4
O dimensionamento do SESMT depende da gradação do
risco da atividade principal e do número total de empregados existentes
no estabelecimento (Quadro 4).
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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36
Quadro 4 – Dimensionamento da SESMT segundo o grau de risco da atividade e o número de empregados no estabelecimento
Grau de
Risco
Número de Empregados no estabelecimento
Técnicos
50 a
100
101 a
250
251 a
500
501 a
1.000
1.001 a
2.000
2.001 a
3.500
3.501 a
5.000
Acima de 5000 para cada grupo de 4000 ou fração acima de 2000**
1
Técnico seg. trabalho engenheiro seg.
trabalho aux. enfermagem do
trabalho enfermeiro do trabalho
médico do trabalho
1
1
1*
1 1* 1
1*
2 1 1
1* 1
1 1* 1
1*
2
Técnico seg. trabalho engenheiro seg.
trabalho aux. enfermagem do
trabalho enfermeiro do trabalho
médico do trabalho
1
1 1* 1
1*
2 1 1 1
5 1 1 1 1
1 1* 1 1
3
Técnico seg. trabalho engenheiro seg.
trabalho aux. enfermagem do
trabalho enfermeiro do trabalho
médico do trabalho
1
2 3 1*
1*
4 1 1 1
6 1 2 1
8 2 1 1 2
3 1 1 1
4
Técnico seg. trabalho engenheiro seg.
trabalho aux. enfermagem do
trabalho enfermeiro do trabalho
médico do trabalho
1 2 1*
1*
3 1*
1*
4 1 1 1
5 1 1 1
8 2 2 2
10 3 1 1 3
3 1 1 1
Fonte: IOB, 1993271* 2**
Segundo a redação da PT DSST nº 04, a gradação do
risco das empresas vai de 1 a 4, dependendo da atividade desenvolvida na
mesma.27
Siebeneider (1999)57 verificou uma redução considerável
na taxa de absenteísmo imediatamente após a instalação do SESMT, a
adoção de medidas de controle e prevenção de acidentes de trabalho e
utilização dos EPIs, em uma indústria de portas e janelas da cidade de
* Tempo parcial (mínimo de três horas) ** O dimensionamento total deverá ser feito levando-se em consideração o dimensionamento da faixa de 3.501 a 5.000 mais o dimensionamento do(s) grupo(s) ou fração acima de 2.000.
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37
União da Vitória, no Paraná. A fim de proteger a saúde e a integridade
física do trabalhador, toda empresa deverá fornecer gratuitamente,
equipamento de proteção individual (EPI), adequado ao risco e em
perfeito estado de conservação e funcionamento.12,27
De acordo com o art. 163 da CLT, é obrigatória a
constituição por todas as empresas da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA), que tem por objetivo observar e relatar as condições de
risco nos ambientes de trabalho e solicitar medidas a fim de reduzir até
eliminá-los e/ou neutralizá-los, discutindo os acidentes ocorridos e
solicitando medidas que os previnam, assim como orientando os
trabalhadores quanto a sua prevenção. A CIPA será composta por
representantes da empresa e dos empregados, sendo que os
representantes do empregador serão por ele designados anualmente,
entre os quais o presidente da CIPA. Dentre os representantes dos
empregados estará o vice-presidente da CIPA.31
O acidente de trabalho é aquele que ocorre com o
trabalhador no exercício do trabalho ou no percurso (ida e volta do labor),
provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause
morte, ou redução permanente ou temporária da capacidade para o
trabalho.12
O dia em que ocorreu o acidente e os 15 dias seguintes
serão remunerados pelo empregador, sendo o auxílio-doença acidentário
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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38
devido pela Previdência Social a contar do 16º dia seguinte ao do
afastamento do trabalho em conseqüência do acidente.11
Na maioria das vezes, as causas dos acidentes podem ser
separadas em duas categorias: técnicas e humanas. As humanas
ocorrem em número maior, na proporção de 4 para 1 e são atribuídas às
deficiências do indivíduo, portanto falta de cuidado, agitação,
inabilidade.18
Os acidentes relacionados ao setor buco-facial,
relacionam-se quase invariavelmente a fraturas únicas ou múltiplas dos
ossos da face, incluindo cortes, hemorragias e contusões, causadas pela
explosão de motores, caldeiras ou outros equipamentos no rosto do
indivíduo. Nestes casos os equipamentos de proteção individual (EPIs)
exigidos pelo Ministério de Trabalho muitas vezes não servem como
anteparo para a forte agressão.5
Segundo Guimarães & Rocha (1979),23 num levantamento
estatístico realizado numa empresa de porte médio, constatou-se que
entre os trabalhadores envolvidos em acidentes do trabalho no ano de
1975, 77% apresentavam problemas dentários graves, passíveis de dor.
No caso de acidente de trabalho, cabe ao profissional de
saúde (médico) estabelecer o nexo causal entre a lesão e o acidente,
atuando como o primeiro mediador do acesso do trabalhador aos direitos
sociais. Será dada a resposta afirmativa ou negativa do Laudo de Exame
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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39
Médico (LEM), constante no verso da CAT (Comunicação de Acidente do
trabalho).11,12,52
Infelizmente são comuns casos nos quais o profissional
que atende o acidentado recusa-se a certificar seu ato, por
desconhecimento, temores injustificados ou razões menos nobres. Esta
recusa leva a implicações éticas, sociais, econômicas, trabalhistas e de
prevenção de novos casos, uma vez que a omissão do registro desses
eventos deixará de acionar ações de vigilância. A subnotificação que
ocorre principalmente no caso dos acidentes leves e doenças
profissionais faz com que as informações acabem não chegando à
Previdência Social. Apesar da estrutura de controle das CATs no país ser
ruim, este é o melhor referencial para avaliação de desempenho do setor
no Brasil.57
A falta ao trabalho por motivo de doença ou também
chamado absenteísmo doença, acarreta o rompimento ou deslocamento
do equilíbrio formado entre a saúde do trabalhador e produtividade, sendo
a presença do binômio saúde-produtividade um dos fatores necessários
ao desenvolvimento tecnológico.15,30
Evidentemente a produtividade dos indivíduos
encarregados da execução de qualquer trabalho depende do seu estado
salutar.34 Os progressos sociais e os benefícios nos contratos de trabalho,
evidenciam a consciência pública com respeito ao papel que as
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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40
enfermidades têm, provocando incapacidade e afastamentos, com
evidente implicação sócio-econômica para a indústria.35
O absenteísmo-doença traz, tanto nos países em
desenvolvimento, como nos considerados altamente industrializados,
além de um aumento direto dos custos pela concessão de auxílio-doença
e um aumento indireto nos custos pela diminuição da produtividade e
eficiência, um maior desperdício e aumento dos problemas
administrativos com sucessivas substituições dos faltosos.15
Os atestados médicos e odontológicos servem para
abonar as faltas ao trabalho por motivo de doença e assegurar o
pagamento dos respectivos salários, desde que apresentem a codificação
da enfermidade (CID)43, conforme especificado na CLT, dissídio da
categoria e estatuto.3,11,59
FIGURA 5 – CID-10.43
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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41
Sob o ponto de vista legal, a lei 5.081 de 24 de agosto de
1966, que regula o exercício profissional, prevê no seu artigo 6º,
parágrafo III, como de competência do Cirurgião-Dentista, “atestar, no
setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros”. Porém,
somente em 30 de junho de 1975 que a lei número 6.215 alterou esse
item para a seguinte redação: artigo 6º, parágrafo III- “Atestar no setor de
sua atividade profissional, estados mórbidos e outros, inclusive para
justificação de faltas no emprego. Esta alteração reconhece a importância
do estado mórbido de competência odontológica como fator de
absenteísmo.15,53,58
Segundo o parágrafo 4º do artigo 60 de Lei nº 8.213/91 e
enunciados 15 e 282 do TST, será considerada falta abonada a justificada
por atestado médico da empresa, de convênio médico firmado pela
empresa ou de médico da Previdência Social, exigindo-se essa ordem
para a validade do referido atestado.31
Esta ordem preferencial de atestados vem a ferir o Código
de Ética Médica, onde no parecer nº 547-104/69 lê-se: “E nem ético
também nos parece que outro médico, em atitude de mera e indevida
fiscalização vise atestados firmados por colegas”, pela possível
infringência do artigo 8 e parágrafo 1º do referido Código.22
Além disso a Resolução nº 872/78 dispõe: “Firmar o
entendimento de que a livre escolha é o direito do doente de escolher o
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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42
médico de sua confiança ou o sistema de assistência médica de sua
preferência, que funcione dentro de princípios éticos e dos preceitos
técnico-científicos”. Guilherme & Silva (1983)22 concluem seu estudo
dizendo que: “Não podemos entender que o médico do trabalho deva
continuar a ser juiz e/ou fiscal dos atestados emitidos por médicos e
dentistas devidamente habilitados para o exercício profissional”.
A empresa que dispuser do serviço médico próprio ou em
convênio caberá o exame e abono das faltas correspondentes ao citado
período, somente encaminhando o segurado ao serviço médico do INPS
quando a incapacidade ultrapassar 15 dias.12
No Brasil, Amaral & Róscoe (1970)2 verificaram o número
de atestados emitidos em decorrência de afecções dentais no período de
três meses de atendimento em serviços dentários da Previdência.
Encontraram que de 290 pacientes atendidos, foram fornecidos 42
atestados.
Todos os autores concordam com a etiologia multifatorial
do absenteísmo-doença.14
Meira (1982)37 diz que nem sempre os fatores estão
determinados no próprio empregado, mas pela organização, pela
supervisão ineficaz, pela falta de motivação e estímulo, pelos ambientes e
condições de trabalho, pela integração do empregado à empresa, e até
mesmo decorrente de uma direção deficiente.
