abraão de almeida - babilônia, ontem e hoje

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  • Abrao de Almeida (Da Academia Evanglica de Letras)

  • minha esposa Lcia e aos meus

    filhos Elaine, Elase, lida e Jnior,

    dedico este trabalho.

  • NDICE

    Prefcio ................................................................... 6

    Apresentao .......................................................... 8

    Introduo ............................................................... 9

    1. A Origem do paganismo ................................... 13

    2. Ninrode, Semramis e Tammuz ...................... 19

    3. Algumas doutrinas pags ................................ 26

    4. No rastro de Babilnia ..................................... 32

    5. Prgamo e o trono de Satans ......................... 41

    6. Deuses, semideuses e santos ........................... 47

    7. A pscoa e outras ofertas .................. ............. 53

    8. Mitos e relquias .............................................. 64

    9. Culto a Maria ................................................... 73

    10. Uma afronta f crist .................................... 83

    11. Inovaes e Reforma ......................................... 90

    12. Papa no infalvel .......................................... 97

    13. A ameaa ecumnica ........................................ 112

  • Todos os Direitos Reservados. Copyright 1979 para a lngua

    portuguesa da Casa Publicadora das Assemblias de Deus.

    CIP-Brasil. Catalogao-na-fonte.

    Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

    Cdigo para Pedidos: CV-401

    Casa Publicadora das Assemblias de Deus

    Caixa Postal, 331

    20001 Rio de Janeiro, RJ, Brasil

    5.000/1979

    5.000/1980 - 2* Edio

    5.000/1982 - 3* Edio

    5.000/1984 - 4' Edio

    Almeida, Abrao Pereira de, 1939-

    Babilnia, ontem e hoje / Abrao Pereira de Al- A444b meida ; prefcio de Antonio Gilberto. - Rio de Ja-

    neiro : Casa Publicadora das Assemblias de Deus, 1982. 1. Civilizao Assrio - Babilnica - Histria 2. Civilizao Assrio -Babilnica-Religio I. T- tulo. CDD - 935 296.125

    82-0046 CDU - 935 2(354)

  • PREFCIO Em muito boa hora brinda-nos o escritor Abrao

    de Almeida com o livro que o leitor tem em mos. Em

    boa hora, dizemos, porque a cristandade do presente

    momento defronta-se com influncias as mais sutis,

    de ordem religiosa e filosfica, que corrompem a f

    genuinamente evanglica. Todos os que primam pela

    ortodoxia evanglica encontraro no presente livro

    valiosos subsdios.

    Ante o liberalismo teolgico que ora caracteriza

    certos segmentos da Igreja, a exposio dos fatos do

    culto pago babilnico e sua absoro pelo

    Romansmo em seus primrdios e at hoje

    perpetuados, o presente livro enseja um exame da

    situao de ento e a atual, no que concerne

    ao culto genuinamente cristo.

    Li com muita avidez o livro em considerao,

    visando atender a honrosa solicitao do autor para

    que eu emitisse o meu humilde parecer. Bebi com

    sofreguido sua rica matria exposta com tanta

    propriedade. O livro altamente oportuno e

    proveitoso no presente momento, quando necessrio

    se torna lanar um olhar retrospectivo para a

    origem de certas prticas religiosas hoje em

    evidncia em certas alas da cristandade, prticas

    essas originadas no paganismo oriental.

    O autor, profundo pesquisador que , perlustrou

    fontes histricas seguras, e com a devida destreza,

    no ataca nem defende. Apenas expe os fatos guisa

    de preveno para quem desconhece os mesmos, ou

    para quem quer apenas refrescar a memria. De

    modo concatenado e lgico ele faz desfilar perante o

    leitor as prticas e costumes pagos, que de modo

    solerte e descabi do passaram a ocupar um lugar nas

    comemoraes e festas crists, como Natal, Ano Novo,

    Pscoa, etc.

  • Hoje, medida que se propaga o ecumenismo,

    mais se aplaina o caminho para que tais prticas

    sejam reiniciadas, reencenadas e perpetuadas na

    Igreja de Deus. O ecumenismo que hoje se apregoa,

    nada tem a ver com o que Jesus preconizou em Joo

    17.21.

    Agradeo ao conceituado autor do livro a honra a

    mim concedida de pronunciar-me sobre o mesmo,

    numa hora em que o ecumenismo religioso, qual

    sequela do paganismo babilnico, procura

    insidiosamente introduzir na Igreja ritos msticos

    para conspurcar sua pureza doutrinria.

    Parabenizo o pblico ledor que por certo acolher

    agradecido a feliz iniciativa do escritor Abrao de

    Almeida, assim como acolheu a sua obra anterior:

    ISRAEL, GOGUE E O ANTICRISTO.

    Antnio Gilberto

    Diretor do Dep. de Escola Dominical da

    Casa Publicadora das Assembleias de Deus

  • APRESENTAO

    A boa acolhida ao nosso artigo Roma Cristianizou

    Dogmas Babilnicos, publicado em diversos peridicos

    evanglicos (Brasil e Portugal), e a excelente aceitao da

    apostila sobre o mesmo assunto animou-nos a ampliar o

    trabalho para publicao em livro. O tema, embora j

    largamente explorado por escritores de vrias pocas,

    poder ir de encontro a costumes arraigados at mesmo no

    seio de algumas comunidades protestantes e ser por elas

    rejeitado. No importa. Nosso objetivo prevenir do perigo

    babilnico, hoje mais ameaador por apresentar-se sob os

    disfarces da cooperao crist, do modernismo cristo, do

    evangelho social e do ecumenismo e sincretismo religiosos.

    Por detrs destes modernos movimentos est o prprio pai

    da mentira, usando os mesmos expedientes com que

    substituiu por pagos, a partir do incio do quarto sculo,

    os fundamentos bblicos de grande parte da cristandade,

    restando-lhe, de crist, apenas o rtulo.

    Esperamos, com este trabalho, levar o leitor a

    considerar mais seriamente as advertncias de Jesus,

    atualssimas em nossos dias: Sai dela (de Babilnia) povo

    meu, para que no sejas participante dos seus pecados, e

    para que no incorras nas suas pragas. Quem tem

    ouvidos, oua o que o Esprito

    diz s igrejas. (Ap 18.4; 2.29). Abrao de Almeida

  • INTRODUO:

    AS DUAS BABILNIAS

    O assunto tratado neste trabalho foi submetido ao

    julgamento de milhares de leitores atravs de

    diversos artigos publicados no Brasil (Mensageiro da

    Paz, A Seara, O Obreiro, Jornal Palavra da Vida) e

    em Portugal (Novas de Alegria). As inmeras

    manifestaes por mim recebidas ao longo dos

    ltimos trs anos recomendavam a publicao em

    livro de tais trabalhos. Uma delas dizia: Este artigo

    excelente, principalmente na poca em que estamos

    vivendo, quando muitos dizem que somos iguais e que

    temos a mesma f no mesmo Deus. Este nmero... ser

    passado de mo em mo. O leitor fazia referncia

    aos ecumenistas modernos, cegos aos abismos que

    separam os cristos verdadeiros dos falsos, conforme

    demonstrado em meu trabalho Roma Cristianizou

    Dogmas Babilnicos (Jornal Palavra da Vida, n" 57,

    1977).

    Neste breve prefcio convm salientar que a

    Bblia fala de duas Babilnias: a cidade

    propriamente dita, capital da Caldia, e a Babilnia

    espiritual, smbolo da confuso religiosa dos ltimos

    tempos.

    A primeira, que alcanou sua maior glria com

    Nabucodonosor, comeou a decompor-se a partir de

    522 a. C., quando, aproveitando-se de uma crise

    sucessria em Perspolis, a populao se levantou

    contra o governo de Dario I. O filho deste Xerxes,

    obrigado, mais tarde, a sufocar revolta semelhante,

    usou de extrema brutalidade, ordenando inclusive a

    destruio da esttua de Marduk, o deus principal

    dos caldeus. Em 331 a.C,., Alexandre, depois de

    conquistar a cidade, quis instalar nela a sede de seu

  • imprio, mas em 323 a.C., de volta da ndia, faleceu

    repentinamente no palcio de Nabucodonosor, e com

    ele se findaram as esperanas de Babilnia reerguer-

    se. Seleuco, a cujos domnios ficou pertencendo a

    cidade, preferiu construir uma nova capital para seu

    reino, Selucia, abandonando assim o ornamento

    dos reinos sua trgica sorte, at o cumprimento da

    profecia: nunca jamais ser habitada, ningum

    morar nela de gerao em gerao, Is 13.20.

    Mas apesar desta sentena bblica, em janeiro de

    1975 dois jornais paulistas noticiaram a

    reconstruo de Babilnia: sero reconstrudos os

    Jardins Suspensos, a Torre de Babel, o Templo de

    Baal (Bel), a Porta de Istar (Astarte ou Astarote) e

    outros monumentos. O projeto j est pronto e foi

    elaborado pelo Instituto talo-Iraquiano de Bagd.

    Uma verba inicial de 50 milhes de dlares j foi

    destinada ao projeto. As obras de construo

    comearo em outubro (1975). O levantamento do

    local foi feito com raios laser, para que tudo seja feito

    com exatido e perfeio. Os tijolos da reconstruo

    sero revestidos com um material especial, contra a

    eroso, decomposio e os estragos dos ventos. A

    reconstruo cobre uma rea de 50 quilmetros

    quadrados. O projeto vai seguir rigorosamente a

    arquitetura da poca, e o ambiente em que viviam os

    babilnicos.

    Comentando esta notcia, escreveu Israel Carlos

    Biork (Jornal Palavra da Vida, n 61, 1977): Por que

    a reconstruo da Torre de Babel? o smbolo da

    astrologia, do ocultismo e da rebelio. Por que a

    reconstruo do templo de Baal (Bel)? o smbolo da

    idolatria (Jr 50.2; 51.44). Por que a restaurao da

    Porta de Istar (Astarte ou Astarote)? o smbolo da

    imoralidade e da depravao. Por que a restaurao

    dos Jardins Suspensos? o smbolo do orgulho e da

  • obra humana. Por que o Iraque e a Itlia? Curioso!

    Muito curioso!

    Um pouco antes afirma o mesmo autor: O

    alto crescimento do espiritismo, em suas vrias

    formas, nos dias atuais, demonstra uma volta de

    todas as religies ao babilonismo, e nunca ao

    catolicismo romano. Na verdade, o catolicismo

    romano est-se babilonizando. No Brasil, milhes de

    catlicos so tambm espritas. A religio de

    Babilnia era profunda e essencialmente esprita.

    A Bblia refere-se aos babilnicos como a um

    povo idlatra: porque uma terra de imagens

    de escultura, e eles pelos seus dolos andam

    enfurecidos, Jr 50.38; aficcionados da mgica: em toda

    a sua fora viro sobre ti, por causa da multido das

    tuas feitiarias, por causa da abundncia dos teus

    muitos encantamentos, Is 47.9; profanos e sacrlegos:

    Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer

    os vasos de ouro e de prata que Nabucodonosor, seu

    pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalm,

    e beberam por eles o rei, os seus grandes, suas

    mulheres e concubinas. Beberam o vinho, e deram

    louvores aos deuses de ouro, e de prata, de cobre, de

    ferro, de madeira e de pedra, Dn 5.2-4; inquos:

    Porque confiaste na tua maldade e disseste:

    Ningum me pode ver; a tua sabedoria e a tua

    cincia, isso te fez desviar, e disseste no

    teu corao: Eu sou, e fora de mim no h outra, Is

    47.10.

