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    1 Professora, Disciplina de Dentstica, Departamento de Clnica Odontolgica, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal daBahia. 2 Departamento de Odontologia Pr eventiva e Social, Faculdade de Odontologia, UFRGS. 3 Departamento de Odontologia Preventiva e Social, Faculdade de Odontologia, UFRGS; Instituto de Geriatria e Gerontologia daPontif cia Universidade Catl ica do Rio Grande do Sul. 4Departamento de Odontologia Pr eventiva e Social, Faculdade de Odontologia, UFRGS; gerente de Ensino e Pesquisa do GrupoHospitalar Conceio.

    1 Rua Edgar Reys Navarro, n 376A, 204.Santo Agostinho - Salvador, BaBrasil - 40.255-280

    Silvnia Suely Carib de ArajoSilvnia Suely Carib de ArajoSilvnia Suely Carib de ArajoSilvnia Suely Carib de ArajoSilvnia Suely Carib de Arajo11111

    Danielle Bianca de Lima FreireDanielle Bianca de Lima FreireDanielle Bianca de Lima FreireDanielle Bianca de Lima FreireDanielle Bianca de Lima Freire22222

    Dalva Maria Pereira PadilhaDalva Maria Pereira PadilhaDalva Maria Pereira PadilhaDalva Maria Pereira PadilhaDalva Maria Pereira Padilha33333

    Jul io Baldi sser ot toJu l io Baldi sser ot t oJul io Baldi sser ot toJu l io Baldi sser ot t oJu l io Baldi sser ot to44444

    Suporte social, promoo de sade eSuporte social, promoo de sade eSuporte social, promoo de sade eSuporte social, promoo de sade eSuporte social, promoo de sade esade bucal na populao idosa no Brsade bucal na populao idosa no Brsade bucal na populao idosa no Brsade bucal na populao idosa no Brsade bucal na populao idosa no Brasilasilasilasilasil

    ARAJO, S. S. C. ET AL. Social support, health and oral health promotion among the elderly population of

    Brazil. Interface - Comunic., Sade, Educ.Interface - Comunic., Sade, Educ.Interface - Comunic., Sade, Educ.Interface - Comunic., Sade, Educ.Interface - Comunic., Sade, Educ., v.10, n.19, p.203-16, jan/ jun 2006.

    203Interface-Comunic, Sade, Educ, v.9, n.18, p.203-16, jan/jun 2006

    The r ising age of the worlds population, even in Brazil, highlights the impor tance of taking measures to dealwith the situation. In Brazil, most of the elderly are women living in multi-generation homes. Generallyspeaking, they are an economic reference within these homes, have a low socioeconomic level, suffer from atleast one chronic disease, are independent in terms of carrying out their daily activities, are toothless, and lookfor healthcare at governmental SUS (Single Healthcare System) centers. The Brazilian elderly that are exposedto situations of social vulnerability are subject to the direct interference of social determinants in the heath-illness process. Social Support includes social support networks and policies that act as integration agents forthe elderly within society, minimizing the risks of social exclusion and consequently of impairment of healthdue to Health Promotion measures. This article discusses Social Support and some of its aspects, such as thetype and place of residence, transportation and financial support for the Brazilian elderly and their relationwith the Promotion of Health.

    KEY WORDS: social support. elderly. health promotion. oral health.

    O crescente envelhecimento da populao mundial, inclusive no Brasil, ressalta a importncia de medidas parase lidar com esta situao. No Brasil, a maioria dos idosos do sexo feminino; vive em domicliosmultigeracionais; referncia econmica nos mesmos; possui baixo nvel socioeconmico; portadora de, pelomenos, uma doena crnica; independente para realizao das atividades da vida diria; no possui dentes, ebusca ateno em sade no SUS. Os idosos brasileiros expostos a situaes de vulnerabilidade social estosujeitos interferncia direta dos determinantes sociais no processo sade-doena. O Suporte Social incluipolticas e redes de apoio social, que atuam como agente de integrao do idoso na sociedade, minimizando osriscos de excluso social e, conseqentemente, de danos sua sade por meio de medidas de Promoo deSade. Este artigo aborda o Suporte Social e alguns de seus aspectos, tais como: tipo e local de residncia,transporte e suporte financeiro; em idosos brasileiros e sua relao com a Promoo de Sade.

    PALAVRAS-CHAVE: apoio social. idoso. promoo da sade. sade bucal.

