a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

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MIGUEL CALDERON ALMERAYA A TRANSFORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO DIANTE DA POS-MODERNIDADE: Reflexos na Segurança, a Defesa e o Desenvolvimento Nacionais. Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia. Orientador: Gilberto Vianna. Rio de Janeiro 2014

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Page 1: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

MIGUEL CALDERON ALMERAYA

A TRANSFORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO DIANTE DA POS-MODERNIDADE:

Reflexos na Segurança, a Defesa e o Desenvolvimento Nacionais.

Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia.

Orientador: Gilberto Vianna.

Rio de Janeiro 2014

Page 2: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

C2014 ESG

Este trabalho, nos termos de legislação que resguarda os direitos autorais, é considerado propriedade da ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É permitido a transcrição parcial de textos do trabalho, ou mencioná-los, para comentários e citações, desde que sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa. Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e não expressam qualquer orientação institucional da ESG _________________________________

Assinatura do autor

Biblioteca General Cordeiro de Farias

Calderón Almeraya Miguel. A transformação do Estado-Nação diante da pós-modernidade:

Reflexos na Segurança, a Defesa e o Desenvolvimento Nacionais./ Coronel de Artilharia DEM (MEX) Miguel Calderón Almeraya. - Rio de Janeiro : ESG, 2014.

55 f.: il.

Orientador: Major Gilberto Vianna. Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia apresentada ao

Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), ano.

1. Estado-Nação. 2. Pós-modernidade. 3. Segurança. 4. Defesa.

5. Desenvolvimento. I.Título.

Page 3: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

A todos da minha família que durante o

meu período de formação contribuíram

com seu apoio e animo.

A minha gratidão, em especial aos meus

filhos, pela compreensão, como resposta

aos momentos de minhas ausências e

omissões, em dedicação às atividades ao

serviço de México.

Page 4: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

AGRADECIMENTOS

Aos meus professores de todas as épocas por terem sido responsáveis por

parte considerável da minha formação e do meu aprendizado.

Ao Corpo Permanente da ESG pelos ensinamentos e orientações que me

fizeram refletir, cada vez mais com a responsabilidade implícita de ter que melhorar.

Page 5: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

O Estado e um mecanismo historicamente temporal, uma forma transitória de sociedade.

Mikhail Bakunin

Page 6: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

RESUMO

Este trabalho aborda o Estado-Nação com a preocupação com seu futuro incerto na

segunda década do século XXI, a instituição criada desde o século XVI e

consolidada como resultado da Paz de Westfalia em 1648, depois de viver sua

"época de ouro" nos séculos XIX e XX, e ter sido o principal ator nas relações

internacionais, está em crise; de acordo com o ponto de vista dos cientistas sociais e

políticos as bases jurídicas, políticas, filosóficas e doutrinárias que sustentam ao

Estado-Nação já não estão vigentes, devido às mudanças causadas pelo fenômeno

da globalização e da Pós-modernidade, que criou um novo sistema de valores e

relações entre os diferentes atores e ganhou terreno junto ao Estado-Nação no final

do século XX, de modo que as mudanças no mundo, o que da origem que as

estruturas do Estado-Nação sejam revisadas e se transformem para continuar

existindo no novo ambiente e em harmonia com os demais atores do sistema

internacional. É claro que a transformação do Estado-Nação na era Pós-moderna

afeta diretamente o conceito de soberania, os sistemas políticos, formas de governo,

segurança, defesa e desenvolvimento das sociedades, revolucionando as formas de

organização política e social. Portanto, este trabalho analisa os diferentes fatores

que contribuem para a crise do Estado-Nação e tenta descobrir o ponto de partida

da transformação, a fim de se adaptar a esta nova mudança e às condições em que

a sociedade mundial viverá nas próximas décadas, deixando aberto o tema para

pesquisas posteriores.

Palavras chave: Estado-nação. Pós-modernidade. Segurança. Defesa.

Desenvolvimento.

