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SOROPREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO PARA A INFECÇÃO PELO VÍRUS DA HEPATITE B PELOS MARCADORES AgHBs E ANTI-HBs EM PRISIONEIROS E PRIMODOADORES DE SANGUE* Celina Maria Turchi Martelli** Ana Lúcia Sampaio Sgambatti de Andrade** Divina das Dores Paula Cardoso*** Luiz Carlos Silva Sousa**** Simonne Almeida e Silva***** Marta Antunes de Sousa***** Fábio Zicker** MARTELLI, C. M. T. et al. Soroprevalência e fatores de risco para a infecção pelo vírus da hepatite B pe- los marcadores AgHBs e anti-HBs em prisioneiros e primodoadores de sangue. Rev. Saúde públ., S, Paulo, 24: 270-6,1990. RESUMO: Foram rastreados 1.033 primodoadores de sangue e 201 prisioneiros, para a infecção pelo vírus da hepatite B (VHB), durante o período de junho de 1988 a fevereiro de 1989, em Goiânia, GO (Bra- sil). Foi estimada a soroprevalência dos marcadores AgHBs e anti-HBs, e estudados os fatores de risco associados a soropositividade. Os testes sorológicos foram realizados pela técnica de ELISA e a presença de qualquer dos marcadores estudados foi interpretada como exposição ao vírus da hepatite B. Um ques- tionário padronizado foi aplicado em ambos os grupos populacionais para avaliar: transfusão sangüínea prévia, número de parceiros sexuais, atividade homo/bissexual, história de outras doenças sexualmente transmissíveis, uso de droga injetável, uso de medicação injetável, acupuntura, tatuagem e soropositivi- dade ao VDRL. Foram obtidas soroprevalências globais para a infecção pelo VHB de 26,4% e 12,8% para a população carcerária e de primodoadores respectivamente, diferença estatisticamente significante (p<0,05), observando-se tendência crescente da soropositividade com a idade (X 2 para tendência = 14,0, p<0,05). A população carcerária apresentou maiores percentuais de exposição a todos os fatores de risco quando comparada aos primodoadores, a exceção do número de parceiros sexuais. Grupo etário, encarcera- mento e presença de tatuagem foram os fatores de risco estatisticamente significantes associados a soro- positividade, mesmo após análise multivariada controlada por idade e encarceramento. Foram discuti- das as dificuldades metodológicas que poderiam ter influenciado nos resultados. DESCRITORES: Hepatite B, diagnóstico. Sorodiagnóstico. Fatores de risco. Doadores de sangue. Prisioneiros. * Trabalho financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq (Processo 404230/88-1) e Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (Convênio 001/89 MS/UFG). * * Departamento de Saúde Coletiva do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás. Praça Universitária, s/n — Setor Universitário 74000 Goiânia, GO — Brasil. * * * Departamento de Microbiologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás. **** Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia/(SUDS) Estrada Velha de Bela Vista, s/n, Setor Bela Vista 74000 Goiânia, GO — Brasil. ***** Bolsista de Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq. INTRODUÇÃO A prevalência da infecção pelo vírus da hepa- tite B (VHB) na população tem sido estimada através da notificação de casos pelos sistemas ofi- ciais de vigilância epidemiológica, pelo rastrea- mento sorológico realizado nos bancos de sangue ou, eventualmente, em inquéritos epidemiológicos re- gionais com finalidade de pesquisa 20,27,28,39 . Entretanto, mesmo nos países com sistema de vigilância epidemiológica eficiente, onde a hepa- tite B é de notificação compulsória, estima-se um grande volume de subnotificação de casos, explica- do, em parte, pela associação entre esta infecção e grupos socialmente marginalizados, como usuários de drogas e homossexuais 3 . Por outro lado, o ras- treamento sorológico realizado nos bancos de sangue tem-se constituído em uma fonte rotineira de informações epidemiológicas para a estimati- va da prevalência da hepatite B, mesmo aceitan- do que os doadores de sangue constituam um grupo selecionado do ponto de vista de morbidade 4 . Estudos epidemiológicos têm identificado como fatores de risco à infecção pelo VHB, práticas se- xuais com múltiplos parceiros (homo e heterosse- xuais) 2,18,33,36 , uso de drogas endovenosas 8 , hemo-

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  • SOROPREVALNCIA E FATORES DE RISCO PARA A INFECO PELO VRUS DAHEPATITE B PELOS MARCADORES AgHBs E ANTI-HBs EM PRISIONEIROS E

    PRIMODOADORES DE SANGUE*

    Celina Maria Turchi Martelli**Ana Lcia Sampaio Sgambatti de Andrade**Divina das Dores Paula Cardoso***Luiz Carlos Silva Sousa****Simonne Almeida e Silva*****Marta Antunes de Sousa*****Fbio Zicker**

    MARTELLI, C. M. T. et al. Soroprevalncia e fatores de risco para a infeco pelo vrus da hepatite B pe-los marcadores AgHBs e anti-HBs em prisioneiros e primodoadores de sangue. Rev. Sade pbl., S,Paulo, 24: 270-6,1990.