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    In t roduoInt roduoInt roduoInt roduoInt roduoA transio demogrfica um fenmeno mundial caracterizado,principalmente, pelo declnio da taxa de fecundidade, a diminuio da taxade mortalidade nas idades avanadas e o aumento da expectativa de vida,tendo como conseqncia direta uma mudana na estrutura etria dapopulao (envelhecimento). Este fenmeno j observado h algum

    tempo nos pases desenvolvidos, mas ocorre agora de um modo bastanteacelerado nos pases em desenvolvimento, incluindo o Brasil, e, em menorproporo, nos subdesenvolvidos (Carvalho & Garcia, 2003; Higgs, 1997;Pereira, 1995).

    Nas sociedades orientais, os idosos so considerados sbios e respeitadospelas geraes mais jovens (Goyaz, 2004). Nas sociedades ocidentais, oaumento do nmero de idosos na populao tem sido acompanhado peloestigma da dependncia, o que acarreta uma viso preconceituosa emrelao aos indivduos mais velhos. Estes podem ser vistos por algunssegmentos da sociedade como um fardo social e econmico, no s pelo seuafastamento do mercado de trabalho, mas tambm pela prpria prevalnciaaumentada de doenas crnico-degenerativas e pelo risco maior deincapacidades.

    Com o processo do envelhecimento, surge o questionamento sobre otermo sade, j que a maioria dos idosos portadora de, pelo menos, umadoena crnica. O aspecto central no envelhecimento a autonomia, sendoesta um determinante de vida saudvel para o idoso. Enve l hec imen tosaud ve l ... pa ssa a ser a resu l t an t e da in t e ra o m ul t i d im ens iona l en t re

    sade fsica , sade m ent a l, ind epen dn cia na vi da d ir ia , in t eg r ao

    soc ia l , sup or t e fam i l i a r e independncia econ m ica (Ramos, 2003,p.794). Os efeitos benficos de uma rede de apoio social dependem,sobretudo, de sua capacidade de suprir vrios recursos para o indivduo;isto , suporte social (Hanson et al., 1994).

    O suporte social destina-se a integrar o idoso na sociedade, minimizandoos riscos de excluso social, seja por meio das redes de apoio social oumediante a construo e viabilizao de polticas pblicas. Assim, o objetivodeste estudo realizar uma reviso de literatura sobre o suporte social eseu impacto na organizao e promoo da sade em idosos no Brasil.

    Idosos no BrasilIdosos no BrasilIdosos no BrasilIdosos no BrasilIdosos no BrasilO nmero e as condies de vida dos idosos brasileiros variam bastanteentre as regies, Estados e municpios. Estas caractersticas sodependentes do nvel de desenvolvimento socioeconmico local(TelarolliJnior et al., 1996) . Um inqurito domiciliar , r ealizado com 667 idosos nacidade de Fortaleza (CE), revelou que 66% eram do sexo feminino, 48,1%

    eram casados, 36,8% vivos e 15,1% solteiros; enquanto 67,2% dasmulheres viviam sem o cnjuge. A grande maioria dos idosos (75,3%) viviaem domiclio multigeracional, e apenas 6,3% moravam sozinhos. Idososcom melhor nvel socioeconmico tm uma propenso maior para morarem domiclios unigeracionais ou sozinhos, alm de possurem um maiorgrau de independncia (Coelho Filho & Ramos, 1999).

    Um estudo baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de

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    Domiclios (PNAD) de 1998 delineou o perfil do idoso brasileiro. A rendamdia foi de R$ 332,56 ( 30,75), e 64% dos idosos eram referncia nodomiclio; o menor nvel de renda foi mais freqente entre as mulheres, osmaiores de 75 anos, aqueles com menor escolaridade e os que moravamsozinhos, apesar de este dado ser contraditrio em relao ao estudo acimacitado. Apenas 22,8% dos idosos relataram que sua sade era boa ou muito

    boa, mas somente 15% afirmaram que deixaram de realizar atividadescotidianas nas ltimas duas semanas por motivo de sade. A maior partedos idosos referiu ter pelo menos uma doena crnica, ser independentepara a realizao das atividades da vida diria, ter realizado mais de trsconsultas mdicas nos ltimos 12 meses e consulta odontolgica h maisde trs anos. Dos idosos entrevistados, 26,9% possuam plano de sadeprivado. As melhores condies de sade, capacidade fsica e acesso aosservios de sade foram relatados por idosos com melhor nvel de renda(renda maior que 67% do salrio-mnimo, sendo este, na poca, igual a R$130,00). Os gastos com medicao corresponderam a 23% do salrio-mnimo (Lima-Costa et al., 2003a; Lima-Costa et al., 2003b).

