abril 2016 resumo nÃo tÉcnico (rnt) fase de eia · resumo não técnico ‐ fase de eia 2 ......

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Resumo Não Técnico – Fase de EIA 1 RESUMO NÃO TÉCNICO (RNT) – FASE DE EIA PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA DE MOÇAMBIQUE, ÁREA DO DELTA DO ZAMBEZE Consultec Consultores Associados, Lda. Rua Tenente General Oswaldo Tazama, 169 Maputo, Moçambique Telefone: +25821491 Fax: +25821491578 Spectrum Geo Ltd Dukes Court, Duke Street Woking Surrey GU21 5BH UK 1 INTRODUÇÃO O Grupo Spectrum é um prestador de serviços sísmicos idóneo, dirigido a clientes à escala global. Este Grupo possui escritórios no Reino Unido, EUA, Noruega, Singapura e Austrália, fornecendo serviços inovadores, multicliente e de alta qualidade de imagem sísmica. A Spectrum tem uma vasta experiência na realização de pesquisas sísmicas marítimas 2D e 3D em todo o mundo. Actualmente, a Spectrum é possuidora do maior centro de dados de sísmica 2D a nível mundial, com mais de 3.3 milhões de km de dados das maiores bacias sedimentares e com mais de 160 000 km2 de dados de sísmica 3D. No presente momento, o Grupo da Spectrum pretende adquirir em Moçambique dados sísmicos 3D em águas profundas ao largo da costa de Sofala e Zambézia. O levantamento 3D será realizado dentro de uma área que totaliza com cerca de 34 000 km 2 . 2 CONSULTOR AMBIENTAL A CONSULTEC Consultores Associados, Lda. foi contratada para elaborar os estudos ambientais necessários à solicitação da licença ambiental. A CONSULTEC é uma empresa Moçambicana de Consultoria com sede em Maputo e registada como Consultor Ambiental na Direcção Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental (DNAIA) do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER). 3 ENQUADRAMENTO LEGAL No âmbito da Avaliação de Impacto Ambiental do Projecto foi efectuada a identificação e o resumo da principal legislação nacional relacionada com o desenvolvimento de projectos ligados ao sector do petróleo e sobre o meio ambiente aplicáveis ao projecto proposto. Para além dos requisitos regulamentares nacionais moçambicanos foram também identificados e resumidos outros padrões e requisitos internacionais que podem ser pertinentes. 4 ABORDAGEM E METODOLOGIA DE AIA Com base nas disposições no Anexo I do Decreto 45/2004 que regulamenta o processo de avaliação do impacto ambiental (agora revogado pelo Dec 54/2015 de 31 de Dezembro), o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) classificou o Projecto como sendo de Categoria “A”, o que requer uma avaliação do impacto ambiental e social completa. Por consequência, é necessário submeter o Estudo de PréViabilidade Ambiental e de Definição do Âmbito (EPDA) que inclui os Termos de Referência para a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) ao MITADER para a sua aprovação. O EPDA tem como objectivo identificar os principais impactos do projecto, para apresentar pela primeira vez o projecto ao público e para definir os estudos necessários para o EIA. Abril 2016

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Page 1: Abril 2016 RESUMO NÃO TÉCNICO (RNT) FASE DE EIA · Resumo Não Técnico ‐ Fase de EIA 2 ... Mede‐se também a força do sinal ... “streamers” sísmicos até ao sistema de

Resumo Não Técnico – Fase de EIA 

RESUMO NÃO TÉCNICO (RNT) – FASE DE EIA 

PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA BACIA DE MOÇAMBIQUE, ÁREA DO DELTA DO ZAMBEZE 

 

Consultec ‐ Consultores Associados, Lda. Rua Tenente General Oswaldo Tazama, 169 Maputo, Moçambique Telefone: +258‐21‐491 Fax: +258‐21‐491‐578 

Spectrum Geo Ltd Dukes Court, Duke Street Woking Surrey GU21 5BH UK 

 

1 INTRODUÇÃO 

O  Grupo  Spectrum  é  um  prestador  de  serviços  sísmicos 

idóneo, dirigido a clientes à escala global. Este Grupo possui 

escritórios  no  Reino  Unido,  EUA,  Noruega,  Singapura  e 

Austrália, fornecendo serviços  inovadores, multicliente e de 

alta qualidade de imagem sísmica.  

A  Spectrum  tem  uma  vasta  experiência  na  realização  de 

pesquisas  sísmicas marítimas  2D  e  3D  em  todo  o mundo. 

Actualmente, a Spectrum é possuidora do maior  centro de 

dados  de  sísmica  2D  a  nível  mundial,  com  mais  de  3.3 

milhões de km de dados das maiores bacias sedimentares e 

com mais de 160 000 km2 de dados de sísmica 3D. 

No  presente  momento,  o  Grupo  da  Spectrum  pretende 

adquirir  em  Moçambique  dados  sísmicos  3D  em  águas 

profundas  ao  largo  da  costa  de  Sofala  e  Zambézia.  O 

levantamento  3D  será  realizado  dentro  de  uma  área  que 

totaliza com cerca de 34 000 km2.  

2 CONSULTOR AMBIENTAL 

A CONSULTEC  ‐Consultores Associados,  Lda.  foi  contratada 

para  elaborar  os  estudos  ambientais  necessários  à 

solicitação da licença ambiental.  

A CONSULTEC é uma empresa Moçambicana de Consultoria 

com sede em Maputo e registada como Consultor Ambiental 

na  Direcção  Nacional  de  Avaliação  do  Impacto  Ambiental 

(DNAIA)  do  Ministério  da  Terra,  Ambiente  e 

Desenvolvimento Rural (MITADER). 

3 ENQUADRAMENTO LEGAL 

No âmbito da Avaliação de  Impacto Ambiental do Projecto 

foi  efectuada  a  identificação  e  o  resumo  da  principal 

legislação  nacional  relacionada  com  o  desenvolvimento  de 

projectos  ligados  ao  sector  do  petróleo  e  sobre  o  meio 

ambiente aplicáveis ao projecto proposto.  

Para  além  dos  requisitos  regulamentares  nacionais 

moçambicanos  foram  também  identificados  e  resumidos 

outros  padrões  e  requisitos  internacionais  que  podem  ser 

pertinentes.  

4 ABORDAGEM E METODOLOGIA DE AIA 

Com base nas disposições no Anexo  I do Decreto 45/2004 

que  regulamenta  o  processo  de  avaliação  do  impacto 

ambiental  (agora  revogado  pelo  Dec  54/2015  de  31  de 

Dezembro),  o  Ministério  da  Terra,  Ambiente  e 

Desenvolvimento  Rural  (MITADER)  classificou  o  Projecto 

como sendo de Categoria “A”, o que  requer uma avaliação 

do impacto ambiental e social completa. 

Por  consequência, é necessário  submeter o Estudo de Pré‐

Viabilidade Ambiental e de Definição do Âmbito (EPDA) que 

inclui os Termos de Referência para a Avaliação de  Impacto 

Ambiental (AIA) ao MITADER para a sua aprovação. 

O  EPDA  tem  como  objectivo  identificar  os  principais 

impactos do projecto, para  apresentar pela primeira  vez o 

projecto  ao  público  e  para  definir  os  estudos  necessários 

para o EIA. 

