a vegetação nos centros urbanos

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  • 7/30/2019 A vegetao nos centros urbanos

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    Estudos Geogrficos, Rio Claro, 1(1): 19-29, Junho, 2003 (ISSN 1678698X) www.rc.unesp.br/igce/grad/geografia/revista.htm

    A VEGETAO NOS CENTROS URBANOS:CONSIDERAES SOBRE OS ESPAOS VERDES

    EM CIDADES MDIAS BRASILEIRAS

    Marcos Antnio Silvestre Gomes1Beatriz Ribeiro Soares2

    RESUMOO presente texto procura identificar o significado da vegetao no espao urbano brasileiro apartir da sua insero como elemento necessrio cidade, considerando-se a percepo dapopulao e planejadores, despertada, sobretudo, a partir do sculo XIX. Nessa perspectiva,objetiva-se abordar o modo como a vegetao adentrou o espao urbano, bem como seperpetuou e passou a ser cobrada expressivamente no cenrio urbano contemporneo, emespecial como elemento associado s reas de lazer. A nfase dada s praas pblicas

    justifica-se pela presena marcante destas na composio dos espaos urbanos, levando-se emconsiderao a sua diversidade, seus usos por parcelas significativas da populao maiscarente e o descaso do poder pblico para com as mesmas. Ainda, procura-se destacaraspectos da vegetao e de reas verdes pblicas como praas e parques nas cidades dePresidente Prudente-SP, Ribeiro Preto-SP e Uberlndia-MG, todas consideradas comocidades mdias.PALAVRAS-CHAVE: vegetao urbana, qualidade de vida, urbanizao, lazer, cidadesmdias.

    ABSTRACTThe vegetation in the urban centers: considerations on the green spaces in brazilian

    medium citiesThe present paper intends to identify the importance of vegetation for Brazilian urban areas.Vegetation has been understood as an important element by the perception of the communityand city planners since century XIX. The objective of the paper is to understand howvegetation gets in urban centers and how it perpetuates as a special element associated topublic squares. The emphasis given to plazas is justified by important presence of this kind ofpublic squares on urban centers. It is important in this paper to discuss vegetation diversity, itsuse for the poorest part of population and the negligence of government related to this places.Then, the paper presented intends to give importance to aspects of vegetation and publicsquares in Presidente Prudente SP, Ribeiro Preto SP and Uberlndia MG, allconsidered average cities.KEY-WORDS: Urban vegetation, life condition, urbanization, recreation, average cities.

    1 Licenciado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista e Mestrando do curso de Ps-Graduao em Geografia daUniversidade Federal de Uberlndia. End. Rua Joo Jos da Silva, 100, Santa Mnica - CEP 38408-116 Uberlndia-MG.E-mail: [email protected] Profa. Dra. dos cursos de graduao e ps-graduao em Geografia da Universidade Federal de Uberlndia. E-mail:[email protected]

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    CONSIDERAES SOBRE AS ORIGENS DA VEGETAONAS CIDADES BRASILEIRAS

    O crescimento desordenado das cidades brasileiras e as consequncias geradas pelafalta de planejamento urbano despertaram a ateno de planejadores e da populao no

    sentido de se perceber a vegetao como componente necessrio ao espao urbano. Dessaforma, mais expressivamente, a arborizao passou a ser vista nas cidades como importanteelemento natural atuando como reestruturador do espao urbano, pois as reas bastantearborizadas apresentam uma aproximao maior das condies ambientais normais emrelao ao meio urbano que apresenta, entre outros, temperaturas mais elevadas,particularmente, nas reas de elevados ndices de construo e desprovidas de coberturavegetal (CARVALHO, 1982, p. 63).

