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http://www.ahm.uem.mz Abril - Junho II Edição 2018 DISTRIBUIÇÃO GRATUÍTA Boletim Informativo do Arquivo Histórico de Moçambique O Arquivo Histórico de Moçambique em parceria com a Escola de Comunicação e Artes , organizou um Seminário cujo lema era "Arquivos: Governação, Memória e Património". O lema foi a adopção do lema do dia internacional dos arquivos de 2018. Este seminário, contou com aproximadmente 70 participantes, entre estudantes, docentes e investigadores. O programa constituía-se de 4 painéis, nomeadamente I) Arquivos e Governação; II) Património e Juventude; III) Arquivos, História e Memória e IV) Arquivos e Informática. Foram oradores: Doutor Rafael Nharreluga, Dr. Tomás Vieira Mário, dra.Cecília Cabsela, dr.Gildo Carlos Macie, Dra. Michelle Cook, Prof.Doutor Joel Tembe, Dr.Chapane Mutíua, Doutor Simão Jaime, Dr. Sérgio Maúngue, dra. Sónia Tamele Mavie, Sr.Milton Goane e a dra. Lídia Furvela. Imagem parcial dos participantes ao seminário >> Ainda nesta edição... SEMINÁRIO: "ARQUIVOS, GOVERNAÇÃO, MEMÓRIA E PATRIMÓNIO."---------------------------------2 AHM REALIZA PALESTRAS NA CIDADE DA MATOLA E ESCOLA SECUNDÁRIA DA VILA DE BOANE------3 AHM PARTICIPA NO ENCONTRO “ARQUIVOS HISTÓRICOS E BIBLIOTECAS NACIONAIS DA CPLP”---- 7 PARCERIA ENTRE A UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE E A UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GEARIAS----------------------------------------------------------------------------------------------------5 BANCO DE MOÇAMBIQUE RECEBE TREINAMENTO EM MATÉRIAS DE PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO PREVENTIVA EM ARQUIVOS-------------------------------------------------------------6 BREVE NOTA SOBRE O ARQUIVO FOTOGRÁFICO NO AHM----------------------------------------------6 CURSO DE PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO PREVENTIVA EM ARQUIVOS------------------------------4 Seminário "Arquivos: Governação, Memória e Património." E D I T O R I A L Para o liberal Tocqueville, que é certamente um brilhante pensador, apesar de suas posições conservadoras, a democracia é inevitável, mas é algo em si negativo. O nosso grifo nas palavras de Tocqueville é para assinalar o lugar conflituante dos arquivos: os arquivos como instrumento de poder e como instrumento de luta. No contexto contemporâneo em que a palavra de ordem social e política é democracia. Os direitos à informação e à memória constituem na sociedade democrática contemporânea, direitos civis, políticos e sociais. Os arquivos tornaram-se públicos, destinados aos cidadãos. A arquivística acompanha o desenvolvimento da sociedade e, pelo facto hoje trata de preservar o direito à informação e o acesso. Aliás, o arquivo existe para o seu usuário, para atender desde a mais “desinteressada” consulta à mais especializada pesquisa e ou prova de direitos. Entretanto, em nome da “segurança do Estado” em muitos países, mesmo com a lei de direito à informação aprovada e regulamentada, na prática a informação é sonegada ao público interessado. Deste modo, impede-se que a sociedade se defronte com o seu passado e nega-se aos cidadãos o mais básico direito: a existência enquanto seres autónomos. Em dois seminários realizados em Junho de 2018, em Maputo – “Vida intelectual em contexto de crise” e “Arquivos: Governação, Memória e Património” organizados respectivamente pelo Centro de Estudos Africanos e Arquivo Histórico de Moçambique – o lugar conflituante dos arquivos foi muito aflorado; o arquivo como instrumento do poder e o arquivo como instrumento de luta. Remetemos o leitor à leitura das notas do seminário “Arquivos: Governação, Memória e Património”. Usar Tocqueville para olhar o lugar dos arquivos

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Page 1: Abril - Junho II Edição 2018 DISTRIBUIÇÃO GRATUÍTA E D I T O R I … · 2019. 9. 12. · para o próximo ano. No terceiro painel “Arquivos, História e Memória” foram duas

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Abril - Junho II Edição 2018 DISTRIBUIÇÃO GRATUÍTA Boletim Informativo do Arquivo Histórico de Moçambique

O A r q u i v o H i s t ó r i c o d e Moçambique em parceria com a Escola de Comunicação e Artes