Page 7: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

RESUMEN

Este trabajo aborda al Estado-Nación de manera muy general, con preocupación por

su futuro incierto en la segunda década del siglo XXI, la institución creada a desde el

siglo XVI y consolidada como resultado de la Paz de Westfalia en 1648, después de

haber vivido su “época de oro” en los siglos XIX y XX y constituirse como el principal

actor en las relaciones internacionales, se encuentra en crisis; de acuerdo a la

opinión de científicos sociales y políticos las bases jurídicas, políticas, filosóficas y

doctrinarias que sustentaban al Estado Nación ya no le dan el soporte que tenía

debido a los cambios provocados por el fenómeno globalizador y la Posmodernidad,

los cuales crearon un sistema de valores y de relaciones entre los diferentes actores

que ganaron terreno al Estado-Nación en los últimos años del siglo XX, de tal

manera que los cambios que está sufriendo el mundo obligan a que el Estado

Nación sea repensado y se transforme para continuar existiendo en el nuevo entorno

y en armonía con los demás actores del sistema internacional. Desde luego que la

transformación del Estado-Nación en la época posmoderna repercutirá directamente

en el concepto de soberanía, los sistemas políticos, las formas de gobierno, la

seguridad, la defensa y el desarrollo de las sociedades revolucionando las formas de

organización política y social. Por lo anterior el presente trabajo analiza los diferentes

factores que están contribuyendo a la crisis del Estado-Nación e intenta descubrir

hacia donde será orientada su transformación con la finalidad de adaptarse a ese

nuevo cambio y a las condiciones bajo las cuales la sociedad mundial vivirá en las

próximas décadas, dejando abierto el tema para que otros investigadores continúen

desarrollándolo.

Palabras Clave: Estado-Nación. Posmodernidad. Seguridad. Defensa. Desarrollo.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 9

2 CARATERISTICAS DO ESTADO-NAÇÃO E A CRISE POLITICA DO ESTADO MODERNO ................................................................................... 12

2.1 A EVOLUCAO DO ESTADO. ....................................................................... 12

2.2 CARATERISTICAS DO ESTADO- NAÇÃO..................................................15

2.3 A CRISE POLITICA DO ESTADO MODERNO.............................................16

3 A POS-MODERNIDADE .............................................................................. 20

4 ASPETOS E ATORES QUE AFETAM A VIABILIDADE DO ESTADO- NAÇÃO ........................................................................................................ 24

4.1 ASPETO POLITICO......................................................................................24

4.1.1 A crise da democracia................................................................................24

4.1.2 A nova revolução politica: o retorno do anarquismo..............................26

4.2 ASPETO ECONOMICO.................................................................................27

4.2.1 O processo da globalização.......................................................................27

4.2.2 As empresas multinacionais......................................................................28

4.2.3 Os blocos comerciais..................................................................................29

4.3 ASPETO PSICOSOCIAIL..............................................................................31

4.3.1 A nova sociedade........................................................................................31

4.3.2. O papel das organizações não governamentais......................................33

4.4 OUTROS ATORES GEOPOLITICOS ATUALES QUE AFETAM AO ESTADO-NAÇÃO..........................................................................................34

4.4.1 O sistema internacional atual.....................................................................34

4.4.2 O renascimento da geopolítica..................................................................36

4.4.3 A evolução dos conflitos armados no século XXI....................................40

5 O FUTURO DO ESTADO- NAÇÃO NO SECULO XXI. ............................... 45

6 CONCLUSÃO. .............................................................................................. 50

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 53

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho busca examinar de modo geral a forma em que os fatores

políticos, econômicos, sociais, geopolíticos e os atores relevantes na segunda

década do século XXI afetam a viabilidade do Estado-Nação diante da pós-

modernidade, e trata de identificar as transformações que poderá experimentar de

acordo com a evolução da sociedade, a política e as facilidades geradas pela

tecnologia das comunicações.

A sociedade humana tem evoluído ao longo da história. Em cada etapa

chegou ao mais alto nível de desenvolvimento na cultura e na organização social, na

época primitiva, as tribos de caçadores e coletores apresentavam uma divisão de

tarefas que facilitou sua vida. Com a descoberta da agricultura, a sociedade sofreu

uma transformação, e surgiram povoados, cidades, reinos e impérios, cuja riqueza

esteve baseada na produção agrícola. Ao mesmo tempo evoluíram as formas de

organização política estabelecendo a monarquia como sistema baseado no direito

divino dos soberanos que tive vigência até o século XVI numa época conhecida

como a Idade Média1.

