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    ABANDONE O ATIVISMOAndrew X.

    Um problema visível no dia de ação 18 de junho foi a adoção de uma mentalidadeativista. Este problema se tornou particularmente óbvio com o 18 de junho

    precisamente porque as pessoas envolvidas na sua organiação e as pessoas envolvidas

    no dia se esforçaram por superar essas limitaç!es. Este artigo não pretende criticar

    ningu"m envolvido em particular # mas sim " uma tentativa de estimular o pensamento

    sobre os desafios que nos confrontam se levamos realmente a s"rio a nossa intenção de

    acabar com o modo de produção capitalista.

    EXPERTS

      $or %mentalidade ativista& eu pretendo me referir 'quelas pessoas que

    v(em elas mesmas primeiramente como ativistas e como pertencendo a uma

    comunidade maior de ativistas. ) ativista se identifica com o que ele fa* e o encara

    como sendo sua função ou papel na vida* como um emprego ou carreira. +a mesma

    forma que algumas pessoas se identificam com seu trabalho de m"dico ou professor e*ao inv"s desse trabalho ser apenas uma coisa que ocasionalmente elas estão faendo*

    ele acaba se tornando uma parte essencial da sua auto#imagem.

    ) ativista " um especialista ou expert  em mudança social. ,er a si próprio como

    um ativista significa ver a si mesmo como sendo alguma esp"cie de privilegiado ou

    estando mais avançado do que outros na sua apreciação do que " necess-rio para a

    transformação social* no conhecimento de como alcanç-#la* e como líder ou pessoa na

    linha de frente da luta concreta para criar essa transformação.

    ) ativismo* como todas as atividades de experts * tem sua base na divisão do

    trabalho ele " uma tarefa especialiada e separada. / divisão do trabalho " a base da

    sociedade de classe* sendo a divisão fundamental aquela entre o trabalho manual e o

    trabalho intelectual. / divisão do trabalho opera* por e0emplo* na medicina* na educação

      ao inv"s da cura e a criação das crianças serem de conhecimento comum e tarefas que

    todos participem* este conhecimento se torna a propriedade especialiada de m"dicos e

    professores experts  que devemos confiar para que façam essas coisas para nós. Experts *

    de modo ciumento guardam e mistificam as habilidades que eles possuem. sto mant"m

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    as pessoas separadas e sem poder* e reforça a sociedade de classe hier-rquica.

    / divisão do trabalho implica que uma pessoa e0erça uma função em benefício de

    muitas outras que assim renunciam a essa responsabilidade. Uma separação de tarefas

    significa que outras pessoas plantarão sua comida* farão suas roupas e suprirão sua

    eletricidade* enquanto voc( concordar em realiar uma troca social. ) ativista* sendo um

    expert  em transformação social* assume que as outras pessoas não estão faendo nada

    para mudar suas vidas* o que o fa sentir um dever ou responsabilidade de fa(#lo no

    benefício delas. /tivistas imaginam que estão compensando a falta de atividade de

    outros. +efinirmos nós mesmos como ativistas significa definir nossas  aç!es como

    aquelas que trarão a transformação social* e conseq2entemente despreando a

    atividade de milhares e milhares de não#ativistas. ) ativismo " baseado nessa concepção

    errada de que " somente ativistas que faem a transformação social quando " claroque a luta de classes acontece todo o tempo.

    FORMA E CONTEÚDO

      / tensão entre a forma de %ativismo& na qual nossa atividade política

    aparece e a ampliação da radicalidade de seu conte3do cresceu h- apenas alguns anos

    atr-s. / e0peri(ncia que possuíam muitas pessoas envolvidas no 18 de 4unho era a de

    %ativistas& de %campanhas& sobre um %tema&. ) progresso político que tem ocorrido a

    partir dos 3ltimos anos tem implicado na saída de muitas pessoas de campanhas sobre

    temas singulares contra companhias ou desenvolvimentos específicos para uma melhor

    e promissora perspectiva anti#capitalista* mesmo que imperfeitamente definida ainda.