, organizou um Seminário cujo lema era "Arquivos: Governação, Memória e Património". O lema foi a adopção do lema do dia internacional dos arquivos de 2018. Este seminário, contou com aproximadmente 70 participantes, entre estudantes, docentes e i n v e s t i g a d o r e s . O p r o g r a m a c o n s t i t u í a - s e d e 4 p a i n é i s ,

nomeadamente I ) Arquivos e Governação; I I ) Patr imónio e Juventude; III) Arquivos, História e Memória e IV) Arquivos e Informática. Foram oradores: Doutor Rafael Nharreluga, Dr. Tomás Vieira Mário, dra.Cecília Cabsela, dr.Gildo Carlos Macie, Dra. Michelle Cook, Prof.Doutor Joel Tembe, Dr.Chapane Mutíua, Doutor Simão Jaime, Dr. Sérgio Maúngue, dra. Sónia Tamele Mavie, Sr.Milton Goane e a dra. Lídia Furvela.

Imagem parcial dos participantes ao seminário

>> Ainda nesta edição... SEMINÁRIO: "ARQUIVOS, GOVERNAÇÃO, MEMÓRIA E PATRIMÓNIO."---------------------------------2

AHM REALIZA PALESTRAS NA CIDADE DA MATOLA E ESCOLA SECUNDÁRIA DA VILA DE BOANE------3

AHM PARTICIPA NO ENCONTRO “ARQUIVOS HISTÓRICOS E BIBLIOTECAS NACIONAIS DA CPLP”---- 7

PARCERIA ENTRE A UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE E A UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GEARIAS----------------------------------------------------------------------------------------------------5

BANCO DE MOÇAMBIQUE RECEBE TREINAMENTO EM MATÉRIAS DE PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO PREVENTIVA EM ARQUIVOS-------------------------------------------------------------6

BREVE NOTA SOBRE O ARQUIVO FOTOGRÁFICO NO AHM----------------------------------------------6

CURSO DE PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO PREVENTIVA EM ARQUIVOS------------------------------4

Seminário "Arquivos: Governação, Memória e Património."

E D I T O R I A L

Para o liberal Tocqueville, que é certamente um brilhante pensador, apesar de suas posições conservadoras, a democracia é inevitável, mas é algo em si negativo. O nosso grifo nas palavras de Tocqueville é para assinalar o lugar conflituante dos arquivos: os arquivos como instrumento de poder e como instrumento de luta. No contexto contemporâneo em que a palavra de ordem social e política é democracia. Os direitos à informação e à memória constituem na sociedade democrática contemporânea, direitos civis, políticos e sociais. Os arquivos tornaram-se públicos, destinados aos cidadãos. A a r q u i v í s t i c a a c o m p a n h a o desenvolvimento da sociedade e, pelo facto hoje trata de preservar o direito à informação e o acesso. Aliás, o arquivo existe para o seu usuário, para atender desde a mais “desinteressada” consulta à mais especializada pesquisa e ou prova de direitos. Entretanto, em nome da “segurança do Estado” em muitos países, mesmo com a lei de direito à informação aprovada e regulamentada, na prática a informação é sonegada ao público interessado. Deste modo, impede-se que a sociedade se defronte com o seu passado e nega-se aos cidadãos o mais básico direito: a existência enquanto seres autónomos. Em dois seminários realizados em Junho de 2018, em Maputo – “Vida intelectual em contexto de crise” e “Arquivos: Governação, Memória e Património” organizados respectivamente pelo Centro de Estudos Africanos e Arquivo Histórico de Moçambique – o lugar conflituante dos arquivos foi muito aflorado; o arquivo como instrumento do poder e o arquivo como instrumento de luta. Remetemos o leitor à leitura das notas do seminário “Arquivos: Governação, Memória e Património”.

Usar Tocqueville para olhar o lugar dos arquivos

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SEMINÁRIO "ARQUIVOS: GOVERNAÇÃO, MEMÓRIA E PATRIMÓNIO."

Boletim Informativo do Arquivo Histórico de Moçambique

Abril - Junho II Edição 2018

Aos 29 de Junho de 2018, no complexo Pedagógico da Universidade Eduardo Mondlane, realizou-se o seminário

“Arquivos : Governação, Memór ia e Património”, organizado pelo Arquivo Histórico de Moçambique em parceria com a Escola de Comunicação e Artes. O seminário que adoptou o lema do dia internacional dos arquivos de 2018 enquadra-se nas celebrações do dia internacional dos arquivos e do dia da criação do Arquivo Histórico de Moçambique, respectivamente 09 e 27 de Junho. Na abertura, o Director do Arquivo Histórico de Moçambique, Prof. Doutor Joel das Neves Tembe deu boas vindas aos participantes e, de seguida contextualizou a escolha do lema do seminário.

