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1 PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM AMBIENTE E SAÚDE HELOISA CAROLINA MASSUCATO BRAVIN A VIGILÂNCIA SOBRE AGROTÓXICOS NA REGIÃO DE PRIMA- VERA DO LESTE-MT CUIABÁ- MT 2018

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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

MESTRADO EM AMBIENTE E SAÚDE

HELOISA CAROLINA MASSUCATO BRAVIN

A VIGILÂNCIA SOBRE AGROTÓXICOS NA REGIÃO DE PRIMA-

VERA DO LESTE-MT

CUIABÁ- MT 2018

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HELOISA CAROLINA MASSUCATO BRAVIN

A VIGILÂNCIA SOBRE AGROTÓXICOS NA REGIÃO DE PRIMA-

VERA DO LESTE-MT

Dissertação de Mestrado apresentada ao programa de Pós-Graduação Stricto Senso de Mestrado em Ambiente e Saúde da Universidade de Cuiabá, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Ambiente e Saúde – Área de concen-tração: Ambiente e Saúde na Amazônia Legal. Orientador: Prof. Dr. Elias Nasrala Neto

CUIABÁ- MT 2018

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FICHA CATALOGRÁFICA

Bibliotecária: Thais Caroline Souza Silva – CRB 1/2921.

Bravin, Heloisa Carolina Massucato (1969 -).

A Vigilância sobre Agrotóxicos na Região de Prima-

vera do Leste - MT. /Heloisa Carolina Massucato Bravin –

Cuiabá, MT, 2018.

Orientador: Elias Nasrala Neto.

Dissertação (Mestrado em Ambiente e Saúde) – Universidade de Cuiabá – UNIC. Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu, 2018.

1. Agrotóxicos. 2. Vigilância. 3. Meio ambiente. 4. Saúde. 5. Primavera do Leste, MT. I. Título.

CDU – 632.95.024 (817.2)

60 f.: il.

B826p

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HELOISA CAROLINA MASSUCATO BRAVIN

A VIGILÂNCIA SOBRE AGROTÓXICOS NA REGIÃO DE PRIMA-

VERA DO LESTE-MT

Dissertação apresentada á Universidade de Cuiabá, no programa de pós graduação Stricto Senso de Mestrado em Ambiente e Saúde como requisito parcial para obtenção do título de Mestre conferido pela Banca Examinadora formada pelos Professores:

_____________________________

Prof. Dr. Elias Nasrala Neto Orientador

UNIC

_____________________________

Prof. Dr. Ageo Mario Cândido da Silva UNIC

_____________________________

Profa. Dra. Marina Atanaka dos Santos UFMT- ISC

Cuiabá, 08 de agosto de 2018

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DEDICATÓRIA

À minha família:

Maria Beatriz e Bianca, razões de todas as minhas escolhas e decisões, grandes res-

ponsáveis por eu estar onde estou agora, de onde tirei forças para desenvolver meus estudos.

A vocês devo a graça de ter alcançado a felicidade verdadeira apenas por tê-las ao meu lado.

Alencar, pelo amor, paciência, companheirismo, ajuda, sinceridade, cumplicidade e, prin-

cipalmente, por ter apoiado totalmente as minhas decisões, mesmo quando não estava bem

certo dos resultados.

Meu pai Antônio e minha mãe Madalena, que sempre me apontaram a leitura, a curio-

sidade e a busca do conhecimento como os únicos caminhos viáveis para a construção de uma

vida mais rica e plena. Sinto-me feliz em poder orgulhá-los com as minhas realizações.

Meus irmãos, Luz Marina e Sávio, por poder dividir com eles uma parte da minha vida

e por saber que em qualquer circunstância e distância, eles estarão sempre ao meu lado quando

eu precisar, torcendo por mim e me dedicando todo o seu carinho e amor.

Meus cunhados João Edson e Egle e sobrinhos Gabriel (afilhado), Carol e Matheus,

que se fizeram sempre presentes mesmo estando distantes, pelo amor, carinho e alegrias que

pudemos compartilhar sempre. Sou de fato, uma pessoa muito abençoada!

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AGRADECIMENTOS

Em meio a tanto o que agradecer esta conquista, prefiro iniciar agradecendo a Deus, que

como por eu ter tido a coragem de ir buscá-lo, trilhando um caminho novo e desconhecido que

só tem me dado alegrias e realizações.

Ao Profº Dr. Elias Nasrala Neto, a quem, a além de ter a honra de conhecer e de pertencer

a mesma classe profissional, tive a sorte de tê-lo como orientador. Agradeço pelas direções

oferecidas, pelos ensinamentos, pelas oportunidades de desenvolvimento propiciadas e, princi-

palmente, pela sua vocação acadêmica, que me ajudou a ser melhor a cada orientação, respei-

tando minhas ideias e limitações, sendo esse exemplo de pessoa e profissional que certamente

dignificam nossa profissão.

A todos os professores do Mestrado, em especial ao Dr. Ageo, Dra Cristhiane, Dra Cris-

tina, Dr. Henrique, Dr. Marcos, Dra Silvana, Dra. Sue Ellen, Dr. Osvaldo, Dr Vander, Dra. Wal-

quiria, por todo o conhecimento, compartilhado, transmitido e depositado em mim ao longo deste

período, em diversas situações.

Aos colegas e amigos do mestrado Aline, Graziela, Huama, Igor, Leandro, Leiliane, Luci-

ana, Paula, Paulo, Tassia e Tais (minha Plima) pelas angústias, alegrias, pela parceria (Coca-

Cola), apoio, pelas ajudas oferecidas em diversas oportunidades ao longo destes dois anos e

principalmente pela oportunidade de transpor a amizade para além do ambiente acadêmico.

Às instituições e os atores entrevistados, pela disponibilidade, atenção, presteza e valiosa

contribuição para a realização do trabalho, por terem tornado possível e simples o meu acesso

aos participantes.

E, finalmente, mas de forma alguma menos importante, a todos os meus amigos e colegas

de trabalho da UNIC de Primavera. Há muito tempo eu aprendi “que se depende sempre, de

tanta muita diferente gente” e em todos os momentos da minha vida, nos melhores e nos piores,

nunca me faltaram pessoas maravilhosas me dando apoio e carinho. Torço para que todos vocês

que cruzaram o meu caminho tenham a mesma sorte que eu tive e que eu possa um dia retribuir

tudo que sempre fizeram por mim.

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(...)” Porque Primavera quando vem a doença de um câncer não olha quem tem dinheiro, vem para matar, então todos nós corremos risco”. (Ator entrevistado

sobre o risco do uso de agrotóxicos)

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A VIGILÂNCIA SOBRE AGROTÓXICOS NA REGIÃO DE PRIMAVERA DO LESTE-MT

RESUMO

Introdução: O Estado de Mato Grosso é o maior produtor agrícola no território brasileiro, porém esses recordes de produção trazem consigo um elevado consumo de agrotóxicos, levando-o para a liderança mundial na utilização desses produtos e o município de Primavera do Leste, por ter economia baseada no agronegócio, compartilha desse índice elevado de consumo. A ação dos agrotóxicos no meio ambiente e na saúde humana, levam ao aparecimento de disfun-ções, desequilíbrios e doenças, causando um grande impacto na sociedade e no Sistema de Saúde. Objetivo: O objetivo desse trabalho foi conhecer as ações das instituições responsáveis pela vigilância sobre o uso de agrotóxicos, no município de Primavera do Leste, MT, por meio dos discursos dos atores envolvidos. Metodologia: Trata- se de um estudo qualitativo descritivo com a utilização de entrevistas semiestruturadas. Os dados foram analisados através das técni-cas de análise de conteúdo e análise de discurso e as categorias foram as legislações, as polí-ticas, o planejamento, a organização, o controle social e ações institucionais. Resultados: Os resultados demonstraram que não existe uma política de vigilância interinstitucional e interseto-rial em Primavera do Leste-MT, trazendo ineficiência ao sistema de vigilância sobre o uso de agrotóxicos. Conclusão: Desta forma, os municípios cuja economia baseia se na produção agrí-cola, devem desenvolver políticas públicas voltadas para vigilância sobre o uso de agrotóxicos, propondo ações articuladas entre instituições. A tomada de decisão dos gestores, da sociedade e trabalhadores envolve, entre outros fatores, a percepção das ações de vigilância diretamente relacionados a essa utilização

Palavras-chave: Agrotóxicos; Vigilância e Controle; Instituições; Percepções

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THE SURVEILLANCE ON AGROCHEMICALS IN THE PRIMAVERA REGION OF LESTE-MT

ABSTRACT

Introduction: The State of Mato Grosso is the largest agricultural producer in the Brazilian terri-tory, but these records of production bring with it a high consumption of pesticides, leading to the world leadership in the use of these products and the municipality of Primavera do Leste, for having economy based on agribusiness, shares this high consumption index. The action of pes-ticides on the environment and on human health, lead to the appearance of dysfunctions, imbal-ances and diseases, causing a great impact in the society and the Health System. Objective: The objective of this work was to know the actions of the institutions responsible for the surveil-lance on the use of agrochemicals, in the city of Primavera do Leste, MT, through the speeches of the actors involved. Methodology: This is a qualitative descriptive study using semistructured interviews. The data were analyzed through the techniques of content analysis and discourse analysis and the categories were the laws, policies, planning, organization, social control and institutional actions. Results: The results showed that there is no interinstitutional and intersec-toral surveillance policy in Primavera do Leste-Mato Grosso, bringing inefficiency to the surveil-lance system on the use of agrochemicals. Conclusion: In this way, the municipalities whose economy is based on agricultural production, should develop public policies aimed at monitoring the use of agrochemicals, proposing articulated actions among institutions. The decision-making of managers, society and workers involves, among other factors, the perception of surveillance actions directly related to this use.

