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A VOZ DO ADVOGADO www.oabam.org.br Informativo da OAB/AM Ano VI – Número 107 / Manaus, Fevereiro | Março de 2014 OAB facilita renegociação para pagamento da anuidade QUITAÇÃO AUTOMAÇÃO Audiência pública, promovida pela entidade, debateu os entraves do Sistema de Automação do Judiciário (SAJ), na Justiça Estadual. Pág. 4 INDÍGENAS OAB instituiu Comissão Especial de Defesa dos Povos Indígenas para resguardar os direitos das populações indígenas no Estado. Pág. 9 CARTEIRAS Em fevereiro, a Seccional realizou solenidade de entrega de carteiras a novos profissionais da Advocacia e estagiários. Pág. 7 Os profissionais da Advocacia podem, neste ano, renegociar com maior facilidade os débitos de anuidade. O presidente da OAB/AM, Alberto Simonetti Neto, destaca que essa flexibilidade é resultado do esforço da entidade no intuito de incentivar a regularização financeira junto à OAB. Neste ano, a anuidade é R$ 650, conforme anunciado na Resolução nº 005 de 23 de outubro de 2013. Os profissionais que pagarem à vista têm direito a desconto de até 7,6%. Aqueles que efetuarem pagamento até 31 de março o valor será de R$ 620. Pág. 3

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A VOZ DOADVOGADOwww.oabam.org.br

Informativo da OAB/AMAno VI – Número 107 / Manaus, Fevereiro | Março de 2014

OAB facilita renegociação para pagamento da anuidade

QUITAÇÃO

AUTOMAÇÃOAudiência pública, promovida pela entidade, debateu os entraves do Sistema de Automação do Judiciário (SAJ), na Justiça Estadual.

Pág. 4

INDÍGENASOAB instituiu Comissão Especial de Defesa dos Povos Indígenas para resguardar os direitos das populações indígenas no Estado.

Pág. 9

CARTEIRAS Em fevereiro, a Seccional realizou solenidade de entrega de carteiras a novos profissionais da Advocacia e estagiários.

Pág. 7

Os profissionais da Advocacia podem, neste ano, renegociar com maior facilidade os débitos de anuidade. O presidente da OAB/AM, Alberto Simonetti Neto, destaca que essa flexibilidade é resultado do esforço da entidade no intuito de incentivar a regularização financeira junto à OAB. Neste ano, a anuidade é R$ 650, conforme anunciado na Resolução nº 005 de 23 de outubro de 2013. Os profissionais que pagarem à vista têm direito a desconto de até 7,6%. Aqueles que efetuarem pagamento até 31 de março o valor será de R$ 620.

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A OAB como defensora dos direitos fun-damentais do indivíduo e da sociedade está cumprindo seu papel ao criar uma nova pauta local para defesa dos interes-ses dos povos indígenas. Com o suporte

da legislação vigente, a proposta é fortalecer as ações de enfrentamento ao preconceito e de defesa dos direi-tos dos índios, junto a outros organismos sociais que também anseiam por fazer valer a igualdade entre os homens.

O Brasil ainda está dando os primeiros passos rumo à defesa dos direitos indígenas. É como se a so-ciedade e o poder público ainda estivessem, como nos tempos de Cabral, negociando tradições milenares em troca de benfeitorias. Devemos isso principalmente ao preconceito racial e à verborragia estatal, que muito anuncia e pouco executa, apesar de no campo do Di-reito, propriamente dito, haver conquistas legítimas e inequívocas.

As conquistas do Direito têm como base fun-damental o princípio da isonomia: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Isso quer dizer que devemos igualar os desiguais, conside-rando suas diferenças. Buscamos esse entendimento quando o interesse daqueles que sofrem com desigual-dades ainda é incapaz de impor-se e adquirir relevância.

A Declaração das Nações Unidas sobre Direi-tos dos Povos Indígenas é uma valorosa conquista nes-

se aspecto e muito nos inspira. O documento reflete o conjunto de reivindicações acerca da melhoria das relações dos índios com Estados e serve de parâme-tro para elaboração de outros instrumentos de defesa nacionais.

A Constituição Brasileira anuncia em seu título VIII ‘Da Ordem Social’, no capítulo VIII, ‘Dos Índios’, dentre outros dispositivos ao longo do texto, novo en-tendimento sobre a condição indígena. Abandona a visão antiga do indígena como categoria social tran-sitória e passa a vê-lo como parte da sociedade atual, sem ser obrigado a tornar-se igual aos demais, ou seja, devem ser respeitados seus costumes e tradições.

No campo educacional, os povos indígenas também devem ter acesso a um modelo de educação adequado, em que devem ser considerados suas lín-guas, cultura e processos próprios de aprendizado. Têm, também, legitimidade para ingressar em juízo em defesa de seus interesses.

Outro aspecto importante na Lei Maior é o re-conhecimento do direito à terra, enquanto direito ori-ginário, inclusive anterior à criação do próprio Estado. É o que reza o caput do artigo 231 da Constituição: “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocu-pam, competindo à União demarcá-las, proteger e fa-zer respeitar todos os seus bens.”

Direitos dos Povos Indígenas

EDITORIAL

Alberto Simonetti Cabral NetoPresidente da OAB/AM

DIRETORIA – TRIÊNIO 2013/2015

Diretores da Seccional:Presidente: ALBERTO SIMONETTI CABRAL NETO Vice-Presidente: MARCO AURÉLIO DE LIMA CHOY Secretária-Geral: IDA MÁRCIA BENAYON DE CARVALHO Secretária-Geral Adjunta: KARINA LIMA MORENO Tesoureiro: JOSÉ CARLOS VALIM

