abordagem dual dos diferenciais de rendimentos do trabalho feminino no sul do brasil- igualdade de...

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1 Abordagem dual dos diferenciais de rendimentos do trabalho feminino no Sul do Brasil: uma análise para os anos de 2002 e 2009. INTRODUÇÃO A crescente presença da mulher no mercado de trabalho representou uma importante mudança no cenário econômico nacional. Sua inserção ocorreu de forma gradativa, mais intensamente a partir dos anos 70, acompanhou a evolução da produção nacional, e está ligada a importantes transformações sociais ocorridas no Brasil, isto porque seus aspectos transcendem ao econômico, fazendo com que o papel social da mulher se altere e ocasione o surgimento de novos perfis familiares. Na década de 2000 destacou-se a intensidade do crescimento da atividade econômica feminina. Em 2000, o Brasil tinha 86,3 milhões de mulheres que representavam boa parte da força de trabalho no país, acumulavam tarefas e passaram a chefiar um maior número de domicílios. O aumento da chefia feminina refletiu diretamente no rendimento familiar e em comparação com os homens, as mulheres chefiavam domicílios com melhores condições de saneamento básico; eram mais escolarizadas; viviam mais e representavam a maior parcela entre a população idosa no país (IBGE, 2009). Os indicadores para o Brasil revelam que, na última década, a taxa de ocupação das mulheres com 10 anos ou mais de idade passou de 43% em 2001 para 45% em 2005, chegando a 46% da população feminina em 2009. Isto significa que quase metade da população feminina em idade ativa estava inserida no mercado de trabalho no final dos anos de 2000. No entanto, a participação da mulher no mercado de trabalho está cerceada pela persistência de desigualdades, cujas razões merecem ser estudadas. Em primeiro lugar, tem impacto direto sobre o bem-estar social e está diretamente relacionada às variáveis socioeconômicas importantes como, por exemplo, a taxa de poupança da economia, a taxa de mortalidade infantil e a expansão da pobreza (BARROS; MENDONÇA, 1995). A dependência destas variáveis ao grau de desigualdade de renda e rendimentos é evidente e remete à presença de desigualdades de rendimento das mulheres em relação aos homens. Este é um fato amplamente abordado pela literatura e sabe-se que apesar de as mulheres serem em média mais escolarizadas que os homens esse diferencial salarial é persistente, embora tenha decrescido ao longo da última década. No ano de 2009, o rendimento médio mensal das mulheres foi 43% inferior aos dos homens no Brasil, enquanto na Região Sul esse diferencial foi ainda maior, chegando a 45% (IBGE, 2009).

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Apresenta um comparativo entre os diferenciais de rendimento do trabalho feminino a partir do estudo dos setores econômicos.

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    Abordagem dual dos diferenciais de rendimentos do trabalho feminino no Sul do Brasil:

    uma anlise para os anos de 2002 e 2009.

    INTRODUO

    A crescente presena da mulher no mercado de trabalho representou uma

    importante mudana no cenrio econmico nacional. Sua insero ocorreu de forma

    gradativa, mais intensamente a partir dos anos 70, acompanhou a evoluo da produo

    nacional, e est ligada a importantes transformaes sociais ocorridas no Brasil, isto porque

    seus aspectos transcendem ao econmico, fazendo com que o papel social da mulher se altere

    e ocasione o surgimento de novos perfis familiares.

    Na dcada de 2000 destacou-se a intensidade do crescimento da atividade

    econmica feminina. Em 2000, o Brasil tinha 86,3 milhes de mulheres que representavam

    boa parte da fora de trabalho no pas, acumulavam tarefas e passaram a chefiar um maior

    nmero de domiclios. O aumento da chefia feminina refletiu diretamente no rendimento

    familiar e em comparao com os homens, as mulheres chefiavam domiclios com melhores

    condies de saneamento bsico; eram mais escolarizadas; viviam mais e representavam a

    maior parcela entre a populao idosa no pas (IBGE, 2009). Os indicadores para o Brasil

    revelam que, na ltima dcada, a taxa de ocupao das mulheres com 10 anos ou mais de

    idade passou de 43% em 2001 para 45% em 2005, chegando a 46% da populao feminina

    em 2009. Isto significa que quase metade da populao feminina em idade ativa estava

    inserida no mercado de trabalho no final dos anos de 2000.

    No entanto, a participao da mulher no mercado de trabalho est cerceada

    pela persistncia de desigualdades, cujas razes merecem ser estudadas. Em primeiro lugar,

    tem impacto direto sobre o bem-estar social e est diretamente relacionada s variveis

    socioeconmicas importantes como, por exemplo, a taxa de poupana da economia, a taxa de

    mortalidade infantil e a expanso da pobreza (BARROS; MENDONA, 1995). A

    dependncia destas variveis ao grau de desigualdade de renda e rendimentos evidente e

    remete presena de desigualdades de rendimento das mulheres em relao aos homens. Este

    um fato amplamente abordado pela literatura e sabe-se que apesar de as mulheres serem em

    mdia mais escolarizadas que os homens esse diferencial salarial persistente, embora tenha

    decrescido ao longo da ltima dcada. No ano de 2009, o rendimento mdio mensal das

    mulheres foi 43% inferior aos dos homens no Brasil, enquanto na Regio Sul esse diferencial

    foi ainda maior, chegando a 45% (IBGE, 2009).

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    A literatura documenta tambm que ao longo dos anos 2000, o setor de

    servios cresceu mais do que o comrcio e a indstria no que diz respeito ao nmero de empresas e ao

    pessoal ocupado. Trata-se de setor muito heterogneo, que abrange desde empresas de grande

    porte at pequenas firmas e um campo de estudos ainda pouco explorado no Brasil. Em

    2009, o setor de servios ocupava 9,7 milhes de pessoas, correspondente a R$ 143,5 bilhes

    em salrios, retiradas e outras remuneraes, enquanto a indstria ocupou 7,9 milhes de

    pessoas e os gastos com pessoal foram de R$ 240,4 bilhes. As empresas comerciais

    ocuparam cerca de 8,8 milhes de pessoas e foram pagos R$ 95,1 bilhes em salrios,

    retiradas e outras remuneraes (IBGE, 2009). No mbito do trabalho feminino, so

    evidenciados maiores rendimentos das mulheres ocupadas no setor de servios, o que indica

    que esse setor apresenta vantagens para o trabalho feminino, e verifica-se ainda uma maior

    taxa de participao das mulheres nesse setor, pois 55% da participao feminina no Estado

    do Paran ocorre no setor de servios, 47% em Santa Catarina e 49% no Rio Grande do Sul

    (IBGE, 2009).

    Na abordagem regional, destaca-se a importncia do Sul do Brasil, em que

    se considera o contexto econmico e a capacidade produtiva, ambos ligados s caractersticas

    do mercado de trabalho e, por consequncia, fora de trabalho que move todo esse processo.