Keywords: Agrochemicals; Surveillance and Control; Institutions; Perceptions

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABRASCO- Associação Brasileira de Saúde Coletiva

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

CEREST - Centro de Referência em Saúde do Trabalhador Municipal

CODEMA -Conselho Municipal de Agricultura e Meio Ambiente

FIOCRUZ – Fundação Osvaldo Cruz

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INDEA- Instituto de Defesa Agropecuária de MT

LACEN - Laboratório Central de Saúde Pública

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MT- MT

PIB -Produto Interno Bruto

SEAPA - Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

SIA - Sistema de Informação de Agrotóxicos

SINAN - Sistema de Informação de Agravo de Notificação

SINITOX - Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas

SMAMA - Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente

SMS - Secretaria Municipal de Saúde

SR – Sindicato Rural

STR – Sindicato dos Trabalhadores Rurais

SUS- Sistema Único de Saúde

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UPA - Unidade de Pronto Atendimento

VA - Vigilância Ambiental

VE - Vigilância Epidemiológica

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VISA - Vigilância Sanitária

VSPEA - Programa de Vigilância da Saúde de Populações Expostas aos Agrotóxicos

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LISTA DE FIGURA

Figura 1- Mapa aéreo do município de Primavera do Leste. ............................................. 26

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LISTA DE TABELA

Tabela 1- Instituições municipais envolvidas na vigilância sobre o uso de agrotóxi-

cos.................................................................................................................25

Tabela 2: Perfil dos Entrevistados ............................... ..............................................28

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO........................................................................................................16

2.REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 17

2.1 O AGRONEGÓCIO COMO MODELO ECONÔMICO ......................................... 17

2.2 O USO DE AGROTÓXICOS E SEU IMPACTO NA SAÚDE HUMANA E AMBIENTE

.................................................................................................................................. 18

2.3 LEGISLAÇÃO E INSTITUIÇÕES RESPONSÁVEIS PELA VIGILÂNCIA NO USO DE

AGROTÓXICOS ........................................................................................................ 19

2.4 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PARA VIGILÂNCIA..........................................21

2.5 PERCEPÇÃO DE RISCO .................................................................................... 22

3.OBJETIVOS............................................................................................................24

3.1 GERAL ................................................................................................................ 24

3.2 ESPECÍFICOS .................................................................................................... 24

4. MATERIAL E METODO ........................................................................................24

4.1 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................. 25

4.2 INSTITUIÇÕES E SUJEITOS PESQUISADOS...................................................25

4.3 COLETA DE DADOS...........................................................................................26

4 .4 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS ..........................................................................27

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................28

5.1.1-Percepção de Riscos .............................................. .........................................31

5.1.2 Políticas e Planejamento .................................................................................. 32

5.1.3 Legislação Municipal ........................................................................................ 34

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5.1.4 Ações Institucionais e Interinstitucionais .......................................................... 35

5.1.5 Sistemas de Informação ................................................................................... 34

5.1.6 Controle Social ................................................................................................. 34

5.1.7 Assistência Institucional ................................................................................... 36

6. CONSIDERAÇÕESFINAIS....................................................................................37

7. REFERÊNCIAS......................................................................................................40

8 ANEXO....................................................................................................................46

8.1 ANEXO 1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)....46

8.2 ANEXO 2 APROVAÇÃO CEP .............................................................................55

8.3 ANEXO 3 DECLARAÇÕES DE ANUÊNCIA.........................................................57

9. APENDICES ..........................................................................................................60

9.1 FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO.............................................58

9.2 ENTREVISTA SINDICATO RURAL.....................................................................59

9.3 ENTREVISTA SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS..........................59

9.4 ENTREVISTA SMAMA.........................................................................................60

9.5 ENTREVISTA INDEA ........................................................................................ .62

9.6 ENTREVISTA VE ................................................................................................ 64

9.7 ENTREVISTA VA.................................................................................................70

9.8 ENTREVISTA CEREST.......................................................................................70

9.9 ENTREVISTA SMS..............................................................................................70

9.10 ENTREVISTA VISA............................................................................................71

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1. INTRODUÇÃO

A agricultura representa um importante setor do agronegócio brasileiro, uma vez

que os produtos de origem vegetal foram os que mais contribuíram para o crescimento das ex-

portações brasileiras no período 2016/2017, com US$ 9,83 bilhões em expansão. Os que mais

contribuíram para o aumento das exportações do agro em 2017 foram os itens do complexo soja

com mais de US$ 6,30 bilhões.

O Estado de Mato Grosso (MT) é um dos maiores produtores agrícolas do territó-

rio brasileiro, e embora essa posição seja importante para o Produto Interno Bruto (PIB), esta

modalidade produtiva, traz consigo um elevado consumo de agrotóxicos, levando-o para a lide-

rança mundial na utilização desses produtos.

Os agrotóxicos quando utilizados nas lavouras, devido a sua toxicidade produzem

impactos também sobre a saúde humana levando ao aparecimento de sinais e sintomas de

intoxicações exógenas como disfunções, desequilíbrios e ao aparecimento de doenças. Sendo

assim, a exposição humana a estes produtos deve ser controlada uma vez que se constitui um

importante problema de saúde pública.

A Vigilância sobre o uso de agrotóxicos envolve ações das instituições representa-

tivas do poder público e da sociedade civil e dirime o desenvolvimento de políticas de controle

efetivo sobre esses produtos a fim de que sejam estabelecidos parâmetros prevenção e controle

de através das redes de atenção à saúde.

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2 . REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O AGRONEGÓCIO COMO MODELO ECONÔMICO

O termo agronegócio derivou-se da palavra em língua inglesa agribusiness criada

pelos autores norte-americanos, John Davis e Ray Goldberg em 1957. Trata-se de uma sistê-

mica e integrada forma de agricultura e pecuária1 . O agronegócio no estado de MT, ocupa

posição de destaque entre os setores da economia, demostrando um crescimento de 49,8%,

enquanto a indústria cresceu 2,6% e os serviços 1,7% no primeiro trimestre de 20182.

A agricultura do MT, setor altamente importante do agronegócio, é dedicada a pro-

dução agrícola baseada na monocultura, com o uso de mecanização com alta tecnologia. Porém

sem distribuição da renda adequada ou melhorias na qualidade de vida da população, além de

altos riscos socioambientais3.

O modelo econômico da agricultura em MT, não proporciona ou otimiza a geração

de empregos diretos e nem o crescimento populacional na zona rural com a fixação do homem

no campo, nem tampouco favorece a distribuição de renda4.

Além disso, os recordes de produção agrícola deste modelo econômico trouxeram

consigo inúmeros impactos socioambientais, que vão desde o assoreamento dos rios, extensos

desmatamentos até o elevado consumo de agrotóxicos5. As lavouras do Estado de MT como

agrotóxico dependente, como definição para justificar a grande quantidade que são utilizadas6.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2013)7 e o Instituto de Defesa

Agropecuária de Mato Grosso (INDEA-MT, 2015)8, confirmaram essa afirmação e demonstraram

que o consumo de agrotóxicos triplicou em 10 anos, sendo que MT é o maior consumidor do

Brasil, com o equivalente a 43 litros de agrotóxicos por habitante.

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2.2 O USO DE AGROTÓXICOS E SEU IMPACTO NA SAÚDE HUMANA E AMBIENTE

Agrotóxicos são definidos como produtos químicos utilizados na agricultura, com o

objetivo de combater pragas e organismos patógenos que possam comprometer a produção

agrícola. No entanto, os efeitos negativos sobre esses organismos também produzem os mes-

mos efeitos na saúde da população local e ao meio ambiente9.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), os

agrotóxicos possuem classificação toxicológica em quatro classes, definindo-se também grau

de toxicidade e a cor da faixa de identificação, seno assim descritos: Classe I, extremamente

tóxicos, cor de faixa vermelha; Classe II altamente tóxicos, cor de faixa amarela; Classe III me-

diamente tóxicos, cor de faixa azul; Classe IV pouco tóxicos, cor de faixa verde.

Os agrotóxicos possuem grupos distintos de acordo com a finalidade de uso sendo

os inseticidas aqueles que tem como ação de combate a insetos, larvas, formigas (orgafosfora-

tos, organoclorados, carbonatos e piretróides). Os fungicidas agem no controle dos fungos Eti-

leno-bis-ditiocarbonatos, Trifenil estânico e Captan). Os herbicidas combatem a ervas daninhas

(Glifosato Paraguat, Pentacloofenol e Dinitrofenóis) e os nematicidas combatem os parasitas

(hidrocarbonetos halogenados).

Os agrotóxicos quando aplicados diretamente nas folhas e caules das plantas têm

como destino final os solos, pois são lavados através da ação da chuva ou da água de irrigação,

e sendo assim, favorecem a contaminação ambiental10. Em MT, os agrotóxicos são pulverizados

por meio de tratores e aviões e, por conseguinte, podem contaminar as cidades pois estão muito

próximas das lavouras ampliando sobremaneira sua nocividade, com contaminação do solo, das

águas dos lençóis freáticos)4.

Quando há aplicação de agrotóxicos, seja por meio de tratores, aviões ou bombas

costais, cerca de 32% do produto nas plantas, 9% dissipam- se e são transportados pelo ar e

49% atingem o solo evaporando-se, degradando-se e atingindo o lençol freático. O ambiente

fica então contaminado em decorrência dessa dispersão, afetando meio ambiente11,12..

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A Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ)13, instituição de pesquisa em saúde da

América Latina, publicou em 2012 o ‘DOSSIÊ ABRASCO14: um alerta sobre os impactos dos

agrotóxicos na saúde “ que discute cientificamente, entre outros tipos de contaminação, os

efeitos do consumo de alimentos com agrotóxicos na saúde humana e os riscos implicados no

manejo dessas substâncias pelos trabalhadores

As contaminações caracterizam-se como agudas e crônicas. As intoxicações agu-

das acontecem quando há a exposição a grandes doses de um produto por um curto período de

tempo, e as crônicas acontecem quando essa exposição é feita por longos períodos de tempo15.

Essas contaminações podem se manifestar em sinais e sintomas como vômitos, confusão men-

tal e perda de equilíbrio até o aparecimento de cânceres, alterações imunológicas e genéticas e

até relacionarem-se a prevalência de suicídios, problemas mentais e vários outros problemas de

ordem comportamental.