Conselheiros Seccionais Titulares:ABRAHIM JEZINI ADRIANA LO PRESTI MENDONÇA ADRIANO FERNANDES FERREIRAALFREDO JOSÉ BORGES GUERRA ANELSON BRITO DE SOUZA BARTOLOMEU FERREIRA DE AZEVEDO JÚNIOR CAUPOLICAN PADILHA JÚNIOR CELSO ROBERTO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE CHRISTHIAN NARANJO DE OLIVEIRA DANIEL FÁBIO JACOB NOGUEIRA EZELAIDE VIEGAS DA COSTA ALMEIDAEPITÁCIO DA SILVA ALMEIDAFERNANDA MATOS BADR FRANCISCO RITTA BERNARDINOGISELE FALCONE MEDINA PASCARELLI LOPES GLEN WILDE DO LAGO FREITAS HAMILTON NOVO LUCENA JUNIOR HILEANO PEREIRA PRAIA JANO DE SOUZA MELO JOSÉ DAS GRAÇAS BARROS DE CARVALHO JOSÉ RUSSO NATASJA DESCHOOLMEESTER PLÍNIO HENRIQUE MORELY DE SÁ NOGUEIRARAIMUNDO DE AMORIM FRANCISCO SOARES RODRIGO WAUGHAN DE LEMOS WALDIR LINCOLN PEREIRA TAVARES

Conselheiros Seccionais Suplentes:ADALGISO RODRIGUES SANTANAALYSSON ANTONIO KARRER DE MELO MONTEIRO ANDRE LUIS FARIAS DE OLIVEIRAANTÔNIO CARLOS SANTOS DOS REISBRUNO BIANCHI FILHO CÁSSIO FRANÇA VIEIRACARLOS DANIEL RANGEL BARRETTO SEGUNDO FÁBIO GOUVEA DE SÁ FABRÍCIO GUERRA FURTADOFRANCISCO MACIEL DO NASCIMENTO GABRIELA BARILE TAVARESHELENITA SILVA BATEMARCOHERALDO MOUSINHO BARRETO JAIME PEREIRA JUNIOR JOÃO PONCE DE LEÃO JUNIORLILIAN DE SOUZA ATALALUIS AUGUSTO PESTANA VIEIRAMARIA JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS MÁRIO JORGE SOUZA DA SILVAMICHAEL MACEDO BESSAMICHEL MONTEIRO GIOIA OTACÍLIO NEGREIROS NETO ORLANDO BRASIL DE MORAES PAULO CESAR ESPÍRITO SANTO DE GOUVEA PAULO FERNANDO ALVES MAFFIOLETTIPAULO JOSÉ PEREIRA TRINDADE JÚNIOR RAFAEL VINHEIRO MONTEIRO BARBOSARAIMUNDO DE AMORIM FRANCISCO SOARES FILHO RODRIGO SILVA RIBEIRO ROOSEVELT JOBIM FILHOSÉRGIO ALBERTO CORRÊA DE ARAÚJO

Conselheiros Federais Titulares:EID BADR JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA JOSE ALBERTO RIBEIRO SIMONETTI CABRAL

Conselheiros Federais Suplentes: JOÃO BOSCO ALBUQUERQUE TOLEDANO RENATO MENDES MOTA

DIRETORIA DA CAA/AMPresidente: ALDENIZE MAGALHÃES AUFIERO Vice-Presidente: MESSIAS DA SILVA SAMPAIOSecretária-Geral: MARIZETE SOUZA CALDASSecretária-Geral Adjunta: ÁTILA FERREIRA DA SILVA Tesoureiro: MÁRIO BAIMA DE ALMEIDA

Conselheiras Fiscais:ADRIANA OLIVEIRA DE AZEVEDO FABIOLA MARIA CARVALHO VASQUES KATHLEEN SENNA DA SILVA

Suplentes do Conselho Fiscal: MILCYETE BRAGA ASSAYAG JAQUELINE VEIGACHRISTINA ALMEIDA DE ARAÚJO

EXPEDIENTECoordenação editorialTrês Comunicação e MarketingFotos Cleyde Souza/Arquivo OABEditoração eletrônica Concept BrandsImpressãoGraftechTiragem 7.000 exemplares

Av. Umberto Calderaro Filho, nº 2000, Bairro Adrianópolis. CEP 69057-021(92) 3642-0016 | 3236-6161 [email protected]

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FINANCEIRO

Advogados podem renegociar dívidas com a OAB Amazonas

Os profissionais da Advocacia podem, neste ano, renegociar com maior fa-cilidade os débitos de anuidade. O presidente da OAB/AM, Alberto Si-monetti Neto, destaca que essa flexi-

bilidade é resultado do esforço da entidade no in-tuito de incentivar a regularização financeira junto à OAB.

Neste ano, a anuidade é R$ 650, conforme anunciado na Resolução nº 005 de 23 de outubro de 2013. Os profissionais que pagarem à vista têm di-reito a desconto de até 7,6%. Aqueles que efetuarem pagamento até 31 de março o valor será de R$ 620.

De acordo com o tesoureiro da OAB/AM, José Carlos Valim, os advogados que optarem pelo parcelamento também ganharão desconto. Ele frisa que uma das vantagens para quem busca a regula-rização é que, a partir deste ano, qualquer diretor titular da OAB poderá autorizar a renegociação ou novo parcelamento, inclusive com a exclusão de ju-ros, nos casos em que o profissional já tenha feito negociação anterior e não tenha conseguido honrar os pagamentos.

As anuidades em atraso correspondentes aos exercícios financeiros anteriores a 2013, poderão ser pagas em até 18 parcelas mensais, iguais e su-cessivas, acrescidas de multa de 2% de juros e cor-reção monetária na forma da lei. A primeira parcela vencerá na data do pedido de parcelamento e, as de-mais, na mesma data dos meses subsequentes.

Os advogados com idade entre 65 a 70 anos somente irão pagar apenas a metade e estarão to-talmente isentos do pagamento no ano seguinte ao que completar 70 anos de idade. Os profissionais iniciantes terão direito a desconto de 50% nas duas primeiras anuidades, enquanto aos estagiários será oferecido abatimento de 50% do valor da tabela ao lado.

Inadimplência

De acordo com José Carlos Valim, o interes-se da atual gestão é reduzir radicalmente a inadim-plência de advogados e estagiários. “Sabemos que ninguém fica inadimplente porque deseja, mas por-que passa por algum tipo de dificuldade financeira e é por esse motivo que a tesouraria está de portas abertas para ouvir o profissional e facilitar, no que for possível, as condições de pagamento”, salienta.