    Quanto condio de insero no mercado de trabalho, a maior partedos idosos residentes em dez regies metropolitanas brasileiras realizavatrabalho informal, com uma jornada de trabalho igual ou superior aquarenta horas semanais, eram autnomos no setor de prestao deservios e possuam at sete anos de estudo. Do grupo dos idosos quetrabalhavam, 57,35% estavam na faixa etria de 65 a 69 anos. J no grupodos aposentados, 36,85% dos idosos tinham 75 anos ou mais, e 35,36%,65 a 69 anos. A mediana da renda domiciliar dos aposentados foi de R$350,00, porm 24% destes recebiam menos de R$ 130,00. Por sua vez, amediana da renda domiciliar dos idosos que estavam trabalhando era de R$610,00. Os idosos aposentados apresentaram maior freqncia de doenascrnicas, menor grau de autonomia e mobilidade fsica (Giatti & Barreto,

    2003).Na literatura biomdica do perodo de 1998 a 2002, foram pesquisadosdados sobre pobreza, fome e desnutrio. De acordo com estas informaes,47% do total de bitos por desnutrio ocorreram em pessoas maiores de65 anos. Os municpios das regies Sul e Sudeste apresentaram maiormortalidade por desnutrio em idosos com 75 anos ou mais. O tipo dedesnutrio da qual os idosos foram vtimas no foi a desnutrio carencial(escassez de alimentos), e sim de abandono (privados de alimentao)(Paes-Sousa et al., 2003).

    O Projeto Epidoso, estudo longitudinal realizado em 1991 com idososque viviam em comunidade, na cidade de So Paulo (SP), identificou fatoresrelacionados ao envelhecimento saudvel e fatores de risco para a

    mortalidade. Os fatores de risco para mortalidade nesse grupo de idososforam: sexo (masculino), idade avanada, hospitalizao, dficit cognitivo edependncia nas atividades dirias(Ramos, 2003).

    Desigualdades sociais em sade na terceira idadeDesigualdades sociais em sade na terceira idadeDesigualdades sociais em sade na terceira idadeDesigualdades sociais em sade na terceira idadeDesigualdades sociais em sade na terceira idadePara se falar sobre desigualdades sociais em sade, necessrio admitir ainfluncia dos determinantes sociais sobre o processo sade-doena. Para

    +

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    Chamm(2002), a sade contempla as condies vivenciadas pelo corpo doindivduo e seu nvel de qualidade de vida. Este autor v a doena comoresultante do desinteresse pelos determinantes socioeconmicos damesma, originando indivduos doentes que so fruto de excluses eexploraes.

    O homem um ser complexo, composto da interao de fatores

    biolgicos, sociais, psicolgicos e espirituais, os quais influenciam-semutuamente. Quando se trata da ao destes fatores, difcil determinarprecisamente quanto influenciam no processo sade-doena (Palcio &Vasquez, 2003). Segundo Ludermir & Melo Filho (2002), as relaes entreas classes sociais no so passivas e estveis, mas tm uma dinmica prpriaque vai alm da diferenciao por fatores socioeconmicos, possibilitandoexplicaes sobre a distribuio das doenas nas comunidades.

    Os determinantes socioeconmicos esto relacionados

    capacidade de obteno dos meios de sade, isto ,

    compreendem a capacidade econmica e cognitiva de se

    apreender bens e servios de sade e incorporar prticas de

    higiene pessoal e ambiental que favoream a obteno e

    manuteno de boas condies de sade. (Paes-Sousa et al.,

    2003, p.28)

    Existem trs teorias que buscam explicar as desigualdades sociais em sadepor meio da interao de fatores sociais, econmicos e ambientais: Anlisedo Curso de Vida, Modelo Salutognico e Capital Social. A teoria da Anlisedo Curso de Vida explica que h uma interao entre risco biolgico efatores sociais e psicolgicos para o desenvolvimento de doenas crnicas aolongo da vida, sendo a doena atual resultante da posio social passada doindivduo. De acordo com o Modelo Salutognico, existe uma relao entre

    o modo como as pessoas lidam com eventos de vida estressores e seu estadode sade. Esta teoria prope a identificao e modificao de fatoressocioeconmicos que influenciem o estado de sade das comunidades(criao de espaos salutognicos). A teoria do Capital Social de difcildefinio e abrange cidadania, confiana nos outros, cooperao eenvolvimento social. O capital social relacionado a redes de apoio social eao suporte social. O estado de sade de indivduos e coletividades explicado pelos diferentes nveis de capital social presente, enquanto apobreza e a falta de base material e estrutural relacionam-se com um baixocapital social, contribuindo para as desigualdades em sade (Watt, 2002).

    Idosos com menor nvel socioeconmico apresentam mais necessidadessociais, maior morbidade fsica e mental. Os resultados de uma pesquisa

    realizada em Fortaleza (CE) demonstraram que os idosos que viviam empiores condies materiais apresentaram mais doenas crnicas, maior graude dependncia, piores condies mentais e dificuldade de acesso aosservios de sade, do que aqueles em melhor nvel socioeconmico (CoelhoFilho & Ramos, 1999).

