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PROJETO DE ORAÇÃO 2013 PROCLAMANDO 03/08/2013 O SIGNIFICADO DA VERDADEIRA PROSPERIDADE 10/08/2013 AS PROMESSAS DA VERDADEIRA PROSPERIDADE 17/08/2013 OS PRECEITOS DA VERDADEIRA PROSPERIDADE 24/08/2013 OS PRINCÍPIOS DA VERDADEIRA PROSPERIDADE 31/08/2013 OS PROPÓSITOS DA VERDADEIRA PROSPERIDADE A VERDADEIRA Como é feliz quem teme o Senhor, quem anda em seus caminhos! Você comerá do fruto do seu trabalho, e será feliz e próspero. (Sl 128:1-2)

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PROJETO DE ORAÇÃO 2013

PROCLAMANDO

03/08/2013 O SIGNIFICADO DA VERDADEIRA PROSPERIDADE

10/08/2013 AS PROMESSAS DA VERDADEIRA PROSPERIDADE

17/08/2013 OS PRECEITOS DA VERDADEIRA PROSPERIDADE

24/08/2013 OS PRINCÍPIOS DA VERDADEIRA PROSPERIDADE

31/08/2013 OS PROPÓSITOS DA VERDADEIRA PROSPERIDADE

A VERDADEIRAComo é feliz quem teme o Senhor,

quem anda em seus caminhos! Você comerá do fruto do seu trabalho,

e será feliz e próspero.

(Sl 128:1-2)

Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.É proibida a reprodução parcial ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor Alan Pereira RochaConselho Editorial José Lima de Farias Filho Hermes Pereira Brito Magno Batista da Silva Osmar Pedro da Silva Otoniel Alves de Oliveira Gilberto Fernandes Coelho João Leonardo Júnior

IMPRESSÃO

Gráfica e Editora A Voz do CenáculoRua Dr. Afonso Vergueiro, nº 12 – Vila MariaSão Paulo – SP – CEP 02116-000Fone: (11) 2955-5141 – Fax: (11) 2955-6120

Revisão de textos: Eudoxiana Canto Melo Capa: Rafael Bagatini Editoração: Farol Editora

ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NOS SERMÕES

ARA – Almeida Revista e AtualizadaARC – Almeida Revista e CorrigidaAS21 – Almeida Século 21ECA – Edição Contemporânea de AlmeidaNVI – Nova Versão InternacionalKJA –Tradução King James AtualizadaBV – Bíblia VivaNBV – Nova Bíblia VivaBJ – Bíblia de JerusalémTEB – Tradução Ecumênica da BíbliaNTLH – Nova Tradução na Ling. de Hoje

Projeto de Oração 2013 | 3

Apresentação

Somos gratos a Deus por nos permitir dar mais um passo importante na busca da santificação proclamadora, com o de-senvolvimento de mais uma etapa do Projeto de Oração do mês de agosto, desta vez com um tema bastante oportuno, que trata dos reais valores no Reino de Deus.

Embora o tema geral para o mês de agosto de 2013 seja “A VERDADEIRA PROSPERIDADE”, o conhecimento virá em por-ções semanais, desdobradas a cada sábado, proporcionando tempo suficiente para reflexão e autoanálise das igrejas e de cada irmão, a fim de que o crescimento se dê de maneira ma-dura e sólida.

Acompanhe os temas para cada um dos sábados:

03/08/2013 • O significado da verdadeira prosperidade

10/08/2013 • As promessas da verdadeira prosperidade

17/08/2013 • Os preceitos da verdadeira prosperidade

24/08/2013 • Os princípios da verdadeira prosperidade

31/08/2013 • Os propósitos da verdadeira prosperidade

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A exemplo dos anos anteriores, os cinco sermões foram escri-tos pelo Departamento de Educação Crista (DEC) da Convenção Geral das Igrejas Adventistas da Promessa e expressam o pensa-mento dos promessistas acerca deste assunto que foi amplamente divulgado e mal utilizado pelas igrejas modernas, segundo as quais o conceito de prosperidade está intimamente ligado a uma busca secreta do prazer, baseando-se no individualismo e no materialis-mo, através dos quais o indivíduo evidencia que é abençoado pelo fato de ter coisas, de modo que, quanto mais tem, mais abençoa-do é, o que se constitui uma forma moderna de hedonismo.

O sentido errado empregado à prosperidade formatou su-percrentes, abastados, com jargões modernos, orgulhosos, sem submissão à Bíblia, pessoas que amarram o inimigo, julgadores dos demais, que não têm a mesma saúde, a mesma casa, o mes-mo carro ou a mesma roupa, crentes sem compaixão, até se de-pararem com a primeira crise nas finanças ou na saúde, a partir de quando se transformam em pessoas frustradas com Deus, irreconciliáveis, amarguradas, uma vez que aprenderam que o bom crente tem coisas e saúde que demonstram a eficácia de sua fé. Uma prosperidade assim não serve para os promessistas.

É por isso, então que, em aplicação à diretriz de santifica-ção, disponibilizamos este material, pedindo aos pastores, missionários e obreiros que chamem ao envolvimento todos os oficiais, departamentos e mensageiros de agosto a esta im-portante obra de apresentação das verdades das Escrituras Sa-gradas ao povo comprado por Cristo na cruz.

Façam mais: promovam uma vigília ao Senhor, no último sábado; convidem os irmãos à consagração; busquem os dons espirituais, tudo sempre para a honra e a glória do Senhor Je-sus Cristo, nosso eterno Salvador!

Pastor Hermes Pereira de BritoVice presidente da Convenção Geral da IAP

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3 de agosto

E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades. (Fp 4:19)

INTRODUÇÃO: Pela graça de Deus, hoje damos início ao nosso tradicional projeto de oração do mês de agosto. Neste ano de 2013, meditaremos sobre: “A verdadeira prosperida-de”. Trataremos de seus vários aspectos, à luz da Bíblia. Vamos começar falando do seu significado. A Bíblia se refere muito à prosperidade. Nela, a prosperidade sempre é entendida como algo que vem de Deus: E o varão estava admirado de vê-la, calando-se, para saber se o SENHOR havia prosperado a sua jornada ou não (Gn 24:21 – grifo nosso).

No profeta Isaías, temos a seguinte afirmação: Eu, eu tenho falado; também já o chamei. Eu o trouxe e farei próspero o seu caminho (48:15 – grifo nosso). No que diz respeito ao rei Uzias, a Bíblia diz que este buscou ao Senhor e Deus o fez prospe-rar (2 Cr 26:5). A prosperidade é sempre entendida como algo que vem de Deus. Tanto é assim que temos o seguinte pedido no Salmo: Oh! Salva-nos Senhor, nós te pedimos; oh! Senhor, concede-nos prosperidade! (Sl 118:25). Mas o que é, então,

O SIGNIFICADO da verdadeira prosperidade

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prosperidade, à luz da Bíblia? É justamente sobre isso que tra-taremos. Vamos fazer dois movimentos neste sermão. O pri-meiro, para explicar o falso conceito de prosperidade vendido por muitas igrejas, e o segundo, para apresentarmos a verda-deira prosperidade, de acordo com o evangelho. Comecemos!

1º MOVIMENTO:O MENTIROSO ENSINO SOBRE PROSPERIDADE

Preste muita atenção ao que vamos dizer agora. É impor-tante. É sobre uma falsa doutrina que invadiu o Brasil e as igre-jas brasileiras, a partir da década de 70. É a chamada “Teologia da Prosperidade”, defendida nas igrejas neopentecostais. Infe-lizmente, a Bíblia deixou de ser a única regra de fé e de prática nos movimentos neopentecostais. As “experiências místicas ocuparam o lugar da verdade revelada de Deus. A busca do subjetivo tomou o lugar da exposição objetiva da Palavra”.1 Não é mais o homem que está a serviço de Deus, mas Deus que está a serviço do homem. Deplorável!

A mola propulsora do neopentecostalismo é sua mensagem triunfalista, baseada na teologia da saúde e da prosperidade, surgida na primeira “metade do século XX, nos Estados Unidos. De acordo com essa doutrina, o cristão não deve ser atingido pelas vicissitudes da vida, assunto atraente nos dias de hoje”.2 Essa corrente doutrinária ensina que qualquer sofrimento do cristão é um sinal de que este não tem fé ou está em pecado. A marca do cristão cheio de fé ou próspero é a “plena saúde física, emocional e espiritual. Pobreza e doença são resultados

1. Lopes (2007:19).2. Idem.

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visíveis do fracasso do cristão que vive em pecado ou que pos-sui fé insuficiente”.3

Cuidemo-nos quanto a esse falso ensino! Afinal, dizer que ficar enfermo é sinal de falta de fé é contrariar a revelação bí-blica. Servos de Deus piedosos adoeceram. Basta nos lembrar-mos de Paulo (2 Co 12:7-10); Timóteo (1 Tm 5:23); Trófimo (2 Tm 4:20); Epafrodito (Fp 2:27) etc. Todos servos de Deus que enfrentaram terríveis enfermidades. Essas pregações, infeliz-mente, têm enganado a muitos cristãos imaturos que não en-tendem que a “vida cristã não é uma sala vip, um parque de diversões nem colônia de férias. Neste mundo enfrentaremos fraqueza, doença, dor, lágrimas, morte. Aqui não é o céu”.4