As doenças neurológicas como Parkinson, Alzheimer, Esclerose Lateral Amiotró-

fica Infertilidade tanto no homem como na mulher com aborto e malformações congênitas a ex-

posição a agrotóxicos16.

2.3 LEGISLAÇÃO E INSTITUIÇÕES RESPONSÁVEIS PELA VIGILÂNCIA NO USO DE AGRO-

TÓXICOS

A vigilância sobre o uso de agrotóxicos e seus efeitos sobre a saúde e o meio

ambiente no Brasil, é atribuição de diversas instituições públicas e da sociedade.

A partir da Lei 7802 de 11/07/198917, conhecida como Lei dos Agrotóxicos, os se-

tores Saúde, Ambiente e Agricultura, são os responsáveis pelo Controle sobre a produção, co-

mercialização, transporte e Vigilância do uso de Agrotóxicos no Brasil. Nas esferas estaduais e

municipais, cada instituição, respectivamente, tem atribuições especificas nesta questão. Sendo

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assim, as instituições municipais vinculadas ao uso de agrotóxicos são os setores Saúde: Se-

cretaria Municipal de Saúde (SMS), Vigilância Sanitária (VISA), Vigilância Epidemiológica (VE)

e Vigilância Ambiental (VA). Além destes, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador

Municipal (CEREST).

Nos setores Agricultura e Ambiente que em MT, na maioria dos municípios estão

integrados por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente (SMAMA) e do

Instituto de Desenvolvimento da Agricultura (INDEA-MT), instituição descentralizada de gestão

estadual. As Leis Federais 8080/90, que criou o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Lei

8142/9018 que criou os Conselhos de Saúde garantem a representatividade dos sindicatos rurais

e de trabalhadores rurais nos Conselhos Municipais de Saúde.

A vigilância em saúde relativa ao uso de agrotóxicos como descentralizada nos

municípios, regidas pela legislação do SUS e que se deu a partir da Constituição Federal de

1988 (CF/88)4,19 e foi regulamentado pelas Leis Orgânicas da Saúde, Leis 8080/90 e 8142/9020.

Essas leis proporcionaram a descentralização do SUS, levando a modelos de organização, ati-

vidades, disponibilidade de recursos e capacitação gerencial local.

Desta forma, o conceito de Vigilância à Saúde, deve ser compreendido como a

integração entre as vigilâncias epidemiológica, sanitária, ambiental e de saúde do trabalhador,

a ser realizada pelas secretarias estaduais e municipais de saúde21.

É importante salientar o papel das instituições municipais, estaduais e federais no

que se refere às competências da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, na área de

vigilância em saúde ambiental no uso e controle desses atores químicos4.

Deve haver a inclusão de instituições e dos setores envolvidos quanto à proble-

mática do uso abusivo e indevido de agrotóxicos como o Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Instituto Brasi-

leiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Secretaria de Estado

de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA) em pesquisa, prevenção e assistência inte-

gral à saúde das populações expostas, laboratórios (Laboratório Central de Saúde Pública -

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21

Lacen), além dos envolvidos diretamente como a sociedade civil organizada através de Sindica-

tos e Associações, que precisam promover a segurança das comunidades que coabitam com

essas lavouras22.

Especialmente na esfera municipal, essa vigilância e controle em setores e institui-

ções, e nesses setores encontram se os atores envolvidos com as ações4. Ainda, os municípios

através das SMS e das SMAMA e do INDEA, que tem a função de assumir a gestão e execução

das ações de Vigilância em Saúde, através dos setores de Vigilância Epidemiológica, Vigilância

Sanitária, Vigilância Ambiental e em Saúde do Trabalhador. A sociedade civil organizada por

sua vez, é representada pelos Sindicatos de Trabalhadores Rurais e pelo Sindicato Rural.

Em 2009 foi elaborada pelo Ministério da Saúde (MS) uma política de Vigilância

Sobre as Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA) e em 2012 foi publicada a Portaria

MS/GM nº 2.938, que disponibilizou recursos para estimular a elaboração de propostas para

o fortalecimento da VSPEA.

As diretrizes dessa vigilância têm como objetivo principal controlar e eliminar a vul-

nerabilidade das populações expostas a agrotóxicos através do reconhecimento das caracterís-

ticas dos territórios, da eleição de áreas e populações prioritárias, da atuação integrada da vigi-

lância em saúde, da integração com a assistência à saúde, do fortalecimento dos sistemas de

informação, da promoção da educação permanente, da articulação intersetorial, do desenvolvi-

mento de vigilância em saúde as populações expostas a agrotóxicos no município, da promoção

e participação social e da promoção em saúde23.

Com a implantação do VSPEA pode-se gerar o Relatório Nacional de Vigilância

em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, que apresenta um panorama de ações de

Vigilância, dados de comercialização por região e unidade federativa, bem como uma análise de

notificações por intoxicações por agrotóxicos, sendo um importante documento para análises e

delineamento de ações do VSPEA e demonstrando efetivamente o uso, excesso de uso e as

consequências desses excessos para as populações expostas a agrotóxicos23.

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2.4 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES PARA VIGILÂNCIA

As Informações sobre Agrotóxicos existentes no SUS são produzidas pela Secre-

taria de Vigilância em Saúde do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do

Trabalhador do Ministério da Saúde, através dos dados dos casos de intoxicação por agrotóxi-

cos no Brasil obtidos em dois sistemas, no Sistema de Informação de Agravo de Notificação

(SINAN) e no Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX)

O SINAN, contém dados considerados de notificação compulsória, em que o pro-

fissional da saúde tem o dever de notificar casos de importância epidemiológica. Embora naci-

onal, a notificação e o registro de informações relativas a este tipo de intoxicação ainda não

estão amplamente implantados24.

Em 1997 foi incorporado ao SINAN, dados do VSPEA, a notificação e investigação

de intoxicações por agrotóxicos que caracteriza –se pela implantação de políticas de vigilância

sobre o uso de agrotóxicos articuladas e associadas a informação de trabalhadores expostos,

como já descrito no item anterior.

O segundo sistema, o SINITOX, é gerado pela FIOCRUZ publica anualmente as

estatísticas dos dados de notificação gerados pelos centros de todos os Estados, porém apre-

senta fragilidades, pois não dispõe de dados do produto tóxico, perfil dos intoxicados e circuns-

tancias onde ocorreram as intoxicações25.

Devem ser criadas capacitações específicas destinadas aos profissionais de sa-

úde do Estado de MT, com temas como a classificação de ator tóxico, o nome comercial do

agrotóxico e seu princípio ativo e recomenda um estudo sobre a viabilidade de integração do

Sistema de Informação de Agrotóxicos (SIA) com a base de dados do SINAN, a fim de que o

preenchimento das variáveis referentes ao produto agrotóxico seja real e eficiente24.

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2.5 PERCEPÇÃO DE RISCO

Quando uma pessoa enfrenta uma situação de risco, ela responderá a essa situ-

ação, com base em suas crenças, bagagem de conhecimento e experiência26. Assim, a esta

capacidade que se tem de interpretar as informações acerca dos perigos e, a partir daí, tomar

decisões é dado o nome de percepção de riscos.

É necessário investigar e conhecer a percepção de risco, para determinar a

abrangência do termo risco, porém percepção é um fenômeno psicológico, social e coletivo, que

confere um significado ao que é vivido pelo indivíduo27. Assim, a percepção do risco é idiossin-

crática tanto quanto quem o percebe e vivencia.

O fato de que o risco é socialmente construído e sendo assim, em qualquer abor-

dagem é necessário contextualiza-lo, observando se a multidimensionalidade dos fatores soci-

ais, psicológicos, culturais e políticos28,29.

Os estudos de percepção de riscos podem são importantes principalmente quando

o eixo do estudo é o ambiente em que se vive30.

Desta forma, os estudos de percepção de risco podem conter abordagens psicoló-

gicas, antropológicas e sociológicas. A abordagem psicológica vê o indivíduo como um ser único

e está fundamentada na psicologia cognitiva e apresenta como principal instrumento de avalia-

ção os testes psicométricos. Já a antropológica ou cultural, vê o indivíduo com um ator social e

descreve que grupos diferentes reagem de forma diferente, quando expostos a um mesmo tipo

de risco e assim sendo, a percepção de risco de cada indivíduo está vinculada a seus conheci-

mentos, suas experiências e valores31.

Na abordagem sociológica, a base para a percepção de risco está na experiência

social, no convívio social. Duas abordagens, a psicométrica e a cultural, direcionam se para a

análise da compreensão da percepção de risco a saúde e ao meio ambiente3.

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24

3 OBJETIVOS

3.1 GERAL

Conhecer as percepções das instituições responsáveis pela vigilância sobre o

uso de agrotóxicos, no município de Primavera do Leste, MT, por meio dos discursos dos

atores envolvidos.

3.2 ESPECÍFICOS

Conhecer a política e planejamento municipais desenvolvidos pelas instituições

dos setores saúde, agricultura e ambiente para o controle sobre o uso de agrotó-

xicos.

Conhecer a influência da percepção de risco no desenvolvimento de ações efetivas

da vigilância sobre o uso de agrotóxicos

Conhecer a atuação dos atores responsáveis pelas instituições municipais dos se-

tores saúde, agricultura e ambiente na vigilância sobre o uso de agrotóxicos.

Conhecer a organização, estrutura e sistemas de informações das instituições mu-

nicipais dos setores saúde, agricultura e ambiente para o controle sobre o uso de

agrotóxicos.

Conhecer a legislação Municipal e as relações interinstitucionais dos setores sa-

úde, agricultura e ambiente para o controle sobre o uso de agrotóxicos.

Identificar as ações desenvolvidas pelas instâncias do controle social que repre-

sentam os segmentos dos trabalhadores e produtores rurais.

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25

MATERIAL E MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, de caráter exploratório e descritivo.

4.1 ÁREA DE ESTUDO

Para a realização deste estudo foi escolhido o município de Primavera do Leste

por ser o maior produtor agrícola de sua microrregião. Esse município também possui a maior

população rural e urbana, em torno de 67 mil habitantes e pode-se considerar neste caso, ser

maior o número de indivíduos expostos aos riscos de contaminação33, IBGE (2017)10.