    Um estudo realizado em um centro de reabilitao na cidade deAraraquara (SP), sobre a percepo da condio de sade bucal em idosos

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    com baixa renda, nvel de escolaridade at a quarta srie do EnsinoFundamental e pouca qualificao profissional, demonstrou que a sadebucal foi considerada como regular por esses idosos, porm os dadoscoletados por meio do exame clnico indicaram que no havia concordnciaentre a autopercepo e a real condio de sade bucal (Silva & Fernandes,2001).

    No levantamento epidemiolgico nacional em sade bucal (SB Brasil),com uma amostra de 5.349 idosos, constatou-se que o nmero de dentesperdidos, cariados e restaurados, verificado por intermdio do ndice CPOD,aumenta com a idade, passando de uma mdia de 20,1 na faixa etria de35 a 44 anos, para a mdia de 27,8 na faixa etria de 65 a 74 anos. Ocomponente perdido foi responsvel por aproximadamente 93% do CPODnos idosos, no entanto, a meta da Organizao Mundial de Sade (OMS) eda Federao Dentria Internacional, para o ano 2000, era de 50% dapopulao idosa com vinte dentes ou mais presentes em boca. A prevalnciade crie radicular nesta faixa etr ia foi baixa devido s perdas dentr ias,enquanto o componente cariado representou apenas 12,19% dos dentesexaminados. A necessidade de prtese dentria superior foi vista em32,40% dos idosos examinados e 56,06% necessitavam de prtese dentriainferior. Apesar disso, 46% desses idosos consideraram sua sade bucalcomo boa. Quanto ao acesso ao servio odontolgico, quase 70% dos idosospesquisados no iam ao dentista h mais de trs anos e 5,83% nunca foramatendidos. Quanto ao tipo de servio utilizado, 40,50% relataram o serviopblico e 40,26% servio privado liberal (Brasil, 2004d).

    Em idosos norte-americanos, o edentulismo mostra-se associado sseguintes condies: maiores de 65 anos, pobres, brancos e autopercepodo estado de sade geral como ruim. O uso de prtese dentria parcialremovvel e a presena de coroas dentrias estiveram relacionados disponibilidade financeira do idoso para o pagamento da assistncia

    odontolgica, fato que impossibilitou o acesso a estes tratamentos pelosidosos mais pobres (Dolan et al., 2001).A perda dentria vista como uma conseqncia do envelhecimento,

    porm existe uma associao entre perda dentria e eventos negativos devida (como a viuvez), baixos nveis de prestgio ocupacional, menos ajudade familiares e amigos, e presena de mais sintomas depressivos (Drake etal., 1995).

    Suporte social e promoo de sadeSuporte social e promoo de sadeSuporte social e promoo de sadeSuporte social e promoo de sadeSuporte social e promoo de sadeO termo excluso mostra-se insuficiente para definir um processo dinmicoque no se limita ao afastamento dos meios produtivos, mas envolve a no-part icipao em redes e sistemas de proteo social. A luta contra as

    desigualdades sociais perpassa o restabelecimento de vnculos sociais,interdependncia e solidariedade entre os indivduos (Magalhes, 2001).

    O supo r t e soc i a l abrange polticas e redes de apoio sociais (famlia,amigos e comunidade) que tm como finalidade contribuir para o bem-estar das pessoas, principalmente aquelas em situao de excluso. Nestecaso, o suporte social, mediante a eqidade das aes, possibilita o exerccioda cidadania.

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    Segundo Valla (1999, p.10),

    apoio social se define como sendo qualquer informao, falada

    ou no, e/ ou auxlio material oferecido por grupos e/ ou pessoas

    que se conhecem e que resultam em efeitos emocionais e/ou

    comportamentos positivos.

    A funo das relaes sociais compreende aspectos comportamentais equalitativos dos relacionamentos e abrange suporte social, ancoragemsocial e esforo relacional (suporte emocional). Salienta-se que, com oprocesso de envelhecimento, as relaes sociais sofrem mudanas (Avlundet al., 2003).

    Diante das questes econmico-sociais e de sade, o idoso torna-sesujeito vulnerabilidade social. A Poltica Nacional do Idoso (Brasil, 2003)afirma que responsabilidade da famlia, da sociedade e do Estadoassegurar a cidadania ao idoso, sua participao na comunidade, dignidade,bem-estar e direito vida. O Estatuto do Idoso (Brasil, 2004c) garante aesta populao prior idade na for mulao e na execuo de polt icas sociais,bem como ratifica o direito do idoso vida, sade, alimentao, educao,cultura, esporte, lazer, trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, respeito, e convivncia familiar e comunitria.