É bom que se diga que nós acreditamos em milagres! Deus continua operando sinais e maravilhas dentro do seu soberano propósito. Ele cura quem quer e quando quer. Não cura a to-dos! Contudo, não ser curado não significa não ser amado por ele. Não usemos a palavra de Deus para prometer o que ele nunca prometeu. A teologia da prosperidade é uma afronta à soberania de Deus. Palavras como “exigir”, “decretar”, “reivin-dicar” e “determinar” são usadas em relação a Deus! Os teó-logos da prosperidade chegaram ao absurdo de afirmar que usar a frase “se for da tua vontade”, em oração, pode parecer espiritual, demonstrar atitude piedosa de quem é submisso à vontade de Deus, mas não adianta nada e destrói a própria oração!5 O que estão fazendo com o verdadeiro evangelho? Estão dando veneno para o povo em vez do pão nutritivo da verdade, são “agentes da morte e não promotores da vida”.6

3. Romeiro (1993:5).4. Lopes (2007:45).5. Romeiro (1993:37).6. Lopes (2007:62).

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É incrível como os neopentecostais se afastaram do evan-gelho. É gritante o quanto eles estão distorcendo o autêntico evangelho. A razão? A verdadeira fé bíblica deve estar funda-mentada nas Escrituras, o que não acontece nesses movimen-tos. Concordamos com Alderi Souza de Matos, quando afirma que uma das grandes deficiências das igrejas neopentecostais reside justamente na maneira com que interpretam a Bíblia, usando-a como um “joguete, uma peteca lançada para lá e para cá, ao sabor das conveniências”.7 Nas igrejas neopente-costais, a Palavra perdeu o espaço diante das experiências! A Bíblia é encarada prioritariamente como um livro de promes-sas, “de bênçãos, de fórmulas para a solução de problemas, e não como a revelação especial na qual Deus mostra como as pessoas devem conhecê-lo, relacionar-se com ele e glorificá--lo”.8 A fé se torna varinha de condão. Não se fala nos grandes e importantes temas da pregação cristã, tais como pecado, re-conciliação, justificação, adoção, santificação, obediência etc.

A teologia da prosperidade é uma das “mais graves distor-ções do evangelho já vistas na história cristã”,9 pois seus adep-tos são incentivados ao materialismo. Ensina-se que prosperi-dade é ter bens materiais e bastante dinheiro. Diz-se: “Deus é dono do ouro e da prata, então, filho de Deus tem que ser rico”. Segundo essa perspectiva teológica, o que de melhor Deus tem para nos oferecer não é o perdão, mas um bom emprego, estabilidade financeira e coisas do tipo. Isso é grave. Por fim, chamamos a atenção para o nocivo efeito da prática dos neo-pentecostais. Como não é bíblica, a proposta das igrejas neo-pentecostais não se sustenta por muito tempo. Cedo ou tarde, as promessas da teologia da prosperidade se mostram vazias e

7. Matos (2008:45).8. Idem.9. Idem.

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geram uma multidão de decepcionados. As últimas pesquisas mostram que muitas pessoas estão saindo das igrejas neopen-tecostais pelas portas dos fundos, decepcionadas e enganadas. São essas pessoas que chegarão às nossas igrejas precisando de tratamento. Proclamemos a elas o autêntico evangelho. A mensagem de que Jesus morreu por nós para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou (2 Co 5:15). Ensinemos a estas pessoas o ensino bíblico sobre a prosperidade, conforme veremos a seguir.

2º MOVIMENTO:O ENSINO BÍBLICO SOBRE PROSPERIDADE

Vamos, agora, estudar o que a Bíblia ensina sobre a ver-dadeira prosperidade. Para isso, vamos verificar o significado de algumas das palavras que foram traduzidas por prosperida-de, em nossas Bíblias. Vamos lá. Uma das palavras hebraicas traduzidas por prosperidade é tsãlêah, que tem o sentido de alcançar satisfatoriamente aquilo que se pretende. De acordo com o Antigo Testamento, isso só acontece de maneira plena e verdadeira, mesmo diante de infortúnios, na vida daquele que busca a Deus de todo o coração (2 Cr 31:21; Js 1:8; Sl 1:3).10 Ou-tra palavra hebraica, também traduzida, em nossas Bíblias, por “prosperidade” é shãlôm (Sl 35:27). Em quase dois terços da aparição desta palavra, na Bíblia, ela está ligada ao estado de plenitude e realização, que é resultado da presença de Deus.11 O homem a quem Deus deu shãlôm é abençoado, guardado e tratado graciosamente. Esta prosperidade chega até ele por meio da dádiva divina.12

10. Harris; Archer Jr.; Waltke (1998:1285).11. Idem, p. 1573.12. Idem.

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Às vezes, traduz-se a palavra hebraica shalwâ como pros-peridade. Este substantivo diz respeito a uma vida tranquila (Sl 122:7). Ela é colocada como antônimo de contendas, em Pv 17:1. Outra palavra hebraica é shalû, no Sl 30:6. No caso deste Salmo, a palavra expressa a falsa sensação de segurança vin-da dos bens, que foi considerada “prosperidade”. Então, aqui, a palavra está ligada à ideia de possuir algo. Outra palavra é próspero (hb. sh alew), uma qualidade dada a um indivíduo. E que é o indivíduo próspero, no Antigo Testamento? É aquele que desfruta de uma relacionamento com Deus, que medita em sua lei (Sl 1), que teme e confia em Deus (Sl128). A palavra também é usada para se referir àquele que possui riquezas (1 Sm 25:2-6). Enfim, em todos esses casos, os autores do Antigo Testamento entendem que essa prosperidade sempre vem de Deus (Gn 24:21; Is 48:15).

No Novo Testamento, temos a palavra grega eudoo, que, em algumas Bíblias, foi traduzida por “prosperidade”, em 1 Co 16:2. Noutras, a ideia é de “renda”. Essa mesma palavra apa-rece duas vezes em 3 Jo 2. Lá, o sentido é abrangente. Ela é aplicada a todas as áreas da vida. O desejo de João é para que tudo corra bem na vida de Gaio. Pois bem, feita essa rápida exposição de algumas palavras que foram traduzidas por pros-peridade, em nossas Bíblias, podemos afirmar que, prioritaria-mente, a pessoa verdadeiramente próspera não é aquela que tem dinheiro, mas aquela que tem Deus e desfruta de um rela-cionamento com ele.

A priori, prosperidade não tem a ver com possuir bens, mas com as bênçãos de Deus na família, paz no coração, satisfação em se viver. Quer dizer, ser próspero não é ter muito, mas, sim, ter a bênção de Deus na vida. Com a benção de Deus, o “pou-co” é “muito”. Sem a bênção dele, o “muito” é “nada”. À luz da Bíblia, ser rico de coisas materiais não é o sinônimo da verda-deira prosperidade. Muitos têm bastante dinheiro, mas não

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têm paz, nem satisfação na vida. Alguém já disse que boa parte daqueles que consideramos ricos, na verdade, são as pessoas mais pobres do mundo. São tão pobres, mas tão pobres, que tudo o que têm é o dinheiro. É só lembrarmos a parábola do rico insensato (cf. Lucas 12:16-21).

Por ter um conceito distorcido do que é ser verdadeiramen-te próspero, um dos salmistas, autor do Salmo 73, por pou-co não desviou os seus passos. Ele viu a “prosperidade” dos perversos (v.3). Ele definiu a prosperidade dos perversos em termos de saúde e riquezas, no Salmo. O salmista não enten-dia como Deus podia permitir que os perversos prosperassem. Contudo, um dia, ele entrou no santuário e entendeu o que é ser verdadeiramente próspero. Compreendeu que isso tem a ver com estar junto a Deus (v. 28). Todas as riquezas passarão, um dia. Os perversos serão destruídos com seus montões de dinheiro! Sua aparente prosperidade de nada lhes adiantará. O próprio Paulo, no Novo Testamento, envia uma palavra para os ricos: ... não depositem sua esperança na instabilidade das riquezas, mas em Deus que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento (1 Tm 6:17).

De acordo com esse texto citado, as riquezas são instá-veis. Nossa confiança deve estar posta sempre em Deus! Não estamos dizendo, de maneira nenhuma, que Deus não pros-pera seus filhos materialmente. Ele constantemente o faz. Inclusive, é possível que esta palavra de Paulo seja endere-çada aos ricos cristãos! Nós acreditamos que o Senhor tem enriquecido financeiramente a muitos filhos dele ao longo do tempo. Inclusive, hoje. Se você é rico, não pense que é por causa de você e de sua sabedoria. Reconheça o quanto Deus tem sido gracioso! O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada. Deus pode, sim, prospe-rar financeiramente seus filhos. Contudo, este não é o alvo maior da vida cristã.

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Não ser rico de bens materiais não significa não ser amado por Deus. Ficar enfermo não significa não ser amado por Deus. Não temos promessas bíblicas de que ficaríamos ricos, mas de que seríamos sustentados. A garantia bíblica que temos, saída da boca de Jesus, é: Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa? (Mt 6:25). E finaliza: Busquem, pois, em pri-meiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas (Mt 6:33).

O Deus que nos deu a vida e o corpo tem poder para nos dar o sustento. Paulo diz: E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas ne-cessidades (Fp 4:19). Suprir “necessidades” é diferente de su-prir “desejos” ou “caprichos”. Temos a garantia de que nossas necessidades seriam supridas! Portanto, se você tem recebido dele o suficiente para viver de forma digna e tem paz em seu coração, considere-se uma pessoa próspera. Essa promessa está se cumprindo em sua vida. O surpreendente é que Deus é bondoso, que ele nos tem dado mais do que o suficiente para viver. É ou não verdade? Para alguns cristãos, Deus tem dado inclusive riquezas materiais. Somos muito abençoados e deve-mos dar glória a Deus por isso.