    A segunda Babilnia, da qual a primeira era

    apenas um tipo, est descrita principalmente no

    captulo 18 de Apocalipse: Caiu, caiu a grande

    Babilnia, e se tornou morada de demnios, e coito de

    todo o esprito imundo, e coito de toda a ave imunda

    e aborrecvel. Porque todas as naes beberam do

    vinho da ira da sua prostituio, e os reis da terra se

  • prostituram com ela; e os mercadores da terra se

    enriqueceram com a abundncia de suas delcias.

    Ao proclamarem a absoluta runa de Babilnia,

    enfatizando que a cidade nunca mais voltaria a

    existir, como de fato at hoje no foi restaurada, as

    profecias bblicas no pram a, mas do a entender

    que a Babilnia mencionada no Apocalipse no a

    nao e nem a cidade conhecidas pelos historiadores,

    tratando-se, destarte, de alguma combinao

    poltica e eclesistica, da qual a Babilnia do Velho

    Testamento apenas um tipo.

    dentro desse ponto de vista que desenvolvi os

    vrios temas desta obra. Recorri, para tanto, aos

    testemunhos de historiadores insuspeitos e de

    renomados pesquisadores das profecias bblicas e

    das origens dos dogmas catlico romanos.

    Alguns captulos, como os que tratam da

    infalibilidade papal e do ecumenismo, mostram que,

    tanto dentro como fora dos arraiais romanistas, h

    muitos que no se deixam enganar pelos ardis

    diablicos, e, ousadamente, denunciam as foras

    paganizadoras que ameaam a f crist.

    Rio, agosto de 1979

    Abrao de Almeida

  • Deixa-te estar com os teus encantamentos, e com a multido das tuas feitiarias em que

    trabalhaste deste a tua mocidade, Is 47.12.

  • Chamada na Bblia de ornamento e glria dos

    caldeus e cidade dourada (1) Babilnia foi edificada no

    vale de Sinar, junto ao rio Eufrates. Ninrode, filho de Cus,

    estabeleceu nela o seu reinado depois de libert-la do poder

    dos elamitas. Este comeou a ser poderoso na terra. E este

    foi poderoso caador diante da face do Senhor, pelo que diz:

    como Ninrode, poderoso caador diante do Senhor. E o

    princpio do seu reino foi Babel...(2). Babel a forma grega

    de Babilnia e significa Porta de Deus, ttulo que se

    apropria por haver influenciado poderosamente o

    desenvolvimento da religio pag no mundo antigo

    durante dezessete sculos. A famosa torre de Babel, cujos

    restos a Arqueologia tem desenterrado nas cercanias da

    cidade propriamente dita, ficou como smbolo da confuso

    religiosa, da rebelio contra Deus e do orgulho humano: e

    faamo-nos um nome. A memria de Ninrode, perpetuada

    na gravura e na escultura, embelezou-se pela lenda que o

    transformou em divindade, a quem as geraes futuras

    dirigiam splicas.()

    Babilnia conheceu duas fases de grande progresso. A

    primeira, cerca de 2.000 anos antes de Cristo, nos dias de

    Abrao, sob o reinado de Hamurabi - o Anrafel da Bblia (4)

    - e o segundo perodo, de 608 at a morte de Alexandre, o

    grande, em 323 A.C., sob Nabucodonozor, Ciro, Dario etc.

    cidade deste ltimo perodo de florescimento aplicam-se

    as palavras de Isaas. Era ento a maior e a mais

    moderna metrpole daquele tempo, ocupando uma

    rea de 576 quilmetros quadrados, com 96 de permetro,

    ou seja, 24 de cada lado. Muitas ruas, de 45 metros de

    largura por 24 km de comprimento, dividiam luxuosos

    quarteires com exuberantes jardins e suntuosas

    residncias, magnficos palcios e gigantescos templos. Um

    destes templos, dedicado a Belo, media cinco quilmetros

    de circunferncia, e um dos palcios reais ocupava uma

    rea superior a 12 quilmetros quadrados.

  • A cidade dourada era rodeada de uma muralha de

    108 metros de altura por 25 de largura, equivalente a uma

    rodovia com seis pistas! Possua uma imagem avaliada

    hoje em mais de 30 milhes de dlares (aproximadamente

    700 milhes de cruzeiros ao cmbio de 1979) e objetos

    diversos dedicados aos dolos calculados em 200 milhes de

    dlares. Oliveira Lima afirma que as construes

    babilnicas, que presentemente so meros montes de ru-

    nas, eram levantadas sobre considerveis aterros

    exigidos pela natureza do solo encharcado e que ao

    mesmo tempo asseguravam melhor defesa e emprestavam

    maior imponncia queles templos e palcios, que assim se

    erguiam treze metros ou mais acima do nvel da plancie,

    por entre aglomeraes, de casas de taipa, numa extenso

    to grande que Babilnia cobria cinco vezes a superfcie de

    Londres.(5)

    O MISTRIO DA INJUSTIA

    Eis a um plido retrato daquela cidade considerada a

    soberba dos caldeus, tanto por sua prpria

    grandiosidade e estratgica posio geogrfica, como pela

    grande fertilidade de seu solo e pela glria de se haver

    iniciado em quase todos os ramos da cincia, de quem

    foram aprendizes e continuadores os gregos.

    A Bblia previa a queda de Babilnia, e embora esta

    parecesse destinada a uma existncia eterna, caiu. O rei da

    Prsia, em 538 A.C., lanando mo de sua eficiente

    engenharia, desviou o curso do Eufrates que passava

    tranquilo sob os magnficos muros e, servindo-se do leito

    desse rio, entrou na cidade enquanto esta se achava

    entregue mais nefanda orgia, na mesma noite em que a

    mo de Deus escreveu na parede e Daniel decifrou o fim de

    Belsazar e seu imprio.

    Em todas as profecias acerca de Babilnia, se pode

    contar mais de uma centena de particularidades.

  • E todas foram rigorosamente cumpridas. Isaas

    previu que Babilnia nunca mais seria habitada e

    que nem o rabe armaria ali a sua tenda. E a Caldia

    servir de presa; todos os que a saquearem

    ficaro fartos... abri os seus celeiros... rica em tesouros...

    (6)

    Nenhuma cidade foi tantas vezes saqueada

    como Babilnia, juntamente com outras regies da

    Caldia. Xerxes, Alexandre, partos e romanos, num

    perodo abrangendo quase uma dezena de sculos, levaram

    de Babilnia e adjacncias, riquezas fabulosas, alm de

    suas prprias expectativas, e at hoje essas runas

    guardam ainda enormes tesouros!

    Foi em Babilnia, aps o dilvio, que a mesma

    atitude de negao de Deus se manifestou,

    particularmente atravs de Ninrode e Semramis. Era o

    mistrio da injustia, referido pelo apstolo Paulo, mais

    uma vez operando desde a expulso de Ado e

    Eva do den. O objetivo era a organizao de uma

    igreja falsa, estruturada dentro de um sistema reli-

    gioso no qual fosse adorada uma falsa trindade.

    Dentro dessa organizao o prprio Satans estava (e est)

    preparando o mundo para a sua manifestao futura,

    quando reinar por um pouco de tempo sob a forma do

    Anticristo. O princpio a glorificao do ser humano,

    divinizador de reis e imperadores, o culto personalidade.

    Somente dentro de tal sistema compreende-se a deificao

    dos csares e dos grandes homens, aos quais se erigiam

    templos e em sua honra se ofereciam sacrifcios e libaes.

    SACRIFCIOS HUMANOS

    Enquanto mantinha amizade e comunho com o

    Criador, o ser humano no conhecia outro deus.

    Mas veio a queda e a separao entre Deus e o homem. E

  • este, longe de Deus e no sabendo como encontr-lo, voltou-

    se para as foras vivas da natureza e divinizou-as. O sexo,

    por ser um meio de reproduo da vida, desempenhou

    importantssimo papel religioso, particularmente em

    Babilnia. A liturgia nada mais era do que a descrio de

    relaes sexuais entre os deuses, mediante as quais,

    segundo os babilnios, todas as coisas vieram existncia.

    Dentro do sistema babilnio, o sol, a lua, os demais

    astros e a chuva recebiam culto. Tambm os fundadores de

    cidades foram por estas divinizados, como Assur, pai dos

    assrios, e Ninrode, de Babilnia. Para que os deuses

    parecessem reais, faziam-lhes imagens que os

    representassem, vindo depois as prprias imagens a serem

    adoradas como deuses. o que registrou Paulo aos

    romanos: E mudaram a glria do Deus incorruptvel em

    semelhana da imagem de homem corruptvel, bem como

    de aves, quadrpedes e rpteis (7). Deste modo o homem

    precipitou-se do monotesmo original num abismo de

    inumerveis cultos idlatras politesticos, alguns deles

    indescritivelmente vis e abominveis, como a prtica

    nefanda de queimar vivos inocentes bebs.

    O Instituto Oriental, escavando em Megido, que fica

    perto de Samaria, encontrou, na camada

    do templo de Acabe, as runas de um templo de Astorete,

    deusa-esposa de Baal. Os templos dos dois

    comumente no eram muito afastados. A poucos

    passos desse templo de Astorete havia um cemitrio, onde

    se acharam muitos jarros contendo despo-

    jos de crianas sacrificadas no dito templo. Vale

    isso como amostra do que era o culto de Baal. Os

    profetas de Baal e de Astorete eram assassinos oficiais de

    criancinhas. Isso esclarece a razo da matana deles por

    Elias, e ajuda-nos a compreender por que Je se mostrou

    impiedoso no extermnio do Baalismo. (8)

  • Todavia, a prtica dos sacrifcios de crianas

    no to remota como poderia parecer primeira

    vista. Os missionrios cristos dos tempos modernos

    depararam-se com tais cenas em muitos pases onde o

    Evangelho de Cristo era desconhecido. Na Polinsia, por

    exemplo, encontraram-se pais que haviam sacrificado

    cinco, sete, dez e at dezenove de seus filhos aos dolos

    pagos. As prprias mes cuidavam do sacrifcio de seus

    filhos recm-nascidos. No ritual diablico os pobres e

    inocentes bebs morriam de muitas maneiras: enterrados

    vivos, afogados com pano molhado ou mediante a

    quebra de todas as articulaes, uma a uma, comeando

    pelos dedos das mos, depois dos ps, em seguida os braos,

    as pernas etc. Se com todas estas torturas no morriam,

    eram ento sufocados. Era uma morte lenta, cheia de

    requintes de uma perversidade inominvel, tendo por

    carrascas as prprias mes, que a isso tudo chamavam de

    um herosmo santo!

    (1) Isaas 13.19; 14.4.

    (2) Gnesis 10.8-10.

    (3) Gnesis 11.4; John D. Davis, Dicionrio da Bblia, Casa

    Publicadora Batista, Rio de Janeiro, 1965, pg. 421.

    (4) Gnesis 14.1.

    (5) Oliveira Lima, HISTRIA DA CIVILIZAO,

    Melhoramentos, So Paulo, 1919, pg. 34.

    (6) Isaas 13.20; Jeremias 50.10,26; 51.13.

    (7) Romanos 1.23.

    (8) H.H.Halley, MANUAL BBLICO, Livraria Editora

    Evanglica, So Lus, MA, 1963, pg. 93.

  • Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam

    a farinha, para fazerem bolos d rainha dos

    cus, Jr 7.18.

  • Um poema babilnico escrito provavelmente no

    oitavo sculo antes de Cristo, mas referindo-se a

    uma poca muito anterior, cujas pranchetas foram

    desenterradas por arquelogos, do uma idia da

    origem e evoluo da religio pag. Segundo o documento,

    no princpio existia um caos aquoso, de

    onde surgiram os deuses, representando a ordem

    que dimana do caos. Um desentendimento entre

    esses deuses leva Marduque, deus babilnico por

    excelncia, a consentir em travar batalha, com a

    condio de ser elevado acima de todos os outros.

    Ele se arma para a luta, colocando um relmpago

    sobre a face e vestindo-se de uma chama ardente.

    Tece uma rede para com ela aprisionar o monstro

    Tiamat, e toma os quatro ventos para que nada lhe

    escape. Transportado por um furaco, aproxima-se

    de Tiamat, lana-lhe uma tempestade e depois atravessa o

    com uma lana. Com a metade do corpo do

    monstro Marduque cobre o cu e, para l manter as

    guas aprisionadas, coloca um ferrolho e um guarda. Seria

    este o firmamento das guas superiores. Em seguida coloca

    no cu as estrelas, os planetas, a lua e o sol. E com a outra

    metade do corpo de Tiamat forma a terra, que recobre o

    mundo subterrneo. Finalmente, o vitorioso deus

    babilnico forma os homens com sangue, talvez mesmo com

    o seu prprio sangue.

    A finalidade precpua desse poema, que hoje soa

    de maneira to primria e tola aos nossos ouvidos,

    colocar Marduque acima de todas as outras divindades,

    criando assim a Hegemonia universal em

    proveito de Babilnia. E de fato esse falso deus recebeu um

    culto especial em todo o mundo antigo, na qualidade de

    dono e senhor, como alis o significado do seu nome

    mais popular: Baal. Vrios autores de obras de

    demonografia designaram-no como potncia infernal e

    general-chefe das hostes malignas. Babilnios e Caldeus o

  • adoraram como deus supremo e a ele chegaram a oferecer

    sacrifcios humanos, particularmente de crianas.

    Frequentemente os seus adoradores da sia faziam dele

    representao mtica do sol. Era tambm considerado como

    o deus fertilizador da terra por meio de suas

    fontes e possua imagens em cada regio cultivada.

    A ele pagavam-se tributo, como dono divino. Em

    Israel, o Baal introduzido por Acabe, nos dias do profeta

    Elias, foi o Melkart, da cidade fencia de Tiro.

    Marduque, Melkart, Kemosh (deus de Moabe) seriam

    apenas algumas das vrias representaes

    pags de Ninrode. Afirma-se que o centauro, deus

    grego - um cavalo com uma cabea de homem e com

    uma arca na mo - era adorado em memria de Ninrode,

    que foi o primeiro caador e o primeiro homem

    a usar o cavalo para a caa e a guerra. O famoso rei

    de Babilnia, segundo a religio desta mpia cidade, casou-

    se com Semramis, a mesma As tarte, Astorete, sis, Isthar,

    Afrodite, Vnus, Diana etc.(1) A imagem desta ltima, em

    feso, com sua coroa de torres na cabea, representava a

    mesma mulher e era adorada como a deusa da fortificao,

    por ter sido ela a primeira a fortificar Babilnia com muros

    e torres.

    Astarte a Isthar de Babilnia, a deusa da estrela

    matutina, a Vnus da guerra e do amor. Deusa do amor,

    Astarte patrocinava a volpia e a fecundidade. Foi dotada

    de uma personalidade to rica que muitas outras deusas

    acabaram fundindo-se nela, de tal modo que pode a Bblia

    falar de Astartes no plural para designar todas as

    divindades femininas locais. Contudo, a Escritura no

    desconhece que Astarte foi a deusa-tipo, a rainha do cu,

    exercendo em todos os tempos seu poder sedutor

    sobre o temperamento feminino. (2) Na Bblia, ela citada

    em diversas passagens. (3)

    No governo de Dario, a Prsia possua Ahura - Mazda como

    a divindade suprema, em honra da qual construram-se

  • grandes templos, o que no impedia que existissem vrios

    outros deuses, como o famigerado Baal, que estava sempre

    a reclamar sacrifcios humanos, o deus Tammuz, a deusa

    Ishtar, Asthorat ou Astarte - deusa da lua, cuja imagem

    era ornamentada diariamente com joias e vestidos novos,

    sempre brancos e transparentes. A deusa possua uma

    corte de virgens, que, entretanto, segundo os melhores

    autores, eram muito pouco virgens... No templo da deusa

    realizavam-se festins orgacos em que os sentidos eram

    satisfeitos das formas mais estranhas. Na verdade, os

    templos dos deuses persas, especialmente em Babilnia,

    foram autnticos prostbulos. (4)

    Mais adiante o mesmo autor afirma: Mas Dario no

    pde impedir que os persas continuassem os costumes de

    Babilnia, principalmente os costumes dissolutos da Babel

    da Bblia, que contaminava quantos com ela se

    relacionavam, que contaminava os seus vencedores, como

    os persas... E cita o historiador Otto Neubert: Os

    costumes depravados de Babilnia no encontraram

    iguais, no se tornaram tradicionais em nenhum outro

    povo. Falando dos Fencios - ancestrais dos atuais

    libaneses - registrou Srgio D. T. Macedo na obra referida:

    Todavia, povo to adiantado e to viajado, que realizou

    verdadeira permuta ou intercmbio de culturas e

    conhecimentos, deu-se mais desenfreada idolatria. Um

    dos seus mais curiosos deuses era Molock, feroz,

    sanguinrio, que exigia pesados sacrifcios, inclusive de

    seres humanos, especialmente crianas. Sabe-se que, certa

    feita, cem meninos foram imolados a Molock que nem por

    isso se mostrou mais indulgente para com os fencios, que

    acabaram destrudos. Tambm a babilnica deusa Isthar,

    que presidia fecundidade, foi adotada por esse povo que

    preparava os seus mortos para a eternidade, tal qual os

    egpcios, pois escavaes realizadas em Gebal, em 1923,

    revelaram belos sarcfagos e algumas mmias.

    Parece incrvel, mas o strip-tease moderno tem sua

  • origem diretamente em Babilnia, cujo culto principal

    deusa era uma magia ertica, de carter emprico, pardia

    de um rito babilnico: a deusa Istar se despindo. Esse rito

    desenvolveu-se sob a forma de um strip-tease, em certos

    templos da Babilnia, mas com um valor sacro:

    representava a visita da deusa aos infernos. medida que

    descia os crculos desse, ia despindo suas vestes. Este rito

    danado simbolizava o amor, liberto gradativamente de

    suas aparncias (amor falso, amor narcisista) e seus

    artifcios, para explodir no ser total, nu e puro... Muitas

    destas sacerdotisas chegam ao espasmo, durante a

    cerimnia. Estes espasmos que explodem no fludo ertico

    localizam-se em diversos pontos do corpo... (5)

    TAMMUZ O DEUS QUE MORRE E RESSUSCITA

    Da unio Ninrode-Semramis, nasceu Tammuz, mas

    com um detalhe significativo: a deusa permanecera

    virgem. Aqui est, talvez, a primeira tentativa satnica

    de dar um falso cumprimento profecia bblica relativa ao

    nascimento de Jesus de uma virgem. (6), anunciada uns

    setecentos anos antes de Cristo. Na Bblia do padre Mattos

    Soares, traduzida da Vulgata Latina, registrou-se a verso

    grega de Tammuz, que Adonis.

    Tammuz o tipo do deus que morre e ressuscita,

    personificando as foras vivas da natureza. Morre com os

    calores estivais e ressuscita com a primavera. Era

    conhecido em Sumer, segundo alguns, cerca de trs mil

    anos antes de Cristo, mas consta, todavia, como filho do

    casal fundador de Babilnia, logo aps o dilvio. Penetrou

    posteriormente em outras naes e at mesmo no recinto

    do templo em Jerusalm: E levou-me entrada da

    porta do templo, que se acha no lado do setentrio,

    e eis a as mulheres sentadas, chorando a Tammuz.

    Ele me disse: Viste, filho do homem? Vers abominaes

    ainda maiores do que essas. E levou-me ao trio interior

    da casa do Senhor, e eis que entrada do santurio do

  • Senhor, entre o vestbulo e o altar, achavam-se uns vinte e

    cinco vares, com as costas voltadas para o santurio do

    Senhor, e o rosto voltado para o oriente, os quais se

    prostravam para o oriente. E disse-me: Viste, filho do

    homem? Porventura ser coisa de somenos para a casa de

    Jud perpetrar as abominaes que so cometidas neste

    lugar, que encheram o pas de violncias e voltaram

    a irritar-me? Eis que levam o pmpano no nariz!

    Pois tambm eu agirei com furor! No se compadecero os

    meus olhos, nem me condoerei; estrondear-me-o de novo

    os ouvidos com fortes gritos, mas no os escutarei.(7)

    Comentando este texto, o pontifcio Instituto

    Bblico de Roma afirma: Parece que os vinte e cinco eram

    representantes das vinte e quatro classes sacerdotais,

    juntando-se o sumo sacerdote, ainda que o carter

    sacerdotal deles no seja expressamente indicado. Aqueles

    que deviam honrar o nico Senhor, do-lhe as costas no

    santurio para se voltarem para o oriente a fim de adorar

    o sol, uma das divindades principais dos babilnios. Fora

    restaurado o seu culto abolido por Josias (cf. 2 Rs 23.11)...

    Levam o pmpano no nariz: traduo comum, ainda

    incerta, segundo a qual o texto aludiria ao rito usado no

    culto solar dos persas, de levar diante da boca um pequeno

    molho de ervas sagradas para no contaminar com a

    impureza do hlito a atmosfera do sol nascente. Com mais

    probabilidade, uma aluso ao rito de levar ao nariz uma

    raiz desconhecida, smbolo de vida, como para lhe

    aspirar a virtude mgica, rito expresso na literatura

    e nos monumentos do antigo Oriente. Observe-se que

    Ezequiel descreve como representados em Jerusalm no

    s os cultos assiro-babilnicos, mas tambm os cultos dos

    povos mais disparatados e mais distantes.

    (1) Gnesis 10.7,8

  • (2) Jeam-Jacques Von Allmen, Vocabulrio Bblico, ASTE,

    So Paulo, pg. 73.

    (3) Isaas 47; Juizes 2.13; 10.6; I Samuel 7.3,4; 12.10; 31:10;

    II Reis 23.13

    (4) Srgio D. T. Macedo, A Histria do Mundo,

    pg. 41.

    (5) Dicionrio do Fantstico, PLANETA ESPECIAL;

    Editora Trs, pg. 107.

    (6) Isaas 7.14.

    (7) Ezequiel 8.14-18.

  • E levou-me entrada da porta da casa do Senhor, que est da banda do norte, e eis que

    estavam ali mulheres assentadas, chorando por

    Tammuz, Ez 8.14

  • Semramis, esposa de Ninrode, era filha da deusa-peixe

    Derceto e de um jovem srio. Aps o trgico assassinato de

    seu marido, a virgem Semramis deu luz Tammuz, em

    quem, segundo ela, seu esposo havia reencarnado. Desses

    ensinamentos procede o culto da virgem-me e do

    menino-deus. Semramis proclamou que o marido era

    divino e que ela era a esposa de Deus, a rainha do cu

    e que, sendo o seu filho estimado o prprio pai

    reencarnado, era ela a me de Deus! E mais: disse que

    seu filho Tammuz foi destinado a ser o libertador

    da Humanidade do jugo tirnico do Criador.