    A participao das macrorregies e unidades da federao no produto interno bruto (PIB)

    um indicador de relevncia da capacidade produtiva da Regio. Desse modo, a Regio Sul

    contribuiu, em 2008, com 17% do PIB nacional, sendo que 6% coube ao Paran, 4% Santa

    Catarina e 7% decorreu da produo no Rio Grande do Sul. Trata-se de uma participao

    considervel, pois exceto pela Regio Sudeste que concentra 56% do PIB nacional, as demais

    macrorregies tm participaes inferiores Regio Sul, em que o Centro-Oeste representa

    9%, o Nordeste 13% e a Regio Norte contribuiu para 5% do PIB nacional em 2008 (IBGE,

    2008).

    As caractersticas produtivas esto ligadas ao desempenho do mercado de

    trabalho. Segundo dados do IBGE (2009), o mercado de trabalho da Regio Sul comporta

    quase 16% da populao ocupada nacional, da qual 44% so representadas pelas mulheres,

    tratando-se, portanto, de uma parcela relevante no cenrio regional. Um aspecto importante

    apresentado pela literatura a menor desigualdade de renda presente na Regio Sul,

    comparativamente ao restante do Brasil. A desigualdade presente na Regio sul em 2009,

    medida pelo ndice de Gini, foi de 0,489 enquanto no Brasil a mdia nacional foi de 0,518

    (IBGE, 2009).

  • 3

    A maior visibilidade auferida pelas mulheres, sobretudo na dcada atual,

    principalmente em decorrncia de polticas pblicas, corrobora para tornar cada vez mais

    assdua a discusso sobre sua participao no mercado de trabalho e a persistncia de

    diferenciais de rendimento. De acordo com Silva (1983), o estudo das diferenas salariais

    justificado pelas vrias relaes sociais e econmicas existentes, um fator importante da

    hierarquizao nas sociedades modernas quanto determinao dos nveis de bem-estar

    auferido pelas pessoas.

    A partir do pressuposto de que as diferenas salariais existem e so

    elevadas, pretende-se averiguar a parcela cabvel segmentao setorial entre as mulheres no

    mercado de trabalho da Regio Sul do Brasil. A literatura brasileira tem registrado a

    preocupao de vrios autores quanto verificao da existncia de desigualdades de

    rendimentos do trabalho. As especificidades acerca de diferenciais de rendimento por gnero

    podem ser encontradas em Cacciamali e Batista (2009), Carvalho, Neri e Silva (2006), Arajo

    e Ribeiro (2002), Kon (2002); diferenciais entre os mercados formais e informais de trabalho

    esto registradas em Silva e Kassouf (2000); Menezes Filho, Mendes e Almeida (2004); e

    ainda desigualdades decorrentes das regulamentaes dos mercados de trabalho so tratadas

    em Fernandes (1996). No entanto, tais estudos no contemplam aspectos setoriais, como

    especificamente o setor de servios em relao aos demais, nem o comportamento da

    ocupao e do rendimento nesse setor e/ou sua relao com os demais setores, ou ainda a

    possibilidade de que as caractersticas setoriais influenciem no rendimento feminino. A

    investigao avana, ento, para o questionamento: as diferenas salariais so explicadas

    pelas caractersticas pessoais e da regulao ou pelos atributos do setor, ou seja, pela

    segmentao setorial?

    Diante desse contexto, esta pesquisa tem por objetivo analisar a formao e

    as diferenas dos rendimentos das mulheres da Regio Sul do Brasil, nos setores de atividade

    econmica nos anos de 2002 e 2009 a partir dos microdados da PNAD. Examina-se a

    proporo dos efeitos decorrentes dos atributos pessoais e da regulao no mercado de

    trabalho versus os efeitos setoriais na determinao dos diferenciais de rendimento das

    mulheres. Para tanto, utiliza-se a estimao de equaes mincerianas de participao e de

    rendimento, corrigidas pelo Modelo de Seleo de Heckman (1979), a partir das quais se

    realiza a Decomposio de Oaxaca-Blinder (1973) adaptada por Jann(2008) que explicita os

    diferenciais de rendimento nos grupos comparados.

    A hiptese que sustenta esta pesquisa a de que as trabalhadoras atuam em

    segmentos distintos do mercado de trabalho, em diferentes setores, os quais tm seus

  • 4

    rendimentos determinados, em parte, independentes das caractersticas das trabalhadoras e da

    regulao. A segmentao ocorre no mercado de trabalho feminino da Regio Sul do Brasil e

    pode ser explicada pelos diferenciais de produtividade ligados teoria do capital humano,

    pelos atributos pessoais produtivos ou no, e pelo efeito do setor nos rendimentos das

    mulheres inseridas no mercado de trabalho dessa regio.

    Este estudo composto por quatro sees alm desta introduo. Na

    primeira so apresentadas os objetivos da pesquisa, enquanto na segunda tem-se os

    procedimentos metodolgicos e na terceira trs os resultados e discusses da pesquisa. Por

    fim, tem-se as consideraes finais e as principais contribuies da anlise.

    2. Objetivos

    2.1 Objetivo Geral

    Analisar a formao e os diferenciais de rendimentos das mulheres, por

    setores de atividade econmica, para a regio Sul do Brasil nos anos de 2002 e 2009.

    2.2 Objetivos Especficos:

    Calcular as equaes de rendimento do trabalho feminino e a influncia dos fatores

    determinantes.

    Calcular e analisar os diferenciais de rendimento do trabalho feminino nos setores

    considerados.

    Exprimir numrica e qualitativamente os resultados obtidos, bem como discuti-los.

    3. Metodologia

    A base de dados utilizada a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios

    (PNAD), relativa aos anos de 2002 e 2009. O sistema de pesquisas domiciliares foi

    implantado progressivamente no Brasil a partir de 1967, com a criao da PNAD e tem como

    finalidade a produo de informaes bsicas para o estudo do desenvolvimento

    socioeconmico do pas. Sua abrangncia geogrfica foi sendo gradativamente expandida,

    bem como as informaes obtidas na pesquisa, sua realizao anual, feita por meio da

    aplicao de questionrios em domiclios selecionados no ms de setembro de cada ano e

    somente interrompida nos anos em que h o Censo Demogrfico. Investiga, de forma

  • 5

    permanente, caractersticas gerais da populao, de educao, trabalho, rendimento e

    habitao, e ainda com periodicidade varivel, caractersticas sobre migrao, fecundidade,

    sade, segurana alimentar, criminalidade, entre outros temas de interesse, de acordo com a

    necessidade de informaes para o Brasil.