CONCLUSÃO: Chegamos ao final do primeiro sermão do projeto de oração de agosto de 2013. Nos próximos sába-dos, ainda meditaremos sobre outros aspectos da verdadeira prosperidade. Hoje, entendemos “o significado da verdadeira prosperidade”. Vimos que a pessoa próspera, de acordo com a Escritura, é aquela que tem Deus, se relaciona com ele, e aprendeu a depender dele. Na Bíblia, temos dois personagens interessantes: Salomão, que, sendo um afortunado, sabia que

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todos os bens não passavam de vaidade (Ec 2:4-11); e Paulo, que era pobre, pelo Espírito disse: ... mas enriquecendo a mui-tos; nada tendo, mas possuindo tudo (2 Co 6:10). Por que eles disseram isso? Lembre-se do que Jesus disse: ... a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens (Lc 12:15 NVI).13 Não são os nossos bens que definem quem somos.

Entendermos que a prosperidade no sentido bíblico nos livra de sermos pessoas descontentes. Agora que sabemos o que significa prosperidade, ouçamos o autor de Hebreus: Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: ‘Nunca o deixarei, nunca o abandonarei’ (13:5). Além dele, noutro lugar da Bí-blia, lemos: Tendo sustento e com o que nos vestir, estejamos contentes (1 Tm 6:8). Por fim, desafio você a fazer a seguin-te oração: Duas coisas te peço; não mas negues, antes que eu morra: afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário (Pv 30:7-8). Nem pobreza ou riqueza: será que teríamos a co-ragem de orar assim? Se Deus nos der pobreza ou riqueza, em sua soberania, sabe o que está fazendo, e tem razões para isso. Contudo, que a nossa vida seja pautada pelo contentamento em Deus e pelo desejo de agradá-lo. Seja próspero nele!

13. Lopes (2009:11-12).

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BIBLIOGRAFIA

HARRIS, R. Laird; ARCHER Jr., Gleason L.; WALTKE, Bruce K. Di-cionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tra-dução: Márcio Loureiro Redondo, Luiz Alberto T. Sayão, Carlos Osvaldo C. Pinto. São Paulo: Vida Nova, 1998.

LOPES, Hernandes Dias. Dinheiro, a prosperidade que vem de Deus. São Paulo: Hagnos, 2009.___________________. Morte na panela: uma ameaça real à Igreja. São Paulo: Hagnos, 2007.

MATOS, Alderi Souza de. A Integridade do evangelho: uma ava-liação do neopentecostalismo. (In) Revista Ultimato. Viçosa, MG: Ultimato, edição 312, Maio-Junho de 2008.

ROMEIRO, Paulo. Decepcionados com a graça: esperanças e frustrações no Brasil neopentecostal. São Paulo: Mundo Cris-tão, 2005.

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10 de agosto

E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades. (Fp 4:19)

INTRODUÇÃO: No sábado passado, tivemos a oportunida-de de refletir sobre o significado da verdadeira prosperidade. Vimos que o conceito bíblico de prosperidade não se limita à abundância de recursos financeiros. É muito mais do que isso. Vida próspera, de acordo com a palavra de Deus, estende-se a outros aspectos, como saúde, paz, amor, contentamento, equi-líbrio e por aí vai. Não se trata de vida sem sofrimento, sem sacrifício, sem dor, sem choro ou cheia de regalias, mas de uma vida de contentamento com o que se recebe do Senhor, o que possibilita viver bem.

Hoje, trataremos sobre as promessas da prosperidade. Deus é o autor da prosperidade de seus filhos. Quanto a isso, a certeza que a Bíblia nos dá é esta: Deus faz que o solitário more em família; tira os cativos para a prosperidade (Sl 68:6 – grifo nosso). Segundo o salmista, o Senhor se compraz na prosperidade do seu servo (Sl 35:27). Isso é maravilhoso, não é mesmo? Ao contrário do que muitos imaginam, Deus não tem

AS PROMESSASda verdadeira prosperidade

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prazer em nos ver na lona. Ele quer o melhor para nós. Por isso, promete-nos prosperidade nos aspectos essenciais da vida. Ele tem prazer em nos ver prosperar!

Deus quer que sejamos verdadeiramente prósperos. Por isso, faz-nos, por meio de sua palavra, três importantes pro-messas. Vejamos, portanto, a primeira:

1. DEUS PROMETE A FELICIDADE NA FAMÍLIA

Quão importante é essa instituição criada por Deus, cha-mada família. Ela nunca sairá de moda, nunca falirá, pois o seu criador a fez para prosperar. É no âmbito familiar que as pesso-as aprendem os primeiros valores essenciais para a vida. Pois bem, a palavra de Deus diz que o homem que teme ao Senhor tem a bênção de Deus sobre a família. Abra, por favor, a sua Bíblia na Salmo 128. Este salmo começa dizendo: Bem-aventu-rado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! Se você teme ao Senhor e anda nos caminhos dele, tem promessa para sua vida. Observe o versículo 3: Tua esposa, no interior de tua casa, será como a videira frutífera; teus filhos, como reben-tos da oliveira, à roda da tua mesa. Há alguns ensinamentos valiosíssimos nesse texto.

Aqui, é possível observar a promessa de prosperidade em, pelo menos, duas importantes áreas do âmbito familiar. A pri-meira delas refere-se ao casamento. Na primeira parte do ver-sículo, a mulher é comparada a uma videira. Por quê? Vejamos. Naquela época, a videira era símbolo de frutificação.1 Logo, a mulher frutífera era aquela que dava muitos filhos ao seu mari-do. Uma boa família significava uma família com muitos filhos.2 Isso era honroso para qualquer homem. Contudo, a videira

1. Kidner (1981:454). 2. Champlin (2000:2472).

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também era usada para ilustrar o amor do marido por sua es-posa (Ct 7:6-9).3 Veja que a imagem da videira favorece tanto ao marido quanto a esposa. Deus faz o casamento próspero porque dá condições aos cônjuges de buscarem e encontrarem satisfação no outro.

Vivemos num contexto diferente do vivenciado naquela época. Porém, o princípio da parceria conjugal precisa estar cada vez mais vívido no coração dos cônjuges. Um depende do outro. O amor, o respeito e a compreensão devem ser mútuos, recíprocos. Quando há temor ao Senhor na família, há fideli-dade; nenhuma das partes procura suprir suas necessidades conjugais com “estranhos”. É no temor do Senhor que a vida conjugal deixará de ser uma zona de guerra, uma área de con-flito, e se tornará um lugar de paz. É no temor do Senhor que o ciúme dará lugar à confiança. É no temor do Senhor que a violência física e a verbal perderão espaço para o carinho e o perdão, pois bem aventurado é aquele que teme ao SENHOR (Sl 128:1a). Louvado seja Deus!

A segunda área do âmbito familiar em que é possível ob-servar a promessa de prosperidade refere-se aos filhos. Na se-gunda parte do v.3, os filhos são comparados a rebentos de oliveira. Os “brotos (‘rebentos’) da oliveira ao redor da base da árvore são viçosos e cheios de vigor e retratam os filhos ao re-dor da mesa da família.”4 Como é bom aos pais terem por per-to seus filhos bem saudáveis. É um privilégio de todo pai e de toda mãe acompanhar o desenvolvimento dos filhos. O Senhor nos promete prosperidade nesse sentido, irmãos! Ele abençoa a nossa descendência. É feliz a família cujo Deus é o Senhor!

Além dessas duas áreas do ambiente familiar que tratamos aqui, quero lhe chamar à atenção para a expressão “em volta

3. Wiersbe (2006:328).4. Idem.

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da tua mesa”, que aparece no versículo 3. O que ela nos ensi-na? Vemos aqui a cena de uma família feliz em volta da mesa. Isso aponta para relacionamentos familiares saudáveis, com diálogo e respeito. Podemos, sim, irmãos, ter paz e comunhão em nosso lar, e Deus nos promete essa bênção. Saiba disto: no sentido bíblico, ter uma família prospera e feliz não significa ausência de problemas, dificuldades e crises nela, mas significa passar por tudo isso em união e confiança em Deus.

Por almejar que sejamos verdadeiramente prósperos, Deus promete a felicidade na família. Esta é a primeira dentre as três promessas a serem analisadas nesta manhã. Vejamos a segunda:

2. DEUS PROMETE A BÊNÇÃO DO TRABALHO

O Deus que nos dá prosperidade no âmbito familiar tam-bém nos faz prosperar no aspecto profissional. O trabalho faz parte da vida do ser humano. E isso não é de agora. Antes mesmo de Adão pecar, Deus o colocou no Jardim do Éden para o cultivar e o guardar (Gn 2:15). Assim sendo, o traba-lho, como a família, também foi instituído por Deus. Jesus declarou, em João 5:17: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. No entanto, devemos atentar para duas importantes questões. A primeira é que não podemos esque-cer que, para trabalhar, dependemos de Deus; nada podemos fazer sem a ajuda dele (Tg 4:15). A segunda é que o trabalho é bom, desde que não prejudique aquilo que deve ser mais prioritário na vida (família, saúde, práticas devocionais etc.). Portanto, aprenda a dosá-lo.