    Cabe salientar que, at o sculo XIX, a vegetao nas cidades brasileiras no eraconsiderada to relevante visto que a cidade aparecia como uma expresso oposta ao rural.Havia, portanto, uma valorizao do espao urbano construdo, afastado completamente daimagem rural que compreendia os elementos da natureza. Nesse contexto, importanteressaltar que os espaos urbanos no eram to ocupados nem apresentavam a maioria dos

    problemas que se fazem presente no seu interior. Desta forma, as reas destinadas ao verdecomo as praas surgem ainda no sculo XVIII e alcanam nmeros mais expressivos nodecorrer do sculo XIX. No Brasil, por volta de 1850, existiam cidades que se destacavampela quantidade expressiva do verde no seu interior, como o caso de Teresina-PI com densaarborizao e, Aracaju-SE (primeira cidade planejada do pas), coberta por uma vegetaocom predominncia de coqueiros. Todavia, essa vegetao ainda era nativa e no havia sidoplanejada.

    Embora os primeiros jardins pblicos voltados para o lazer e integrados comoelemento da paisagem urbana brasileira surjam ainda em fins do sculo XVIII, com a chegadada famlia real ao Brasil, vicejaram em nmeros muito mais expressivos os jardins privados,especialmente nos grandes centros do pas como o Rio de Janeiro. Nesse contexto, aliou-seespcies nativas e exticas na jardinagem de ruas e casas; servindo tanto para enriquecer a

    paisagem urbana quanto para o conhecimento e valorizao da flora brasileira.No incio do sculo XX surgiram em nmeros muito mais significativos os jardins,praas e parques arborizados, principalmente nas cidades enriquecidas com o caf,especialmente no estado de So Paulo.

    Assim como nas antigas cidades europias, os primeiros jardins pblicos brasileirosinstalaram-se nas bordas das cidades e em terras em condies topogrficas quedesfavoreciam o arruamento ou as construes. Da mesma forma, surgem as reas verdesurbanas no Brasil, ainda pouco planejadas. Exemplos desses tipos de jardins apareceram emcidades como Rio de Janeiro, Belm, Olinda, Ouro Preto e So Paulo.

    De acordo com Marx (1980, p. 62), no sculo XIX e no incio do sculo XX, com opas independente e enriquecido com a cultura cafeeira, apareceram jardins, parques e praasajardinadas em maior nmero e muito bem conservados. Essa nova concepo de paisagem

    urbana representou o trato ou o desejo de algo at ento desconhecido nas cidades brasileiras:a prtica do paisagismo e, conseqentemente, a introduo da arborizao nos espaospblicos.

    Bem depois da criao dos primeiros jardins pblicos, e coincidindo com asua difuso pelas povoaes de porte menor e interioranas, comearam oscuidados em arborizar e em ajardinar os logradouros existentes ou os queiam surgindo. As ruas mais importantes e, especialmente, as praas foramenfeitadas com rvores e canteiros de plantas ornamentais. E o sucesso dessa

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    transformao foi tal, que logo se perdeu a noo das peculiaridadesdiferentes de uma praa e de um jardim (MARX, 1980, p. 67).

    Observa-se, portanto, que a insero do verde nas cidades brasileiras concomitante evoluo das funes das praas. Estas, que eram constitudas de imensos espaostotalmente abertos sem a presena de vegetao, servindo exclusivamente como local de

    reunio de pessoas, passa agora a ser incrementada na cidade como um jardim. Maisagradveis, esttica e funcionalmente, as praas-jardins constituem um marco fundamental daincrementao e valorizao da jardinagem na cidade, principalmente em locais pblicos.

    NECESSIDADE E FUNO DO VERDE NAS CIDADESCONTEMPORNEAS

    A vegetao conquistou aos poucos o espao urbano brasileiro, tanto em decorrnciada monotonia das cidades quanto em consequncia das necessidades ambientais que se faziampresentes devido expanso urbana e problemas dela decorrentes.