Valtorta et al. (1985)64 dizem que a ausência de mobilidade
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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43
do empregado causada muitas vezes pela não percepção dos critérios
para sua promoção, pode levá-lo a achar que existe protecionismo,
fazendo com que o trabalhador se acomode de várias maneiras:
aceitando a situação e produzindo o mínimo necessário para manter seu
emprego, criando expectativas e mudança da instituição ou criticando-a
violentamente. Sugerem um curso de chefia para as chefias, a fim de
conhecerem seus direitos e obrigações, saberem resolver, contornar e
comportar-se em certas situações e deixarem de descarregar problemas
administrativos através do serviço médico.
Recomendam também a transferência de um funcionário
que esteja insatisfeito com seu ambiente de trabalho, o que permitiria
reduzir os níveis de insatisfação e de desmotivação, antes que se
avolumassem contra o servidor comentários desfavoráveis a sua pessoa
ou seu trabalho.
Schmidt (1986)54 afirma que as longas jornadas de
trabalho, condições de insalubridade do ambiente de trabalho, baixa
remuneração, duplo emprego e tensão emocional são razões que
acarretam o absenteísmo em larga escala.
A alimentação do trabalhador também pode levar a
ausência do mesmo ao trabalho, como explica Kablukow (2002)29 dizendo
que embora o tipo de alimentação brasileira seja a mais nutritiva e
completa possível, ocorrem sempre problemas digestivos devido à má
informação de como nos servimos dela.
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
44
Lembra que como é muito freqüente o tempo hábil para
refeição ser escasso, vemos o trabalhador ingerindo feroz e velozmente
todo aquele volume sem se preocupar com a fase mais importante da
digestão que é a mastigação. Além disso, a grande maioria dos brasileiros
trabalhadores é, por falta de condições financeiras e educacionais,
praticamente desdentada. A OMS aponta o Brasil como o País dos
desdentados.5
No Levantamento Epidemiológico em Saúde Bucal,
realizado no Brasil em 1986, foi verificado que 72% da população urbana
na faixa de 50/59 anos já tinha extraído todos os dentes de pelo menos
um maxilar.5
A conseqüência mais comum é a má digestão, com
desconforto pós prandial, dores de estômago, sensação de mal estar,
levando-o quase diariamente ao ambulatório da empresa para, na maioria
das vezes, tomar um antiácido, que por não resolver seu problema faz
com que recorra a um serviço médico externo, para exames e tratamentos
mais severos e sofisticados e conseqüentemente mais dispendiosos,
provocando grande aumento do absenteísmo. Pequenas palestras
informativas sobre o assunto levam, em pouco tempo, o trabalhador a se
alimentar sem exagero fazendo o período de labor pós-refeição muito
mais produtivo.29
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
45
O absenteísmo-doença na mulher é determinado pelas
peculiaridades da mão-de-obra feminina. Pelloso (1979)44 divide-as em
dois grupos:
- sociais: a mulher tradicionalmente é esposa e mãe, sendo suas tarefas
profissionais sobrepostas pelas múltiplas ocupações domésticas;
- físicas: suas características anatômicas, biológicas, fisiológicas e
psicológicas, influenciam o trabalho levando-a a riscos em razão dessas
diferenças não serem consideradas.
Carne (1969)10 verificou que algumas variáveis do
absenteísmo apresentam superioridade no sexo masculino, mas que no
consenso geral é superior no sexo feminino.
Thompson (1972)63 num estudo na Grã-Bretanha verificou
que durante o período de 1967 a 1969, ocorreram 5 milhões de licenças
que implicaram na perda de 4 milhões de dias de trabalho. Desse total
76,2% correspondiam às mulheres.
Bews (1972)7 verificou que a relação das ausências no
trabalho por doença distribuía-se entre os dois sexos na proporção de 192
por 104, predominantemente nas mulheres.
Nogueira & Laurenti (1975)42 ao pesquisarem uma
indústria têxtil da cidade de São Paulo, no período de três anos,
verificaram que o absenteísmo por doença em mulheres era pouquíssimo
maior que o de homens e a duração média das ausências ao trabalho era
inferior no sexo feminino. Dizem que apesar das faltas no trabalho
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
46
causadas pelas ginecopatias serem pequenas, elas devem merecer
atenção médica, devido à duração média das ausências ser
apreciavelmente elevada. Reiteram que a utilização de mão-de-obra
feminina não implica num maior risco de faltas ao trabalho por motivo de
doença.
Para Nogueira & Azevedo (1982)41 o problema está no
grande número de atribuições que a mulher passou a assumir quando se
dedicou ao trabalho fora de casa, assumindo além das responsabilidades
inerentes ao próprio trabalho, ainda a responsabilidade da casa e da sua
família. Cartaxo (1982)13 verificou no seu trabalho existir um maior
percentual de trabalhadores faltosos do sexo feminino.
Gomes (1986)20 diz que as mulheres que trabalham fora
do lar enfrentam uma jornada dupla, chegando ao serviço cansadas pela
fadiga residual e pelo que já fizeram antes de sair de casa. É comum a
mulher durante seu turno de trabalho, estar preocupada com os
problemas que aconteceram ou podem estar acontecendo no lar e,
quando em casa, já em família, não conseguir tirar de sua mente os
problemas profissionais que a esperam no outro dia.
Além disso, as mulheres são mais sujeitas que os homens
a resfriados, nevralgias, também a dismenorréia, além de
responsabilidade com filhos e também com a empregada.44
Souza et al. (2002)61 constataram em um estudo numa
unidade de terapia intensiva de adulto, que a doença em familiares,
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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47
principalmente esposo e filhos, são de fato as causas que mais
contribuem para que o profissional não cumpra seu dever de assiduidade,
seguido por problemas de coluna, característicos da profissão e em
terceiro lugar por problema ginecológico. Dizem que é de grande
importância que a instituição estimule os trabalhadores na busca por uma
formação superior, como também favorecer a aplicação dos novos
conhecimentos no seu cotidiano.
Entretanto, em relação à produtividade, está claro que com
as transformações tecnológicas, a mulher se equipara pouco a pouco ao
homem perante a máquina, compensando com sua maior atenção,
destreza e precisão, a sua capacidade muscular inferior.20
No campo da odontologia, a atenção à saúde bucal do
trabalhador teve ênfase e desenvolvimento a partir da 2a Guerra Mundial,
de 1939 a 1945, devido à necessidade de aumentar e acelerar a
produção de material bélico, obrigando as indústrias a considerarem todos
os fatores que poderiam perturbar ou retardar a produção. Nos anos
80/90, o início do processo de competitividade forçou as empresas de
todos os segmentos a se realinharem ao mercado, começando a se
preocupar com a prevenção da saúde dos trabalhadores.5,35
Atualmente, com a finalidade de possibilitar um maior
controle sobre as condições de trabalho, evitando com isto o absenteísmo
e não propriamente visando a melhoria das condições de saúde dos
trabalhadores, têm sido implantados serviços de assistência dentária em
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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48
empresas e fábricas. As modalidades de prestação de serviços
odontológicos nas empresas privadas ou públicas podem ser de três
tipos: serviços próprios, instalados em suas dependências e operados por
pessoal assalariado; serviços contratados externamente, com
encaminhamento do empregado que necessitar de atendimento,
geralmente restrito a extrações e emergências e os serviços
proporcionados por instituições para-oficiais como SESC e SESI.46
Guimarães & Rocha (1979)23 definem a Odontologia do
Trabalho como sendo “a parte da Odontologia que trata de promover,
preservar e reparar a saúde do trabalhador, conseqüente dos agravos,
afecções ou doenças advindas do exercício profissional e que se
manifestam na boca”, diferindo das demais especialidades por ter a sua
ação diretamente dirigida e voltada para a prevenção de todos os agravos
laborais, objetivando a prevenção de doenças conseqüentes da atuação
profissional e dos acidentes do trabalho.
Gomes & Magalhães (1980)21 sugerem a realização do
Censo Bucal na empresa como recurso para aplicação de uma
odontologia preventiva. Consiste no exame coletivo dos empregados, cujo
objetivo é pesquisar manifestações orais das moléstias profissionais,
focos de etiologia dentária, exame da prevalência de cáries e
periodontopatias, além de planejamento da terapêutica de maneira
racional, sob o prisma que o serviço odontológico da empresa deve visar
por um lado à saúde oral do empregado e seu bem-estar e por outro
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
49
representar o interesse econômico da empresa, mantendo o empregado
são, apto a produzir mais e melhor, sem absenteísmo e obtendo com isto
o retorno dos gastos com ele feitos na assistência prestada. Com o
benefício da assistência odontológica o trabalhador não se ausentará da
empresa, eliminando-se o problema do atestado, a procura pelo serviço
público e do consultório particular.5
A odontologia do trabalho é hoje simplesmente curativa,
sem preocupação com a identificação epidemiológica, catalogação ou
prevenção das doenças.4 Ao longo dos anos, os autores utilizaram várias
denominações para designar a odontologia praticada no ambiente laboral;
são elas: Odontologia Industrial, Odontologia do Trabalho, Odontologia
Ocupacional e Odontologia em Saúde do Trabalhador.38
As fábricas tem a tendência de instalarem-se fora do
perímetro urbano, fazendo com que os problemas com locomoção
absorvam horas adicionais além da jornada de trabalho. A oportunidade
de atendimento por um serviço instalado na fábrica reduziria ao mínimo as
perdas de mão-de-obra, pois reintegraria o operário o mais rápido
possível em suas atividades.36 O serviço odontológico deverá estar, se
possível, junto ao ambulatório médico, de modo a poder contribuir com
exames solicitados, bem como, servir-se do mesmo nos casos de
emergências.35
Medeiros & Bijela (1970)35 estabelecem uma relação
mínima de 500 operários para a instalação de um serviço odontológico;
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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50
sugerindo que um cirurgião-dentista em tempo parcial (4 horas/dia), seria
suficiente para atender a demanda espontânea e as emergências de um
grupo de 1.500 operários. No caso de um maior numero de operários
seria aconselhável dois profissionais em tempo parcial. Esse limite é
fixado considerando-se que um bom programa de assistência dental, de
12 a 18 meses, atenderá as necessidades com um custo razoável para a
indústria e trabalhador, embora no primeiro ano o serviço praticamente
ficará ocupado a dar atenção às necessidades acumuladas do grupo e
mais às emergências.