Tendo dito isso, mantenha, por gentileza, a sua Bíblia aberta no verso 2 do Salmo 128, que diz: Você comerá do fruto do seu trabalho, e será feliz e próspero (NVI). Eis uma importante pro-messa divina aos que temem ao Senhor! A promessa aqui está relacionada à prosperidade, quanto à segurança no sustento.

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A preocupação de qualquer pessoa responsável por sua família está basicamente em garantir, dia após dia, o suprimento ne-cessário ao bem estar da mesma. E o que o Senhor promete? Que você comerá do fruto do seu trabalho!. É possível que es-tejamos falando, aqui, com alguém que está desempregado. Se é o seu caso, não desanime. Há uma promessa de Deus para a sua vida. Creia: ele vai lhe abrir uma porta.

A mensagem deste texto é que o bom marido precisava trabalhar para sustentar a sua família, mas iria fazê-lo com a segurança de que obteria sucesso em seu trabalho. Ele come-ria do fruto de seus labores. Seu trabalho seria produtivo e produziria resultados prósperos. Era piedoso e isso fazia toda a diferença.5 Entenda: a verdadeira prosperidade não está atrelada à desonestidade. Você será próspero com o trabalho digno e honesto. Nada de querer ganhar dinheiro ou ser pro-movido por meios ilícitos. Faça o seu trabalho bem feito. Deus honra os que lhe são fiéis. José do Egito foi fiel a Deus em tudo e este o fez prosperar.

A promessa contida no texto também está relacionada ao domínio sobre recursos. A expressão comer do trabalho das tuas mãos significava desfrutar de uma vida pacífica, sem a presença de saqueadores levando a colheita ou sem a seca ou a praga causando fome.6 Logo, somos prósperos não somente quando adquirimos o que necessitamos para a nossa subsis-tência, mas, também, quando não o perdemos ou o retemos. Deus nos ajuda nesse sentido. Ele nos orienta a administrar bem os nossos recursos (Is 55:2). Portanto, tenha cuidado com o quanto e com o quê você gasta o seu suado dinheirinho. Não se afunde em dívidas. Não compre o que não possa pagar. Sai-ba investir naquilo que é, de fato, proveitoso. Seja fiel nos dízi-

5. Champlin (2000:2471). 6. Chapman et al (308-309).

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mos e nas ofertas e seja sábio ao administrar os 90% restantes. Assim, você será feliz e próspero.

Por almejar que sejamos verdadeiramente prósperos, Deus promete a felicidade na família e o sucesso no trabalho. As duas promessas que vimos até aqui. Atentemos, portanto, à terceira e última:

3. DEUS PROMETE A PROVISÃO NO COTIDIANO

As duas primeiras promessas de que tratamos estão fun-damentadas claramente no Salmo 128. Esta última, por sua vez, está baseada em Mateus 6:25-33. Antes de qualquer coi-sa, convidamos-lhe a responder essas perguntas a si mesmo: “Com o que você tem ocupado excessivamente os seus pen-samentos?”; “Tem andado muito preocupado com o que pode ou não faltar na dispensa de sua casa amanhã?”. Veja, por fa-vor, o que Jesus diz, no v.25: ... não andeis ansiosos pela vossa vida, quando ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir.

O propósito de Jesus é nos advertir quanto às preocupações excessivas, que levam à aflição. Como, então, é possível vencer as preocupações que tanto assolam o mundo de hoje? Com a confiança em Deus! Por quê? Obviamente, porque é ele quem sustenta as aves do céu e nós valemos muito mais do que elas (v.25). Deus faz crescer os lírios do campo (v.28). Também veste a erva do campo (v.30), e sabe do que necessitamos (v.32). Em outras palavras, Deus é a nossa provisão!

Deus promete a provisão em nossas necessidades para vi-vermos de forma digna, ou seja, a promessa de provisão divina está relacionada à necessidade e à dignidade humanas. O pão não faltará em nossa mesa. Não andaremos despidos, por falta de roupas. Veja, por gentileza, o v.30: Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno,

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quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?. Em Fp 4:19, Paulo diz: E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.

Todavia, lembre-se: Deus promete suprir as nossas necessi-dades, não os nossos desejos ou caprichos consumistas. Hoje em dia, somos impulsionados por este sistema capitalista a vi-vermos insatisfeitos com o que temos. Somos levados a um consumo desenfreado e egoísta. Por isso, nem sempre o que sonhamos é aquilo que, de fato, precisamos. Devemos buscar, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas nos serão acrescentadas (Mt 6:33). Que coisas nos serão acrescentadas? As necessidades básicas para a nossa subsis-tência apresentadas nos versículos anteriores. É só lembrar-mos a oração que Jesus nos ensinou: ... o pão nosso de cada dia dá-nos hoje (Mt 6:11)

O ser humano não precisa esbanjar recursos para viver bem. O que precisa, de fato, é do necessário para subsistir e viver de forma digna. Aprendamos, portanto, a viver contentes com as bênçãos que o Senhor nos proporciona. Paulo fazia isso em todas as circunstâncias (Fp 4:12). Todavia, o fato de Deus nos suprir não significa que devemos ser indolentes, preguiçosos. Deus alimenta as aves; contudo, elas usam o bico para cavar a terra, caçam insetos e constroem ninhos com fios e folhas.7 Não devemos ser diferentes. O trabalho dignifica o homem: ... o trabalho de suas mãos será recompensado (Pv 12:14b).

CONCLUSÃO: Chegamos à conclusão desta mensagem. Re-flita sobre tudo o que você ouviu nesta manhã. Certamente, Deus falou com você, por intermédio de sua palavra. O nosso Deus, o dono de todas as coisas, prometeu-nos prosperidade em nossa família, em nosso trabalho e em nossas necessidades

7. Piper (2008:127).

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básicas. Acredite: se ele promete, cumpre. Ele é fiel. Está escri-to: Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá? (Nm 23:19).

Sabendo disso, fazemos-lhe um desafio: Confie em Deus. As coisas estão difíceis no lar, no trabalho e as preocupações com o amanhã tiram o seu sono? Confie no Senhor. Seja fiel a ele e espere por sua provisão. Tenha fé. Ter fé é crer que algo acontecerá, antes mesmo que aconteça; é crer que teremos aquilo de que precisamos, mesmo quando nada temos. A fé é uma firme confiança no caráter de Deus; é saber que, embora não vejamos a solução de um problema, ele a vê.8 Você não está sozinho no mundo. O Senhor é quem o fará prosperar para que você viva feliz.

8. Cunningham & Rogers (1993:20).

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BIBLIOGRAFIA

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado: versículo por versículo. Vol 4. São Paulo: Candeia, 2000.

CHAPMAN, Milo L. (et al). Comentário bíblico Beacon: volume 3. 3 ed. Tradução: Valdemar Kroker e Haroldo Janzen. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

CUNNINGHAM, Loren/ Rogers, Janice. Fé e finanças no reino de Deus. Tradução: Myrian Talitha Lins. Venda Nova: Betânia, 1993. KIDNER, Derek. Salmos 73-150: introdução e comentário. Tra-dução: Gordon Chown. São Paulo: Mundo Cristão, 1981.

PIPER, John. O que Jesus espera de seus seguidores: manda-mentos de Jesus ao mundo. Tradução: Maria Emília de Oliveira. São Paulo: Vida, 2008.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Tes-tamento. Vol.3. Poéticos. Tradução: Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

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17 de agosto

Pode um homem roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam: ‘Como é que te roubamos?’ Nos dízimos e nas ofertas. Vocês estão debaixo de grande maldição porque

estão me roubando; a nação toda está me roubando. Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa.

Ponham-me à prova”, diz o Senhor dos Exércitos, “e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las. (Ml 3:8-10)

INTRODUÇÃO: Nesta oportunidade, daremos continui-dade ao projeto de oração deste mês de agosto: “A Verda-deira Prosperidade”. O sermão de hoje está baseado no li-vro do profeta Malaquias e tem por título: “Os Preceitos da Verdadeira Prosperidade”. Temos aprendido, até aqui, que a verdadeira prosperidade não tem a ver com ter uma con-ta bancária recheada, saúde intacta, mas com poder contar com a bênção de Deus em todas as esferas da vida. Uma das palavras hebraicas traduzidas por prosperidade é tsãlêah, cujo sentido é alcançar satisfatoriamente aquilo que se pre-tende. De acordo com o Antigo Testamento, isso só acontece de maneira plena e verdadeira, mesmo diante de infortú-

OS PRECEITOS da verdadeira prosperidade

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nios, na vida daquele que busca a Deus de todo o coração (2 Cr 31:21; Js 1:8; Sl 1:3).1

Outra palavra hebraica, também traduzida em nossas Bí-blias por “prosperidade”, é shãlôm (Sl 35:27). Em quase dois terços da aparição desta palavra, na Bíblia, ela está ligada ao estado de plenitude e realização, que é resultado da presença de Deus.2 O homem a quem Deus deu shãlôm é abençoado, guardado e tratado graciosamente. Esta prosperidade chega até ele por meio da dádiva divina.3 Às vezes, traduz-se a pala-vra hebraica shalwâ como prosperidade. Este substantivo diz respeito a uma vida tranquila (Sl 122:7). Ela é colocada como antônimo de contendas, em Pv 17:1. Em todos estes casos, os autores do Antigo Testamento entendem que essa prosperida-de sempre vem de Deus (Gn 24:21; Is 48:15). Deus fez Uzias prosperar (2 Cr 26:5). José sempre contou com a bênção de Deus, que o fez “prosperar”, tornando seus infortúnios em bênçãos para os filhos de Israel (Gn 39:2-3, 23). O salmista su-plica a Deus que o faça prosperar (Sl 118:25). Mas como des-frutar desta vida “próspera”? É o que veremos.