    A criao de polticas incluindo toda a sociedade, redes de apoio para oidoso dependente e sua famlia (capacitao dos cuidadores porprofissionais de sade), assistncia ao idoso que no dispe de cuidadosfamiliares, e programas com o intuito de evitar uma posterior dependnciaem idosos independentes so meios de promover a sade na terceira idade(Caldas, 2003; Telarolli Jnior et al., 1996).

    O aumento da populao idosa simultneo ampliao da necessidadede apoio. Um estudo realizado em Guadalajara (Mxico), com idosos

    hospitalizados de baixa renda, demonstrou que os indivduos casados evivos recebiam um maior nmero de atividades de apoio. O apoioemocional foi o tipo mais prevalente, seguido do apoio econmico einstrumental (apoio nas atividades da vida diria). O tamanho da rede deapoio foi em mdia de 7,5 integrantes. As mulheres idosas receberam umarede de apoio maior e uma maior proporo de atividades de apoio do queos homens idosos (Robles et al., 2000).

    O apoio social melhora a sade e o bem-estar das pessoas, atuandotambm, em algumas situaes, como um fator de proteo. Alm disso, oapoio atua como uma ferramenta de autonomia para os indivduos, namedida em que estes aprendem e compartilham modos de lidar com oprocesso sade-doena na comunidade (Valla, 1999). A Promoo de Sade

    d nfase reduo das desigualdades em sade por meio da atuao sobreos determinantes sociais do processo sade-doena, injria e incapacidade,bem como mediante a adoo de medidas que favoream ambientessaudveis (Watt, 2002).

    Embora as mulheres idosas representem a maioria da populao commais de sessenta anos no Brasil, enfrentando situaes sociais especficas,como a viuvez e condies de sade mais prevalentes neste gnero, como a

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    osteoporose, todos os idosos demandam um adequado suporte social esanitrio (Telarolli Jnior et al., 1996).

    O idoso necessita de diversos tipos de recursos para suprir suasnecessidades da vida diria e ser capaz de optar por escolhas saudveis.Esses recursos incluem aspectos psicolgicos, educao, recursosfinanceiros, mas tambm recursos sociais (Hanson et al., 1994).

    O Estado deve ser atuante, de modo a promover e auxiliar o suportefamiliar e, alm disso, garantir o acesso pleno do idoso ao Sistema nico deSade. O Programa de Sade da Famlia tem a funo de elo entre o idoso eos servios de sade, possibilitando tambm a ateno domiciliar para osidosos dependentes, valorizando o cuidado comunitrio, principalmente nafamlia e na Ateno Bsica de Sade (Silvestre & Costa Neto, 2003). A t i v o envo l v im en to em con se l hos loca i s de sade pod e est im u l a r o senso de

    per t enc im en t o e espr i t o com un i t r io e , a lm disso , au m ent a r o supo r t e

    so c i a l den t r o da comun i d ade (Watt, 2002, p.245).O acesso facilitado aos servios odontolgicos, seja nos centros de sade

    ou no atendimento domiciliar e unidades mveis, juntamente com umaconscientizao da equipe de cuidadores sobre a importncia de se manteruma boa condio bucal, so recursos importantes na busca de suportepara manuteno da autonomia e uma melhora no quadro geral doindivduo idoso.

    Os fatores sociodemogrficos, principalmente aspectos das relaessociais, so considerados importantes preditores de doenas bucais emidosos, como a crie radicular (Avlund et al., 2003; Gilbert et al., 2001). ... f r aca s re laes soc ia i s in f luenc ia m no desenv o lv im en t o de cr ies

    den t r i a s po r m e io de mecan i smos b i o lg i cos ou com po r t am en ta i s que

    so in t e r - re lac iona dos (Avlund et al., 2003, p.460).Neste contexto, a Odontologia deve atuar como um agente de

    integrao na sociedade, influenciando o suporte social, na medida em que

    mantm a sade bucal do idoso, possibilitando a este uma aparnciaagradvel, melhor auto-estima, maior capacidade de fonao, alm decontribuir para a integrao do idoso ao meio social.

    A estratgia do Fator de Risco Comum na Promoo de Sade atua napreveno de diversas doenas crnicas que possuem os mesmos fatores derisco, como: dieta, fumo, uso de lcool, estresse, trauma, sedentarismo. Adieta, por exemplo, tem influncia na obesidade, diabetes e crie dentria.A promoo de sade por meio desta estratgia controla um nmeroilimitado de fatores de risco comum, apresentando grande impacto sobre aprevalncia das doenas crnicas (Sheiham & Watt, 2000). Esta estratgiapode ser utilizada com idosos com o propsito de prevenir o surgimento dedoenas crnicas, associadas ou no, e suas complicaes.