A comunicação quase permanente da cavidade oral com o
meio externo, torna-a altamente vulnerável a ação de agentes mecânicos,
físicos e principalmente químicos.40 O trabalho de Nogueira (1972)40
mostra várias doenças oriundas destes três fatores.
O cirurgião-dentista deverá ter preparo suficiente para
reconhecer e tratar lesões da boca oriundas da exposição a substâncias
utilizadas na indústria, auxiliar o serviço médico na pesquisa de doenças
profissionais, bem como dar atendimento aos acidentes que originam
fraturas da mandíbula e dentes, comuns em certos tipos de indústria.35
Esse preparo não pode ser obtido nos ambulatórios dentários gerais ou
na clínica particular, mas unicamente através do contato diário com os
trabalhadores, especialmente num gabinete instalado dentro de um
serviço médico fabril.40
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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51
Determinados produtos químicos quando inalados ou
absorvidos em doses elevadas, provocam modificações na quantidade do
fluxo salivar e mesmo na quantidade da composição bioquímica da saliva.
O chumbo, por exemplo, além de sérios danos hepáticos, renais e
neurológicos, causa o chamado saturnismo que apresenta como sinais a
pigmentação da gengiva marginal, salivação abundante e tumefação das
glândulas salivares. Na década de 80, na cidade paulista de Franca,
houve 84 internações hospitalares de sapateiros por saturnismo. Estes
trabalhadores colocavam na boca tachas com o propósito de aumentar a
sua produtividade.5
Hooper (1942)26 afirma que pelo menos 25% do
absenteísmo por doença não ocupacionais está diretamente relacionado
às condições orais.
Heacock (1943)25 relatou que o serviço médico de uma
indústria de mais de 500 mil trabalhadores em 1942 informou-lhe que o
absenteísmo por doenças dos dentes e gengivas em homens foi da
ordem de 0,8 pessoas por 1000 empregados, com duração de 27 dias.
Guzmán (1977)24 afirma que apesar de não serem
conhecidas com exatidão as cifras, pode presumir-se que diariamente
4000 trabalhadores no México deixam de comparecer ao serviço por
causa de problemas buco-dentais, sendo perdidos nada menos que
1.514.216 dias (jornadas de 8 horas) de atividades produtivas a cada ano,
afetando a economia do país de forma estratosférica.
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
52
Amaral & Róscoe (1970)2 concluíram que devido ao
grande número de fábricas e respectivos empregados, devemos nos
atentar para a magnitude do problema odontológico nesse setor de
atividade humana. O povo brasileiro paga um terrível tributo resultante do
problema do absenteísmo na indústria causado exclusivamente pelas
moléstias dos dentes e da boca.
A cárie dentária pelo seu aspecto de ataque universal,
natureza insidiosa e devido sua ação deletéria, pode ocasionar síndromes
agudas ou crônicas ou eliminação do dente, sendo responsável pela
perda de milhares de dias de trabalho/ano.34,35
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou
estatística apontando que 98% dos brasileiros são afetados pela cárie
dentária, quadro que mostra a total contradição de um país onde existem
150 mil profissionais que representa 12% da população mundial dos
dentistas.5
Rocha (1981)50 concluiu, ao analisar uma população de
operários de uma indústria metalúrgica de Canoas, no Rio Grande do Sul,
que “a falta por motivos odontológicos situa-se como a contribuição
menos relevante para o absenteísmo“, sendo superada em termos de
duração média e total dos afastamentos tanto pelos acidentes de trabalho
quanto pelas causas médicas, essas as mais comuns.
Cartaxo (1982),13 num estudo com trabalhadores de
empresas de pequeno, médio e grande porte da cidade de Campina
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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53
Grande, na Paraíba, chegou a conclusão que entre as causas que
provocam o absenteísmo ao trabalho, os problemas odontológicos são os
que menos contribuem para isso, ocorrendo com maior freqüência as
causas médicas.
Reisine (1984)49 a partir de entrevistas pessoais, verificou
que 1/4 dos empregados na área de Hatford, nos Estados Unidos, haviam
perdido cada um em média 6,2 horas no ano por problemas de saúde
bucal.
Borrás & Sanfilippo (1988)8 afirmam que a dor de dentes
ocupa o 3º lugar entre as causas de faltas ao trabalho, perdendo apenas
para a dor de estômago e a dor de cabeça.5
Já Pinto (1992)46 afirma que as ausências do trabalho por
causas odontológicas, parecem ter reduzido peso sobre o total de faltas
em função de dois aspectos:
a-) o exame de saúde prévio ao ingresso na empresa, que constitui um
importante filtro seletor onde algumas só aceitam candidatos que não
tiverem problemas dentários.
b-) as extrações são o único motivo normalmente aceito como justificativa,
dificilmente provocando mais que um dia de afastamento do serviço.
A magnitude desse fator permanece obscura, pela falta da
guarda dos documentos pertinentes, seja em nível municipal, estadual ou
nacional, acarretando a quase não existência de valores palpáveis para a
aferição das causas do absenteísmo-doença em Odontologia e
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
54
conseqüentemente, ausência total de informações sobre o ônus
econômico que tais faltas possam ocasionar.15
Em pesquisa realizada pelo Ministério do Trabalho na
indústria da Inglaterra foi verificado que de cada 1 milhão de dias de
trabalho perdidos por motivos de saúde, 527 mil foram decorrentes de
problemas odontológicos.5,32
Diferentemente de outros acontecimentos pontuais na vida
das pessoas, como nascimento, morte, etc.; o absenteísmo é um
fenômeno repetitivo, com duração variável, sendo necessários
indicadores para sua análise. 39
Para o cálculo do absenteísmo, o “Subcomitê de
Absenteísmo”, da Sociedade Internacional de Saúde Ocupacional indica
como mínimo a obtenção de dois índices essenciais, semelhantes ao de
acidente do trabalho, cujas fórmulas são:47
Índice de freqüência = Nº de períodos de afastamento Nº de Empregados
Índice de gravidade = Nº de dias perdidos Nº de empregados
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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55
Cada ausência se constitui num “período de afastamento”,
com um número variável de dias. Quick & Lapertosa (1982)47 acrescentam
a duração média dos períodos, pela sua importância:
Souza et al. (1982)60 sugerem o uso do método de tábuas
de vida para o estudo da percentagem de trabalhadores que não têm
nenhuma falta ao trabalho por motivo de doença até “x” unidades de
tempo (mês, ano) após sua admissão; o tempo mediano para o
trabalhador ter sua primeira falta após sua admissão, ou este tempo
mediano para uma segunda falta a partir da primeira. É um método de uso
conhecido daqueles que fazem observações sobre sobrevivência ou outro
tipo de prognóstico em estudos de seguimento de doenças crônicas ou
mesmo agudas.
Duração média dos períodos = Nº de dias perdidos Nº de períodos
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
56
3 PROPOSIÇÃO
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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57
3 PROPOSIÇÃO
Realizou-se esta pesquisa com o propósito de analisar o
absenteísmo odontológico e médico no âmbito público e privado.
Verificou-se a interferência de fatores ligados à própria empresa, como
regime empregatício e ao trabalhador, como sexo, idade e função.
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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58
4 MATERIAL E MÉTODO
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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59
4 MATERIAL E MÉTODO
4.1 POPULAÇÃO ESTUDADA
A população deste estudo foi constituída por todos os
atestados médicos e odontológicos e declarações de comparecimento,
devidamente homologados, emitidos no período de janeiro de 2002 até
junho de 2002 e que deram entrada no Departamento Pessoal da
Prefeitura Municipal de Araçatuba e da Indústria Color Visão – Indústria
Acrílica, cuja finalidade era abonar faltas no serviço de até 15 dias.
Foram analisados no total 1642 atestados entre médicos e
odontológicos, sendo 1311 da Prefeitura Municipal de Araçatuba e 331 da
Indústria Color Visão.
4.2 VARIÁVEIS ESTUDADAS
4.2.1 Com relação a empresa:
4.2.1.1 Categoria da empresa
4.2.1.2 Regime empregatício
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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60
4.2.2 Com relação ao empregado:
4.2.2.1 Idade
4.2.2.2 Sexo
4.2.2.3 Função
4.2.3 Com relação ao absenteísmo:
4.2.3.1 Tipo de atestado
4.2.3.2 Causas do absenteísmo (CID)
4.2.3.3 Duração do absenteísmo (em dias)
4.2.3.4 Data (dia e mês) em que se verificou a falta.
4.3 MÉTODO DA COLETA DE DADOS
Inicialmente obteve-se o parecer favorável do comitê de
ética em pesquisa em seres humanos da Faculdade de Odontologia de
Araçatuba-UNESP, processo nº2002/01650. Posteriormente o
pesquisador dirigiu-se ao Departamento Pessoal das duas empresas com
a finalidade de explicitar a finalidade da pesquisa e posterior uso dos
dados coletados. Esperava-se com isto obter o consentimento favorável
dos diretores/ responsáveis pelas empresas, a fim de se ter acesso aos
atestados e listagem de trabalhadores. Em cada empresa foram
analisados todos os atestados médicos e odontológicos devidamente
homologados, no período de janeiro a junho de 2002 e que serviram para
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
61
abonar a falta do trabalhador. Destes atestados foram coletados dados
referentes à data, duração e motivo da falta, baseado no Código
Internacional de Doenças (CID-10). Das listagens de trabalhadores,
coletaram-se dados como sexo, idade e função do trabalhador.