    RESUMO: Foram rastreados 1.033 primodoadores de sangue e 201 prisioneiros, para a infeco pelovrus da hepatite B (VHB), durante o perodo de junho de 1988 a fevereiro de 1989, em Goinia, GO (Bra-sil). Foi estimada a soroprevalncia dos marcadores AgHBs e anti-HBs, e estudados os fatores de riscoassociados a soropositividade. Os testes sorolgicos foram realizados pela tcnica de ELISA e a presenade qualquer dos marcadores estudados foi interpretada como exposio ao vrus da hepatite B. Um ques-tionrio padronizado foi aplicado em ambos os grupos populacionais para avaliar: transfuso sangneaprvia, nmero de parceiros sexuais, atividade homo/bissexual, histria de outras doenas sexualmentetransmissveis, uso de droga injetvel, uso de medicao injetvel, acupuntura, tatuagem e soropositivi-dade ao VDRL. Foram obtidas soroprevalncias globais para a infeco pelo VHB de 26,4% e 12,8% paraa populao carcerria e de primodoadores respectivamente, diferena estatisticamente significante(p

  • dilise e transfuses sanguneas26,35,38, instituiespara deficientes mentais13,24, encarceramento22 eatividades profissionais relacionadas com sanguee hemoderivados12,32, entre outros.

    No Brasil, vrios inquritos sorolgicos tmsido realizados no intuito de identificar gru-pos potencialmente em risco para infeco peloVHB, constituindo-se em informaes bsicaspara as estratgias de preveno da hepatiteB1,5,15,16,25,29,30,34.

    Desta forma, os estudos de prevalncia indicamque a populao de presidirios constituiria umgrupo de alto risco para hepatite B, enquanto osdoadores de sangue seriam considerados de baixorisco apresentando as menores taxas de prevaln-cia7. Presume-se que a prevalncia esperada paraa populao em geral estaria situada entre esteslimites. Entretanto, poucos estudos epide-miolgicos tm investigado os fatores de riscoassociados a soropositividade em nosso meio.

    O presente estudo objetiva comparar afreqncia de fatores de risco para a infeco peloVHB em populao de doadores de sangue e em pre-sidirios, bem como estimar a associao destes fa-tores com a positividade aos marcadores sorolgicosda infeco, HBsAg e anti-HBsAg.

    MATERIAL E MTODOO estudo foi realizado no perodo de junho de

    1988 a fevereiro de 1989, na cidade de Goinia-GO, pela anlise seccional, rastreando duas popu-laes distintas: primodoadores de sangue e popu-lao carcerria, consideradas, respectivamente,de baixo e alto risco para a infeco pelo vrus dahepatite B.

    O estudo foi submetido apreciao, nos seusaspectos ticos, das Secretarias de Justia e Sadee do Conselho Coordenador de Ensino e Pesquisa daUniversidade Federal de Gois.

    Primodoadores de Sangue

    Os doadores de sangue foram selecionados nos 5principais bancos de sangue da cidade, do total dos8 existentes, os quais representam cerca de 90% dasdoaes de sangue do municpio. Todas as doaesforam voluntrias, no remuneradas, sendo consi-derados como primodoadores os indivduos que seapresentaram como candidatos doao de sanguepela primeira vez. Doadores habituais foram ex-cludos do estudo no intuito de se evitar distoresna estimativa de prevalncia, uma vez que estesindivduos j haviam se submetido a rastreamentosorolgico anteriormente, constituindo-se, portan-to, uma amostra pr-selecionada. Foram tambmexcludos militares ou indivduos encaminhadospor empresas, devido dificuldade de se estabe-lecer a espontaneidade dessas doaes.

    Considerando-se que as clientelas de doadoresde diferentes bancos de sangue no apresentavamdiferenas scio-demogrficas importantes, aamostra foi selecionada sem estratificao. Foramincludos 1.033 primodoadores, correspondendo a50% da demanda dos bancos de sangue durante operodo de coleta dos dados. Esta amostra foi con-siderada suficiente para estimar uma prevalnciaesperada de 0,9% para o marcador AgHBs commargem de erro de 2%4.

