a vida de elias -a.w pink - vol 2.pdf

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A Vidade Elias Volume 2 (Captulos 13 a 24) A. W. Pink Traduo Helio Kirchheim Observaes do Tradutor 1) O leitor perceber que alternamos com frequncia a verso bblica na citao dos textos da Bblia. Usamos como padro a verso Revista e Atualizada, da Sociedade Bblica do Brasil (RA), mas recorremos tambm a outras trs em especial:RC verso Revista e Corrigida, da Sociedade Bblica do Brasil; BRATraduoBrasileira,daSociedadeBblicadoBrasil(encontradanaBbliaOnline 3.0); e SBTB verso Fiel, da Sociedade Bblica Trinitariana do Brasil.Fazemos isso a contragosto, uma vez que parece estarmos adaptando o texto variao do pensamentodoAutordolivro,masissosaparente.OquedefatoacontecequeoAutor,o irmo A.W.Pink, usou apenas uma traduo a King James excelente traduo, que no tem equivalenteexatoemnossalngua.Daarazodefazermosusodevriasoutrasverses, procurando ser o mais possvel fiis ao original ingls. 2) As notas de rodap so todas do tradutor. ndice 13. O perturbador de Israel .................................................. 4 14. A convocao do Carmelo ............................................... 9 15. O desafio de Elias ........................................................14 16. Ouvidos que no ouvem ............................................... 1817. A certeza da f ............................................................22 18. A orao eficaz ...........................................................27 19. A resposta com fogo ....................................................32 20. Rudo de abundante chuva ................................................ 3721. Perseverana em orao .................................................. 42 22. Em fuga ................................................................... 47 23. No deserto ................................................................. 52 24. Desanimado .............................................................. 57 Captulo 13 O Perturbador de Israel E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe Acabe: s tu o perturbador de Israel? (1 Rs 18.17 RC). Como as palavras dos nossos lbios denunciam o estado do nosso corao! Essa linguagem do rei aps ogravejuzoqueDeushaviamandadosobreoseuterritrio,revelamadurezaeaimpenitnciadoseu corao.Considereasoportunidadesquehaviamsidodadasaele.Elefoialertadopeloprofetadas consequnciasexatasqueseguiriamasuainsistncianopecado.Eletinhavistoqueaquiloquefora anunciado pelo profeta de fato sucedera. Tinha sido demonstrado diante dos seus olhos que os dolos que ele eJezabeladoravamnoconseguiamevitaracalamidade,nemdarachuvaqueeratodesesperadamente necessria. Havia de tudo para convenc-lo que o Senhor Deus de Elias era o soberano Governador do cu edaterra,cujasdecisesningumconseguerevogare cujobraotodo-poderosonenhum poderconsegue resistir. Assim o pecador que abandonado por conta prpria. s Deus remover a Sua restrio de sobre ele e a loucura que domina o seu corao brotar como gua de represa que se rompe. Ele est determinado a seguir o prprio caminho a todo custo. No importa quo srios e solenes sejam os tempos em que vive, ele no se importa com isso. No importa a gravidade das ameaas que rondam o seu pas, nem quantos dos seuscompanheirossejammutiladosemortos,eletemdecontinuaraencher-sedosseusprazeres pecaminosos. Embora os juzos de Deus estrondem nos seus ouvidos mais e mais alto, ele deliberadamente fechaosouvidosetentaesquecersuasmgoasnumasucessodedivertimentos.Emboraopasestejaem guerra,lutandopelaprpriavida,avidanoturnacomsuasbebedeirasprosseguesemtrguas.Seos ataques areos os obrigarem a buscar refgio nos abrigos subterrneos, ali sero saudados (pelo menos em um dos abrigos1) com avisos espalhados pelas paredes: Aqui, jogo de cartas e apostas. O que isso seno fortalecer-secontraoTodo-poderoso,earremetercontraelecomospontosgrossosdosseusescudos (J 15.25,26 RC)?Contudo, enquanto escrevemos as linhas acima, lembramo-nos das seguintes palavras inquiridoras: Pois,quemtefazdiferentedosdemais?2(1Co4.7).Hsomenteumaresposta:umDeussoberano,na plenitude da Sua maravilhosa graa. E como a percepo disso deveria nos humilhar at ao p, visto que por natureza e na prtica no havia diferena entre ns e eles. ... nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o prncipe da potestade do ar, do esprito que agora atua nos filhos da desobedincia; entre os quais tambm todos ns andamos outrora, segundo as inclinaes da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e ramos, por natureza, filhos da ira, como tambm os demais (Ef 2.2,3). Foi misericrdiadiscriminativa3quenosachouquandoestvamossemCristo.Foiamordiscriminativo4que

1 possvel que o Autor esteja escrevendo na poca da II Guerra Mundial. 2 Verso SCULO XXI. A verso RA diz assim: Pois quem que te faz sobressair? A palavra sobressair (No grego, diakrinwdiakrinwdiakrinwdiakrinw diakrino) significa separar, fazer distino, discriminar, preferir (Concordncia Strong). 3 Veja a nota de rodap anterior. A Vida de Elias A. W. Pink - 5 - nos vivificou para novidade de vida quando estvamos mortos em nossos delitos e pecados. Dessa forma, no temos razo de nos jactar e no h lugar para presuno. Antes, temos de andar com humildade e em contrio diante dAquele que nos salvou de ns mesmos. Vendo-o,(Acabe)disse-lhe:stu,perturbadordeIsrael?(1Rs18.17).Eliasfoiaqueleque, maisdoquequalqueroutro,resistiuaodesejodeAcabedelevarIsraeladoraodeBaalpormeiodo acordopacficodecoexistnciadoscultosreligiososdanao.Elias,nasuaopinio,foioresponsvelpor toda misria e sofrimento que enchiam a terra. No havia discernimento da mo de Deus naquela seca, nem haviacompunopelasuaprpriacondutapecaminosa:emvezdisso,Acabetentatransferironusa outrem,eacusaoprofetadeseroautordascalamidadesquesobrevieramnao.Essasemprea caractersticadeumcoraoquenosehumilhouenojulgouasimesmo,quandoestdebaixodojusto castigodeDeuselelanaaculpaemoutroqualquer,exatamentecomofazemasnaescegadaspelo pecado, quando esto sendo punidas pelas suas iniquidades: elas atribuem as suas dificuldades s asneiras dos seus polticos. NoincomumqueosjustosministrosdeDeussejamconsideradoscomoperturbadoresdas pessoas e das naes. O fiel Ams foi acusado de conspirar contra Jeroboo II, e lhe foi dito que a terra no poderia sofrer todas as suas palavras (Am 7.10). O prprio Salvador foi acusado de alvoroar o povo (Lc 23.5). A respeito de Paulo e Silas, em Filipos, disseram que eles esto perturbando muito a nossa cidade (At16.20BRA);equandoemTessalonica,referiam-seaelescomoEstesquetmtranstornadoo mundo (At 17.6). No h, portanto, testemunho maior da fidelidade dos servos de Deus, do que quando eles provocam o rancor e a hostilidade dos rprobos. Uma das mais lastimosas condenaes que poderiam ser pronunciadas a respeito dos homens encontra-se nas terrveis palavras de nosso Senhor aos seus irmos descrentes: No pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras so ms (Jo 7.7). Mas quem no preferiria receber todas as acusaes que os Acabes podem amontoar sobre ns, do que atrair sobre si o veredicto dos lbios de Cristo! obrigao dos servos de Deus alertar os homens do perigo que correm, advertir que o caminho da rebeliocontraDeusconduzadestruiocertaeinstarcomelesquedeponhamasarmasdasuarevoltae fujamdairavindoura.suaobrigaoensinaraoshomensqueelesprecisamvoltar-sedosdolospara serviremaoDeusvivo,deoutraformapereceroeternamente.suaobrigaocensuraraperversidade ondequerqueseencontreedeclararqueosalriodopecadoamorte.Issonolhetrarpopularidade, poishaverdecondenareirritarosperversos,eessetipodelinguagemfrancaosperturbarseriamente. Aquelesquedesmascaram hipcritas,resistematiranos,opem-seaos perversos,serosemprevistospor eles como perturbadores. Mas como Cristo declarou: Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vs. Regozijai-vos e exultai, porque grandeovossogalardonoscus;poisassimperseguiramaosprofetasqueviveramantesdevs(Mt 5.11,12). Respondeu Elias: Eu no tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do SENHOR e seguistes os baalins (1 Rs 18.18). Se Elias fosse um desses bajuladores servis quecomumenteseencontramaserviodosreis,eleteriasejogadoaospsdeAcabe,suplicando misericrdia, ou rendendo-lhe desprezvel submisso. Em vez disso, ele era embaixador de um Rei maior, o prprio Senhor dos Exrcitos: ciente disso, ele conservou a dignidade do seu cargo e carter, agindo como quem representava um poder superior. Foi porque Elias percebia a presena dAquele por meio de quem os reisgovernam,dAquelequepoderefrearairadohomemefazerosseusresduoslouv-lO5;porissoo profetanotemeuafacedomonarcaapstatadeIsrael.Ah,meuleitor,seapenaspercebssemosmaisa presenaeasuficinciadonossoDeus,notemeramosaquiloquealgumpossafazerconosco.A incredulidadeacausadosnossosmedos.Oh,quesejamoscapazesdedizer:EisqueDeusaminha salvao; confiarei e no temerei (Is 12.2). 4 Idem nota anterior. 5 Salmo 76.10 RC: Porque a clera do homem redundar em teu louvor, e o restante da clera, tu o restringirs. A Vida de Elias A. W. Pink - 6 - Eliasnoseintimidoucomaperversadifamaoqueacabaradeserlanadasobreele.Com destemida coragem, ele primeiro nega a infame acusao: Eu no tenho perturbado a Israel (1 Rs 18.18). Ser uma grande bno se pudermos, com verdade, alegar a mesma coisa: que os castigos que Sio recebe neste momento das mos de um Deus santo no foram provocados de forma nenhuma pelos meus pecados. Ah!Quemdenspoderiaafirmarisso?Emsegundolugar,Eliasdevolveousadamenteaacusao, colocando-a sobre o prprio rei, a quem de fato pertencia a culpa: Eu no tenho perturbado a Israel, mas tue acasadeteu pai.Vejaaqui afidelidadedosservosde Deus:como Natdissea Davi,assimEliasfez com Acabe: Tu s o homem. Uma acusao de fato solene e pesada: que Acabe e a casa do seu pai eram a causadetodososinsistentesproblemas etristescalamidades que haviamsobrevindoterra.Aautoridade divina com que estava investido capacitou Elias a condenar o prprio rei.Em terceiro lugar, o profeta prosseguiu apresentando provas da acusao que fizera contra Acabe: porque deixastes os mandamentos do SENHOR e seguistes os baalins (1 Rs 18.18). Longe de o profeta ser o inimigo da sua terra, o que ele fazia era unicamente buscar o bem dela. Ele havia, de fato, orado a Deus suplicandoqueEleenviasseoSeujuzosobreaperversidadeeapostasiadoreiedanao,masissoera porquedesejavaqueelessearrependessemdosseuspecadoseconsertassemosseuscaminhos.Foramos pecadosdeAcabeedasuacasaqueprovocaramasecaeafome.AintercessodeEliasnoteriajamais prevalecido contra um povo santo: a maldio sem causa no se cumpre (Pv 26.2). O rei e a sua famlia eram os lderes da rebelio contra Deus, e o povo os havia seguido cegamente; aqui estava, ento, a causa do sofrimento: eles eram os despreocupados perturbadores da nao, os que lhe interromperam a paz, os que causaram o desgosto de Deus. Os verdadeiros perturbadores so aqueles que, pelos seus pecados, provocam a ira de Deus, e no aqueles que os alertam dos perigos a que as suas perversidades os expem. ... tu e a casa de teu pai, porque deixastesosmandamentosdoSENHOReseguistesosbaalins(1Rs18.18).muitoclaro,mesmodo breve registro encontrado nas Escrituras, que Onri, pai de Acabe, foi um dos piores reis que Israel jamais