4.4 CLASSIFICAÇÃO E CRITERIOS USADOS PARA
PREENCHIMENTO DA FICHA
Para o preenchimento da ficha de coleta de dados foram
utilizados as seguintes classificações e critérios:
4.4.1 CATEGORIA DA EMPRESA
PRIVADA
PÚBLICA
4.4.2 REGIME EMPREGATÍCIO
CLT
ESTATUTÁRIO
4.4.3 SEXO
M - Masculino
F - Feminino
4.4.4 IDADE
DATA DE NASCIMENTO
4.4.5 FUNÇÃO
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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62
4.4.6 ATESTADO
MÉDICO. CID:
ODONTOLÓGICO. CID:
4.4.7 DATA E PERÍODO
4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados coletados foram tabulados através do programa
Epi 2000, versão 1.1 e analisados estatisticamente através da análise
quantitativa (comparação entre proporções) e apresentados em
freqüências absolutas e percentuais.
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63
5 RESULTADO
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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64
5 RESULTADO
5.1 Caracterização da amostra estudada
No período pesquisado a empresa privada apresentava no total 656
empregados, sendo 97 do sexo feminino e 559 do sexo masculino. A
empresa pública apresentava 3490 funcionários, sendo 2034 do sexo
feminino e 1456 do sexo masculino (Quadro 5).
EMPRESA SEXO
MASCULINO
SEXO
FEMININO
TOTAL DE
EMPREGADOS/
FUNCIONÁRIOS
PRIVADA 559 97 656 PÚBLICA 1456 2034 3490
Fonte: Listagens de empregados
No total foram analisados, no período de janeiro a junho de 2002,
1642 atestados entre médicos e odontológicos, nas empresas privada
(indústria) e pública (prefeitura). Destes atestados, 331 deram entrada na
indústria e 1311 na prefeitura (Quadro 6).
Quadro 6 – Número de atestados conforme o tipo de empresa, Araçatuba, 2002 EMPRESA PRIVADA PÚBLICA TOTAL
NÚMERO DE ATESTADOS 331 1311 1642
Quadro 5 – Número de empregados conforme o sexo, nas empresas privada e pública, Araçatuba, 2002
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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65
5.2 Distribuição da amostra estudada quanto ao absenteísmo
A relação entre o número de dias perdidos e o número de
empregados (Índice de gravidade),47 na empresa privada foi de 1,07 e na
empresa pública de 1,43 (Quadro 7).
EMPRESA DIAS
PERDIDOS
NÚMERO DE
EMPREGADOS ÍNDICE
PRIVADA 704 656 1,07 PÚBLICA 5002 3490 1,43
A relação entre o número de períodos de afastamento e o número
de empregados (Índice de freqüência),47 na empresa privada foi de 0,50 e
na empresa pública de 0,38 (Quadro 8).
EMPRESA PERÍODOS DE AFASTAMENTO
NÚMERO DE EMPREGADOS ÍNDICE
PRIVADA 331 656 0,50 PÚBLICA 1311 3490 0,38
A relação entre o número de dias perdidos e o número de períodos
de afastamento (Duração média das ausências),47 na empresa privada foi
de 2,13 e na empresa pública de 3,82 (Quadro 9).
Quadro 8 – Índice de freqüência, Araçatuba, 2002
Quadro 7 – Índice de gravidade, Araçatuba, 2002
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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66
EMPRESA NÚMERO DE DIAS PERDIDOS
NÚMERO DE PERÍODOS MÉDIA
PRIVADA 704 331 2,13 PÚBLICA 5002 1311 3,82
A proporção de absenteísmo foi maior na empresa privada que na
pública, estatisticamente significativo através do teste de proporção, com
qui-quad = 38,38 e p valor <0,0001 (Quadro 10 e Figura 6).
EMPRESA NÚMERO DE ATESTADOS
NÚMERO DE EMPREGADOS PROPORÇÃO
PRIVADA 331 656 50,46 PÚBLICA 1311 3490 37,56
Quadro 9 – Duração média das ausências, Araçatuba, 2002
Quadro 10 – Proporção de absenteísmo, Araçatuba, 2002
FIGURA 6 – Proporção entre número de atestados e número de empregados nas empresas privada e pública, Araçatuba, 2002.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
EMPRESAPRIVADA
EMPRESAPÚBLICA
NÚMERO DEEMPREGADOS
NÚMERO DEATESTADOS
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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67
5.3 Características do absenteísmo segundo as causas
5.3.1 Atestados Médicos e Odontológicos
Os atestados odontológicos tiveram pouco peso sobre o total de
atestados, tanto na empresa privada como na pública (Quadro 11 e
Figura 7).
EMPRESA ATESTADO MÉDICO
ATESTADO ODONTOLÓGICO
PRIVADA 310 (93,7%) 21 (6,3%) PÚBLICA 1268 (96,7%) 43 (3,3%)
Quadro 11 – Número e porcentagem dos atestados segundo o tipo, nas empresas privada e pública, Araçatuba, 2002
FIGURA 7 – Porcentagem de atestados médicos e odontológicos nas empresas privada e pública, Araçatuba, 2002.
0
20
40
60
80
100
ATESTADOMÉDICO
ATESTADOODONTOL.
EMPRESA PRIVADAEMPRESA PÚBLICA
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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68
5.3.2 Atestados quanto ao sexo
Houve uma predominância do sexo feminino tanto na empresa
privada, quanto na empresa pública (Quadros 12 e 13 e Figura 8).
EMPRESA PRIVADA SEXO FEMININO SEXO MASCULINO TOTAL DE
EMPREGADOS 97 559
ATESTADOS 54 277 PORCENTAGEM 55,67 49,55
EMPRESA PÚBLICA SEXO FEMININO SEXO MASCULINO TOTAL DE
EMPREGADOS 2034 1456
ATESTADOS 817 494 PORCENTAGEM 40,17 33,93
Quadro 12 – Porcentagem de atestados médicos e odontológicos quanto ao sexo na empresa privada, Araçatuba, 2002
Quadro 13 – Porcentagem de atestados médicos e odontológicos quanto ao sexo na empresa pública, Araçatuba, 2002
0
10
20
30
40
50
60
EMPRESAPRIVADA
EMPRESAPÚBLICA
SEXO FEMININOSEXO MASCULINO
FIGURA 8 - Porcentagem de atestados quanto ao sexo nas empresas privada e pública, Araçatuba, 2002.
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69
No serviço privado a maior prevalência dos atestados odontológicos
ocorreu no sexo feminino. Já no serviço público ocorreu o inverso
(Quadros 14 e 15).
EMPRESA PRIVADA SEXO FEMININO SEXO MASCULINO TOTAL DE
EMPREGADOS 97 559
ATESTADOS 8 13 PORCENTAGEM 8,24 2,32
Quadro 15 – Porcentagem de atestados odontológicos quanto ao sexo na
empresa pública, Araçatuba, 2002 EMPRESA PÚBLICA SEXO FEMININO SEXO MASCULINO
TOTAL DE EMPREGADOS 2034 1456
ATESTADOS 23 20 PORCENTAGEM 1,13 1,37
5.3.3 Atestados quanto à faixa etária
Dividiu-se a população estudada em faixas etárias de 10 anos,
obtendo-se o seguinte resultado (Quadro 16 e Figura 9):
FAIXA ETÁRIA NÚMERO DE ATESTADOS
EMPRESA PRIVADA
NÚMERO DE ATESTADOS
EMPRESA PÚBLICA MENOR QUE 20 ANOS 30 (9,1%) 10 (0,8%)
DE 20 A 29 ANOS 197 (59,5%) 270 (20,6%) DE 30 A 39 ANOS 53 (16%) 432 (33%) DE 40 A 49 ANOS 46 (13,9%) 394 (30,1%) DE 50 A 59 ANOS 5 (1,5%) 176 (13,4%)
60 OU MAIS 0 29 (2,2%)
Quadro 16 – Número e porcentagem dos atestados odontológicos e médicos segundo a faixa etária, nas empresas privada e pública, Araçatuba, 2002
Quadro 14 – Porcentagem de atestados odontológicos quanto ao sexo na empresa privada, Araçatuba, 2002
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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70
5.3.4 Atestados quanto a doença e CID
As doenças que mais levaram ao afastamento do trabalhador da
empresa privada foram, em ordem decrescente de ocorrência,43 dorsalgia,
influenza[gripe] devido a vírus não identificado, gastrite e duodenite,
ferimento do punho e da mão, transtornos de refração e de acomodação
e otite média supurativa e as não especificadas, respectivamente CID
M54, J11, K29, S61, H52 e H6643 (Figura 10).
FIGURA 9 - Porcentagem dos atestados odontológicos e médicos segundo a faixa etária, nas empresas privada e pública, Araçatuba, 2002.
0 20 40 60 80
MENOR QUE 20
20-29
30-39
40-49
50-59
60 OU MAIS
EMPRESA PRIVADA
EMPRESA PÚBLICA
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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71
As causas que mais levaram o sexo masculino a faltar no serviço
privado, em ordem decrescente de ocorrência, foram:43 dorsalgia,
influenza e ferimento de punho e mãos. Nas mulheres as doenças que
mais ocorreram foram:43 otite média supurativa e as não especificadas,
hipertensão essencial (primária) e sinusite aguda (Figura 11).
.
FIGURA 10 – Número de atestados segundo o tipo de doença na empresa privada, Araçatuba, 2002.
FIGURA 11 – Ocorrência das doenças segundo o sexo na empresa privada, Araçatuba, 2002.