    A arqueologia moderna descobriu nas runas de

    Babilnia as mais antigas imagens do culto pago,

    algumas delas de dois mil anos antes de Cristo: a

    me com um menino ao regao. No Tibet e na China ainda

    hoje se encontram imagens a dolos representando a me

    e o filho, que eram adorados sculos antes da era

    crist. Estas imagens tm uma perfeita semelhana com

    as adoradas na Igreja Romana. Os antepassados romanos

    adoraram, entre outros deuses, a virgem e o filho na forma

    de Vnus e Cupido.

    Nas notas de sua traduo da Bblia Sagrada, Sbado

    Dinotos v em Tamar (1) a origem de Semramis. Ele

    afirma que Smele (Tamar, no hebraico) declina de Meri,

    que amora ou tamarindo, raiz do grego Muriki. Este

    nome era Tomyris para os Massagetas, e para os assrios

    Semramis.

    A lenda tebana fazia-a me de Baco, quando, em

    realidade, foi amante e nora. Era, outrossim, chamada a

    Me Terra pelos povos do Turquesto russo... Num relevo

    de Ara Pacis ela aparece com seus dois gmeos ao colo, que

    foram Perseu e Orion. (2) Em artigo assinado numa

    importante revista portuguesa, E. W. Moser afirma que o

    jejum anual e as festas inauguradas pelos fundadores de

    Babilnia foram os seguintes: Quaresma, Pscoa, Natal

  • etc. Estas estaes do ano eram observadas sculos antes

    de Cristo, embora sob outros nomes e foram mais tarde

    adotadas pela Igreja Romana, depois pelas igrejas

    protestantes. O Natal era celebrado em honra do

    nascimento do filho de Semramis e muitos dos costumes

    praticados por ns neste dia seguem em linha direta aos

    dias de Babilnia. Pscoa (em ingls: Easter), era uma

    festa em honra da deusa Isthar; a sexta-feira da paixo,

    era o dia de lamentao e choro pela morte do filho,

    que diziam ter sido martirizado. Foram os mesmos

    idlatras que choraram por Tammuz, uma das

    grandes abominaes cometidas pelas mulheres judaicas

    nos dias de Ezequiel. O dia da nossa senhora, em 25 de

    maro, era celebrado em honra do nas cimento de

    Semramis, e o dia 8 de setembro em

    memria da sua assuno. Todo o sistema religioso

    do nosso tempo, bem como a religio do Tibet so

    praticamente o mesmo como o antigo sistema babilnico. O

    sacerdcio, o celibato, a vestimenta dos

    frades e freiras, os mosteiros e conventos, a confisso

    auricular, a missa, o purgatrio, tudo foi institudo em

    Babilnia por essa mulher.

    O povo comum de Babilnia era feito membro

    desta igreja prostituda e admitido como herdeiro

    do cu pelo batismo na sua infncia, e essa falsa

    doutrina acerca do novo nascimento por intermdio

    do batismo passou depois s igrejas chamadas crists, mas

    apstatas. Mais tarde, e pela confirmao,

    essas crianas eram iniciadas nos mistrios da religio

    babilnica, e cada candidato comia parte dum bolo e jurava

    fidelidade Rainha do Cu. (3)

    ANALOGIAS COM O ROMANISMO

    Vrios perquisadores das religies antigas foram

    surpreendidos pelas flagrantes semelhanas existen-

    tes entre aquelas prticas e as que hoje se observam

  • no catolicismo romano. Do como exemplo os con-

    ventos e as monjas existentes muitos sculos antes

    de Cristo, em Babilnia, no Tibet, na ndia e no Ja-

    po. As sacerdotisas de Freya, na Escandinvia, fa-

    ziam voto de virgindade perptua e viviam como

    monjas. Em Roma, a deusa Vesta, chamada de Virgem

    Imaculada, possua suas sacerdotisas, que tambm faziam

    voto de virgindade perptua, mas que eram, na realidade,

    muito pouco virgens...

    No Peru, durante o famoso Imprio dos Incas, idntico

    costume prevalecia com as santas virgens. Prescott

    refere-se a estas monjas: Outra singular analogia com as

    instituies catlicas romanas podemos ver nas Virgens

    do Sol, conhecidas pelo nome de eleitas. Eram donzelas

    dedicadas ao servio das deidades, as quais, desde a

    infncia, se separavam de suas famlias e se introduziam

    em conventos, onde eram colocadas sob os cuidados de

    velhas matronas, chamadas - mamconas. Era seu dever

    guardar o fogo sagrado na festa Raymi. Ao entrar para o

    convento, as recolhidas eram obrigadas a uma rigorosa

    clausura, chegando a ser privadas de toda e qualquer

    comunicao, mesmo com as pessoas de sua famlia. A

    desgraada que fosse surpreendida na inobservncia dessa

    disciplina, segundo a lei dos Incas, deveria ser queimada

    viva. maravilhosa a ntima semelhana que existe entre

    as instituies do ndio americano, do antigo povo

    romano e do moderno Romanismo. (4)

    O uso das chaves pela Igreja Romana como

    meio de conceder as indulgncias segundo definio do

    Conclio de Trento, est intimamente ligado

    ao paganismo, pois a chave era o emblema de duas

    bem conhecidas divindades da mitologia romana. Jano

    tinha na mo uma chave, assim como Cibele. (Vejam-se os

    Fastos de Ovdio, vol. 3, pg. 346. Op. Leyden, 1664.) So

    estas as chaves que formam o brazo pontifcio e a insgnia

  • da sua autoridade espiritual. Assim como a esttua de

    Jpiter agora adorada em Roma como a verdadeira

    imagem de S. Pedro, assim se tem crido que as chaves de

    Jano e Cibele representam as chaves do mesmo apstolo.

    (5)

    Ainda segundo as doutrinas pags, Tammuz foi

    morto por um javali, e por isso se observavam quarenta

    dias de jejum e pranto (quaresma), at festa de Isthar

    (pscoa). Findando a quaresma, Tammuz ressuscitou e

    esta ressureio passou a ser comemorada com frangos,

    ovos e coelhos. Em homenagem Rainha do Cu faziam-se

    bolos com um T, de Tammuz. Desta antiga prtica

    vieram as hstias.

    O politesmo babilnico, caracterizado pelo culto de

    demnios e deuses-animis, era cheio de mistrios. As

    grandes oraes tm sido sempre o trao distintivo das

    grandes religies, mas na Babilnia e na Assria a prece,

    em sua maior parte, mal transps o encantamento e a

    adivinhao. Quando as coisas iam mal, a encantao era

    utilizada para remend-las. Se havia temor da

    aproximao do mal, recorria-se s artes divinatrias a fim

    de afast-lo. Nenhuma outra religio revelou to grande

    desenvolvimento das artes divinatrias. Acreditava-se na

    predio de quase tudo, mediante o exame do volume, da

    forma, das marcas e peculiaridades do fgado de um animal

    sacrificado, pois havia a certeza de que nesta vscera se

    localizavam a inteligncia e as emoes... A astrologia

    adquiriu tal desenvolvimento, ao ponto de criar a idia

    popular de contribuir aquela prtica para a principal feio

    da religio... (6)

    (1) Gnesis 38.6.

  • (2) Sbado Dinotos, notas a traduo da Bblia Sagrada,

    So Paulo, 1964, pg. 60.

    (3) Novas de Alegria, fevereiro de 1948 (Lisboa,

    Portugal).

    (4) Cit. por lvaro Reis em Mimetismo Catlico,

    Rio de Janeiro, 1909, pg. 246.

    (5) Padre Guilherme Dias, nota em A Confisso Ensaio

    Dogmtico-Histrico, por L. de Sanctis, Lisboa, 1894, pg.

    9.

    (6) Charles Francis Potter, Histria das Religies, Edigraf

    Ltda., So Paulo, 1944, Vol. II, pg. 576.

  • Porque todas as naes beberam do vinho da ira da sua prostituio, e os reis da terra se

    prostituram com ela, Ap 18.3.

  • Em 487 A.C., quando Xerxes tomou Babilnia, a

    hierarquia religiosa teria fugido para Prgamo, na sia

    Menor, onde, segundo a Bblia, estabeleceu-se o trono de

    Satans.(1) De Prgamo, Atallus, em 133 A.C., rei de

    Prgamo e Supremo Pontfice da Ordem Babilnica, legou

    como herana, por lei, toda a sua autoridade e domnio

    hierarquia babilnica de Roma, e assim os Csares

    tomaram-se pontfices mximos e soberanos pontfices

    dessa organizao idlatra e ostentaram tais ttulos, com

    todas as suas cerimnias, ritos e dignidades, mesmo

    depois de nominalmente convertidos ao cristianismo. O

    primeiro imperador romano a receber a autoridade foi

    Jlio Csar, eleito Pontfice em 74 A.C. e promovido a

    Supremo Pontfice em 63 A.C. De Jlio Csar at Graciano

    todos os imperadores exerceram a autoridade babilnica,

    porm este ltimo, em 376 A.D., achou que no ficava bem

    a um cristo ser pontfice da mpia e idlatra Babilnia, e

    renunciou ao ttulo. No havia ento nenhum tribunal

    onde os pagos pudessem ser julgados, e seguiu-se a

    confuso; ento a autoridade de Babilnia foi outorgada ou

    colocada sobre o Bispo de Roma, Dmaso (no ano 378 A.D.)

    como Supremo Pontfice ou Pontfice Mximo. Assim, o

    poder Papal realmente vem da Babilnia - do

    diabo.(2)

    COMEA A PAGANIZAO

    O caminho para a paganizao do cristianismo romano

    estava assim aberto e foi inaugurado em 381 com a

    decretao da adorao de Maria (mariolatria), inspirada

    nos mistrios babilnicos. Acompanhando esta heresia,

    vrias outras novidades foram admitidas no seio da igreja.

    Em 519, o papa decretou a observncia da Pscoa e da

    Quaresma, que eram, como vimos, feriados idlatras

    babilnicos.

    O papa Silvestre, falecido em 335, tirou dos sacerdotes

    pagos a mitra, que aparece nos mais remotos

  • monumentos assrios e egpcios e era usada como smbolo

    de autoridade pelos egpcios, assrios, indus e medos, sendo

    que na Prsia era usada pelas autoridades eclesisticas. O

    vermelho da tnica dos cardeais corresponde prpura dos

    senadores romanos. So Domingos, no sculo XIII,

    introduz a reza do rosrio. No sculo XI aparece a Ave-

    Maria, juntamente com o padre-nosso, e a partir de 1326

    tornou-se reza comum entre todos os catlicos.

    Um escritor paulista apresenta o seguinte quadro

    cronolgico das inovaes na Igreja de Roma: Em 129,

    Alexandre I, bispo de Roma, autoriza a que se acrescente

    gua ao vinho da Santa Ceia que se realiza no culto (na

    missa). Em 140, Telsforo, bispo de Roma, institui o jejum

    quaresmal. Em 160, inicia-se o costume de orar pelos

    mortos. Em 257, Estvo I, bispo de Roma, introduz o uso

    da vestimenta sacerdotal e manda guarnecer os altares

    com toalhas. Em 300, o imperador Constantino ordena a

    ornamentao das igrejas. Em 325, o primeiro Conclio de

    Nicia afirma a primazia da Diocese de Roma e institui a

    'lei do celibato sacerdotal'.(3)

    NATAL: NASCIMENTO DO SOL?