    A Promoo de Sade pode ser realizada em ambientes multigeracionais,como a famlia, j que a maioria dos idosos vive em comunidade; em gruposfreqentados pelos idosos, como igrejas, associaes e na UniversidadeAberta para a Terceira Idade; em escolas com crianas e adolescentes, demodo que estes compartilhem o conhecimento com os avs; deste modo, aPromoo de Sade tem o objetivo de valorizar os idosos estimulando,tambm, uma maior autonomia quanto sua sade.

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    T ipo e local de r esidnciaT ipo e local de r esidnciaT ipo e local de r esidnciaT ipo e local de r esidnciaT ipo e local de r esidnciaOs idosos podem residir na comunidade e nas instituies. Os tipos deresidncia podem ser: residenciais geritricos, asilos, hospitais de longapermanncia e domiclios. Os residenciais geritricos so condomniosfechados com toda infra-estrutura de sade e outros servios, onde osidosos residem sozinhos ou com o cnjuge. Estes residenciais possuem um

    alto custo de manuteno.Os asilos podem ser filantrpicos, pblicos ou privados, de acordo com o

    tipo de financiamento. Estas instituies possuem quartos comunitrios,comumente separados por sexo, e demais ambientes de uso comum. Oshospitais de longa permanncia abrigam idosos dependentes quenecessitam de constante assistncia mdico-hospitalar. J nos domiclios, osidosos vivem na comunidade com seus familiares, amigos ou sozinhos.

    A fam l ia e os am igo s so a p r im e i ra f on t e de cu ida dos. O m aio ri nd i cad o r pa ra o a si l am en t o e ou t r a s fo r m as de i ns t i t u c i ona l i zao de

    lon ga du ra o ent re idosos a f a l t a d e sup or t e fam i l i a r (Caldas, 2003,p.776).

    No Brasil, os idosos tendem a viver em domiclios multigeracionais, comcnjuge e/ou filhos, genros, noras e netos (Coelho Filho & Ramos, 1999).O cuidado do idoso no Brasil centrado na famlia e realizadoprincipalmente por mulheres. Em Araraquara (1993), por exemplo, apenas0,75% dos idosos so institucionalizados(Telarolli Jnior et al., 1996).

    Estes dados so semelhantes aos da Inglaterra, onde pequena parcela dapopulao inglesa vive em asilos ou hospitais geritricos, mesmo em idadesavanadas (Higgs, 1997).

    A idade avanada, por si s, no um determinante para o asilamento.Fatores que aumentam o risco para o asilamento so: presena de doenascrnico-degenerativas e suas seqelas, a hospitalizao recente,dependncia, morar sozinho, suporte social precrio, baixa renda e

    diminuio do nmero de cuidadores familiares (Chaimowicz & Greco,1999).De acordo com o Estatuto do Idoso (Brasil, 2004c), este tem a

    preferncia na aquisio de imveis em programas de habitao financiadoscom recursos pblicos, com reserva de 3% das residncias para atendimentoaos idosos, urbanismo e arquitetura adequados, e critrios definanciamento prprios para idosos.

    Idosos que residem em apartamentos com escadas e em favelas ou vilasque possuem passagens estreitas podem apresentar dificuldade delocomoo, principalmente se esses idosos necessitarem de apoio ou decadeira de rodas, restringindo o acesso a uma rede de apoio social maior,incluindo os servios de sade, o que torna o servio de sade odontolgico

    domiciliar tambm fundamental.

    T r an spor t eT r an spor t eT r an spor t eT r an spor t eT r an spor t eSegundo a Classificao Internacional de Funcionalidades (CIF, 2004) otransporte est enquadrado nos servios de suporte social geral. Otransporte tambm compe um importante fator para a promoo desade na terceira idade, atuando indiretamente para evitar a recluso social

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    desses indivduos.No Brasil, a lei do Estatuto do Idoso (Brasil, 2004c) assegura, aos

    maiores de 65 anos, a gratuidade dos transportes coletivos pblicosurbanos e semi-urbanos, exceto nos servios seletivos e especiais, quandoprestados paralelamente aos servios regulares. No caso das pessoascompreendidas na faixa etria entre sessenta e 65 anos, ficar a critrio da

    legislao local dispor sobre as condies para o exerccio da gratuidade nostransportes pblicos.

    Esta gratuidade surge como um mecanismo facilitador para escolhassaudveis, no momento em que estimula o lazer, a participao em gruposde convvio, de educao e, conseqentemente, resultando noempoderamento, ao combater o isolamento social e a depresso.