Algumas outras características geográficas e ambientais do município revelam um

cenário propício a contaminações. Uma delas baseia se no relevo, que é tipicamente de pla-

nalto, com leves variações, seu solo é arenoso e calcário, com vegetação de cerrado, que

abriga manchas de matas nas cabeceiras dos rios, o que favorece a deriva das pulverizações

de agrotóxicos. A cidade é banhada por diversos rios e desta forma, o relevo e a quantidade

de mananciais favorecem a contaminação ambiental pelo uso de agrotóxicos.

Outra característica importante é a proximidade das áreas agrícolas com o períme-

tro urbano, como demonstra a figura 1.

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Figura 1- Mapa aéreo do município de Primavera do Leste.

Fonte: http://www.apolo11.com/satmap2_cidade

4.2 INSTITUIÇÕES PESQUISADAS

A tabela 1 apresenta os setores e instituições municipais envolvidas na vigilância

sobre o uso de agrotóxicos.

Tabela 1- Instituições municipais envolvidas na vigilância sobre o uso de agrotóxicos

SETOR INSTITUIÇÃO SIGLA

SAÚDE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE Vigilância Sanitária

Vigilância Epidemiológica Vigilância Ambiental

CEREST

SMS VISA VE VA

CRST

AGRICULTURA Instituto de Desenvolvimento da Agro-pecuária

Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Indústria e Comércio

INDEA

SMAMA

CONTROLE SOCIAL Sindicato Rural Sindicato dos Trabalhadores Rurais

SR STR

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Os atores responsáveis por elas foram contatados e selecionados para serem en-

trevistados. Eles representam as respectivas instituições e seus discursos versam sobre as

ações que se pretendia conhecer neste estudo. É importante salientar que somente o gestor da

Instituição foi entrevistado. A instituição assinou declaração de anuência antecipadamente.

As entrevistas foram realizadas usando como recurso um roteiro semiestrutu-

rado.Há um reconhecimento que esse instrumento proporciona a interação entre o entrevistado

e o entrevistador34. São fundamentais no mapeamento de práticas, valores crenças e sistemas

classificatórios em uma sociedade específica ou delimitada, permitindo ao pesquisador coletar

as percepções e significados de sua realidade, levantando informações consistentes sobre re-

lações, que em geral, são mais difíceis de se obter com outros instrumentos de coleta de da-

dos35.

A pesquisa qualitativa, de caráter exploratório é mais apropriado para o tipo de

análise em que se pretende fazer, uma vez que esse tipo de investigação é realizado em diver-

sas áreas favorecendo a sondagem dos atores36. Por meio da pesquisa de campo, pode- se

conseguir também uma investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um

fenômeno ou que dispõe de elementos para explica-lo.

A metodologia qualitativa então, é coerente com a abordagem adotada, tendo em

vista que percebe o ator como central na construção de conceitos a partir da interpretação que

faz da realidade. Entende-se que abordagens qualitativas trazem contribuições fundamentais na

pesquisa social, tendo em vista seu caráter investigativo, descritivo, com ênfase nos processos

e nestes significados dos fatos para os atores envolvidos.

Este tipo de estudo permite que sejam captados significados adicionais que permi-

tem o acesso ao conteúdo cognitivo do sujeito sem a solicitação do pesquisador e de modo mais

espontâneo37.

Para melhor compreensão dos procedimentos adotados, após o desenvolvimento

das etapas propostas, procurou-se estabelecer o desenho de estudo em que houveram todas

as categorizações.

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4.3 COLETA DE DADOS

A principal fonte da coleta dados para a análise deste estudo foram as entrevistas

realizadas com os atores envolvidos na vigilância no uso de agrotóxicos, questionando-os

quanto a dados gerais da instituição que representam, a forma de atuação na vigilância do uso

de agrotóxicos e a percepção de riscos envolvidos nessa utilização.

As entrevistas foram realizadas entre dezembro de 2017 e fevereiro de 2018. To-

dos os atores leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), (Anexo

1). O questionário semiestruturado (Apêndices I a IX), foi utilizado como roteiro pela entrevista-

dora, mas foi permitido discorrer sobre os temas de interesse que surgissem decorrentes do

diálogo. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas integralmente. Os roteiros

utilizados forma validados através das pesquisas de Nasrala (2014)4 com aprofundamento de

questões consideradas relevantes sobre o tema optando se pela entrevista em pautas. As En-

trevistas foram pré-agendadas e a participação dos indivíduos foi voluntária, respeitando-se o

sigilo das identidades.

A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP),

sob o Parecer no. 2.416.937, e a data de publicação da aprovação dia 05 de dezembro de 2017

(Anexo 2).

4.4 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS

Para a análise dos dados, foi feita inicialmente a leitura detalhada dos conteúdos

transcritos, procurando-se destacar os conteúdos que apareceram de forma mais recorrente e

que pudessem representar um consenso entre os atores. Em seguida, optou se pela metodolo-

gia de análise de discurso através de suas etapas: recorte de conteúdo, definição das categorias

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analisadas e categorização final. A etapa do recorte dos conteúdos aconteceu quando as trans-

crições estavam prontas, com a seleção dos principais conteúdos temáticos e a definição das

categorias analíticas. As etapas do processo de análise de conteúdo são: recorte dos conteúdos

e definição das categorias analíticas.

A análise do discurso é uma técnica de pesquisa qualitativa que proporciona uma

análise mais eficiente das falas dos atores sociais. s passos para a análise desta forma: pri-

meiro passo consiste em verificar os dados que poderão ser coletados a partir de entrevistas

semiestruturadas, questões abertas dos questionários ou outras ferramentas e com esses, o

pesquisador inicia a análise e interpretação das informações colhidas para, em seguida, chegar

à etapa da conclusão18.

Minayo (2004) 36, traz sugestões para o processo de análise de conteúdo do dis-

curso e afirma a necessidade de decompor o discurso para a análise e posterior reconstrução

do significado, aprofundando as interpretações que os entrevistados têm da realidade estudada

e as suas representações36.

Desta forma, após a análise das entrevistas, os conteúdos dos discursos dos ato-

res foram divididos nas seguintes categorias: Percepção de Riscos, Políticas e Planejamento,

Legislação Municipal, Ações Institucionais e Interinstitucionais, Sistemas de Informação, Partici-

pação e Controle Social, Assistência em Saúde. Estas categorias foram adaptadas de Nasrala

(2011) 4.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela 2, são apresentadas as instituições e suas respectivas siglas.

Tabela 1: Perfil dos Entrevistados

Instituições Siglas

Setor

Secretaria Municipal de Saúde SMS Saúde

Vigilância Epidemiológica VE Saúde

Vigilância Ambiental VA Saúde

Vigilância Sanitária VISA Saúde

Centro de Referência em Saúde do Traba-lhador

CRT Saúde

Instituto de Defesa Agropecuária IDA Agricultura

Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente, Indústria e Comércio

SMA Agricultura

Sindicato Rural SR Controle Social

Sindicato dos Trabalhadores Rurais STR Controle Social

Os atores do Setor Saúde apresentaram uma predominância média de idade de

33 anos, escolaridade em Ensino Superior e Pós-Graduação, com tempo de gestão variando

entre 4 meses e 3 anos e predominância do gênero feminino. A faixa salarial está entre 4.500,00

a 7.000,00 reais ou mais. Os atores do Setor Agricultura, possuíam idades variando entre 32 e

35 anos, tempo de gestão entre 1 e 2 anos, escolaridade em Nível Superior e predominância do

gênero masculino. Nos atores do Controle Social, houve a predominância do gênero masculino,

idades variando entre 55 e 65 anos, escolaridade até o Ensino Médio e tempo de gestão com

média de 17,5 anos.

Estes resultados demonstraram que os atores do Setor Saúde possuem maior

nível de escolaridade e menor tempo na gestão. Por outro lado, os atores do Controle Social

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estão a um tempo maior na gestão, mas apresentam nível de escolaridade menor. É impor-

tante destacar a alta rotatividade dos gestores no Setor Saúde, o que pode gerar descontinui-

dade das políticas de saúde, constantes recomeços de novas práticas e desmotivação dos

servidores das instituições38.

5.1 ANÁLISE DAS CATEGORIAS

5.1.1-Percepção de Riscos

Os atores apresentaram suas posições referindo-se ao risco ou não risco, e reco-

nheceram que o uso de agrotóxicos envolve riscos para saúde e ao ambiente, entretanto se

identificou somente uma divergência na interpretação e na quantificação desses riscos.

Os atores do Setor Saúde reconheceram os riscos, citando diversos efeitos nega-

tivos ao ambiente e a saúde, mas ao mesmo tempo apontaram as dificuldades para atuar na

vigilância e controle sobre essa prática. Eles relataram o grande ônus ao Estado para tratamento

de doenças como Câncer, Síndrome de Guillian Barre, Depressão e Doenças Respiratórias.

A ator da VA do Setor Saúde, refere-se a pulverização urbana para combate de

vetores, que não deixa de ser uma prática que expõe a população ao risco de contaminação.

VA:” Quando a gente utiliza o inseticida que é borrifado, ele é para evitar que a doença se espalhe, Zika, Dengue, Chikungunya. Mas tem que abrir mão desse pensamento de usar inseticida, porque a gente recebe muito agrotóxico no ar, na água, na comida e ai a gente bate veneno para o povo cheirar. A população adora um veneno, porque é uma solução imediata”.

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O Setor Agricultura relatou frequentes pulverizações agrícolas de produtos contra-

bandeados e uso de produtos em residências comprados em lojas sem a devida fiscalização, e

reconheceu os riscos dessas práticas.

SMAMA: “Minha percepção é que é o maior problema de agrotóxico hoje não está atrelado as lavouras ou ao agrotóxico legal, ta? Nós estamos vivenciando uma es-calada de uso de agrotóxicos provenientes de origens duvidosa”

Os gestores dos sindicatos assumiram posições diferentes, o gestor do STR rela-

tou altos riscos com efeitos acumulativos, enquanto o gestor do SR minimizou os riscos, muitas

vezes declarando-os inexistentes, uma vez que são controlados e os produtos são extrema-

mente necessários a produção agrícola. Essas declarações refletem são voltadas a defesa dos

interesses de seus cooperados, uma vez que são direcionadas a esse fim.