Todo cristão pode experimentar esta vida próspera, no sen-tido bíblico. Nesta mensagem aprenderemos três preceitos im-portantes sobre ela.

1. EXISTEM OBSTÁCULOS QUE PODEM IMPEDIR-NOS DE DESFRUTAR DE UMA VIDA PRÓSPERA,

NO SENTIDO BÍBLICO.

Conforme dissemos, o sermão de hoje tem por base o li-vro do profeta Malaquias. Este profeta de Deus profetizou para

1. Harris; Archer Jr.; Waltke (1998:1285).2. Idem, p. 1573.3. Idem.

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uma nação que sofria com a depressão econômica, com colhei-tas frustradas, com uma espiritualidade fingida e com famílias dissolvidas pelo divórcio. E por que o povo de Deus vivia essa situação deplorável? Por gentileza, verifique o que está escrito em Malaquias, capítulo 3, versículos 7-9: Desde o tempo dos seus antepassados vocês se desviaram dos meus decretos e não os obedeceram. Voltem para mim e eu voltarei para vo-cês”, diz o Senhor dos Exércitos. Viu só? o povo de Deus estava em flagrante e descarada desobediência.

Malaquias foi o último dos profetas a registrar suas mensa-gens por escrito.4 Deus o levantou como profeta num momen-to de declínio espiritual da nação de Judá. Por isso, ele deveria expor os pecados do povo e chamá-lo de volta para Deus. Os pecados do povo não eram poucos, muito menos insignifican-tes: estavam colocando em cheque o amor e a justiça de Deus, profanando seu santo nome, roubando a sua casa! A nação toda estava adormecida pelo pecado. Os sacerdotes, responsá-veis por ensinar a Lei ao povo, transgrediam-na. O modo como viviam envergonhava ao Senhor (Ml 1:6-10).

O povo levava ao templo animais roubados, defeituosos e doentes (Ml 1: 13) para serem sacrificados como oferta ao Se-nhor, e os sacerdotes os ofereciam. Os homens de Judá esta-vam se divorciando de suas esposas judias para se casar com mulheres pagãs (Ml 2:10-16). Deus estava farto, enfadado com a hipocrisia e o cinismo do seu povo; por isso, prometeu fa-zer juízo e justiça (Ml 3:1-5). A pecaminosidade da nação era um obstáculo para a verdadeira prosperidade. Deus havia feito um pacto com seu povo: se este fosse obediente, seria grande-mente abençoado e próspero (Dt 28:1-14); mas, se fosse deso-bediente, seria amaldiçoado (Dt 28:15-44).

A nação toda estava debaixo de maldição! O motivo? De-

4. Wiersbe (2012: 589).

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sobediência generalizada. O povo estava, inclusive, roubando a Deus, deixando de dizimar e ofertar no Templo (Ml 3:8-9). Por isso, a terra havia sido invadida por insetos, e os grãos e frutos não estavam amadurecendo.5 Precisamos entender que o Deus da Bíblia é Santo; por isso, não compactua com o peca-do do homem. Aliás, o pecado provoca-lhe a ira (Is 65:5-6). A Bíblia é clara, quando afirma: Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia (Pv 28:13). Algumas pessoas, por não entende-rem isso, entregam-se ao pecado, violam os mandamentos de Deus, vivem impiamente e ainda se acham no direito de ques-tionar a Deus e exigir suas bênçãos. Até parece que estamos revivendo os dias de Malaquias!

Este é o primeiro preceito para gravarmos: existem obstá-culos que nos impedem de desfrutar de uma vida próspera, no sentido bíblico. Cuide-se quanto a eles.

2. EXISTEM CONDIÇÕES QUE PODEM CONTRIBUIR PARA DESFRUTARMOS DE UMA VIDA PRÓSPERA,

NO SENTIDO BÍBLICO.

Vamos checar o que está escrito em Malaquias 3:10? Acompanhe em sua Bíblia: Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham--me à prova, diz o Senhor dos Exércitos, e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês bênçãos. Depois de mencionar o juízo de Deus que estava por vir, de-nunciar o pecado generalizado da nação e dizer que ela es-tava debaixo de maldição, Malaquias, o mensageiro de Deus, chama o povo para uma nova conduta. Judá deveria deixar a hipocrisia, a avareza, e reconhecer que estava desobedecendo

5. Idem, p. 602.

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a Deus. Uma dessas áreas em que o povo estava em flagrante desobediência era nos dízimos e nas ofertas. Embora conhe-cesse a Lei acerca dos dízimos e das ofertas e a sua finalidade, Judá estava deixando de cumpri-la. Por isso, a ordem é clara: Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa.

A Lei ordena o povo de Deus a dizimar: Todos os dízimos da terra, seja dos cereais, seja das frutas das árvores, pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor. O dízimo dos seus reba-nhos, um de cada dez animais que passem debaixo da vara do pastor, será consagrado ao Senhor (Lv 27:30-32). Também or-dena ofertar: Porém cada um deve fazer a sua oferta de acordo com as bênçãos que o SENHOR, nosso Deus, lhe tiver dado (Dt 16: 17 – NTLH). Essa Lei tinha como finalidade a manutenção da Casa do Senhor. Além disso, servia para a assistência social a estrangeiros, viúvas e órfãos (Dt 14:28-29).

O texto de Malaquias nos mostra, ainda, o Senhor se com-prometendo a fazer a sua parte, que era abençoar o seu povo, uma vez que este se comprometesse em obedecer a Lei: ‘Po-nham-me à prova’, diz o Senhor dos Exércitos, ‘e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las’. Se o povo voltasse a obedecer a Deus – e o dízimo era uma destas áreas em que eles precisavam mudar –, Deus o abençoaria. O texto de Malaquias não sugere que Deus faria algo novo, derramaria uma benção diferente, mas diz que ele simplesmente cumpriria com a sua promessa feita séculos atrás (Dt 28:1-14).

Deus, de fato, sustenta e faz prosperar aqueles que lhe são sinceros e fiéis. No entanto, precisamos entender que dizimar e ofertar faz parte de um conjunto de normas que Deus deu ao seu povo. Uma vez que este obedecesse a essas normas, seria abençoado! Portanto, não podemos dizimar e ofertar como se essa prática em si pudesse nos proporcionar a prosperidade

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verdadeira. Se assim fosse, estaríamos barganhando com Deus. Ao dizimarmos e ofertarmos, devemos ter em mente que Deus é o Senhor de todas as coisas (Sl 24:1-2), que toda dádiva vem dele (Tg 1:17), e que, por sermos o seu povo, alcançados por sua graça, devemos-lhe toda a nossa adoração e obediência.

Este é o segundo preceito: existem condições para aten-dermos, se desejamos uma vida próspera, no sentido bíblico. Atendamo-las!

3. EXISTEM GARANTIAS QUE PODEM INCENTIVAR-NOS A DESEJAR UMA VIDA PRÓSPERA,

NO SENTIDO BÍBLICO.

Vamos ler, agora, Malaquias 3:11-12: Impedirei que pragas devorem suas colheitas, e as videiras nos campos não perderão o seu fruto, diz o Senhor dos Exércitos. Então todas as nações os chamarão felizes, porque a terra de vocês será maravilhosa, diz o Senhor dos Exércitos. Aqui está uma garantia de Deus para o seu povo! O Senhor Deus estava fazendo-lhe uma promessa, garantindo-lhe uma excelente colheita. Com a desobediência, vieram as pragas que consumiram as lavouras, os grãos e os frutos. Mas Deus prometeu impedir as pragas e garantir a sa-fra, se o seu povo lhe obedecesse. A nação poderia plantar o seu trigo, a sua vinha, com a certeza de que, no tempo certo, colheria o seu fruto.

Quando Deus disse que “abriria a janela dos céus” (Ml 3:10), se o povo voltasse a obedecer-lhe, estava garantindo chuva. Deus controla a natureza! Essa promessa de Deus nos faz lembrar suas palavras ao rei Salomão, séculos antes: Se eu fechar o céu para que não chova ou mandar que os gafanhotos devorem o país ou sobre o meu povo enviar uma praga, se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos

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céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra (2 Cr 7:13-14). O que o Senhor estava dizendo ao povo, por meio de Malaquias, não era algo novo, mas uma promessa an-tiga. Isso prova que Deus não havia mudado (Ml 3:6).

O texto nos ensina que o Deus que criou os céus e a terra usa a natureza a seu favor. A natureza é afetada por Deus para abençoar e amaldiçoar o seu povo. Podemos recordar vários exemplos: o dilúvio que destruiu a geração de Noé, as pragas no Egito, o mar que se fechou sobre Faraó e seus cavaleiros, a seca de três anos e meio nos dias de Elias, o grande peixe que engoliu Jonas e o deixou em Nínive. A geração de Malaquias precisava entender que precisa obedecer a Deus para desfru-tar de suas bênçãos, sua comunhão, e vivenciar uma vida prós-pera ao lado dele.

A prosperidade de Judá seria notória a todas as nações: Então todas as nações os chamarão felizes, porque a terra de vocês será maravilhosa, diz o Senhor dos Exércitos. Precisamos entender que Deus é fiel para cumprir tudo o que diz. As Escri-turas nos revelam que Deus tem promessas para o seu povo. Se formos fiéis e generosos com a causa do Senhor, desfrutaremos de suas promessas, e a prosperidade nos alcançará: Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza. O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá (Pv 11:24-25).