teve,eAcabeseguiuosperversospassosdopai.Oquecaracterizavaessesreiseraamaisgraveidolatria. Jezabel,mulherdeAcabe,erainigualvelnoseudioaDeuseaoSeupovo,eozeloqueelapossuana adoraodefalsosdolos.Aperversainflunciadelesfoitopoderosaepersistente,queprevaleceuat cerca de duzentos anos depois (Mq 6.16), e provocou a vingana do Cu sobre a nao apstata. porque deixastes os mandamentos do SENHOR (1 Rs 18.18). nisso que reside a verdadeira essnciaeodiosidadedopecado.umlivrar-sedojugodeDeus,umarecusadesujeitar-seaonosso CriadoreGovernador.umadeliberadaindiferenaparacomoLegislador,erebeliocontraaSua autoridade.AleidoSenhordefinidaeenftica.Oprimeiromandamentoprobeexpressamenteque tenhamosqualqueroutrodeusalmdoverdadeiroDeus;eosegundoprobefazerqualquerimagemde escultura e o curvar-se diante dela em adorao. Esses foram os terrveis crimes que Acabe havia cometido, e eles so em essncia aqueles de que a nossa prpria gerao perversa culpada, e essa a razo por que a reprovao do Cu se manifesta to pesadamente sobre ns. ...sabe, pois, e v que mau e quo amargo deixaresoSENHOR,teuDeus,enoterestemordemim,dizoSenhor,oSENHORdosExrcitos(Jr 2.19). ...e seguistes os baalins: quando se deixa o verdadeiro Deus, os falsos deuses Lhe tomam o lugar baalins est no plural, pois Acabe e sua esposa adoravam uma variedade de falsas divindades. Agora,pois,mandaajuntaramimtodooIsraelnomonteCarmelo,comotambmos quatrocentos e cinqenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas do poste-dolo que comem da mesa de Jezabel(1Rs18.19).Issomuitoimpressionante:verEliassozinho,odiadoporAcabe,noapenas acusandooreipelosseuscrimes,masdando-lheinstrues,dizendo-lheoquedevefazer.Nonem preciso dizer que a conduta dele nessa ocasio no nem precedente nem exemplo para todos os servos de Deus seguirem sob circunstncias similares. O tisbita fora dotado de extraordinria autoridade da parte do Senhor,comosepercebenaseguinteexpressodoNovoTestamento:noespritoepoderdeElias(Lc 1.17). Exercendo essa autoridade, Elias exigiu uma reunio de todo o Israel no Carmelo, e que ali tambm sereunissemosprofetasdeBaaleAstarote,queestavamdispersosportodoladodopas.Maisestranha aindafoialinguagemincisivausadapeloprofeta:elesimplesmenteemitiuassuasordenssemnenhuma A Vida de Elias A. W. Pink - 7 - explicao, sem apresentar nenhuma razo de quais eram os seus reais propsitos ao convocar todo o povo e os profetas. luz do que se segue, fica evidente o propsito do profeta: aquilo que ele estava para fazer tinha de serfeitoabertaepublicamentediantedetestemunhasimparciais.Haviachegadoomomentodese decidirem as coisas: Jeov e Baal, por assim dizer, haviam chegado frente a frente, diante de toda a nao. O localdeencontroescolhidoparaotesteeraummontenatribodeAser,oqualeradefcilacessoparao povo que viesse de qualquer lado. Situava-se, importante ressaltar, fora da terra de Samaria. No Carmelo havia sido construdo um altar e se haviam oferecido sacrifcios ao Senhor (veja o v. 30), mas a adorao de BaalhaviasuplantadoatmesmoessacerimniairregularaoverdadeiroDeusirregularporqueaLei proibiaqualqueraltarforadotemploemJerusalm.Haviasomenteumaformadeacabarcomaterrvel secaearesultantefome,erestaurarabnodeJeovsobreanao,eessaformaerajulgaretrataro pecado que provocara a calamidade; e, para isso acontecer, Acabe tinha de juntar todo o Israel no Carmelo. UmavezqueEliasplanejavacolocaraadoraodeJeovnumfundamentofirme,erestauraro povoasualealdadeaoDeusdeIsrael,eletinhadetestarclaramenteasduasreligies,epormeiodeum milagretoextraordinrioqueningumpudessecontestar:ecomoanaotodaestavaprofundamente interessada no caso, a coisa tinha de se passar num local de mxima publicidade, nalgum local alto, no cume do elevado Carmelo, e na presena de todo o Israel. Ele desejava t-los todos reunidos nessa ocasio, para quetestemunhassemcomosprpriosolhostantoopoderabsolutoeasoberaniadeJeov,cujaadorao elestinhamrenunciado,comotambmacompletainutilidadedaquelessistemasidlatrasquelhehaviam tomadoolugar(JohnSimpson).issoquesempreassinalaadiferenaentreaverdadeeoerro:aquela desejaaluz,semtemerinvestigao;enquantooerro,cujoautoroprncipedastrevas,odeiaaluz,e floresce melhor sob a cobertura do sigilo. NohnadaqueindiquequeoprofetatenhadadoaconheceraAcabeassuasintenes.Antes, parecequeeleapenasordenousumariamenteaoreiquejuntassetodoopovoeosprofetas:todosos envolvidosnoterrvelpecadoldereselideradostinhamdeestarpresentes.Ento,enviouAcabe mensageirosatodososfilhosdeIsraeleajuntouosprofetasnomonteCarmelo(1Rs18.20).Eporque razo Acabe aquiesceu to mansa e prontamente ordem de Elias? A maioria dos comentaristas diz que o rei estava desesperado naquela altura, e como os pedintes no tm o privilgio de escolher, ele na verdade no tinhaoutraalternativasenoconcordar.Depoisdetrsanosemeiodefome,osofrimentodeviaserto intensoque,seachuvaquetodesesperadamenteeranecessrianopudesseserobtidadeoutraforma exceto como favor devido s oraes de Elias, ento que assim fosse. Pessoalmente, preferimos considerar a aquiescnciadeAcabecomoumaimpressionantedemonstraodopoderdeDeussobreocoraodos homens, sim, at mesmo sobre o corao do rei, pois Ele segundo o seu querer, o inclina (Pv 21.1). Essa uma verdade uma grande verdade fundamental que precisa ser fortemente destacada nestes dias de ceticismo e descrena, quando a ateno se restringe s causas secundrias e se perde de vista acausaprincipal.Quersejanombitodacriaooudaprovidncia,considera-seacriaturaemvezdo Criador. Se nossos campos e jardins derem boas colheitas, logo sero louvados a dedicao dos fazendeiros e ahabilidadedosjardineiros;seproduzirempouco,otempoouqualqueroutracoisaserculpada:nose consideranemaaprovaonemareprovaodeDeus.Assimtambmacontecenasatividadespolticas. Quopoucos,quopouqussimossoosquereconhecemamodeDeusnopresenteconflitoentreas naes6.E,seafirmarmosqueoSenhornosestcastigandopornossospecados,atmesmoamaioriados quesedizemcristosseofenderocomumadeclaraodessas.MasleiaasEscriturasereparequo frequentementesedizaliqueoSenhormoveuocoraodecertoreiparafazeristo,influenciou-oa fazer aquilo, ou o impediu de fazer aquiloutro. Umavezqueissotoraramenteetofracamentecompreendidohoje,citaremosalgumas passagens para comprov-lo. ... eu te tenho impedido de pecar contra mim (Gn 20.6 RC). ... eu lhe endurecerei o corao (de fara), para que no deixe ir o povo (x 4.21). O SENHOR te far cair diante dosteusinimigos(Dt28.25).EoEspritodoSENHORpassouaincit-lo(Jz13.25).Levantouo 6 A II Guerra Mundial? A Vida de Elias A. W. Pink - 8 - SENHOR contra Salomo um adversrio (1 Rs 11.14). ... o Deus de Israel suscitou o esprito de Pul, rei da Assria (1 Cr 5.26). Despertou, pois, o SENHOR contra Jeoro o nimo dos filisteus e dos arbios (2 Cr 21.16). ...despertou o SENHOR o esprito de Ciro, rei da Prsia , o qual fez passar prego por todo o seu reino (Ed 1.1). Eis que eu despertarei contra eles os medos (Is 13.17). Eu te fiz multiplicar como o renovodocampo(Ez16.7).EisqueeutrareicontraTiroaNabucodonosor,reidaBabilnia,desdeo Norte, o rei dos reis, com cavalos, carros e cavaleiros (Ez 26.7). Ento,enviouAcabemensageirosatodososfilhosdeIsraeleajuntouosprofetasnomonte Carmelo (1 Rs 18.20). luz das citaes das Escrituras no pargrafo anterior, qual corao crente haver deduvidarporummomentosequerquefoioSenhorquetornouAcabedispostonodiadoSeupoder7, disposto a obedecer ao homem que ele odiava mais do que a qualquer outro! E quando Deus trabalha, Ele trabalha em ambos os lados da linha: Aquele que inclina o rei perverso a seguir as instrues de Elias, moveu no s o povo de Israel mas tambm os profetas de Baal a acatar a convocao de Acabe, pois Ele controla os Seus inimigos to verdadeiramente como o faz com os Seus amigos. possvel que o povo em geral tivesse comparecido reunio na esperana de ver a chuva cair em resposta ao pedido de Elias, enquanto os falsos profetas provavelmente olhavam com desdm o fato de terem sido requisitados por Elias no Carmelo, por meio de Acabe. Por ter sido o juzo de Deus causado devido apostasia da nao e especialmente como testemunho contraasuaidolatria,anaoteriadeserrecuperada(abertae,nomnimo,visivelmente),antesqueo castigopudesseserremovido.Aprolongadasecanotinhaoperadonenhumamudana,eaconsequente fomenotinhatrazido opovode volta aDeus.Tantoquantopodemos entender danarrativainspirada,o povo estava, com poucas excees, to dedicado aos seus dolos como sempre; e quaisquer que fossem tanto asconvicescomoasprticasdoremanescentequenodobrouosjoelhosaBaal,elesestavamto temerosos de expressar-se publicamente (para no serem mortos), que Elias nem sequer sabia da existncia deles. No entanto, at que o povo fosse trazido de volta fidelidade a Deus, no se podia esperar nenhum favor da parte dEle. Elestinhamdearrepender-seeabandonarosseusdolos,senonadapoderiadesviarojuzode Deus. Ainda que No e Samuel e J fizessem intercesso, isso no induziria o Senhor a retirar-se do conflito contraopovo.Elestinhamdeabandonarosseusdolosevoltar-seaJeov.Essaspalavrasforamescritas quase cem anos atrs8, contudo so to verdadeiras e pertinentes agora como naquela poca, pois expem umprincpiopermanente.Deusnofecharosolhosparaopecadonemhaverdeencobrirmaus procedimentos.Querestejacastigandoumindivduoquerumanao,aquiloqueLhedesagradouprecisa serconsertadoantesquesejapossvelrecuperaroSeufavor.intilsuplicaraSuabnoenquantonos recusamos a abandonar aquilo que provocou a Sua maldio. intil falar sobre exercer f nas promessas de Deusatquetenhamosexercitadooarrependimentodosnossospecados.Nossosdolostmdeser destrudos antes que Deus aceite a nossa adorao. 7 Salmo 110.3. 8 O Autor est escrevendo, possivelmente, na primeira metade do sculo XX. Captulo 14 A Convocao do Carmelo Ento,enviouAcabemensageirosatodososfilhosdeIsraeleajuntouosprofetasnomonte Carmelo (1 Rs 18.20). Vamos tentar descrever a cena. cedo de manh. De todos os lados, as multides ansiosas se dirigem at aquele lugar que, desde tempos antigos, associado com adorao. Ningum vai para o trabalho; um nico pensamento ocupa a mente tanto de jovens como de velhos, medida que atendem convocaodoreidereunirem-separaessaenormeassemblia.VejaosmilharesdeIsraelocupandocada centmetrodeposiovantajosadeondepodemobtermelhorvisodaquiloquevaiacontecer!Iriameles testemunharummilagre?Seriapostoumfimnosseussofrimentos?Estariaprestesacairatoesperada chuva?Umsilnciodescesobreamultidomedidaqueouvemopassoorganizadodeumgrupode homens:destacadospelossmbolossolaresflamejandoemseusturbantes,segurosdofavordoreie insolentementedesafiantes,avmosquatrocentosecinquentaprofetasdeBaal.Ento,porentreas multides,surgealiteiradorei,nosombrosdosguardasdehonra,cercadoporseuscomandantesde estado. Deve ter sido algo assim, a cena que se apresentou naquela auspiciosa ocasio. Ento, Elias se chegou a todo o povo (1 Rs 18.21). Contemple o mar de rostos, olhos fixos nessa estranhaeausterafigura,cujaspalavrastornaramocucomobronzenessesltimostrsanos.Comque intenso interesse e respeitoso temor no devem ter encarado esse homem solitrio, de constituio robusta, olhosflamejanteselbioscomprimidos.Quesilnciogravenodevetercadosobreavastaassemblia medida que viam um s homem enfrentando todo um batalho. Que brilho maligno nos olhos dos invejosos sacerdotes e profetas observava cada um dos seus movimentos. Como diz um comentarista: Nenhum tigre jamaisvigioualgumavtimademodomaisferoz!Sepuderemdarvazoaoquesentem,elenuncamais pisar as