    O procedimento metodolgico adotado pelo IBGE determina que cada

    pessoa da amostra represente um nmero especfico de pessoas da populao e, portanto, os

    dados individuais so fornecidos com o fator de expanso de cada indivduo, para que cada

    observao possa ser ponderada por seu respectivo peso e tambm expandida a termos

    populacionais. O levantamento das informaes obtidas pela pesquisa tem sido um importante

    instrumento para formulao, validao e avaliao de polticas orientadas para o

    desenvolvimento socioeconmico do pas.

    O diferencial de rendimento entre as mulheres analisado a partir de uma

    amostra construda com os microdados da PNAD para a Regio Sul do Brasil. A amostra

    utilizada consiste em indivduos economicamente ativos do gnero feminino, com

    rendimentos positivos, na zona urbana, cuja faixa etria est entre 16 anos e 60 anos; os

    indgenas foram excludos da amostra, devido a pouca representatividade populacional.

    Define-se a ocupao como sendo o cargo, funo, profisso ou ofcio

    exercido pela pessoa, que possibilita a formao de grupos ocupacionais de acordo com a

    similaridade da ocupao, divulgado no Perfil do Trabalho Decente no Brasil (OIT, 2009).

    Nele considera-se como trabalho formal aquele realizado por trabalhadores com carteira de

    trabalho assinada, inclusive os trabalhadores domsticos; militares e funcionrios pblicos

    estatutrios; empregadores e trabalhadores por conta prpria que contribuam para a

    previdncia social. Como trabalhador informal, considera-se os empregados e trabalhadores

    domsticos sem carteira assinada e os autnomos e empregadores que no contriburam para a

    previdncia social. Excluiu-se da amostra o trabalhador no remunerado, trabalhadores

    ocupados na produo para o prprio consumo e na construo para o prprio uso.

    Os grupamentos de atividades so classificados em quatro setores de

    atividade econmica, focando o mercado de trabalho feminino privado na Regio Sul do

    Brasil. Considera-se a ocupao feminina no setor industrial, comrcio, servios e servios

    domsticos, excludas as atividades mal definidas, e tambm, devido dinmica prpria que

    rege a administrao pblica e o setor agrcola da economia brasileira, as pessoas ocupadas

    nestes setores foram tambm excludas da amostra (SOARES e GONZAGA, 1999).

    Os grupamentos de atividade definidos pela PNAD foram agregados de

    forma que o setor industrial abrange outras atividades industriais, indstria de transformao e

  • 6

    indstria da construo; o setor de servios inclui alojamento e alimentao, transporte,

    armazenagem e comunicao, educao, sade e servios sociais privados, outros servios

    coletivos, sociais e pessoais e outras atividades, exceto servios domsticos, que analisado

    em grupo especfico.

    Quanto cor da pele, h variveis binrias para indivduos brancos e no

    brancos (que inclui amarelos, negros e pardos). A classificao da raa ou cor dos indivduos

    obtidos na realizao da PNAD obtida atravs da declarao da pessoa entrevistada na

    pesquisa, de acordo com a classificao determinada no plano de investigao da mesma. As

    faixas de escolaridade definem os indivduos como os que possuem menos de 4 anos de

    estudo, de 5 a 8 anos de estudo, com 9 a 11 anos de estudo, e por fim, os indivduos que

    possuem 12 anos ou mais de estudo. O perfil etrio divide-se em 5 faixas de idade de 16 a 24

    anos, de 25 a 29 anos, de 30 a 39 anos, de 40 a 49 anos e , por fim, de 50 a 60 anos de idade.

    O rendimento do trabalho, utilizado pelo IBGE definido como a

    remunerao bruta mensal a que normalmente os empregados e trabalhadores domsticos

    teriam direito trabalhando o ms completo ou, quando o rendimento varivel, a remunerao

    mdia mensal, referente ao ms de referncia. No caso dos empregadores e trabalhadores

    autnomos, equivale retirada mensal normalmente feita ou, quando varivel, a retirada

    mdia mensal, referente ao ms de referncia. A base de dados utilizada a Pesquisa Nacional

    por Amostra de Domiclios (PNAD), relativa aos anos de 2002 e 2009. O diferencial de

    rendimento entre as mulheres analisado a partir de uma amostra construda com os

    microdados da PNAD para a Regio Sul do Brasil. A amostra utilizada consiste em

    indivduos economicamente ativos do gnero feminino, com rendimentos positivos, na zona

    urbana, cuja faixa etria est entre 16 anos e 60 anos; os indgenas foram excludos da

    amostra, devido a pouca representatividade populacional.

    Considera-se como trabalho formal aquele realizado por trabalhadores com

    carteira de trabalho assinada, inclusive os trabalhadores domsticos; militares e funcionrios

    pblicos estatutrios; empregadores e trabalhadores por conta prpria que contribuam para a

    previdncia social. Como trabalhador informal, considera-se os empregados e trabalhadores

    domsticos sem carteira assinada e os autnomos que no contriburam para a previdncia

    social. Excluiu-se da amostra o trabalhador no remunerado, trabalhadores ocupados na

    produo para o prprio consumo e na construo para o prprio uso.

    Os grupamentos de atividades so classificados em quatro setores de

    atividade econmica, focando, portanto, o mercado de trabalho feminino privado na Regio

    Sul do Brasil. Considera-se a ocupao feminina no setor industrial, comrcio, servios e

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    servios domsticos, excludas as atividades mal definidas, e tambm, devido dinmica

    prpria que rege a administrao pblica e o setor agrcola da economia brasileira, as pessoas

    ocupadas nestes setores foram tambm excludas da amostra (SOARES e GONZAGA, 1999).

    Os grupamentos de atividade definidos pela PNAD foram agregados de forma que o setor

    industrial abrange outras atividades industriais, indstria de transformao e indstria da

    construo; o setor de servios inclui alojamento e alimentao, transporte, armazenagem e

    comunicao, educao, sade e servios sociais privados, outros servios coletivos, sociais e

    pessoais e outras atividades, exceto servios domsticos, que analisado em grupo especfico.

    Quanto cor, h variveis binrias para indivduos brancos e no brancos

    (que inclui amarelos, negros e pardos). As faixas de escolaridade definem os indivduos como

    os que possuem menos de 4 anos de estudo, de 5 a 8 anos de estudo, com 9 a 11 anos de

    estudo, e por fim, os indivduos que possuem 12 anos ou mais de estudo.

    A abordagem economtrica utilizada neste estudo para estimar as equaes

    de seleo seguem a metodologia do Modelo de Seleo Amostral de Heckman (1979), pois

    produz estimadores eficientes aps corrigir o vis de seletividade amostral nas equaes

    salariais. So estimadas as equaes de seleo para os quatro setores em anlise, por meio de

    um modelo probabilstico em que a varivel dependente da equao assume valor 0 se a

    mulher no trabalhou no perodo de referncia e valor 1 se trabalhou.