CONCLUSÃO: A mensagem de hoje nos mostrou que a ver-dadeira prosperidade existe e pode ser desfrutada pelo povo de Deus. No entanto, existem preceitos que devem ser obser-vados por aqueles que a almejam. A nação de Judá, embora almejasse a verdadeira prosperidade, padeceu por muito tem-po, por negligenciar esses preceitos divinos. Enquanto a nação insistia em levar um dizimo parcial e ofertar animais doentes, defeituosos e roubados, ao Senhor, as pragas consumiam suas

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lavouras e a chuva não vinha no tempo certo, o que lhes cau-sava prejuízo.

Aprendemos, com base no livro do profeta Malaquias, três importantes verdades: o pecado é um obstáculo para a verda-deira prosperidade; a obediência, no caso do texto estudado, exemplificada através da fidelidade nos dízimos e da genero-sidade nas ofertas, é condição para desfrutarmos uma vida próspera; Deus é quem nos garante a verdadeira prosperida-de. Agora que você entendeu esses preceitos, faça uma refle-xão sincera. Se você já os pratica, confie no cuidado de Deus e tenha a certeza de que ele é fiel para lhe sustentar. Agora, se você ainda não os observa, tome uma nova conduta, passe a praticá-los e desfrute legitimamente da verdadeira prosperida-de que vem do Senhor.

BIBLIOGRAFIA

HARRIS, R. Laird; ARCHER Jr., Gleason L.; WALTKE, Bruce K. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tradução: Márcio Loureiro Redondo, Luiz Alberto T. Sayão, Car-los Osvaldo C. Pinto. São Paulo: Vida Nova, 1998.

WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Antigo Testamento: volume 4, Profético. Tradução: Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

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24 de agosto

Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente

para completá-la? Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que a virem rirão dele, dizendo:

“Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar”. (Lc 14:28-30)

INTRODUÇÃO: Este é o quarto sermão da série “A verdadei-ra prosperidade”. Você já deve ter percebido, pelos sermões até agora apresentados, que a Bíblia se refere muito ao dinhei-ro. Aliás, ela trata mais sobre o dinheiro do que sobre o céu. É um verdadeiro manual sobre o trato com as finanças. Deus sabe o tanto de problemas que podemos ter, se não souber-mos lidar com o dinheiro corretamente. Por isso, se desejar-mos ver nosso dinheiro e nossos bens santificados e abençoa-dos, a primeira coisa a fazer é reconhecer em Deus o verdadei-ro dono de todas as coisas. Nada é nosso! Do Senhor é a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam (Sl 24:1). Somos apenas os mordomos. Deus nos entregou os

OS PRINCÍPIOS da verdadeira prosperidade

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seus recursos para que cuidemos deles. Nossa incumbência é administrá-los com sabedoria e dedicação, pois um dia vamos prestar contas a ele de nossa administração.

É sobre como cuidar do nosso dinheiro que trataremos neste sermão. Nossa abordagem não estará fundamentada nos teóricos da economia moderna, mas em alguns princípios da palavra do Deus eterno. Por que é importante falar sobre eles? Simples: o descontrole financeiro é desastroso! Seu triste resultado é a dívida. Alguém já disse: “A pobreza é dura, mas a dívida é horrível”.1 Essa grande verdade pode ser percebida nos efeitos da dívida na vida de qualquer pessoa: afetam as re-lações interpessoais, prejudicam a produtividade no trabalho, trazem ruína a muitos lares, causam estresse, ansiedade, de-pressão, afetam a saúde física e, o que é pior, prejudicam dire-tamente o relacionamento com Deus. Não é isso que o Senhor quer para seus filhos! Nós precisamos aprender a nos relacio-nar corretamente com o nosso dinheiro, desde a sua aquisição, até a sua administração.

Existem alguns princípios bíblicos que devem ser observa-dos por nós, no trato com o dinheiro, se quisermos agradar a Deus. Quais são eles?

1. LEVE A SÉRIO O PRINCÍPIO BÍBLICO DA HONESTIDADE, NO TRATO COM O DINHEIRO!

Pensemos nos princípios bíblicos sobre a aquisição do di-nheiro. A Bíblia fornece excelentes conselhos sobre trato com o dinheiro e, em boa parte deles, temos Deus insistindo para que seus filhos ganhem o dinheiro de maneira honesta e jus-ta. Para começar, o cristão deve ter uma fonte de renda lícita e, para isso, o trabalho é essencial (Gn 3:19). Observe como a

1. Spurgeon apud Tarrataca (2007:17).

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palavra de Deus é clara e sem rodeios: Se alguém não quiser trabalhar, também não coma (2 Ts 3:10). Havia alguns crentes, na igreja de Tessalônica, comendo pão a custa de outros, não porque estivessem impossibilitados de trabalhar: simplesmen-te não queriam fazê-lo. Acomodaram-se. Não estavam sendo honestos na maneira de adquirir o sustento.

Outro texto bíblico que apresenta um conselho sobre a aquisição do nosso dinheiro está no livro de Provérbios: ... é melhor ter pouco com retidão do que muito com injustiça (16:8). O autor não nega a possibilidade de a riqueza coexistir com a justiça, mas alerta quanto à existência de riqueza com métodos injustos. A “riqueza é uma bênção de Deus se granje-ada com honestidade. (...) É um terrível engano, porém, nego-ciar princípios e vender a consciência para acumular bens”.2 É bem melhor ser um pobre com ficha limpa do que um rico com nome sujo. Como temos ganhado o nosso dinheiro? De que fonte ele procede? É lícita? É honesta? Estamos enriquecendo a custa de passar a perna em alguém, de fraudar a empresa?

Deus não aprova riquezas e dinheiros ganhos de forma ilíci-ta. Fuja de todo tipo de jogos de azar. Você não precisa disso. Cuidado com as riquezas que têm origem na corrupção. Seja sempre honesto em seus negócios. Além disso, para ser hones-to no trato com o dinheiro, não passe cheque sem fundos. Não compre sem ter como pagar. Procure manter seus compromis-sos financeiros em dia. Lute para manter seu nome limpo na praça. Todo e qualquer lucro desonesto não vale a pena. De nada adianta uma conta corrente recheada, sem paz interior. Viver honestamente é o melhor caminho! Vivamos assim!

Acabamos de ver o primeiro princípio bíblico para tratarmos do nosso dinheiro de maneira a agradar a Deus: Leve a sério o princípio bíblico da honestidade. E há mais! Vamos ao segundo:

2. Lopes (2011:199).

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2. LEVE A SÉRIO O PRINCÍPIO BÍBLICO DO PLANEJAMENTO, NO TRATO COM O DINHEIRO!

Você ainda se lembra do texto-base deste sermão? Vamos relembrar: Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primei-ro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? (Lc 14:28 – NVI). Reconhecemos que a intenção original de Jesus neste episódio não foi dar uma aula sobre finanças. É uma parábola. Ele usa esta comparação para ensinar que, antes de o seguirmos como seus discípulos, devemos calcular os custos dessa decisão. Ele não quer que o sigamos de modo inconsequente. Contudo, existe um princípio por trás deste versículo que se aplica a todas as áreas da vida: tudo o que “se pretende fazer na vida deve ser considerado com amplo planejamento”.3

No que diz respeito ao trato com o nosso dinheiro, o prin-cípio do planejamento é fundamental. Precisamos planejar os nossos gastos. Toda a família deve levar em conta este prin-cípio apresentado por Jesus. E aqui não faz diferença se você ganha muito ou pouco; em ambos os casos o planejamento se faz necessário, se você deseja ter uma situação financeira equilibrada. O nosso planejamento deve incluir um orçamento familiar. Basicamente, “fazer um orçamento é identificar com precisão o que se ganha e o que se gasta; e, é claro, fazer com que estes ‘dois lados da balança’ estejam equilibrados”.4

Segundo pesquisas, 25% da população brasileira não faz orçamento pessoal ou familiar. No caso que apresentou para exemplificar os custos do discipulado, Jesus disse que quem não se planeja pode se ver em apuros futuramente. Os outros olharão para a sua obra mal planejada e rirão dele (Lc 14:29).

3. Tostes (2004:20).4. Idem.

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Por isso, leve essa questão a sério. Faça uma planilha. Colo-que receitas numa coluna e suas despesas em outra. Não gaste mais do que você ganha. Este planejamento pode ser em curto, médio e em longo prazo. Você sempre deve considerar o que vai comprar, quanto custará, quando comprará e de onde sairá o recurso para pagar. Se você é chefe de família, o orçamento deve ser discutido com os “familiares, em volta da mesa, ana-lisando as prioridades e os valores financeiros, bem como as alternativas de pagamento”.5

Está anotando? Já vimos dois princípios bíblicos para tra-tarmos do nosso dinheiro de maneira a agradar a Deus: o da honestidade e do planejamento. E vamos ao terceiro:

3. LEVE A SÉRIO O PRINCÍPIO BÍBLICO DA PREVIDÊNCIA, NO TRATO COM O DINHEIRO!

De alguma maneira, este princípio está implícito no ante-rior. Todo planejamento orçamentário familiar deve levar em conta uma reserva de dinheiro para negócios futuros ou oca-sião de emergência. Por favor, preste atenção no que está es-crito no livro de Provérbios, capítulo 21, versículo 20: O homem de bom senso economiza, e tem sempre bastante comida e di-nheiro em sua casa; o tolo gasta todo seu dinheiro assim que o recebe (BV). De acordo com este texto bíblico, toda pessoa que é esbanjadora, que gasta tudo que lhe vem às mãos, que não economiza, é tola. A pessoa sábia não gasta tudo o que ganha.