Valim ressalta que o advogado inadimplen-te está exercendo a Advocacia irregularmente. Os inadimplentes também estão sujeitos à inscrição do débito na dívida ativa e à ação de protesto no

cartório competente. Em caso de inadimplência, o procedimento padrão adotado pela Tesouraria da OAB/AM é notificar o advogado para que o débito seja quitado no prazo de 15 dias, conforme prevê o Regulamento Geral do Estatuto da OAB. Não ha-vendo o cumprimento da norma, é instaurado pro-cesso disciplinar, no qual o profissional fica sujeito à pena de suspensão e ao impedimento de exercer a profissão. “Nosso esforço tem sido no sentido de evitar que o advogado chegue ao limite de atuar ir-regularmente”, destaca.

Apenas os adimplentes podem usufruir, bem como seus dependentes, dos serviços prestados pela Caixa de Assistência, pela Escola Superior de Advo-cacia (ESA) e diretamente pela OAB. São benefícios como seguro de vida, acesso a serviços de saúde es-pecializados com descontos de até 60% no valor de mercado, dentre outros.

Tesoureiro da OAB/AM, José Carlos Valim, destaca que os diretores titulares da Ordem podem autorizar novo parcelamento

Para quem pretende pagar a anuidade em até 5 parcelas:2 x R$ 310,00 = R$ 620,00 31/03 e 30/043 x R$ 210,00 = R$ 630,00 31/03, 30/04 e 30/054 x R$ 160,00 = R$ 640,00 31/03, 30/04, 30/05 e 30/065 x R$ 130,00 = R$ 650,00 31/03, 30/04, 30/05, 30/06 e 31/07

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É muito comum, por exemplo, o sistema ficar inoperante em várias ocasiões, no mesmo dia, o que impede o profissional de peti-cionar e, muitas vezes, de cumprir prazos necessários.

Marco Aurélio Choy

A OAB/AM promoveu, em 20 de fevereiro, audiência pública para deba-ter os entraves do Sistema de Automação do Judiciário (SAJ), na Jus-tiça Estadual. Durante o evento, foram ouvidas as reivindicações dos profissionais que utilizam os serviços do portal e-SAJ. A ação buscou alternativas junto ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), órgão

responsável pela gestão do sistema, para solucionar os problemas técnicos enfrenta-dos por advogados e outros operadores do Direito.

O vice-presidente da OAB/AM, Marco Aurélio de Lima Choy, destaca que a entidade vem registrando inúmeras reclamações de advogados quanto à dificul-dade de acesso ao portal e-SAJ, especialmente para o serviço de peticionamento eletrônico, que é feito exclusivamente pela Internet, por meio do portal. O serviço permite ao advogado protocolar petições para qualquer foro habilitado, mediante o preenchimento de informações básicas do processo e o envio da petição e docu-mentos anexos. “É muito comum, por exemplo, o sistema ficar inoperante em várias ocasiões, no mesmo dia, o que impede o profissional de peticionar e, muitas vezes, de cumprir prazos necessários”, explica.

Marco Aurélio Choy ressalta que as falhas do sistema representam mais um empecilho para o cidadão ter acesso à Justiça. “A sociedade também é prejudicada por esse problema, uma vez que os seus representantes legais deixam de cumprir o seu papel, em função de falhas meramente técnicas dessa ferramenta”, pontua. Choy reconhece que o TJAM vem se colocando à disposição da categoria, também, para buscar soluções. Ele argumenta, no entanto, que as medidas adotadas até agora têm caráter paliativo e que a inoperância do e-SAJ necessita de correção definitiva, a fim de que a Justiça ganhe maior celeridade e eficiência.

Estiveram presentes na audiência o Corregedor-Geral e Coordenador de Tecnologia da Informação e Comunicação do TJAM, Desembargador Yedo Si-mões; as juízas do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT), Márcia Nu-nes Bessa e Carolina de Souza Lacerda Aires França; o Defensor Público Geral do Estado, Ricardo Trindade; o Procurador Geral do Município de Manaus, Marcos Cavalcante; equipe técnica do TJAM, além de representantes da Associação dos De-fensores Públicos do Amazonas (ADEPAM), Softplan e PGE. A mesa de trabalho foi presidida pelo presidente em exercício da OAB/AM, Marco Aurélio Choy, e con-tou com a presença do Ouvidor da OAB/AM, Glen Wilde Freitas; do presidente da Comissão de Informática da Seccional, Cássio Franca; e do presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB/AM, Christhian Naranjo, dentre outros repre-sentantes da categoria.

Sobre os entraves no peticionamento, Choy explica que a OAB apresentou ao TJAM sugestão para que em casos de dificuldades de acesso ao sistema virtual, por qualquer motivo, o Tribunal adote o previsto na lei 9.800/99, aceitando protoco-lo físico com compromisso de que o advogado faça o protocolo digital no prazo de cinco dias. O TJAM informou que nas ocasiões de falha do sistema está disponibi-lizando, no portal, a certidão que comprova a inoperância do serviço de peticiona-mento e permite ao advogado peticionar fisicamente.

Dentre outras sugestões, Christhian Naranjo solicitou, também, que sejam disponibilizados computadores para os advogados que atuam nas Varas com maior fluxo de processos, como as VECUTEs e Tribunal do Juri. O Corregedor do Tribu-nal prometeu avaliar o pedido.

SAJ – No Amazonas, o processo eletrônico começou a ser implantado pela Justiça Estadual em 2011, inicialmente nos órgãos da capital. Em 2012, tornou-se obrigatório para o advogado peticionar eletronicamente por meio do e-SAJ. O siste-ma foi desenvolvido pela empresa Softplan e, atualmente, funciona em outros sete tribunais de justiça estaduais. Choy ressalta que o processo eletrônico representa um grande avanço para a Justiça brasileira e que a OAB é inteiramente a favor da sua implantação, contanto que seja gradativa e eficiente, para que o cidadão e os operadores do Direito não sejam prejudicados.

SERVIÇO

OAB/AM debate falhas do Sistema de Automação do Judiciário

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CULTURA

Quarteto paraense abre programação cultural dedicada a advogados

O show do grupo paraense Trio Lobita e o Quarto Elemento foi o destaque do primei-ro evento cultural promovido pela Comis-são Especial de Cultura e Eventos da OAB/AM. No dia 12 de fevereiro, o histórico Tea-

tro Amazonas foi cenário para a apresentação musical, que teve pré-show do artista local Gil Valente. A apresentação marcou a abertura da programação de eventos que deverá ser cumprida neste ano.