    O procedimento de correo da seletividade amostral de Heckman (1979)

    assume que L* seja a varivel representante da participao da fora de trabalho feminina.

    Desse modo tem-se:

    i i iL Z u (1)

    Em que Zi o vetor das variveis que determinam a participao no

    mercado de trabalho. Sabe-se que a varivel L* no observvel, porm L pode ser estimado,

    de forma que 1 se 0i iL L e 0 se 0i iL L

    Definidas as participaes

    das mulheres no mercado de trabalho, pode-se estimar os salrios auferidos, os quais sero

    dados por:

    iii vXW (2)

    Em que Xi o vetor das variveis determinantes do salrio. possvel

    observar W apenas quando L* maior que zero. Assume-se, ainda que ui e vi possuem uma

    distribuio bivariada normal, cuja mdia zero, desvios padro u e v e correlao , de

    forma que:

    | observado | 0 |i i i i i i iE W W E W L E W u Z

  • 8

    |i i i iX E v u Z

    i v i uX

    Ao rearranj-la tem-se a varivel de correo do vis de seleo amostral, denominada por

    Heckman como funo inversa de Mills, que dada pela equao (3):

    i

    u

    i u

    i

    u

    Z

    Z

    (3)

    Em que representa a funo de densidade de probabilidade e a funo

    distribuio cumulativa para uma distribuio normal.

    Heckman (1979) afirma que, ao adicionar o inverso da razo de Mills na

    equao de rendimentos, so obtidos estimadores consistentes e sem vis de seletividade

    amostral, isto : | 0i i u iW L X . Desse modo, ao se considerar

    explicitamente a deciso de o indivduo participar da amostra atravs da equao de seleo e

    incluir a razo inversa de Mills () na equao de rendimentos, as estimativas dos parmetros

    obtidos so consistentes. Sua hiptese confirmada por Kassouf (1994), que compara os

    parmetros das equaes de rendimento estimadas pelo mtodo tradicional (mnimos

    quadrados ordinrios) e pelo procedimento de Heckman e obtm evidncia de que os

    estimadores de Heckman so eficientes e no-viesados.

    As equaes de rendimento, a serem estimadas para as mulheres ocupadas

    nos setores de servios, comrcio, indstria e de servios domsticos, tm como varivel

    dependente o logaritmo da razo entre o salrio e a jornada de trabalho (salrio/hora) e sero

    utilizadas para mensurar os diferenciais de salrios nos setores de atividade. Pode ser

    apresentada na forma matricial, conforme a equao 4:

    vXW 'ln (4)

    Trata-se de um modelo semilog, em que W representa o salrio mensal

    mdio recebido pela mulher por hora de trabalho, logo, o ln W corresponde ao logaritmo

    natural da razo entre o salrio e a jornada de trabalho nos respectivos setores, so os

    coeficientes a serem estimados e X corresponde s variveis explicativas do modelo e o v

    representa o termo de erro estocstico.

    Aps a devida estimao das equaes de rendimento, so mensurados os

    diferenciais de rendimentos femininos entre os setores de atividade econmica, com a

    aplicao da decomposio de Oaxaca-Blinder (1973) adaptada por Jann (2008). O modelo

  • 9

    supe que se no houver discriminao, os efeitos das caractersticas especficas dos

    indivduos sobre os salrios sero idnticos para cada grupo considerado, de forma que a

    diferenciao notada atravs de diferenas nos coeficientes estimados das equaes de

    rendimento mincerianas previamente descritas, tal como a equao 4. A partir das equaes

    de rendimento so obtidos os valores mdios do logaritmo da razo entre o salrio e a jornada

    de trabalho (salrio/hora) de cada setor, comparativamente ao valor mdio do logaritmo

    salarial no setor de servios, tido como em vantagem, como apresentado na equao 5.

    vXW 'ln (5)

    Portanto, a partir das equaes de rendimento obtidas, calcula-se os valores

    mdios para o logaritmo do salrio/hora na indstria, comrcio e servios domsticos, em

    relao queles observados no setor de servios, tido como grupo base. A diferena do ln do

    rendimento mdio das mulheres nos diferentes setores de atividade econmica, em relao

    quelas ocupadas no setor de servios pode ser expressa como a diferena da estimao no

    ponto mdio das variveis explicativas de cada grupo, conforme apresentado na equao 6,

    em que iiE )( e 0)( ivE , por hiptese, cujo ndice i representa o grupo de

    trabalhadoras em cada setor,

    jjiijjji XEXEvXEvXEWEWED ''

    '' )()()()()(ln)(ln

    (6)

    Conforme proposto por Jann (2008), a equao 6 pode ser rearranjada de

    forma a identificar separadamente a contribuio da diferena na mdia dos regressores e a

    diferena dos coeficientes i , da seguinte forma:

    )()]()([)()()]()([ '''

    jijijijji XEXEXEXEXED (7)

    A equao 7 denominada por Jann (2008) como three-fold

    decomposition, pois divide o diferencial total dos rendimentos em trs componentes, em que

    j representa os coeficientes relativos ao setor privilegiado, de servios, enquanto os demais

    subscritos i representaro respectivamente os setores de servios domsticos, indstria e

    comrcio. Pode-se apresentar a equao 7 de forma sintetizada como ICED ,

    correspondente s equaes 8, 9 e 10, que apresentam separadamente os trs efeitos da

    decomposio.

    O primeiro efeito dado por E , e corresponde ao efeito explicado, tambm

    chamado de endowment effect, obtido com a diferenciao das mdias das caractersticas do

    posto de trabalho e dos atributos pessoais produtivos e no produtivos das trabalhadoras

    inseridas no setor que est sendo comparado ao setor em vantagem, representado pelo

  • 10

    primeiro termo direita da equao de decomposio, ou seja:

    jji XEXEE ')]()([ (8)

    O segundo efeito o no explicado pelas caractersticas dos postos de

    trabalho e dos atributos pessoais e tambm capta os potenciais efeitos das variveis no

    observadas nas equaes de rendimento, isto porque, mede a contribuio das assimetrias nos

    coeficientes sob o rendimento, inclusive as diferenas nos interceptos, tambm chamado de

    coefficient effect. Este efeito representado pelo termo C da decomposio, dado por:

    )()( ' jiXEC (9)

    Por fim, o terceiro componente mede a interao entre os efeitos explicados

    e no explicados, ou seja, um termo que contabiliza a interao dada pelo fato de que as

    diferenas de atributos e dos coeficientes podem simultaneamente coexistir entre os dois

    grupos, tambm chamado de interaction effect. Este efeito dado pelo termo I da

    decomposio dos rendimentos, isto :

    (10)

    A Decomposio apresentada uma metodologia amplamente difundida em

    estudos da economia do trabalho, relativo a diferenas, foi utilizado por Campante, Crespo e

    Leite (2004), Cacciamali e Batista (2009), Carvalho, Neri e Silva (2006), Machado, Oliveira e

    Antigo (2008), Cacciamali, Tatei e Rosalino (2009), Cirino (2008) e Becker (2008).