Abril 2016

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Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique na Área do Delta do Zambeze

 Resumo Não Técnico ‐ Fase de EIA 

Durante o EIA são feitos estudos mais detalhados, avaliados 

os  impactos e definidas as recomendações para diminuir os 

impactos negativos  e para  aumentar os  impactos positivos 

associados ao projecto. As medidas de recomendações serão 

posteriormente  incluídas  no  Plano  de  Gestão  Ambiental 

(PGA) como acções claras e práticas. 

As  conclusões  do  EIA  são  novamente  apresentadas  ao 

público,  numa  segunda  fase  de  participação  pública,  e  o 

relatório do EIA é entregue ao MITADER. Caso o MITADER 

aprove  o  EIA,  será  emitida  uma  licença  ambiental.  A 

entidade responsável pelo projecto terá de cumprir todas as 

medidas definidas no EIA e constantes no PGA. 

A  Consulta  Pública  é  uma  parte  muito  importante  deste 

processo  e  será  feita  de  acordo  com  os  requisitos  legais 

nacionais.  

O  Esboço  do  Relatório  do  EIA  estará  disponível  para 

comentários  durante  o  período  da  consulta  pública.  As 

preocupações do público recolhidas serão documentadas no 

Relatório Final do EIA. 

5 DESCRIÇÃO DO PROJECTO 

O  Instituto  Nacional  de  Petróleos  (INP),  em  nome  do 

Governo da República de Moçambique, fechou a licitação do 

5º  concurso  para  a  concessão  de  áreas  de  pesquisa  e 

produção de hidrocarbonetos.  

 INP ‐ 5º Concurso de Concessão de áreas para Pesquisa e 

Produção de Hidrocarbonetos  

O  concurso  abrangeu  um  total  de  15  blocos, 

correspondentes a uma área  total de cerca de 76.800 km2, 

no offshore do Rovuma, Zambeze e Angoche, e no onshore 

em  torno  da  concessão  Pande‐Temane  e  das  áreas  de 

Palmeira.  

LOCALIZAÇÃO 

O  Grupo  Spectrum  propõe‐se  conduzir  um  projecto  de 

pesquisa sísmica marítima 3D, no designado Bloco do Delta 

do Zambeze, numa zona com uma área total de 34 000 km2, 

que pode ser executado de uma forma faseada. 

 

Área dentro da qual se realizará a pesquisa sísmica 3D 

A  operação  de  pesquisa  3D  deverá  durar  cerca  de  6  a  9 

meses. Será possível dividir as pesquisas em áreas menores 

para garantir que aquisição não  tenha  lugar em épocas de 

restrições ambientais.  

As actividades do Projecto inserem‐se no âmbito da fase de 

Investigação,  na  avaliação  de  riscos.  Por  razões  técnicas, 

económicas ou outras, o governo ou uma empresa, poderão 

não continuar a actividade de exploração, mesmo depois das 

actividades de pesquisa sísmica terem sido realizadas 

 Cadeia produtiva do petróleo e gás 

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Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique na Área do Delta do Zambeze

 Resumo Não Técnico ‐ Fase de EIA 

CARACTERÍSTICAS DO PROJECTO 

A pesquisa sísmica marinha é um método de determinação 

de  características  geológicas  abaixo  do  fundo  do  mar, 

através  do  envio  de  ondas  acústicas  para  as  diversas 

camadas  de  rocha  existentes,  registando  em  seguida  o 

tempo  necessário  para  que  cada  onda  seja  reflectida  de 

novo  para  a  superfície. Mede‐se  também  a  força  do  sinal 

recebido.  

A pesquisa sísmica  representa uma das  formas mais  fiáveis 

para a exploração  inicial de petróleo e gás, sendo essencial 

para a identificação de características geológicas que podem 

conter jazidas de petróleo ou gás. 

 

 

Aquisição 3D 

A  pesquisa  3D  incide  sobre  áreas  específicas,  geralmente com  alvos  geológicos  conhecidos  a  partir  de  um levantamento  prévio  2D.  Antes  do  levantamento,  é efectuado um  planeamento  cuidadoso para  garantir  que  a área a pesquisar foi definida com precisão.  

 Navio sísmico típico 

A  sísmica  3D  envolve  um  grande  investimento  de  tempo 

dinheiro  e  existe  um  grande  esforço  no  processamento  e 

interpretação  dos  levantamentos,  pelo  que  é  importante 

que  a  campanha  de  aquisição  seja  bem  delineada  para 

atingir os objectivos da pesquisa. 

 Exemplo de imagens com os dados processados 

Os  geólogos  e  geofísicos procedem  então  ao mapeamento 

das  imagens  para  procurar  possíveis  estruturas  que 

contenham petróleo ou gás. 

Navio de aquisição sísmica 

Actualmente,  os  navios  sísmicos  são  construídos 

propositadamente  com  muitas  características  especiais, 

incluindo  acomodações  para  a  tripulação,  instrumentos, 

heliporto, motores e hélices silenciosos.  

 Exemplo de um navio em operação 

Sala de Instrumentos 

Esta  sala  é  o  lugar  onde  está  localizada  e  é  operada  a 

principal  instrumentação sísmica. A  localização desta sala é 

diferente de um navio para outro, mas normalmente situa‐

se  num  local  central,  debaixo  da  ponte,  frente  ao  convés 

traseiro. Nesta sala encontram‐se os principais instrumentos 

para  a  gravação  de  dados  sísmicos,  bem  como  para  o 

controlo do “streamer” e da fonte de energia de disparo dos 

canhões. 

Convés traseiro 

Os  “streamers”  sísmicos  estão  guardados  nesta  sala  em 

grandes bobinas e, quando a  aquisição está em  curso,  são 

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Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique na Área do Delta do Zambeze

 Resumo Não Técnico ‐ Fase de EIA 

colocados na parte traseira e/ou na parte lateral do navio e 

são rebocados directamente atrás deste.  

Equipamento a bordo antes de ser colocado na água 

O  número  de  “streamers”  varia  consoante  o  navio,  mas 

podem chegar a ser dezasseis para pesquisas 3D. 

Sala do compressor 

Esta  sala  contém  os  motores  do  compressor  e  os 

compressores que  fornecem ar de alta pressão à  fonte dos 

conjuntos  de  canhões.  Os  compressores  têm  capacidade 

para  recarregar os canhões de ar,  rápida e continuamente, 

permitindo  que  os  conjuntos  de  canhões  disparem 

normalmente  a  cada  10  segundos  durante  a  aquisição  de 

dados  por  períodos  consecutivos  de  cerca  de  12  horas  de 

disparos, dependendo da extensão da linha de navegação.  

“Streamers” sísmicos 

O  cabo  sísmico ou  “streamer” detecta os níveis de energia 

muito baixos reflectidos a partir da fonte sísmica que viajam 

através da camada de água em direcção à terra e regressam 

à superfície, através da utilização de dispositivos sensíveis à 

pressão chamados hidrofones.  

Os hidrofones  convertem os  sinais  recebidos  ao  longo dos 

“streamers” sísmicos até ao sistema de gravação existente a 

bordo, onde os dados são gravados em fita magnética. 