O presidente da Comissão Especial de Cultura e Eventos da OAB/AM, Walter Rezende, destaca que o ob-jetivo da Comissão, instituída recentemente, é facilitar o acesso dos advogados a atividades culturais, incluindo lite-ratura, música, arte, além de fomentar a produção cultural entre advogados. “Uma das ideias é incentivar a publicação de livros, assinados por membros da Advocacia”, disse.

A proposta é, inicialmente, promover eventos gratuitos destinados à categoria, no mesmo formato do primeiro evento. “Foi um show voltado a advogados e convidados, em que contamos com apoio da Secretaria de Cultura do Estado. Estamos avaliando, inclusive, a possi-bilidade de abrir a programação ao público em geral futu-ramente. No momento, estamos planejando a agenda do próximo bimestre e deveremos anunciar novidades logo mais”, antecipou Rezende. Os eventos terão sempre muita qualidade cultural, adianta o advogado.

Trio Lobita e o Quarto Elemento – O grupo é co-nhecido por composições de qualidade e por interpreta-rem canções que, segundo seus integrantes, representam a música brasileira de raiz. O grupo apresentou em Manaus um repertório repleto de choro, samba, polca, clássicos da música brasileira, dentre outros estilos. Atualmente, o grupo é formado por Paulo Moura (violão de seis e sete cordas), Tiago Amaral (clarinete), Azarias Cardoso (violão de seis e sete cordas) e Andréa Pinheiro (vocal).

No Teatro Amazonas, o Trio Lobita prestigiou grandes nomes como Pixinguinha, Lúcio Batista e Carto-la. O restante do repertório foi formado por letras e arran-jos feitos pelo próprio grupo.

O responsável pelo nome inusitado do grupo é o geólogo Orlando Cunha. Paulinho Moura conta que o nome nasceu de uma brincadeira. “Eu disse para o Orlan-do que quando formasse um grupo eu iria usar esse nome. O trilobita é o ancestral do camarão e é o ser vivo mais antigo do mundo. Ele viveu na pré-história e é muito feio”, brincou.

O presidente da Comissão Especial de Cultura e Eventos, Walter Rezende, defende o acesso dos advogados à cultura de qualidade. Além de exercer a Advocacia, Re-zende é, também, escritor, compositor e poeta, atributos pelos quais foi convidado para presidir a Comissão. Uma das composições do artista, a canção ‘Amor em Silêncio’, conquistou o segundo lugar no 3º Festival de Música do Amazonas em 2012.

NOTA PÚBLICA

A Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Ama-zonas, vem, publicamente, em defesa das mulheres vitimizadas pela violência no Amazonas, manifestar indignação quanto às expressões proferidas por um agente policial lotado na Dele-gacia Especializada de Atendimento a Mulher - DEAM.

O policial civil Daniel Virgílio Frota, lotado na DEAM, expressou em sua rede social expressões machistas, demonstrando evidente despreparo para lidar com a violência contra a mulher, chegando inclusive a incentivar e demonstrar apoio às agressões físicas contra a mulher.

É preciso que a sociedade ref lita e se manifeste contra atitudes como essa, que eviden-ciam o que se passa pela mente de alguns daqueles que são colocados para por em funciona-mento os equipamentos de proteção à mulher vitimizada.

É desnecessário desfilar os dados quanto às agressões, mortes, ameaças, desmereci-mento da honra e danos materiais a que são submetidas as mulheres no Brasil por conta exclu-siva de homens inseridos nessa cultura machista de poder.

O certo é que, no sentido de reagir contra essa violência simbólica por meio do enfren-tamento da violência real, foram construídos equipamentos nas agências de criminalização primária e secundária para dar conta de uma rede de proteção para a mulher vítima desse quadro, inserido ai nesse contexto a institucionalização do agressor. Porém, essa política de Estado em defesa da mulher só será possível na medida em que o agente público que participe das agências envolvidas consiga entender esse quadro, que é histórico. Esse é o motivo dos treinamentos aos quais os servidores lotados nessas agências são submetidos.

Quando assistimos a uma manifestação espontânea como a desse agente policial, lota-do em uma das mais importantes agências de criminalização secundária criada como forma de expressão policial de controle da violência contra o feminino, nosso sentimento é de inse-gurança quanto à administração policial. Será que está mesmo comprometida com o enfrenta-mento da violência contra a mulher?

A lotação de pessoas, com o sentimento de desrespeito quanto ao sistema de proteção à mulher vitimizada, em uma agência policial estratégica quanto ao combate dessa violência, é uma violação direta a esse sistema, fere principalmente a moralidade e a eficiência, só para dar conta de alguns valores constitucionais em jogo, esperada da Administração Pública. Daí a indignação pública dessa Comissão da Ordem dos Advogados do Brasil. Esperamos uma avaliação e punição exemplar a mais essa agressão, uma das muitas, a que é vítima a mulher amazonense.

ALBERTO SIMONETTI CABRAL NETOPresidente da OAB/AM

MARCO AURÉLIO DE LIMA CHOYVice-Presidente da OAB/AM

CAUPOLICAN PADILHA JÚNIORPresidente da Comissão de Segurança Pública da OAB/AM

MARIA GLÁUCIA BARBOSA SOARESPresidente da Comissão da Mulher Advogada/AM – OAB Mulher

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A Comissão Permanente de Preven-ção, Capacitação e Controle do Uso e Abuso de Álcool e Outras Drogas da OAB/AM deu início às atividades de 2014 promovendo visita técnica e

palestra de conscientização, no dia 13 de março, no Instituto Penal Antônio Trindade (IPAT). A ação foi realizada em parceria com o Núcleo de Advocacia Voluntária (NAV), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas (CONEN) e Tribunal de Justiça do Amazonas.

A equipe da OAB atuou no processo de conscientização dos detentos abordando conse-quências jurídicas, causas e efeitos físicos rela-cionados ao uso de drogas. “Em muitos casos, a conscientização foi feita para traficantes e ex-tra-ficantes, que foram processados por tal crime e estão aguardando sentença. Muitos deles pediam para ser orientados sobre o assunto, demonstran-do interesse e compreensão sobre o tema”, disse a presidente da Comissão Permanente da OAB/AM, Alice Sobral, que fez orientações aos deten-tos, junto com a advogada Adriana Lima, tam-bém membro da Comissão. O trabalho contou, também, com a contribuição de acadêmicos de Direito, voluntários na ação.