    /inda que o conte3do da atividade de campanha tenha alterado* a forma de ativismo

    não mudou. Então* ao inv"s de visar a 5onsanto e ir at" sua sede a ocupando* temos

    agora en0ergado al"m da simples faceta do capital representado pela 5onsanto edesenvolvido uma %campanha& contra o capitalismo. E qual lugar melhor para ir e ocupar

    do que aquilo que " percebido como sendo a sede do capitalismo a 6it7 centro

    financeiro de 9ondres:;

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    obtido sucesso em destruir os criadores de cães 6onsort e a criadora de gatos =illgrove

    >arm. )s negócios foram arruinados e entraram em concordata. +a mesma forma* a

    campanha levada contra os vivisseccionistas mor * =untingdon 9ife ?ciences* obteve

    sucesso reduzindo o preço de suas ações em 33% * mas a empresa conseguiu sobreviver

    dirigindo uma desesperada campanha de PR  na cidade para elevar os preços1. ) ativismopode muito bem acabar com um negócio* por"m acabar com o capitalismo requisitar-

    muito mais do que simplesmente estender este tipo de atividade a todos os negócios de

    todos os setores. ?emelhantemente ' destruição de açougues por ativistas de direitos

    animais* o resultado em cadeia " provavelmente e tão somente apenas ajudar os

    supermercados a fechar todos os pequenos açougues* portanto participar do processo

    de competição e %seleção natural& do mercado. 6om isso ativistas freq2entemente

    obt"m sucesso na destruição de um pequeno negócio enquanto fortalecem o capitalcomo um todo.

    /lgo similar ocorre com o ativismo anti#estradas. $rotestos anti#estradas em larga

    escala t(m criado oportunidades para um inteiro novo setor do capitalismo segurança*

    vigil@ncia* construtores de passagens subterr@neas* telef"ricos* especialistas e

    consultores. ?omos agora um %risco do mercado& entre outros a serem levados em conta

    quando se prop!em contratos para construção de estradas.

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    iremos e %faremos uma ação& contra um alvo. ) m"todo de campanha contra processos

    específicos ou companhias específicas tem sido mantido sobre esta nova perspectiva de

    atingir o capitalismo. Estamos tentando atingir o capitalismo e concebendo o que

    estamos faendo em termos completamente inapropriados* utiliando um m"todo de

    operação apropriado ao reformismo liberal. Hemos então o biarro espet-culo de %faeruma ação& contra o capitalismo uma pr-tica absolutamente inadequada.

    FUNÇÕES

      / função do %ativista& " uma função que adotamos como aquela do policial* pai ou

    padre uma estranha forma psicológica que usamos para definir a nós mesmos em

    relação aos outros. ) %ativista& " um especialista ou um expert  em transformação social

    ainda que quanto mais forte nos apegamos e somos fi"is a este papel e noção do que

    nós somos* mais estaremos impedindo a transformação que desejamos. Uma verdadeira

    revolução envolver- a quebra de todos os pap"is e funç!es pr"#concebidos e a

    destruição de todo especialismo a recuperação de nossas vidas. Este ato de controle

    sobre nossos próprios destinos o qual " o ato da revolução envolver- a criação de novos

    seres e novas formas de interação e comunidade. %Experts & de qualquer tipo podem

    apenas obstruir isto.

    / nternacional ?ituacionista desenvolveu uma rigorosa crítica dos pap"is e

    particularmente do papel do %militante&. ?uas críticas eram principalmente dirigidas

    contra ideologias de esquerda e social#democratas porque eram essas principalmente as

    que eles rivaliavam. Embora essas formas de alienação ainda e0istam e são facilmente

    vistas* em nosso meio particular " o ativista liberal que nós conflituamos mais

    frequentemente do que os militantes da esquerda.

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    primeiros dias do movimento anti#estradas.

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    formação. Ela causa uma certa atração precisamente porque não " revolucion-ria.