campinas l em baixo. Enquanto o prprio Acabe observava esse servo do Altssimo, medo e dio devemter-sealternadonoseucorao,jqueoreiconsideravaEliascomoacausadetodasassuas dificuldades, e no entanto ele sentia que de alguma forma a volta da chuva dependia do profeta. Opalcoestavamontado.Aimensaaudinciaestavareunida,asfigurasprincipais estavam aponto de desempenhar seus papis, e um dos mais dramticos atos em toda a histria de Israel estava prestes a ser encenado. Estava para acontecer um confronto pblico entre as foras do bem e do mal. Num lado, estava Baal com suas centenas de profetas; no outro, Jeov e Seu servo solitrio. Como era grande a coragem de Elias,comoeraforteasuaf,aoatrever-seasustentarsozinhoacausadeDeuscontrataisforase multides.Masnoprecisamostemerpelointrpidotisbita:elenoprecisadanossasimpatia.Eleest conscientementepostona presenadAqueleparaquemasnaesnopassamdeumpingoquecaideum balde9.OCuinteiroestemseufavor.Legiesdeanjosenchemaquelemonte,emborasejaminvisveis aosolhosnaturais.Emboraelenopassedeumafrgilcriaturacomonsmesmos,contudoEliasse 9 Isaas 40.15 A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 10 - encontra cheio de f e poder espiritual, e por meio dessa f ele subjuga reinos, pratica a justia, escapa ao fio da espada, faz-se poderoso em guerra, e pe em fuga exrcitos de estrangeiros10. Elias salientava-se diante deles todos com um confiante e majestoso aspecto, como o embaixador docu.Oseuespritoviril,encorajadopelaconscinciadaproteodeDeus,transpareciacorageme intimidava toda oposio. Mas que terrvel e repulsiva viso deveria ser para o prprio homem de Deus, ver uma tal juno dos agentes de Satans que haviam desviado o povo de Jeov do Seu santo e nobre culto, e os tinham seduzido para as abominveis e degradantes supersties do diabo! Elias no tinha nada em comum comaquelesqueconseguemverfriamenteoseuDeusinsultado,eosseuscompatriotasdegradando-se, instigados por homens astutos, destruindo a prpria alma imortal por meio das repulsivas crenas com que foramiludidos.Elenopodiacontemplarcomolhoplcidoosquatrocentosecinquentaodiosos impostores, que da religio fizeram o seu negcio, em troca de lucro imundo ou pelo favor palaciano, para iludirasmultidesignorantes,levando-asparaaeternadestruio.Eleviaaidolatriacomoalgotristee vergonhoso: nada mais do que o prprio mal personificado, o diabo deificado, e o inferno transformado em meiodevidareligioso.EeracomrepulsaqueEliasviaoscmplicesdessesistemadiablico(John Simpson). ParecerazovelconcluirqueAcabeeosseussditosreunidosesperassemqueEliasorassepor chuva nessa ocasio, e que esperassem testemunhar o repentino fim da longa seca e de sua companheira, a fome. No tinham j passado os trs anos a respeito dos quais ele profetizara (1 Rs 17.1)? Dariam agora o luto e o sofrimento outra vez lugar alegria e fartura? Ah, mas havia algo mais, alm da orao, para que asjanelasdoCuseabrissem,algodemuitomaiorimportnciacomqueeranecessrioocupar-se.Nem Acabenemosseussditosseencontravamaindaemsituaoadequadaparasetornaremrecipientesdas Suas bnos e misericrdias. Deus estivera lidando com eles em juzo por causa dos seus terrveis pecados, eatomomentoaSuavaranotinhasidoreconhecida,nemhaviasidoaindaremovidaarazodoSeu desagrado. Como Matthew Henry indicou: Deus, antes de tudo, preparar o nosso corao, e ento o Seu ouvidonosouvir:primeironosfarvoltarparaSi,eentoEleSevoltarparans(Sl10.1711).Os desertores esto proibidos de buscar o favor de Deus antes que voltem a sua lealdade a Ele. Ento, disse Elias ao povo (1 Rs 18.22). O servo de Deus imediatamente tomou a iniciativa, em completo domnio da situao. indizivelmente solene perceber que ele no diz uma s palavra aos falsos profetas, no fazendo nenhuma tentativa de convert-los. Eles estavam destinados destruio (v. 40). No, emvezdisso,elesedirigeaopovo,paraquemhaviaaindaalgumaesperana,dizendo:Atquando coxeareisentredoispensamentos?(v.21).Apalavracoxearsignificacambalear:elesnoestavam andandocorretamente.svezescambaleavamparaoladodoDeusdeIsrael,eentoseinclinavamcomo umbbadoparaoladodosfalsosdeuses.Elesnoestavamplenamentedecididosaquemseguiriam.Eles temiam a Jeov, e por isso no queriam abandon-lO de todo; eles queriam obter o favor do rei e da rainha, e para isso consideravam necessrio adotar a religio do estado. A conscincia deles os impedia de temer a Deus;otemordohomemosforavaabajularorei;masemnenhumadassituaeselesseenvolviamde corao. Por isso, Elias os repreende, por causa da inconstncia e indeciso deles. Elias exige uma deciso definida. importante lembrar que Jeov era o nome pelo qual o Deus dos israelitas havia sempre sido diferenado desde a sada deles do Egito. De fato, o Deus-Jeov dos seus pais era oDeusdeAbrao,deIsaque,edeJac(x3.15,16).Jeovsignificaoauto-existente,onipotente, imutvel,oSereterno,onicoDeus,almdoqualnoexistenenhumoutro.SeoSENHORDeus, segui-o; se Baal, segui-o (1 Rs 18.21). No havia nenhum se na mente do profeta: ele sabia muito bem que Jeov era o nico Deus vivo e verdadeiro, mas o povo precisava que lhe fosse demonstrado o absurdo da sua indeciso. Religies diametralmente opostas no podem ambas estar certas: uma tem de estar errada, etologoaverdadeirasejadescoberta,afalsaprecisaserabandonada.Aaplicaoparanossosdiasdessa exigncia de Elias seria o seguinte: se o Cristo das Escrituras o verdadeiro Salvador, ento renda-se a Ele; 10 Hebreus 11.33,34. 11 BRA: Tu, Jeov, tens ouvido o anelo dos humildes; Tu preparars o seu corao, Fars atento o teu ouvido. A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 11 - seforocristodamoderna cristandade,entosiga-o. Aquelequeexigeanegaodesimesmo,eooutro quepermiteagratificao doegosmo,nopodemambosestarcertos.Aquelequerequeraintransigente mortificaodopecado,eooutroquepermitequevocgracejecomopecado,nopodemseramboso Cristo de Deus. HouvetempoquandoosisraelitastentaramservirtantoaDeuscomoaBaal.Elestinhamalgum conhecimentodeJeov,masJezabel,comoseubandodefalsosprofetas,perturbou-lhesamente.O exemplo do rei os iludiu e a sua influncia os corrompeu. A adorao a Baal era popular, e os seus profetas cortejavam o povo; a adorao de Jeov era desaprovada e os Seus servos foram mortos. Isso levou o povo emgeralaesconderqualquerrespeitoquetivessempeloSenhor.Issoosinduziuaparticiparnaadorao idlatraafimdeescapardahostilidadeeperseguio.Consequentemente,elesvacilavamentreosdois partidos.Elesseassemelhavamapessoasmancas,instveis,coxeandosemfirmezanenhuma.Eles titubeavamtantonossentimentoscomonaconduta.Elespensavamdessaformaajustar-seaambosos partidosparaagradaraosdoiseassegurar-sedofavordeambos.Nohaviaregularidadenoseu procedimento,nohaviaconstncianosseusprincpios,nohaviaconsistncianacondutadeles.Dessa forma, tanto desonravam a Deus como se degradavam com essa hbrida forma de religio, pois temiam o SENHOR e, ao mesmo tempo, serviam aos seus prprios deuses (2 Rs 17.33). Mas Deus no aceitar um corao dividido: Ele quer tudo ou nada.O Senhor um Deus zeloso, que exige todo o nosso amor, e no aceitar dividir o Seu reinado com Baal.VoctemdeserporEleoucontraEle.Elenoadmitiracordos.Vocprecisadecidir-se.Quando Moiss viu o povo de Israel danando em torno do bezerro de ouro, depois de destruir esse dolo e reprovar Aro, ele se ps em p na entrada do acampamento e disse: Quem est do lado de Jeov, venha a mim (x 32.26 BRA). Oh, meu leitor, se voc ainda no fez isso, decida com o piedoso Josu: Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR (Js 24.15). Pondere as solenes palavras de Cristo: Quem no por mim contra mim;equemcomigonoajuntaespalha(Mt12.30).NohnadatorepulsivoparaEledoqueo professadormorno:Quemderafossesfrioouquente!(Ap3.15)ouumacoisa,ououtra.Elenos alertouclaramente:Ningumpodeserviradoissenhores12.Ento,Atquandocoxeareisentredois pensamentos?13Tomeumadecisonumaounoutradireo,porquenopossvelnenhumaharmonia entre Cristo e o Maligno14. Halgumaspessoasquesoeducadasnaproteoenasantificadorainflunciadeumlarpiedoso. Maistarde,saemparaomundo,esedeixamofuscarpelosseusbrilhantes,vistososmasvaziosenfeitese deixam-se conquistar pela sua aparente felicidade. O seu corao insensato anseia pelos encantos e prazeres domundo.Elessoconvidadosatomarpartenissotudo,esoridicularizadossemostramhesitao.E muitas vezes, por no possurem a graa no corao, nem fora de carter para resistir s tentaes, eles so desviadosdocaminho,atendendoaoconselhodosmpiosedetendo-senocaminhodospecadores. verdade que eles no conseguem esquecer de todo o treinamento que anteriormente receberam, e s vezes umaconscinciainquietaoslevaalerumcaptulooudoisdaBbliaeafazersuasoraes;eassimeles permanecementreduasalternativaseinutilmenteprocuramserviradoissenhores.Elesnoseapegam unicamenteaDeus,abrindomodetudoporEleeseguindo-Odetodoocorao.Elessopessoas claudicantes,fronteirias,amameseguemomundo,econtudoaindaconservamalgumaaparnciade piedade. Houtrosqueseapegamaumcredoortodoxo,masqueparticipamdosencantosdomundoe livrementeseentregamaosprazeresdacarne.NotocanteaDeus,professamconhec-lo;entretanto,o negam por suas obras (Tt 1.16). Participam regularmente dos cultos, fazendo-se passar por adoradores de Deus mediante o nico Mediador, e afirmam serem habitao do Esprito, por cujas graciosas operaes o povodeDeusconvencidoadeixaropecadoeandarnoscaminhosdajustiaedaverdadeirasantidade. Mas se voc entrar na casa deles, logo ter razo de duvidar das suas argumentaes. Voc no encontrar 12 Mateus 6.24. 13 1 Reis 18.21. 14 2 Corntios 6.15. A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 12 - adoraodeDeusnoseucrculofamiliar;talveznenhuma,ouquandomuitoumaadoraoemparticular meramente formal; voc no ouvir nada sobre Deus ou sobre as Suas exigncias na conversa diria deles, e nada ver na sua conduta que os distinga das pessoas mundanas respeitveis; sim, voc ver coisas de que os no-crentesmaisdecentesseenvergonhariam.Humatograndefaltadeintegridadeeconsistnciano carter deles, que os torna ofensivos a Deus e desprezveis aos olhos dos homens sensatos. Contudohaindaoutrosquetambmprecisamserclassificadoscomaquelesquemancame vacilam, que so inconstantes no pensamento e na prtica. uma classe menos numerosa, que foi educada no mundo, no meio das suas loucuras e vaidades. Mas por causa da aflio, da pregao da Palavra de Deus, ou algum outro meio, tornaram-se conscientes de que precisam voltar-se ao Senhor e servi-lO se quiserem fugir da ira vindoura e obter a vida eterna. Eles tornaram-se insatisfeitos com a sua vida mundana; contudo, estando rodeados de amigos e parentes mundanos, ficam receosos de mudar sua linha de conduta, para no ofenderoscompanheirosmpiosetrazersobresimesmoszombariaseoposio.Porconseguinte,fazem acordospecaminosos,tentandoconciliarassuasmelhoresconvicesmasnegligenciandomuitasdas exigncias de Deus a seu respeito. Assim eles se posicionam entre duas opinies: aquilo que Deus pensar a respeito deles, e aquilo que o mundo pensar deles. Eles no tm aquela firme confiana no Senhor que os levar a romper com os Seus inimigos e voltar-se completamente para Ele. Haindaumoutrogrupoqueprecisamosmencionar.Emborasejamradicalmentediferentes daquelas que descrevemos acima, essas pessoas merecem ouvir a pergunta: At quando coxeareis entre dois pensamentos? Ao mesmo tempo que so dignas de d, precisam ser reprovadas. Referimo-nos queles que sabem que o Senhor precisa ser amado