Alice Sobral destacou que 15 alunos do curso de Direito da UEA, estagiários do NAV, participaram da mobilização prestando atendi-mento jurídico aos detentos sem condições fi-nanceiras de contratar serviços advocatícios. Já a psicóloga e servidora da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), Maysa Chicre, vinculada ao CO-NEN, deu orientações aos servidores do IPAT.

As pessoas atendidas receberam folhetos explicativos e orientações individuais. “A inicia-tiva foi muito bem recebida e o compromisso com a comunidade penitenciária foi fortalecido com essa ação. Mais programas desse tipo serão feitos com o intuito de auxiliar e informar o maior nú-mero de pessoas possível”, ressalta Alice Sobral.

Na avaliação da presidente, não apenas os detentos, mas também funcionários foram bene-ficiados com o evento. “Podemos perceber que os próprios agentes que faziam a escolta ouviam atentos as informações ali passadas. Não bastas-se isso, a participação efetiva dos alunos foi de suma importância, não só como agentes trans-missores, mas como seres humanos interessados no bem-estar do próximo e na melhoria pessoal deles próprios”.

Programação - As atividades realizadas em

março incluíram, também, visita técnica ao Cen-tro de Atenção Psicossocial do conjunto Aquari-quara e ao Centro de Habilitação em Dependên-cia Química. As atividades contam com a atuação da Comissão e outros parceiros como o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violên-cia (PROERD), Instituto Integrado de Ensino de Segurança Pública (Iesp), CONEN, dentre outros.

No dia 7 de abril haverá, ainda, palestra na UEA direcionada aos alunos do Curso de Segurança Pública e do Cidadão. O objetivo é orientar os alunos oficiais sobre a importância de dominar a legislação sobre drogas. O grupo de parceiros buscará, também, orientar os oficiais sobre técnicas de abordagem e tratamento dife-renciado que deve ser dispensado aos usuários dessas substâncias e a seus familiares. “Esses são apenas os primeiros passos de uma Comissão re-cente que tem como proposta a consolidação dos direitos do cidadão amazonense, sua informação sobre meios de prevenção. A Comissão busca, ainda, contribuir para o controle das atividades públicas e/ou privadas visando a concretização desses direitos”.

PREVENÇÃO

Comissão inicia atividades de 2014 com ações de orientação no IPAT

Grupo da OAB e parceiros da entidade reuniram-se para prestar serviços e promover ação de caráter preventivo (abaixo)

A iniciativa foi muito bem rece-bida e o compromisso com a comuni-dade penitenciária foi fortalecido.Alice Sobral

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www.oabam.org.brManaus, Fevereiro | Março de 2014

CERIMÔNIA

Em fevereiro, a OAB/AM realizou soleni-dade para entrega de 54 carteiras profis-sionais a novos advogados e estagiários de Direito, inscritos na Ordem. A cerimônia foi dirigida pelo presidente em exercício

da OAB/AM, Marco Aurélio Choy, e contou com a presença do advogado Lino Chíxaro, do deputado Sinésio Campos, dos ex-presidentes da entidade, Ol-deney Valente e Fábio de Mendonça, de membros da diretoria da Seccional, dentre outros advogados.

Marco Aurélio Choy destacou, durante a so-lenidade, o compromisso que os jovens profissionais assumem ao abraçar a Advocacia. Ele ressaltou que o advogado é um legítimo defensor do Estado De-mocrático de Direito, dos interesses sociais e pre-cisa estar atento aos princípios éticos que regem a profissão.

Os advogados receberam a carteira com o nú-mero de inscrição na Ordem, por terem sido aprova-dos no Exame. A aprovação é obrigatória para que o bacharel em Direito possa exercer a profissão. Novos estudantes de Direito serão submetidos à prova da primeira etapa do XIII Exame de Ordem Unificado, que será realizada em Manaus e nas demais capitais brasileiras em 13 de abril.

ReaproveitamentoA próxima edição do Exame de Ordem já está

de acordo com provimento de novembro de 2013, que alterou regras. Com as alterações, o candidato que reprovou na 2ª fase do XII Exame de Ordem Unificado poderá reaproveitar o resultado da 1ª fase e realizar apenas a segunda fase no XIII EOU. O edi-tal para reaproveitamento da 1ª fase está disponível para consulta no oab.fgv.br.

A prova objetiva será composta de 80 ques-tões, de caráter eliminatório e abrangerá disciplinas profissionalizantes obrigatórias e integrantes do currículo mínimo do curso de Direito. Serão abor-dadas questões sobre direitos humanos, Código do Consumidor, Estatuto da Criança e do Adolescente, Direito Ambiental, Direito Internacional, Filosofia do Direito, bem como Estatuto da Advocacia e da OAB, seu Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina da OAB.

Os examinandos aprovados na 1ª fase fa-rão a etapa subjetiva ou prova prático-profissional (2ª fase) na data provável de 1º de junho. A prova será de caráter eliminatório. Nessa etapa deverá ser elaborada uma peça profissional e quatro questões escritas discursivas. Para a prova subjetiva serão apresentadas situações-problema e compreenderão as seguintes áreas, que deverá ser escolhida pelo candidato no ato da inscrição: Direito Administra-tivo, Direito Civil, Direito Constitucional, Direito

Empresarial, Direito Penal, Direito do Trabalho ou Direito Tributário e do seu correspondente Direito Processual.

O Exame de Ordem pode ser prestado por bacharel em Direito, ainda que pendente apenas a sua colação de grau, formado em instituição regu-larmente credenciada. Poderão realizá-lo os estu-dantes de Direito do último ano do curso de gradu-ação ou dos dois últimos semestres.

AlteraçõesO XIII Exame de Ordem Unificado é o pri-

meiro a adotar a nova regra de aproveitamento, que isenta o candidato que reprovou na segunda fase do exame anterior de ter que repetir também a 1ª fase. O Provimento número 156/2013, que alterou regras do Exame de Ordem, foi publicado em 1º de novembro de 2013 no Diário Oficial da União (DOU). O examinan-do que não for aprovado na prova prático-profissional poderá computar o resultado obtido na prova objetiva no Exame imediatamente subsequente.