    4. Resultados e discusses

    Ao analisar os resultados das equaes de seleo observadas no mercado

    de trabalho feminino na regio sul do Brasil para o ano de 2002, observa-se que os sinais

    obtidos foram coerentes com o esperado. A varivel idade foi estatisticamente significativa e

    apresentou os sinais esperados em todos os setores considerados, assim como a idade ao

    quadrado (idade2) que capta a queda de produtividade do trabalho devido o aumento de

    idade. O coeficiente que representa a varivel cor da pele teve sinais negativos, o que significa

    que a amostra feminina no branca tem uma desvantagem em relao s mulheres brancas

    para ingressarem no setor em que os maiores rendimentos so obtidos, como o setor de

    servios e ainda na indstria e no comrcio. Situao contrria foi observada no setor de

    servios domsticos, em que o sinal do coeficiente da varivel cor no branca foi positivo, um

    indicativo de que h maior possibilidade de insero de mulheres no brancas neste setor.

    As variveis que se referem escolaridade so importantes na alocao

    )()]()([ ' jiji XEXEI

  • 11

    produtiva. As faixas entre 9 a 11 anos de estudo e acima de 12 anos de estudos so

    estatisticamente significativas, no setor de servios, comrcio e indstria e tm sinais

    positivos, o que sinaliza uma importante relao entre maior escolaridade e seleo para o

    mercado de trabalho nestes setores. Este pode ser um indicativo que corrobora o fato de que a

    escolaridade uma varivel clssica na determinao da participao no mercado de trabalho

    e dos rendimentos auferidos.

    Tabela 1 - Equaes de seleo das mulheres, por setor de atividade na Regio Sul 2002

    Variveis Servios Indstria Comrcio Serv. Domsticos

    Idade 0,0620*** 0,0553*** 0,0567*** 0,0547***

    (0,0111) (0,0101) (0,00996) (0,00987)

    Idade2 -0,000550*** -0,000488*** -0,000518*** -0,000485***

    (0,000153) (0,000140) (0,000138) (0,000136)

    No branca -0,165*** -0,134*** -0,204*** 0,422**

    (0,0545) (0,0505) (0,0483) (0,0447)

    De 5 a 8 anos estudo 0,101 0,0712 0,0383 -0,0859**

    (0,0665) (0,0550) (0,0579) (0,0510)

    De 9 a 11 anos estudo 0,360*** 0,195*** 0,251*** -0,0140

    (0,0640) (0,0552) (0,0568) (0,0518)

    12 (ou mais) anos estudo 0,775*** 0,563*** 0,575*** -0,384

    (0,0720) (0,0655) (0,0668) (0,0634)

    Cnjuge -0,327** -0,373*** 0,0466* -0,895**

    (0,0383) (0,0397) (0,0394) (0,0395)

    Chefe famlia 0,151*** 0,386*** 0,718*** 0,112***

    (0,0450) (0,0454) (0,0480) (0,0450)

    Filhos -0,0128* -0,00329* -0,0549** 0,000189

    (0,0354) (0,0368) (0,0376) (0,0356)

    Constante -1,379*** -0,894*** -0,960*** -0,717***

    (0,191) (0,170) (0,169) (0,168)

    Amostra 3.344 2.354 2.199 2.391

    Fonte: Resultados da Pesquisa

    Obs: Nvel de significncia ***p< 0,01, **p< 0,05 e *p< 0,1

    O fato de a mulher ser cnjuge apresentou uma relao negativa com a

    probabilidade de estar ocupada, com exceo do setor de comrcio, o mesmo ocorreu com a

    varivel indicativa da presena de filhos, com exceo do setor de servios domsticos. Os

    coeficientes relativos condio de chefe da unidade familiar apresentou uma relao positiva

    e estatisticamente significativa quanto seleo para mercado de trabalho, em todos os

    setores considerados, da Regio Sul do Brasil.

    Desse modo, os principais fatores que tiveram influncia positiva relativos

    seleo feminina para o mercado de trabalho no ano de 2002 foram a idade, as faixas

  • 12

    superiores de escolaridade e caractersticas ligadas unidade familiar, como o fato de ser

    chefe de famlia. J os coeficientes que apresentaram uma relao negativa foram a varivel

    idade ao quadrado (idade2) que capta a queda de produtividade do trabalho devido o aumento

    de idade, a condio de cnjuge na unidade familiar, a presena de filhos e a cor no branca,

    que sinalizaram uma possvel reduo na probabilidade de insero no setor industrial.

    Na Tabela 2 tem se os resultados para as equaes de seleo, relativas

    amostra do ano de 2009, nos quais destacam-se a importncia da varivel idade, cor e

    escolaridade. Os coeficientes das binrias indicativas das faixas de escolaridade indicaram

    uma sinalizao positiva quanto ocupao, em todos os setores de atividade, exceto no de

    servios domsticos. Evidencia-se que maior grau de instruo oferece mais chances de a

    mulher estar inserida no mercado de trabalho, nos setores observados, exceto no de servios

    domsticos.

    Tabela 2 - Equaes de seleo das mulheres, por setor de atividade da Regio Sul 2009

    Variveis Servios Indstria Comrcio Serv. Domsticos

    Idade 0,0497*** 0,0427*** 0,0261*** 0,0411***

    (0,0115) (0,00995) (0,00982) (0,00986)

    Idade2 -0,000459*** -0,000378*** -0,000153 -0,000345**

    (0,000160) (0,000136) (0,000136) (0,000134)

    No branca -0,131*** -0,143*** -0,102** -0,0664*

    (0,0479) (0,0422) (0,0420) (0,0399)

    De 5 a 8 anos estudo 0,133 0,0467 0,0475 -0,00428

    (0,0814) (0,0664) (0,0685) (0,0577)

    De 9 a 11 anos estudo 0,332*** 0,148** 0,210*** 0,0534

    (0,0772) (0,0636) (0,0658) (0,0564)

    Mais de 12 anos est. 0,736*** 0,580*** 0,542*** -0,458***

    (0,0817) (0,0693) (0,0717) (0,0626)

    Cnjuge -0,00389 0,0103 0,0284 0,00544

    (0,0400) (0,0392) (0,0390) (0,0385)

    Chefe famlia 0,641*** -0,00217 0,217** 0,0114

    (0,0396) (0,0411) (0,0405) (0,0413)

    Filhos -0,00516 0,00486 -0,000283 -0,0200

    (0,0338) (0,0346) (0,0351) (0,0344)

    Constante -1,104*** -0,680*** -0,448*** -0,581***

    (0,200) (0,175) (0,169) (0,172)

    Amostra 4.166 2.452 2.430 2.240 Fonte: Resultados da Pesquisa

    Obs: Nvel de significncia ***p< 0,01, **p< 0,05 e *p< 0,1

  • 13

    Esta constatao coincide com o estudo de Soares e Isaki (2002) ao afirmar

    que a menor escolaridade dificulta e/ou reduz a insero feminina no mercado de trabalho. No

    caso do setor de servios domsticos, maior escolaridade diminua a probabilidade de a

    mulher trabalhar nesse setor, fato indicado pelo sinal negativo dos coeficientes relativos s

    faixas de maior escolaridade para esse setor.