8
9
10
10
11
14
0 5 10 15
DORSALGIA
INFLUENZA
GASTRITE EDUODENITEFERIMENTO DOPUNHO E DA MÃOTRANSTORNOSDE REFRAÇÃOOTITE MÉDIASUPURATIVA
10
11
13
2
2
5
0 2 4 6 8 10 12 14
FERIMENTO PUNHO E MÃO
INFLUENZA
DORSALGIA
SINUSITE AGUDA
HIPERTENSÃO
OTITE MÉDIA
SEXO FEMININO
SEXO MASCULINO
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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72
As doenças que mais levaram ao afastamento do trabalhador da
empresa pública foram, em ordem decrescente de ocorrência,43 dorsalgia,
gastrite e duodenite, dengue[dengue clássico], hipertensão essencial
(primária), influenza[gripe] devido a vírus não identificado e conjuntivite
respectivamente CID M54, K29, A90, I10 , J11 e H1043 (Figura 12).
As doenças que mais acometeram o sexo masculino no serviço
público, em ordem decrescente de ocorrência, foram:43 dorsalgia, gastrite
e duodenite, seguido da hipertensão essencial (primária). Nas mulheres
as doenças que mais ocorreram foram dorsalgia, dengue[dengue
clássico], e hipertensão essencial (primária) (Figura 13).
FIGURA 12 - Número de atestados segundo o tipo de doença na empresa pública, Araçatuba, 2002.
34
40
47
49
53
64
0 20 40 60 80
DORSALGIA
GASTRITE EDUODENITE
DENGUE
HIPERTENSÃO
INFLUENZA
CONJUNTIVITE
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
73
5.3.5 Duração dos atestados
A maior parte dos afastamentos por razões odontológicas e médicas
tiveram a duração de 1 dia, sendo que às razões odontológicas levaram o
trabalhador afastar-se do labor por até no máximo 5 dias (Figura 14 e
Quadro 17).
FIGURA 13 – Ocorrência das doenças segundo o sexo na empresa pública, Araçatuba, 2002.
FIGURA 14 – Atestados odontológicos conforme período de afastamento, Araçatuba, 2002.
19
24
24
30
32
40
0 10 20 30 40 50
HIPERTENSÃO
GASTRITE E DUODENITE
DORSALGIA
HIPERTENSÃO
DENGUE
DORSALGIA
SEXO FEMININO
SEXO MASCULINO
81%
8%5% 3% 3%
1 DIA
2 DIAS
3 DIAS
4 DIAS
5 DIAS
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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74
DURAÇÃO DO AFASTAMENTO
ATESTADO MÉDICO
ATESTADO ODONTOLÓGICO
1 DIA 720 52 2 DIAS 293 5 3 DIAS 128 3 4 DIAS 82 2 5 DIAS 65 2 6 DIAS 19 0 7 DIAS 57 0 8 DIAS 28 0 9 DIAS 9 0
10 DIAS 34 0 11 DIAS 3 0 12 DIAS 6 0 13 DIAS 3 0 14 DIAS 6 0 15 DIAS 125 0
5.3.6 Atestados médicos e odontológicos segundo à função
Quanto à função, proporcionalmente ao número de empregados, os
trabalhadores que mais faltaram no serviço privado foram: operador de
injetora de plástico, seguido de auxiliar geral e auxiliar de escritório
(Quadro 18).
Quadro 17 – Duração do afastamento segundo o tipo de atestado, Araçatuba, 2002
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
75
FUNÇÃO
NÚMERO DE ATESTADOS
NÚMERO DE EMPREGADOS
PORCENTAGEM
OPERADOR DE INJETORA DE
PLÁSTICO 17 21 80,95
AUXILIAR GERAL 191 256 74,61
AUXILIAR DE ESCRITÓRIO 22 30 73,33
No serviço público às funções, proporcionalmente, que mais
faltaram foram: auxiliar de serviços gerais 1, seguido de guarda municipal
de terceira categoria e professor (Quadro 19).
FUNÇÃO NÚMERO DE ATESTADOS
NÚMERO DE EMPREGADOS
PORCENTAGEM
AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 1
257 531 48,40
GUARDA MUNICIPAL DE 3a
CATEGORIA 93 222 41,89
PROFESSOR 86 328 26,22
A função que mais se ausentou do trabalho, no serviço privado, por
razões odontológicas foi a de auxiliar geral com 6 atestados, 15,38% do
Quadro 19 – Relação entre o número de atestados e de empregados, segundo a função, na empresa pública, Araçatuba, 2002
Quadro 18 – Relação entre o número de atestados e de empregados, segundo a função, na empresa privada, Araçatuba, 2002
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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76
total de atestados odontológicos e no serviço público foi a de agente de
serviços gerais 1 com 7 atestados, 16,28% do total.
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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77
6 DISCUSSÃO
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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78
6 DISCUSSÃO
O cálculo do absenteísmo se faz através da obtenção de,
no mínimo, três índices essenciais: gravidade, freqüência e duração
média dos períodos.47
O índice de gravidade foi maior na empresa pública (1,43),
que na empresa privada (1,07), o que significa que a duração das faltas
(período de afastamento) no serviço público foi maior. O índice de
freqüência foi maior na empresa privada (0,50), que na empresa pública
(0,38), o que significa que houve um maior número de atestados (faltas)
no serviço privado proporcionalmente ao número de empregados. A
duração média das ausências foi de aproximadamente 4 dias na empresa
pública e de 2 dias na empresa privada. Quick & Lapertosa (1982)47 no
estudo em uma usina siderúrgica e metalúrgica de Belo Horizonte,
constataram índice de gravidade de 1,48, índice de freqüência de 0,42 e
duração média das ausências de 3,52 faltas, considerando o mesmo
período do estudo (6 meses).
Danatro (1997),14 verificou numa instituição pública de
Montevideo, no Uruguai, no período de um ano, em relação ao
absenteísmo médico, índice de freqüência de 1,08, de gravidade de 6,84
e duração média das faltas de 6,28 dias.
Segundo Flippo (1970)18 a taxa de absenteísmo
considerada normal é em torno de 3%, havendo a necessidade de se
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
79
conhecer e analisar seus motivos e causas. Já Forssman (1956)19 afirma
que a noção de um “absenteísmo normal”, aplicada a um grupo, a uma
profissão, ou a um país é discutível. O correto é que se deve ter o firme
propósito de reduzi-lo ao máximo.19,28 Possivelmente por este motivo não
tenha sido encontrada nenhuma referência sobre o patamar ideal para
estes índices.
Proporcionalmente, o maior número de faltas (Proporção
de absenteísmo) ocorreu na empresa privada, cujo regime empregatício é
a CLT. Apesar do maior risco do empregado perder o emprego neste tipo
de regime, em comparação com o regime estatutário, o que parece que
prevaleceu foi à possibilidade do empregado público estatutário ter como
direito às faltas abonadas,3 podendo o mesmo para evitar ter que pegar
um atestado médico ou odontológico, usar o dia abonado para tratar de
sua saúde.
As ausências do trabalho por razões odontológicas,
tiveram reduzido peso sobre o total de faltas tanto no serviço público,
quanto no privado, o que concorda com os achados de Rocha (1981)50 e
Cartaxo (1982).13 Isto não deve significar que a saúde bucal dos
trabalhadores esteja em perfeitas condições, pois Medeiros (1970)34
observou em um levantamento epidemiológico realizado em 799 operários
de São Paulo, que 52,82% da população estudada apresentava um ou
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
80
mais dentes com extração indicada e 89,74% dos indivíduos tinham um
ou mais dentes cariados.
Num estudo realizado em 1991, por uma equipe de
profissionais do Departamento Regional do SESI do Distrito Federal, em
1.010 operários da construção civil, foi verificado elevados índices de
cárie dental, crescentes com a idade, sendo que nenhuma faixa etária
estava isenta de cárie, só 8% não apresentavam doenças periodontais e
12% eram edêntulos.56
A ausência do Código Internacional de Doenças,43 na
quase totalidade dos atestados odontológicos, pode ser a razão para este
pequeno peso, pois para o abono das faltas ao trabalho por motivo de
doença e pagamento dos respectivos salários, é necessário segundo a
CLT, dissídio da categoria e também pelo estatuto, esta codificação de
enfermidade.3,11,59 O cirurgião-dentista pode “atestar no setor de sua
atividade profissional, estados mórbidos e outros, inclusive para
justificação de faltas no emprego.15,53,58 Apesar dessa atribuição, Saliba-
Garbin et al. (2000)53 verificaram em seu trabalho que 64,4% dos
dentistas indicavam no atestado o ato praticado, o que sugeria o
desconhecimento do segredo profissional, ou do CID, que foi
estabelecido para que os profissionais da área de saúde pudessem se
comunicar, sem descrever o tratamento realizado, não quebrando assim o
sigilo profissional.
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
81
A maior prevalência de faltas, tanto no serviço privado,
quanto no público, foi das mulheres, respectivamente 35,67% e 40,17%,
concordando com os achados de Carne (1969),10 Bews (1972),7
Thompson (1972),63 Cartaxo (1982),13 Diacov & Lima (1988)15 e Danatro
(1997).14 Existe um consenso de que os trabalhadores do sexo feminino
apresentam absenteísmo por doença maior que os do sexo masculino,
em especial às ausências causadas por ginecopatias,42 apesar disso
Nogueira & Laurenti (1975)42 concluíram em seu estudo que as
ginecopatias são causas muito pouco importantes de absenteísmo nas
mulheres, o que concorda com nosso trabalho que mostrou serem estas
causas somente a quinta colocada em número de ocorrências. Para
Gomes (1986) 20 a mulher apresenta uma sobrecarga de trabalho causada
pelo trabalho dentro e fora do lar e preocupações com a família, apesar
de que Cartaxo (1982)13 verificou no seu estudo um maior número de
faltas entre mulheres solteiras, geralmente isentas das atividades dentro
do lar e preocupações com a família.