OAB entrega carteiras a novos advogados

Familiares e profissionais prestigiaram juramento

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ARTIGO

Sistema penitenciário

Apesar do curto espaço que essa página me proporciona, tentarei falar um pou-co sobre o penitenciarismo moderno. O confinamento de condenados como forma de reação política ao crime é

fruto de uma reconfiguração na ideologia da pena, possível de ser vista na literatura jurídico-filosófi-ca do século XVIII, quando o liberalismo burguês em ascensão promove uma tensão no diálogo entre as formas tradicionais de resposta à desobediência criminosa e o novo modelo de organização socie-tária proposto pelo argumento liberal dos filósofos das luzes. As baterias iluministas eram dirigidas aos castigos corporais, que promoviam uma estética cruenta aos olhos desses pensadores.

Esse ambiente de esgrimidura intelectual, com a vitória do raciocínio liberal, proporcionou o palco ideal para o confinamento como forma hu-mana de punição. O imaginário cristão-capitalista foi essencial na construção desse novo discurso re-pressivo, organizando o vocabulário penitenciário que se consolidou até os dias atuais. Dois dados foram motores desse imaginário – um, a reclusão penitencial como forma de reconstrução moral do “pecador” que se desviou da estrada da retidão, nos primeiros ambientes de confinamento penitenciário era regular entregar a bíblia ao preso que era posto em isolamento celular. E outro, o necessário ades-tramento disciplinar da massa trabalhadora despre-parada para as regras da fábrica. O regime carce-rário prepararia a transformação do camponês do feudo para o operário da fábrica.

No sentido de legitimar pelo discurso esse modelo “moderno” de punição foi desenvolvida a ideologia da ressocialização, onde esse ambiente de confinamento teria como função essencial devolver os fatores de sociabilidade demonstrados como per-didos com a prática da conduta criminosa. O certo é que essa fala hoje, como parece ter sido desde a primeira entonação, mostra-se hipócrita e dissimu-lada. Os gerentes do sistema ao mesmo tempo que

entoam o discurso ressocializador dão mostras da total ausência de compromisso com os equipamen-tos teóricos que dariam suporte legitimador à esse discurso.

Esse é o quadro imaterial onde se movimenta o penitenciarismo latino-americano, onde a resso-cialização se mitificou, sendo apenas utilizada como argumento público toda vez que se fala sobre possí-veis expectativas das administrações penitenciárias latino-americanas. Nesse contexto é que se insere a administração penitenciária brasileira e, como não poderia deixar de ser, a amazonense.

Ocorre que no Brasil o debate penitenciário não seduz o voto e como é o desejo de ser votado que tem alimentado a tomada de decisões políti-cas, nenhum candidato a síndico da Polis entende a questão penitenciária como prioridade ou até mes-mo como objeto de preocupação. O que acontece é uma tentativa de apagamento do cárcere do outdoor midiático da sociedade. Quanto menos se souber o que ocorre lá dentro, melhor.

Com um déficit de 4.620 vagas (segundo da-dos do portal g1amazonas) nos cárceres amazonen-ses, dá para se ter uma ideia do interesse político sobre esses ambientes de confinamento no Estado. É preciso dizer, também, que esse cenário não é di-ferente nos demais Estados brasileiros.

A História demonstra que a administração de confinados está diretamente ligada aos nossos padrões civilizatórios. A construção de um discur-so que possa dar conta da realidade, sem truques dissimulados e hipócritas de apagamento dela, é uma face de coragem da arquitetura que se espera de toda democracia.

Mas será que é possível, com o uso de equipa-mentos teóricos historicamente amadurecidos, dar conta de mudar essa realidade? É uma resposta que não é fácil, mas acredito que uma mudança de men-talidade da administração penitenciária já seria um começo, mas infelizmente parece que isso está um pouco distante de ocorrer.

Caupolican Padilha é advogado, presi-dente da Comissão de Segurança Públi-ca da OAB/AM, professor universitário e Mestre em Direito Público pela UFSC.

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Ordem cria pauta local para defesa dos povos indígenasA OAB/AM instituiu, neste ano, a Comissão

Especial de Defesa dos Povos Indígenas, que tem o objetivo de resguardar os direitos dessas populações, no Estado, além de criar uma pauta local voltada para as causas rela-

cionadas ao tema. A Comissão é composta, atualmente, pelo presidente Adelson Gonçalves e tem como mem-bros Cristiane Soares, Dimas Fonseca Pereira e Ricardo Tavares de Albuquerque.

A primeira atividade da Comissão foi o acompa-nhamento, em campo, das oitivas dirigidas pela Polícia Federal no caso envolvendo a comunidade Tenharim Marmelos, no município de Humaitá. Adelson Gon-çalves conta que os conflitos ganharam força a partir da morte do cacique Ivan Tenharim, aliada à cobrança do pedágio feita pelos indígenas aos usuários da Transama-zônica, nos limites da Terra Indígena. O clima de tensão tomou conta da população de Humaitá quando três ho-mens - Stef Pinheiro, Luciano Freire e Aldeney Salvador – desapareceram na rodovia. Eles foram vistos pela últi-ma vez no dia 16 de dezembro de 2013.

Após as manifestações da população de Humai-tá, que cobrou providências das autoridades quanto à in-vestigação do desaparecimento dos três homens, a Polí-cia Federal conduziu a investigação que levou à prisão de cinco índios, que estão detidos em uma cadeia de Porto Velho sob acusação dos crimes de sequestro, homicídio e ocultação de cadáveres. Eles negam.

Segundo a PF, duas das vítimas, o professor Stef Pinheiro e o representante comercial Luciano Freire, fo-ram baleadas. O técnico Aldeney Salvador, funcionário da Amazonas Energia, foi degolado. Os corpos teriam sido jogados no rio Marmelo e o veículo foi levado para a floresta e incendiado. A PF confirmou que as peças encontradas próximo de uma aldeia era do carro das vítimas. “É uma situação muito complicada. Estamos tentando nos manter informados, para acompanhar o caso mais de perto, mas até o telefone da aldeia foi corta-do”, conta Adelson Gonçalves. Atualmente, cerca de 700 índios Tenharim e outros 80 da etnia Jiahui vivem em condições precárias, inclusive com dificuldade de sair da Aldeia, em função de serem hostilizados pela população não-indígena de Humaitá.