    Ao considerar o grupo de mulheres no brancas, h um indicativo de que

    esse fator interferiu negativamente na probabilidade de estar inserida no mercado de trabalho

    em todos os setores de atividade econmica.

    Quanto s equaes de rendimento, na Tabela 3 so apresentados os

    coeficientes e respectivos desvios padro das equaes de rendimento obtidas para as

    mulheres ocupadas nos quatro setores de atividade econmica na Regio Sul do Brasil para o

    ano de 2002.

    Os sinais dos coeficientes obtidos esto de acordo com o esperado e a

    varivel idade2, que capta a queda de produtividade decorrente do aumento de idade, se

    mostrou uma varivel estatisticamente significativa em todos os setores. A ocorrncia da

    forma quadrtica dessa varivel na equao de rendimento para o ano de 2002, com sinal

    negativo, resultante da taxa decrescente relacionada ao aumento de idade e queda da

    produtividade, impactando nos rendimentos auferidos.

    De acordo com a amplamente discutida teoria do capital humano, as

    variveis ligadas escolaridade tem impacto positivo sobre o rendimento do trabalho,

    auferido pelas mulheres, em todos os setores de atividade considerados para a Regio Sul, no

    ano de 2002. O setor de servios domsticos tem a caracterstica de predomnio feminino e

    baixo rendimento, o que est relacionado com a escolaridade das pessoas ocupadas no

    mesmo, alm do fator cultural que faz com que seja considerado de baixa qualidade e,

    consequentemente, menos remunerado que nos demais setores de atividade econmica. Isso

    fica evidente ao analisar os coeficientes relativos s faixas de escolaridade.

    Quanto experincia, ambos os termos linear e quadrtico, apresentaram os

    sinais esperados, em que, conforme abordado pela teoria do capital humano, a experincia

    influencia positivamente nos rendimentos auferidos, porm a taxas decrescentes, representado

    pelo sinal negativo do coeficiente da experincia ao quadrado, enquanto o termo quadrtico

    foi negativo tambm para todos os setores e estatisticamente significativo no ano de 2002,

    indicando que seus salrios tendem a aumentar conforme a experincia, porm a taxas cada

    vez menores.

  • 14

    Tabela 3 - Equaes de rendimento das mulheres, por setor de atividade da Regio Sul - 2002

    Variveis Servios Indstria Comrcio Serv. Domsticos

    Idade 0,148*** 0,105*** 0,116*** 0,144***

    (0,0297) (0,0229) (0,0250) (0,0229)

    Idade2 -0,00124*** -0,000686** -0,00104*** -0,00133***

    (0,000404) (0,000312) (0,000345) (0,000312)

    Experincia 0,0425*** 0,00595*** 0,0165*** -0,000820**

    (0,0109) (0,00903) (0,00992) (0,00911)

    Experincia2 -0,00305*** -0,000415** -0,00364*** -0,000147**

    (0,000237) (0,000197) (0,000230) (0,000202)

    No branca -0,356*** -0,430*** -0,389*** -0,210***

    (0,123) (0,0908) (0,0979) (0,0792)

    De 5 a 8 anos estudo 0,229 0,152 0,235** 0,0115***

    (0,149) (0,0988) (0,114) (0,0872)

    De 9 a 11 anos estudo 1,097*** 0,658*** 0,947*** -0,473***

    (0,144) (0,0993) (0,112) (0,0914)

    12 (ou mais) anos estudo 2,408*** 1,832*** 2,067*** -1,795

    (0,153) (0,110) (0,123) (0,105)

    Formal 0,485*** 0,459*** 0,447*** 0,371***

    (0,0609) (0,0483) (0,0508) (0,0455)

    Lambda 0,890*** 0,769*** 0,826*** 0,761***

    (0,0139) (0,0111) (0,0112) (0,0110)

    Constante -4,253*** -2,777*** -3,232*** -3,268***

    (0,486) (0,363) (0,394) (0,363)

    Amostra 3.344 2.354 2.199 2.391 Fonte: Resultados da pesquisa.

    Obs: Nvel de significncia ***p< 0,01, **p< 0,05 e *p< 0,1

    A categoria de emprego formal tendeu a impactar positivamente no

    rendimento do trabalho feminino em todos os setores observados, pois os coeficientes

    positivos obtidos indicam que a formalidade e regulao nos contratos de trabalho, tendem a

    influenciar positivamente nos salrios auferidos. A varivel lambda, utilizada para corrigir o

    vis de seletividade, mostrou-se estatisticamente significativa em todos os setores, o que

    indica a necessidade de sua incluso no modelo como forma de corrigir o vis de seletividade

    dos salrios.

    A seguir, na Tabela 4 so apresentados os resultados das equaes de

    rendimento para os respectivos setores de atividade econmica, no ano de 2009. Em que os

    coeficientes ligados ao decrscimo de produtividade decorrente do aumento nas faixas de

    idade foram significativos e seus sinais indicam o declnio salarial decorrente da reduo na

    produtividade devido idade. Quanto experincia, ambos os termos linear e quadrtico

    apresentaram os sinais esperados, segundo a teoria do capital humano, em que a experincia

    possui influncia positiva sobre os rendimentos do trabalho, porm a taxas decrescentes.

  • 15

    notvel a relevncia da varivel ligada educao, principalmente

    daquelas que indicam maior faixa de escolaridade, como parcela determinante do salrio

    feminino. Esta constatao corrobora os resultados obtidos por Coelho, Veszteg e Soares,

    Oliveira (2004) e Chaves (2002), quanto relevncia da escolaridade na determinao do

    rendimento.

    A categoria de emprego formalizado tambm continuou a interferir

    significativamente no nvel mdio de rendimento auferido do trabalho em todos os setores, o

    que confirma os resultados obtidos por Barros, Varandas e Pontes (1988) e Menezes-filho,

    Mendes e Almeida (2004) no que tange a influncia da categoria de emprego na determinao

    do rendimento.