Uma nova onda de descobrimentos revoltou a sociedade e novas ideias

começaram a mudar a ordem estabelecida. Com a revolução industrial surgiu um

novo tipo de sistema político que substituiu a monarquia e em 1648 apareceu o

Estado-Nação mesmo logrou-se adaptar as mudanças trazidas pela revolução

industrial, ao longo dos séculos XVIII, XIX e XX foi sofrendo mudanças chagando ate

nossos dias. Mais a meados do século XX começou uma nova revolução produto da

insatisfação produzida pela modernidade e gestou-se a pós-modernidade mesma

que foi fortalecida pela evolução das comunicações e a informática; esta nova era

chamada por Alvin Toffler (1980), de “Terceira onda” esta modificando os

paradigmas da modernidade, as mudanças nas relações humanas, na política, na

economia, na soberania, na geopolítica, e o surgimento de novos atores além do

Estado-Nação mesmos que tem predomínio no mundo atual e são óbice ao

funcionamento do Estado-Nação na segunda década do século XXI, já que

sociedade esta na espera de uma nova ordem mesmo que norteará o mundo futuro

e que ainda não está definido.

1 Idade Media e o período da historia da humanidade entre os séculos X e XV em que caiu o Império romano e

o feudalismo foi o modo de produção principal.

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Tendo como base a situação apresentada surge a pergunta: como será a

transformação do Estado-Nação com as mudanças trazidas pela pós-modernidade e

a dinâmica gerada pelos diferentes atores, para continuar sua vigência? . Na

atualidade, a maioria dos Estados-Nação existentes no mundo estão baseados na

ideia do Estado segundo Max Weber (1997; 73), onde o Estado é o detentor do

monopólio do uso legitimo dos meios de coerção para fazer valer a lei e a ordem; a

evolução do Estado-Nação desde sua aparição provocou que os Estados velhos2

como a França e a Inglaterra tiveram que se adaptar às condições estabelecidas

decorrentes da revolução industrial, outros Estados como os Estados Unidos e

posteriormente o Império Alemão foram adaptados desde seu surgimento as

condições da industrialização, a tendência geral na século XX foi a democratização

dos sistemas políticos e a adoção do sistema econômico capitalista apos da queda

do muro de Berlim de acordo com o “fim da historia” de Francis Fukuyama (1992).

Sabino Cassese (2010; 34) em seu livro “A crise do Estado” estabelece que

“atualmente a crise do Estado significa a perda de unidade do maior poder publico

no contexto interno e perda da soberania em relação a o exterior” e ainda fala de

uma ‘Erosão do Estado’ (Cassese, 2010; 37), decorrente dos poderes

supranacionais dos organismos internacionais, e outros atores tais como empresas

transnacionais, máfias, grupos terroristas, organizações não governamentais, entre

outros que limitam o livre exercício da soberania do Estado e sua limitação e

abandono de algumas de suas funções tradicionais e facilitam a proliferação dos

conflitos de baixa intensidade e o surgimento de poderes paralelos que assumem o

espaço do Estado principalmente nas chamadas ‘zonas cinzentas’3, de acordo com

a descrição de Ricardo Mendes Gutierrez del Valle (2011; 145), em sua obra “O

novo mapa geopolítico do mundo” afetando a segurança e o desenvolvimento das

nações em tanto conseguem acompanhar as mudanças.

Frank Bealey no “dicionário Da Ciência Política” (2003) define a pós-

modernidade como “a era que se inicia no ano de 1968, com as revoltas de

2 Esta expressão se refere ao antigo regime dos monarcas absolutistas que dominou Europa nos séculos XVI ao

XVIII.

3 Zona cinzenta refere-se a uma zona geográfica caracterizada pelo isolamento e a falta ou perda de controle

do Estado, favorecendo a aparição de grupos criminosos, terroristas ou senhores da guerra que disputam o

poder, esses zonas podem estar nas periferias das cidades ou em áreas desérticas, montanhosas, o sem de vias

de comunicação.

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estudantes franceses dirigidas por lideres intelectuais como Michael Foucault,

Jacques Derrida, Roland Barthes e Jean-François Lyotard, cujo pensamento

apresenta divergências e se resume como reação as explicações universais as

grandes teorias e as grandes narrações como as compilações históricas de Karl

Marx e Friedrich Hegel são enganos e a ideia de que a ciência e a razão garantiam o

progresso incessante a uma vida melhor, os pós-modernos rejeitam a ideia duma

humanidade unida porem a declaração dos direitos do homem e outras declarações

estão erradas”. Concordando com Michael Foucault (1979; 231) o poder esta

descentralizado e a ação política esta localizada e possui o apoio de grupos

pequenos, porem os novos movimentos sociais adotam esta ideia e procurarem

viver o presente, renunciar a luta por compreender, desapreciar aos lideres

modernos e às estruturas criadas pela sociedade moderna. A pós-modernidade e

uma atitude a vida e uma forma de viver que esta mudando a sociedade do século

XXI e ao Estado-Nação.