No segundo painel “Património e Juventude”, Michelle Cook, partilhou um modelo de ensino e aprendizagem para o ensino básico e secundário que designa “Oficina de descoberta”. Segundo Cook, a “Oficina de descober ta” tem mui tas vantagens comparativas pois, é uma actividade que coloca os jovens em contacto directo com documentos ou objectos históricos o que torna o processo de aprendizagem activa,

construtiva, participativa, não hierarquizada e virada para a análise crítica. No debate foi questionada a aplicação do modelo para a realidade moçambicana e, a proponente disse que experimentou o modelo na Ilha de Moçambique.

Por seu turno, Sérgio Maúngue na sua comunicação "A expansão dos apelidos em Moçambique, cerca de 1900 – 1970: Notas de uma pesquisa em arquivos" procura explicar a expansão dos apelidos como resultado do desterro que deslocava condenados do Sul para o Centro e Norte e vice-versa. Na pesquisa em arquivos, encontrou evidências de petições de fixação de residência no local do cumprimento da pena. Acrescentou que a documentação indica claramente apelidos do Sul no Centro e Norte do país, entretanto há um vazio em relação aos apelidos do Norte e Centro no Sul do país. No debate, foi consensual a equiparação das Rainhas africanas e as do Ocidente. E, em relação à segunda apresentação foi recomendado ao orador para uma análise não só histórica mas, também antropológica.

No quarto e último painel, Sónia Tamele partilhou as possibilidades que a ferramenta ICA-TOM oferece aos arquivos permanentes. Ainda no mesmo painel, Lídia Furvela, apresentou uma exposição digital com o tema, Construção da Nação.No encerramento do seminário, o Director do Arquivo Histórico de Moçambique, Professor Joel das Neves Tembe agradeceu aos oradores e aos participantes e realçou que se levava interrogações, incertezas e planos de trabalho para o próximo ano.

No terceiro painel “Arquivos, História e Memória” foram duas apresentações. Em co-autoria, Joel das Neves Tembe, Simão Jaime e Chapane Mutiua, apresentaram “Rainhas africanas ou Mapiyamwenes no Norte de Moçambique: Uma proposta para a Memória do Mundo da UNESCO”, cujo enfoque era discutir o conceito de rainha no contexto africano, usando o caso concreto do Norte de Moçambique. Concluíram que as rainhas-esposas não eram meramente esposas, tinham funções nas estruturas dos Estados, participavam em conselhos, assumiam o poder nos interregnos da governação enquanto se escolhia um novo soberano. Portanto, as rainhas do Norte de Moçambique equiparam-se as do Ocidente e daí a necessidade de divulgá-las ao nível mundial.

Do debate é de registar importantes contribuições como a proposta de se criar uma política de memória e de arquivo e a necessidade de se fazer pesquisas para perceber alguns impasses, como por exemplo a não implementação do plano de classif icação. Apelou-se para algum pragmatismo para a solução de alguns impasses.

No primeiro painel “Arquivos e Governação”, moderado por Leonor Celeste Silva, foram apresentadas três comunicações. Com o título “Arquivos : Governação, Memór ia e Património”, Rafael Nharreluga aprofundou a breve contextualização feita por Tembe sobre o lema do seminário. Argumentou o utilitarismo dos arquivos para o Estado no controlo do poder e conceituou os arquivos como guardiões de memória e de direitos colectivos. Para Nharreluga para que o arquivo seja visto como lugar de memória pressupõe que o lugar seja de informação. E, ser lugar de informação significa garantia de acesso e, este pressuposto interfere no controlo desse lugar de que carece o Estado para controlar o poder. Apontou para muitos desafios que se colocam nesse diapasão.Tomás Vieira Mário com o título “Acesso a

