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A Violência da Cidade e Os Animais O que existe em comum?

Carla Rockatansky Birds Company

Humanos Violentos Muitas pesquisas sérias mostram que toda e qualquer pessoa que maltrata animais, maltrata humanos. A maioria dessas pesquisas mostram que crianças que não desenvolveram afeição por animais, crianças que maltratam animais, se tornam adultos agressivos. Também, várias pesquisas mostram que assassinos que cometeram diversos assassinatos têm histórico de maldade contra animais indefesos. Ou seja, toda e qualquer pessoa que maltrata animais, que é cruel com os animais, tem o potencial de agredir violentamente e de assassinar outras pessoas.

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O que é maltratar um animal? O que é ser cruel com um animal? Os animais têm necessidades básicas assim como nós humanos temos: abrigo adequado, alimentação adequada, necessidade de atenção e carinho, necessidade de proteção, precisam também de atendimento médico regular, precisam saber que são amados e de que as pessoas se importam com eles. Assim como nenhum humano gostaria de ser abandonado bebê pelas ruas, ou quando estivesse doente ou idoso ser jogado fora por seus familiares, os animais não merecem esse abandono. Assim como uma moça grávida se vê em desgraça sendo expulsa de casa, o mesmo se dá com cadelas e gatas prenhes jogadas fora. A diferença é que uma moça fala, pode procurar ajuda das autoridades, pode procurar e encontrar abrigo e trabalho, mas o animal não pode nada disso. Deixar um animal amarrado no quintal à própria sorte, passando frio ou calor, é uma forma de crueldade contra o animal. O mesmo se dá com animais deixados soltos pelas ruas ou pulando de telhado em telhado como no caso dos gatos. Deixar um animal infestado de pulgas e carrapatos, sabendo­se que esses insetos lhes causam feridas, incômodo e doenças, também é uma forma de maldade contra o animal. A mesma coisa se dá quando se deixa cães tomados de sarna e bicheiras. Animais infestados de vermes igualmente são vítimas de maldade. Deixar o animal passar fome e sede, é também crueldade. Uma refeição por dia não garante a boa alimentação de um animal. Colocar água uma vez por dia para o animal, não garante a qualidade dessa água e muito menos que seja a quantidade necessária para ele. Dar qualquer tipo de comida a um animal é maldade. Assim como nós humanos temos a necessidade de determinados alimentos, cães têm necessidade da ração específica para eles. Gatos não podem comer ração para cães. Os gatos precisam de taurina e níveis pré estabelecidos de proteínas que são encontrados somente em rações para gatos de boa qualidade. Dar restos de comida aos animais, principalmente alimentos estragados que sobram das refeições de humanos, é crueldade.

Ignorar o tratamento alegre e carinhoso de um cachorro, o carinho de um gato, é demonstrar indiferença para com a interação do animal com a pessoa. Assim como nós humanos gostamos de dar e receber carinho e atenção, gostamos de passar tempo juntos com as pessoas que amamos, gostamos de sentar e conversar nossos problemas e novidades, gostamos que as pessoas nos tratem com respeito e nos valorize, os animais também gostam e necessitam desse mesmo tratamento. Os animais são seres que pensam, sentem e reagem. Os animais amam, sofrem e reagem adoecendo quando o amor lhes é negado. Assim como nós temos medo de sair às ruas e sermos assaltados, atropelados, sofrer acidentes de trânsito, ser vítimas em tiroteios e queremos que as autoridades cumpram seu papel de nos proteger contra essas coisas, precisamos proteger os animais dessas mesmas coisas e não conseguiremos isso deixando os animais jogados pelas ruas ou invadindo as propriedades dos vizinhos. Nós temos medo de sermos assassinados por algum desconhecido. Da mesma forma os animais podem ser assassinados e não são poucos os animais que foram vítimas de assassinatos cruéis. Então devemos proteger nossos animais de serem envenenados, de serem agredidos, de serem mortos por pessoas impiedosas. Só conseguiremos dar essa proteção ao animal se cumprirmos nossa obrigação de mantê­los em nossa propriedade. Muitas pessoas conhecem bem seus vizinhos e garantem que nenhum deles fará mal aos seus animais e que jamais colocariam veneno para matá­los. Ocorre que existem ratos, são muitas as pessoas que compram venenos para ratos e espalham pelo quintal de suas propriedades. Como são grãos não palatáveis para gatos e cães, não tem cheiro e sabor para atrair um cão ou gato a comê­los, quando ainda são grãos, cães e gatos não ingerem, não comem. Mas basta uma chuva que faça poças de água para esses grãos se diluírem na água e formarem bebedouros venenosos para cães e gatos. Inconscientes do perigo dessas poças de água da chuva, os animais bebem dessa água e morrem em pouquíssimas horas. A pessoa humana tem um tipo de organismo, o organismo humano. Os cães têm outro tipo de organismo, diferente do organismo humano, eles são cães e não homens. Os gatos têm um organismo totalmente diferente do organismo humano e do organismo dos cães. Portanto, medicamentos que servem para humanos, podem não ter a mesma eficiência para cães e gatos, podem até mesmo intoxicá­los e matá­los. Medicamentos que servem para cães, podem não ter a mesma eficiência para os gatos, podendo intoxicá­los e matá­los. Assim como um humano em sã consciência não beberia o