e servido com todo o corao e em todos os Seus mandamentos, mas que por uma razo ou outra deixam de posicionar-se abertamente ao lado dEle. Por fora, esto separados do mundo, no participam dos seus vos prazeres, e ningum pode apontar coisa alguma na conduta deles que sejacontrriasEscrituras.EleshonramodiadoSenhor,participamregularmentedosmeiosdagraa,e gostam de estar em companhia do povo de Deus. Contudo eles no tomam seu lugar publicamente entre os seguidoresdeCristo,sentando-seSuamesa.Sentem-seindignosdemaisparafazerisso,outememque possamtrazeralgumacensuraSuacausa.Masessafraquezaeinconsistnciaesterrada.SeoSenhor Deus, siga-O da forma que Ele exige, e confie nEle para obter toda a graa necessria. SeoSENHORDeus,segui-o;seBaal,segui-o(1Rs18.21).Ohomemdementedividida vacila e inconstante em todos os seus caminhos (Tg 1.8 SC.XXI). Ns temos de ser decididos tanto emnossaprticacomoemnossaopiniooucrena,deoutraformanoimportaquoortodoxoseja nossocredonossaprofissodeftotalmentesemvalor.evidentequenopodehaverdoisSeres supremos, por isso Elias convocou o povo para organizarem a prpria mente a fim de perceberem qual deles eradefatoDeus;ecomonohaviapossibilidadedeserviremadoissenhores,queseentregassemde corao,sematenodividida,queleSerqueconclussemseroverdadeiroDeusvivo.Eissoqueo Esprito Santo est dizendo a voc, caro leitor que ainda no est salvo: compare um com o outro o dolo a quem voc tem dado a sua afeio e Aquele que voc tem desprezado; e se voc est seguro que o Senhor Jesus Cristo o verdadeiro Deus (1 Jo 5.20), ento escolha-O como a sua poro, renda-se a Ele como o seu Senhor, apegue-se a Ele com todo o seu corao. No se pode servir ao Redentor pela metade ou com reservas. Pormopovonadalherespondeu(1Rs18.21):talvezporqueestivessemindispostosa reconheceraprpriaculpa,eassimofenderaAcabe;ouporquenotinhamcomorefutarElias,eassim estivessemenvergonhadosdaprpriaconduta.Elesnosabiamoquedizer.Seestavamconvictosou confusos,nosabemos;mascertamenteestavamperturbadosincapazesdeacharqualquerdefeitona argumentaodoprofeta.Elespareciamsurpresosqueessasalternativastivessemsidoapresentadaspara escolherem,maselesnoeramnemsuficientementehonestosparaadmitiraprpriaestupideznem suficientementecorajososparadizerqueagiramdeacordocomaordemdorei,seguindoamultidona prticadomal.Eles,ento,procuraramrefgionosilncio,oquemuitomelhordoqueasfteis desculpasproferidaspormuitasdessaspessoashoje,quandosorepreendidasporcausadosseusmaus caminhos. quase certo que eles estavam intimidados pelas penetrantes perguntas do profeta. A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 13 - Porm o povo nada lhe respondeu (1 Rs 18.21). Oh, que nossa pregao seja to clara e fiel, que revele dessa mesma forma aos homens a insensatez da sua posio, que exponha a sua hipocrisia, dissipando a confuso dos seus sofismas, que os conduza dessa forma ao juzo do tribunal da sua prpria conscincia de tal forma que se cale cada uma das suas objees, e que se condenem a si mesmos. Ah, por todo lado vemos aqueles que procuram servir tanto a Deus como a Mamom, na tentativa de conseguir o favor do mundo e aindamereceromuitobemdeCristo.ComofezJnatas,elesqueremassegurarsuapermannciano palciodeSauleaindapermanecercomDavi.Equantoscristosprofessosnohnestesdias,que conseguem ouvir Cristo e Seu povo sendo ofendidos, e nunca abrem a boca em reprimenda temerosos de posicionar-se corajosamente por Deus, envergonhados de Cristo e da Sua causa, embora sua conscincia aproveasprpriascoisasqueescutamsercriticadas.silnciocriminoso,quepossivelmentehaverdeencontrar um Cu silencioso quando chegar a sua prpria vez de clamar por misericrdia. Ento,disseEliasaopovo:SeufiqueidosprofetasdoSENHOR,eosprofetasdeBaalso quatrocentos e cinquenta homens. Deem-se-nos, pois, dois novilhos; escolham eles para si um dos novilhos e,dividindo-oempedaos,oponhamsobrealenha,pormnolhemetamfogo;eupreparareiooutro novilho,eoporeisobrealenha,enolhemetereifogo.Ento,invocaionomedevossodeus,eeu invocarei o nome do SENHOR; e h de ser que o deus que responder por fogo esse que Deus. E todo o povo respondeu e disse: boa esta palavra (1 Rs 18.22-24). Esse era um desafio absolutamente justo, visto que Baal era considerado como deus do fogo, ou senhor do sol. Elias deu aos falsos profetas a preferncia, de forma que o resultado da competio pudesse ser mais claramente para a glria de Deus. A proposta foi to razovel, que o povo uma concordou, o que forou os falsos profetas a sarem a campo aberto: ou eles concordavam com o desafio, ou reconheciam que Baal era um impostor. Captulo 15 O Desafio de Elias Ento,disseEliasaopovo:SeufiqueidosprofetasdoSENHOR,eosprofetasdeBaalso quatrocentosecinquentahomens(1Rs18.22).Osjustossointrpidoscomooleo15:nofogemde dificuldades,noreceiamasmultidesqueseajuntamcontraeles.SeDeusporeles(Rm8.31),nose importam com quem seja contra eles, pois a batalha dEle e no deles. verdade que havia cem homens dosprofetasdoSENHORescondidosnumacaverna(v.13),masque valortinhamelesparaaSuacausa? Aparentemente,elesreceavammostrar-seempblico,poisnohnenhumaindicaodequeestivessem presentesaquinoCarmelo.Contraosquatrocentosecinquentaprofetasreunidosnomontenaqueledia, somente Elias estava do lado de Jeov. Ah, meus leitores, no se pode julgar a verdade pela quantidade de pessoas que a confessam e a apiam: o diabo desde sempre tem tido a maioria do seu lado. E ser diferente emnossosdias?Qualserapercentagemdospregadoresdehojequeestoproclamandoaverdadecom firmeza; e, dentre esses, quantos praticam aquilo que pregam? Deem-se-nos,pois,doisnovilhos;escolhamelesparasiumdosnovilhose,dividindo-oem pedaos,oponhamsobrealenha,pormnolhemetamfogo;eupreparareiooutronovilho,eoporei sobrealenha,enolhemetereifogo.Ento,invocaionomedevossodeus,eeuinvocareionomedo SENHOR; e h de ser que o deus que responder por fogo esse que Deus (1 Rs 18.23.24). Havia chegado a hora de se decidirem as coisas: Jeov e Baal, como se postos frente a frente, diante de toda a nao. Era de mximaimportnciaqueopovodeIsraelfossedespertadodasuapecaminosaindiferenaequeficasse incontestavelmente resolvido quem era o verdadeiro Deus, digno da obedincia e adorao deles. Por essa razo, Elias props o assunto de forma que no ficassem dvidas. Acabara de ser demonstrado, por meio dos trs anos de seca segundo a palavra do profeta, que Jeov podia reter a chuva conforme Ele quisesse, e que os profetas de Baal no tinham condies de reverter a situao nem eram capazes de produzir nem chuva nemorvalho.Agorasefariaumoutroteste,umaliteralprovadefogo,queeraalgomaisdentrodarea deles, j que Baal era adorado como o senhor do sol, e os seus seguidores se consagravam a ele por meio de passar pelo fogo (2 Rs 16.3). Era, portanto, um desafio que os seus profetas no podiam recusar, a menos que se admitissem impostores. Essa prova de fogo no tinha s como objetivo forar os profetas de Baal a sarem a campo aberto e dessa forma deixar manifesta a nulidade das suas pretenses; mas foi principalmente calculada para apelar mente do povo de Israel. Em quantas ocasies gloriosas do passado havia Jeov respondido por fogo! Esse foi o sinal dado a Moiss no Horebe, quando Apareceu-lhe o Anjo do SENHOR numa chama de fogo, no meio de uma sara; Moiss olhou, e eis que a sara ardia no fogo e a sara no se consumia (x 3.2). Esse era o smbolo da Sua presena com o Seu povo nas caminhadas pelo deserto: O SENHOR ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, 15 Provrbios 28.1. A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 15 - para os alumiar(x 13.21). Foi assim quando se fez a aliana e a Lei foi dada, pois Todo o monte Sinai fumegava,porqueoSENHORdescerasobreeleemfogo;asuafumaasubiucomofumaadeuma fornalha(x19.18).EssetambmfoiosinalqueEledeudaSuaaceitaodosacrifcioqueopovoLhe oferecera sobre o altar: E eis que, saindo fogo de diante do SENHOR, consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo o povo, jubilou e prostrou-se sobre o rosto (Lv 9.24). E assim foi nos dias de Davi(veja1Cr21.26).Poressarazo,adescidadefogosobrenaturaldocunestaocasiotornaria manifesto ao povo que o Senhor Deus de Elias era o Deus dos seus pais. ... o Deus que responder por meio do fogo16. Que estranho! Por que no O Deus que responder pormeioda gua?Eradissoqueaterraprecisavacomtantaurgncia.Defato,masantes quesepudesse conceder a chuva, precisava ocorrer uma outra coisa. A seca era um juzo divino sobre o pas idlatra e a ira de Deus precisava ser aplacada antes que se pudesse desviar o Seu juzo. E isso nos conduz ao sentido mais profundodessetremendodrama.NopossvelhaverreconciliaoentreumDeussantoehomens pecadoresanoserpormeiodaexpiao,enopodehaverexpiaoouremissodepecadossenopor meio do derramamento de sangue. A justia divina precisa ser satisfeita; a penalidade da transgresso da lei precisaseraplicadaourecaisobreoruculpadoousobreumsubstitutoinocente.Eessagrandee fundamentalverdadeestavasemdvidanenhumasendoexpostaaosolhosdaquelamultidoreunidano monteCarmelo.Umnovilhofoimorto,cortadoempedaos,ecolocadosobrealenha,eAquelequefez descer o fogo e consumiu aquele sacrifcio afirmou ser Ele mesmo o verdadeiro e nico Deus de Israel. O fogodairade Deusnecessariamentetemdecairousobreopovoculpadoou sobreumavtimaqueo substitua. Comoapontamosacima,adescidadefogodoCusobreavtimavicria(1Cr21.26)noera apenas a manifestao da ira santa de Deus, consumindo a vtima sobre a qual o pecado havia sido colocado, mas era tambm a confirmao pblica da Sua aceitao do sacrifcio, medida que subia para Ele na fumaa comoumsuaveeagradvelaroma.Issoeraumaevidenteprovadequeopecadohaviasidotratado, expiado,removido;agoraasantidadedeDeusestavasatisfeitaepodia,comjustia,sermantida.Foipor essa razo que no dia de Pentecostes o Esprito Santo desceu, manifestando-Se em lnguas, como de fogo (At 2.3). Na explicao que deu deste fenmeno, Pedro disse naquele dia: A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos ns somos testemunhas. Exaltado, pois, destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa doEspritoSanto,derramouistoquevedeseouvis;etambm:Estejaabsolutamentecerta,pois,todaa casadeIsraeldequeaesteJesus,quevscrucificastes,DeusofezSenhoreCristo(At2.32,33,36).O dom do Esprito como lnguas, como de fogo evidenciava a aceitao de Deus, do sacrifcio expiatrio de Cristo, testificava a Sua ressurreio dos mortos, e afirmava a Sua exaltao ao trono do Pai. o Deus que responder por meio do fogo (1 Rs 18.24 BRA). O fogo, ento, a evidncia da presena divina (x 3.2); o smbolo da Sua ira contra o pecado (Mc 9.43-49); o sinal da Sua aceitao de umsacrifciosubstitutivo(Lv9.24);eleosmbolodoEspritoSanto(At2.3),queilumina,inflamae purifica o crente. E tambm por meio do fogo que Ele haver de lidar com o descrente, porque quando o desprezadoerejeitadoRedentorvoltar,seremchamadefogo,tomandovinganacontraosqueno conhecemaDeusecontraosquenoobedecemaoevangelhodenossoSenhorJesus.Estessofrero penalidade de eterna destruio, banidos da face do Senhor e da glria do seu poder 1 Ts 1.8,9). E tambm est escrito: Mandar o Filho do Homem os seus anjos, que ajuntaro do seu reino todos os escndalos e os quepraticamainiqidadeeoslanaronafornalhaacesa;alihaverchoroerangerdedentes(Mt 13.41,42).Indizivelmentesoleneissotudo:lamentvelqueoplpitoinfielhojeoculteofatoqueo nosso Deus fogo consumidor (Hb 12.29). Oh, que terrvel despertar ser, pois no ltimo dia acontecer que se algum no foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lanado para dentro do lago de fogo (Ap 20.15). Deem-se-nos,pois,doisnovilhos;escolhamelesparasiumdosnovilhose,dividindo-oem pedaos,oponhamsobrealenha,pormnolhemetamfogo;eupreparareiooutronovilho,eoporei sobrealenha,enolhemetereifogo.Ento,invocaionomedevossodeus,eeuinvocareionomedo 16 1 Reis 18.24, BRA. A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 16 - SENHOR;ehdeserqueodeusqueresponderporfogoessequeDeus(1Rs18.23,24).Vemos, portanto,queotestepropostoporEliaseratriplo:estavacentralizadonumsacrifcioimolado;devia mostrar a eficcia da orao; devia tornar evidente o verdadeiro Deus por meio da descida de fogo do Cu, cujo significado final apontava ao dom do Esprito como o fruto do Cristo que foi exaltado at os cus. E nessesmesmostrspontos,meuleitor,quetodaequalquerreligioanossareligioprecisaser testada hoje. A pregao que voc ouve regularmente conduz a sua mente a focalizar a morte expiatria do Senhor Jesus Cristo, e atrai o seu corao para Ele? Essa pregao mostra a necessidade de voc pr a sua f na morte expiatria do Senhor Jesus? Se no o faz, saiba que esse no o evangelho de Deus. Aquele que voc adora um Deus que responde oraes? Se no responde, ou voc est adorando um deus falso, ou no est em comunho com o Deus verdadeiro. Voc recebeu o Esprito Santo como o seu santificador? Se no recebeu, a sua situao no nada melhor do que a dos pagos. preciso deixar bem claro que essa ocasio era excepcional, e que o procedimento de Elias no nenhumexemploparaosministrosseguiremhoje.Seoprofetanoestivesseagindodeacordocoma orientaodivina,eleestariaagindoemloucapresuno,tentandoaDeus,pordemandarumtalmilagre dasSuasmos,colocandoaverdadenumriscodessaespcie.Masficabemclaro,pelassuasprprias palavras, que ele est agindo segundo instrues do Cu: por tua ordem tenho feito todas estas cousas (1 Rs18.36BRA).Isso,enadamaisdoqueisso,deveregularosservosdeDeusemtodososseus empreendimentos:elesnodevemavanarnemsequerummilmetroalmdaquiloqueexigeacomisso que receberam de Deus. No deve haver experimentaes, nenhuma atuao conforme a prpria vontade, no se devem seguir as tradies humanas; mas tudo deve ser feito de acordo com a Palavra de Deus. Elias tambm no temia confiar no Senhor quanto ao resultado de tudo aquilo. Ele havia recebido as suas ordens, e as executou com f simples, totalmente seguro de que Jeov no o desapontaria, envergonhando-o diante daquela grande assemblia. Ele sabia que Deus no o colocaria na frente da batalha para ento abandon-lo. verdade que se fazia necessrio um tremendo milagre, mas isso no gerava dificuldades para algum que habitava nos lugares secretos do Altssimo. odeusqueresponderporfogoessequeDeus(1Rs18.24).QueEssesejahonradoe confessado como o verdadeiro Deus. Seguido, servido e adorado como Deus. Uma vez que Ele tenha dado tais provas da Sua existncia, tais demonstraes do Seu grandioso poder, tais manifestaes do Seu carter, tal revelao da Sua vontade, toda incredulidade, indeciso e recusa de dar-Lhe o lugar a que Ele tem direito em nosso corao e vida totalmente inescusvel. Ento, que Ele seja o seu Deus, pela sua rendio a Ele. ElenoSeimpe,mascondescendeemapresentar-Seavoc;digna-Seaoferecer-SeparaquevocO aceite; convida voc a optar por Ele por um ato da sua prpria vontade. As Suasexigncias a seu respeito soincontestveis.paraoseuprpriobemquevocdeveriafazerdEleoseuDeusoseubem supremo, a sua poro, o seu Rei. perda irreparvel para voc mesmo, e eterna destruio, se voc no fizerisso.Presteateno,ento,nesteafetuosoconvitedoSeuservo:Rogo-vos,pois,irmos,pelas misericrdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifcio vivo, santo e agradvel a Deus, que o vosso culto racional (Rm 12.1). Etodoopovorespondeu edisse:boaestapalavra(1Rs18.24).Elesestavamdeacordocom essaproposta,poiselalhespareceuumaexcelenteformaderesolveracontrovrsiaechegarverdade sobrequemeraoverdadeiroDeusequemnoera.Seriaumaevidnciaparaossentidos,eles testemunhariam um milagre. A palavra que Elias tinha dirigido conscincia deles os havia silenciado, mas o apelo razo recebeu deles imediata aprovao. Um sinal sobrenatural dessa espcie tornaria evidente que o sacrifciotinhasidoaceitoporDeus,eelesestavamimpacientementeansiososparatestemunharessa experinciampar.Acuriosidadedelesfervilhava,eelesestavaminteressadssimosemverificarseElias venceria, ou se venceriam os profetas de Baal. Lamentavelmente, assim a pobre natureza humana; pronta paratestemunharosmilagresdeCristo,massurdaaoSeuchamadoaoarrependimento;satisfeitacom qualquerdemonstraoexternaqueapeleaossentidos,masdescontentecomqualquerpalavraquetraga convico e que a condene. assim conosco tambm? importante notar que Elias no s concedeu que os seus oponentes escolhessem um dos novilhos, mastambmlhesdeuprefernciaparacomearemoteste,paraquefizessemoseuclamoraBaal, A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 17 - resolvendo assim a questo sem precisar nenhuma ao adicional na sequncia dos fatos. Contudo ele sabia muito bem que eles seriam frustrados e ficariam confundidos. No devido tempo, o profeta faria tudo o que elestinhamfeito,deformaquenohouvessediferenasentreeles.Haviasomenteumarestrioqueele lhesimps(assimcomotambmofezconsigomesmo):nometamfogoporbaixo17dalenhapara evitarqualquertrapaa.Mashaviaumprincpiomaisprofundoenvolvido,umqueseriademonstradode forma inequvoca naquele dia no Carmelo a extrema necessidade do homem a oportunidade de Deus. Acompletaimpotnciadacriaturaprecisasersentidaevista,antesqueopoderdeDeuspossaser manifestado.Ohomemprimeirotemdesertrazidoaofimdesimesmo,antesqueasuficinciadagraa divinapossaserpercebida.Somenteaquelesquesabemquesopecadoresperdidosearruinadosque podem dar as boas vindas quele que poderoso para salvar. Disse Elias aos profetas de Baal: Escolhei para vs outros um dos novilhos, e preparai-o primeiro, porquesoismuitos,einvocaionomedevossodeus;enolhemetaisfogo.Tomaramonovilhoquelhes fora dado, prepararam-no e invocaram o nome de Baal, desde a manh at ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porm no havia uma voz que respondesse; e, manquejando, se movimentavam ao redor do altar que tinham feito (1 Rs 18.25,26). Pela primeira vez na histria desses falsos sacerdotes, eles se viram incapazes de introduzir a fagulha secreta por entre a lenha colocada sobre o altar. Eles se viram obrigados, dessaforma,adependerdeumapelodiretosuadivindadeprotetora.Eissoelesfizeramcomtodasas foras.Dandovoltasnaquelealtar,meteram-senumadanaselvagememstica,numcompasso desordenado,aossaltosemtornodoaltar,repetindoaomesmotempooseucantochomontono:Ah! Baal, responde-nos! Ah! Baal, responde-nos! Manda-nos fogo sobre o sacrifcio. Eles cansaram-se com todos esses movimentos da sua adorao idlatra, que durou trs longas horas. Mas apesar de toda a sua importunao diante de Baal, no havia uma voz que respondesse. Que prova,essa,dequeosdolosnadamaissodoqueobrasdasmosdehomens.Tmbocaenofalam; tm olhos e no veem; Suas mos no apalpam; seus ps no andam Tornem-se semelhantes a eles os queosfazemequantosnelesconfiam(Sl115.4-8).Nohdvida que Satans poderiater enviadofogo (J 1.9-12), e o teria feito, se lho fosse permitido; mas ele no podia fazer nada a no ser aquilo que lhe era permitido(ThomasScott).Sim,lemos arespeito dasegundabestadeApocalipse13,queopera grandes sinais, de maneira que at fogo do cu faz descer terra, diante dos homens (v. 13). Mas nesta ocasio, o Senhornohaveriadepermitirqueodiabousasseoseupoder,porqueestavaemandamentouma confrontao pblica entre Ele e Baal. Porm nem havia voz, nem quem respondesse (1 Rs 18.26 RC). O altar permaneceu frio e sem fumaa nenhuma; o novilho, sem ser consumido. A impotncia de Baal e a estupidez dos seus adoradores se tornou de todo evidente. A inutilidade e o absurdo da idolatria ficaram completamente expostos. Nenhuma religiofalsa,meuleitor,capazdefazerdescerfogosobreumsacrifciovicrio.Nenhumareligiofalsa consegueremoveropecado,concederoEspritoSanto,ouconcederrespostassobrenaturaisorao. Quando so testadas nesses trs pontos vitais, todas elas uma falham, como aconteceu com os adoradores de Baal naquele memorvel dia no Carmelo. 17 1 Reis 18.23, BRA. Captulo 16 Ouvidos Que No Ouvem Aomeio-dia,Eliaszombavadeles,dizendo:Clamaiemaltasvozes,porqueeledeus;podeser que esteja meditando, ou atendendo a necessidades, ou de viagem, ou a dormir e despertar (1 Rs 18.27). Hora aps hora, os profetas de Baal invocaram o seu deus para que ele fizesse uma pblica demonstrao da suaexistncia,fazendodescerfogodocuparaconsumirosacrifcioqueelestinhamdepositadosobreo altardele;mastudoemvo:Pormnemhaviavoz,nemquemrespondesse18.Eagoraosilncio interrompidopelavozdoservodoSenhor,zombandodosprofetas.Oabsurdoeainutilidadedosseus esforosmereciaplenamenteessesarcasmomordaz.Osarcasmoumaarmaperigosa,masoseuuso plenamente justificado na exposio das ridculas pretenses do erro, e muitas vezes bastante eficaz para convencer os homens da estupidez e da irracionalidade dos seus caminhos. Era muito apropriado que Elias, diante do povo de Israel, expusesse ao desdm aqueles que o tempo todo procuravam enganar esse mesmo povo. Aomeio-dia,Eliaszombavadeles(1Rs18.27).Eraohorrioemqueosolestavaapino,eos falsossacerdotestinhamamelhoroportunidadedexito.Nessahora,Eliasaproximou-sedelese, ironicamente,sugeriuqueseesforassemaindamais.Eleestavatocertodequenadaevitariaofracasso deles,quepdedar-seaoluxoderidiculariz-lossugerindoascausasdaindiferenadodeusdeles: porventura est dormindo, e necessita que o acordem (1 Rs 18.27 BRA). O caso urgente, o crdito de vocse ahonradele esto detalforma emjogo,que melhoracord-lo:porisso,gritemmaisalto,pois seus gritos esto fracos demais, no esto sendo ouvidos; a voz de vocs no alcana os lugares remotos da moradadele;redobremseusesforosparaobteraatenodele.Eradessaformaqueofieleintrpido tisbita despejava zombaria sobre a impotncia deles e desdenhava da sua derrota. Ele sabia que seria daquela forma, e que nenhum esforo da parte deles poderia mudar as coisas. SerqueoleitorestsurpresocomessasexpressessarcsticasdeEliasnessaocasio?Queremos entolembr-loqueestescritooseguintenaPalavradaVerdade:Ri-seaquelequehabitanoscus;o Senhor zomba deles (Sl 2.4). Isso indizivelmente solene, mas indubitavelmente justo: eles riram de Deus e escarneceram dos Seus alertas e ameaas, e agora Ele trata esses zombadores de acordo com a estupidez deles. O Altssimo , de fato, longnimo, contudo h um limite para a Sua pacincia. Ele chama os homens, mas eles se recusam; Ele estende a mo para eles, mas eles no O levam em considerao. Ele os aconselha, maselesconsideramtudocomosemvalor;Elerepreende,maselesnoaceitam.DeveriaEle,ento, aguentar a zombaria impunemente? No; Ele diz assim: eu me rirei na vossa desventura, e, em vindo o vosso terror, eu zombarei, em vindo o vosso terror como a tempestade, em vindo a vossa perdio como o redemoinho,quandovoschegaroapertoeaangstia.Ento,meinvocaro,maseunoresponderei; procurar-me-o, porm no me ho de achar (Pv 1.24-28). 