Fonte Sísmica 

O  canhão  de  ar  compreende  duas  câmaras  de  elevada 

pressão. A elevada pressão do ar é alimentada pela câmara 

superior  de  controlo  a  partir  do  compressor  existente  a 

bordo do navio. 

 Exemplo de um canhão de ar 

Os  volumes  de  energia  total  da  fonte  variam  de  pesquisa 

para pesquisa e são definidos para fornecer energia sísmica 

suficiente para detectar o objectivo geológico da pesquisa 

OPERAÇÕES 

O primeiro estágio da operação é abastecer o navio sísmico 

com  combustível  e  efectuar  o  carregamento  de  água, 

alimentos e equipamento sísmico, necessários às operações 

e à tripulação.  

No  estágio  seguinte,  o  navio  dirige‐se  até  ao  local  da 

pesquisa. A tripulação terá de ter antecipadamente todos os 

detalhes  necessários  com  respeito  ao  delineamento  da 

pesquisa,  bem  como  o  tipo  e  as  quantidades  de 

equipamentos a utilizar. 

Os  operadores  do  navio  terão  acesso  à  informação  que 

especificará o local onde cada linha sísmica tem de começar 

e acabar, qual a fonte de energia de disparo e o intervalo de 

disparo.  Esta  informação  estará  integrada  no  sistema  de 

navegação a bordo do navio. 

Quando  o  navio  estiver  próximo  da  área  de  pesquisa,  os 

observadores geofísicos e mecânicos  irão verificar  todos os 

equipamentos. 

 Linhas sísmicas – planeamento da campanha  

O  tempo  de  mudança  de  linha  varia  de  acordo  com  o 

delineamento  da  pesquisa  e  com  a  configuração  do 

equipamento, mas, normalmente, demora entre uma a três 

horas.  

Será  durante  a  aproximação  ao  início  da  linha  que  os 

procedimentos de protecção ambiental serão aplicados. 

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Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique na Área do Delta do Zambeze

 Resumo Não Técnico ‐ Fase de EIA 

Será realizada, pelo menos 30 minutos antes do disparo dos 

canhões, uma  observação  visual  de mamíferos marinhos  a 

partir do navio sísmico.  

 Observação de mamíferos marinhos 

Nalgumas áreas ou nalguns momentos específicos (noite ou 

nevoeiro  intenso),  os  métodos  acústicos  poderão  ser 

adicionalmente  utilizados  para  identificar  a  presença  de 

mamíferos marinhos na vizinhança do conjunto dos canhões.  

MÃO‐DE‐OBRA 

Um navio sísmico será fretado para realização da pesquisa. A 

embarcação  será  tripulada por  funcionários da empresa de 

aquisição sísmica. Um ou vários navios de apoio poderão ser 

necessários  para  acompanhar  a  embarcação  principal  –  a 

tripulação destas embarcações poderá ser de origem local.  

Normalmente  existe  uma  tripulação  marítima,  a  equipe 

técnica da aquisição sísmica, os Observadores de Mamíferos 

Marinhos/Operadores  de  PAM,  as  equipas  de  Qualidade, 

Saúde, Segurança e Meio Ambiente, Valores Mobiliários e os 

responsáveis  pela  comunicação  com  pescadores  locais. 

Poderá  ainda  existir  um  elemento  de  apoio  em  terra  – 

possivelmente recrutado localmente. 

VANTAGENS DO PROJECTO 

Contribuição  para  o  sucesso  do  5º  Concurso  de 

Concessão  de  Área  para  a  Pesquisa  e  Produção  de 

Hidrocarbonetos  promovido  pelo  INP  e  ausência  de 

dados  de  pesquisa  sísmica  3D  nos  blocos  do  Delta  do 

Zambeze. 

Esta  pesquisa  propõe‐se  avaliar  e  compreender  o 

potencial de hidrocarbonetos das águas na costa ao largo 

da  Beira  e  Quelimane,  através  da  aquisição  de  novos 

dados sísmicos, com recurso à tecnologia avançada mais 

recente,  de  modo  a  fornecer  imagens  claras  das 

condições  geológicas  existentes  de  modo  a  ajudar  a 

tomada de decisão dos operadores petrolíferos. 

 

ÁREAS DE INFLUÊNCIA 

A área de  influência directa  (AID)  inclui a zona de exclusão 

segurança em vigor em  torno do navio  sísmico, durante as 

actividades de aquisição. 

A área de influência indirecta (AII) inclui a região ao largo da 

Província de Sofala e Zambézia numa área de 34 000 km2. 

6 AMBIENTE BIOFÍSICO E SOCIOECONÓMICO 

CLIMA 

De acordo  com Koppen o  clima na  região  centro  litoral de 

Moçambique  é  tropical,  caracterizado  pela  ocorrência  de 

duas  estações  distintas:  uma  quente  e  chuvosa  (de 

Novembro  a  Abril)  e  outra mais  fria  e  seca  (entre Maio  a 

Outubro).  As  temperaturas  médias  na  costa  central 

Moçambicana, variam em torno dos 25ºC a 27 °C no verão e 

entre os 20º C a 25  °C no  inverno. A nível da precipitação, 

em termos médios, assume cerca de 1200mm, sendo Março 

o mês mais  chuvoso. Na  zona da Beira os ventos  são mais 

forte em Outubro e Novembro  com  velocidades na ordem 

dos  15km/h  que  corresponde  a  uma  brisa  fraca  com 

ondulações até 60 cm. 

OCEANOGRAFIA 

A  massa  principal  de  água  de  superfície  no  Canal  de 

Moçambique  circula  em  direcção  ao  sul  e  é  denominada 

“Corrente de Moçambique”, constituindo um dos ramos da 

Corrente Equatorial do Sul.  

Esta  corrente  transporta  água  quente  de  salinidade 

relativamente  baixa,  proveniente  dos mares  do  Pacífico  e 

Indonésia, através do Oceano Índico.  

 SEC ‐ Corrente Equatorial do Sul; EACC‐ Corrente Costeira Este Africana; 

NEMC e SEMC‐ Corrente Nordeste e Sudeste de Madagáscar 

 Correntes marinhas no canal de Moçambique 

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Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique na Área do Delta do Zambeze

 Resumo Não Técnico ‐ Fase de EIA 

A  plataforma  continental  de  Moçambique  é  estreita,  e 

raramente se prolonga mais do que poucos quilómetros pelo 

mar adentro. A plataforma varia entre 15 a 25 km de largura. 

Em média, três a cinco ciclones são formados todos os anos 

no canal de Moçambique. Destes, no entanto, apenas uma 

média  de  pouco  mais  de  dois  por  ano  atingiu  a  costa 

moçambicana, no período de 1993 a 2012 

Na zona destaca‐se o Banco de Sofala, uma área com quase 

50.000 km2 com profundidades inferiores a 200 m. A área de 

pesquisa  sísmica  desenvolve‐se  maioritariamente  a 

profundidades superiores a 1000m. 

 Batimetria na área de pesquisa 

GEOLOGIA 

Até  aos  tempos  jurássicos  os  continentes  da  Antárctida  e 

Africa  faziam  parte  do  supercontinente  que  se  chamava 

Gondwana.  Há  cerca  de  185  milhões  de  anos  este 

supercontinente  fracturou‐se  e  deu  origem  a  várias  placas 

menores.  