medicamento dos seus cachorros ou dos seus gatos, um humano responsável não deve tratar seus animais por conta própria e muito menos dar quaisquer tipos de medicamentos a cães e gatos sem a orientação de um veterinário. O medicamento humano chamado Paracetamol, por exemplo, mata gatos. A pessoa não vai ficar mais rica ou mais pobre por levar um animal acidentado, ferido ou doente a um veterinário. Da mesma maneira que os humanos dependem de um médico que realmente entenda de sua doença, trate a doença e proporcione então a cura, os animais também precisam. Negar assistência médico­veterinária a um animal é crueldade. Deixar um animal passando mal, sofrendo, tendo dores jogado, é crueldade. Pegar um animal doente que já sofre com sua doença e dar­lhe um monte de medicamentos por conta própria sem realmente saber o que está dando ao animal, sem saber se é bom para aquele tipo de animal, é crueldade contra o pobre ser doente e indefeso. Abandonar um animal bebê, idoso, doente ou prenhe nas ruas, é uma forma de crueldade e também vemos em pesquisas sérias que pessoas que abandonam animais, abandonam seus cônjuges, abandonam pais e avós idosos, são indiferentes para com o futuro de seus próprios filhos. Mostram socialmente um bom relacionamento com seus familiares, exigem estudo e trabalho dos filhos, mas na verdade não dão a plena e merecida importância a seus parentes. Prova disso é a quantidade de adolescentes vagando pelas madrugadas de cidades violentas, andando em más companhias, abusando cedo do álcool, usando drogas, se envolvendo em pequenos delitos, engravidando às vezes antes dos treze anos de idade.

Fonte da Foto: wildtimeonline.blogspot.com

O Nascimento da Violência Quando a criança tem um, dois anos de idade e estrangula o pintinho colorido que a mãe comprou na feira e toda a família aprova e fica rindo achando bonitinho. Quando poucos meses mais tarde tortura o gatinho, soca a cabeça do cachorrinho no chão ignorando os berros de dor dos animais e a família toda aprova e fica rindo. Alguns anos mais tarde enforca o cachorro, mata o gato a pauladas, é indiferente à vida. É indiferente não somente à vida animal, mas à vida humana, à vida ao todo. Se torna um adulto indiferente à dor e ao sofrimento de quaisquer outros seres, inclusive, os seres humanos.

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Então essa mesma criança assassina de animais com aprovação de toda a sua família, já adulta, se casa. Não muito tempo depois de casada, quando homem, agride a esposa com palavras cruéis. Agride fisicamente também. Logo cedo no casamento mantém relações extra conjugais porque não se importa com os sentimentos de sua esposa e de seus filhos. Não se importa com os danos psicológicos que seu comportamento e atitudes causarão em sua família ao todo. Em geral, esses homens também não permitem a presença de animais em suas casas ou, treinam cães para os animais serem ameaçadores e violentos. No caso de se tornar um adulto mulher, geralmente se torna uma mãe violenta. Agride seus filhos com palavras cruéis, brigam por qualquer motivo com seus companheiros, são mulheres insatisfeitas com tudo, espancam suas crianças pequenas sem a menor compaixão e também não se importam se os filhos terão problemas psicológicos. Algumas dessas mulheres até mesmo se tornam cúmplices de abuso sexual infantil contra

seus próprios filhos e filhas. Não enxergam os filhos como pessoas que sentem e sofrem. São aqueles tipos de mães que queimam a mãozinha dos bebês no fogo do fogão. Como os pais e avós riam de seus assassinatos quando criança, esses adultos também não enxergam que seus pais e avós idosos sentem e sofrem. Geralmente se interessam apenas pelas aposentadorias e heranças dos idosos da família, nunca nas necessidades físicas e psicológicas dos mais velhos. Quando não trancam seus parentes idosos em asilos, o que muitos fazem, tratam os idosos com agressões e total descaso. Enxergam os idosos como fardos inúteis e vivem ansiosos de se livrarem do que na maioria das vezes chamam de "trapo", "lixo", "velho", "encosto", "múmia" e dezenas de outros termos humilhantes e pejorativos. Da mesma maneira que satisfaziam seu sadismo espancando e matando animais sob aprovação da família, satisfazem seu sadismo humilhando e agredindo suas esposas contando ainda vantagens disso para amigos que igualmente são de baixo nível moral. Alegram­se em bebedeiras contando vantagens sobre a quantidade de mulheres que usam sexualmente como objetos, debochando ainda da ingenuidade ou lealdade da esposa em casa. Muitos desses homens, citando algumas mulheres também, assim como matavam seus "brinquedos vivos", quando perdem a namorada, esposa, marido, companheiro, não aceitam perder o brinquedo, não aceitam perder o objeto de prazer sádico, tentam a qualquer custo matar a pessoa que não quer mais manter qualquer tipo de relacionamento com eles. Basta a esposa reclamar de qualquer coisa ou dizer que vai embora, para no dia seguinte estar coberta de hematomas, enquanto o companheiro não tem o menor arrependimento pelo que fez.