18 1 Reis 18.26, RC. A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 19 - A zombaria de Elias no monte Carmelo nada mais era do que uma vaga demonstrao do escrnio doAltssimonodiaemqueEleagiremjuzo.Serquensmesmosnosencontramosemsemelhante situao? Porquanto aborreceram o conhecimento e no preferiram o temor do SENHOR; no quiseram o meuconselhoedesprezaramtodaaminharepreenso.Quem,comummnimodediscernimento espiritual,podenegarqueessasterrveispalavrasdescrevemcomexatidoacondutadenossaprpria gerao?Ser,ento,queahorrvelsentenaquesegueessaspalavrasjestemandamento?Portanto, comero do fruto do seu procedimento e dos seus prprios conselhos se fartaro. Os nscios so mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impresso de bem-estar os leva perdio (Pv 1.29-32). Se for assim, quem pode duvidar da justia do que est acontecendo? Felizmente, essa passagem indizivelmente solene termina da seguinte forma: Mas o que me der ouvidos habitar seguro, tranquilo e sem temor do mal. Essa uma preciosa promessa onde a f pode apoiar-se, pela qual podemos implorar diante de Deus, e aguardar a Sua responsta, porque nosso Deus no nem surdo nem incapaz como o Baal. AimpressoquesetemqueossacerdotesdeBaalperceberamqueEliasestavameramente zombandodelesquandoosfustigavacomironiacortante,poisquetipodedeusBaalteriadeserpara enquadrar-senadescriodoprofeta!Mastoenfeitiadosestavam etoestpidoseramessesdevotosde Baal,queaparentementenodiscerniramosentidodassuaspalavras,emvezdissoasestimaramcomo palavras de incentivo. Consequentemente, eles se estimulavam uns aos outros a tentar com mais ardor, e, usandoosmeiosmaisgrosseirostentavamcomoverodeusdelesvistadosanguequederramavampor amoraeleepelozelonasuaadorao,coisasqueelessupunhamqueoagradassem.Quopobres, miserveisescravossoosidlatras,cujoobjetodecultopodeseagradarcomaautomutilao,como sofrimento autoimposto dos seus adoradores! Era verdade ali, e ainda hoje verdade: os lugares tenebrosos da terra esto cheios de moradas de crueldade (Sl 74.20 RC). Como devemos ser gratos porque um Deus soberano misericordiosamente nos libertou de tais supersties. E eles clamavam em altas vozes e se retalhavam com facas e com lancetas, segundo o seu costume, atderramaremsangue(1Rs18.28).Queconceitonotinhamelesarespeitodasuadivindade,aqual requeriatocruistormentosdassuasmos!Aindahojesepodemvercoisasassimnomundopago.A adorao de Satans, quer seja na observncia da adorao idlatra ou na prtica de imoralidade, apesar de prometersatisfaospaixeshumanas,cruelcomaspessoasecostumaatorment-lasnestemundo. JeovproibiuexpressamenteosSeusadoradoresdecortarem-seasimesmos(Dt14.1)19.Eleexige,de fato, que mortifiquemos nossa corrupo, mas crueldade fsica no nenhuma satisfao para Ele. Ele deseja somenteanossafelicidade,ejamaisrequeralgoquenotenhaumapropulsodiretaanostornarmais santos para que sejamos mais felizes, uma vez que no pode haver real felicidade parte da santidade. Passado o meio dia, profetizavam at o tempo de se oferecer a oblao da tarde; porm no havia voz, nem havia quem respondesse, nem atendesse (1 Rs 18.29 BRA). Assim, eles continuaram orando e profetizando,cantandoedanando,cortando-seesangrando,athoraemqueerafeitoosacrifcioda tardenotemplodeJerusalm,oqueserias15horas.Porseishorasininterruptas,elestinham importunadooseudeus.MastodooempenhoetodasassplicasdosprofetasdeBaalforaminteis:no desceu fogo para consumir o sacrifcio deles. evidente que o tanto que haviam se esforado era suficiente para comover qualquer deidade! E uma vez que os cus se mantinham completamente silentes, no provava isso ao povo que a religio de Baal e a sua adorao era uma iluso e um engano? nohaviavoz,nemhaviaquemrespondesse,nematendesse.Comoissodeixaevidentea impotnciadosfalsosdeuses.Elessocriaturasfracas,incapazesdeajudarosseusdevotosnahorada necessidade.Elessointeisparaestavida;quantomaisparaavidaporvir!Emnenhumoutrolugarse manifesta com evidncia mais clara a imbecilidade que o pecado produz, do que na idolatria. Ela faz das suas vtimas flagrantes imbecis, assim como aconteceu no Carmelo. Os profetas de Baal edificaram o seu altar e neledepositaramosacrifcio,eentoinvocaramoseudeuspeloespaodeseishorasparaqueele evidenciasse a sua aceitao da oferta deles. Mas em vo. A importunao deles no obteve resposta: os cus se tornaram bronze. Nenhuma lngua de fogo se lanou do cu para consumir a carne do novilho imolado. 19 BRA: no vos cortareis a vs mesmos. A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 20 - Onicosomqueseouviufoioclamorangustiadodoslbiosdosfrenticossacerdotesenquantose mutilavam at jorrar sangue. E,meuleitor,sevocumadoradordedolos,epersistirnisso,vochaverdedescobrirqueo seudeustoimpotenteeinsatisfatriocomooeraBaal.Oseuestmagooseudeus?Vocdispso corao para desfrutar o que a terra tem de melhor, comendo e bebendo no para viver, mas vivendo para comerebeber?Asuamesaestcheiadosprazeresdaterra,enquantomuitoshojeestodesprovidosdas suas necessidades? Saiba ento que, se voc persistir nessa estupidez e perversidade, chegar a hora em que voc haver de descobrir a loucura desse procedimento.Oprazeroseudeus?Vocpsoseucoraonumincessanteredemoinhodedivertimentos correndodeumaformadeentretenimentoparaoutra,empregandotodooseutempoedinheiro disponveis frequentando os atraentes shows da Feira das Vaidades? Os seus momentos de recreao so de contnua agitao e divertimento? Saiba ento que, se voc persistir nessa perversidade e estupidez, chegar a hora quando voc haver de provar as amargas borras que se encontram no fundo desse copo. Mammomoseudeus?Vocpsoseucoraonasriquezasmateriais,dirigindotodasassuas energiasparaaobtenodaquiloquevocimaginaquelhedarpodersobreoshomens,umlugarde proeminncia no mundo social, e que o capacitar a obter as coisas que supostamente lhe daro conforto e satisfao? Adquirir propriedades, um gordo saldo bancrio, possuir aes no mercado por essas coisas quevocesttrocandoasuaalma?Saibaentoque,sevocpersistirnesserumoestpidoeperverso, chegar o momento quando voc descobrir quo sem valor so essas coisas, e como so incapazes de aliviar o seu remorso.Oh,aestupidez,acompletaloucuradeservirfalsosdeuses!Domaisaltopontodevistaisso loucura,poisumaafrontaaoDeusverdadeiro,daraalgumoutroobjetoaquiloquedevidoaEle somente, um insulto que Ele no vai tolerar nem desconsiderar. Mas mesmo no nvel mais baixo crassa estupidez,poisnenhumdeusfalso,nemdolo,capazdeajudardefatonomomentoemqueseprecisa mais de ajuda. Nenhuma forma de idolatria, nenhum sistema de religio falso, nenhum deus alm dAquele que o verdadeiro Deus, pode responder miraculosamente orao, pode dar evidncias de que o pecado foi removido, pode dar o Esprito Santo, o qual, como fogo, ilumina o entendimento, aquece o corao e purifica a alma. Um deus falso no conseguiu fazer descer fogo no monte Carmelo, e nem hoje pode faz-lo. Volte-se ento para o verdadeiro Deus, meu leitor, porque ainda h tempo. Antesdeprosseguirmos,humoutropontoquedevemosnotaremnossotexto,umpontoque contm uma importante lio para esta poca to superficial. Colocaremos o assunto da seguinte forma: o uso de grande ardor e entusiasmo no prova de que a causa seja verdadeira e boa. H uma grande multido de pessoas, hoje, de mente superficial, que deduzem que uma demonstrao de zelo e fervor religioso so um sinal verdadeiro de espiritualidade, e que virtudes desse tipo compensam plenamente qualquer falta de conhecimento e de doutrina sadia que possa haver. Eles raciocinam da seguinte forma: Desde que haja vida ecalor,mesmoqueapregaosejarasa,issoprefervelaumaministraosaudvelmasfriaesem atrativos. Ah, meu leitor, nem tudo que reluz ouro. Os profetas de Baal estavam cheios de intenso fervor ezelo,maseranumacausafalsa,enoconseguiramnadadosCus!Tomecuidado,ento,eguie-sepela Palavra de Deus e no por aquilo que apela s suas emoes ou ao seu gosto pelo entusiasmo. Ento, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele (1 Rs 18.30). Era evidente que no adiantava esperar mais nada. O teste proposto por Elias, oqual recebera o apoio do povo, e que fora aceito pelos falsos profetas, havia demonstrado sem sombra de dvida que no era possvel reivindicarqueBaalerao Deusverdadeiro. Havidachegado,assim,omomento deoservodeJeovagir. Ele havia usado de extraordinrio comedimento durante essas seis horas durante as quais permitiu que seus oponentes ficassem em evidncia, rompendo o silncio apenas uma vez para incit-los a incrementarem seus esforos.Masagoraelesedirigeaopovo,pedindoqueseacheguem,paraquepossamobservarmelhor aquiloqueeleestparafazer.Elesatendemimediatamente,semdvidacuriososparaveroqueelevai fazer, indagando se o clamor do profeta aos Cus ser mais bem sucedido do que o clamor dos profetas de Baal. A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 21 - Elias restaurou o altar do SENHOR, que estava em runas (1 Rs 18.30). Repare bem na primeira coisa que ele fez, a qual tinha o objetivo de falar ao corao dos israelitas que ali estavam. Algum j disse que, aqui no Carmelo, Elias fez um apelo triplo ao povo. Primeiro, ele apelou conscincia deles, quando perguntouedepoisosexortou:Atquandocoxeareisentredoispensamentos?SeoSENHORDeus, segui-o;seBaal,segui-o(1Rs18.21).Segundo,eleapelourazodeles,quandopropsquesedevia fazer aquele teste entre os profetas de Baal e ele, que o deus que responder por fogo esse que Deus (1 Rs 18.24). E agora, quando restaurou o altar do SENHOR, ele apelou ao corao deles. Dessa maneira, EliasdeixouumadmirvelexemploparaosservosdeDeusdetodasaspocasfuturas.Osministrosde Cristo devem dirigir-se conscincia, razo e s emoes dos seus ouvintes, pois somente assim a verdade podeser apresentada adequadamente, asprincipaisfaculdades da almahumanapodemseralcanadas,ese podeesperardosouvintesumadecisodefinidaparacomoSenhor.necessriomanterumequilbrio entreaLeieoEvangelho.precisosondaraconscincia,convenceramente,eavivarasemoes,se quisermos que a vontade se mova e entre em ao. Foi o que aconteceu com Elias no Carmelo. Ento, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele (1 Rs 18.30). Como era vigorosa e inabalvel a confiana do profeta em Deus. Ele sabia muito bem o que a sua f e orao tinhamobtidodoSenhor,eelenotinhaomenortemordequeseriaagoradesapontadoepostoem confuso. O Deus de Elias jamais falha para com aquele que confia nEle com todo o corao. Mas o profeta estava determinado a pr acima de qualquer suspeita essa resposta por fogo. Por essa razo, ele pediu que o povo chegasse perto para v-lo reparando o altar de Jeov que estava em runas. Era preciso que estivessem o mais prximo possvel, para que comprovassem porsi mesmos que no havia nenhum truque, nenhuma inserodealgumafagulhasecretanomeiodalenhasobreaqualonovilhoimoladoseriacolocado.A verdade no teme a investigao minuciosa. Ela no foge da luz, pelo contrrio, procura a luz. o diabo e seus emissrios que amam as trevas e os segredos, e agem sob o disfarce do misticismo. Elias restaurou o altar do SENHOR, que estava em runas (1 Rs 18.30). H muito mais coisas do que se pode ver primeira vista. Recebemos alguma luz se compararmos a linguagem de Elias em 19.10 os filhos de Israel deixaram a tua aliana, derribaram os teus altares. De acordo com a lei mosaica, havia apenas um altar sobre o qual se podiam oferecer sacrifcios, e tinha sido ali que o Senhor havia estabelecido a Sua peculiar residncia dos dias de Salomo, em Jerusalm. Mas antes que o tabernculo fosse erigido, erapossveloferecersacrifciosemqualquerlugar,enadispensaoanteriorosaltarestinhamsido