    Tabela 4 - Equaes de rendimento das mulheres, por setor de atividade da Regio Sul - 2009

    Variveis Servios Indstria Comrcio Serv. Domsticos

    Idade 0,172*** 0,116*** 0,127*** 0,137***

    (0,0401) (0,0314) (0,0312) (0,0292)

    Idade2 -0,00154*** -0,000970** -0,00103** -0,00121***

    (0,000549) (0,000422) (0,000429) (0,000396)

    Experincia 0,130** 0,0179** 0,184** 0,00430

    (0,0153) (0,0130) (0,0124) (0,0112)

    Experincia2 -0,000369 -0,000259 -0,00804 -0,000133

    (0,000357) (0,000288) (0,000288) (0,000258)

    No branca -0,448*** -0,392*** -0,417*** -0,150***

    (0,138) (0,101) (0,104) (0,00919)

    De 5 a 8 anos estudo 0,537** 0,304** 0,296* 0,140

    (0,237) (0,150) (0,174) (0,126)

    De 9 a 11 anos estudo 1,280*** 0,830*** 0,807*** -0,545***

    (0,223) (0,144) (0,165) (0,126)

    12 (ou mais) anos estudo 2,794*** 2,212*** 2,008*** -2,023***

    (0,227) (0,151) (0,172) (0,134)

    Formal 0,322*** 0,397*** 0,341*** 0,408***

    (0,0750) (0,0626) (0,0637) (0,0606)

    Lambda 1,167*** 1,055*** 1,088*** 1,027***

    (0,0125) (0,00999) (0,00992) (0,0102)

    Constante -3,960*** -2,384*** -2,345*** -2,583***

    (0,657) (0,501) (0,501) (0,473)

    Amostra 4.166 2.452 2.430 2.240 Fonte: Resultados da pesquisa

    Obs: Nvel de significncia ***p< 0,01, **p< 0,05 e *p< 0,1

    Na Tabela 5 so apresentadas as estimativas obtidas para o diferencial de

    rendimento entre as mulheres ocupadas no setor de servios, comparativamente em relao

  • 16

    aos setores industrial, comercial e de servios domsticos, nos anos de 2002 e 2009 a partir do

    procedimento de Oaxaca-Blinder (1973), conforme Jann (2008).

    Tabela 5 - Decomposio das equaes de rendimento e dos efeitos obtidos para 2002e 2009

    Setor industrial Setor de servios

    2002 2002

    Setores Coef. EP Est "t" Efeitos Coef. EP Est "t" %

    Servios 1,276*** 0,0431 29,61 Efeito explicado 0,252*** 0,0321 7,85 50

    Indstria 0,771*** 0,0378 20,4 Efeito setor 0,158** 0,0627 2,52 31

    Diferena 0,504*** 0,0573 8,8 Interao 0,0951** 0,419 2,27 18

    2009 2009

    Setores Coef. EP Est "t" Efeitos Coef. EP Est "t" %

    Servios 2,130*** 0,054 39,66 Efeito explicado 0,355*** 0,042 8,51 60

    Indstria 1,542*** 0,05 31,15 Efeito setor 0,200** 0,08 2,5 34

    Diferena 0,588*** 0,073 8,04 Interao 0,327 0,054 6,1 56

    Setor de comrcio Setor de servios

    2002 2002

    Setores Coef. EP Est "t" Efeitos Coef. EP Est "t" %

    Servios 1,276*** 0,043 29,61 Efeito explicado 0,342*** 0,016 21,37 96

    Comrcio 0,920*** 0,05 18,4 Efeito setor 0,0665** 0,022 30,22 19

    Diferena 0,356*** 0,066 5,39 Interao 0,0355** 0,013 2,84 10

    2009 2009

    Setores Coef. EP Est "t" Efeitos Coef. EP Est "t" %

    Servios 2,130*** 0,054 39,66 Efeito explicado 0,129*** 0,039 3,29 27

    Comrcio 1,647*** 0,055 29,78 Efeito setor 0,133* 0,081 1,65 28

    Diferena 0,483*** 0,077 6,26 Interao 0,221*** 0,048 4,6 46

    Setor de servios domsticos Setor de servios

    2002 2002

    Setores Coef. EP Est "t" Efeitos Coef. EP Est "t" %

    Servios 1,276*** 0,043 29,61 Efeito explicado 0,447** 0,193 2,31 56

    S. Domstico 0,476*** 0,035 13,56 Efeito setor 0,226*** 0,077 2,93 29

    Diferena 0,799*** 0,056 14,37 Interao 0,528*** 0,201 2,63 66

    2009 2009

    Setores Coef. EP Est "t" Efeitos Coef. EP Est "t" %

    Servios 2,130*** 0,054 39,66 Efeito explicado 0,378*** 0,1 3,78 43

    S. Domstico 1,247*** 0,039 32,22 Efeito setor 0,364*** 0,103 3,53 41

    Diferena 0,883*** 0,066 13,34 Interao 0,14 0,128 1,09 16

    Fonte: Resultados da pesquisa

    Obs: Nvel de significncia ***p< 0,01, **p< 0,05 e *p< 0,1

    EP = Erro padro

    Os percentuais de explicao dados pelos trs efeitos so obtidos dividindo-

    se cada um de seus respectivos coeficientes pela diferena observada entre o setor

  • 17

    considerado e o setor de servios. Sendo assim, o efeito dotao indica que se as mulheres

    ocupadas na indstria tivessem as mesmas caractersticas daquelas ocupadas no setor de

    servios, seu incremento salarial foi (em termos de logaritmo) 0,252, ou seja, explicava 50%

    (dado por 0,252 dividido por 0,504) do diferencial negativo de rendimento obtido pelas

    trabalhadores inseridas no setor industrial da Regio Sul no ano de 2002 e assim,

    respectivamente.

    No que tange ao efeito setor, em 2002 foi responsvel por explicar 31% no

    diferencial de rendimentos percebido pelas mulheres inseridas no setor industrial, quando

    comparado quelas em vantagem salarial, ocupadas no setor de servios. J em 2009, 34% do

    hiato salarial na indstria se devia tipicidades do setor industrial.

    Na anlise dos resultados obtidos para o setor de comrcio no ano de 2002,

    o efeito explicado reduziu-se ao longo da srie, em 2002 representava pouco mais de 96% da

    parcela de diferena salarial observada e em 2009 explicou 27% na variao da mdia do

    logaritmo do salrio das mulheres inseridas neste setor, de forma que uma parcela

    significativa do hiato salarial foi gradativamente sendo explicado pelas caractersticas do setor

    de comrcio, comparativamente ao setor de servios.