    Marx (1980, p. 67) resume bem a relao existente entre a arborizao e a cidadebrasileira ao longo da evoluo da nossa sociedade quando afirma que:

    A arborizao e o ajardinamento dos espaos pblicos principia na segundametade do sculo passado, poca em que se difunde como nova exignciapelo mundo. H poucas geraes, portanto, que as plantas passaram a ornar ea amenizar nossas ruas e praas. Alm dos jardins comuns, raros e criadosapenas nas cidades principais, a imagem urbana desconhecia rvores ecanteiros nas vias e nos largos. De tratamento muito pobre, estes conheciama sombra dos beirais e de uma ou outra rvore plantada por trs dos muros dealgum terreno particular. O que pode parecer hoje uma atmosfera rida ecausticante ao sol do meio dia era ento a expanso clara da vida no rural emuito menos sertaneja. As matas, os matos, os campos e as roas ficavam

    fora do permetro urbano que guardava o cho limpo batido de terra. Asplantas, as suas flores e frutos, fartos por toda a redondeza s entravam nacidade para satisfazer a necessidade ou o gosto do dono de algumapropriedade.

    No entanto, esta situao apresentada modifica e ganha outra dimenso, poisRodrigues; Llardent (1982) apud Scifoni (1994, p. 40) resumem a importncia da vegetaonas cidades contemporneas, principalmente nos grandes centros, em funo da composioatmosfrica, equilbrio solo-clima e poluio sonora. Dessa forma, a vegetao agepurificando o ar por fixao de poeiras e materiais residuais e pela reciclagem de gasesatravs da fotossntese; regula a umidade e, temperatura do ar; mantm a permeabilidade,fertilidade e umidade do solo e protege-o contra a eroso, e; reduz os nveis de rudo servindo

    como amortecedor do barulho das cidades. Ao mesmo tempo, do ponto de vista psicolgico esocial, influenciam sobre o estado de nimo dos indivduos massificados com o transtorno dasgrandes cidades, alm de propiciarem ambiente agradvel para a prtica de esportes,exerccios fsicos e recreao em geral.

    O quadro (01) a seguir mostra detalhadamente as contribuies da vegetao para amelhoria do ambiente urbano.

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    Quadro 01 Funes da Vegetao no Espao UrbanoComposio Atmosfrica

    - Ao purificadora por fixao de poeiras e materiais residuais;- Ao purificadora por depurao bacteriana e de outros microorganismos;- Ao purificadora por reciclagem de gases atravs de mecanismos

    fotossintticos;

    - Ao purificadora por fixao de gases txicos.Equilbrio solo-clima-vegetao

    - Luminosidade e temperatura: a vegetao ao filtrar a radiao solar, suavizaas temperaturas extremas;

    - Umidade e temperatura: a vegetao contribui para conservar a umidade dosolo, atenuando sua temperatura;

    - Reduo na velocidade do vento;- Mantm as propriedades do solo: permeabilidade e fertilidade;- Abrigo fauna existente;- Influencia no balano hdrico.

    Nveis de Rudo- Amortecimento dos rudos de fundo sonoro contnuo e descontnuo de carter

    estridente, ocorrentes nas grandes cidades.Esttico

    - Quebra da monotonia da paisagem das cidades, causada pelos grandescomplexos de edificaes;

    - Valorizao visual e ornamental do espao urbano;- Caracterizao e sinalizao de espaos, constituindo-se em um elemento de

    interao entre as atividades humanas e o meio ambiente.Fonte: Lombardo (1990) apud Guzzo (1998, p. 07)Organizao: Marcos Antnio Silvestre Gomes

    Para Hauser (1965, p. 195), o papel das reas verdes nas zonas urbanas, traduz-se emcombater a influncia mals do meio, pois convenientemente distribudas entre os diversos

    bairros e bem organizadas, podem preencher eficientemente esse papel.Quanto aos efeitos estticos, o referido autor cita ainda que

    a vida em um quadro sem beleza tem uma influncia nefasta no equilbriopsquico do homem; rvores verdes e gramados tm um efeito repousantepara o esprito e desenvolvem no homem o gosto pelo belo. As emoessentidas ante uma bela paisagem, de linhas bonitas, reas verdes e gua,esto entre as experincias mais fortes e mais enriquecedoras dapersonalidade (HAUSER , 1965, p. 195).

    possvel observar na bibliografia consultada que a maioria dos autores aponta paraum descaso e uma falta de interesse dos rgos pblicos e da prpria populao no sentido de

    se conhecer a importncia da vegetao no espao urbano. Assim sendo, torna-seimprescindvel que a populao conhea e valorize os aspectos climticos e biolgicos que avegetao desempenha e no somente perceba a rvore como elemento decorativo na cidade.