    At mesmo em relao ao Natal de Cristo o romanismo

    babilonizou-se. A rvore preferida por Tammuz era o

    pinheiro e a data do nascimento de Jesus, como sendo em

    25 de dezembro, rejeitada por muitos especialistas em

    histria e cronologia bblicas. Segundo algumas

    autoridades no assunto, a origem da rvore de Natal est

    na Bblia: Porque os costumes dos povos so vaidade; pois

    cortam do bosque um madeiro, obra das mos do artfice,

    com machado. Com prata e com ouro o enfeitam, com

    pregos e com martelos o firmam, para que no se mova. (4)

    Embora seja de importncia capital por marcar o incio

    da Era Crist, a data do nascimento de Jesus ainda no foi

    satisfatoriamente definida. Nos primeiros sculos, era

  • comemorada a 6 de janeiro, ora a 25 de maro e em alguns

    lugares a 25 de dezembro. O dia 25 de dezembro aparece

    pela primeira vez no calendrio de Philocalus (354). No ano

    245, o telogo Orgenes repudiava a ideia de se festejar o

    nascimento de Cristo como se fosse ele um fara. A data

    atual foi fixada no ano 440, a fim de CRISTIANIZAR

    GRANDES FESTAS PAGS REALIZADAS NESTE DIA:

    a festa mitraica (religio persa que rivalizava com o

    Cristianismo, nos primeiros sculos), que celebrava o

    natalis invicti Solis (Nascimento do Vitorioso Sol) e vrias

    outras festividades decorrentes do solstcio do inverno,

    como a Saturnlia em Roma e os cultos solares entre os

    celtas e os germnicos.(5)

    Argumentam os entendidos que o nascimento de Jesus

    teria ocorrido provavelmente entre a segunda metade de

    maro e primeira de abril, quando vero na Palestina, e

    no em dezembro, poca em que o forte frio

    desaconselharia a iniciativa imperial de realizar o

    alistamento. O fato de os pastores estarem no campo na

    noite do Natal encontra uma explicao lgica: devido ao

    intenso calor, os rebanhos permaneciam no curral durante

    o dia, sombra, e eram ento apascentados noite.

    O EXEMPLO DO TIBET

    Alm das inovaes apontadas, o catolicismo romano

    adotou o Sinal da Cruz (o T ou Tau foi usado pelos caldeus

    e egpcios nos mistrios babilnicos), o Celibato, a Tonsura,

    Monges e Freiras (antigamente as virgens vestais de

    Roma), todos da idolatria babilnica, foram assim adotados

    e decretados para os cristos sob o regime de Roma. O

    fragmento japons da idolatria babilnica conhecido como

    Shintosmo. Note que h 15 pontos em que o Shintosmo, o

    Catolicismo Romano e o Babilonianismo so idnticos:

    adorao de imagens, lnguas mortas nos rituais, velas e

    incenso, missas pelos mortos, rosrio de contas, vs

    repeties na orao, celibato dos clrigos, freiras,

  • adorao de relquias, sistemas de mrito pelas

    penitncias, crias sacerdotais, procisses, adorao de

    santos, adorao de flores, mariolatria com sua

    correspondente no Shintosmo na adorao de Kwanyian,

    deusa da graa.

    O Tibete possui a mais pura forma de idolatria

    babilnica. Com a queda da Babilnia, os seus soldados

    levaram a sua idolatria ao Tibete. Visitantes

    modernos surpreenderam-se de que embora nenhum

    missionrio fosse permitido, em toda a histria do Tibete,

    ainda assim eles tm gua benta, incenso, adorao de uma

    virgem e um menino, monges, freiras, mosteiros,

    vestimentas clericais exatamente iguais s catlico-

    romanas. (6)

    HARE KRISHNA

    Mas h uma importante doutrina babilnica ainda no

    aceita pelo romanismo. a de um deus casado, hoje

    difundida em todo o mundo atravs do movimento Hare

    Krishna, possuidor de alguns centros no Brasil. Segundo o

    seu credo, a consorte eterna de Krishna Srimat

    Radharani, a potncia de prazer de Krishna. Ele o

    reservatrio de todo o prazer e ela a potncia dele mesmo,

    dentro dele. Dentre os livros sagrados dessa religio pag,

    o Bhagavad-gita, dos vedas, registra, segundo seus

    adeptos, as palavras de Deus, faladas por ele.

    Evidentemente, o paganismo babilnico, no seu af de

    confundir os povos e imitar a religio verdadeira,

    no poderia prescindir de uma falsa bblia, para

    eles a prpria palavra de Krishna - deus onisciente,

    onipotente, todo-poderoso, todo atrativo, o pai que d a

    semente de todas as coisas vivas e a energia sustentadora

    de toda a criao.

    Diversos incidentes tm havido entre os dirigentes da

    Associao Hare-Krishna e a polcia, na maioria das vezes

  • procedentes de queixas apresentadas por pais cujos filhos

    abandonaram o lar e a famlia e os trocaram pela

    comunidade da conscincia de Krishna. Registraram-se,

    tambm, nos departamentos policiais de todo o mundo,

    graves acusaes de ex-adeptos da seita contra seus

    sacerdotes, como as apresentadas pela jovem Susana

    Murphy, de 18 anos, dos Estados Unidos, que desertou do

    movimento e acusou-o de prticas desumanas e hostis s

    mulheres: O templo de Boston d s mulheres os restos de

    comida dos homens. As mulheres so alimentadas como

    cachorros. No Rio de Janeiro, o estudante Mauro Antonio

    Guerra, ex-Krishna convertido ao Evangelho, afirmou em

    seu testemunho que os monges induzem seus discpulos

    a deixarem os pais e todos os no seguidores daquela

    religio hindu.

    A Associao Internacional para a Conscincia

    da Krishna, criada pelo Swami Bhaktivedanta Prabhuqad

    (falecido em 1978, em Mathura, ndia, aos 88 anos), foi

    estabelecida no ocidente em 1966 pelo seu prprio

    fundador, descendente de uma linhagem de religiosos

    indianos. No fosse a violenta reao que causou em todo o

    mundo, a Associao dificilmente se teria distinguido

    dentre os inmeros movimentos orientalistas. Seus

    discpulos so instrudos na sabedoria vdica e envolvidos

    na abundante mitologia do hindusmo. Krishna, o

    deus supremo do movimento, aparece na farta literatura

    da Associao ao lado de sua esposa, a consorte eterna.

    Acreditam na reencarnao e ensinam que os animais,

    mesmo os insetos mais desprezveis, possuem alma imortal

    como os seres humanos.

    A fim de melhor conhecerem a sua divindade, os

    iniciados praticam a ascese, que um costume pago

    importado de Babilnia, e passam por um verdadeiro

    processo de lavagem cerebral. O devoto no come carne,

    peixe e ovos; no toma ch, caf, lcool, no fuma, no toma

  • droga, no joga e no mantm relaes sexuais fora do

    casamento. Na busca da pureza fsica e mental, cantam

    interminavelmente o mantra, ao som de pequenos

    tambores, repetindo milhares de vezes por dia: Hare-

    Krishna, Hae-Krishna...

    Tudo, na seita, faz parte de um terrvel processo de

    despersonalizao do ser humano, que fica assim reduzido

    a uma mquina de rezar ou a um rob de mantras. Os

    adeptos assim renascidos adotam um outro nome

    (geralmente hindu) ao batizar-se, e renegam os prprios

    pais, parentes e amigos mais chegados, considerando-os

    simplesmente como mortos ou inexistentes!

    luz da Bblia, o movimento Krishna um terrvel

    instrumento de Satans para escravizar a criatura

    humana, e seu progresso no ocidente se deve admiro

    que muitos tm pelos obscurantismos do oriente, de que

    acabam sendo vtimas.

    A seita Hare-Krishna , tambm, originria de

    Babilnia. Disso do testemunho Jeremias, o profeta:

    Babilnia era um copo de ouro na mo do Senhor, o qual

    embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as naes,

    por isso as naes enlouqueceram, (7) e Hislop: Pode-se

    provar que a idolatria de toda a terra uma; que o idioma

    sagrado de todas as naes radicalmente caldeu; que os

    grandes deuses de cada pas e clima so chamados

    por nomes babilnicos; e, finalmente, que todos os

    paganismos da raa humana no so mais que uma

    perversa e intencionada corrupo, porm, muito

    instrutiva, ao mesmo tempo, do primitivo evangelho,

    anunciado pela primeira vez no den, e transmitido, mais

    tarde, por No, a toda a humanidade. O sistema

    (paganizado), em estado de incubao, primeiramente em

    Babilnia, transportado desde ali at os confins da terra,

    se h modificado e desenvolvido em vrios sculos e

  • pases. Contudo, o mesmo autor conclui em seguida: Na

    atualidade, unicamente na Roma Papal que o sistema

    babilnico se pode encontrar quase puro e inteiro. (8)

    DOIS ELOQENTES TESTEMUNHOS

    O Rev. lvaro Reis, para provar a origem babilnica do

    culto catlico, relaciona em sua excelente obra mais estes

    dois valiosos testemunhos, o primeiro do padre Huc, que

    viajou Tartria, Tibet e China: A cruz, a mitra, a

    dalmtica, o fluvial ou capa de asperges, que o Gram-

    Lama (sumo sacerdote ou papa) veste quando de viagem

    ou durante a celebrao de qualquer cerimnia fora do

    templo; o servio de coros duplos, a salmodia; os

    exorcismos; o turbulo suspenso por cinco correntes, que se

    pode abrir e fechar vontade: as bnos pronunciadas;

    o rosrio, o celibato; os eclesisticos; o retiro espiritual; o

    culto aos santos; os jejuns; as procisses; as liturgias; a

    gua benta: - em tudo isto h analogias entre os

    budistas e ns. (O grifo nosso).

    O segundo testemunho, de James F. Clark, foi extrado

    de Ten Great Religions (Dez Grandes Religies):

    Monges budistas tomavam ento (200 anos A.C.) como

    agora, os mesmos votos do celibato, pobreza e obedincia,

    que tomam os membros de todas as ordens romanistas...

    Eles raspavam a cabea, vestiam a capa de frade amarrada

    cinta com uma corda e mendigavam de casa em casa,

    levando consigo uma tigela de madeira para receber

    arroz cozido. Os velhos mosteiros da ndia contm

    capelas e celas para os monges. A estrutura desses

    mosteiros mostra claramente que o sistema monstico dos

    budistas muito antigo demais para ser cpia dos

    mosteiros dos cristos. (9)

    (1) Apocalipse 2.12,13.

  • (2) John Robert Stevens, Princpios Elementares de

    Doutrina, Sepulveda, Cal. EUA, 1959, pg. 46.

    (3) Thomaz Moldero, Libertao, Inst. Divulgao

    Cultural, S. Paulo, pgs. 125-127.

    (4) Jeremias 10.3,4.

    (5) Enciclopdia Barsa.

    (6) J. R. Stevens, ob. cit., pgs. 46 e 47.