    NÓS NÃO PRECISAMOS MAIS DE MÁRTIRES

      / chave para entender o papel do militante e o ativista " o sacrifício próprio o

    sacrifício de si mesmo para %a causa& a qual " vista como algo separado de si próprio. sto

    " claro não tem nada a ver com a verdadeira atividade revolucion-ria que " encontrar a si

    próprio. ) martírio revolucion-rio caminha junto com a identificação de alguma causa

    separada de sua própria vida uma ação contra o capitalismo que identifica o

    capitalismo como %l- fora& na 6it7 " fundamentalmente um engano o poder real do

    capital est- aqui mesmo na nossa vida cotidiana nós recriamos o seu poder todos os

    dias porque o capital não " uma coisa* mas uma relação social entre pessoas Fe tamb"m

    entre classesG mediada por coisas. R claro que eu não estou sugerindo que todas as

    pessoas envolvidas no 18 de 4unho compartilham a adoção deste papel* e o sacrifício

    próprio que caminha com ele* em uma igual proporção. 6omo eu disse antes* o problema

    do ativismo ficou particularmente aparente no 18 de 4unho precisamente porque o 18

    de 4unho foi uma tentativa de quebrar esses pap"is e nossos modos normais de operar.

    5uito do que est- escrito aqui " um %cen-rio do pior caso& que pode levar o desempenho

    do papel de ativista. / proporção do quanto podemos reconhecer nosso movimentodentro deste quadro nos dar- uma indicação de quanto trabalho ainda est- por ser feito.

    ) ativista torna a política cega e est"ril e leva as pessoas a se afastarem dela* mas

    desempenhando esse papel tamb"m ele próprio acaba se destruindo. ) papel do ativista

    cria uma separação entre fins e meiosB sacrifício próprio significa criar uma divisão entre

    a revolução como amor e alegria no futuro mas o dever e a rotina agora. / visão de

    mundo do ativista " dominado pela culpa e obrigação porque o ativista não est- lutando

    por ele mesmo mas por uma causa separadaB CHodas as causas  são igualmente

    inumanasDS.

    6omo um ativista voc( tem que negar seus próprios desejos porque sua

    atividade política " definida de tal modo que estas coisas não contam como %políticas&.

    6oloca#se %política& em uma cai0a separada do resto da vida " como um emprego... se

    fa %política& das N 's P e então se vai para casa e se fa alguma outra coisa. $orque ela se

    encontra em uma cai0a separada* a %política& e0iste desobstruída de quaisquer

    consideraç!es pr-ticas de efetividade do mundo real. ) ativista se sente obrigado a

    manter em funcionamento a mesma velha rotina sem pensar* incapa de parar ou

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    reconsiderar* o ponto principal " que o ativista " mantido ocupado e alivia sua culpa

    batendo sua cabeça em um muro se necess-rio.

    $arte de ser revolucion-rio pode consistir em saber a hora de parar e esperar.

    $ode ser importante saber como e quando atacar para uma m-0ima efic-cia e tamb"m

    como e quando

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    $artido* pelo Unidade* pela 6arne e XatatasVDN. 5as nos dias de hoje " muito mais veladoB

    ,aneigem acusa Cjovens radicais de esquerdaD de Centrarem: para o serviço da 6ausa a

    %melhor& de todas as 6ausas. ) tempo que eles t(m para a atividade criativa eles

    destróem entregando panfletos* colando cartaes* participando em manifestaç!es

    p3blicas ou falando mal de políticos. Eles se tornam militantes* fetichiando a ação

    porque outros pensam por elesD1Y.

    sto ecoa conosco especialmente sobre a fetichiação da ação em grupos de

    esquerda os militantes são dei0ados livres para se engajar em intermin-veis trabalhos

    porque o líder do grupo ou guru possui a %teoria& certa* que " simplesmente aceita e

    tratada como a %linha do partido&. 6om ativistas de ação direta " irrelevantemente

    diferente a ação " fetichiada* por"m mais distante de uma aversão ' qualquer teoria.

    Embora esteja presente* o elemento do papel de ativista que recai no auto#

    sacrifício e na obrigação não foi tão significante no 18 de 4unho. ) que " mais do que um

    assunto a ser tratado por nós " o sentimento de separação das %pessoas comuns& que

    implica o ativismo. /s pessoas identificam alguma estranha subcultura ou panelinha

    sendo %nós&* como oposto a %eles& que " todo o resto do mundo.

