a tributação do desporto ii europa univ lusófona jan2009

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A fiscalidade do desporto Direito Europeu e jurisprudência do TJCE J.L. Saldanha Sanches [email protected] www.saldanhasanches.pt

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A fiscalidade do desportoDireito Europeu e jurisprudência do TJCE

J.L. Saldanha Sanches

[email protected]

Dois temas centrais

A isenção de IVA

As liberdades comunitárias

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I - O IVA nas actividades desportivas

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O âmbito do Imposto

A (nova)Directiva IVA (2006/112/CE) adoptada com base no art. 93.º TCE

“O princípio do sistema comum do IVA consiste em aplicar aos bens e serviços um imposto geral sobre o consumo exactamente proporcional ao preço dos bens e serviços, seja qual for o número de operações ocorridas no processo de produção e de distribuição anterior ao estádio de tributação” (Artigo 1.º, n.º 2)

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O âmbito do Imposto

Estão excluídas as actividades exercidas por entidades públicas – Artigo 13.º da Directiva IVA

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As isenções

Artigo 132.º, n.º 1:Os EM isentam:

“m) Determinadas prestações de serviços estreitamente relacionadas com a prática de desporto ou de educação física, efectuadas por organismos sem fins lucrativos a pessoas que pratiquem desporto ou educação física” .

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As isenções

Artigo 132.º, n.º 1:Os EM isentam:

“o) As prestações de serviços e as entregas de bens efectuadas por organismos cujas actividades se encontrem isentas por força do disposto nas alíneas b), g), h), i), l), m) e n), por ocasião de manifestações destinadas à angariação de fundos e organizadas em seu benefício exclusivo, desde que tal isenção não seja susceptível de provocar distorções de concorrência”

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As isenções no Código do IVA

Artigo 9.º, n.º 15, al. a):Estão isentas as prestações de serviços efectuadas aos respectivos promotores: por desportistas e artistas tauromáquicos, actuando quer individualmente quer integrados em grupos, em competições desportivas e espectáculos tauromáquicos.

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Outras isenções no Código do IVA:

Artigo 9.º, n. 8 – serviços prestados por entidades não lucrativas

Artigo 9.º, n.º 18 – vendas e prestações de serviços por organismos sem fins lucrativos que prossigam objectivos de natureza desportiva

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As taxas reduzidas

Os artigos 98.º ss. da Directiva IVA

Anexo III da Directiva: Entradas em manifestações

desportivas Utilização de instalações desportivas

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A jurisprudência do TJCE

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Caso C-124/96 (Comissão c. Espanha), de 7.5.1998 A Espanha limitava o reconhecimento da isenção

aos organismos que impusessem quotas inferiores a 4.000 pta’s por mês

TJCE - o texto da Sexta Directiva limita as restrições às isenções ao combate à fraude e à evasão – os EM não têm liberdade para (re)delimitar o âmbito das isenções

A Directiva IVA esclarece hoje quais as restrições possíveis – Artigo 133.º - inclui a fraude e a concorrência

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Caso C-150/99 (Stockholm Lindöpark AB), de 18.1.2001

A Suécia consagrara uma isenção genérica para organismos com ou sem fins lucrativos

TJCE – as normas de isenção da Directiva são de interpretação restrita e têm efeito directo – os EM não podem (re)delimitá-las

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Caso C-174/00 (Kennemer Golf), de 21.3.2002

Onerosidade e jurisprudência das prestações recíprocas

Delimitação do “organismo sem fins lucrativos” TJCE – inclui os organismos que geram

sistematicamente excedentes, desde que não sejam distribuídos aos sócios, mas reinvestidos nas suas prestações

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Caso C-253/07 (Canterbury Hockey Club), de 16.10.2008

O Reino Unido não considerava no âmbito da isenção a prestação de serviços de um clube nacional aos seus associados – outros clubes e não pessoas singulares