SR: “Você não deve falar a palavra agrotóxico, é uma palavra de gente desinfor-mada, é gente totalmente desinformada. Agrotóxico é uma palavra chocante(...) se não fossem os químicos, você não se alimentava. Falam isso as pessoas desinfor-madas, os esquerdistas, os vermelhos falam isso. Acho que eles não comem ne?

5.1.2 Políticas e Planejamento

Segundo o discurso dos atores, não existe em Primavera do Leste nenhuma polí-

tica de vigilância sobre o uso de agrotóxicos. Os atores afirmaram apenas existir ações isoladas

de políticas de controle para zoonoses.

Quanto a planejamento em saúde apareceram afirmações de formulação, reformu-

lação e fase de implantação para o controle sobre o uso de agrotóxicos, mas apontaram dificul-

dades para a realização desse planejamento por causa da falta de conhecimento técnico, falta

de capacitação e resistência dos próprios profissionais de saúde para desenvolvimento desse

planejamento. Portanto, há uma dissociação de respostas, demonstrando que os atores não

estão informados sobre esse planejamento e tampouco participam dessa ação.

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SMS: As políticas estão em fase de implementação(...) Na gestão anterior eu via mesmo a falta de conhecimento técnico, falta de conhecimento sobre o assunto”. CRT: “Estão em fase de reformulação (...) As dificuldades são a resistência tanto do trabalhador da saúde que recebe o trabalhador”.

Os atores do Setor Agricultura descreveram como Políticas o cumprimento da le-

gislação e como planejamento a conscientização dos usuários em relação as sobras e descartes

de embalagens.

IDA: “A conscientização do usuário do agrotóxico em relação ao uso correto, EPI, descartes de embalagens, destinação correta das sobras”.

O discurso do gestor do STR, relara que as políticas públicas de saúde, são atri-

buições do Ministério Público o planejamento de políticas de controle dos agrotóxicos. Além

disso, remeteu aos representantes do Poder Executivo e Legislativo a responsabilidade de

construir políticas de controle sobre agrotóxicos.

STR: “Nós não temos dados com nós e buscamos direto com o Ministério do Tra-balho, para podermos informar a eles (...) O legislador nosso, acho que nunca estiveram em nossas lavouras, porque não sabe fazer esse tipo de coisa”.

Apesar da publicação da portaria MS/GM nº. 2938 de 20 de dezembro de 2012 ,

estabeleceu as Diretrizes para a Vigilância Sobre as Populações Expostas a Agrotóxi-

cos(VSPEA) relacionando as ações públicas para o controle do uso de agrotóxicos, o que se

constatou neste estudo foi a inexistência de ações de controle e vigilância sobre o uso de agro-

tóxicos42.

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5.1.3 Legislação Municipal

Durante a revisão sobre legislação realizada neste estudo, encontrou-se a Lei Mu-

nicipal nº 1007 de 23 de agosto de 200743, que estabeleceu a política municipal para o meio

ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Em seu Artigo 41, §2º apresenta

a seguinte redação: “É proibida a aplicação ou pulverização de agrotóxicos, seus componentes

e afins: (...); II - em todas as propriedades localizadas na zona rural limítrofes ao perímetro das

zonas urbanas em uma faixa não inferior a quinhentos metros de distância em torno deste perí-

metro”. Também foi encontrada a lei estadual n.1.651/20134, que por sua vez, estabelece as

distâncias mínimas para aplicação terrestre de agrotóxicos e afins em relação a povoações,

cidades, vilas e outros bem como de mananciais de águas e nascentes ainda que intermitentes

para 90 metros.

Todos os atores entrevistados afirmaram conhecer essas legislações e defende-

ram a aplicação da lei estadual por ter maior amplitude jurídica e ser mais recente. Sabe-se que

houve uma audiência pública para discutir as diferenças entre essas duas leis, mas não foi obtido

nenhum resultado prático. Em tom de denúncia, o gestor do SR declarou que solicitou o enga-

vetamento da discussão sobre esse tema na Câmara Municipal, uma vez que essa polemica

não era produtiva.

SR: A lei estadual foi votada a pouco tempo para 90 metros (...). Mandou para a Câmara e antes de ir ele me ligou e falou: o que vamos fazer? Res-pondi: Esquece. Se tu botar isso em votação, vai pegar fogo lá na Câmara, esquece isso. SMS: Eu conheço a legislação do perímetro para a aplicação de veneno, que estava até em mudança, toda aquela discussão no município, mas em relação a saúde, não.

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Os atores também se referiram às leis estaduais e federais que versam sobre o

uso de agrotóxicos como o descarte de embalagens e afirmaram desconhecer outras leis, de-

cretos e projetos de leis que regem ou que estão em tramitação sobre vigilância com agrotóxicos.

VS: “Na VS, de cor eu não tenho, eu tenho uma base especifica aqui de arquivos de agrotóxico”. VE: “São legislações nacionais da lista de notificação, eu não me lembro de nenhuma outra do município em si”.

É importante salientar que o cenário legal sobre o controle do uso de agrotóxicos,

continua sem aplicação e efeito, corroborando com os achados de Nasrala (2011) 4.

5.1.4 Ações Institucionais e Interinstitucionais

Os atores entrevistados do Setor Saúde (VS, VE, VA, VISA e CEREST) alegaram

que existem as ações que são desenvolvidas em parceria com o CEREST municipal. Porém, as

declarações do ator entrevistado do CEREST municipal, afirmaram que não existiam ações in-

tegradas por não ter acesso às informações, e que somente após o atendimento a intoxicações

agudas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) é que a VE, repassa essas informações. O

CEREST municipal, além de ter sido reimplantado recentemente, não possui estrutura nem pro-

fissionais capacitados para lidar com a vigilância sobre os agrotóxicos.

CRT: “Não tem ações quanto ao uso de agrotóxicos Inter setoriais na SMS. Teriam que ser, mas assim em função do CEREST ter passado por problemas que queriam fechar o setor, nesse momento estamos desarticu-lados e enfraquecidos”.

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Os atores das demais instituições de saúde afirmaram não desenvolver nenhuma

outra ação de vigilância sobre o uso de agrotóxicos, justificando não existir contingente de fun-

cionários e nem estrutura de apoio para a realização das fiscalizações afirma:

SMA:” Nós não temos equipes suficientes para isso”.

O ator responsável pela VS, declarou que as ações de fiscalização não acontecem

no município pela inexistência de legislação, de instrumentos de informação e ainda, relataram

que essas ações são responsabilidade do INDEA e SMAMA, denunciando também a baixa emis-

são de multas e notificações emitidas por essas instituições.

VS: “ Você entendeu o problema? Eu tenho o cadastro, mas não posso no-tificar. (...). Então, a gente não consegue acionar muito por falta de legislação que nos ampare(...) A gente tenta encaminhar, na verdade é uma falha mi-nha, tem que rever isso agora para as próximas ações, de repente uma ten-tativa de trazer o INDEA até nós.

As atribuições relatadas pelos gestores sindicais do Setor Controle Social, são bem

divergentes. O STR possui ações voltadas as questões trabalhistas e previdenciárias por meio

de assistência jurídica, não relatando qualquer enfrentamento relativo a agrotóxicos. Já o Sindi-

cato que representa os produtores, defendem a categoria e as questões produtivas e o agrone-

gócio. Percebeu-se que essas relações persistem ao longo dos anos, não havendo mudanças

nas posições e no papel desempenhado por essas instituições (NASRALA, 2011)4.

Desta forma, nos discursos dos atores não há relatos de integração entre as insti-

tuições de controle sobre o uso de agrotóxicos.

VS: ” As ações da da VS sobre o uso de agrotóxicos não são articuladas intra setorialmente na SMS”.

VA: “Não são articuladas”.

5.1.5 Sistemas de Informação

As informações sobre quantidade consumida de agrotóxicos, tipos de agrotóxicos

utilizados, locais de venda e aplicação destes produtos, casos de intoxicação aguda e crônica,

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são entre outras, fundamentais para o desenvolvimento de políticas de controle sobre o uso de

agrotóxicos.

Apesar disso, os entrevistados afirmaram que não há um sistema de informação

(SISNAN) específico para agrotóxicos. No setor Saúde, persiste a subnotificação. Identificou-se

que o CEREST, embora tenha sido citado como detentor de sistemas de informação, seu ator

declarou que não tem acesso e não os possui. Isso ratifica os achados já relatados que apontam

para uma desarticulação de ações e de informações.

Os atores do Setor Agricultura reconheceram as deficiências no Sistema de Infor-

mação e apontaram para as dificuldades orçamentárias e para a dotação de recursos, caracte-

rizando ausência ou acesso deficiente a essas informações. Os atores do Setor Controle Social,

referiram- se a obter informações junto a Associações e de notificações do Ministério do Traba-

lho, o que desqualifica essas informações.

Mas pode-se levantar a hipótese de que estas informações apontadas pelos atores

do controle social são irrelevantes para elaboração de políticas efetivas de controle sobre agro-

tóxicos.

SR: ”Não isso daí é com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais”. STR: “Primeiro lugar tem que vir da medicina do trabalho”.

5.1.6 Controle Social

O Controle Social está concebido neste estudo, em conformidade com as leis

8080/90 (Lei SUS)20 e 8142/9018 (Lei que criou os Conselhos de Saúde), como espaço de re-

presentação social no enfrentamento e defesa dos interesses da população nas políticas públi-

cas de saúde.

Os gestores sindicais afirmaram participar do Conselho Municipal de Saúde e das

Conferencias de Saúde de maneira pouco ativa, alegando encontrar diversas barreiras para a

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representatividade da sociedade. Afirmaram participar mediante convite. Outra afirmação rele-

vante é a inexistência de discussões sobre agrotóxicos durante as reuniões do Conselho.

Assim, pode-se verificar que há um desconhecimento do papel e da importância

do Conselho Municipal de Saúde e as decisões tomadas, não são pactuadas.