Na parte sul do Canal de Moçambique existe uma elevação 

submersa, designada por Elevação da Beira (Beira High), que 

é uma anomalia crustal. Ainda é controverso se essa área é 

um  fragmento  continental  ou  foi  formado  durante  um 

período de maior magmatismo e é de origem oceânica. 

Adjacente  a  este monte  submarino  encontra‐se  a  área  da 

Depressão do Delta do Zambeze que apresenta materiais da 

crusta em cerca de 7 km e sedimentos com cerca de 2 km de 

espessura.  É  nestes  sedimentos  que  se  encontram 

potencialmente hidrocarbonetos. 

 Possíveis direcções de migração dos hidrocarbonetos nas 

formações geológicas  na área de pesquisa 

Existem muitos  indícios em várias  formações geológicas de 

serem formações produtivas em gás e petróleo.  

ECOLOGIA MARINHA 

A  área  de  estudo  proposta  situa‐se  maioritariamente  em 

zona  de  mar  aberto,  na  região  centro  da  costa 

moçambicana,  uma  região  ecológica  conhecida  como  a 

Costa Pantanosa (Mangais), que inclui dois grandes sistemas 

deltaicos de Moçambique: o Delta do  Zambeze  e Delta do 

Rio Save. 

Os Deltas  são  caracterizados por  amplas  áreas planas  com 

muitos  canais  que  se  vão  ramificando.  Por  causa  da 

topografia  quase  plana,  o  fluxo  de  água  é  lento  e  induz  a 

acumulação de areia na  foz dos  rios.  Isso  tem gerado uma 

série  de  habitats  que  podem  ser  permanente  ou 

sazonalmente inundados.  

A costa de mangais é particularmente importante para mais 

de 73 espécies de aves aquáticas,  incluindo várias espécies 

vulneráveis  e  ameaçadas  e  para  a  indústria  da  pesca,  em 

particular para a pesca do camarão. 

 Exemplo de Mangal  

As espécies de águas profundas, com particular importância 

na região da pesquisa sísmica proposta, incluem espécies de 

peixe  pelágicos,  baleias,  tubarões,  raias,  tartarugas  e 

golfinhos. 

As espécies de peixes pelágicos pequenos mais abundantes 

observadas no Banco de Sofala a profundidades inferiores a 

200m incluem a anchova, bicuda, peixes roncadores, xaréua, 

peixe‐serra, sardinha e carapau.  

A profundidades situadas entre 500 m e 2.800 m, as espécies 

mais abundantes são o atum (em particular o atum‐amarelo 

e o atum‐patudo), peixe‐agulha e os tubarões. No Banco de 

Sofala estima‐se que estas espécies sejam mais abundantes 

entre 1.200 e 2.000m  

De entre as espécies de peixes‐agulha o mais frequente é o 

marlim  e,  entre  os  tubarões,  os  mais  abundantes  são  o 

tubarão‐azul e o tubarão‐galha‐preta. 

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Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique na Área do Delta do Zambeze

 Resumo Não Técnico ‐ Fase de EIA 

Em  águas profundas ocorrem  igualmente  camarões  (300  e 

800m) e lagostas (200 e 400m). 

Um número considerável de espécies com interesse especial 

para  a  conservação  ocorrem  ao  longo  da  costa  de 

Moçambique.  Várias  espécies  de  importância  regional  e 

global  ocorrem  nesta  área,  incluindo  tartarugas marinhas, 

peixes e aves. 

Os cetáceos marinhos na área de pesquisa  incluem grandes 

espécies migratórias de baleias, como as baleias corcundas e 

minke, espécies de baleias residentes em alto mar, espécies 

de baleias errantes (cachalotes e baleias‐piloto). 

 Cachalote (Physeter macrocephalus ) 

Ocorrem também espécies de golfinhos pelágicos (golfinho‐

de‐risso,  golfinho‐cabeça‐de‐melão  e  falsa‐orca)  e  espécies 

de golfinhos residentes (golfinho rotador e golfinho pintado 

pantropical). 

 Golfinho pintado pantropical 

Todas as espécies de baleias e golfinhos são protegidas pela 

Lei  Nacional  de  Moçambique  (Artigo  14º  e  Anexo  II  do 

Decreto  n.º  51/99,  de  31  de  Agosto,  o  qual  aprova  o 

Regulamento da Pesca Recreativa e Desportiva). 

As quatro espécies de  tartarugas marinhas, cuja ocorrência 

está  documentada  na  área  em  estudo,  têm  estatuto  de 

conservação  de  Ameaçadas,  nomeadamente  a  tartaruga‐

cabeçuda,  a  tartaruga‐verde  e  a  tartaruga  olivácea.  A 

tartaruga‐de‐bico‐de‐falcão  está  classificada  como 

Criticamente Ameaçada. 

 Tartaruga‐de‐bico‐de‐falcão  

As tartarugas marinhas são capazes de atravessar grandes e 

profundos oceanos e potencialmente podem usar a área de 

pesquisa na sua rota de migração. 

ÁREAS DE CONSERVAÇÃO 

A Eco‐região Marinha de África Oriental identificou algumas 

áreas prioritárias para espécies e populações (comunidades) 

e estes são locais com biodiversidade que devem ser objecto 

de conservação.  

Na região de interesse, a Baía de Sofala foi identificada como 

uma  área  de  interesse  a  nível  sub‐regional,  enquanto  o 

Sistema  do  Delta  Zambeze  e  do  Arquipélago  de  Bazaruto 

foram  sinalizados  áreas  de  interesse  a  nível  global  (áreas 

prioritárias para conservação).  

Nenhuma  dessas  áreas  é  directamente  afectada  pela 

pesquisa proposta. 

 

 Área de pesquisa relativamente à Baía de Sofala e ao 

Sistema do Delta do Zambeze. O Arquipélago de Bazaruto localiza‐se mais a Sul. 

 

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Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique na Área do Delta do Zambeze

 Resumo Não Técnico ‐ Fase de EIA 

SÓCIO‐ECONOMIA 

O  projecto  abrange  2  Províncias:  a  de  Sofala  e  a  da 

Zambézia.  Estas  províncias  como  distritos  costeiros 

apresentam:  Sofala  –  Machanga;  Búzi;  Dondo;  Muanza; 

Cheringoma  e Marromeu;  a  Zambézia  apresenta  – Chinde; 

Inhassunge;  Maganja  da  Costa;  Namacurra;  Pebane  e 

Nicoadala. 

A  maioria  da  população  em  Moçambique  (67%)  está 

localizada nas regiões centro e sul, com 43% da população a 

habitar  os  distritos  litorais  e  ocupando  19%  do  território 

nacional. A Zambézia apresenta uma densidade populacional 

de 42 habitantes/km2 e Sofala 25 habitantes/km2. 

As etnias predominantes na Província de Sofala são a Sena e 

a  Ndau.  Na  província  da  Zambézia  são  predominantes  os 

grupos étnicos de Lomwe e o Echuabo.  

As línguas maternas mais faladas na Província de Sofala são 

o  Cindau  e  o  Cisena  e,  na  Província  da  Zambézia,  são  o 

Echuabo e o Elomwe. 