    Eckbo (1977, p. 5-6) destaca o alto grau de importncia das rvores no meio urbano eo tratamento que as mesmas frequentemente vem recebendo quando afirma que

    ...nas cidades, especialmente no centro, a vegetao constitui apenas umelemento decorativo. Se as plantas fossem de plstico, no faria diferenanenhuma, j que no tm nenhuma funo especfica(...)A rvore representa

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    um indicador da sade urbana, porque mais sensvel e vulnervel que aspessoas. Quando as rvores no estiverem se dando bem numa cidade, comcerteza as pessoas no estaro melhores. Uma forma humana e sensata deplanejamento urbano deveria considerar as rvores como parmetro da vidadas pessoas na cidade. Varrer as folhas no constitui um problema srio delimpeza pblica, como tantas vezes se tem alegado.

    Vista por outra dimenso a arborizao no considerada to relevante no espaourbano, pois na concepo de Jacobs (2000, p. 99), os parques no so os pulmes da cidade(...) So necessrios cerca de 12 mil m2 de rvores para absorver a quantidade de dixido decarbono que quatro pessoas geram ao respirar, cozinhar e aquecer a casa. So as correntes dear que circulam nossa volta, e no os parques, que evitam que as cidades sufoquem. Aindaque seja assim, vale ressaltar que a vegetao possui outros atributos indispensveis vidahumana conforme apresentados no quadro 01.

    Note-se que a opinio de Jane Jacobs vai contra idias e estudos de vrios outroscientistas que visualizaram e comprovaram a eficincia da arborizao no espao urbano.

    Sobre o crescimento das rvores em meio urbanizado, importante atentar que parauma planta se desenvolver com perfeito funcionamento dos seus processos fisiolgicos

    preciso que ela encontre um ambiente favorvel ao seu crescimento. Deste modo, Munoz(1985, pg 11) afirma que ...factores como el clima, la luz, la humedad ambiental, la lluvia, laestructura y la textura del suelo, el pH, la fertilidad, la actividad de los microorganismos y laaccin de otros seres vegetales y animales interactan e inciden directamente en el desarrolode las plantas. Logo, a vegetao localizada em reas densamente verticalizadas tende asofrer reduo de insolao direta, alterar valores microclimticos e a umidade e circulao dear, o que causa danos comunidade vegetal de parques, praas ou bosques, visto que estesparmetros tm influncia direta no desenvolvimento de espcies vegetais e na vida animalassociada (SCIFONI, 1994, p. 49).

    A necessidade de uma distribuio mais igualitria de reas verdes na cidade destacada por vrios autores, pois a localizao destas, na maioria das vezes, est associada especulao imobiliria. Assim, os espaos destinados ao lazer, quer sejam parques e praas

    pblicas, quando bem equipados, tornam as reas em seu entorno mais valorizadas e,conseqentemente, procuradas pela garantia de uma vida mais saudvel devido aos diversosbenefcios que esses espaos lhes oferecem.

    Ao analisar a grande So Paulo, Lombardo (1985) observou que o acesso s reasverdes da cidade aparece de forma diferenciada, favorecendo a uma minoria privilegiadasocialmente, enquanto que as outras camadas sociais, principalmente as mais carentes, tmdifcil acesso aos parques e jardins pblicos. Assim sendo, nos bairros de alto padro social overde nos espaos pblicos desempenha funo mais ornamental e de valorizao do solo, aopasso que nos bairros de periferia deveria ser voltado, entre outros, ao oferecimento do lazer.

    provvel que esta seja a realidade de grande parte das cidades brasileiras. Nacidade de Presidente Prudente-SP, a situao no muito diferente. Conforme se verificounuma amostragem realizada por Gomes (2001), a qualidade ambiental das praas pblicas na

    cidade obedece a padres socioeconmicos diferenciados, uma vez que as mais equipadas earborizadas praas localizam-se em bairros ocupados pela populao de alto poder aquisitivo,enquanto que nos bairros populares e de periferia notria a ausncia de praas e,consequentemente de arborizao.