Acredito que a possível causa para o maior absenteísmo
da mulher esteja na somatória desses dois fatores. Interessante notar que
no serviço público, onde as pessoas necessitam prestar concurso para
ingressar no emprego, a maior parte dos funcionários é do sexo feminino
(58,28%), enquanto que no serviço privado a grande maioria é formada
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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por homens (85,21%), sugerindo que existe certo preconceito em relação
à mulher.
Deve ser notado que quase 46% das licenças médicas são
de 1 dia, tempo geralmente insuficiente para cura de qualquer doença.
Pode ser dia perdido para um simples exame complementar ou para
outros procedimentos médicos, como também ser “doença invocada”. A
licença médica muitas vezes é utilizada pelo trabalhador como uma forma
de agressão à chefia e a instituição; também representa uma válvula de
escape de tensões sociais, econômicas e psicológicas. É um ponto crítico
a ser atacado na luta contra o absenteísmo. Um menor número de
períodos com maior número de dias perdidos indica sempre doença
real.47,64
Segundo Amaral & Róscoe (1970),2 os trabalhadores
faltam ao trabalho, ora por moléstia comprovada, ora por acidentes e na
maioria das vezes “por causas reconhecidamente fundamentadas nas
odontalgias”, cujo objetivo principal é furtar-se ao trabalho, lesando dessa
forma não somente à coletividade empresarial, bem como a Previdência
Social.
Foi verificado no estudo que os atestados médicos
levaram o trabalhador a faltar por um período maior, de 1 a 15 dias,
enquanto que os atestados odontológicos tinham a duração de 1 a 5 dias
no máximo, sendo a grande maioria (81%) de 1 dia.
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83
É recomendado que a estratificação por idades, quando o
tamanho da população for suficiente, seja em períodos de 5 anos.38 Neste
trabalho a estratificação foi em períodos de 10 anos.
Foi encontrado que na empresa privada a maior ocorrência
de faltas se deu na faixa de 20 a 29 anos (59,5% dos atestados), o que
concorda com o achado por Cartaxo (1982)13 no seu estudo. Já na
empresa pública, o maior número de atestados ocorreu na faixa de 30 a
39 anos (33% dos atestados). Isto pode ser explicado devido os
trabalhadores da indústria apresentarem idade menor quando
comparados aos trabalhadores da prefeitura. Danatro (1997)14 verificou
maior ocorrência de faltas na faixa etária de 35 a 44 anos de idade.
Quanto à função, no serviço público, as funções onde
ocorreram o maior número de faltas foram os serviços não burocráticos
(administrativos). Cartaxo (1982)13 verificou no seu estudo que a maioria
das faltas ocorreram entre trabalhadores menos qualificados e com menor
salário. Pode-se acreditar que os trabalhadores que ganham um salário
maior faltem menos porque estão satisfeitos com o seu salário ou se
nutrem melhor adoecendo menos. No serviço privado, em primeiro e
segundo lugares ficaram os serviços ligados a produção, seguido por
serviço burocrático (administrativo). Danatro (1997)14 verificou em uma
instituição pública, maior ocorrência de faltas nos serviços administrativos.
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
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Tanto na empresa pública, quanto na privada, as doenças
que mais acometeram os trabalhadores, foi a dorsalgia, que pode estar
ligada a má postura, seguida no serviço público pela gastrite e duodenite,
que é uma doença do sistema digestivo e dengue. Já no serviço privado,
seguiu-se a “influenza” e gastrite e duodenite em ordem decrescente de
ocorrência. Meira (1982)37 classificou as enfermidades por aparelhos,
sendo que no seu estudo as doenças que mais afastaram o trabalhador
foram enfermidades do aparelho ósteo-muscular, seguido de
enfermidades oftalmológicas e do aparelho digestivo. Quick & Lapertosa
(1982)47 classificaram as doenças conforme os capítulos principais do CID
(9a revisão), sendo que as causas de maior prevalência estavam nos
capítulos: V- Transtornos Mentais, VIII- Doenças do aparelho respiratório,
XVII- Acidentes, Envenenamentos e violências. Ramírez (1992)48 verificou
que as principais causas do absenteísmo ao trabalho, em Santiago do
Chile, no ano de 1989 foram doenças do sistema ósteo-muscular,
transtornos mentais, doenças do aparelho respiratório, doenças
traumatológicas e do aparelho digestivo, em ordem decrescente de
ocorrências. Não existe base de comparação nos estudos citados, pois
utilizou-se neste trabalho a Codificação Internacional de Doenças, na sua
décima revisão (CID-10).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
- Importante deve ser a orientação ao profissional Cirurgião-Dentista
da necessidade da Codificação Internacional de Doenças no atestado
odontológico, afim de abonar a falta do trabalhador ao serviço.
- Novos estudos precisarão ser realizados, pois levantada a
distribuição do absenteísmo conforme a idade, sexo e ocupação ou cargo
dos trabalhadores, ou seja, realizada uma abordagem quantitativa do
problema, deverá ser feita uma análise qualitativa dos problemas
especificamente a estes trabalhadores, a fim prevenir a sua ocorrência.
- Haverá a necessidade de um trabalho multiprofissional na
empresa devido à complexidade do absenteísmo e por estarem
envolvidos muito mais fatores que a simples doença.
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7 CONCLUSÃO
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7 CONCLUSÃO
- O absenteísmo nas empresas pública e privada se deu mais por
razões médicas, quando comparado com as razões odontológicas, devido
o maior número de faltas e a maior duração das mesmas, levando aos
problemas decorrentes da falta do trabalhador ao seu serviço.
- As razões médicas causaram o afastamento do trabalhador por
5.604 dias, enquanto as razões odontológicas levaram o trabalhador a
ausentar-se do labor por 89 dias, no período de estudo (6 meses).
- O tipo de regime empregatício interferiu no número de faltas do
trabalhador.
- Os fatores ligados ao trabalhador como sexo, idade e função,
influenciam no absenteísmo ao trabalho.
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8 REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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12 CARRION, V. Comentários à consolidação das leis do trabalho. 19.
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13 CARTAXO, R.M. Absenteísmo em empresas industriais de Campina
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20 GOMES, D.L. A mulher, seu trabalho e as implicações em saúde.
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Odontologia Social, Faculdade de Odontologia, Universidade
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60 SOUZA, J.M., LAURENTI, R., NOGUEIRA, D.P. O uso do método
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v.13, n.51, p.55-61, 1985.
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9 ANEXOS
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ANEXO A
Ficha utilizada na coleta de dados SEXO: ? M ? F IDADE:..................................... FUNÇÃO: ? ADMINISTRATIVA ? OUTRA...................................................... ATESTADO: ? MÉDICO. CID:.................................................................... ? ODONTOLÓGICO. CID:.....................................................
PERÍODO: ....................................................................................................
SEXO: ? M ? F IDADE:...................................... FUNÇÃO: ? ADMINISTRATIVA ? OUTRA.................................................. ATESTADO: ? MÉDICO. CID:.................................................................... ? ODONTOLÓGICO. CID:.....................................................
PERÍODO:.....................................................................................................
SEXO: ? M ? F IDADE:..................................... FUNÇÃO: ? ADMINISTRATIVA ? OUTRA................................................. ATESTADO: ? MÉDICO. CID:.................................................................... ? ODONTOLÓGICO. CID:.....................................................
PERÍODO: ....................................................................................................
SEXO: ? M ? F IDADE:...................................... FUNÇÃO: ? ADMINISTRATIVA ? OUTRA................................................. ATESTADO: ? MÉDICO. CID:.................................................................... ? ODONTOLÓGICO. CID:.....................................................
PERÍODO: ....................................................................................................
SEXO: ? M ? F IDADE:...................................... FUNÇÃO: ? ADMINISTRATIVA ? OUTRA................................................. ATESTADO: ? MÉDICO. CID:.................................................................... ? ODONTOLÓGICO. CID:.....................................................
PERÍODO: ....................................................................................................
SEXO: ? M ? F IDADE:...................................... FUNÇÃO: ? ADMINISTRATIVA ? OUTRA................................................. ATESTADO: ? MÉDICO. CID:.................................................................... ? ODONTOLÓGICO. CID:....................................................
PERÍODO: ....................................................................................................