As  crenças  religiosas  são  diversas  destacando‐se  a 

Zione/Sião a Islâmica e Católica. 

A  taxa  de  alfabetização  é  um  bom  indicador  da 

vulnerabilidade  de  uma  comunidade  e  parece  seguir  um 

padrão  decrescente  de  norte  para  sul.  A  Província  da 

Zambézia  tem  uma  taxa  de  analfabetismo  mais  elevada 

(62,5) do que Sofala (43,4%). 

A nível de cuidados de saúde, na Região Centro (Zambézia e 

Sofala)  apenas  as  capitais  das  províncias  estão  equipadas 

com  hospitais  centrais.  A  taxa  de  incidência  do  VIH/SIDA 

abrange  mais  do  que  10%  da  população.  A  malária  é  a 

principal causa de morte, a cólera e a diarreia são  também 

doenças dominantes. 

Em  termos  de  infra‐estruturas  e  serviços  a  Região  Centro 

recebe  energia  vinda  de  Cahora Bassa, mas  apenas  6%  da 

população  tem acesso a este serviço. A  restante população 

usa  sobretudo madeira e parafina como  fontes de energia. 

Apenas  6%  das  famílias  na  Região  Centro  têm  acesso  ao 

fornecimento  de  água  canalizada,  enquanto  as  restantes 

utilizam água não tratada de rios, poços e outras fontes. 

As estradas N1, N7, N104, e N6 ligam a Região Sul ao Norte 

de Moçambique, até ao Zimbabué e Zâmbia. 

A  nível  de  rendimentos  e  actividades  produtivas  a 

agricultura, silvicultura e pesca são os principais sectores de 

actividade  que  garantem  a  subsistência  da  maioria  da 

população.  Aproximadamente  90%  das  mulheres  trabalha 

neste  sector  global  de  utilização  de  recursos  naturais.  Os 

outros  sectores,  cujas  actividades  ocupam  uma  proporção 

significativa de pessoas, são o comércio, indústria produtora 

e serviços administrativos. 

A  Pesca  é  uma  actividade  importante  e  generalizada  que 

envolve  vários  sectores  da  população  moçambicana  ao 

longo de toda a costa do país. As actividades de pesca usam 

vários  tipos  de  equipamentos  e  tecnologias  e  exploraram 

diferentes  recursos  numa  variedade  de  habitats marinhos, 

desde as águas rasas até espécies de águas profundas.  

O sector das pescas  tem atraído  investimentos, nacionais e 

estrangeiros,  para  o  desenvolvimento  de  projectos  de 

construção e reabilitação de infraestruturas, assim como de 

desenvolvimento das pescarias, particularmente a do atum. 

Existem  três segmentos principais no sector das pescas em 

Moçambique: pesca artesanal, semi‐industrial, e industrial. 

Da  produção  actual,  aproximadamente  91%  provêm  da 

pesca  artesanal,  2%  da  semi‐industrial  e  7%  da  industrial. 

Contudo, em termos de valor, as capturas da pesca industrial 

representam mais de metade do valor total (52%), enquanto 

que a pesca artesanal representa 42%, com os restantes 6% 

vindos da semi‐industrial. 

A  área  de  pesquisa  não  interfere  com  a  zona  de  pesca 

artesanal e semi‐industrial, devido à distância que se localiza 

da  costa,  mas  pode  ter  um  impacto  a  nível  da  pesca 

industrial e na pesca à linha. 

 Área da pesquisa relativamente às áreas de pesca, 

interceptando a área de pesca industrial e pesca à linha 

As  embarcações  de  pesca  semi‐industrial  são  de  tamanho 

médio, maioritariamente envolvidas na pesca do camarão. 

Salienta‐se neste  sector  a  entrada  em  vigor dos  Planos de 

Gestão das Pescarias, que contêm diversos Planos de Acção, 

onde, no  respeitante  aos  recursos  acessíveis  à Pesca  Linha 

Marinha  se  delimitou  as  áreas  de  Pesca  em  3  zonas  e  se 

definiu  o  número  máximo  de  embarcações  por  zona  de 

modo  a  salvaguardar  e  potenciar  os  recursos  existentes. 

Igualmente  significativo e paralelamente  as medidas  acima 

referenciadas, a implementação dos Planos de Gestão é feita 

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Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique na Área do Delta do Zambeze

 Resumo Não Técnico ‐ Fase de EIA 

através dos  instrumentos de monitorização e promoção da 

Campanha de Sensibilização sobre a Pesca Responsável. 

Em 2014  foram emitidas 14  licenças para pesca à  linha no 

Banco de Sofala, 13 para o sector semi‐industrial e 1 para o 

sector  industrial, que  corresponderam  a uma média de 10 

embarcações a operar por mês nesta região. 

As  capturas  concentram‐se  no  camarão,  no  atum  e  em 

peixes demersais. A maior parte da conservação do peixe a 

bordo é feita com gelo.  

 Embarcações semi‐industriais  

A  pesca  industrial  utiliza  embarcações maiores  (>20 m  em 

comprimento)  ficando  30  dias  ou  mais  no  mar,  e  incide 

sobre peixe e camarão em águas rasas e águas profundas. As 

capturas são maioritariamente para exportação. 

Os  barcos  de  pesca  industrial  e  semi‐industrial  estão 

frequentemente também equipados com congeladores. Este 

tipo de pesca utiliza meios mecânicos para pescar. 

 Navio de pesca de camarão.  

A  pesca  desportiva  e  recreativa  tem  vindo  a  crescer  em 

consequência  do  aumento  do  turismo  no  país.  Durante 

2011, foram emitidas 3.017 licenças para este tipo de pesca. 

Até agora não têm havido conflitos entre a pesca desportiva 

e recreativa e outros tipos de pesca (artesanal e comercial). 

Em relação ao Turismo na Província da Zambézia ‐ conhecida 

como  a  capital  do  coco  –  a  praia  de  Zalala  dista  45  km  a 

nordeste  da  cidade  capital  ‐  Quelimane.  Além  do  6  de 

Novembro,  cinco  ilhas  dos  Arquipélagos  das  Primeiras  e 

Segundas,  foram  declaradas  como  área  de  protecção, 

esperando‐se  que  tal  traga  mais  turismo  no  futuro.  Na 

Província de Sofala, a Beira é uma grande cidade, a segunda 

maior  cidade  de Moçambique.  Tem  disponível  o  resort  de 

férias Rio Savanne, 40 km a norte da Beira, numa estrada de 

cascalho  situada  entre  a  foz do  rio  e  Savanne  e o Oceano 

Índico.  O  resort  só  tem  acesso  por  barco  através  do  rio. 

Potenciais atracções  turísticas  incluem a catedral, o  farol, a 

praia de Macuti e o Grande Hotel da Beira. Recentemente 

reabilitado  o  Parque  Nacional  da  Gorongosa  também  se 

localiza nesta província. 

De  acordo  com  a  legislação  moçambicana  o  Instituto 

Nacional  da  Marinha  (INAMAR)  detém  a  autoridade  na 

gestão  do  tráfego marítimo  nas  águas  sob  a  jurisdição  da 

República de Moçambique. Para a implementação da gestão 

da  segurança na navegação  contam  com  a  colaboração do 

Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação.  