    (7) Jeremias 51.7.

    (8) lvaro Reis, Mimetismo Catlico, Rio, 1909, pg. 248,

    249.

    (9) Idem., pgs. 249, 250.

  • E ao anjo da igreja que est em Prgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda

    de dois fios: Eu sei as tuas obras, e onde habitas,

    que onde est o trono de Satans, Ap 2.12,13.

  • Acerca do assunto tratado no captulo anterior,

    transcrevemos um interessante artigo publicado, h muitos

    anos, num jornal evanglico: (1)

    A IGREJA DE PRGAMO E O TRONO DE SATANS

    1. A palavra Prgamo significa casamento e esta carta

    retrata uma Igreja que est casada com o mundo.

    Constantino uniu a Igreja ao Estado, oferecendo toda sorte

    de incentivos para que o povo do mundo penetrasse na

    Igreja, seu propsito era mais poltico do que religioso, a

    idia ento era unir seus sditos pagos e cristos em um

    nico povo, e assim consolidar seu Imprio. Este foi o

    comeo de uma grande mudana. A Igreja perdeu seu

    carter peregrino e casou com o mundo. No era esta a

    vontade de Deus nem uma vitria para a cristandade

    como alguns nos fariam crer, mas exatamente o contrrio,

    a vontade do inimigo e a derrota do cristianismo. F. W.

    Childe.

    A parbola do Gro de Mostarda servir para trazer

    alguma luz sobre este particular perodo da Igreja. Mt.

    13.31,32. O reino dos cus no a Igreja, mas a

    Cristandade. O p de mostarda uma hortalia e

    cultivada por causa da sua semente usada como

    condimento. A planta tambm cresce no campo, atingindo

    uma altura superior a dois metros. Para se obter os

    melhores resultados, a planta deve ser cultivada em uma

    horta.

    Na parbola, encontramos a semente em um campo (o

    mundo) - no em um jardim - onde cresceu em estado

    selvagem at que no era mais conhecida como uma

    hortalia mas como uma rvore. A semente no era

    produzida de acordo com a sua prpria natureza, (uma

    humilde hortalia), mas tornara-se uma vaidosa

  • RVORE, uma monstruosidade, na qual as aves do cu

    venham aninhar-se.

    Quem so essas aves? So as mesmas aves de rapina

    da parbola do Semeador, pois que a mesma palavra

    usada, e portanto so agentes do Inquo, o Diabo, Mt

    13.4,19. Ento claro que as aves nesta parbola no

    representam pessoas convertidas pela pregao do

    Evangelho, mas os emissrios de Satans, que no se

    aninham nos ramos da rvore para se abrigar mas para

    tirar vantagens passageiras e para suj-la com sua

    presena.

    A rvore de mostarda comeou com 120 crentes que

    receberam o Batismo do Esprito Santo no dia de

    Pentecoste e continuou a se estender at que os seus ramos

    se espalharam por todo o mundo romano. Mas as aves dos

    cus, os Ananias e Safiras, os Simes Mgicos, os

    Himeneus e Filetos, e outros emissrios de Satans

    comearam a aninhar-se nos seus ramos e macular sua

    pureza, e quando no ano 324 A. D. o Imperador

    Constantino uniu a Igreja ao Estado, milhares e dezenas

    de milhares lotaram a Igreja influenciados pela poltica,

    pelo lucro e pela moda e se acomodaram debaixo de

    sua sombra, aninharam-se nos seus ramos, cevaram-se

    com seus frutos e continuaram a faz-lo at o dia de hoje.

    2. Durante este perodo da Histria (da Igreja), o

    Baalanismo (mundanismo) comeou a ser introduzido na

    Igreja; e a doutrina dos Nicolaitas (o domnio do clero

    sobre os leigos - o reconhecimento do poder sacerdotal) se

    foi ampliando e alcanou fora total com o estabelecimento

    do Papado.

    3. A histria de Balao se encontra relatada nos

    captulos 22 a 25 de Nmeros. A ira de Deus de tal modo se

    acendeu contra Israel que 42.000 foram ento destrudos,

    Nm. 25.1, 9; 31:15-17; II Pe 2:14-16. O pecado de fornicao

    cometido por Israel um tipo do pecado de fornicao

    espiritual ou Baalanismo do qual se achou culpado,

  • quando se uniu ao Estado.

    O mtodo de Balao que Constantino empregou foi dar

    aos Bispos da igreja certa quantidade de majestosos

    edifcios chamados Baslicas, para que os transformassem

    em Igrejas e para cuja decorao ele foi generoso no uso do

    dinheiro. Tambm forneceu luxuosas vestimentas ao clero

    e breve o Bispo se achou coberto de ricas vestes, sentado

    sobre um magnfico trono no alto da Baslica, com um altar

    de mrmore, adornado com ouro e pedras preciosas,

    colocado um pouco abaixo na sua frente. Uma adorao

    formal foi introduzida e o carter da pregao foi alterado

    para agradar os membros pagos da Igreja e atrair Igreja

    os Pagos.

    4. Habitas onde est o trono de Satans (verso 13)

    tem relao com a transferncia da sede do culto

    babilnico da Babilnia para Prgamo, o que se verificou

    quando os sacerdotes daquele infame sistema religioso

    fugiram dos conquistadores persas. Pelos arquivos da

    histria possvel estabelecer uma conexo entre a antiga

    Babilnia e a Igreja Romana.

    Consideremos a histria da antiga Babilnia ou Babel.

    Esta cidade foi fundada por Ninrode, o valente caador, Gn

    10:8-10. Aps o dilvio, as foras do mal gravitavam em

    torno daquele local e Babel foi o resultado. Depois do

    dilvio, este local se tornou a sede da grande Apostasia. A

    confuso das lnguas em Babel e a disperso dos

    habitantes de Babel deu origem s naes. Gn 11:7,9.

    Todavia, as naes no foram espalhadas por sobre a

    terra antes que Satans tivesse implantado nelas os

    vrus de uma doutrina que tem sido a fonte de toda religio

    falsa que o mundo j conheceu (Larkin). Pois foi aqui que

    o Culto Babilnico foi inventado por Ninrode e sua

    rainha, Semramis, cujo filho ela afirmava haver tido em

    estado virginal e a quem ela tambm considerava ser

    prometida semente da mulher em cumprimento de

  • Gnesis 3.15, a primeira promessa do Messias.

    O Culto Babilnico era um sistema religioso que

    apresentava como seu objetivo de culto o Supremo Pai, a

    mulher, ou Rainha do Cu, e o seu Filho. Os dois ltimos

    eram realmente os nicos objetos de culto, j que o

    Supremo Pai, segundo se dizia, no intervinha nos

    assuntos dos mortais.

    Nos dias de Ninrode, esse Culto mantinha subjugada

    toda a espcie humana, pois todos falavam a mesma lngua

    e todos eram um s povo. Da Babilnia ao tempo da

    disperso dos povos, foi que esse Culto se espalhou at os

    confins da terra e temos conhecimento de que Abrao foi

    escolhido por Deus de todas essas naes idlatras para

    representar e apresentar o verdadeiro Deus. Atravs

    dele Deus pretendia trazer o homem para junto de si.

    Depois que as naes foram espalhadas, Gn 1-9,

    Babilnia continuou a ser o trono de Satans at que a

    cidade foi tomada por Xerxes em 87. A. C. O sacerdcio

    babilnico foi ento obrigado a deixar a Babilnia e se

    estabeleceu em Prgamo, que passou a ser a sede do culto

    por algum tempo. Quando Atallus, o Pontficie e Rei de

    Prgamo, morreu em 133 A. C., a sede do sacerdcio

    babilnico foi por ele entregue como herana a Roma.

    Finalmente, o primeiro Imperador Romano se tornou o

    cabea do sacerdcio babilnico e Roma tornou-se a

    sucessora de Babilnia. A apostasia babilnica concentrou-

    se nos Imperadores Romanos, que continuaram a sustent-

    la por 400 anos at 376 A. D., quando o Imperador Graciano,

    por motivos cristos a recusou, pois viu que por natureza o

    culto babilnico era idlatra.

    Dois anos mais tarde, Damasco, Bispo da Igreja

    Crist em Roma, foi eleito para o ofcio de Supremo

    Pontfice da Ordem ou Culto Babilnico e foi a que Roma

    incorporou a Babilnia e o sistema babilnico da religio se

    tomou uma parte da Igreja Crist. O Bispo de Roma, que

  • mais tarde veio a ser o Chefe Supremo da Igreja

    Organizada, j era o Supremo Pontfice da Ordem

    Babilnica. Aos poucos, a doutrina babilnica e da Roma

    pag foi sendo inapelavelmente introduzida no seio da

    organizao religiosa crist. Um pouco depois de Damasco

    se haver tornado o Supremo Pontfice, os ritos de Babilnia

    comearam a se tornar evidentes. O culto da Igreja Romana

    se tomou Babilnico, os templos pagos foram restaurados

    e adornados e os rituais foram estabelecidos.

    As mudanas que se verificaram nas doutrinas e

    prticas da Igreja Romana como resultado dessa unio, no

    foram repentinas. Entre as primeiras alteraes

    decorrentes dessa unio destaca-se a introduo do culto

    Virgem Maria, estabelecido em 381 A. D. Assim como no

    Culto Babilnico a mulher e o filho eram os grandes objetos

    de adorao, no sendo esta prestada ao Supremo Pai, que

    no tomava conhecimento dos assuntos humanos, na

    Igreja Romana a prestao do culto ao Rei Eterno e

    Invisvel est praticamente extinta, enquanto a adorao

    de Maria como Me de Deus e seu filho

    predominante.

    Em 1854 os bispos de todas as partes do mundo cristo

    e representantes dos confins da terra, reuniram-se em

    Roma e decretaram, com o pretexto de apenas quatro dos

    participantes, que Maria, a Me de Deus, havia morrido,

    ressurgido dos mortos e elevada ao cu, e por isso deveria

    ser doravante adorada como a Imaculada Virgem,

    concebida e nascida sem pecado.

    (1) Mensageiro da Paz.

  • Porque h um s Deus, e um s Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem,

    I Tm 2.5.

  • A principal distino existente entre o cristianismo e

    paganismo est em que neste os mediadores so muitos,

    enquanto naquele h um s Mediador entre Deus e os

    homens, Jesus Cristo homem. (1) A mitologia greco-

    romana ensinava a existncia de deuses maiores ou

    superiores, e deuses menores ou inferiores. Acreditava-se

    que os superiores possuam todo o poder e os inferiores,

    poderes limitados, servindo de mediadores entre

    aqueles e os homens. A caracterstica principal, ento, do

    paganismo, era uma enorme quantidade de divindades e

    um verdadeiro exrcito de mediadores. A Roma papal

    perdeu a distino crist e desceu at ao ponto de chegar

    idolatria, pois canonizou uma longa lista de santos e os

    constituiu mediadores e advogados entre Deus e os

    homens.

    Saliente-se que os catlicos romanos no do aos seus

    santos o nome de deuses ou semideuses, mas

    inegvel o fato de muitos homens e mulheres mortos, cujas

    almas, segundo se cr, esto no cu, receberem um

    verdadeiro culto religioso semelhante em muitos aspectos

    ao da mitologia clssica do imprio romano, por sua vez

    herdada do paganismo babilnico. Numa evidente

    apostasia, o romanismo atribui a seus santos o mesmo

    caracterstico da mediao que o paganismo atribua a

    seus semideuses.