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ANEXO B Departamentos da empresa privada, com respectivas funções e número de empregados A empresa fabrica máquinas de lavar roupas para uso doméstico (Tankinho e Sperta) e móveis com predominância de metal (Armários de Cozinha). Produz gabinetes para máquinas de lavar roupas em poliestireno e móveis para cozinha em aço e madeira. De acordo com a NR-4, a atividade da empresa se enquadra no Grau de Risco 3. Possui 656 funcionários contratados em regime celetista, estando distribuídas por departamentos, as seguintes funções: DEPARTAMENTOS FUNÇÕES NÚMERO ADMINISTRAÇÃO ANALISTA DE RH 01
ANALISTA DE SISTEMA 01
AUXILIAR DE ENFERMAGEM DO TRABALHO
01
AUXILIAR ADMINISTRATIVO 02
AUXILIAR DE DEPARTAMENTO PESSOAL
02
AUXILIAR DE ESCRITÓRIO 30
CHEFE DE CUSTOS 01
CONTADOR 01 DESIGNER GRÁFICO 01
ENCARREGADO DE C.P.D. 01 ENGENHEIRO DE SEGURANÇA
DO TRABALHO
01 ESCRITURÁRIO 04 GERENTE ADMINISTRATIVO 01
GERENTE ADMINISTRATIVO PESSOAL
01
GERENTE DE CONTABILIDADE 01 GERENTE DE PATRIMÔNIO 01
GERENTE DE PESSOAL 01 GERENTE FINANCEIRO 01
MÉDICO DO TRABALHO 01 PORTEIRO 01 TELEFONISTA 02
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Continuação DEPARTAMENTOS FUNÇÕES NÚMERO ADMINISTRAÇÃO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO
TRABALHO
02 TELEFONISTA 02
ZELADOR 02
COMERCIAL ASSISTENTE TÉCNICO 05 AUXILIAR DE ELETRICISTA DE
AUTO
01 AUXILIAR DE MECÂNICO 01
BORRACHEIRO 02 COMPRADOR 01
DEMONSTRADORA 25 ELETRICISTA DE AUTOS 02
ENCARREGADO DE FATURAMENTO
01
FERRAMENTEIRO 02
FUNILEIRO DE AUTOS 02
GERENTE DE VENDAS 01 LAVADOR DE AUTOS 02
MECÂNICO 03 MOTORISTA 60
PROMOTORA DE VENDAS 01 SUPERVISORA DE VENDAS 01
PRODUÇÃO ALMOXARIFE 01 AUXILIAR DE ALMOXARIFE 01
AUXILIAR DE COZINHEIRO 03 AUXILIAR DE ELETRICISTA 01
AUXILIAR DE ESTAGIÁRIO DE PRODUÇÃO
01
AUXILIAR DE EXPEDIÇÃO 08
AUXILIAR DE EXTRUSORA 01
AUXILIAR DE FERRAMENTEIRO 01 AUXILIAR DE FUNILEIRO 10
AUXILIAR DE MARCENEIRO 04
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102
Continuação DEPARTAMENTOS FUNÇÕES NÚMERO
PRODUÇÃO AUXILIAR DE PINTOR DE ARMÁRIO
02
AUXILIAR DE PRODUÇÃO 01
AUXILIAR GERAL 256 COZINHEIRO 01
ELETRICISTA 01 ENCARREGADO DE
ALMOXARIFADO
01 ENCARREGADO DE
COMPONENTES INJETADOS
01 ENCARREGADO DE
ESTAMPARIA
01 ENCARREGADO DE PINTURA
DE ARMÁRIO
01 FUNILEIRO 03 GERENTE DE MARCENARIA 01
GERENTE DE PRODUÇÃO 02 GERENTE INDUSTRIAL 01
MARCENEIRO 01 MECÂNICO DE MANUTENÇÃO 01
MONTADOR 10
MONTADOR DE ARMÁRIO 07 MONTADOR I 14
MONTADOR II 10 MONTADOR III 01
OPERADOR DE EMPILHADEIRA 02
OPERADOR DE EXTRUSORA 02 OPERADOR DE INJETORA DE
PLÁSTICO
21 OPERADOR DE TÔRNO DE
REVOLVER
01 PINTOR 01
PINTOR DE ARMÁRIO 21 SUB-ENCARREGADO DE
ESTAMPARIA
04 SUB-ENCARREGADO DE SEÇÃO 01
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Continuação DEPARTAMENTOS FUNÇÕES NÚMERO
PRODUÇÃO SUB-ENCARREGADO DE PINTURA
01
TÉCNICO DE LABORATÓRIO 01 TORNEIRO FERRAMENTEIRO 01 TORNEIRO MECÂNICO 01
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ANEXO C Secretarias da empresa pública, com respectivas funções e número de empregados A prefeitura municipal possui 3.490 funcionários contratados em regime estatutário, estando distribuídas por secretarias, as seguintes funções:
SECRETARIAS FUNÇÕES NÚMERO GABINETE DO AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 1 01
PREFEITO ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 04 ATENDENTE 02 AUXILIAR OP. DE
RETRANSMISSORA SINAIS
01 ESCRITURÁRIO DATILÓGRAFO 01 OPERADOR DE RETRANSMISSORA
SINAIS D
01 SECRETARIA DE AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 1 04
PLANEJAMENTO ARQUITETO 09 ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 06 ATENDENTE 05
AUXILIAR DE C.P.D. 02 AUXILIAR DE TOPÓGRAFO 02 DESENHISTA 05 DESENHISTA PROJETISTA 04
ENGENHEIRO CIVIL 04 ENGENHEIRO ELÉTRICO 01 ESCRITURÁRIO DATILÓGRAFO 01 FISCAL DE OBRAS PARTICULARES 14 MOTORISTA 02 OFICIAL DE ADMINISTRAÇÃO 02 TOPÓGRAFO 01
SECRETARIA ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 04 DOS NEGÓCIOS ATENDENTE 01
JURÍDICOS OFICIAL DE ADMINISTRAÇÃO 01
SECRETARIA DE AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 1 31
GOVERNO E AGENTE FUNERÁRIO 03
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
105
Continuação SECRETARIAS FUNÇÕES NÚMERO
GESTÃO ALMOXARIFE 03 ESTRATÉGICA APONTADOR 02
ARQUIVISTA 01 ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 21
ATENDENTE 11 AUXILIAR DE C.P.D. 09
COPEIRO 02 COVEIRO 09 ENFERMEIRO DO TRABALHO 01 ESCRITURÁRIO DATILÓGRAFO 04 MÉDICO DO TRABALHO 01
MOTORISTA 02 OFICIAL DE ADMINISTRAÇÃO 12 OPERADOR DE COMPUTAÇÃO 06 TÉCNICO EM CONTABILIDADE 01 TÉCNICO EM SEGURANÇA DO
TRABALHO
02 TELEFONISTA 03 SECRETARIA DA AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 1 05
FAZENDA ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 08 ATENDENTE 07 AUXILIAR DE C.P.D. 01 ESCRITURÁRIO DATILÓGRAFO 03 FISCAL DE POSTURAS 09 FISCAL TRIBUTÁRIO 21 OFICIAL DE ADMINISTRAÇÃO 02 OPERADOR DE COMPUTAÇÃO 01 TÉCNICO EM CONTABILIDADE 01 TÉCNICO ESPECIALIZADO 01
SECRETARIA DE AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 1 185
EDUCAÇÃO E AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 2 02 CULTURA AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 3 01
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 10 ATENDENTE 11 AUXILIAR DE RECREAÇÃO 83
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106
Continuação
SECRETARIAS FUNÇÕES NÚMERO SECRETARIA DE BERÇARISTA 109
EDUCAÇÃO E COPEIRO 02 CULTURA COZINHEIRO 80
DIRETOR DE ESCOLA 46
ESCRITURÁRIO DATILÓGRAFO 01 INSPETOR DE ALUNOS 04 MERENDEIRA 38 MONITOR DE ACOMPANHAMENTO
ESCOLAR
05 MONITOR DE ARTES PLÁSTICAS 02 MONITOR DE ARTESANATO 03
MONITOR DE CABELEREIRO E MANICURE
02
MONITOR DE CORAL 02 MONITOR DE CORTE E COSTURA 13 MONITOR DE CORTE E COSTURA 01 MONITOR DE DANÇA 01 MONITOR DE DATILOGRAFIA E
INFORMÁTICA
15 MONITOR DE EDUCAÇÃO PARA O
LAR
03 MONITOR DE GARÇON 01 MONITOR DE HORTICULTURA E
JARDINAGEM
02 MONITOR DE MARCENARIA 01 MONITOR DE RECREAÇÃO 02 MONITOR DE SERVIÇOS GERAIS
DE ESCRITÓRIO
01 MONITOR DE VIOLÃO 02 MOTORISTA 14 OFICIAL DE ADMINISTRAÇÃO 15 OPERADOR DE LUZ E SOM 03 PROFESSOR 328 PSICÓLOGO 01 TÉCNICO EM NUTRIÇÃO 03 TELEFONISTA 01 TERAPEUTA OCUPACIONAL 01
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107
Continuação SECRETARIAS FUNÇÕES NÚMERO
SECRETARIA DE AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 1 83 SAÚDE E ALMOXARIFE 02
HIGIENE ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 10 PÚBLICA ASSISTENTE SOCIAL 03
ATENDENTE 71 AUXILIAR DE ENFERMAGEM 131
AUXILIAR ODONTOLÓGICO 36
COPEIRO 01 COZINHEIRO 02
DENTISTA 44 ENFERMEIRO 16
ESCRITURÁRIO DATILÓGRAFO 08
FISIOTERAPEUTA 01 MÉDICO 86 MÉDICO VETERINÁRIO 02 MOTORISTA 40 NUTRICIONISTA 01 OFICIAL DE ADMINISTRAÇÃO 05 PEDAGOGO 02 PSICÓLOGO 04 TÉCNICO DE ENFERMAGEM 34 TELEFONISTA 06 EDUCADOR DE SAÚDE PÚBLICA 02 FONOAUDIÓLOGO 04 FARMACÊUTICO 03 BIÓLOGO 01 CONTROLADOR DE VETOR 10 FISCAL SANITÁRIO 08 AUXILIAR DE C.P.D. 09 LABORATORISTA 01 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE 29 SECRETARIA DE AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 1 145
OBRAS E AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 2 06 SERVIÇOS AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 3 03
PÚBLICOS ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 06
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108
Continuação SECRETARIAS FUNÇÕES NÚMERO
SECRETARIA DE ATENDENTE 04 OBRAS E BIÓLOGO 01
SERVIÇOS CARPINTEIRO 06 PÚBLICOS ELETRICISTA 13
ENCANADOR 06 ENGENHEIRO CIVIL 01 LAVADOR DE VEÍCULOS 04 MARCENEIRO 05 MECÂNICO DE MÁQUINAS
PESADAS
05 MECÂNICO DE VEÍCULOS LEVES 05 MECÂNICO ELETRICISTA 02 MÉDICO VETERINÁRIO 01 MESTRE DE OBRAS 04 MOTORISTA 61 OFICIAL DE ADMINISTRAÇÃO 03
OPERADOR DE MÁQUINAS PESADAS
11
PEDREIRO 26 PINTOR 13
SERRALHEIRO 01 SOLDADOR 06 TELEFONISTA 02 TORNEIRO MECÂNICO 01 SECRETARIA DE AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 1 02
SEGURANÇA ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 02
MUNICIPAL ATENDENTE 02 AUXILIAR DE C.P.D. 01 COPEIRO 01 DESENHISTA PROJETISTA 01 ELETRICISTA 01 ESCRITURÁRIO DATILÓGRAFO 01 GUARDA MUNICIPAL 45 GUARDA MUNICIPAL DE SEGUNDA
CATEGORIA
44 GUARDA MUNICIPAL DE TERCEIRA
CATEGORIA
222
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109
Continuação
SECRETARIAS FUNÇÕES NÚMERO SECRETARIA DE GUARDA MUNICIPAL DE SEGUNDA
CATEGORIA
44 SEGURANÇA GUARDA MUNICIPAL DE PRIMEIRA
CATEGORIA
07 MUNICIPAL
SECRETARIA DE AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 1 30 AÇÃO SOCIAL AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 3 01
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 03 ASSISTENTE SOCIAL 07
ATENDENTE 01 BERÇARISTA 05
CARPINTEIRO 01
PEDAGOGO 01 PSICÓLOGO 03
TELEFONISTA 01 AUXILIAR DE C.P.D. 01
MONITOR DE ACOMPANHAMENTO ESCOLAR
03
MONITOR DE ALVENARIA 01 MONITOR DE HORTICULTURA 01 MONITOR DE INICIAÇÃO
ARTÍSTICA