A CFM ‐ Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique é uma 

entidade para‐estatal que  supervisiona  as  vias marítimas  e 

portos em Moçambique.  

O  Porto  da  Beira  é  uma  parceria  público‐privada  entre  a 

CFM e a Cornelder Holding. Atualmente, o porto da Beira é o 

terceiro mais movimentado em Moçambique. Desempenha 

um  importante  papel  para  os  países  como  Zimbabué, 

Zâmbia e Malawi, na fronteira de Moçambique, sendo usado 

por estes países para importar e exporta seus produtos.  

 Contentores de mercadorias no Porto da Beira 

O  Porto  de  Quelimane  também  é  uma  parceria  público‐

privada  entre  a  CFM  e  Cornelder  Holding.  Actualmente,  o 

quarto mais movimentado  em Moçambique, mas  com  as 

reformas no porto de Pemba, em breve, passará para quinto 

lugar. 

7 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS 

Os  potenciais  impactos  das  actividades  propostas  de 

pesquisa  sísmica  foram  identificados através dum processo 

sistemático  no  qual  são  consideradas  com  atenção  as 

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Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique na Área do Delta do Zambeze

 Resumo Não Técnico ‐ Fase de EIA 

10 

interacções entre as actividades propostas do projecto e o 

ambiente biofísico e socioeconómico, a fim de identificar os 

impactos ambientais do projecto.  

Foram considerados os seguintes aspectos para determinar 

a importância dos impactos identificados: 

Natureza do impacto: positivo ou negativo; 

Tipo de  impacto: directo,  indirecto,  cumulativo ou 

perceptivo 

Abrangência: local, regional (inter) nacional 

Intensidade do impacto: Baixa, média, elevada 

Duração: curto prazo, médio prazo, longo prazo 

Probabilidade  de  ocorrência:  improvável,  possível, 

provável, definitivo 

Classificação de Significância – Descrição 

INSIGNIFICANTE O impacto potencial é negligenciável, não necessitando de qualquer medida de mitigação ou gestão ambiental. 

MUITO REDUZIDA  E 

REDUZIDA 

Não requer nenhuma medida de mitigação específica, para além da aplicação de boas práticas ambientais normais. 

MÉDIA A 

ELEVADA 

Deverão ser definidas medidas de mitigação específicas, de modo a reduzir a significância do impacto a níveis aceitáveis. Caso a mitigação não seja possível, devem ser consideradas medidas de compensação. 

   

MUITO ELEVADA 

Deverão ser definidas e implementadas medidas de mitigação específicas, de modo a reduzir a significância do impacto a níveis aceitáveis. Se tal não for possível, a ocorrência de impactos negativos de muito elevada significância deve influenciar o processo de autorização do projecto. 

MITIGAÇÃO DE IMPACTOS 

A  filosofia  da  Consultec  no  que  respeita  à  mitigação  de 

impacto  procura  em  primeiro  lugar  (e  na  medida  do 

possível) evitar a ocorrência impactos. Na impossibilidade de 

evitar  os  impactos,  estes  são  mitigados  através  da 

modificação do projecto ou  implementação de medidas de 

mitigação no local do impacto.  

Nos casos em que as duas primeiras estratégias de mitigação 

não são possíveis, a Consultec tem como objectivo remediar 

impactos  sempre  que  possível  e,  finalmente,  investigar  as 

opções  de  indemnização  ou  compensação,  quando 

necessário 

8  IDENTIFICAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTOS  

O EIA avaliou os  impactos potenciais do projecto proposto 

no ambiente biofísico e socioeconómico. A Spectrum, tendo 

em  conta  a  sua  experiência  internacional  e  os  padrões 

internacionais  de  protecção  do  ambiente,  estabeleceu 

procedimentos  de  operação  com  base  em  medidas  que, 

inicialmente,  poderão  ter  sido  de  minimização  mas  que 

agora fazem parte de toda a operação de pesquisa sísmica. 

Este facto, aliado à localização do projecto maioritariamente 

em  águas  profundas,  explica  a  ausência  de  impactos 

negativos elevados ou muito elevados. 

Deste  modo  alguns  potenciais  impactos  das  actividades 

propostas de aquisição  sísmica  são assim esperados  ser de 

significância menor ou desprezável, onde o cumprimento de 

todos  os  requerimentos  regulatórios  relevantes  é,  por 

conseguinte,  uma  medida  de  mitigação  essencial  para 

assegurar  que  os  impactos  sejam  minimizados  a  níveis 

aceitáveis,  destacando‐se  como  impactos  menores  ou 

insignificantes: 

Aumento  de  riscos  de  segurança  e  interferência 

com o trafego marítimo; 

Redução  da  qualidade  do  ar  local  e  contribuição 

para as emissões de carbono; 

Perturbação da fauna marinha pelo ruído do motor 

ou iluminação dos navios; 

Redução da biodiversidade  local devido à potencial 

introdução  acidental  de  biota  exótica  e 

consequentes impactos sobre a biota indígena; 

Perturbação e danos sobre o ambiente bentónico; 

Impactos  em  recifes,  mangais  e  leitos  de  ervas 

marinhas; 

Impacto  na  biota marinha  decorrente  dos  efeitos 

tóxicos  e  condições  anaeróbicas  provocados  por 

descargas para o mar; 

Toxicidade  e/ou  efeitos  sufocantes  na  biota 

marinha  como  resultado de um derrame acidental 

de hidrocarbonetos;   Poluição  em  terra  provocada  pela  gestão  e 

deposição inadequadas de resíduos; 

Incompreensão e receio por comunidades costeiras 

resultantes da percepção da passagem do navio; 

Revelação de dados geológicos e sua  interpretação 

e divulgação à comunidade científica. 

 Os  impactos  potencialmente  "cumulativos"  (i.e.,  impactos 

que  actuam  em  conjunto  uns  com  os  outros  sobre  um 

recurso ou  receptor  comum)  e o  risco de  acidentes  foram 

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 Resumo Não Técnico ‐ Fase de EIA 

11 

também  avaliados  como  parte  integrante  do  exercício  de 

avaliação.  

Um grande número de potenciais  impactos  foi avaliado no 

processo  de  AIA  sendo  os  resultados  detalhados 

apresentados no Relatório de EIA. 

PRINCIPAIS ACTIVIDADES DO PROJECTO GERADORAS DE IMPACTOS 

Das  diversas  acções  necessárias  para  a  concretização  do 

projecto  destacam‐se  as  seguintes  como  aquelas  que  são 

mais  susceptíveis  de  causarem  impactos:  operações  gerais 

das  embarcações;  aquisição  de  dados  e  descargas  e 

eliminação de resíduos. 

RESUMO  DOS  PRINCIPAIS  IMPACTOS  AMBIENTAIS  NEGATIVOS 

POTENCIALMENTE SIGNIFICATIVOS 

Os  principais  impactos  potencialmente  significativos  e 

assinalados em baixo dizem respeito: 

Potenciais impactos sobre ecologia marinha; 

Potenciais impactos sobre as actividades de pesca; 

Potenciais impactos socioeconómicos. 