    Os idosos que utilizam esse tipo de transporte geralmente socaracterizados pela sua independncia, vivem na comunidade e nonecessitam de auxlio para se manterem funcionais, conseguindo usufruirnormalmente dos servios de sade tradicionais que requerem odeslocamento do indivduo, como, por exemplo, os servios odontolgicospblicos ou privados.

    J os idosos considerados frgeis que possuem uma doena crnica,tm debilidades fsicas, mdicas, emocionais e so capazes de manteralguma independncia na comunidade somente se obtiverem assistnciacontinuada , juntamente com os funcionalmente dependentes, que almdos problemas anteriormente citados so incapazes de manter suaindependncia, vem o transporte como uma barreira ao acesso dos maisvariados servios, dentre eles, o odontolgico (Dolan & Atchison, 1993).Cazarini (2002) tambm demonstrou que uma das causas da no-adeso aum grupo educativo de pessoas portadoras de diabetes mellitus foi adificuldade de acesso aos meios de transportes.

    Para os idosos considerados frgeis e os funcionalmente dependentes,

    que necessitam de cuidados em sade bucal, surgem alternativas como asunidades mveis e o atendimento domiciliar. Nas unidades mveis, umconsultrio mantido em um trailer ou van, que se desloca o mais prximodo usurio. No atendimento domiciliar, o usurio no se encontra emcondies de deslocamento e o cirurgio-dentista se encaminha at o localcom equipamento porttil, s vezes com algumas limitaes, masoferecendo acesso aos servios (Lee et al., 2001). Uma dessas limitaes ocusto financeiro (Fiske et al., 1990), onde a maioria ainda se encontra naesfera privada, principalmente o atendimento domiciliar.

    No Brasil, o Programa de Sade da Famlia (PSF) amplia o seu alcance deacesso para alm das Unidades de Sade, com o trabalho das visitasdomiciliares, por meio do qual procura atender os indivduos, que, na sua

    maioria, so idosos frgeis ou funcionalmente dependentes, buscandomant-los no convvio familiar, evitando-se ou postergando a hospitalizao(Silvestre & Costa Neto, 2003). Os profissionais de sade bucal, que atuamem PSFs, trabalham um novo conceito de ateno sade, o atendimentodomiciliar deslocando-se at o usurio incapacitado e buscando, com umamelhora no seu quadro de sade bucal, participar do restabelecimento dasade geral. As unidades mveis tambm so recursos utilizados para

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    prestarem servios s zonas rurais ou perifricas onde o acesso aos serviosde sade bastante limitado.

    Uma outra questo a ser discutida a de acidentes de trnsitoenvolvendo idosos. Os idosos vtimas de leses por causas externas sogeralmente independentes. Aps os acidentes, esta condio comumentemodificada, prejudicando sua sade mental e fsica. A violncia no trnsito

    mais prejudicial aos idosos, pois so mais vulnerveis aos traumas,possuem uma recuperao mais lenta, apresentam maior tempo dehospitalizao nos casos de traumatismos e leses mais graves(Gawryszewski et al., 2000).

    Um estudo realizado em Londrina (PR) analisou as caractersticas dasvtimas por acidentes de trnsito terrestre. Verificou-se que os coeficientesde incidncia de agravos e de mortalidade mais elevados foram para jovensmotociclistas de 15 a 29 anos (33 a 38,3 por cem mil habitantes); paraidosos entre sessenta a 69 anos (28,1 por cem mil habitantes), e paraidosos entre sete ta a 79 anos (39,4 por cem mil habitantes) (Andrade &Mello-Jorge, 2000).

    So aliados na manuteno da qualidade de vida dos idosos: umtransporte pblico de qualidade, adaptado s necessidades dessa populao;diminuio das barreiras de acesso aos servios de sade por meio doatendimento domiciliar e das unidades mveis; continuao da autonomiado dirigir; a presena de programas que auxiliem na manuteno do idosona famlia, e estruturas fsicas apropriadas para idosos nas cidades.

    Suporte financeiroSuporte financeiroSuporte financeiroSuporte financeiroSuporte financeiroSegundo Higgs (1997), um marco que indica em vrios pases a entrada naterceira idade a aposentadoria. Este um fato controverso e no pode sergeneralizado, j que, em alguns pases africanos, principalmente os maispobres, as pessoas esperam a aposentadoria aos quarenta anos de idade. O

    aumento do nmero de aposentadorias nas sociedades industrializadaspropiciou o surgimento de teorias quanto posio do idoso na sociedade.A teoria do desligamento refere-se ao afastamento do idoso da populaoeconomicamente ativa por meio da aposentadoria, no se resumindoapenas ao desligamento do espao profissional, mas tambm do familiar. Ateoria da dependncia estruturada expe que o idoso, quando sai domercado de trabalho formal, passa a depender da renda da aposentadoria,sendo esta dependncia estabelecida por polticas pblicas. Para a teoria daTerceira Idade (Th i r d Age i sm), a aposentadoria vista como um momentoque possibilita ao idoso oportunidades para realizao de outras atividadesde carter econmico e de valorizao pessoal. O idoso poderia investir seutempo em educao, mudana de profisso, turismo etc.