Relatório descreve desrespeito

No local, os advogados da OAB/AM também ou-viram os indígenas, inclusive com conversas gravadas, que permitiram a elaboração de um relatório pela Co-missão, apresentado à presidência da entidade.

Uma das avaliações feitas pelos advogados foi o desrespeito aos direitos constitucionais dos indígenas, durante as investigações. “Todos declaravam desconhe-

cimento sobre como os três homens tinham desapareci-do. Aqueles que foram ouvidos pelo delegado disseram que, em nenhum momento, houve o direito constitucio-nal ao silêncio, muito menos à presença de algum mem-bro da Funai, que dada a especificidade do caso haveria a necessidade desse órgão federal se fazer presente. Alguns que sequer sabiam falar direito a língua portuguesa fo-ram ouvidos sem a presença de um tradutor. Quase to-dos assinaram o termo de declaração, sem saber o que estava escrito, visto que não houve leitura ou permissão para leitura do mesmo”, descreve o advogado, no relató-rio. A Comissão também verificou, no local, que a Funai não possui estrutura básica necessária para atender as demandas daquela região.

O presidente da Comissão destacou, ainda no re-latório, que muito embora o Ministério Público Federal tenha noticiado que a Polícia Federal e a Força Nacional estavam no local para garantir a segurança dos povos in-dígenas, foi possível verificar que isso não foi a realidade encontrada na aldeia. “Estavam dando suporte muito mais para dar agilidade ao curso do inquérito”. Os in-dígenas também relataram que estavam sendo coagidos, durante as suas atividades de caça, pesca e plantio, para

indicarem os locais onde teriam sido escondidos os cor-pos das vítimas.

O documento apresentado pela Comissão tam-bém deixa claro a criminalização dos povos indígenas antes mesmo da conclusão do inquérito. Questiona, também, a incapacidade do Estado do Amazonas e do município de Humaitá em administrar o caso com isen-ção, em total afronta e desrespeito aos direitos dos povos indígenas previstos na Constituição Federal e na Con-venção 196 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

DIREITO

Aqueles que foram ouvidos pelo de-legado disseram que, em nenhum mo-mento, houve o direito constitucional ao silêncio, muito menos à presença de algum membro da Funai.Adelson Gonçalves

Representantes da entidade acompanharam oitivas na comunidade Tenharim, no município de Humaitá

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A Escola Superior de Advocacia do Amazonas (ESA), vinculada à OAB/AM, promoveu no dia 6 de fevereiro o ‘Curso de Introdução à Me-diação e às Práticas Restaurativas’, ministra-do pelo professor Ricardo Dornelles, um dos

maiores especialistas do Brasil, nessa área. O curso é resulta-do da parceria entre a Comissão de Arbitragem da Seccional Amazonas, a Comissão de Arbitragem da OAB Nacional e ESA.

O curso contou com a participação de advogados e

profissionais de diferentes áreas. O instrutor compartilhou com a turma um pouco da sua experiência como advogado, mediador, especialista em Mediação e Justiça Restaurativa e presidente da Comissão Especial de Mediação e Práticas Restaurativas da OAB/RS desde 2007.

Dornelles apresentou aos alunos um panorama ge-ral sobre a Justiça Restaurativa, que consiste em um novo modelo de Justiça Criminal, consolidado em um paradigma não punitivo, baseado em valores, e que tem como principal objetivo a reparação dos danos oriundos do delito causados

às partes envolvidas – vítima, ofensor e comunidade – e, quando possível, a reconstrução das relações rompidas.

Segundo o presidente da Comissão de Arbitragem da OAB/AM, Ney Bastos Soares Júnior, a Justiça Restaurati-va apresenta-se como uma alternativa ao modelo tradicional de Justiça, tendo em vista a necessidade de mudanças mais profundas e estruturais no atual sistema penal. Uma das propostas da iniciativa é promover o protagonismo local nas comunidades, inclusive por meio da capacitação, para a re-solução de conflitos.

ENSINO

ESA e OAB promovem curso de práticas restaurativas

Conferência Nacional dos Advogados está com inscrições abertas

Alunos da capacitação receberam orientações do especialista Ricardo Dornelles sobre o novo modelo de Justiça Criminal, divulgado pela Ordem

Estão abertas as inscrições para a XXII Conferência Nacional dos Advogados, o maior evento jurídi-co da América Latina. Advogados, estudantes de Direito e profissionais interessados podem se ins-crever no site conferencia.oab.org.br com preços

promocionais até 31 de março. A Conferência será realizada no Rio de Janeiro, entre os dias 20 e 23 de outubro.

As primeiras vagas custarão R$ 125 para estudantes e R$ 250 para advogados e outros profissionais. A partir de 1º de abril, estudantes pagam R$ 150, enquanto o preço para ad-vogados e outros profissionais será de R$ 300. O pagamento pode ser feito por boleto bancário ou por cartão de crédito.

Há uma política de desconto para grupos a partir de 10 docentes ou 30 estudantes ou 30 advogados/outros profis-sionais: R$ 125 para estudantes e R$ 250 para as outras cate-gorias (valores individuais). As instruções para o credencia-mento de grupos está disponível no portal.

O site da XXII Conferência Nacional dos Advogados traz todas as informações sobre o evento, que tem previsão de reunir até 35 mil pessoas. Com o tema “Constituição de-mocrática e efetivação de direitos”, a Conferência terá 172 palestrantes nacionais e internacionais em 40 painéis, quatro debates, duas conferências magnas e bate-papos culturais.

Ocupando dois pavilhões de um dos principais cen-

tros de convenções do Brasil, o RioCentro, a XXII Conferên-cia Nacional dos Advogados terá estrutura completa: cerca de 300 estandes de editoras, livrarias, agência de turismo, alimentação e faculdades, entre outros, ocuparão uma área de 40 mil metros quadrados.