POTENCIAIS IMPACTOS NA ECOLOGIA MARINHA 

Impactos  do  ruído  subaquático  com  origem  nas  fontes 

sísmicas  na  Fauna Marinha:  Com  base  num  conjunto  de 

estudos a nível  internacional estes  impactos no Plâncton e 

nos  Invertebrados marinhos são classificados como MUITO 

REDUZIDOS  e  INSIGNIFICANTES, não  existindo  actualmente 

medidas de mitigação a aplicar. Nos Peixes os  impactos do 

ruído com origem nas fontes sísmicas são classificados como 

MUITO  REDUZIDOS  passando  a  INSIGNIFICANTES  após  a 

aplicação  das  medidas  de  mitigação  propostas.  Estes 

impactos  nas  Tartarugas  são  classificados  com  uma 

significância MÉDIA passando a REDUZIDA após a aplicação 

dos procedimentos de mitigação aplicáveis à Megafauna. 

Impactos  nos Mamíferos Marinhos  do  ruído  subaquático 

com  origem  nas  fontes  sísmicas: Os  efeitos  fisiológicos  e 

comportamentais destes impactos não são expectáveis para 

os Dugongos e  são  classificados  como MÉDIOS passando  a 

REDUZIDOS  após  a  aplicação  dos  procedimentos  de 

mitigação  para  os  Cetáceos. Os  impactos  na  Comunicação 

são  considerados REDUZIDOS  antes e  após  a  aplicação das 

medidas de minimização. 

Impactos nos Mamíferos Marinhos devido ao choque com 

embarcações: os cetáceos, estes impactos são considerados 

REDUZIDOS  e  mantêm  a  mesma  classificação  após  a 

aplicação das medidas de minimização. 

Impactos  sobre  a  pesca  que  implicam  a  deslocação  da 

actividade:  A  pesca  artesanal  não  é  afectada  pelas 

actividades de pesquisa  sísmica. Na pesca  semi‐industrial e 

industrial, assim como na pesca desportiva e recreativa estes 

impactos  são  INSIGNIFICATES  antes e  após  a  aplicação das 

medidas  de  minimização.  A  nível  da  pesca  à  linha  os 

impactos  são  INSIGNIFICATES  antes e  após  a  aplicação das 

medidas de minimização. 

POTENCIAIS IMPACTOS NAS PESCAS 

Impactos  sobre  a  pesca  que  implicam  uma  redução  das 

capturas  e/ou  uma  deslocalização  das  actividades  :  Na 

pesca  artesanal  estes  impactos  não  são  expectáveis.  Na 

pesca  semi‐industrial  e  industrial,  são  classificados  como 

INSIGNIFICANTES  antes  e  após  a  aplicação  de medidas  de 

minimização. 

POTENCIAIS IMPACTOS NAS SÓCIO‐ECONÓMICOS 

Impactos socioeconómicos pela perda de  rendimentos: Os 

pescadores artesanais e os pescadores semi industriais não 

serão  afectados  por  este  impacto.  Para  os  pescadores 

industriais,  estes  impactos  têm  uma  significância  MUITO 

REDUZIDA  antes  e  após  a  aplicação  das  medidas  de 

minimização.  Na  pesca  desportiva  e  recreativa  estes 

impactos  são  classificados  como MUITO REDUZIDOS  sem  a 

necessidade de aplicação de medidas de minimização. 

Impactos  socioeconómicos  pelo  aumento  do  risco  para 

mergulhadores  desportivos  e  pescadores:  Estes  impactos 

têm uma significância MÉDIA que passa a REDUZIDA com a 

aplicação das medidas de minimização.  

RESUMO DOS PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS CUMULATIVOS 

Não são conhecidos efeitos ambientais históricos ou actuais 

documentados, mensuráveis,  cumulativos,  ou  físicos  sobre 

qualquer organismo marinho que possam  ser  atribuídos  a, 

ou em parte, uma fonte de energia sísmica em operação na 

região da pesquisa.  

Assim,  quaisquer  impactos  cumulativos  de  uma  fonte  de 

energia na pesquisa  sísmica  teriam que  ser medidos  como 

impactos comportamentais causadas por exposição repetida 

à fonte de energia em conjunto com outras fontes de ruído. 

Dentro  da  área  de  estudo  pode  existir  diferentes  fontes 

produzindo  ruídos  enquanto  quando  a  fonte  de  energia 

sísmica está activa. A pesca comercial ocorre dentro da área 

de pesquisa proposta.  

Concomitante  com  a  actividade  da  pesca  há  o  transporte 

nacional  e  internacional.  O  ruído  combinado  das  hélices 

destes navios pode tornar o mar um lugar muito barulhento, 

especialmente  próximo  de  zonas  de  pesca  e  portos 

comerciais 

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Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique na Área do Delta do Zambeze

 Resumo Não Técnico ‐ Fase de EIA 

12 

 

 Sons no oceano 

. Uma vez que a pesquisa sísmica proposta não se irá realizar 

em áreas de grande actividade de transporte comercial por 

um período prolongado de  tempo, não é de esperar que a 

embarcação  de  levantamento  sísmico,  com  o  associado 

ruído da sua hélice, vá contribuir de forma significativa para 

o ruído global do tráfego de navios nacionais/internacionais 

na região.  

9 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL 

Dado que o EIA se baseia em previsões antes da realização da  actividade,  o  mesmo  parte  do  pressuposto  de  que  o projecto  executará  as  medidas  de  controlo  e  mitigação propostas.  Se  essas  medidas  não  forem  implementadas, então a utilidade do EIA enquanto ferramenta para as partes interessadas e decisores externos é comprometida.  

Assim  sendo, é  crucial que estes pressupostos, as medidas de  mitigação,  constituam  compromissos  que  serão implementados. Deste modo, é fundamental garantir que as medidas  propostas,  em  resultado  da  avaliação  dos potenciais impactos e conforme descritas no relatório de EIA e  acordadas  com  o  Proponente,  sejam  integradas  no projecto e posteriormente  implementadas. O PGA assegura esta função de integração das medidas no Projecto. 

Assim,  o  Relatório  do  EIA  inclui  um  PGA  que  integra  as medidas  de  mitigação  e  monitorização  dos  impactos ambientais identificadas no EIA, num conjunto de planos de contingência  sistematizados,  bem  como  um  conjunto  de procedimentos operacionais baseados nas melhores práticas internacionais e que pretendem minimizar o risco de danos e  perturbação  dos  mamíferos  marinhos,  estes  planos  e procedimentos são listados abaixo: 

Plano de Gestão de Resíduos,  Emissões  e Descargas:  Este Plano descreve o enquadramento legal e detalha as acções a implementar  para  uma  adequada  gestão  dos  resíduos, emissões e descargas produzidos na embarcação. 

Procedimento  de Disparo  Suave  dos  Canhões  de Ar:  Este procedimento  descreve  o  método  usado  para  aumentar progressivamente  a  saída  acústica da matriz de origem no início de cada linha sísmica, a fim de minimizar o prejuízo e a perturbação  para  a  fauna marinha  e  para  cumprir  com  as directrizes  e  regulamentos  regionais  e  internacionais.  Esta medida de atenuação é baseada num princípio de precaução que aumentando  lentamente a energia acústica  libertada, é dado  tempo  suficiente  para  que,  mesmo  em  movimento relativamente lento a fauna marinha se afaste da vizinhança da fonte de som.  