    Scifoni (1994, p. 38) considera o uso efetivo das reas verdes como local de lazer,recreao ou simples contemplao da natureza mais importante que apenas o acesso visual.Para que isso ocorra, faz-se necessrio que essas reas estejam bem distribudas na malhaurbana, abrangendo desde o centro at as periferias mais distantes das cidades. No entanto,Tarnowski e Moura (1991, p. 531) destacam a importncia da luta pelo aumento dos ndices

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    de reas verdes mesmo que no sejam distribudas igualitariamente, nem acessvel a todos oscidados, embora considerem os parques, bosques e praas como um sistema reestruturadorda cidade e, portanto, indispensvel para a melhoria da qualidade de vida da populao.

    De acordo com Rodrguez (1985, p. 42), a cidade constitui um bosque emcrescimento, mas tambm

    ...este bosque es una floresta urbana, constituda por rboles de sombra,rboles decorativos, rboles frutales, rboles de parques y jardines, rbolesde las zonas verdes de calles y carreteras. El cuidado y manejo de estebosque es una inversin en el futuro de nuestros rboles. La floresta urbanaes un ecosistema que, aunque artificial, es susceptible de manejo igual quecualquier bosque comercial manejado para producir madero pero difiere endos aspectos importantes: los rboles en la floresta urbana estn mucho msdispersos y en ella el bosque se maneja, primordialmente, por la contribucinde los rboles para una vida urbana ms placentera y saludable.

    A reivindicao da sociedade por reas destinadas ao lazer est associada presenado verde nos espaos destinados a tal. Nesse sentido, as praas surgem como locais preferidospara a prtica do lazer, pois, alm de estarem mais prximas das pessoas pela estratgia de sualocalizao, propiciam tambm uma convivncia harmoniosa entre os indivduos que asfrequentam.

    A presena do verde nas praas pblicas torna-se essencial, visto que este elementoconstitui-se de extrema importncia na composio destes locais, seja pelo contato visual quepropicia populao ou pelas funes biolgico-climticas que desempenham. Mas, deacordo com Scifoni (1994, p. 44), em relao finalidade de lazer e recreao que essas reasdesempenham, no s a ausncia de vegetao que compromete a funo, mas,principalmente a inexistncia de equipamentos e condies voltadas a este uso.

    Conforme salienta Hoehne (1944, p. 46),

    As praas ajardinadas nunca devem faltar numa cidade moderna. A suaproporo deve estar em relao com a superfcie construda. Para cada duasmil casas deveria existir sempre um parque ou jardim de pelo menos cemmetros quadrados; mas claro que outros, muito maiores, devero serconstrudos nos pontos em que isto for possvel. Reservando-se o espaopara estas reas ajardinadas ao se traar o plano de uma cidade, o programano onerar muito a Prefeitura, mas posto em prtica, sem esta preliminar,tornar-se- dispendioso e irrealizvel algumas vezes.

    Brando e Lucena (1999, p. 67) mostraram que, em relao ao conforto trmicoverificado em algumas praas do Rio de Janeiro/RJ como a Mau, Cruz Vermelha eTiradentes, a insuficincia arbrea em espaos abertos dessa natureza favorece situaes deextremo desconforto humano. Esse , portanto, um fator fundamental que justifica a presenade rvore nas praas, pois a situao de desconforto trmico incompatvel com a funo que

    a praa deve desempenhar que exatamente a de propiciar lazer ao ar livre. Essa funojamais vai se cumprir nas cidades brasileiras, enquanto integrantes de regies tropicais, se apraa no for enxergada como rea verde, capaz de cumprir mltiplas funes no espaourbano.

    Dados sobre espaos verdes, do Departamento de gua e Energia Eltrica de SoPaulo (DAEE), mostram que, de um total de 976 praas, do Estado de So Paulo, que ocupam5,8 milhes de m2, 11% no so arborizadas, 31,5% no apresentam plantas rasteiras esomente 13% dispem de parque infantil ou tanque de areia. Ainda, 68% dessas praas noso dotadas de sanitrios pblicos (NUCCI, 2001, p. 80).