Informação: da batalha legal a batalha mental”, mostra ainda o grande percurso para o efectivo acesso à informação. Mostrou a difícil gestação da lei do direito à informação, argumentando que a aprovação da lei não é o fim, pois o direito a informação não é um fim mas sim um meio, um instrumento que permite que o cidadão exerça outros direitos, e o problema da inércia mental para a prática da lei levará muito tempo para ser ultrapassado, pois os gestores sentem-se não guardiões mas, donos da informação.Cecília Preciosa e Gildo Macie, encerraram o primeiro painel com o título “Actividade Classificatória e o Acesso a Informação: Algumas Ilações”. Retomando as matérias apresentadas anteriormente deram maior enfoque aos aspectos legais e de tratamento técnico para a disponibilização. Constataram que de um modo geral, o acesso à informação nas instituições é restrito apesar da legislação aprovada. Sublinharam uma vez mais o conflito do interesse do Estado e o direito de acesso a informação que se reflecte na actividade classificatória. Aliam este aspecto a outros factores como a não valorização da área de arquivos nas instituições, técnicos não qualificados, inexistência de um controlo efectivo do ciclo de vida dos documentos que geram o que apelidaram de cenário nebuloso e caos arquivístico, onde o cidadão não controla o Estado e o Estado não controla a si mesmo, incluindo o secret ismo exacerbado. Concluíram afirmando que “(...) neste cenário, é impossível garantir convenientemente o acesso a algo que não se controla, não se conserva, não se conhece”.

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Tomás Vieira Mário

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AHM REALIZA PALESTRAS NA CIDADE DA MATOLA E ESCOLA SECUNDÁRIA DA VILA DE BOANE

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Na Escola Secundária da Cidade da Matola, participaram cerca de 60 alunos e 10 funcionários administrativos enquanto na Escola Secundária da Vila de Boane, participaram apenas 6 funcionários

administrativos e por falta de salas disponíveis, os alunos não foram convidados. O

Departamento de Gestão de Documentos, representado pelo Dr Renato Augusto Pereira , em

coordenação com a Repart ição de Conservação e Restauro, representado pelo Dr Américo Pedro Mangue, ministraram duas palestras aos estudantes e funcionários administrativos; uma na Escola Secundária da Cidade de Matola e outra na Escola Secundária da Vila de Boane, no dia 25 de Maio de 2018. Estas Palestras enquadram-se nas acções de advocacia sobre o papel e preservação dos arquivos na administração pública e na implementação do Sistema Nacional de Arquivos do Estado (SNAE).O enfoque das palestras foi o papel dos Arquivos como memória colectiva de uma nação, as medidas preventivas que asseguram a protecção física de documentos contra os factores causadores da degragação aos suportes de informação. dos países de expressão portuguesa.

Os palestrantes constataram nas duas escolas visitadas que o pessoal administrativo responsável pelo sector dos arquivos desconhece o SNAE e as boas práticas para a

protecção dos documentos contra os factores causadores da deterioração. Portanto, as palestras foram muito oportunas para os participantes e é desejo que eventos do género se realizem mais vezes.

Os alunos visitaram a biblioteca, colecções

especiais nomeadamente as fontes orais e a iconoteca.

No dia 8 de Maio de 2018, cerca de 90 alunos da 10ª , 11ª e 12ª classes do ensino secundário geral, provenientes da Escola Secundária Nelson Mandela do Distrito de Boane, visitaram o Arquivo Histórico de Moçambique cujos objectivos eram consolidar os conhecimentos adquiridos na disciplina de História de Moçambique e de forma directa o contacto dos alunos com as várias tipologias documentais que constituem o espólio do AHM. Foi muito emocionante para os alunos este contacto directo pois, tiveram a oportunidade de ouvir e colocar perguntas aos técnicos que diariamente lidam com a documentação d e s d e a a q u i s i ç ã o , t r a t a m e n t o , preservação e acesso.

ALUNOS DA ESCOLA SECUNDÁRIA NELSON MANDELA VISITAM AHM

Abril - Junho II Edição 2018

Vista parcial dos alunos visitantes

Documentos de arquivo

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Boletim Informativo do Arquivo Histórico de Moçambique

CURSO DE PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO PREVENTIVA EM ARQUIVOS

Visitas a repartição de Arquivos e Colecções Especiais, Biblioteca, sector de fontes orais e o departamento de Arquivos Permanentes no depósito do Campus da UEM, complementaram os dois módulos. A situação dos edifícios do AHM constituiu uma grande preocupação dos cursandos, sugerindo a priorização nos programas do governo. Outro complemento ao curso foi a palestra ministrada pelo Dr Américo Mangue sobre “Problemas e desafios da

preservação do património arquivístico em Moçambique” cujo debate alertou aos participantes da importância destas matérias.