    ISOLAMENTO

      / função de ativista " um isolamento auto#imposto de todas as pessoas que

    deveríamos estar ligados. ncorporando o papel de um ativista se " separado do resto da

    raça humana como algu"m especial e diferente. /s pessoas tendem a pensar nelas

    mesmas na primeira pessoa do plural Fa quem voc( est- se referindo quando voc( di

    %nós&; G como se estivessem se referindo a alguma comunidade de ativistas* ao inv"s de

    uma classe. $or e0emplo* durante algum tempo hoje em dia no meio ativista tem sidopopular se e0pressar por %não mais temas isolados& e pela import@ncia de %faer

    contatos&. $or"m* muitas concepç!es para essas pessoas do que isso significava se

    limitava a %faer contatos& com outos at!"!stas e outros grupos de campanhas. ) 18 de

    4unho demonstrou isto muito bem* toda a id"ia era ter todas as representaç!es de todas

    as variadas e diferentes causas e temas em um lugar no mesmo momento*

    voluntariamente relegando nós mesmos ao gueto das boas causas.

    ?emelhantemente* os v-rios fóruns de redes que recentemente surgiram em todoo país Iebel /lliance em Xrighton*

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    5anchester* 9ondon Underground* etc. possuem um objetivo similar conseguir que

    todos os grupos de ativistas na -rea entrem em contato uns com os outros.

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    como um idiota que precisa ser educado por esta vanguarda. /o inv"s de um debate

    igual entre camaradas nós temos no lugar a separação da teoria e propaganda* onde o

    grupo possui sua própria teoria* a qual " quase sempre mantida em segredo na crença de

    que os jogadores menos mentalmente capaes devem ser ludibriados pela organiação

    atrav"s de alguma estrat"gia de populismo antes que a política seja lançada a eles desurpresa. Este m"todo desonesto de lidar com aqueles fora do grupo " semelhante a um

    culto religioso eles nunca lhe dirão de frente seus objetivos e pensamentos.

    $odemos ver algumas semelhanças com o ativismo* na maneira como o meio

    ativista age como a esquerda. ) ativismo como um todo possui algumas características

    de uma %gangue&. angues de ativistas frequentemente acabam se tornando alianças

    entre classes* incluindo todo tipo de reformistas liberais por eles tamb"m serem

    %ativistas&. /s pessoas se v(em primeiramente como ativistas e sua primeira lealdade sevolta para a comunidade de ativistas e não para a luta em si. / CgangueD " uma

    comunidade ilusória* que nos distrai de formarmos uma comunidade maior de

    resist(ncia. / ess(ncia da crítica de 6amatte " um ataque ' criação de uma divisão

    interiorWe0terior entre um grupo ou classe.

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    operar adequadas 's nossas id"ias radicais. Essa tarefa não ser- f-cil e o autor deste

    pequeno ensaio não possui uma id"ia mais clara de como deveríamos agir sobre este

    assunto do que qualquer outra pessoa.

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    POSFÁCIO #do taduto$

      /ntes de tudo* para que se dei0e o mais claro possível e uma nova onda de %rebeldes&

    não faça da acomodação e da reprodução da sociedade e do poder atrav"s da realiação

    de seus desejos a nova atitude %revolucion-ria& do momento* a intenção da tradução

    para o portugu(s deste artigo de /ndreL [ Fe a intenção do autorG " evidentemente

    outraB uma crítica e progresso da atitude daqueles que sinceramente visam a

    transformação social.

    Este artigo de /ndreL [ abre caminho para refle0!es de v-rios pontos.

    ) que " faer; ) que " agir; Fqual " a ação revolucion-ria;G +e onde partimos para

    construir nossa concepção do que " %ação revolucion-ria&* do que " %faer&; +e onde vem

    a linha pela qual dividimos o faer Fprogressista#revolucion-rioG e o não#faer;

    Hodos j- devem ter ouvido algu"m dier no meio %anarquista& ou em outros meios

    %revolucion-rios& frases do tipoB Cfulano só fala mas não fa nadaD e coisas parecidas.

    >rases como estas demonstram como a %política& " colocada Cem uma cai0a separada do

    resto da vidaD na visão dos %revolucion-rios&. ?epara#se atitudes e comportamentos em

    %políticos#revolucion-rios& FfaerG e aqueles que não o são. Hal separação se enraía de tal

    forma na visão de mundo dessas pessoas F%revolucion-rios&G que a ação* o faer Fa forma

    de ação que " considerada revolucion-ria* o protesto* os atos* as manifestaç!esG* passa ater um valor mais mistificado do que real* cria#se o fetiche da ação. E " em volta desse

    fetiche comum aos ativistas que o status  entre essa comunidade de ativistas se produ. E

    atrav"s do e0ercício dessas aç!es e desse faer* fetichiado* que algu"m passa a ser

    incluído no hall  dos revolucion-rios* dos ativistas* etc. ) que se fa e principalmente o

    que se " no dia#a#dia* na vida comum* não se leva em conta* mas apenas o que foge a ela*

    o que " visível a todos* o que " p3blico* o que " compartilhado pela visão de mundo

    dessa comunidade %revolucion-ria& como sendo uma %ação política& ou %revolucion-ria&.