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    Os dados acima mostram que atualmente ainda se concebe planejar ou manter umespao pblico como a praa sem arborizao e/ou equipamentos de lazer como parqueinfantil. Desse nmero significativo de 976 praas pesquisadas, cerca de 100 no soarborizadas e 300 no apresentam plantas rasteiras que so importantes para a cobertura dosolo por facilitar a permeabilidade. Isso apenas evidencia o descaso do poder pblico emsanar problemas que futuramente podem trazer conseqncias ainda mais graves que as

    encontradas, como o caso do escoamento da gua das chuvas para as galerias pluviais que intensificado devido s poucas reas de solo permeveis na cidade.Nesse contexto, importante refletir sobre a problemtica dos espaos pblicos

    vegetados em cidades mdias visto que essas ainda apresentam, na maioria das vezes,condies de sanar seus problemas ambientais numa perspectiva mais animadora do que nosgrandes centros, onde as condies do meio fsico j alcanam patamares complexos dedegradao.

    BREVE CONSIDERAO SOBRE A VEGETAO DEPRAAS E PARQUES DAS CIDADES DE PRESIDENTE

    PRUDENTE, RIBEIRO PRETO E UBERLNDIAApresentando as mesmas condies de acelerado crescimento urbano, como

    verificado nos grandes centros urbanos brasileiros, algumas cidades mdias j demonstramsignificativas contradies em relao disposio da vegetao no espao urbano; este ocaso das cidades de Presidente Prudente e Ribeiro Preto no Estado de So Paulo e,Uberlndia em Minas Gerais; sobre as quais sero tecidas algumas consideraes no tocantes praas pblicas, parques e vegetao.

    A cidade de Presidente Prudente, com cerca de 200 mil habitantes no ano 2000, estlocalizada no oeste do Estado de So Paulo, distante aproximadamente 560km da capitalpaulista. Considerando-se as 56 praas pblicas que a cidade dispe, possvel afirmar queeste um nmero expressivo, porm, no satisfatrio, tendo em vista o papel que estes

    espaos pblicos podem desempenhar como local de lazer numa cidade desse porte. Assim, adistribuio irregular das praas na cidade constitui um srio agravante, pois enquanto algunsbairros dispem de mais de uma praa (em geral os ocupados pelas camadas de mais altopoder aquisitivo), outros so completamente desprovidos desses espaos pblicos (comoocorre nos bairros de mais baixa renda) (GOMES e AMORIM, 2002, p. 26).

    Em relao qualidade da vegetao presente nas praas, Gomes e Amorim (2002,p. 34) afirmam que,

    do total de praas de Presidente Prudente, 32% apresenta vegetao emtimas condies, pois h harmonia entre os diversos tipos e porte, bemcomo quantidade suficiente de rvores.

    A classificao boa, dada a 39% das praas, indica que a vegetaoapresenta condies satisfatrias; porm, precisando ser melhorada.

    As praas onde se observou pouca vegetao, ou esta apresentando sinaisde maus tratos assim como falta de espao para as rvores, foramclassificadas como regular, representando 18% do total.

    Com carncia total de vegetao se encontravam 7% das praasclassificadas como ruim e, 4% em pssimas condies. Estas praasapresentavam, respectivamente, carncia de embelezamento e sinais depragas assim como ausncia de vegetao arbrea ou rvores em pssimoestado.

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    Dessa forma, possvel verificar que, apesar da cidade dispor de reas suficientespara a implantao de um sistema de lazer eficiente como praas e parques, a prtica daarborizao em Presidente Prudente est associada a padres socioeconmicos diferenciados;onde se privilegia as mais altas camadas sociais e, ignora-se as classes menos favorecidas.