STR: ”. Por lei, eles convidam a gente, mas eu sou um cara franco, se eu ir fazer tudo os conselhos e as burocracias que tem no nosso pais, eu não consigo trabalhar com o trabalhador (...). Porque não adianta eu participar de todos esses conselhos, porque não adianta eu participar de um conselho e não ter conhecimento de causa que eu vou defender lá, eu só vou chegar lá, e dizer amem ou ta bom e pronto, assinar”. SMS: ”. Eu acho que como nosso município é muito voltado para a questão da agricultura e emprega muitas pessoas, é o medo que todo tem do empre-sário ao trabalhador. SR: ” O SR participa do CODEPRI (Conselho de Desenvolvimento de Pri-mavera e do FETHAB (Fundo Estadual de Transporte e Habitação).

O Conselho Municipal de Agricultura e Meio Ambiente (CODEMA) encontra-se em

fase de implantação. É órgão colegiado, autônomo, normativo, deliberativo e consultivo, encar-

regado de assessorar o poder público municipal em assuntos referentes à proteção, a conser-

vação, a defesa, ao equilíbrio ecológico, à melhoria do meio23. Compete ao CODEMA formular

e fazer cumprir as diretrizes da política ambiental do Município, elaborar e propor leis, normas,

procedimentos e ações destinadas à recuperação, à proteção, à defesa, à melhoria ou à manu-

tenção da qualidade ambiental, fiscalizar o cumprimento das leis, normas e procedimentos.

SMA: ” Primeiro é conseguir pessoas da sociedade civil engajadas que estão dispostas a trabalhar e vir. Eu tô a 2 meses tentando e na semana passada que eu consegui o ultimo nome, para finalizar ele (CODEMA). (...). Eu per-cebo que a sociedade está toda desorganizada (...) as mesmas pessoas que-rem continuar a perpetuar no poder, mesmo na sociedade civil. (...) percebo um desinteresse da população para exercer essa representatividade, princi-palmente por receio de impactar economicamente o município se a vigilância for muita “intensa”.

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5.1.7 Assistência Institucional

Nesta categoria procurou-se investigar a organização de assistência em saúde

para atender as intoxicações por agrotóxicos. Os discursos dos atores do Setor Saúde apontam

a UPA como porta de entrada, mas declararam não haver notificações para as intoxicações

crônicas ou acumulativas. Relataram existir assistência nos casos agudos.

SMS: “Nossa porta de entrada para urgência e emergência é a UPA, todos os atendimentos são feitos lá e lá é filtrado. Algumas coisas ficam na própria UPA e outras, se for casos cirúrgicos vai para os hospitais de referência e os casos mais complexos vai para o Hospital regional ou para Cuiabá”

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente estudo foi lançado um olhar sistêmico e interativo ao considerar as

percepções sobre a vigilância no uso de agrotóxicos e, sendo assim, buscou-se a apresentação

de uma resposta técnica e acessível, com valores subjetivos que humanizam essa avaliação

científico32.

Como foi discutido nesse trabalho, o problema da exposição de pessoas trabalha-

doras e da sociedade a agrotóxicos não é simples e está atrelado ao agronegócio e a economia

nacional, sendo responsável por anos consecutivos pela positividade do PIB (Produto Interno

Bruto) e sendo assim, denota-se a esse ator químico “um mal necessário”. Porém, a complexi-

dade desse problema não está somente relacionada a economia, estão também envolvidos com

a ordem social, econômica e cultural, provocando discussões e posições antagônicas.

O uso de agrotóxicos é regulamentado pela Lei 7.802/89 (BRASIL, 2002)17, que é

conhecida pela Lei dos Agrotóxicos, pelo Decreto 4.074/02 que determina as atribuições da Vi-

gilância em Saúde sobre o controle de uso de agrotóxicos. Essas ações são desenvolvidas por

atores que estão atuantes em órgãos do Sistema Público de Saúde, do Ministério da Agricultura,

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como da Sociedade Civil organizada e deste modo, esse estudo procurou responder a questão

que constitui seu objetivo principal que é analisar as percepções desses atores.

Das hipóteses propostas, a primeira delas pressupunha que os atores pesquisados

relacionariam informações, experiências e resultados favoráveis à organização da vigilância so-

bre o uso de agrotóxicos, comprometendo-se de forma mais efetiva no controle. Notou-se que a

percepção de risco é coerente entre todos os atores, determinando inclusive, comprometimento

de base afetiva, o que confirma parcialmente a hipótese dois do presente estudo, uma vez que

não houve nas respostas verbalizadas, propostas ou confirmação de ação com vistas a minimi-

zação dos riscos sobre o uso de agrotóxicos, mas foram citadas como urgentes.

Ao longo de toda a análise dos dados, notou-se que os atores manifestaram muitas

dificuldades para que ocorresse essa organização e acima de tudo, não apresentavam interse-

torialização, integralização ou engajamento, prejudicando em demasia associam aspectos posi-

tivos ao perfil da sociedade, com características de comprometimento afetivo e, negativos ao de

comprometimento de base instrumental. O que foi percebido é que os atores relacionam a Vigi-

lância a um ou dois órgãos isoladamente e separadamente, conforme rótulos verbais atribuídos

pelos próprios atores. O mesmo foi percebido quando se projetam as percepções sobre legisla-

ções, controle social, planejamento e ações institucionais. Porém, as vigilâncias em saúde sani-

tária, epidemiológica, ambiental e saúde do trabalhador, não estão conjugados e tampouco in-

tegrados, não cumprindo a missão da integralidade preconizado pelo Sus como já discutido por

Oliveira (2006)39.

Em alguns casos, os atores entrevistados consideraram que, independente do

seu perfil, o uso de agrotóxicos é um assunto conflitante e que a discussão deste poderia

gerar muitos impactos sobre a economia, sociedade e cultura local, e que agir e punir casos

de descumprimento de legislação e regulamentação seja pape do Ministério Público. Todavia,

o Ministério Púbico, não faz parte dos atores que são envolvidos na vigilância, caracterizando

além de uma desinformação, uma fragilidade nas ações das Instituições.

Sendo assim, deveria acontecer tanto o planejamento quanto a implantação da

Vigilância já que as diretrizes e as referências existem e as instituições do Setor Saúde tem a

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função de estabelecer essa implantação. Porém, as percepções encaminham se para as difi-

culdades que há no planejamento, e a maior delas refere-se ao cerne econômico do município

e do Estado atribuído ao agronegócio, evitando-se fazer embates nesse sentido, para não haja

um grande mal-estar social.

Como contribuições, conforme já foi mencionado na justificativa dessa pesquisa,

que este tipo de estudo agrega para uma melhor compreensão de conceitos e concepções à luz

de conteúdos oriundos do campo de pesquisa qualitativa envolvendo análise de percepções e

da utilização de estratégias metodológicas direcionadas a esse fim.

A diversificação contribui para o avanço da compreensão na direção de tornar os

conceitos claros. Neste sentido, observa se que os resultados obtidos fomentam ainda mais a

discussão sobre uma agricultura saudável econômica e socialmente através de ações que pro-

porcionam a efetividade de ações dos atores, proporcionando a implantação de políticas volta-

das a promoção da saúde da população exposta ao uso de agrotóxicos. Como limitantes,

reconhece-se que existe uma limitação no que tange à realização de um estudo baseado exclu-

sivamente na fala dos sujeitos.

Sugere-se, portanto, que novos estudos possam vir a ser desenvolvidos neste sen-

tido, contribuindo ainda mais para a compreensão dessas relações e das ações que deveriam

ou deverão ser realizadas para que a Vigilância seja realmente efetiva e eficiente.

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7.REFERÊNCIAS

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16. SILVIA, G.; MIOZZI, E., et al. A exposição ocupacional a pesticidas como um possível fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas em seres humanos, 2016 17. Leis dos Agrotóxicos: Brasil/lei 7.802/89; Brasil/lei 9974/2000 e Mato Grosso/lei 8.588/2006; e Regulamentações: Brasil/decreto 4.074/02; Brasil/MAPA/IN 02/2008 e Mato Grosso/decretos 2.283/09 e 1.651/2013

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24. SILVA, C.R.; GOLBI, B.C.; SIMÃO, A.A. O uso da análise de conteúdo como uma ferramenta para a pesquisa qualitativa: Descrição e aplicação do método. Redalyc. Vol.7, no.1. p. 70-81. Lavras. 2005. 25. LONDRES, F. Agrotóxicos no Brasil- um guia para ação em defesa da vida. Rio de Janeiro. Assessoria a Serviços e Projetos em Agricultura Alternativa. 2011. 26.PERES, F. Saúde, trabalho e ambiente no meio rural brasileiro. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n. 6, p. 1995-2004, 2009 27. RECENA, M. C. P.; CALDAS, E. D. Percepção de risco, atitudes e práticas no uso de agro-tóxicos entre agricultores de Culturama, MS. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 42, n. 2, p. 294-301, 2008. 28.SLOVIC, P. The perception of risk. London: Earthscan Publishing, 1993 29.BENTHIN, A; SLOVIC, P; SEVERSON, H. Psychometric study of adolescent risk percep-tion. Journal of Adolescence, v. 16, n. 2, p. 153-168, 1993. 30. PERES, F.; ROZEMBERG, B.; LUCCA, S. R. Percepção de riscos no trabalho rural em uma região agrícola do Estado do Rio de Janeiro, Brasil: agrotóxicos, saúde e ambiente. Cad. Saúde Pública vol.21 no.6 Rio de Janeiro Nov./Dec. 2005. 31. DI GIULIO, G.M., VASCONCELOS, M. P.GUNTHER, W.R., RIBEIRO, H. Percepção de risco: um campo de interesse para a interface ambiente, saúde e sustentabilidade. Saúde e Sociedade. São Paulo. V.24, n.4, 2015 32. BELO MSSP, PIGNATTI, W; DORES EFGC; MOREIRA, J.C; PERES, F. Uso de agrotó-xicos na produção de soja do Estado do Mato Grosso: um estudo preliminar de riscos ocupa-cionais e ambientais. Rev Bras Saúde Ocup. 2012; 37(125):78-88 33. PIGNATI, W.R.; MACIEL, R.G.M.O.; RIGOTTO, R.M. Saúde do Trabalhador. In: ROU-QUAYROL, M.Z.; SILVA, M.G.C. Rouquayrol Epidemiologia & Saúde. 7.ed.Rio de Janeiro: Med-Book,2013. 34. SPINK, M. J.; MEDRADO, B. Produção de sentidos: uma abordagem teórico-metodológica para análise das práticas discursivas. In: SPINK, M. J. Práticas discursivas e produção de sen-tido no cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas. São Paulo: Cortez, 1999. 35. DUARTE, ROSÁLIA. Entrevistas em pesquisas qualitativas. Educar. no.24, p.213-255. Edi-tora UFPR, 2004.