    Populao de Presidirios

    Foram estudados 201 prisioneiros do total de299 presentes em julho de 1988, no nico presdio doEstado de Gois, Centro Penitencirio de Ativi-dades Agroindustriais de Gois (CEPAIGO), lo-calizado a 20 km de Goinia. Esses indivduos fo-ram selecionados aleatoriamente, sendo todos dosexo masculino, e procedentes em sua maioria dointerior do Estado de Gois. Apenas dois detentosrecusaram-se a participar do estudo, alegando re-ceio da coleta de sangue.

    Coleta de dados

    As informaes sobre fatores de risco associadosa infeco pelo VHB foram obtidas por meio de en-trevista utilizando-se um questionrio padroniza-do aplicado por um nico entrevistador para cadainstituio. Os entrevistadores foram treinadosnum estudo piloto visando a minimizar os vieses in-ter-entrevistadores e aperfeioar o questionrio.Foram avaliados como fatores de risco para a in-feco pelo VHB: antecedentes de transfuso desangue, uso de drogas injetveis, uso de medicaoinjetvel, antecedente de outras doenas sexual-mente transmissveis (sfilis, gonorria, herpesgenital, condiloma, linfogranuloma e cancroide) co-dificada em nmero de episdios, presena de ta-tuagem, positividade ao VDRL (qualquer titu-lao), e nmero de parceiros sexuais (homens,mulheres e travestis) no ltimo ano.Testes Sorolgicos

    No momento da entrevista foram coletados 10ml de sangue para os testes de deteco do AgHBse anti-HBs, realizados pela tcnica de ELISA(Voller-1978)37, no Laboratrio de Virologia doDepartamento de Microbiologia do Instituto dePatologia Tropical e Sade PblicaUFG. A pre-parao e avaliao dos reagentes biolgicos fo-ram realizadas de acordo com a tcnica de Camar-go e col. (1987)6, e os reagentes cedidos pelo Centrode Referncia Nacional para Hepatites Virais daFundao Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). A leiturados resultados foi visual por comparao com oscontroles positivos e negativos.

    A positividade a qualquer um dos marcadoresestudados foi interpretada como exposio aovrus da hepatite B. Estima-se que a no utili-

  • zao do marcador anti-HBc pode ter subestimadoa soropositividade em 3%-5%14,21. Em nosso meio, ahiptese da positividade ao marcador anti-HBsser decorrente de vacinao prvia contra hepa-tite B parece pouco provvel, principalmente empopulao de doadores de sangue e prisioneiros,devido ao alto custo desta vacina, indicao res-trita a grupos de alto risco e a no utilizao emcampanhas de sade pblica.

    Para a reao de VDRL (Venereal Disease Re-search Laboratories Tests) foram utilizados "kits"Laborclin. As amostras de sangue dos primodoa-dores foram testadas pelo rastreamento rotineironos respectivos bancos de sangue e as dos presi-dirios foram testadas em um nico banco desangue (Hemocentro). Foram considerados comotestes positivos para efeito de rastreamento todosos resultados reagentes ao VDRL, independente-mente do ttulo.

    Anlise

    Os dados da entrevista e os resultados so-rolgicos foram digitados em microcomputador eanalisados atravs do programa "StatisticalPackage for Social Science" (SPSS Inc., 1988).

    Foram comparadas as taxas de soroprevalnciapor faixa etria e a freqncia dos fatores de risconas populaes estudadas. Foi estimado o risco re-lativo "odds ratio" de soropositividade associados variveis investigadas em anlises univaria-das. Os fatores que apresentaram associao esta-tisticamente significante com soropositividadeforam testados pelas anlises multivariadas porregresso logstica, utilizando o programa"Epidemiological Graphics, Estimation and Tes-ting Package-EGRET" (Statistics and Epidemiolo-gy Research Corporation, 1988). Idade e encarce-ramento foram os principais fatores confundidorescontrolados.

    Foi utilizado o teste de qui-quadrado para tes-tar a significncia de diferenas entre propores eo qui-quadrado para tendncia, para avaliar arelao nvel de exposio e soropositividadepara variveis no dicotmicas.

    RESULTADOS

    A mdia de idade das populaes de primo-doadores e prisioneiros foi de 28(+/-9) anos e de 32(+/-9) anos, respectivamente (Teste t estatistica-mente significante). Na faixa etria de 18 a 39anos estavam 70% dos participantes.