    Em Ribeiro Preto-SP, a situao no muito diferente. A cidade, que apresentoupopulao de 500 mil habitantes em 2000, figura entre as mais importantes do Estado de So

    Paulo, constituindo-se num dos maiores centros financeiros do pas devido prosperidadeeconmica advinda, em grande parte, da sua dinmica produtiva. Nessas condies, no quetange aos espaos livres urbanos de Ribeiro Preto, verifica-se que, alm de mal distribudos,apresentam tambm diferenciaes quanto infra-estrutura e vegetao presente em bairroscentrais e perifricos.

    De qualquer forma, a cidade de Ribeiro Preto conta (em 1998) com um total de 195espaos livres de uso pblico, sendo 182 praas, 11 parques e 02 cemitrios; ocupando umarea de mais de 2,5 milhes de metros quadrados. Esses espaos pblicos denominados por leirepresentam 2,3% da rea urbanizada do municpio. Assim, do total desses espaos,encontram-se efetivamente implantados: 126 praas, 02 parques e 02 cemitrios, somando130 espaos livres (GUZZO, 1999, p. 50-51).

    Os dados acima revelam que 65 grandes reas que poderiam estar desempenhando

    funes vitais na cidade encontram-se vazias, uma vez que no foram arborizadas, nemreceberam equipamentos de infra-estrutura de nenhuma natureza.

    Guzzo (1999, p. 107) obteve o ndice de cobertura vegetal de dois setores urbanos deRibeiro Preto, sendo que o Setor Central (rea central) apresentou 7,5% de sua rea comcobertura arbrea e o Subsetor N-5, que constitui dois bairros de classe mdia-baixa ao norteda cidade (Jardim Independncia e Vila Morandini), 6,7%. Isso corresponde a 10m2 de verdepor habitante para o Setor Central e, 12,9m2 para o Subsetor N-5.

    Apesar dos ndices desses setores serem prximos, importante argumentar que estano a realidade de grande parte dos bairros mais perifricos da cidade em que as reasdestinadas s praas e parques encontram-se vazias e sem nenhum tipo de utilidade. A urgenteefetivao dessas reas por parte do poder pblico, atravs da implantao de arborizao eequipamentos de lazer, contribuir, significativamente, para a melhoria da qualidade

    ambiental na cidade e para a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes.No caso da cidade de Uberlndia-MG, que assim como Ribeiro Preto-SP apresentou

    populao tambm de 500 mil habitantes no ano 2000, a distribuio dos parques pblicosocorre de maneira batante significativa uma vez que muitos desses foram instalados em reasperifricas da cidade, como o caso dos parques municipais Luizote de Freitas, Mansour eSanta Luzia. Essa cidade, localizada no Triangulo Mineiro, alm de figurar entre as maisimportantes do Estado, constitui-se no mais importante centro de uma das regies econmicasmais prsperas de Minas Gerais.

    No que se refere ao total de reas verdes urbanas de Uberlndia, pode-se considerarque existem na cidade 05 parques, 116 praas, 02 estdios e 19 clubes (SILVA ECOLESANTE, 2000, p. 15). A atual situao que se encontram essas reas algo que carecede investigao mais precisa, principalmente no que diz respeito distribuio espacial dasmesmas ao longo da malha urbana, bem como as condies da vegetao e equipamentos deinfra-estrutura urbana; pois constata-se que muitas destas reas esto degradadas, comexceo dos parques inaugurados recentemente e das praas centrais e de bairros nobres.

    Por serem considerados espaos pblicos de relevncia para as finalidades destetrabalho, as praas e os parques pblicos devem merecer ateno especial no tocante sanlises aqui estabelecidas, pois alm das funes de lazer que desempenham, contribuem demaneira significativa como um espao privilegiado de insero da vegetao no meio urbano.

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    Dessa maneira, os parques pblicos municipais de Uberlndia apresentam acaracterstica peculiar de se concentrarem na periferia da cidade, o que no ocorre, porexemplo, em Ribeiro Preto e Presidente Prudente. Esse fato relevante por possibilitar oacesso das camadas sociais menos favorecidas, tendo em vista que os bairros onde habitamdispem de pouca ou nenhuma opo de lazer.