A programação paralela da XXII Conferência Na-cional dos Advogados contará com uma Tribuna Livre, na qual advogados e estudantes de todo o país podem apresentar seus projetos, desde que ligados ao tema central do evento. Os trabalhos devem ser enviados até o dia 30 de setembro, e as apresentações durarão 15 minutos. (Assessoria de Imprensa do CFOAB)

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A OAB/AM sediou, no período de 17 a 21 de março, julgamentos da I Semana Nacional do Tribunal do Júri. O even-to foi uma iniciativa do Conselho Na-cional de Justiça (CNJ), promovido em

todos os Tribunais de Justiça do Brasil, com a rea-lização de aproximadamente 3 mil sessões. A ação teve como objetivo aumentar o número de proces-sos julgados, envolvendo casos de crimes contra a vida, denunciados até 31 de dezembro de 2009.

No Amazonas, os julgamentos ocorreram em locais distintos - no Fórum Ministro Henoch Reis e auditórios da OAB/AM, Esbam e Uninorte. O vice-presidente da Comissão de Aperfeiçoamento Jurídi-co, Paulo Trindade Júnior, explicou que a iniciativa do CNJ busca alcançar a Meta 04 da Estratégia Na-cional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), que prevê o julgamento, até outubro de 2014, de todas as ações penais de homicídios dolosos (com intenção de matar) que tenham recebido denúncia até a data estabelecida. Na OAB/AM, a ação recebeu o suporte da Comissão de Aperfeiçoamento Jurídico.

A coordenadora do Enasp no Amazonas, a juíza titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Ma-naus, Mirza Telma de Oliveira Cunha, previu que a I Semana Nacional do Tribunal permitiria a rea-lização de cerca de 50 julgamentos, reunindo mais de 70 profissionais, dentre juízes, promotores, de-fensores públicos, advogados, servidores do Poder Judiciário e estagiários de Direito.

Paulo Trindade destacou que, na OAB/AM, o evento pôde ser assistido por profissionais da

Advocacia e acadêmicos de Direito. “A OAB Ama-zonas e a Comissão de Aperfeiçoamento Jurídico estão engrandecidas em contribuir para o proje-

to jurídico em prol de uma boa efetividade juris-dicional e em benefício da sociedade amazonen-se”, ressalta.

A OAB/AM implantará melhorias na sala de apoio ao advogado no Fórum Minis-tro Henoch da Silva Reis. O vice-pre-sidente da OAB/AM, Marco Aurélio Choy destaca que serão adquiridos mais

quatro computadores, dois equipamentos de scanner e outros dez leitores de certificados digitais. Com a nova aquisição, o total de dez computadores estarão disponíveis para uso, na sala.

O objetivo da ação, destaca Choy, é ofere-cer maior comodidade aos profissionais da Advo-cacia, para que possam executar suas atividades com maior eficiência. “Todas as máquinas também serão configuradas adequadamente para o serviço

de peticionamento, dentre outras atividades que fazem parte da rotina de trabalho”.

As mudanças na sala de apoio incluem, tam-bém, a implantação de um novo programa de aten-dimento. Estão sendo avaliadas sugestões como o controle do acesso para advogados e estagiários devidamente inscritos na OAB, mediante apresen-tação da carteira, a limitação de tempo para uso de cada máquina e cabines para atendimento de clientes. O novo modelo de funcionamento está sendo elaborado pelos membros da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB/AM, juntamente com Marco Aurélio Choy, que faz questão de ouvir sugestões dos profissionais.

JUSTIÇA

Seccional Amazonas sedia I Semana Nacional do Tribunal do Júri

Espaço receberá novos equipamentos e normatização

Sala do Advogado no Henoch Reis terá melhorias

Paulo Trindade (à esq.) destaca apoio da Seccional ao evento promovido pelo CNJ e Tribunal de Justiça do AM

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Copa dos Advogados está com inscrições abertas

A Caixa de Assistência dos Advo-gados do Amazonas (CAA/AM) irá promover, em maio, a segunda edição da Copa dos Advogados do Amazonas de Futebol Society - Tro-

féu Alberto Simonetti Cabral Filho. O campeo-nato irá reunir 16 times, com até 16 jogadores cada um. Neste ano, o troféu do campeonato levará o nome do ilustre advogado Alberto Si-monetti Cabral Filho, ex-presidente da Seccio-nal do Amazonas, presidente por quatro vezes do Conselho da Seccional da OAB do Amazonas. No ano passado, o homenageado foi o primei-ro presidente da CAA/AM, o advogado Iran dos Santos Barbosa.

“Uma justa homenagem ao saudoso home-nageado que indiscutivelmente foi um exemplo de líder, administrador e empreendedor, tendo, em suas sucessivas gestões, deixado grandes conquistas para a classe dos advogados do Ama-zonas”, ressalta Denize Aufiero, presidente da CAA/AM. A coordenação do campeonato é do vice-presidente da CAA/AM, Messias Sampaio e da advogada Arthemis Costa, coordenadora da Comissão de Esporte, Lazer e Cultura da Caixa de Assistência.

O evento faz parte do calendário anual das atividades da CAA/AM. As inscrições das equipes podem ser realizadas até 25 de abril, na sede da instituição ou no local a ser solicitado pelo advogado. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (92) 3633-5018 ou (92) 9162-6317.

CAA/AM

Caixa de Assistência oferece consultas gratuitas com clínico geral, na sede da entidade

ACAA/AM está oferecendo consultas médicas com clínico geral, na sede da instituição, na avenida Jornalista Um-berto Calderaro Filho, nº 2000, Adria-nópolis. O atendimento é gratuito para

advogados e para o associado dependente tem custo simbólico de R$ 20 por consulta.

Os atendimentos serão realizados entre segun-da-feira e quarta-feira, das 17h30 às 20h. E na quin-

ta-feira, de 14h até 20h. O consultório médico é coor-denado pelo médico Victor Fleury. Os procedimentos incluem avaliação clínica, encaminhamentos para exames laboratoriais, além de acompanhamento.

Orientação preventiva - A Caixa de Assistên-cia está, também, desenvolvendo cartilhas de saúde preventiva com o objetivo de estimular e promover mudanças de hábitos e atitudes para evitar proble-mas de saúde.

A presidente da CAA/AM, Denize Aufiero, ressalta que a entidade promove permanentemen-te ações voltadas para a melhoria e ampliação dos serviços prestados aos associados. “A CAA/AM tem empenhado esforços e recursos visando à garantia de prestar atendimento humanizado e contínuo. A nossa proposta é satisfazer as necessidades dos asso-ciados, valorizando a saúde e o bem estar deles e de seus dependentes”, destaca.