    ) que se v( a partir disso " a construção de grandes castelos Fpor"m ocos por

    dentro se analisados de pertoG* coisas visíveis* atos e manifestaç!es grandiosos e bem

    elaborados e organiados com bandeiras e fai0as* e o esquecimento e secundariação

    daquilo que poderíamos dier que se encontra mais pró0imo do %ser& do que do %faer&.

    Esta linha que divide o %faer& do %ser& não " mais do que a continuação e

    internaliação de uma visão de mundo perpetuada por uma formação social onde os

    seres humanos valem pelo que produem* onde os seres humanos não vivem esobrevivem por %ser& mas por %faer&* por produir* por serem instrumentos de produção

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    a serviço do capital. / %ação& valoriada pelo capital* por ser aquela que lhe " 3til* e

    conseq2entemente a valoriada na sociedade capitalista " o faer* a produção* o

    trabalho* e não o que se %"&.

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    algo não revolucionário . )s %revolucion-rios& em geral e aqueles que se diem

    %anarquistas& em específico* oscilam entre esses dois lados e dificilmente encontram um

    equilíbrio.

    ) que deve#se levar em conta ao assimilar os pontos de vista ?ituacionistas e

    outros* que em maior ou menor grau salientam a busca do praer e da satisfação dos

    desejos individuais dentro desta sociedade como algo revolucion-rio* para que isto não

    se torne tamb"m uma doutrina reacion-ria e conservadora* " a lembrança e consci(ncia

    de que as aspiraç!es e desejos intelectuais* materiais e morais dos indivíduos Faquilo

    que nos atraiG são construídos socialmente e t(m todas as chances de serem

    reprodutores da sociedade que se pretende transformar. sto pode ser e0emplificado de

    forma simples e clara pelo questionamento que certa ve ouvi de um rapa a um

    %anarquista& que palestrava e que possuía um discurso enf-tico em relação ' satisfaçãodos desejos do indivíduo e busca do praer e realiação e satisfação do amor* das

    vontades* inclusive e at" principalmente se0uais dos indivíduos. ) questionamento do

    rapa faia lembrar que at" mesmo o desejo e consequentemente a satisfação se0ual

    são moldados e direcionados pela sociedade em que vivemos* no qual a mídia

    desempenha papel preponderante neste sentido hoje em dia* fi0ando e construindo os

    padr!es de atração afetiva e se0ual por e0emplo. / busca da satisfação se0ual e do tesão

    pode representar nada mais que a busca pela bunda de uma 6arla $ere por e0emploFcomo induia a lembrar o questionamento do rapaG.

    / falta de criticidade em relação ' g(nese dos próprios desejos e aspiraç!es dos

    indivíduos Fse não percebemos a atração como tamb"m um mecanismo de poder e de

    perpetuação de uma )rdemG pode facilmente levar essas posiç!es ?ituacionaistas*

    individualistas Fnum sentido mais stirneriano talveG* etc.* ao que 5urra7 Xoo\chin

    chamou de %lifest7le anarchism& Fanarquismo de estilo de vidaG* uma busca de redenção

    individual dentro da sociedade burguesa e que não a ameaça. /o mesmo tempo que arevolução não pode vir do auto#sacrifício sem que se deturpe seu próprio sentido e

    objetivo* não se deve esquecer que o indivíduo deve revoltar#se em parte contra si

    mesmo* como j- diia Xa\unin* pois suas aspiraç!es são fruto e construídas em grande

    parte a partir das condiç!es e relaç!es sociais e0istentes as quais se pretende

    FteoricamenteG modificar.

    ) tradutor.

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    oi publicadono livro de refle0!es sobre o 18 de 4unho* publicado pelo Ieclaim the ?treets de 9ondres.