TJCE – se as prestações tiverem “estreita conexão” com a prática do desporto e sejam “indispensáveis à sua realização”, são isentas, mesmo que os destinatários sejam pessoas colectivas

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II – As liberdades comunitárias

A liberdade de circulação/ a liberdade de estabelecimento

A liberdade de circulação de trabalhadores o Acórdão Bosman (C-415/93) – o Artigo 48.º

TCE opõe-se às regras das federações que limitavam o número de jogadores de outros EM nas equipas

O problema da tributação dos não-residentes

O problema específico dos desportistas e dos artistas – os espectáculos esporádicos no território de outro EM

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O Caso Gerritse é o instrumento essencial da jurisprudência do TJCE nesta matéria

sublinhe-se que o seu conteúdo se aplica plenamente aos desportistas, como aos artistas

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Caso C-234/01 (Gerritse), de 12.6.2003Caso C-234/01 (Gerritse), de 12.6.2003

O regime da dedutibilidade das despesas não pode ser discriminatório

O regime da RF para não-residentes tem de ser equivalente à tributação progressiva para residentes

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Caso C-234/01 (Gerritse), de 12.6.2003Caso C-234/01 (Gerritse), de 12.6.2003

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3.000 €

Caso C-234/01 (Gerritse), de 12.6.2003Caso C-234/01 (Gerritse), de 12.6.2003

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•Rendimento: 3.000 €

•Retenção: 870 € (25% ADT GER/NL Fonte)

•Despesas: 500 €

Caso C-234/01 (Gerritse), de 12.6.2003Caso C-234/01 (Gerritse), de 12.6.2003

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RF > TxPRog Despesas Mínimo não

tributável

??

Caso C-234/01 (Gerritse), de 12.6.2003Caso C-234/01 (Gerritse), de 12.6.2003

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TJCE Situação comparável Limitação ps por não residentes (artigos

49.º e 50.º TCE) no caso das despesas Estado da fonte tem de dar tratamento

nacional a não-residentes RF tem que ser comparada com tributação

real progressiva - Fim das Taxas L’s por simplif??

Caso C-234/01 (Gerritse), de 12.6.2003Caso C-234/01 (Gerritse), de 12.6.2003

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Na sequência do Caso Gerritse, surgiram vários Acórdãos em que se levantou a questão da discriminação, entre os quais, o Caso Lezíria Grande

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Caso C-345/07 (Lezíria Grande), de 15.2.2007Caso C-345/07 (Lezíria Grande), de 15.2.2007

EStG + ADT PT /ALE= TLimitada Alemanha, RF

Reembolso por despesas:

Dedutibilidade

Originais

Limite: a Alemanha apenas aceitava a dedutibilidade se as despesas ultrapassassem 50% do rendimento

Caso C-345/07 (Lezíria Grande), de 15.2.2007Caso C-345/07 (Lezíria Grande), de 15.2.2007

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Competência?

Futura, C-250/95, 19;

MS, c – 446/03, 29.

Situação externa?

Actuação e estabelecimento ≠ C- 205/84, 25.

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A) LIGAÇÃO ECONÓMICA

Pode haver diferenças no cálculo para residentes e não-residentes?

SIM: Sujeição limitada, territorialidade (Futura, 21)

Situação comparável entre residentes e não-residentes quanto a esses custos (Gerritse, 27)

TJCE: admite a existência de normas deste tipo.

Caso C-345/07 (Lezíria Grande), de 15.2.2007Caso C-345/07 (Lezíria Grande), de 15.2.2007

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B) CUSTOS SUPERIORES A 50% do RENDIMENTO

Restrição de performances artísticas por NR

JUSTIFICAÇÃO?

Dupla dedutibilidade

ADT;EsTG; Directiva 77/779/EEC

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Facturas originais só para artistas e desportistas

Biehl+ Corsten (C – 58/98) + Futura + 49 TCE

AG: Pro rata

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