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45

36. MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 2004. 37. BASTOS, A.V. e COSTA, F. Múltiplos comprometimentos no trabalho: articulando diferen-tes estratégias de pesquisa. Revista de Psicologia Organizacional. Vol.1, nº 2, 2001 38.LORENZETTI J., et al. Gestão em saúde no brasil: diálogo com gestores públicos e priva-

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39.OLIVEIRA SILVA, J. J., MEYER, A. "Sistema de notificação de intoxicações: o fluxograma da joeira". In: Peres, F.; Moreira, J. C. (orgs.) É veneno ou é remédio? Agrotóxicos, saúde e ambi-ente [online]. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2003.

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8 ANEXOS

8.1 ANEXO 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Você está sendo convidado para participar da pesquisa “Percepção de risco dos atores envolvidos

com agrotóxicos na região de Primavera do Leste/MT”.

Sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar desta

pesquisa, sem qualquer prejuízo.

Este estudo tem como um dos principais objetivos o que os atores sociais, pensam sobre o uso

de agrotóxicos na agricultura do Município de Primavera do Leste.

Sua participação nesta etapa da pesquisa consistirá em responder às perguntas feitas durante as

entrevistas. Não há riscos relacionados com sua participação. O seu depoimento será usado para que

possamos entender melhor a realidade da utilização de agrotóxicos na região. O benefício relacionado

com a sua participação é contribuir para a melhoria das informações sobre os efeitos dos agrotóxicos na

saúde e no meio ambiente.

Não haverá nenhuma compensação financeira / pagamento pelo fornecimento destas informa-

ções.

As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre

sua participação. Você será identificado, apenas, pela sua idade, sexo e profissão.

As falas aqui gravadas serão reproduzidas apenas em publicações científicas, respeitando-se o

sigilo do seu nome. Todo o material gravado ficará sob a guarda do pesquisador principal. Ao final de 04

anos, as fitas cassetes e os registros dessas entrevistas serão destruídos.

A qualquer momento você poderá solicitar uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço

do pesquisador principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação:

HELOISA CAROLINA MASSUCATO BRAVIN UNIC- PRIMAVERA DO LESTE/MT

AV PAULO CESAR ARANDA, 241 TEL. (66) 3498 2375- (66) 99693-4913 PRIMAVERA DO LESTE- MT

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Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em

participar.

Nome: ______________________________________________________________

Idade: ____________ Sexo: ________________

_________________________________________ Sujeito da pesquisa

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8.2 ANEXO 2- PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: PERCEPÇÃO DE RISCO DOS AGENTES ENVOLVIDOS COM A VIGI-

LÂNCIA SOBRE AGROTÓXICOS NA REGIÃO DE PRIMAVERA DO LESTE-MT

Pesquisador: HELOISA CAROLINA MASSUCATO BRAVIN

Área Temática:

Versão: 2

CAAE: 78911817.9.0000.5165

Instituição Proponente: IUNI EDUCACIONAL S.A.

Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 2.416.937

Apresentação do Projeto:

A utilização de agrotóxicos é regulamentada por leis, e os órgãos que a fiscalizam preconizam uma

utilização sistematizada. O projeto dedica se a verificar essas percepções através de método qualita-

tivo, verificando as percepções tanto de gestores como de trabalhadores rurais, sobre os riscos.

Objetivo da Pesquisa:

Analisar a percepção de riscos de contaminação por exposição aos agrotóxicos, dos agentes envolvi-

dos no seu uso, vigilância e controle nas lavouras de grãos do município de Primavera do Leste, MT.

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Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Riscos:

Risco mínimo de constrangimento.

Benefícios:

Esse estudo dirige se a percepção de risco que poderia influenciar no comportamento e na vontade de

reduzir o nível de risco.

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Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

Riscos:

Risco mínimo de constrangi-

mento Benefícios:

Esse estudo dirige se a percepção de risco que poderia influenciar no comportamento e na von-

tade de reduzir o nível de risco.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

*Cronograma-Está adequado e atende às correções propostas no parecer anterior;

*Projeto completo- Está adequado e atende às correções propostas no parecer anterior;

*Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - Está adequado e atende às correções apontadas na

parecer anterior.

Recomendações:

Tendo em vista que os documentos obrigatórios e o projeto de pesquisa estão adequados, reco-

menda-se a aprovação do projeto.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

O projeto e os documentos obrigatórios estão adequados e podem ser aprovados pelo CEP/UNIC.

Considerações Finais a critério do CEP:

Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:

Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação

Informações Básicas PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_P 23/11/2017 Aceito do Projeto ROJETO_800460.pdf 10:07:47

TCLE / Termos de TCLEprojetoCEPnovo.docx 23/11/2017 HELOISA Aceito Assentimento / 08:11:13 CAROLINA

Justificativa de MASSUCATO

Ausência BRAVIN

Projeto Detalhado / Projetomestradoambienteesaude.pdf 23/11/2017 HELOISA Aceito

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Brochura 08:07:31 CAROLINA

Investigador MASSUCATO

Outros Anuenciasindicato.pdf 03/11/2017 HELOISA Aceito 23:18:13 CAROLINA

MASSUCATO

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Continuação do Parecer: 2.416.937

Outros Declaracao.pdf 09/10/2017

18:39:05

HELOISA

CAROLINA MASSUCATO

Aceito

Folha de Rosto Folhaderosto.docx 30/08/2017 HELOISA Aceito 16:44:16 CAROLINA

MASSUCATO

Situação do Parecer:

Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP:

Não

CUIABA, 05 de Dezembro de 2017

Assinado por:

Deise Helena Pelloso

Borghesan (Coordena-

dor)

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8.3- ANEXO 3-DECLARAÇÃO DE ANUÊNCIA DAS INSTITUIÇÕES

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9 APÊNDICES

9.1 APÊNDICE I FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO

1) Instituição:

2) Nome do Entrevistado (iniciais):

3) Função:

4) Idade: (anos)

5) Escolaridade:

(). Fundamental (). Médio (). Superior () Pós-graduação

6) Formação:

7) . Possui formação em saúde pública? () sim () não

(Aplicada somente para indivíduos ligados à área da saúde)

8) Tempo na Gestão da Instituição: ...........(anos)

9) Tempo na atual gestão: (anos)

10) Experiências anteriores: (cargos em gestão pública ou em instituições não gover-

namentais.

11) Vínculo de trabalho com a instituição: () sim () não

QUESTÃO BÁSICA

Qual é a sua impressão sobre os riscos à saúde e ao meio ambiente provocada pelo

uso de agrotóxicos em seu município?

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9.2 APENDICE II Entrevista - Sindicato dos Trabalhadores Rurais

Data: / /

Identificação do Sindicato:

1) Nome do Sindicato:

2) Ano de Fundação:

3) N.º de trabalhadores na base sindical:

4) Nº. De trabalhadores sindicalizados

5) Filado a:

6) Qual a importância da estruturação do Sindicato para os trabalhadores?

7) Quais as principais reclamações dos trabalhadores apresentadas ao Sindi-cato?

8) Qual a sua opinião sobre os riscos / danos à saúde dos tra-

balhadores relacionados ao uso de agrotóxicos?

9) O Sindicato tem solicitado supervisão/fiscalização sobre saúde e se-

gurança no trabalho relacionado ao uso de agrotóxicos? ( ) Sim

( ). Não

10) Se sim, assinale para qual entidade:

11) Quando recebe notificação de acidente de trabalho com agrotóxi-

cos qual o procedimento adotado pela entidade?

12) Existiu nos últimos cinco anos alguma ação/evento sobre intoxica-

ções humanas ou contaminação ambiental provocada por agrotóxicos que

o S.r. conheça e o Sindicato tenha participado? () sim () não

13) Se sim, houve articulação com outras instituições do município?

() sim () não

14) Se sim, quais instituições participaram da ação/evento?

15) O Sindicato participa de algum conselho? () sim () não

16) Se sim, quais?

17) Se não, porque?

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9.3 APENDICE III Entrevista - Sindicato Rural

Data: / /

Identificação do Sindicato:

1) Nome do Sindicato:

2) Ano de Fundação:

3) N.º de sindicalizados:

4) Filado a:

5) Quais motivos levaram à formação do Sindicato?

6) Quais os principais motivos que levam as empresas a se filiar ao Sindicato?

7) Quais as atividades das empresas sindicalizadas no município?

8) Ocorre exportação dos produtos para outros estados? () sim () não

9) Ocorre exportação dos produtos para outros países? () sim () não

10) Como se dá a instalação de novos empreendimentos deste ramo no

município?

11) Existe algum incentivo para novos empreendimentos no

município? () sim () não

12) Se sim, quais?

13) Quando recebe notificação de acidente de trabalho ou ambiental re-

lativo ao uso de agrotóxicos, qual o procedimento adotado pela enti-

dade?

14) Existiu nos últimos cinco anos alguma ação/evento sobre intoxica-

ções humanas ou contaminação ambiental provocada por agrotóxicos que

o S.r. conheça e o Sindicato tenha participado? () sim () não

15) Se sim, houve articulação com outras instituições do município?

( ) sim () não

16) Se sim, quais instituições participaram da ação/evento?

17) O Sindicato participa de algum conselho? () sim () não

18) Se sim, quais?

19) Se não, porque?