Procedimento  de  Registo  de  Mamíferos  Marinhos:  Este procedimento descreve o método a ser usado para registar observações  de  mamíferos  e  mega  fauna  marinha  (inclui tartarugas e  tubarões). Esta é uma exigência  regulamentar, mas  também  serve  a  um  meio  valioso  para  aumentar  o conhecimento  sobre  a  distribuição  e  abundância  da  fauna em  áreas muitas  vezes  não  cobertas  por  outros meios  de pesquisa. 

Procedimento de Mitigação  relativo a Aves Marinha: Este procedimento  descre  as  medidas  a  adoptar  em  caso  de colisão  de  aves marinhas  com  a  embarcação  de  pesquisa sísmica. 

Medidas  de  Gestão  Ambiental:  Listagem  das medidas  de gestão ambiental com referência aos impactos identificados e categorização das acções de gestão de acordo com a fase em  que  serão  implementadas  e  responsáveis  pela  sua implementação.  São  identificados  os  requisitos  específicos de monitorização,  indicadores de desempenho e frequência para todas as acções propostas. 

Plano de Comunicação: teve  como objectivo  garantir uma comunicação  eficaz  entre  a  Spectrum,  pescadores  semi‐industriais  e  industriais,  operadores  turísticos  e  outros utilizadores  do  mar  /partes  interessadas  incluindo  as autoridades  provinciais,  distritais  e  locais,  de  modo  a minimizar  os  efeitos  da  pesquisa  sísmica  sobre  os operadores  marítimos  que  actuam  na  área  da  pesquisa sísmica. 

Plano  de  Acção  de  Emergência:  Protocolos  de  resposta  à emergência  que  serão  implementados  para  fazer  face  a qualquer  incidente  grave  de  uma  forma  segura,  rápida, efectiva e eficiente. As potenciais situações de risco poderão estar especificamente relacionadas com a contaminação da água do mar, devido  a descargas para o mar ou derrames acidentais de hidrocarbonetos, com riscos de contaminação em  terra,  riscos  relacionados  com  a  segurança  e  riscos  de incêndio. 

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Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique na Área do Delta do Zambeze

 Resumo Não Técnico ‐ Fase de EIA 

13 

Plano de Segurança das embarcações: Inclui e detalha todas as  recomendações  de  segurança  descritas  bem  como protocolos de  resposta adequados a  todas as condições de emergência  previsíveis,  incluindo  situações  de  condições climáticas  extremas  (ciclones  e  tempestades)  e  risco  de incidentes de pirataria. 

Plano de Consciencialização e Prevenção de HIV: Este plano estabelece  as  medidas  a  implementar  de  modo  a consciencializar  os  trabalhadores  para  a  necessidade  de combate e prevenção do HIV e de outra doenças infecciosas. 

Plano  de  Educação  e  Sensibilização  em  Ambiente  e Segurança Ambiental: Descreve  como  o  pessoal  afecto  ao Projecto  será  sensibilizado para  as medidas e  controlos de gestão ambiental e social que terão de implementar. 

10 CONSULTA PÚBLICA 

O EIA em versão preliminar foi disponibilizado para revisão a 

qualquer  pessoa  ou  organização  que  estivesse  interessada 

ou que fosse afectada pelo Projecto.  

O  Projecto  da  Spectrum,  de  acordo  com  a  legislação  em 

vigor,  terá dois momentos de Consulta Pública: na  fase de 

EPDA,  que  ocorreu  em  Setembro  de  2015  na  cidade  de 

Quelimane, Beira e Maputo e, em  fase de EIA, em Abril de 

2016.  Em  ambas  as  fases  os  relatórios  preliminares 

estiveram disponíveis para consulta em diversos  locais e na 

página da internet da Consultec. 

Nas  reuniões públicas o projecto  e  avaliação  ambiental do 

mesmo são discutidos de modo a que todas as PI&A’s sejam 

informadas sobre as actividades que se pretendem realizar, 

qual  a  previsão  das  respectivas  consequências  dessas 

actividades  e  é  assegurada  a  oportunidade  a  todos  que  o 

quisessem  de  expor  as  suas  opiniões,  preocupações  e 

expectativas relativamente ao apresentado.  

11 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 

O  ambiente  marinho  na  área  em  estudo  apresenta  uma 

biodiversidade  excepcional,  que  se  encontra  concentrada 

em  áreas  de  elevada  produtividade,  resultante  do 

significativo  contributo  em  nutrientes  proporcionados  pelo 

rio  Zambeze  e  pela  extensa  plataforma  continental  com 

profundidades inferiores a 200m – Banco de Sofala.  

As actividades de aquisição sísmica irão cobrir uma área em 

águas profundas, e os  impactos destas  actividades  sobre a 

biodiversidade não serão uniformes ao longo da extensão da 

área do projecto.  

As  actividades  de  aquisição  sísmica  são  temporárias  por 

natureza, dado que os navios sísmicos estarão em constante 

movimento  e  a  sua  presença  numa  determinada  área 

específica, bem como os  impactos daí decorrentes, será de 

curta  duração.  As  actividades  planeadas  serão  executadas 

em  diferentes  zonas  na  área  delimitada,  ao  longo  de  um 

período que pode ir até 6 meses. 

Muitos  dos  impactos  potenciais  no  ambiente  receptor 

decorrentes  da  aquisição  sísmica  podem  ser  mitigados 

através  da  implementação  de  medidas  de  mitigação  já 

estabelecidas e  rotineiramente utilizadas para este  tipo de 

actividade  a  nível  global.  No  que  concerne  aos  restantes 

impactos, avaliados no relatório de EIA, foram  identificados 

vários  impactos para os quais  a  significância  residual  (pós‐

mitigação)  permanece média  ou  reduzida.  Estes  impactos 

estão associados com impactos potenciais na fauna marinha 

(sendo  os  mais  relevantes  relacionados  com  o  efeito 

fisiológico e comportamental do ruído sísmico nos cetáceos) 

e com potenciais impactos socioeconómicos. 

A  área  de  pesquisa  localiza‐se  essencialmente  nas  águas 

profundas,  que  são  em  geral  menos  sensíveis  a  estas 

actividades do que o ambiente costeiro de águas mais rasas. 

De modo a mitigar os  impactos esperados,  foram definidas 

várias medidas  de mitigação  e  gestão,  que  se  encontram 

sistematizadas  no  PGA,  forma  definidos  igualmente  um 

conjunto de Planos de Gestão e Procedimentos de modo a 

assegurar que os  impactos são reduzidos a níveis aceitáveis 

não  comprometendo  a  riqueza  existente,  aumentando  ao 

máximo  possível  a  sustentabilidade  ambiental  e  social  do 

planeamento  e  implementação  das  pesquisas  sísmicas 

propostas.  

O  EIA  em  versão  final  será  finalizado  à  luz  de  todos  os 

comentários recebidos e é será submetido ao Governo para 

tomada de decisão.  

Para qualquer clarificação ou comentário, entre em contacto 

connosco: 

Consultec, Consultores Associados Lda. 

Telefone 21 491 555Fax 21 491 578Email: Susana Paisana ‐ [email protected] 

 www.consultec.co.mz