Fonte da Imagem: theguardian.com

O Nascimento dos Crimes Uma criança cresce sendo aplaudida por maltratar e matar animais, cresce muitas vezes em um lar onde conviveu com diversos padrastos; cresce as vezes sem conhecer o próprio pai; tem irmãos cada um de um pai diferente; muitos dos padrastos com os quais conviveu o único exemplo que teve foi de bebedeiras e agressões; muitos de seus vizinhos estão envolvidos em atividades erradas; assiste na TV que as autoridades ao invés de proteger o cidadão, também cometem crimes e roubam; cada novela assistida pela mãe é uma escola de amoralidade e crimes; sua escola não passa de centro social de adolescentes agressivos e não tem a menor qualidade de ensino; a sociedade na qual vive ensina que humildade, honestidade e compaixão são fraquezas desprezíveis. Que tipo de adulto será? Logo na tenra idade ele aprendeu que era "divertido" fazer o mal, que era "gostoso" causar dor e sofrimento a outro ser, que era "delicioso" matar e que podia matar quantos quisesse porque não dava nada. Teve o mal exemplo de mãe e padrastos que tratavam os sentimentos humanos como não importantes, que o importante, no caso deles, era o prazer sexual inconsequente. A mudança rápida de parceiros não para constituírem uma família, mas apenas para gratificação egoísta foi também outro mau exemplo. Assim, aprendeu que pessoas, sentimentos, famílias, são coisas não muito importantes. Não teve outro jeito a não ser aprender o erro de que cometer crimes, roubar e matar é completamente "normal". Por quê? Por que políticos, autoridades, vizinhos e novelas pregam que fazer o mal, roubar, matar e mentir são coisas normais, sadias, fáceis de praticar e que não são punidas. Também na escola aprendeu que para ser aceito nessa sociedade deformada é preciso ser o valentão, o agressor, o violento, o mal. Aprendeu a bater, a insultar e a tratar as mulheres e os amigos como objetos de troça, zombaria, que podem ser descartados assim que usados e abusados. Aprendeu que poesia, amor, humildade e brandura são "defeitos humilhantes" que apenas os fracos e os covardes possuem. Isso não ocorre apenas em escolas públicas frequentadas por pessoas pobres, ocorre também em escolas particulares e universidades renomadas.

Chegou a adolescência e ele foi ensinado que para ser homem tem de fazer sexo compulsivamente com o maior número de pessoas possíveis e que em seguida deveria descartá­las uma a uma desconsiderando totalmente o fato de que essas pessoas têm sentimentos e de que a possibilidade da geração de filhos é real. Aprendeu que a vida tem de ser regada de satisfação pessoal e diversão, independente de como se realizar isso e da qualidade dessa diversão. Assim logo se junta a marginais e compõem bandos para garantir um falso senso de poder, para garantir a agressividade, a violência gratuita. Para ser aceito em tais grupos, comete pequenos delitos, consome bebidas exageradamente, começa a experimentar drogas. Além disso, para dispor da fama de valente e poderoso, passa a querer ostentar roupas, calçados e objetos de luxo. Assim os roubos começam a ser praticados. Logo, pequenos roubos não são capazes de garantir a ostentação de falsa riqueza, não são capazes também de fazer com que as pessoas temam e reverenciem o marginal. Para alcançar seu objetivo de ser temido é necessário agora o envolvimento no tráfico de drogas, ostentar armamento de guerra como fuzis e metralhadoras. Com o passar do tempo, para continuar o falso senso de poder, dar continuidade à submissão amedrontada das pessoas, acontece o primeiro assassinato. Depois disso promovem assassinatos brutais, terrorismo, crueldade de todas as espécies e a cidade se transforma nisso que vemos todos os dias nos noticiários de TVs e jornais. As pessoas de bem acabam reféns, roubadas, mutiladas e assassinadas por quem no começo, matava apenas um pintinho colorido comprado numa feira de domingo como uma mercadoria barata qualquer.

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