    A prevalncia de AgHBs e anti-HBs foi de2,1% e 24,3% para os prisioneiros e de 1,9% e10,9% para primodoadores. Foram obtidas soro-prevalncias globais para infeco (AgHBs ouanti-HBs) de 26,4% e 12,8% para populao car-cerria e de primodoadores, respectivamente, di-

    ferena estatisticamente significante (p

  • populaes, configurando uma tendncia crescenteda soropositvidade com a idade (x2 para tendn-cia = 14,0 p
  • Considerando-se a especifidade de cada grupopopulacional duas hipteses, no excludentes, po-deriam explicar as altas taxas de prevalncia en-contradas em prisioneiros:

    1. Esses indivduos poderiam j pertencerpreviamente a algum grupo de risco no momento daadmisso no presdio, o que representaria umaamostra tendenciosa, pr-selecionada, da popu-lao em geral.

    2. O encarceramento poderia ser o fator condi-cionante de risco para infeco nesse grupo, umavez que as condies de crcere poderiam levar amudanas comportamentais que alterariam o riscode infeco.

    No presente estudo a populao de prisioneirosapresentou maiores percentuais de exposio a to-dos os fatores de risco investigados, quando compa-rados aos primodoadores de sangue. Tambm o en-carceramento foi confirmado como fator de risco,estatisticamente associado infeco, quando seanalisou as populaes de doadores de sangue e depresidirios em conjunto.

    Estes resultados sugerem que as pessoas quecompem a populao de prisioneiros parecem terestilos de vida fora da priso que as colocam comogrupo de risco para a infeco pelo VHB. Almdisso, o encarceramento poderia representar umrisco adicional, ou poderia sinalizar o grupo maisexposto infeco pelo VHB. Embora o nmero deanos de recluso em relao a soropositividadepermita avaliar um gradiente de exposio, estamedida de durao da exposio foi dificultada

    por perodos de fuga e/ou readmisses.

    Em estudo multicentro realizado em prises nosEUA, alm da idade e do encarceramento, o uso dedroga injetvel foi identificado como importantefator de risco associado ao VHB, diferentementedo homossexualismo que no se confirmou como fa-tor de risco aps o controle das variveis confundi-doras11.

    As dificuldades de obteno de respostasconfiveis em relao a prticas homossexuais euso de drogas injetveis ou o pequeno tamanho daamostra carcerria estudada, podem ter interferi-do na deteco de uma associao positiva dessesfatores no presente estudo. Por outro lado, 16% dapopulao de prisioneiros apresentava-se tatua-da, sendo esta caracterstica estatisticamentemais freqente nos indivduos soropositivos, emconcordncia com outros estudos23.

    Embora os estudos de prevalncia sejam teispara detectar grupos potencialmente em risco, oconhecimento temporal da relao entre expo-sio/infeco fica prejudicado, uma vez que nessesestudos essas variveis so medidas de forma si-multnea31.

    Desta forma, os fatores de risco para infecopara o VHB em populao carcerria seriam me-lhor investigados por meio de estudos prospecti-vos, de incidncia, realizados no momento daadmisso. Esses estudos permitiriam compararcoeficientes de incidncia e graus de exposiopara infeco pelo VHB entre prisioneiros e a po-pulao em geral, estabelecendo diferenciais derisco entre essas populaes.

    MARTELLI, C. M. T. et al. [Seroprevalence and risk factors for hepatitis B by AgHBs and anti-HBs mark-ers in prisoners and first-time donors, in Central Brazil]. Rev. Sade pbl., So Paulo, 24:270-6,1990.ABSTRACT: Two cross-sectional surveys on hepatitis B virus (HBV) infection were carried out

    among 1,033 volunteer first-time blood donors in five blood banks (3 private, 2 public) and among 201prisoners in the Penitentiary Center of Industrial Activity, in Goinia, Central Brazil, between June 1988and February 1989. Those surveys were part of a major study designed to estimate seroprevalence ofHBsAg and anti-HBsAg markers by ELISA test, and to study risk factors associated with seropositivity.The presence of any serum marker was considered as previous exposure to HBV. A standard questionnairewas applied to both populations to evaluate previous blood transfusion, number of sexual partners,homo/bisexual activity, history of sexually transmitted diseases, drug abusers, use of parenteral medi-cine, accupunture, tattooing and VDRL seropositivity. Seroprevalence varied from 12.8% to 26.4% inblood donors and prisoners, respectively, (p

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    Recebido para publicao em 29/9/1989Reapresentado em 21/3/1990

    Aprovado para publicao em 2/4/1990