construdos onde quer que os patriarcas fixavam residncia temporria, e provvel que seja a esses altares que Elias se refere em 1 Reis 19.10. Esse altar em runas, ento, era uma solene testemunha de que o povo se havia afastado de Deus. A restaurao desse altar pelo profeta era uma repreenso ao povo pelo pecado deles, uma confisso do que havia acontecido, e, ao mesmo tempo, uma volta deles ao lugar de partida. E, leitor, isso est registrado para a nossa instruo. Elias comeou reparando o altar em runas. E nessepontoquensprecisamoscomearsequisermosqueabnodoCuretornesigrejasenossa terra.EmmuitoslaresqueseprofessamcristoshumaltardeDeusnegligenciado.Houveumtempo quandoafamliasereuniaereconheciaaDeusnaautoridadedaSuaLei,nabondadedaSuaprovidncia diria, no amor da Sua redeno e graa constante, mas no mais se ouve o som da adorao conjunta que se elevava daquele lar. A prosperidade, o mundanismo, os prazeres silenciaram os tons da devoo. Esse altar estemrunas:aescurasombradopecadoimperanaquelacasa.Enopossvelaproximar-sedeDeus enquanto no se confessa o pecado. Aqueles que ocultam o pecado no tm como prosperar (Pv 28.13). O pecado tem de ser confessado, antes que Deus responda com fogo santo. E o pecado precisa ser confessado tantonaprticacomoporpalavras:oaltarprecisaserreconstrudooutravez.Ocristoprecisavoltarao lugar de partida (Veja Gn 13.1-4; Ap 2.4,5). Captulo 17 A Certeza da F E Elias tomou doze pedras, conforme o nmero das tribos dos filhos de Jac, ao qual veio a palavra doSENHOR,dizendo:Israelseroteunome(1Rs18.31RC).Issofoiimpressionanteeabenoado, pois era a f ocupando o lugar daquilo que se podia enxergar. Naquela assemblia estavam presentes apenas os sditos de Acabe, e consequentemente, membros de somente dez das tribos de Israel. Mas Elias tomou dozepedrasparaconstruiroaltar,declarandoqueeleestavaparaoferecersacrifcioemnomedetodaa nao(cf.Js4.20;Ed6.17).Dessaforma,eledeutestemunhodaunidadedeles, daunioexistente entre Jud e as dez tribos. O Objeto da adorao deles originalmente era um s, e assim tinha de ser agora. Dessa forma Elias enxergou Israel do ponto de vista de Deus. Na mente de Deus, a nao era uma s desde toda a eternidade. Exteriormente eles agora eram duas naes. Mas o profeta desconsiderou essa diviso: ele no andou por vista, mas pela f (2 Co 5.7). nisso que Deus Se compraz. a f que O honra, e por isso Ele sempre reconhece e honra a f onde quer que ela seja encontrada. Ele fez isso aqui no Carmelo, e assim Ele o faz tambm hoje. Senhor, aumenta a nossa f. E qual a grande verdade simbolizada nesse incidente? No bvio? No devemos ns olhar alm dotpicoenaturalIsraelparaoIsraelantitpicoeespiritual,aIgrejaqueoCorpodeCristo?Comtoda certeza!Eda?NomeiodafrequentedispersoqueagoraprevaleceosfilhosdeDeusqueandam dispersos (Jo 11.52) no meio de variadas denominaes, no podemos perder de vista a unidade mstica fundamental de todo o povo de Deus. Aqui tambm temos de andar pela f e no pela vista. Temos de ver as coisas do ponto de vista de Deus: temos de contemplar aquela Igreja que Cristo amou e pela qual Ele Se deu,assimcomoelaexistenoeternopropsitoenoseternosconselhosdabenditaTrindade.Jamais haveremosdeveraunidadedaNoiva,aesposadoCordeiro,visivelmentemanifestaantesnossosolhos externosatqueavejamosdescendodocu,aqualtemaglriadeDeus20.Masporenquantotanto nossa obrigao como nosso privilgio fazer parte daquilo que est na mente de Deus, perceber a unidade espiritualdosSeussantos,ereconheceressaunidadeacolhendoemnossossentimentostodoaqueleque manifesta alguma coisa da imagem de Cristo. Essa a verdade para a qual apontam as doze pedras usadas por Elias. EEliastomoudozepedras,conformeonmerodastribosdosfilhosdeJac(1Rs18.31). PrestemosatenotambmemcomoEliasseajustavaaquiLeidoSenhor.Deushaviadadoinstrues expressas quanto ao Seu altar: Se me levantares um altar de pedras, no o fars de pedras lavradas; pois, se sobreelemanejaresatuaferramenta,profan-lo-s. Nemsubirspordegrauaomeualtar,para queatua nudez no seja ali exposta (x 20.25,26). Em completa harmonia com essa determinao divina, Elias no mandou buscar pedras que tivessem sido lavradas e polidas pela mo humana, mas usou pedras brutas, em estadonatural,queseachavamnotopodamontanha.ElefezusodaquiloqueDeusproveuenodaquilo 20 Apocalipse 21.11. A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 23 - que a mo humana fizera. Ele agiu de acordo com o padro divino que as Sagradas Escrituras lhe forneciam, pois a obra de Deus tem de ser feita da maneira e com os mtodos indicados por Deus. Isso tambm est escrito para o nosso ensino. Cada um dos vrios atos daquela ocasio, cada detalhe do procedimento de Elias, precisa ser considerado e avaliado se quisermos descobrir o que se requer de ns para que o Senhor Se mostre forte em nosso favor. Com respeito ao Seu servio, Deus no deixou as coisas anossocritrio,nemaosditamesdaconveninciaoudasabedoriahumana.Elenosprovidenciouum modelo (compare Hb 8.5), e Ele muito zeloso desse modelo e requer que nos regulemos por ele. Tudo tem de ser feito conforme Deus ordenou. No momento em que nos afastamos do modelo de Deus, ou seja, no momento que deixamos de agir em completa harmonia com um assim diz o Senhor, estaremos agindo porcontaprpria,enomaispodemoscontarcomaSuabno.Nohcomoesperarmosofogode Deus enquanto no nos adequarmos completamente s Suas exigncias. vistadoqueacabamosdeapontar,temosaindaalgumadificuldadeparadescobrirporquea bnodeDeusseapartoudasigrejas,porqueoSeupodermiraculosonomaissevagindonomeio delas?porquetemhavidoumtolamentvelafastamentodoSeumodelo,porquetantasinovaesse infiltraram,porqueasigrejastmempregadoarmascarnaisnasualutaespiritual,porqueelastm maldosamentetrazidoparadentromeiosemtodosmundanos.Emconsequncia,oEspritoSantoest ofendido e apagado. O ocupante do plpito precisa no somente prestar ateno ordem divina de pregar a mensagem que eu te digo (Jn 3.2), mas o culto inteiro, a disciplina e a vida da igreja precisa ser regulada pelas orientaes que Deus tem dado. O caminho da obedincia o caminho da prosperidade espiritual e da bno, mas o caminho da vontade prpria e da autodeterminao o caminho da impotncia e do desastre. Com as pedras edificou um altar ao nome de Jeov; e fez um sulco capaz de conter duas medidas de semente ao redor do altar (1 Rs 18.32 BRA). Ah, repare nisto: (Ele) edificou um altar ao nome de Jeov:ouseja,porSuaautoridade,paraaSuaglria.Eassimdevesempreserconosco:Etudooque fizerdes, seja em palavra, seja em ao, fazei-o em nome do Senhor Jesus (Cl 3.17). Essa uma das regras bsicas que deve governar todas as nossas aes. Oh, que diferena faria se os que se dizem cristos fossem regulados por ela. Quantas dificuldades seriam removidas e quantos problemas resolvidos. O crente jovem muitas vezes se pergunta se esta ou aquela prtica so certas ou erradas. Traga tudo a este critrio: Eu posso pedir a bno de Deus sobre isto? Posso fazer isto em nome do Senhor? Se no posso, algo pecaminoso. Misericrdia!QuantacoisanacristandadeestsendofeitahojesobosantonomedeCristo,masqueEle nunca jamais autorizou, que de forma grave O desonra, que um verdadeiro fedor s Sua narinas. Aparte-se da injustia todo aquele que professa o nome do Senhor (2 Tm 2.19). Ento, armou a lenha, e dividiu o bezerro em pedaos, e o ps sobre a lenha (1 Rs 18.33 RC). E aqui repare novamente o rigor com que Elias segue o modelo que as Escrituras lhe apontam. Por meio de Moiss, o Senhor tinha dado ordens a respeito das ofertas queimadas21: Ento, ele esfolar o holocausto e o cortar em seus pedaos. E os filhos de Aro, o sacerdote, poro fogo sobre o altar e poro em ordem lenhasobreofogo.TambmosfilhosdeAro,ossacerdotes,colocaroemordemospedaos,asaber,a cabea e o redenho, sobre a lenha que est no fogo sobre o altar (Lv 1.6-8). Esses detalhes da conduta de Elias so imensamente dignos de nota porque pelo que se relata dos profetas de Baal naquela ocasio, no se diznadasobreelescolocaremalenhaem ordem,ou decortaronovilhoempedaosecoloc-lossobrea lenha;massimplesmentesedizqueelesTomaramonovilhoquelhesforadado,prepararam-noe invocaramonomedeBaal(v.26).Ah,nessaspequenascoisascomooshomenslheschamam,que vemos a diferena entre os verdadeiros e os falsos servos de Deus. Ento, armou a lenha, e dividiu o bezerro em pedaos, e o ps sobre a lenha (1 Rs 18.33 RC). Enotemosaquitambmimportanteinstruoparans?AobradoSenhornodeveserexecutadasem cuidado e s pressas, mas com grande preciso e reverncia. Se somos ministros de Cristo, temos de pensar a servio de quem estamos. No tem Ele pleno direito ao nosso melhor? Como precisamos nos esforar para apresentar-nosaDeusaprovados,sequeremosserobreirosquenotmdequeseenvergonhar(2Tm 21 Holocausto termo formado de dois elementos gregos holo, que significa todo, inteiro; e caust, que significa queimado. A vtima do sacrifcio oferecido em holocausto era inteiramente queimada. A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 24 - 2.15)! Que palavra terrvel, essa que encontramos em Jeremias 48.10: Maldito aquele que fizer a obra do SENHORrelaxadamente!Poressarazo,busquemosgraaparalevaremcontaessamaldioquando preparamosnossossermes(ouartigos)ouoquequerquefaamosemnomedenossoSenhor. penetranteestadeclaraodeCristo:Quemfielnopoucotambmfielnomuito(Lc16.10).No apenasaglriadeDeusquediretamenteafetada,mastambmestenvolvidaafelicidadeouadesgraa eterna de almas imortais, quando nos ocupamos na obra do Senhor. ... depois, fez um rego em redor do altar ... e disse: Enchei de gua quatro cntaros e derramai-a sobreoholocaustoesobrealenha.Disseainda:Fazei-osegundavez;eofizeram.Dissemais:Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez. De maneira que a gua corria ao redor do altar; ele encheu tambm de gua o rego (1 Rs 18.32-35). Como era calma e digna a sua forma de agir! No havia pressa, no havia confuso: tudo foi feito com decncia e ordem. Ele no agia sob o medo do fracasso, mas estava seguro do que ia acontecer. Algumas pessoas tm se perguntado de onde podia ter vindo tanta gua depois de trs anos deseca,mas precisolembrarqueomar estavalogo ali,esemdvidanenhuma foidelequesetrouxe a gua doze cntaros ao todo, novamente correspondendo ao nmero das tribos de Israel! Antes de prosseguir, faamos uma pausa e contemplemos aqui o vigor da f de Elias no poder e na bondadedoseuDeus.Ofatodederramartantaguasobreoaltar,agrandequantidadedeguasobrea oferta e sobre a lenha debaixo dela, fazia com que parecesse inadequado e improvvel que qualquer fogo as consumisse.EliasestavadeterminadoaqueaintervenodeDeusfosseomaisconvincenteeadmirvel possvel. Ele estava to confiante em Deus que no temia amontoar dificuldades no caminho dEle, certo de que no pode haver dificuldades para Aquele que onisciente e onipotente. Quanto mais improvvel fosse a resposta,maisglorificadocomelaseriaoseuSenhor.Oh!Impressionantefquepoderirdas impossibilidades, que pode at mesmo aument-las com o fim de ter a alegria de ver Deus conquist-las! a f intrpida e ousada que Ele Se agrada em honrar. Lamentavelmente, quo pouco disso ns vemos hoje. Os diasemquevivemosso,naverdade,diasdepequenascoisas.Sim,sodiasquandoaincredulidade abunda.Aincredulidadesehorrorizacomasdificuldades,eplanejacomoremov-las,comoseDeus precisasse de alguma ajuda de nossa parte! Nodevidotempo,paraseapresentaraofertademanjares,aproximou-seoprofetaElias(1Rs 