    Os parques pblicos municipais Luizote de Freitas, Mansour e Santa Luzia que

    ocupam rea de 53.120,79m2

    , 52.580,40m2

    e cerca de 280.000m2

    , respectivamente,constituem-se, na concepo de Silva e Colesante (2000, p. 26 e 27),

    em parques de preservao e recreao. Representam reas de qualidadepaisagstica por serem elementos de valor esttico e cultural, incorporadosao patrimnio da cidade, e de qualidade ambiental, por serem um fatordeterminante de conforto trmico ao atuarem como ilhas de frescor nasimediaes dos bairros em que se localizam, por apresentarem potencialpara alternativas mais democrticas de lazer, bem como de garantir acontinuidade do mesmo na paisagem e a conservao da sua biodiversidadelocal.

    Cabe ressaltar tambm a importncia que esses parques assumem pelo fato deabrigarem, alm de vrias nascentes de crregos, representantes importantes da fauna e florado bioma brasileiro Cerrado, servindo, de maneira satisfatria, para o enriquecimento daeducao ambientalem Uberlndia.

    CONSIDERAES FINAIS

    Considera-se que devido a precariedade dos sistemas de lazer na maior parte dascidades brasileiras e a crescente dificuldade de acesso por parte de grande parcela dapopulao, torna-se fundamental a conservao do verde nos diversos espaos pblicosurbanos, pois somente desta forma pode-se conseguir garantir o mnimo de qualidade de vida

    populao. Cabe salientar que a nfase dada s praas pblicas se explica pelo fato destasestarem mais prximas do cotidiano da populao em geral.

    Sem dvida, medidas como a arborizao de vias pblicas, praas, vazios urbanosdestinados rea verde, encostas e fundos de vale, principalmente com espcies nativas,podem contribuir significativamente na amenizao do clima urbano e, sobretudo, para amelhoria da qualidade de vida humana.

    De acordo com Soares (1998, p. 34), nos parques, praas ou jardins onde estejamprogramadas rvores de diversos tamanhos, recomenda-se plant-las a uma determinadadistncia dos passeios, de forma que as futuras copas ou razes facilitem o trnsito depedestres sem prejuzo dos benefcios esperados. Assim, no s os elementos naturais queestaro dispostos como a vegetao e o solo, mas tambm os de infra-estrutura como bancos eequipamentos esportivos, tero de satisfazer uma trplice condio nos locais de lazer queestejam inseridos; ou seja, devem estar localizados em lugar conveniente, agradar pela belezae utilidade.

    Para a melhoria da qualidade ambiental urbana e, conseqentemente, da qualidade devida da populao das trs cidades consideradas, quais sejam Presidente Prudente-SP,Ribeiro Preto-SP e Uberlndia-MG, faz-se necessrio uma ao mais efetiva por parte dopoder pblico no que se refere arborizao dos diversos espaos pblicos dessas cidades quese encontram, em grande parte, na condio de vazios urbanos. populao, cabe presssionara mquina administrativa para que estas aes se concretizem e no constem apenas nas leis.

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    Estudos Geogrficos, Rio Claro, 1(1): 19-29, Junho, 2003 (ISSN 1678698X) www.rc.unesp.br/igce/grad/geografia/revista.htm 28

    Desta forma, por constiturem cidades mdias importantes no contexto regional e nacional eapresentarem acelerado crescimento, essas cidades no podem continuar se expandindo paraalcanar a condio de grandes centros urbanos apresentando problemas dessa natureza.

    A preocupao com a preservao do verde nos espaos pblicos deve ser umaconstante para todos os cidados, poder pblico e profissionais da rea no sentido de seentender que a cidade, quando cultivada e mantida a educao ambiental, constitui um

    ambiente mais saudvel para a vida humana e, portanto mais propcio ao crescimento dasespcies vegetais. Assim sendo, todos os cidados desempenham papel importante na suamanuteno. Essa cumplicidade entre todas as esferas presentes no espao urbano acondio bsica para o alcance de uma melhor qualidade ambiental urbana e um padromnimo de qualidade de vida humana.

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