    OS DEUSES DO PAGANISMO

    Entre os pagos, acreditava-se na possibilidade de uma

    pessoa ser canonizada se se fizesse notvel por seus feitos,

    invenes, conquistas ou qualquer outra grande realizao

    beneficiadora do gnero humano, podendo ento servirem

    como intermedirias em favor deste junto s divindades

    superiores. Os filsofos pagos falam todos neste sentido.

    O escritor M. H. Seymour escreveu:

    O filsofo Apuleo disse: Os semideuses so

  • inteligncias intermedirias, por meio das quais nossas

    oraes e necessidades chegam ao conhecimento dos

    deuses. So mediadores entre os habitantes da terra e os

    habitantes do cu, que levam para l as nossas oraes e

    trazem para a terra os favores implorados; que vo e

    voltam como portadores das splicas dos homens, e dos

    auxlios da parte dos deuses, etc. Este era o credo do

    paganismo, e em nada, a no ser no nome, difere do credo

    do romanismo, no que diz respeito intercesso dos santos.

    Quando a igreja romana acha entre os membros de sua

    comunho indivduos tidos por piedosos ou ilustres em

    razo de certos poderes milagrosos, sustenta que podem

    ser canonizados e contados entre os seus santos, como

    mediadores entre Deus e os homens; que eles possuem

    influncia suficiente para com Deus para obter dele os

    favores que solicitou; e que, portanto, so competentes ou

    idneos para acolher as nossas oraes e splicas; ou, antes

    segundo o declarou o conclio de Trento: Os santos que

    reinam juntamente com Cristo rogam a Deus pelos

    homens; e bom e til invoc-los humildemente e recorrer

    a suas oraes, intercesso e auxlio. O princpio do

    romanismo pago e o princpio do romanismo papal so

    uma e a mesma coisa, no havendo diferena seno nos

    nomes dos objetos de invocao...

    Quando se descobriu, depois do estabelecimento do

    cristianismo, nos tempos de Constantino (quando o grande

    fim almejado pela corte era estabelecer a uniformidade da

    religio), que muitos dos pagos se conformariam

    exteriormente com o cristianismo se lhes fosse permitido

    conservar em particular o culto de suas divindades

    tutelares, concedeu-se-lhes permisso para isso, mudando

    to somente os nomes de Jpiter em Pedro e o de Juno

    em Maria; e assim aconteceu que continuaram a adorar

    suas antigas imagens depois de batizadas sob nomes

    cristos. Os escritos daqueles tempos tornam evidente o

  • seguinte: acreditou-se que aquela foi uma medida mui

    sbia e um golpe de hbil poltica, e que tendia a produzir

    a uniformidade da religio entre as massas ignorantes. A

    invocao de Juno se transformou na de Maria, as oraes

    dirigidas a Mercrio foram ento dirigidas a Paulo etc. No

    podemos compreender como a simples substituio dos

    nomes de Mercrio ou Apolo pelos de Damio ou Cosme, ou

    a dos nomes de Minerva ou Diana pelos de Lcia ou Ceclia,

    possa mudar o carter essencialmente idlatra da prtica.

    CRISTIANIZAO DE MITOS

    O mesmo autor mostra at onde chegou a sede

    romanista de cristianizar mitos pagos:

    Em alguns casos nem sequer mudaram os nomes, e

    Rmulo e Remo so adorados mesmo na Itlia sob os nomes

    modernos de S. Romulo e S. Remigio, fazendo-se acreditar

    gente simples que eles foram dois bispos santos. At

    mesmo Baco tem quem o adore debaixo do nome

    eclesistico de S. Baco! O princpio e a prtica da Roma

    papal so idnticos aos da Roma pag; de sorte que todo o

    argumento que justifica uma justifica tambm a outra.

    Portanto, se o princpio e a prtica da Roma pag

    eram idlatras, no sei por que o mesmo princpio e a

    mesma prtica na Roma papal no ho de chamar-se

    tambm idlatras. (2)

    Invoquemos agora o testemunho eloquente de

    um grande escritor ingls:

    No obstante os avisos repetidos, a Igreja foi-se

    desviando pouco a pouco da simplicidade do ensino de

    Cristo, devido s influncias a que acabo de aludir, mas

    esta corrupo nada foi, comparada com a que proveio

    deste outro mal: - a tentativa de harmonizar o

    Cristianismo com o Paganismo.

  • muito natural que tal tentativa no fosse realizada

    enquanto as duas religies estavam em conflito; porm,

    quando Constantino abraou o Cristianismo e ambas as

    religies eram toleradas, aquilo que antes era considerado

    impossvel tornou-se praticvel. Apareceram pessoas que,

    por motivos talvez bem intencionados mas errados,

    apresentaram esta fuso como desejvel.

    Agostinho escreve assim: Quando se firmou a paz, a

    multido dos gentios (pagos) que estavam ansiosos por

    abraar o Cristianismo, foi impedida de o fazer porque

    estavam acostumados a passar as festas em embriaguez e

    orgia diante dos seus dolos, e no podiam facilmente

    abandonar estes perniciosssimos e antigos prazeres.

    Pareceu bom, entretanto, aos nossos chefes favorecer

    esta parte de fraqueza dos gentios, e substituir estas

    festas que tinham de abandonar por outras em honra dos

    santos mrtires, que pudessem ser celebradas com alegria

    semelhante, embora sem a mesma impiedade.

    Uma passagem da Enciclopdia de Fosbroke informa-

    nos do mesmo fato com mais detalhes: Os gentios

    deleitavam-se nas festas dos seus deuses e no queriam

    renunciar a eles. Por isso Gregrio (Taumaturgo), que

    faleceu no ano de 265, e que era Bispo do Neocesareia,

    instituiu festas anuais para facilitar a sua converso. Foi

    assim que as festividades crists substituram as Bacanais

    e as Saturnais; os jogos de Maio substituram as Florais

    (jogos em honra de Flora) e as festas da Virgem Maria, de

    So Joo Baptista e de diversos apstolos, tomaram o lugar

    das solenidades que celebravam a entrada do sol nos signos

    do Zodaco, de acordo com o velho calendrio Juliano.

    Sobre a verdade destas asseres no pode haver a

    menor dvida, pois ainda hoje evidente a coincidncia de

    algumas festas crists com as festas do Paganismo. (3)

  • Benjamim Scott, nas notas da obra referida ainda

    salienta as cerimnias realizadas em Camberland, na

    Esccia e na Irlanda, na vspera de S. Joo, que consistem

    em oferecer bolos ao sol, e algumas vezes em passar

    crianas pela fumaa de fogueiras; o uso do smbolo druida

    do azevinho e agrico pelo natal, e de amndoas na Sexta-

    Feira da Paixo e nos pases catlicos o carnaval, que a

    Saturnlia dos romanos, realizado pela quaresma, etc....

    (1) I Timteo 2.5.

    (2) M. H. Seymour, Noites com os Romanistas,

    Lisboa, Portugal, pgs. 170-172.

    (3) Benjamim Scott, As Catacumbas de Roma,

    Porto, Portugal, 1923, pgs. 138 e 139.

  • Porque Cristo, nossa pscoa, foi sacrificado por ns, I Co 5.7.

  • Em muitas religies antigas era disseminado o costume

    de confeccionar bolos, tortas ou pastis em honra a seus

    deuses. Esses alimentos, consumidos nos rituais, traziam

    os smbolos ou efgies de suas divindades, sendo a principal

    delas a Rainha do Cu.

    Conhecida na Babilnia como Isthar, a Rainha do Cu

    teve seu culto introduzido em Jerusalm durante o reinado

    de Manasss, bisav de Jeoaquim. J era conhecida dos

    hebreus muito antes de Manasss, pois eles a encontraram

    como uma das principais divindades de Cana, quando

    conquistaram este pas. Os fencios a veneravam como

    padroeira de Sidon e como protetora de suas embarcaes,

    em cuja proa ostentavam a sua efgie, na qual ela

    segurava uma coroa em sua mo direita, como

    modernamente alguns automveis a traziam sobre o

    tampo do radiador.

    Flvio Josefo faz referncia a um templo Rainha do

    Cu erguido por Hiro, sendo um de seus sacerdotes o pai

    da vil Jezabel, esposa de Acabe e responsvel pela terrvel

    idolatria que assolou Israel.

    O culto Rainha do Cu est referido em vrios lugares

    da Bblia, mas especialmente em Jeremias 44.15-19, onde

    lemos na verso em italiano de Mons. Cario Marcora,

    traduo em portugus do prof. Jacob Penteado: Ento,

    todos os homens, que sabiam que suas mulheres

    sacrificaram a deuses estrangeiros, e todas as mulheres,

    das quais havia uma grande multido, e todo o povo, que

    habitava a terra do Egito, em Patros, responderam a

    Jeremias: No escutaremos de ti a palavra que nos

    disseste, em nome do Senhor, mas faremos segundo'

    a palavra que saiu da nossa boca; queimaremos incenso

    rainha do cu e lhe ofereceremos libaes,

    como fizemos ns e os nossos pais, nas cidades de

    Jud e nas ruas de Jerusalm, e fomos ento saciados de

  • po, tudo nos corria bem e no vimos mal. Mas, desde que

    cessamos de sacrificar rainha do cu e de libar-lhe,

    tivemos necessidade de tudo, e temos sido exterminados

    pela espada e pela fome. Porque, se queimamos incenso

    rainha do cu e lhe oferecemos libaes, porventura

    fizemos as tortas com a sua imagem ou oferecemos-lhe as

    libaes sem o consentimento dos nossos homens?

    O verso 19 do texto citado assim traduzido por

    Moffat: fizemos bolos sua imagem. Na traduo do

    Centro Bblico de So Paulo, lemos: Ofertamos tortas

    sua efgie. O mesmo pensamento ocorre na verso inglesa

    Authorized Version, e na italiana, de Giovanni Luzzi.

    A adorao da Rainha do Cu que, ao final,

    vem a ser a mesma Semramis, constitua-se, portanto, do

    oferecimento a essa divindade de fumaa sacrificial,

    proveniente da queima de resinas, madeiras, especiarias

    ou gomas; do derramamento de lico res ou vinhos no lugar

    do sacrifcio ou sua frente; do preparo de bolos de

    oferenda com a sua imagem ou efgie. Como deusa da

    fertilidade, provvel que os bolos oferecidos Rainha do

    Cu eram feitos com farinha de trigo das primeiras

    colheitas.

    ***

    Mais tarde os imperadores romanos, divinizados pelo

    paganismo, adotaram o mesmo critrio para receber o culto

    de seus sditos. Conta-se que Trajano, o terrvel inimigo

    dos cristos, expediu uma ordem com o fim de eliminar de

    seus exrcitos qualquer soldado que professasse o nome de

    Cristo. E numa companhia das Glias, composta de cem

    homens, o decreto imperial foi recebido pelo comandante

    com grande tristeza, pois sabia ele da existncia de grande

    nmero de cristos entre as suas fileiras, por sinal os mais

    dedicados, valentes e disciplinados. Com pesar ordenou

    fosse levantado um altar e em seguida determinou que

    cada soldado enchesse sua taa de vinho e a derramasse

  • diante do altar, em honra ao imperador. Quarenta

    legionrios recusaram-se a faz-lo e foram lanados s

    geleiras, despidos, para l morrerem.