O curso foi ministrado em dois módulos; da teoria e da prática. O módulo da teoria foi leccionado com os seguintes conteúdos: A Conservação Preventiva – Conceitos e definições; Principais agentes de deterioração de documentos; Condições do meio ambiente e o

seu controlo; materiais de acondicionamento e condições de armazenamento, manuseamento e exposição num arquivo; sinistros e plano de desastre nos arquivos; segurança do acervo, edifícios e pessoas. O módulo de práticas foi leccionado no Laboratório de Conservação e Restauro do AHM, com os seguintes conteúdos: uso correcto dos equipamentos de protecção Individual, sua importância na segurança e saúde do funcionário de arquivos; diagnóstico/ vistoria/monitoramento ambiental; higienização do lugar de guarda dos documentos (depósito); higienização dos documentos textuais.

Nota importante transmitida pelos formadores foi a necessidade da mudança do paradigma “arquivo morto” que predomina nas instituições, para uma visão de um arquivo permanente, guardado em local apropriado, organizado, bem acondicionando e que serve para a memória da instituição e de bem servir ao utente e ao cidadão em geral, com controle de condições climatéricas, pragas e manuseamento. Para esta mudança, os formadores recomendaram a necessidade de incluir na planificação e orçamentação das instituições as actividades de conservação preventiva. Pelo conteúdo e experiência adquirida, os participantes avaliaram positivamente o curso e, assumiram que seriam porta-vozes e replicadores nas suas instituições. Outrossim, é de os participantes terem sugerido que mais cursos do género e com mais carga horária aconteçam num futuro breve.

No cumprimento de uma das suas missões, o AHM organizou de 11 a 22 de Junho de 2018, o terceiro curso de Preservação e Conservação Preventiva em Arquivos Documentais. Com uma carga horária de 40 horas de aulas teóricas e 12 horas de aulas práticas no laboratório da Repartição de Conservação e Restauro do AHM, o curso contou com a participação de 21 funcionár ios de diversas inst i tu ições nomeadamente 04 provenientes do Instituto Superior das Relações Internacionais (ISRI), 07 da UNIZAMBEZE, 03 do IPEME, 02 da Administração Nacional de Estradas (ANE), 01 do Fundo de Fomento de Habitação, 01 do BAU da cidade de Maputo, 01 do FIPAG, 01 da Direcção de Cultura e Turismo da cidade de Maputo e 01 particular.

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AHM CAPACITA FUNCIONÁRIOS EM GESTÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO

O Arquivo Histórico de Moçambique capacitou 16 funcionários da Faculdade de Engenharia da UEM em matéria de gestão de documentos de arquivo. O curso de capacitação, com os módulos teórico e prático, em gestão de documentos de arquivo, nas matérias referentes à classificação e registo (de correspondência recebida e expedida), avaliação e destinação final de documentos, teve lugar entre 18 e 24 de Abril com uma carga horária de 20 horas. Foram facilitadores Dr. Renato Pereira e dr. António Maposse.

Os 21 funcionários capacitados em matérias de conservação e Restauro no AHM

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PARCERIA ENTRE A UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE E A UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GEARIAS

Também foram discutidas as questões sobre actividades de EAD (Educação a Distância na UEM) para vídeo - aulas e vídeo conferências. A Profª Froner salientou que a UEM deve disponibilizar e equipar um espaço com móveis, equipamento e boa Internet.A Plataforma a usar será a MOODLE da UFMG e em último caso as aulas podem ser presenciais e os trabalhos virtuais. Sobre este assunto, o Professor Joel Tembe, propõe um melhor aproveitamento das instalações do AHM próximo da Fortaleza em Maputo, para albergar o DINTER .

Por se turno a Profª Macamo concordou com a proposta pelo facto da FLCS leccionar um Curso de Licenciatura sobre a Arqueologia e Gestão do Património Cultural, dado o comprometimento da Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico/ UEM no Programa de Investigação Multidisciplinar que envolve Pesquisa+ Mestrado+ doutoramento a iniciar em Breve.

De 21 a 26 de Maio de 2018, uma equipa de Docentes da UEM nomeadamente o Prof. Doutor Joel

das Neves Tembe, Director do Arquivo Histórico de Moçambique e Professor na FLCS - Departamento de História, Profª. Doutora Solange Macamo da FLCS - Depar tamento de Arqueo log ia e Antropologia, Prof. Doutor Carlos Trindade da Facu ldade de Arqu i tec tura e Planeamento Físico da UEM, deslocou-se à Brasil onde desenvolveu trabalhos com uma equipa constituída pelos Docentes brasileiros como segue:

3 ) Proposta de Criação do Comité

Nacional do conselho Internacional

de Monumentos e Sítios (ICOMOS).