01 MONITOR DE JARDINAGEM 01 MONITOR DE MARCENARIA 01 MONITOR DE PECUÁRIA 02 MONITOR DE PISCICULTURA 01 SECRETARIA DE AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 1 25
DESENVOL- ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 02
VIMENTO ESCRITURÁRIO DATILÓGRAFO 01 ECONÔMICO OFICIAL DE ADMINISTRAÇÃO 01
OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS
01
TÉCNICO AGRÍCOLA 01
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110
Continuação
SECRETARIAS FUNÇÕES NÚMERO SECRETARIA DE AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 1 20
ESPORTE E AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS 3 03 RECREAÇÃO ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 05
ATENDENTE 04 COZINHEIRO 04 FISIOTERAPEUTA 01 MOTORISTA 03 OPERADOR DE PISCINA 01 TÉCNICO DE ESPORTES 14
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111
ANEXO D Código de Atividades – Redação da PT DSST nº 04, de 08.10.91 (DOU de 10.10.91) Atividades Grau de Risco INDÚSTRIA MECÂNICA Código 12.52 - Fabricação de máquinas e aparelhos para uso doméstico (máquinas de costura , fogões, aparelhos de ar condicionado, refrigeradores, freezers, máquinas de lavar, secar, etc.) -------------------------------------------3 INDÚSTRIA DO MOBILIÁRIO Código 16.21 - Fabricação de móveis de metal ou com sua predominância e de peças e armações metálicas para móveis -------------------------------------------------------------------3 SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (órgão com atividade típica de administração governa- mental) - exclusive com atividades de produção de bens ou serviços que deverão ser cadastrados nos setores correspondentes. Código 70.31 - Administração pública municipal -------------------1 SERVIÇOS DE SAÚDE Código 56.11 – Serviços médico-hospitaleres (hospitais, sanatórios, casas de repouso, de saúde, clínicas, mater- nidades, policlínicas, ambulatórios, etc.) ------------------------------3 Código 56.21 – Serviços odontológicos (clínicas denta- rias, laboratórios de prótese, etc.) --------------------------------------3
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112
Atividades Grau de Risco Código 56.31 – Serviços veterinários (hospitais e clínicas para animais, serviços de imunização, vacinação e trata- mento do pêlo e das unhas, serviços de alojamento e ali- mentação para animais domésticos, etc.) -----------------------------3 SERVIÇOS COMUNITÁRIOS E SOCIAIS Código 61.11 – Assistência social (associações benefi- centes, asilos, orfanatos, albergues, instituições de ca- ridade etc.) --------------------------------------------------------------------1 Código 61.51 – Instituições filosóficas e culturais (bi- bliotecas, museus, jardins botânicos e zoológicos, aquários, parques nacionais, reservas ecológicas, etc.) ----------2 ENSINO Código 63.11 – Ensino regular (pré-escolar, primeiro e segundo graus) -----------------------------------------------------------2 Código 63.21 – Ensino supletivo (primeiro e segundo graus e suplência profissionalizante) ----------------------------------2 Código 63.31 – Educação especial para sub e super- dotados e deficientes físicos (pré-escolar, primeiro e segundo graus, aprendizagem profissional) -------------------------2 Código 63.53 – Técnico-profissionalizante – inclusive entidades de ensino profissional ligadas à indústria e comércio ----------------------------------------------------------------------2 Código 63.54 - Datilografia, taquigrafia e estenografia ---------2 Código 63.56 – Artes, música ------------------------------------------2 Código 63.57 – Dança, esportes e ginástica------------------------2
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113
10 RESUMO
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
114
MARTINS, R.J. Absenteísmo odontológico e médico no serviço público e privado. Araçatuba, 2002. 118p. Dissertação (Mestrado em Odontologia Preventiva e Social) – Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista.
RESUMO
O absenteísmo é um motivo de interesse crescente, visto o atual contexto
econômico de competitividade, fazendo com que as empresas procurem
meios para diminuir sua ocorrência, aumentando sua rentabilidade e com
isto crescendo de forma sustentada. Constatado as inúmeras variáveis
envolvidas no processo, procurou-se estudar o absenteísmo por razões
médicas e odontológicas, no serviço público e privado, analisando se a
idade, sexo e função do trabalhador, além do regime empregatício
interferem na sua ocorrência. Desenvolveu-se o estudo numa indústria
acrílica e na prefeitura do município de Araçatuba, São Paulo, Brasil. Para
a coleta dos dados analisaram-se todos os atestados médicos e
odontológicos, que deram entrada nas empresas no período de janeiro a
junho de 2002 e as listagens dos trabalhadores. Verificou-se que a falta
por motivos odontológicos tem pouco peso sobre o total de faltas por
motivo de doença, além de provocarem o afastamento do trabalhador por
um período menor. As variáveis idade, sexo, função e regime
empregatício influenciam na ocorrência do absenteísmo ao trabalho. A
disponibilidade destas informações deverá ser muito importante, pois visto
as inúmeras variáveis envolvidas, facilitarão a tomada de decisões das
distintas estratégias para sua prevenção.
Palavras-chave: Absenteísmo; saúde pública; saúde bucal; setor público e
privado.
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RONALD JEFFERSON MARTINS
115
11 ABSTRACT
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
116
MARTINS, R.J. Dentistry and medical absenteeism in the public and
private service. Araçatuba, 2002. 118p. Dissertação (Mestrado em Odontologia Preventiva e Social) – Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista.
ABSTRACT
The absenteeism is a reason of increasing interest, seen the current
economic context of competitiveness, making with that the companies look
ways to diminish its occurrence, increasing its yield and with this growing
in a supported form. Evidenced the innumerable involved variables in the
process, it was looked to analyze the absenteeism for medical and
dentistry reasons, in the public and private service analyses if that the age,
sex and function of the worker, within the employment regimen intervene
with its occurrence. It was developed in an acrylic industry and the city hall
of the city of Araçatuba, São Paulo, Brazil. For the collection of the data,
all the certifications of the doctors and dentists had been analyzed, that
were presented in the companies in the period of January to the June of
2002 and the listings of the workers. It was verified that the lack for
dentistry reasons has little weight on the total of lacks for illness reason,
besides provoking the removal of the worker for a lesser period. The
variables age, sex, function and employment regimen influenced in the
occurrence of the absenteeism to the work. The availability of this
information should be very important, therefore seen the innumerable
variables involved, they will facilitate the taking of decisions of the distinct
strategies for its prevention.
Keywords: Absenteeism; public health; oral health; public and private
sector.
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
117
12 RESUMEN
Absenteísmo Odontológico e Médico no Serviço Público e Privado
RONALD JEFFERSON MARTINS
118
MARTINS, R.J. Ausentismo odontologico y medico en el servicio publico y privado. Araçatuba, 2002. 118p. Dissertação (Mestrado em Odontologia Preventiva e Social) – Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista.
RESUMEN
El ausentismo es un motivo de interés creciente, visto el actual contexto
económico de competencia, haciendo con que las empresas busquen
medios para disminuir su ocurrencia, aumentando su rentabilidad y con
esto creciendo de forma sostenida. Constatadas las innumerables
variables envueltas en el proceso, se trató de estudiar el ausentismo por
razones médicas y odontológicas, en el servicio público y privado,
analizando sí la edad, sexo y función del trabajador, además del régimen
de empleo interfieren en su ocurrencia. El estudio se desarrolló en una
fábrica de acrílicos y en la alcaldía del municipio de Araçatuba, São Paulo,
Brasil. Para la recolección de los datos fueron analizados todos los
certificados médicos y odontológicos presentados en las empresas en el
periodo de enero a junio del 2002, y las listas de los trabajadores. Se
verificó que la falta por motivos odontológicos tiene poco peso sobre el
total de faltas por motivo de enfermedad, además de provocar una
ausencia del trabajador por menor tiempo. Las variables edad, sexo,
función y régimen de empleo parecen influenciar en la ocurrencia del
ausentismo al trabajo. La disponibilidad de estas informaciones deberá
ser muy importante, pues visto el innumero de variables envueltas,
facilitarán la toma de decisiones de las diferentes estrategias para su
prevención.
Palabras clave: Ausentismo; salud publica; salud bucal; sector publico y
privado.