Precisamos aprender a fazer reservas. Na realidade, nin-guém está livre de enfrentar uma situação difícil, por causa de um imprevisto, que fuja ao nosso controle e que exija despesas extras. Por exemplo: a perda do emprego, um acidente, uma doença grave ou morte de um ente querido. Muitos perdem o

5. Tostes (2004:22).

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controle nas finanças nessas situações. Precisamos aprender a lição da formiga, um animalzinho que tem muito a nos en-sinar. Ela não tem chefe, nem supervisor, nem governante, e ainda assim armazena as suas provisões no verão e na época da colheita ajunta o seu alimento (Pv 6:7-8 – NVI). A formiga trabalha no verão e tem fartura no inverno.

Os meses do frio seriam fatais para as formigas, se elas não se preparassem no verão. Por isso, trabalham no presente pen-sando no futuro e fazem provisões. Nosso desafio é trabalhar com empenho e fazer investimentos certos com os recursos que Deus colocar em nossas mãos, poupando com inteligên-cia. O “esbanjador terá bolsos vazios e o estômago roncando de fome, mas o homem sensato tem o suficiente para viver na riqueza e na fartura”.6 Diante disso, para ser prático, comece a separar mensalmente, parte do que você ganha. Invista este dinheiro de alguma maneira. Já imaginou se você ganhasse R$1200 por mês, e guardasse 5% deste valor todo mês R$60. No final de um ano teria R$720. Em dez anos, teria R$7200. Pense nisso. Tenha humildade para imitar a formiga!

Não perca a conta. Já vimos três princípios bíblicos para tra-tarmos do nosso dinheiro de maneira a agradar a Deus: o da honestidade, o do planejamento e o da previdência. Vamos, agora, ao último:

4. LEVE A SÉRIO O PRINCÍPIO BÍBLICO DA MODERAÇÃO, NO TRATO COM O DINHEIRO!

O grande problema não é ter dinheiro, mas ser dominado por ele. Quando o “dinheiro está sob nosso controle, ele é uma bênção; quando nos controla, é uma maldição. (...) O problema não é ter dinheiro, mas o dinheiro nos ter. Não é possuí-lo, mas

6. Lopes (2011:355).

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ser possuído por ele”.7 Por isso, se há uma área da vida em que não podemos nos descuidar do autocontrole ou moderação é a área das finanças. Muitas pessoas, por se descuidarem, já fo-ram dominadas pelo dinheiro. São ávidas por tê-lo para pode-rem gastar, gastar e gastar. São pessoas escravas de um senhor chamado “consumismo”. Para o consumista, nada é suficiente!

O consumista é insaciável, vaidoso, materialista. E não são só ricos que são consumistas. Um pobre também pode sê--lo. Obviamente, não consegue saciar todos os seus desejos, mas, quando têm dinheiro em mãos, é impulsivo, compra sem pensar. Irmãos, para termos nossas contas equilibradas, preci-samos ficar atentos ao perigo do consumismo! Ele nos leva a gastar o dinheiro que ainda não temos, em coisas que não ne-cessitamos. O apelo da mídia tem sido cada vez mais forte para levar você e a sua família ao consumo cada vez maior. Por isso, você precisa ser sóbrio e vigilante (1 Pd 5:8). Nunca compre nada sob o impacto da propaganda.

Os vendedores são experts em nos apresentar as 1001 uti-lidades do último produto que não pode faltar em nossa casa. Tratam-nos bem, sorriem, estendem até tapete vermelho, se preciso, tudo para nos ludibriar e fazer-nos adquirir o último produto. Não caia nessa roubada. Reflita, antes de comprar, se realmente precisa do bem a ser adquirido. Cuidado, tam-bém, com o uso do cartão de crédito. Ele é uma armadilha a começar pelo nome. Deveria se chamar “Cartão de Dívida”.8 Se possível, não faça crediário. Evite dar cheque pré-datado. Fuja do cheque especial. Cultive a moderação na finança e tenha paz na vida.

7. Idem, p. 33.8. Kemp (2007:125).

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CONCLUSÃO: Você já ouviu falar sobre a “Lei de Responsa-bilidade Fiscal”? Ela é um código de conduta para os adminis-tradores públicos de nosso país. Define como um governante deve cuidar dos recursos financeiros em seu mandato, pagan-do as contas e só assumindo compromissos que possa honrar. Essa lei encontra respaldo bíblico para existir. Ela também se aplica a sua vida! Você é responsável, diante de Deus, pelo di-nheiro que ele lhe concedeu. Medite em cada um dos princí-pios ensinados neste estudo e peça ajuda a Deus para colocá--los em prática. Assim, você será um mordomo (administrador) fiel em tudo que Deus lhe concedeu para honrá-lo.

A Bíblia é generosa em passagens sobre dinheiro. Em toda a Bíblia, há mais de 2.000 versículos sobre finanças9. Por que tanta informação sobre dinheiro? Por que a maneira de o enca-rarmos revela nossa motivação, nosso caráter e mostra o que é, de fato, importante para nós. Deus quer ensinar-nos a lidar com o dinheiro. Aprendemos, hoje, quatro princípios bíblicos fundamentais para sermos santos nesta melindrosa área de nossa vida. Que o Senhor Deus nos ajude a colocá-los em prá-tica para que tenhamos as finanças equilibradas e abençoadas por ele. Amém!

9. Tarrataca (2007:74).

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BIBLIOGRAFIA

KEMP, Jaime. A arte de permanecer casado: um guia seguro para quem deseja salvar um casamento. São Paulo: Hagnos, 2007.

LOPES, Hernandes Dias. Dinheiro, a prosperidade que vem de Deus. São Paulo: Hagnos, 2009.

_____________________. Gotas de sabedoria para a alma. São Paulo: Vox Litteris, 2011.

TARRATACA, Leandro. Como Sobreviver à crise financeira. Mogi das Cruzes: AVERBI, 2007.

TOSTES, Antonio Oliveira. Administração financeira. 3 ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004.

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31 de agosto

Compreendi também que poder comer, beber e desfrutar do seu trabalho é um presente de Deus. (Ec 3:13 – AS21)

INTRODUÇÃO: Estamos chegando ao fim de mais um proje-to de oração do mês de agosto, que, desta vez, tratou do tema “A Verdadeira Prosperidade”. Vimos, até aqui, em quatro ser-mões, o significado, as promessas, os preceitos e os princípios da verdadeira prosperidade. Hoje, falaremos sobre o propósito da verdadeira prosperidade. Ao contrário do que se prega em nossos dias, o alvo da verdadeira prosperidade não é o de nos fazer milionários e poderosos para podermos comprar aquilo que quisermos e ostentar pompa e luxo. Este tipo de prosperi-dade está muito longe de ser bíblica.

A prosperidade ensinada na Bíblia não é um fim, mas um meio. Seu alvo não é mesquinho, egoísta e sórdido. A verda-deira prosperidade tem propósitos nobres. Ela não é dada para ser desfrutada de maneira egoísta. É uma dádiva de Deus para abençoar outros. Prosperidade que beneficia apenas a nós mes-mos não é benção, mas maldição! Fuja dela! A verdadeira pros-peridade não nos faz acumular dinheiro, mas compartilhá-lo.

OS PROPÓSITOSda verdadeira prosperidade

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Sendo assim, veremos, a partir de agora, quais são os propósitos de Deus em nos fazer prósperos. O primeiro propósito é este:

1. DEUS NOS FAZ PRÓSPEROS PARADESFRUTARMOS DE UMA VIDA ABENÇOADA

Sem dúvida alguma, um dos propósitos de Deus em nos fa-zer prósperos é o de desfrutarmos – de maneira responsável, é claro – dessa prosperidade. Afinal, não faz sentido ganhar um presente e ser impedido de utilizá-lo, não concorda? Seria o mesmo que dar um brinquedo a uma criança e proibi-la de brincar! Deus certamente não faz isso! Ele espera que desfrute-mos do resultado de nosso trabalho com prazer e deleite. Isso é benção de Deus! Em Eclesiastes, o sábio chegou à seguinte conclusão: Compreendi também que poder comer, beber e des-frutar do seu trabalho é um presente de Deus (Ec 3:13 AS21).

Muitos parecem acreditar que “desfrutar” é uma prática proibida entre cristãos. Essa é uma visão equivocada; afinal, a palavra desfrutar está evidentemente na Bíblia, e qualquer um pode encontrá-la. Sim, Deus quer que desfrutemos de suas bênçãos! “Não se trata de “hedonismo” pecaminoso nem de viver em função dos prazeres da vida, mas sim de aproveitar o que Deus nos dá para a sua glória”.1 De acordo com Paulo, Deus nos dá condições financeiras para delas desfrutarmos (1 Tm 6:17). “A capacidade de desfrutar as bênçãos da vida também é uma dádiva de Deus”.2

Em Eclesiastes, Salomão trata acerca da grande tristeza da-queles que não conseguem desfrutar das dádivas da vida. É por essa razão que ele diz: Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu

1. Wiersbe (2006:309).2. Idem, p. 479.

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trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias de vida que Deus lhe deu, porque esta é a sua porção (Ec 5:18). O sábio considera “as bênçãos da vida dádivas de Deus para os que trabalham e que aceitam esse trabalho como um favor de Deus”.3 Este é o propósito da verdadeira prosperidade: desfru-tarmos com alegria do fruto de nosso trabalho.