2 ) P ro p o s t a d e C r i a ç ã o e m

Moçambique - Maputo de um

" C e n t r o d e R e f e r ê n c i a e m

Conservação e Restauração"

(CECOR).

1) Criação de um Doutoramento

Interdisciplinar (DINTER) entre a

Universidade Eduardo Mondlane

(UEM) e a Universidade Federal de

Minas Gerais (UFMG) em Património

Cultural Sustentável;

Prof. Doutora Yacy Ara Froner, Docente da Escola de Arquitectura da UFMG, Prof. Doutor Luiz António Cruz Souza do Laboratório de Ciência da Conservação UFMG e o Prof. Doutor Willi de Barros Gonçalves da Escola de Belas Artes da UFMG. A deslocação enquadra-se no âmbito da parceria entre a Universidade Eduardo Mondlane e a Universisidade Federal de Minas Gerais e tinha como objectivos:

A equipa de trabalho Moçambique- Brasil debruçou-se sobre a Criação de um Doutoramento Interdisciplinar (DINTER) em Património Cultural Sustentável.No que concerne à Unidade Académica da UEM receptora do Programa e o Coordenador do DINTER, a Profª Froner defende que esta unidade deve ter interesse, um

compromisso laboral no sentido de trabalhar para o assunto, ser detentora do público alvo principal e ter um perfil capaz de envolver pro jectos , pesquisas relacionados com a gestão do património móvel, imóvel e intangível em Moçambique. Defende ainda que a unidade receptora mais adequada é a FLCS/UEM.

A equipa de trabalho Brasil- Moçambique propõe à Direcção Científica para a Coordenação efectiva do Programa e o Gabinete de Cooperação nos assuntos relacionados com os acordos para o efeito.

Abril - Junho II Edição 2018

23 de Maio (Tarde)--participação em eventos na Escola de Arquitectura da UFMG:

Palestra (com apresentações de Joel Tembe, Solange Macamo e Carlos Trindade/Luís

Lage).Lançamento do Livro “Patrimônio Cultural e Sustentabilidade-Acção Integrada

entre Brasil e Moçambique” e Exposição.

24 de Maio (tarde) --Visita ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

(IPHAN) sob tutela da Superintendência Regional de Minas Gerais

(Ministério da Cultura).

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BANCO DE MOÇAMBIQUE RECEBE TREINAMENTO EM MATÉRIAS DE PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO PREVENTIVA EM ARQUIVOS

Foram monitores/facilitadores Dr. Américo

Pedro Mangue e o dr. Rogério Sebastião Chivodze, ambos da Repart ição de Conservação e Restauro do AHM.

O módulo de práticas foi leccionado no Laboratório de Conservação e Restauro, com os seguintes conteúdos: uso correcto dos equipamentos de protecção individual, sua importância na segurança e saúde do f u n c i o n á r i o d e a r q u i v o ; d i agnós t i co /v i s to r i a /mon i to ramento

ambiental; higienização do lugar de guarda dos documentos (depósito); higienização dos documentos textuais.O

AHM capacitou cinco funcionários do Banco de Moçambique em matérias de c o n s e r v a ç ã o p r e v e n t i v a d e

documentos num molde intensivo. Com a duração de 10 dias e uma carga horária de 60 horas, o curso decorreu entre os dias 21 de Maio e 01 de Junho de 2018, nas instalações do Arquivo Histórico de Moçambique. Os 05 participantes beneficiaram de conteúdos de conservação preventiva – conceitos e definições; principais agentes de deterioração de documentos; condições do meio ambiente e o seu controlo; controlo de pragas nos arquivos; materiais de acondicionamento e c o n d i ç õ e s d e a r m a z e n a m e n t o , manuseamento e exposição num arquivo; sinistros e plano de desastres nos arquivos.

Abril - Junho II Edição 2018

Dra Leonor, Directora Adjunta para Área da Administração, na entrega de

certificados aos participantes

BREVE NOTA SOBRE O ARQUIVO FOTOGRÁFICO NO AHM

O acervo fotográfico do Arquivo Histórico de Moçambique, é composto por cerca de 100 000

imagens, realizadas entre 1884 e 2001, apresenta várias colecções que estão organizadas pelos assuntos seguintes: Colecção da Câmara Municipal de Lourenço Marques, que compreende o período de 1884 a 1977; Colecção dos Caminhos de Ferro de Lourenço Marques (1889-1975); Colecção da Sociedade de Estudos (1930-1974); Colecção da Associação dos Produtores de Sisal da Província de Moçambique (1939-1965); Colecção do AIM (1983-2001); Colecção da FRELIMO (fotografias tiradas durante a luta de libertação Nacional) e Colecção do AHM. Este acervo das colecções especiais incluiu a filatelia, cartazes, gravuras, negativos em vidro e em película, slides, foto-gravuras de jornais, calendários, desenhos artísticos.