    Por outro lado, o efeito setor apresentou uma tendncia de aumento, pois

    explicava 28% da diferena salarial em 2002 e em 2009 chegou a 42%. Esse pode ser um

    indicativo de que as caractersticas intrnsecas ao setor so fortes e contriburam

    significativamente e de forma crescente para explicar a diferena de rendimento marcante

    existente no setor de servios domsticos quando comparado ao setor em vantagem, o de

    servios.

    Em resumo, observou-se que o diferencial salarial observado na indstria foi

    crescentemente explicado ao longo da srie pelos atributos pessoais e da regulao, enquanto

    o efeito setor, manteve-se relativamente estvel. Apesar da recuperao na indstria e do

    consequente ganho salarial no setor, ao longo da dcada de 2000, ressalta-se no apenas a

    persistncia do diferencial entre os rendimentos observados entre os dois setores, como ainda

    o aumento da vantagem no setor de servios, visto que o diferencial salarial aumentou em

    16% quando comparados os rendimentos obtidos pelas mulheres ocupadas no setor industrial

    em relao quelas inseridas no setor de servios.

    Das estimativas obtidas para o diferencial de rendimento entre as mulheres

    ocupadas no setor de comrcio e de servios domsticos, em relao quelas inseridas no

    setor de servios, observou-se uma reduo no poder de explicao dado pelos atributos

    pessoais e pela regulao no mercado de trabalho e simultaneamente uma tendncia de

  • 18

    aumento na importncia das caractersticas tpicas de cada setor como fatores significativos na

    determinao do hiato salarial entre os setores analisados.

    Desse modo, as variveis que representam a teoria do capital humano, a

    faixa superior de escolaridade e a experincia, foram responsveis por explicar em mdia 54%

    nos diferencias salariais observados para as mulheres inseridas no setor industrial, 45% no

    setor de comrcio e 32% do total de hiato salarial evidenciado no setor de servios

    domsticos, todos quando comparados ao setor de servios, vantajoso em relao aos demais.

    Outra considerao a ser feita que parcelas significativas dos diferenciais

    so explicados pelos efeitos setoriais, os quais esto ligados a fatores abordados pela teoria da

    segmentao do mercado de trabalho. Essas variveis tm sua influncia congregadas no

    efeito setorial, que foram responsveis por explicar em mdia 30% nos diferencias salariais

    observados entre as mulheres inseridas no setor industrial, 24% no setor de comrcio e 34%

    do total de hiato salarial evidenciado no setor de servios domsticos, todos quando

    comparados ao setor de servios.

    As particularidades setoriais, tais como suas respectivas estruturas

    produtivas, organizaes trabalhistas ou mesmo a cultura de cada setor podem ser elementos

    que interfiram nos diferenciais salariais observados, principalmente no setor industrial e de

    servios domsticos, setores em que o efeito setorial teve maior poder de explicao dos

    diferenciais de rendimento. So informaes que indicam comprovao das hipteses de

    presena de segmentao no mercado de trabalho feminino na Regio Sul do Brasil.

    CONSIDERAES FINAIS

    Ressalta-se que a idade feminina teve implicaes positivas quanto aos

    rendimentos auferidos de acordo com o setor de atividade econmica percebido pelos sinais

    positivos dos coeficientes. Quanto varivel cor, o que se observou nas equaes de

    rendimento foram sinais negativos dos coeficientes, o que mostra a desvantagem das mulheres

    negras e pardas quanto aos rendimentos auferidos no mercado de trabalho na Regio Sul, fato

    que observado, com significncia estatstica em todos os setores de atividade econmica.

    O setor de servios domsticos apresentou desvantagens quanto s faixas de

    escolaridade, pois consiste no nico setor de exceo, j que nos demais as faixas de

    escolaridade tiveram uma influncia positiva sobre o rendimento do trabalho feminino. o

    setor em que se observa o maior diferencial comparativamente ao setor de servios.

  • 19

    Verificam-se nos servios domsticos uma caracterstica ligada ao baixo rendimento e

    escolaridade, em um crculo vicioso persistente, difcil de ser quebrado, devido rgida

    mobilidade ocupacional brasileira. A categoria de emprego formal e a experincia,

    apresentaram os sinais esperados, com tendncia a impactar positivamente no rendimento do

    trabalho feminino em todos os setores observados.

    Das estimativas obtidas para o diferencial de rendimento entre as mulheres

    ocupadas no setor de comrcio, em mdia 55% do diferencial na mdia do logaritmo salarial

    so explicados pelas caractersticas, produtivas ou no, intrnsecas mo de obra ocupada no

    setor de comrcio. Enquanto o efeito setor, em mdia contribuiu com cerca de 32% da

    explicao dos diferenciais observados no setor de comrcio em relao ao setor de servios,

    que o setor em vantagem.

    O diferencial de rendimento entre as mulheres ocupadas no setor de servios

    domsticos e no setor de servios persistiu, no entanto, devido grande discrepncia entre as

    duas categorias, embora o logaritmo mdio salarial das mulheres no setor de servios

    domsticos tenha variado positivamente no perodo, persiste um grande hiato entre o auferido

    pelas mulheres nos dois setores de atividade econmica. Na mdia do perodo, essa diferena

    observada foi 57% explicada pelo efeito dotao, enquanto cerca de 34% da explicao de

    tais diferenciais se deu pelo efeito setor.

    As caractersticas setoriais tiveram importante papel na explicao do hiato

    salarial existente entre os setores. Foram responsveis por explicar em mdia 32% nos

    diferencias salariais observados entre as mulheres inseridas no setor industrial, 24% no setor

    de comrcio e 35% do total de hiato salarial evidenciado no setor de servios domsticos,

    todos quando comparados ao setor de servios.

    Desse modo, como no apenas atributos pessoais seriam responsveis pela

    desvantagem salarial verificada, mas fatores alheios s caractersticas pessoais produtivas ou

    no das mesmas, como tipicidades intrnsecas aos setores, pode-se atribuir tais diferenciais

    presena de segmentao no mercado de trabalho feminino da Regio Sul do Brasil.

    Assim, corrobora-se a hiptese de que a segmentao ocorre no mercado de

    trabalho feminino da Regio Sul do Brasil, pois embora uma parcela da diferena salarial

    possa ser explicada pelos diferenciais de produtividade ligados escolaridade e experincia,

    variveis ligadas teoria do capital humano, estas no o explicam completa e suficientemente,

    ainda que os atributos pessoais, produtivos ou no e a categoria de emprego sejam variveis

    importantes. Portanto, a parcela de diferena, decorrente de caractersticas do setor, nos

    rendimentos das mulheres inseridas no mercado de trabalho so de grande relevncia

  • 20

    Pesquisas voltadas especificamente para cada setor, que considere as

    especificidades de cada um de forma mais ampla, poderiam contribuir para avanar na

    compreenso dos motivos que fazem com que as diferenas salariais, no apenas existam, mas

    persistam ao longo do tempo.

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