Você sabia que existe crente sovina? É o famoso unha-de-fome, o pão-duro. Crente que, mesmo possuindo condições financeiras de proporcionar uma vida melhor para a sua fa-mília, não o faz, com a desculpa de não querer esbanjar. Isso também é avareza – apego demasiado e sórdido ao dinheiro. É claro que a Bíblia não ensina o desperdício, mas nos incentiva a desfrutar e a aproveitar com consciência e responsabilidade os recursos que o Senhor, em sua graça e misericórdia, tem provido a todos nós! Não há nenhum pecado nisso. Por isso, não seja unha-de-fome! Desfrute das bênçãos materiais que Deus tem dado a você.

Além deste, existe outro propósito da verdadeira prosperi-dade que Deus nos concede e é este:

2. DEUS NOS FAZ PRÓSPEROS PARA SOCORRERMOS OS NECESSITADOS

Deus nos abençoa com muitas bênçãos e quer que desfru-temos delas. Contudo, não é só para isso. O Senhor nos aben-çoa para que também sejamos bênção na vida dos outros. A fé cristã não egoísta. É nosso dever socorrer os necessitados que estão a nossa volta. A Bíblia é farta em textos que nos ensinam claramente isso. Paulo disse aos efésios que trabalhassem fa-zendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repar-tir com o que tiver necessidade (Ef 4:28). Segundo Kistemaker,

3. Wiersbe (2006:479).

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o “fluxo espiritual e material de dádivas que vêm de Deus ao crente nunca pode parar com o beneficiário. Deve ser passado adiante para aliviar as necessidades de outras pessoas na igreja e na sociedade”4 (Gl 6:10; 1 Tm 6:17, 18; 2 Tm 3:17).

Ser próspero e não auxiliar os necessitados é um pecado horrível! Jesus nos descreve que, no ultimo dia, ele dirá: Tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes (Mt 25:42-43). Muitos perguntarão, intrigados, nesse dia: Quando te vimos com fome, sede, sem roupa e necessitado? E Jesus lhes responderá: Todas as vezes que vocês deixaram de fazer uma destas coisas a algum marginalizado ou excluído, aquele era eu – deixaram de ajudar a mim (Mt 25:45 – AM).

A Bíblia é clara e enfática ao nos ensinar que Deus não nos faz prósperos para acumularmos somas altíssimas em nossas contas bancárias. Ele não nos abençoa para ostentarmos ri-queza e luxo, nem mesmo para desperdiçarmos nosso dinheiro com coisas supérfluas e desnecessárias, enquanto inúmeros necessitados mendigam ao nosso redor. Infelizmente, este é mais um dos inúmeros ensinos esquecidos pela igreja evangé-lica no Brasil. Um dos maiores pecados dos cristãos contem-porâneos diz respeito à maneira egoísta e mesquinha como utilizam seu dinheiro.

Em um de seus inúmeros sermões, o grande pregador in-glês, John Wesley, ensinou: “Ganhai o mais que puderdes; eco-nomizai o mais que puderdes... Dai o mais que puderdes”. Ele estava ensinando sobre o propósito de ganharmos dinheiro. Não seria o de acumular, mas o de compartilhar! Paulo disse aos irmãos da Galácia: Enquanto temos tempo, façamos bem a todos (Gl 6:10). Precisamos resgatar essa característica do

4. Kistemaker (2004:438).

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cristianismo histórico: o auxílio aos necessitados. Jesus espera isso de nós! Pense, por exemplo, na maneira como você gasta seu dinheiro. Quanto dos seus recursos financeiros é destinado ao auxílio aos necessitados? Você ajuda alguma instituição be-neficente? Qual foi a última vez em que você ajudou alguém? Pense nisso! Deus tem feito você próspero, não para acumular dinheiro, mas para compartilhá-lo! Além disso, Deus promete retribuir. Ele abençoa quem ajuda ao necessitado. O Senhor nos promete uma boa colheita (2 Co 9:8-12), ou seja, se você usar seus recursos para ajudar os outros, Deus vai lhe abençoar ainda mais. Seu salário renderá mais. Sua empresa terá mais lucro. Creia nisto!

3. DEUS NOS FAZ PRÓSPEROS PARA INVESTIRMOS NO AVANÇO DA SUA OBRA

Já tratamos, até aqui, sobre dois propósitos bíblicos para a prosperidade na vida do cristão. Este que vamos tratar agora é um dos principais alvos que Deus tem ao nos conceder bens e riquezas materiais. Deus nos dá para que possamos investir na proclamação do evangelho. Como fazemos isto? Além dos nossos dízimos e ofertas normais, podemos fazer um pouco mais. Uma maneira é investindo na obra missionária, ou seja, contribuindo financeiramente para o envio de missionário e para a abertura de novos campos; é, ainda, patrocinando os projetos missionários.

O modelo proposto por Jesus de sustento de missões é atra-vés da contribuição generosa e voluntária dos cristãos. Quer um exemplo? As ações missionárias de Jesus e seus apóstolos eram sustentadas por ofertas especiais. Em Lucas, encontra-mos a bela descrição de algumas mulheres ricas que patroci-navam o ministério de Jesus com doações generosas. Quem eram essas mulheres? Abra a sua Bíblia, por favor, em Lucas

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8, versículo 3: Joana, mulher de Cuza, administrador da casa de Herodes; Susana e muitas outras. Essas mulheres ajudavam a sustentá-los com os seus bens. Que privilégio tinham essas mulheres! Elas patrocinavam o avanço do reino de Deus. Este é um privilégio que você também pode ter. Contribua com mis-sões. Invista na obra de Deus!

Outra maneira de investirmos na obra de Deus é abrindo o coração e mão para as necessidades gerais da igreja. Há muita coisa que igreja poderia fazer, mas não faz por falta de recur-sos financeiros. Poderíamos ter espaço na televisão e no rádio para pregação do evangelho. Como seria bom, se investísse-mos mais na qualidade da música na igreja; se tivéssemos, em cada convenção, pessoas formadas em música; se tivéssemos, em cada igreja, equipamentos de som de alto nível e instru-mentos musicais melhores. Imagine isso. Poderíamos ter tem-plos melhores e estruturas maiores para o Dijap local e para o ensino em diversas áreas. Talvez você pense: “Esse não é caso da igreja que congrego; aqui estamos bem”. Contudo, existem IAP´s locais que atuam de forma precária. Faltam-nos recursos!

Quero que você pense em algo importante: Deus prome-teu que supriria as suas necessidades. Ele é fiel. O Senhor tem cumprido essa promessa em sua vida e tem lhe dado mais do que é necessário para viver! É ou não é verdade? Você já parou para pensar no porquê Deus tem lhe mais que o necessário? O Senhor está lhe dando a oportunidade para você trazer os recursos que o obra dele necessita. Se, de fato, somos espiritu-ais e servos de Cristo, precisamos saber que o dinheiro que ele nos possibilita ganhar não pode ser um fim em si mesmo; deve ser usado na sua causa.5 É bom enfatizarmos que, “além de financiar o progresso da pregação do evangelho, a oferta de-

5. Bost (2007:20)

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monstra a condição espiritual do coração”6. Deus vê em nossos corações o desapego ao dinheiro e o amor por sua causa. Con-tribuir com ela é uma prática que revela um coração generoso.

CONCLUSÃO: Desfrutar de uma vida abençoada, auxiliar os necessitados e contribuir com a obra de Deus feita pela igreja são alguns propósitos da verdadeira prosperidade. Agora, exis-te uma atitude a ser tomada todas as vezes que nos deparamos com algum ensino bíblico. Essa atitude é a reflexão. Precisa-mos, portanto, refletir se, de fato, temos utilizado a prospe-ridade que Deus nos tem dado para esses fins. Por exemplo: você tem desfrutado das dádivas de Deus em sua vida? Você tem tempo para a sua família? Tem proporcionado momentos de lazer e de descontração com seu cônjuge? E com seus filhos e seus amigos? Deus o tem abençoado. Desfrute dessa dádiva!

Mas, além disto, há outra pergunta muito séria a ser feita: Você tem reservado parte do seu dinheiro para ajudar os necessitados? Não pense que isso é brincadeira! Auxiliar os necessitados é um mandamento cristão e a sua desobediência implica sérios prejuízos espirituais! Se você não tem feito isso, mude! Comprometa-se, hoje, a ajudar alguém que precisa ou a alguma instituição beneficente. Por fim, você precisa repen-sar sua maneira de contribuir com a obra de Deus realizada pela igreja da qual você participa. Deus tem feito prosperar e tem dado riquezas materiais a muitos membros promessistas. Ele nos tem dado mais que o necessário para viver. É muito possível que este seja o seu caso. Portanto, reflita: Você tem investido em missões? Você tem aberto o coração e a mão para as necessidades gerais da igreja? Se você fizer isso, saiba que o Senhor da obra vai lhe abençoar ainda mais.

6. Idem, p. 17.

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BIBLIOGRAFIA

BOST, Bryan Jay. Deus e o dinheiro: o papel das finanças na vida do cristão. São Paulo: Arte Editorial e Vida Cristã, 2007.

JUNQUEIRA, Samule. Dízimo e ofertas: um panorama bíblico. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.

KISTEMAKAER, Simon. 2 Coríntios. Tradução de Helen Hope Gordon da Silva. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Tes-tamento: volumes 2 e 3. Tradução: Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

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