Deolinda Fulane, chefe da repartição de colecções especiais, fala brevemente do tratamento técnico das fotografias da Iconoteca do AHM.“As fotografias com legenda são organizadas por assuntos e, para as que não têm, faz-se uma pesquisa para identificá-las. A pesquisa

pode ser através das roupas, edifícios ou outros elementos constantes na fotografia. Depois, faz-se a descrição/legenda e o nome do autor. As fotografias são higienizadas, carimbadas e registadas com respectiva data ou época no livro de inventário. Este livro de registo, é o mesmo usado para os ... Pág. 7

Amostra de Postais disponíveis na Repartição de Iconoteca do AHM

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Abril - Junho II Edição 2018 7

... postais e para os cartazes, razão pela qual aparece um campo da espécie (se é fotografia, postal ou cartaz). Trabalha-se com régua para tirar as dimensões da fotografia e avaliar o estado de conservação; em seguida o campo da aquisição – se foi por compra ou por oferta – e, finalmente preenche o campo da cota que é o elemento que permite localizar a fotografia no Arquivo”.Fulane acrescentou que antes da existência dapelícula no formato de rolo ou fita, usava-se o negativo de vidro e era a partir deste que se fazia a impressão da fotografia. Os fotógrafos profissionais ainda usam este tipo de materiais. A película passa por um processo laboratorial e culmina com o processo de impressão. Com as novas tecnologias, é possível fazer-se o scanner ao dispositivo de vidro assim como da película para se imprimir a partir do computador ou por outras palavras transformar-se para o processo digital.

Pensamento

“Como re-fazer a história de uma nação, sem recorrer às fontes fidedignas que são os ARQUIVOS HISTÓRICOS?"

Santos Garcia SIMÃO

BREVE NOTA SOBRE O ARQUIVO FOTOGRÁFICO NO AHM - Contiuação da pág. 6

AHM PARTICIPA NO ENCONTRO “ARQUIVOS HISTÓRICOS E BIBLIOTECAS NACIONAIS DA CPLP”

O Director do AHM, Prof. Doutor Joel das Neves Tembe, apresentou uma comunicação com o título "Arquivo

Histórico de Moçambique e cooperação na CPLP: experiências de partilha de património documental e formação" no âmbito das discussões que corporizaram o primeiro pa ine l sobre “Arquivos His tór icos : preservação e partilha do património documental e cooperação técnica no quadro da CPLP”. O evento teve lugar em Lisboa a 4 de Maio de 2018.

O AHM partilhou as experiências que tem desenvolvido desde os anos 1980 através de parcerias bilaterais e multilaterais visando a partilha do património documental e mais

Na apresentação, Tembe enalteceu que o evento decorre numa altura em que os países da CPLP experimentaram um pouco mais de 40 anos de independência e um período de democratização recente reclamando novos valores de inclusão sócio-política, diálogo, liberdade de expressão, tolerância e diversidade. Sublinhou “(…) estes valores alinhados com a sociedade de informação, onde as leis de acesso à informação começam a ganhar corpo, colocam novas pressões aos arquivos como centros de informação e de preservação da memória. Acresce-se ainda a Declaração Universal dos Arquivos pela Unesco em 2011 que reforça o papel dos arquivos na Sociedade. O contexto pós-colonial também tem reclamado a reconfiguração dos Arquivos

face às omissões e silêncios produzidos pela construção da memória histórica nos arquivos coloniais. Por outro lado, os paradigmas da arquivística têm igualmente dado primazia ao acesso universal às fontes arquivísticas, abrindo espaço para uma maior colaboração interinstitucional e partilha de fontes

arquivísticas entre os antigos colonizadores e colonizados, construindo um arquivo comum”.