9.4 APENDICE IV Entrevista- Secretário de Agricultura e Meio Ambiente

Data: / /

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Legislação

1) Existe uma legislação municipal específica ao controle sobre o uso

de agrotóxicos e seu impacto no meio ambiente? Sim () não ()

2) Se sim, quais?

Política de Ações e relações interinstitucionais:

3) Quais são as diretrizes políticas para o controle do impacto do uso de

agrotóxicos sobre o meio ambiente em seu município?

4) O seu município conta com uma estrutura de gerenciamento ambien-

tal relacionados ao uso de agrotóxicos? Sim () não ( )

5) Se sim como ela está organizada?

6) Foi realizado algum estudo prévio de impacto ambiental (EIA) relacio-

nados ao uso de agrotóxicos no município? Sim () Não ()

7) Se sim, Qual?

8) Houve algum dano ambiental relacionados ao uso de agrotóxicos no

município? Sim ( ) não ( ).

9) Caso positivo, quando e como aconteceu?

10) Como tem sido as relações desta secretaria com os órgãos estadu-

ais e federais sobre o controle do impacto ambiental decorrente do uso

de agrotóxicos?

11) A SMA tem articulado com outras secretarias da Prefeitura Municipal

ações para o controle do uso de agrotóxicos? Sim () não ()

12) Se sim, com quais?

13) A secretaria de meio ambiente tem articulado com outras institui-

ções municipais ações para o controle do uso de agrotóxicos? Sim ()

não ()

14) Se sim, com quais?

Sistemas de Informações:

15) Existem mecanismos de divulgação das ações desenvolvidas por

esta secretaria quanto ao controle sobre o uso de agrotóxicos no municí-

pio? Sim () não ()

16) Se sim, como isto é feito?

17) Se não quais as dificuldades?

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Controle Social:

18) Existe algum Conselho Municipal de meio ambiente que permita a

participação da sociedade na tomada de decisão política? Sim (

) Não( )

19) Se sim, como ele está organizado?

20) Se não, quais as dificuldades para implantá-lo?

21) Existe o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente –

CODEMA? Sim ( ) não ()

22) Se sim como foi feita a sua criação?

23) Tem sido assegurada a participação da sociedade civil neste

conselho? Sim ( ) não ()

24) Se sim como?

25) Se não, quais as dificuldades?

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9.5 APENDICE V Entrevista - INDEA

Data: / /

Políticas e planejamento do Indea:

1) Qual é a área geográfica de abrangência desta unidade do Indea?20).

Você conhece as diretrizes para a política e planejamento das ações do

Indea relacionados ao uso de agrotóxicos no estado e na área de abran-

gência desta unidade do Indea? () sim () não

2) Se sim, quais são as principais?

3) Quais são as dificuldades encontradas para implementação das ações

de Indea relacionados ao uso de agrotóxicos na área de abrangência

desta unidade do Indea?

Legislação Municipal relativa à defesa sanitária vegetal / animal:

4) Quais as legislações regulamentam as ações do Indea quanto ao uso

de agrotóxicos na área de abrangência desta unidade do Indea?

Ações do Indea:

5) As ações do Indea relacionados ao uso de agrotóxicos são articula-das com outras instituições? () sim () não

6) Se sim, quais as instituições parceiras são frequentemente acionadas?

7) Cite as principais que ocorreram nos últimos 5 anos?

8) O Indea possui cadastro de empresas que comercializam, prestam

serviços ou outras atividades relativas ao uso de agrotóxicos? () Sim

() não

9) O Indea realizou notificações, multas ou outras atribuições relaciona-das ao controle sobre o uso de agrotóxicos nas propriedades agropecuá-rias?

() sim () não

10) Se sim, descreva o período e o ocorrido.

11) O Indea realizou a interdição de estabelecimentos que lidam com

agrotóxicos? ( ) sim () não

12) Se sim descreva o período e o ocorrido.

13) O Indea realizou a interdição de agrotóxicos ilegais na sua área de

abrangência?

() sim () não

14) Se sim descreva o período e o ocorrido.

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63

Sistema de Informação do Indea:

15) O Indea possui um levantamento do volume de agrotóxicos consu-

mido na sua área de abrangência nos últimos 5 anos: ( ) sim () não

16) Se sim, como ele é divulgado?

17) Como está organizado o sistema de informação quanto ao uso de

agrotóxicos na área de abrangência desta unidade do Indea?

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9.6 APENDICE VI Entrevista- Vigilância Epidemiológica (VE)

Data: / /

Políticas e planejamento da VE:

1) Você conhece as diretrizes para a política e planejamento das ações

de VE na microrregião? ( ) sim ( ) não

2) Se sim, quais são as principais relativas às notificações sobre agravos

à saúde decorrentes do uso de agrotóxicos?

3) Quais são as dificuldades encontradas para implementação das

ações de VE para notificação dos agravos decorrentes do uso de agrotó-

xicos?

Legislação Estadual relativa à VE:

4) Quais as legislações regulamentam as ações da VE do ERS quanto a

notificação de agravos decorrentes do uso de agrotóxicos na microrre-

gião?

Ações e relação inter-institucional

5) Quais são os agravos à saúde decorrentes do uso de agrotóxicos que

a VE tem notificado na microrregião?

Sistemas de Informações

6) Como a VE do ERS organiza o sistema de informação e como ocorre o

fluxo de informações das notificações de agravos à saúde decorrentes de

intoxicações por agrotóxicos?

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9.7 APENDICE VII Entrevista - VIGILÂNCIA AMBIENTAL

Políticas e planejamento da VA:

1) Você conhece as diretrizes para a política e planejamento das ações

da VE no município?

() sim () não

2) Se sim, quais são as principais relativas às notificações sobre agravos

à saúde decorrentes do uso de agrotóxicos?

3) Quais são as dificuldades encontradas para implementação das

ações de VE para a notificação de agravos decorrentes do uso de agro-

tóxicos?

Legislação Municipal relativa à VA:

4) Quais as legislações regulamentam as ações da VA quanto aos agra-

vos decorrentes do uso de agrotóxicos no âmbito municipal?

Ação e relação interinstitucional

5) Quais são os agravos à saúde decorrentes do uso de agrotóxicos que

a VE tem notificado no município?

6) As informações da VA quanto aos agravos decorrentes do uso de agrotóxicos são articuladas intra - setorialmente na SMS? () sim () não

7) Se sim, cite as principais que ocorreram nos últimos 5 anos e como foram articuladas?

8) As informações da VA quanto aos agravos decorrentes do uso de agrotóxicos são articuladas com outras instituições do município? () sim () não

9) Se sim, quais as instituições parceiras são frequentemente acionadas?

10) Cite as principais que ocorreram nos últimos 5 anos?

Sistema de Informações

11) Como a VE deste Município organiza junto ao ERS/SES as notifica-

ções de agravos à saúde relacionados à intoxicação por agrotóxicos?

12) Descreva como ocorre o fluxo de notificações entre os serviços inse-

ridos na rede de saúde referentes aos agravos decorrentes uso de agro-

tóxicos?

13) Como a SMS informa aos trabalhadores, aos empregadores e aos sindicatos sobre os riscos e agravos à saúde relacionados ao uso de agrotóxicos?

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9.8 APENDICE VIII Entrevista- CEREST

Data: / /

Políticas e Planejamento do CEREST:

1) Existe uma política ou planejamento de ações para a Saúde do Traba-

lhador no que se refere à exposição aos agrotóxicos no município? () sim

() não

2) Se sim, quais estão sendo implementadas?

3) Se não, quais são as dificuldades encontradas para implementação

das ações da Visat?

Legislação Municipal relativa à CEREST:

4) Qual legislação regulamenta as ações da Cerest relativas ao controle

do uso de agrotóxicos e assistência à saúde decorrente das intoxicações

agudas e crônicas no município?

Ações e relações inter-institucionais

5) Quais são as ações do CEREST quanto à vigilância do uso de agro-

tóxicos pactuadas com o Escritório Regional de Saúde?

6) As ações do CEREST quanto ao uso de agrotóxicos são articuladas intra - setorialmente na SMS? () sim () não

7) Se sim, como elas ocorrem?

8) As ações do CEREST quanto ao uso de agrotóxicos são articuladas com outras instituições do município? () sim () não

9) Se sim, quais as instituições parceiras são frequentemente acionadas?

Ações do CEREST:

10) O CEREST possui cadastro das empresas (fazendas e lojas) que co-

mercializam e/ou aplicam agrotóxicos? () sim () não

11) O CEREST realizou notificações e multas nos locais de trabalho con-siderados de risco grave ou iminente à saúde ou à vida dos trabalhadores expostos ao uso de agrotóxicos?

() sim () não

12) Se sim, descreva o período e o ocorrido.

13) O CEREST participou da interdição de ambientes de trabalho consi-derados de risco grave ou iminente à saúde dos trabalhadores expostos ao uso de agrotóxicos?

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() sim () não

14) Se sim descreva o período e o ocorrido.

15) O CEREST exigiu do empregador a adoção de medidas corretivas de situações de risco no ambiente de trabalho exposto ao uso de agrotó-xicos? () sim () não

16) Se sim, descreva o período e o ocorrido.

17) O CEREST ao elaborar relatórios identifica:

A atividade econômica ( ) Sim ( ) Não

O grau de risco ( ) Sim ( ) Não

O número de empresas ( ) Sim ( ) Não

O número de trabalhadores expostos aos agrotóxicos ( ) Sim ( ) Não

Os dados de morbi-mortalidade ( ) Sim ( ) Não

Sistema de Informação em Saúde do Trabalhador:

18) Como o CERESTdeste Município organiza o sistema de informação

e notificação de agravos à saúde decorrente de intoxicações por agrotó-

xicos?

19) Se não possui sistema de informação e notificação, qual a dificul-

dade encontrada em implementá-lo?

20) Como a SMS informa aos trabalhadores, aos empregadores e aos sindicatos sobre os riscos e agravos à saúde relacionados ao uso de agrotóxicos?

Controle Social

21) Como está assegurada a participação do controle social nas políticas e ações de saúde do trabalhador exposto ao uso de agrotóxico

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