18.36).Aoesperaratahoraquandoseapresentava aoblaodatarde22(notemplo),Eliasconfessou a suacomunhocomosadoradoresemJerusalm.Enotemosaquiumalioparamuitosdopovodo Senhor nestes dias obscuros? Vivendo em lugares isolados, privados dos meios da graa, contudo eles podem lembrar a hora da pregao semanal, e da reunio de orao, e nessa mesma hora aproximar-se do trono da graa e unir as suas peties com aqueles irmos distantes na igreja que frequentaram na mocidade. nosso privilgio santo ter e manter comunho espiritual com os santos quando no mais podemos manter contato pessoal com eles. Assim tambm os enfermos e os idosos, embora privados das ordenanas pblicas, dessa forma podem unir-se ao coro geral de louvor e aes de graa. Em especial nos deveramos fazer presentes nesses deveres e gozar esse privilgio no Dia do Senhor. Nodevidotempo,paraseapresentaraofertademanjares,aproximou-seoprofetaElias(1Rs 18.36).Mashavia algumacoisamais,algomaisprofundo,algomaispreciosonaesperadeEliasatesse horrioespecfico.Essa"ofertademanjares"queseofereciatodososdiasnotemploemJerusalm,trs horas antes do pr-do-sol, apontava para a Oferta Queimada antitpica, que haveria de ser imolada quando chegasseaplenitudedotempo.Fiando-senesseGrandeSacrifciopelospecadosdopovodeDeusqueo Messias haveria de oferecer quando Se manifestasse na terra, o Seu servo agora assumiu lugar junto do altar queapontavaadianteparaaCruz.Elias,assimcomoMoiss,tinhaprofundointeressenesseGrande Sacrifcio,comoficabemclarodofatoqueeles"falavamdasuapartida,queeleestavaparacumprirem Jerusalm" quando os dois apareceram e conversaram com Cristo no monte da transfigurao (Lc 9.30,31). Foi com a sua f repousando no sangue de Cristo (no no sangue de um novilho) que Elias agora apresenta suas peties a Deus! 22 1 Reis 18.36, BRA. A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 25 - Nodevidotempo,paraseapresentaraofertademanjares,aproximou-seoprofetaElias(1Rs 18.36): ou seja, sobre o altar que ele havia edificado e sobre o qual colocara o sacrifcio. Sim aproximou-se, embora esperasse uma resposta de fogo! Contudo no estava nem um pouco amedrontado. Tornamos a dizer: que santa confiana em Deus! Elias estava plenamente seguro de que Aquele a quem servia, a quem estava honrando, no haveria de causar-lhe dano. Ah, o longo tempo gasto no ribeiro Querite e os inmeros dias passados no seu quartinho na casa da viva em Sarepta no foram desperdcio de tempo. Ele aproveitou otempo,gastando-oemsecretocomDeus,refugiando-sesombradoOnipotente,ealiaprendeulies preciosas que nenhuma escola humana pode dar. Ministros de Deus, permitam-nos chamar sua ateno para o fato que o poder de Deus para as ministraes pblicas s se adquire quando ele recebido em particular, nosecreto.Aousadiasantadiantedopovotemdeserobtidapormeiodahumilhaodaalmadiantedo escabelo da misericrdia no lugar secreto. ...e disse: SENHOR, Deus de Abrao, de Isaque e de Israel (1 Rs 18.36). Isso foi muito mais do que uma referncia aos ancestrais do seu povo, ou aos fundadores da sua nao. Tambm foi mais do que uma expresso patritica ou sentimental. Isso evidenciou o vigor da sua f e manifestou o fundamento em que ela descansava. Era o reconhecimento de Jeov como o Deus que fizera uma aliana com o Seu povo, e comotalprometerajamaisabandon-los.OSenhorhaviaentradoemsolenepactocomAbrao(Gn 17.7,8),eorenovoucomIsaqueeJac.FoiaessepactoqueoSenhorfezrefernciaquandoapareceua Moissnasaraardente(x3.6ecf.2.24).QuandoIsraelfoioprimidopelossriosnosdiasdeJeoacaz, somos informados do seguinte: Porm o SENHOR teve misericrdia de Israel, e se compadeceu dele, e se tornou para ele, por amor da aliana com Abrao, Isaque e Jac (2 Rs 13.23). A f viva de Elias no pacto, expressa audivelmente, lembrou ao povo o fundamento da esperana e da bno deles. Oh, que diferena no faz quando somos capazes de apelar ao sangue da eterna aliana (Hb 13.20). SENHOR, Deus de Abrao, de Isaque e de Israel, fique, hoje, sabido que tu s Deus em Israel (1Rs18.36).EssafoiaprimeirapetiodeElias;reparebemanaturezadela,porquetornaclaramente manifesto o prprio carter dele. O corao do profeta estava cheio de zelo ardente pela glria de Deus. Ele nopodiatoleraropensamentodaquelesaltaresarruinadosedosprofetasmartirizados.Elenopodia tolerar que a terra fosse poluda com a idolaria dos pagos, que insultava a Deus e destrua as almas. Ele no estava preocupado consigo mesmo, mas com o terrvel fato que o povo de Israel abrigava a idia de que o Deus de Abrao, Isaque e Jac abdicara em favor de Baal. O esprito dele se emocionou at as profundezas medidaquecontemplavaquoostensivaegravementeJeoveradesonrado.Oh,quefssemosmais profundamente movidos pelo triste estado da causa de Cristo sobre a terra hoje, pela usurpao do unimigo e da terrvel desolao que ele tem feito em Sio! de lamentar que muitos de ns estejam dominados por um esprito de indiferena, por uma espcie de estoicismo fatalista.A principal ideia da orao de Elias era que Deus pudesse vindicar a Si mesmo naquele dia, que Ele tornasseconhecidooSeugrandepoder,queElefizessevoltaraSiocoraodopovo.somentequando conseguimosteremvistaedefendemosaglriadeDeusmaisdoqueaosnossosinteressespessoais,que alcanamos o lugar onde Ele no nos negar. lamentvel que estejamos to ansiosos a respeito do sucesso denossotrabalho,aprosperidadedenossaigrejaoudenominao,queperdemosdevistaaquesto infinitamente mais maravilhosa da vindicao e honra do nosso Senhor. No de admirar que nossa volta tenhamos to pouco da bno de Deus! O nosso bendito Redentor nos deixou um exemplo muito melhor: Eunoprocuroaminhaprpriaglria(Jo8.50),declaraoessafeitaporAquelequeeramansoe humildedecorao.Pai,glorificaoteunome(Jo12.28)esseeraodesejocontroladordoSeu corao. Quando desejava que Seus discpulos produzissem fruto, era para que fosse glorificado meu Pai (Jo 15.8). Eu te glorifiquei na terra (Jo 17.4), disse o Filho ao completar a Sua misso. E agora Ele declara o seguinte: E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho (Jo 14.13). ...fique,hoje,sabidoquetusDeusemIsrael,equeeusouteuservo(1Rs18.36).uma bno observar esse homem, por cuja palavra foram fechadas as janelas do cu, por meio de cuja orao o mortofoirestauradovida,diantedequematmesmooreitremeuumabno,repetimos,v-lo assumiresselugardiantedeDeus....fique,hoje,sabidoque...eusouteuservo.Eraolugardo A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 26 - subordinado, o lugar humilde, o lugar onde ele estava debaixo de ordens. Um servo algum cuja vontade est completamente rendida a outrem, cujos interesses pessoais esto completamente subordinados aos do seu senhor, cujo desejo e alegria agradar e honrar aquele que o empregou. E essa era a atitude e o hbito de Elias: ele estava completamente rendido a Deus, empenhado em buscar a Sua glria e no a sua prpria. OserviocristonoconsisteemfazeralgoparaCristo;consisteemfazeraquiloqueEleapontoue designou para ns. Companheiros, ministros cristos, isso o que ns somos? Est a nossa vontade rendida a Deus de tal forma, que podemos dizer de verdade: Eu sou Teu servo? Mas repare uma outra coisa aqui. ... fique, hoje,sabidoque...eusouteuservo:Reconhece-mecomoTeuservopormeiodamanifestaodoTeu poder. No suficiente que o ministro do Evangelho seja servo de Deus, preciso que seja manifesto que ele um servo de Deus. Como? Por meio da sua separao do mundo; pela sua devoo ao seu Senhor; pelo seuamorecuidadopelasalmas;pelosseusincansveislabores;suaauto-rennciaesacrifciopessoal;por gastar-se e deixar-se gastar na ministrao aos outros; e pelo selo do Senhor sobre o seu ministrio. Pelos seusfrutososconhecereis:pelasantidadedoseucartereconduta,pelaoperaodoEspritodeDeus neles e atravs deles, pelo andar daqueles que se encontram sob o seu ministrio. Como precisamos orar: fique sabido que eu sou Teu servo! Captulo 18 A Orao Eficaz Nofinaldonossoltimocaptulo,estvamosconsiderandoaoraoqueEliasfeznomonte Carmelo.Essasplicadoprofetaexigequeaexaminemoscomateno,poisfoiumaoraoeficaz,ela obteveumarespostamiraculosa.HduasrazesprincipaisporquetantasoraesdopovodeDeusso infrutferas. Primeiro, porque elas no satisfazem os requisitos de uma orao aceitvel; segundo, porque as suassplicasestoemdesacordocomasEscrituras,noseguemopadrodasoraesregistradasnas SagradasEscrituras.Acabaramospornosdesviarmuitodonossoassunto,seentrssemosemdetalhesa respeito de quais so os requisitos que temos de cumprir e quais as condies que temos de preencher a fim de obter a ateno de Deus, de forma que Ele Se mostre forte em nosso favor. Contudo sentimos que este umlugarapropriadoparadizeralgumacoisaarespeitodesseimportantssimoeprticoassunto,evamos pelo menos citar alguns dos principais requisitos para sermos bem-sucedidos diante do trono da graa. A orao um dos notveis privilgios da vida crist. o meio designado para chegar a Deus, para a almaaproximar-sedoseuCriador,paraocristomantercomunhoespiritualcomoseuRedentor.A orao o canal por meio do qual buscamos o suprimento de todas as necessidades de graa espiritual e das misericrdias terrenas. Ela a avenida pela qual fazemos conhecidas as nossas necessidades diante de Deus, e O buscamos para que nos supra cada uma delas. A orao o canal por meio do qual a f sobe at aos cus eemrespostaaelaosmilagresdescemterra.Masseessecanalestiverobstrudo,ossuprimentosso negados; se a f for inativa, os milagres no acontecem. Desde a antiguidade, Deus disse ao Seu povo: Mas as vossas iniquidades fazem separao entre vs e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vs, para que vos no oua (Is 59.2). E ser diferente hoje? Ele declara outra vez: As vossas iniquidades desviam estas coisas, e os vossos pecados afastam de vs o bem (Jr 5.25). E no esse o caso com muitos densagora?Notemosnsrazoparareconhecer:Nsprevaricamosefomosrebeldes,etunonos perdoaste. De nuvens te encobriste para que no passe a nossa orao (Lm 3.42,44). triste, triste de fato, quando esse o caso. Se aquele que se professa cristo supe que, no importando qual seja o carter do seu andar, que ele apenas precisa declarar o nome de Cristo e as suas peties tm resposta assegurada, ele est tristemente enganado.Deusindescritivelmentesanto,eaSuaPalavradeclaradeformaexpressa:Seeunocorao contemplaraavaidade,oSenhornometeriaouvido(Sl66.18).NosuficientecreremCristo,ou declararoSeunome,paragarantirrespostasorao;necessriohaversujeioprticaaEleediria comunhocomEle:Sepermanecerdesemmim,easminhaspalavraspermanecerememvs,pedireiso quequiserdes,evosserfeito(Jo15.7).NosuficienteserumfilhodeDeuseclamaraonossoPai celeste;necessrioordenaranossavidadeacordocomavontadereveladadEle:eaquiloquepedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe agradvel (1 Jo 3.22).Nosuficienteaproximar-seousadamentedotronodagraa;nstemosdeaproximar-noscom sincero corao, em plena certeza de f, tendo o corao purificado de m conscincia e lavado o corpo com A Vida de Elias Volume 2 Captulos 13 a 24 A. W. Pink- 28 - guapura(Hb10.22)tudoaquiloquepoluidevetersidoremovidopelospreceitospurificadoresda Palavra (v. Sl 119.9). Vejaosprincpiosaquenosreferimosbrevementeacimaereparecomoessasexignciasforam cumpridaseessascondiespreenchidasnocasodeElias.Eleandouemestritaseparaodomalque abundavaemIsrael,recusoucederoumanterqualquercomunhocomasobrasinfrutferasdastrevas.