    A noite estava muito fria e ningum, no acampamento,

    conseguia conciliar o sono, sentindo a dolorosa ausncia de

    seus leais companheiros. O capito levantou-se e se dirigiu

    s proximidades do lugar onde pereciam seus soldados, e

    ouviu surpreso um cntico: Quarenta soldados lutando por

    ti, Cristo, reclamam para ti a vitria e pedem de ti a

    coroa. A extrema dedicao daqueles homens ao

    seu Deus e o valor que davam sua f impressionara o

    chefe militar. Comovido, ele continuou ouvindo aquele

    estranho brado de vitria, at que o mesmo mudou-se para:

    Trinta e nove soldados lutando por ti, Cristo, reclamam

    para ti a vitria e pedem de ti a coroa que um deles

    renegara a f, arrastara-se at a fogueira do acampamento

    e fora trazido de novo vida. Revoltado com tal atitude e

    movido por um mpeto de f no Cristo vitorioso, o capito

    despiu-se de sua capa e voluntariamente uniu-se aos seus

    valentes soldados nas geleiras. E novamente o

    acampamento ouviu o eco da sublime mensagem, agora

    com nova nota triunfante: Quarenta soldados lutando por

    ti, Cristo, reclamam para ti a vitria e pedem de ti a

    coroa. Na manh seguinte jaziam nas geleiras os corpos

    dos quarenta legionrios, incluindo-se o do comandante.

    Foram fiis at a morte, reclamaram para Cristo a vitria

    e receberam dele a coroa. ***

    Os romanos faziam tambm, em honra a suas

    divindades, bolos de farinha, queijo, mel, azeite e ovos,

    derivando-se esse costume dos mistrios babilnicos.

    Charles Francis Potter escreveu a respeito dessas prticas

    idoltricas:

    Que longa linhagem de bolos sagrados atravs

    dos tempos, descendentes diretos dos que eram,

    ritualmente, cozidos e consumidos em honra a Ashtoreth!

  • S pensar nos bolos de casamento, com os seus

    smbolos de boa sorte. Como devem ser partidos

    cuidadosamente e solenemente, e os pedaos colocados sob

    os travesseiros para chamar os melhores sonhos! Na

    Inglaterra, a camada superior de um bolo de casamento

    o bolo de batismo, cuidadosamente aparatado, qual apelo

    cristo a Ashtoreth, deusa da fertilidade, para que abenoe

    o casal, e faa-o fecundo.

    As broas de cruz quentes, a comer-se na Semana

    Santa, devem trazer a imagem da cruz...

    Ainda mais diretamente de origem pag, so

    os bolos Simmel (de farinha de trigo), que trazem a figura

    de Cristo ou de sua Me Maria. No preciso ser uma

    autoridade no assunto para reconhecer nesse bolo de trigo

    com a efgie da Virgem uma verso crist de exatamente as

    mesmas preparaes condenadas por Jeremias.

    Os bonecos de po de gengibre, ainda hoje

    pendurados s rvores de Natal da Nova Inglaterra, talvez

    tenham ascendncia muito mais antiga do que poderiam

    imaginar os cozinheiros.

    Mais notvel porm do que o bolo Simmel ou

    os bonecos de po de gengibre - descendente remoto

    e por linhagem diversa de mais alto valor espiritual - o

    po ou a hstia da comunho ou missa crist.

    A gente antiga comia bolos com a forma de suas

    divindades, a fim de participar das virtudes do deus ou

    deusa em questo. At certo ponto, um modo mais

    requintado do que faz o selvagem quando come o corao do

    leo para adquirir-lhe a coragem(...)

    O culto devoto, um sincero desejo de assemelhar-se ao

    deus ideal de sua escolha, esta tem sido, na histria, a

    maior fora levantando o homem da lama s estrelas.

    Ashtoreth era Isthar, a Rainha do Cu, o planeta Vnus, e

    ningum levantar os olhos para o alto s primeiras horas

    da noite e ver aquela estrela sem experimentar a maior

    alegria.

  • Quando, porm, a insinceridade e a ignorncia se

    infiltraram no culto, transformou-se este numa orgia

    desbragada.

    E afirma-se que os padres cristos ignorantes da Idade

    Mdia, quando apressavam a missa a fim de voltar s suas

    amantes, as palavras sagradas Hoc est meus corpus (este

    o meu corpo) se converteram em Hocus pocus, frase esta

    que, com a sua abreviao hocum, tomou a significao de

    uma prtica destinada a produzir determinado

    efeito em audincia ignorante. (1)

    A PSCOA

    Simbolizando a renovao da vida, a volta da

    primavera e a ressurreio de Cristo, a pscoa est

    presente em todo o mundo, at mesmo onde o cristianismo

    no conhecido ou onde as religies pags constituem

    grande maioria. Ela j existia muitos sculos antes de

    Cristo como uma doutrina originria de Babilnia, ao

    mesmo tempo em que era praticada pelo povo de Israel em

    comemorao sua sada do Egito, com o sentido de

    passagem - no caso a passagem do anjo destruidor ou,

    segundo alguns, tambm a passagem pelo Mar Vermelho -

    e prefigurava a pessoa de Cristo, que foi sacrificado por

    ns, como nossa Pscoa. Nessa noite eu passarei pela

    terra do Egito, e matarei a todos os primognitos da terra

    do Egito, desde os homens at os animais, e farei

    justia sobre todos os deuses do Egito, eu, o Senhor. (2)

    Instituda para ser celebrada aos 14 dias do ms de

    Abib (ou Nis, conforme o uso babilnico), a pscoa

    tipificava a obra expiatria de Cristo no Calvrio, sendo o

    cordeiro, ou cabrito, sem defeito e cujos ossos no seriam

    quebrados, nem quebrareis osso algum. (3) Como o

    Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, Jesus foi

    crucificado exatamente no dia da Pscoa, 14 de Nis

  • (correspondente provvel ao nosso ms de abril), s

    nove horas da manh e expirou s trs horas da tarde,

    quando no templo o sacerdote imolava o cordei ro pascal.

    A pscoa bblica, portanto, consumou-se em Cristo que

    instituiu, como um novo memorial, a sua ceia, na qual o

    crente comemora a morte do Senhor at que Ele venha.

    No h, em o Novo Testamento, mais lugar para a pscoa

    ou outras festividade mosaicas, as quais foram abolidas na

    cruz juntamente com outras ordenanas, como sombras

    das "coisas futuras, espirituais, pertencentes

    dispensao da graa.

    A ORIGEM DO OVO DE PSCOA

    Estranha ao Novo Testamento, a pscoa moderna tem

    por smbolos aceitos em todo o mundo o ovo e o coelhinho.

    Com o correr do tempo muitas festas e tradies surgiram

    e chegaram at ns, atravs da cultura de muitos povos e

    pases diferentes. A palavra easter, em ingls, parece que

    vm da deusa anglo-saxnica da primavera, Eostre,

    derivada da Isthar babilnica. Outros atribuem sua origem

    s festas de Eostur, que celebram a volta da primavera,

    tambm uma antiga tradio babilnica.

    No Hemisfrio Norte esta festa corresponde ao

    princpio da primavera e por isso este dia festejado de

    muitas maneiras e de acordo com os mais diferentes ritos

    pagos. Muitos sculos atrs os srios, troianos e nrdicos

    reuniam-se nos montes, ao amanhecer, a fim de celebrar a

    volta do sol da primavera.

    O ovo, significando comeo, origem de tudo, abriu o

    caminho para outras tradies. Ele est presente na

    mitologia antiga, nas religies do oriente, nas tradies

    populares e numa grande parte da cristandade. Segundo

    alguns, os ovos chegaram ao ocidente vindos do antigo

    Egito e, segundo outros, atravs de povos germnicos da

  • regio do Bltico. Na Idade Mdia os europeus adotaram o

    costume chins de enfeitar os ovos, que eram cozidos e

    coloridos e davam-se aos amigos na Festa da Primavera,

    como lembrana de contnua renovao de vida. Colorir os

    ovos se tomou uma arte requintada. Eram cozidos com

    tintas vejetais at endurecer. A fruta do tojo fornecia a cor

    amarelada e a beterraba o vermelho.

    No sculo XVIII a Igreja Catlica Romana adotou

    oficialmente o ovo como smbolo da ressurreio de Cristo,

    santificando-se destarte um uso originalmente pago, e

    pilhas de ovos coloridos comearam a ser benzidas, antes

    da distribuio entre os fiis.

    O coelho como smbolo da fecundidade apareceu por

    volta de 1215, na Frana, derivando-se tambm dos

    mistrios babilnicos. Uma mistura de mitologia pag com

    a simbologia crist paganizada.

    Modernamente, o costume pago de presentear

    os amigos, na pscoa, continua, mas no mais com

    ovos de galinha, enfeitados, mas sim com ovos de

    chocolate. Este apareceu mais ou menos em 1928, quando

    esse produto comeou a ser industrializado

    em larga escala.

    Em 1951 o Papa Pio XII introduziu algumas

    modificaes na festa da pscoa, numa tentativa de

    restituir-lhe o esplendor religioso, transferindo a missa

    que era celebrada no sbado de aleluia - quando se malha

    o Judas - para a meia-noite, na passagem para o domingo.

    O sbado como preparao para a pscoa, foi chamado de

    sbado santo. O romanismo impe ainda aos seus fiis,

    como preparativos para a festa, uma srie de ensinamentos

    sobre os sacramentos, a partir do ms de novembro.

    A Quaresma, atravs da penitncia, considerada de

    grande valia no preparo do povo.

  • Na vigncia da Lei, deveriam os israelitas, ao comer o

    cordeiro pascal, volver os pensamentos aos fatos que

    culminaram na libertao de seus pais da escravido

    egpcia, renovar os votos de fidelidade a Jeov e, tambm,

    divisar no porvir os sofrimentos e as glrias do Messias, de

    quem Moiss escreveu: O Senhor teu Deus te despertar

    um profeta do meio de ti, de teus irmos, como eu; a ele

    ouvireis. (4) J na Ceia as contingncias so outras. O

    crente traz memria o Cristo na cruz, na dupla condio

    de sacerdote e vtima, a derramar o sangue inocente

    purificador de todo o pecado. E no somente isso, mas

    recolhendo-se do passado, reconsagra sua vida no presente

    e dirige-se ao futuro, antegozando o cumprimento destas

    palavras consoladoras do prprio Jesus: e digo-vos que,

    desde agora, no beberei deste fruto da vide at aquele dia

    em que o beba de novo convosco no reino de meu pai. (5)

    A CEIA DO SENHOR

    No seu duro discurso, registrado no captulo 6 de Joo

    Jesus afirma: Quem come a minha carne e bebe o meu

    sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no ltimo

    dia. Porque a minha carne verdadeiramente comida e o

    meu sangue verdadeiramente bebida. Quem come a

    minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu

    nele. (6)

    Muitos no puderam suportar estas palavras do

    Mestre, por no entend-las, e abandonaram-no.

    Aos que ficaram, porm, explicou-lhes Jesus: O

    esprito o que vivifica, a carne para nada aproveita: as

    palavras que eu vos disse so esprito e vida (7). Recordo-

    me de uma experincia contada do plpito por um Obreiro

    que tivera uma palestra com um sacerdote catlico-

    romano. Este argumentou em defesa da transubstanciao

    citando as palavras de Cristo: isto o meu corpo, isto

    o meu sangue. (8) O pastor respondeu com est