Joel das Neves Tembe, Director do AHM

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Boletim Informativo do Arquivo Histórico de Moçambique

Boletim Informativo do Arquivo Histórico de Moçambique

Há 10 anos no AHM

Abel Francisco Lamas Pelembe

FICHA TÉCNICA

TRIMESTRAL - II Edição Ano 2018Boletim Informativo do Arquivo Histórico de Moçambique

Pode baixar o BIArquivo no nosso Website:

http://www.ahm.uem.mz

DirectorJoel das Neves Tembe Sérgio Armando Maúngue

Editor

Revisão linguísticaAstrogilda Mavil

Lídia Furvela

Redacção Sérgio Maungue

Bartolomeu Daniel Cuamba Maquetização Fotografias

AHM

Américo P. Mangue, Renato A.

Pereira, Abel Pelembe, Deolinda

Fulane e Maria Josefina Consolo

Colaboração

Participou em vários seminários nomeadamente:Arquivos e investigação científica; Métodos de investigação Histórica; Seminário sobre história Arquivos e memórias; Seminário sobre a escravidão e a formação de Moçambique; Seminário do projecto-piloto de pesquisa sobre acultura árabe-Swahili no norte de Moçambique: Identificação, Tradução e e digitalização de documentos em escrita árabe.Nada mais lhe marca profissional senão o previlégio que tem de tratar e organizar os fundos documentais no Departamento dos Arquivos Permanentes. Mais prazeroso ainda quando consegue satisfazer os vários investigadores, entre nacionais e estrangeiros, que pelo departamento passam para juntarem os “cacos” das suas pesquisas com a documentação de que ele fez parte no tratamento técnico.

Por inerência das actividades que desenvolve frequentou vários cursos de capacitação em arquivos e documentação ministrados pelo AHM e recentemente concluiu o curso de licenciatura em História pela Universidade Eduardo Mondlane. Outro curso que fazem parte do seu palmarés é o curso introdutório em História Digital: Práticas e Métodos.

A continuação de estudos ao nível de mestrado e doutoramento é o grande projecto para os próximos anos pois, acredita que só assim pode aprimorar cada vez mais o

seu desempenho. Programas de televisão e leitura ocupam os seus

tempos livres. No desporto, a natação é a modalidade

preferida e, torce pelo Clube Ferroviário de Maputo. Boa feijoada e Nhangana acompanhada de um peixe frito com arroz são a sua predileção e, a cor a z u l é a m a i s preferida.

Já faz uma década que o Abel Francisco Lamas Pelembe é funcionário do AHM. Foi por via de um concurso público no ano de 2006 que Pelembe tomou conhecimento de uma vaga no AHM. Concorreu e só em 2008 efectivou-se a sua contratação para a área de documentação, concretamente para o departamento de arquivos permanentes. Tratando-se do primeiro emprego, contou com ajuda de muitos colegas para entrar na rotina do trabalho. Lembra-se que quando entrou, era chefe do departamento o José Jorge Mahumane. Colegas como Alberto Calbe Jaime, Augusto Júlio Macuiana, Jorge Langa, Florêncio Vilanculo e Maria Da Conceição transmitiram suas experiências de trabalho para que em pouco tempo aprimorasse a rotina de trabalho. Não tinha imagem o que era o trabalho arquivístico mas, hoje confessa que é um apaixonado pela arquivística. Deve essa paixão à equipa jovem e experiente que encontrou no departamento de arquivos permanentes.

Inventários disponíveis na página Web do AHM

' Concelho do Ibo (1925-1975);

' Juízo de Direito da Comarca de Cabo Delgado (1800-1939);

' Concelho de Eráti (1920-1973);

' Circunscrição Murrupula (1935-1972);

' Repartição de Saúde (1896-1979);

' Negócios Indígenas (Fomento e Colonização, sessão “D” (1900-

1972);

' Secção Especial;

' Governo Geral (1900-1914);

' Governo Geral (1925-1927);

' Governo Geral (Estudos) 1933-1974;

' Direcção dos Negócios Indígenas, sessão “C” (1901-1962);

' Direcção dos Negócios Indígenas, sessão “B” (1902-1964);

' Circunscrição de Maxixe (1903-1979);

' Concelho de Chimoio (1942-1975);

' Concelho de Moamba (1924-1974);

' Concelho de Mutarara (1941-1972);

' Concelho de Barué (1918-1976);

' Governo Geral (1915-1925);

' Governo Geral (1926-1948);

' Concelho do Búzi (1942-1973);

' Delegação de Fazenda do Concelho do Ibo (1933-19);

' Espólio de António Enes (1848-1948);

' Concelho de Dondo (1950-1976);

' Ministério da Informação (1974-1997).