    No Brasil, mediante a Lei Orgnica da Assistncia Social, o idoso que nopossui recursos para a sua sobrevivncia, ou cuja famlia no intervenha nasua manuteno, tem o direito a um salrio-mnimo mensal como benefcio(Brasil, 2004a).

    A aposentadoria oferecida pelo Estado no deve ser inferior a um salrio-mnimo e nem superior ao limite mximo do salrio-de-contribuio (dezsalrios-mnimos). Para se evitar um colapso no Sistema Previdencirio

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    brasileiro daqui a alguns anos, devido ao crescente nmero de idosos eaumento da expectativa de vida, uma das solues adotadas foi aumentar aidade de aposentadoria de sessenta para 65 anos para os homens, e de 55para sessenta anos para as mulheres. Os trabalhadores rurais podem pediraposentadoria por idade com cinco anos a menos: aos sessenta anos,homens, e aos 55 anos, mulheres. Tambm foi estipulada uma

    contribuio de 11% para a Previdncia Social, mesmo aps aaposentadoria, para aqueles que receberem acima de 60% do limite mximofixado para os benefcios do regime geral de Previdncia Social (Brasil,2004b; 2004c).

    Um suporte financeiro adequado minimiza as desigualdades em sade.Quanto sade bucal, a economia contribui marcadamente para aconstruo de um perfil de sade bucal e de hbitos de cuidado bucal entreas pessoas (Hanson et al., 1994).

    Quando feito o planejamento para recuperao da sade bucal naterceira idade, o custo desta deveria ser considerado, principalmenteporque os servios de reabilitao oral, especificamente os procedimentosprotticos, so os mais procurados e onerosos. Tal fato exclui a maioria dosidosos do acesso a esses servios. Aos poucos, esta realidade tende a sermodificada com a implantao da Poltica Nacional de Sade Bucal, quebusca ampliao e qualificao da Ateno Bsica, mediante a incluso deprocedimentos mais complexos como a reabilitao prottica (Brasil,2005).

    Consideraes finaisConsideraes finaisConsideraes finaisConsideraes finaisConsideraes finaisO Brasil um pas com grandes contrastes sociais e econmicos e, nestecontexto, o envelhecimento populacional emerge como uma questo a serdiscutida, devido ao aumento do nmero de idosos em precrias condiessocioeconmicas, com maior prevalncia de doenas crnico-degenerativas e

    risco aumentado de dependncia. Um supo r t e soc i a l adequado e ap r om oo d e sade, tanto ao nvel macro polticas pblicas, quanto noncleo familiar, devem ser estruturados e viabilizados de modo a suprir asnecessidades dos idosos e melhorar a sua qualidade de vida. A presena deredes de apoio, suporte financeiro digno, acesso aos servios de sade,moradias adequadas e transporte de qualidade so alguns elementosnecessrios construo de uma melhor condio de vida.

    A p r om oo d e sade e sade buca l na populao idosa brasileira deveser estimulada em todos os ambientes sociais, tanto nos servios de sadequanto na famlia, promovendo a autonomia do idoso, possibilitando aconsolidao da relao inegvel entre o supo r t e soc i a l e a p r om oo d esade, pois na medida em que se implementa o primeiro, trabalha-se

    promovendo a sade.

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    El creciente envejecimiento de la poblacin mundial, inclusive en Brasil, acenta laimportancia de las medidas para tratar con esta situacin. En Brasil, la mayora de losancianos es del sexo femenino, vive en domicilios con varias generaciones, es referenciaeconmica para estos, tiene bajo nivel socioeconmico, es portadora de por lo menosuna enfermedad crnica, independiente para realizacin de las actividades de la vidadiaria, no tiene dientes y busca atencin en salud en el SUS. Los ancianos brasileosexpuestos a situaciones de vulnerabilidad social estn sujetos a la interferencia directade los determinantes sociales en el proceso de salud-enfermedad. El Soporte socialincluye polticas y redes de apoyo social, que actan como agente de integracin delanciano en la sociedad y disminuyendo los riesgos de exclusin social y en consecuenciade daos a su salud a travs de medidas de promocin de salud. Este artculo discute el

    Soporte Social y algunos de sus aspectos como: el tipo y lugar de residencia, eltransporte y el soporte financiero en ancianos brasileos y su relacin con la promocinde salud.

    PALABRAS CLAVE: apoyo social. anciano. promocin de salud. salud bucal.