O trabalho encontra-se estruturado da seguinte maneira: primeiramente se

resumem as discussões relativas às características do Estado-Nação e a crise

política do Estado; a seguir se apresentam as características da Pós-modernidade;

continua-se com a descrição dos aspetos políticos, econômicos, sociais, e atores

geopolíticos que afetam a viabilidade do Estado-Nação; posteriormente apresentam-

se reflexões sobre as possíveis mudanças que poderá sofrer o Estado-Nação nos

próximas décadas. Finalmente se conclui reunindo os principais argumentos e

recomendações discorridos no trabalho, enfatizando a necessidade de compreender

a forma em que os diferentes aspectos enumerados estão gerando a transformação

do Estado-Nação e seus reflexos na segurança e o desenvolvimento das nações,

esperando que outros pesquisadores continuem com o aprofundamento no estudo

do tema.

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2 CARACTERISTICAS DO ESTADO-NAÇÃO E A CRISE POLITICA DO

ESTADO MODERNO.

Nesta seção se apresentaram de modo geral os aspetos mais importantes do

Estado-Nação, a ser tomados em consideração para nosso estudo, primeiramente

se amostrara a evolução do Estado na historia, a seguir serão apresentadas as

características do Estado moderno decorrentes de sua própria evolução, e por ultimo

serão descritos alguns aspetos que caracterizam a crise política do Estado-Nação na

atualidade, a fim de conhecer a gênese e o percorrido histórico e a situação atual de

nosso objeto de estudo: O Estado-Nação.

2.1 A EVOLUÇÃO DO ESTADO.

Falar do Estado e falar da historia da humanidade, porem e preciso fazer uma

viagem até os tempos em que pisaram a terra os primeiros Hominídeos, os quais já

se agrupavam em turmas pequenas que podemos classificar em tribos sem

governantes e tribos com governantes. As tribos sem governantes eram sociedades

segmentadas ou acéfalas já que não tinham uma organização jerarquizada, incluíam

as chamadas sociedades de bandos espalhados em varias partes do mundo que

ainda existem como os Bosquímanos do deserto do Kalahari, os Aborígines

Australianos e os Esquimós do Alasca e norte de Canadá. O que todas essas tribos

tinham em comum e que seu “governo” começava e terminava dentro da família

estendida o clã, e toda a autoridade, direitos e as obrigações eram

institucionalizadas e iam além duma simples amizade (Van CREVELD, 2004; 3),

porem ninguém tinha direito de dar ordens a ninguém, de exercer justiça sobre

ninguém nem exigir pagamento de ninguém. Essas tribos eram grupos pequenos

dedicados a tarefas como a caça e a coleta de frutos, e seu modo de vida foi

nômade.

Faz aproximadamente dez mil anos os grupos humanos iniciaram a vida

sedentária, alguns milênios depois com a descoberta da agricultura4 surgiram às

primeiras aldeias as margens dos rios, e as organizações das tribos também

4 A descoberta da agricultura situa-se no terceiro milênio A.C. nas margens dos rios Tigre e Eufrates no

território do atual Iraque.

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mudaram e surgiram as chefias devido à divisão de trabalho, surgindo indivíduos

que se erguiam acima de outros e possuíam o direito a governá-los, alguma

baseada na suposta ascendência divina do chefe que geralmente ditava a sucessão

de pai para filho. Entre outras características de essas sociedades estava a

poligamia o que resultava num grande numero de filhos que disputavam o direito a

chefiar o grupo, a divisão do trabalho foi diversa existindo agricultores, pastores,

pescadores, comerciantes, artesãos e sacerdotes e se criaram concentrações

maiores do poder político econômico e militar, (Van CREVELD, 2004; 20). Essas

organizações humanas evoluíram em organizações mais complexas, criando-se

assim reinados e posteriormente e Cidades-Estado, embora essas organizações

humanas tivessem relações entre sim e sua interação as levo a competência e a

inúmeras guerras que fortaleceram alguns grupos adquirindo mais poder em seu

entorno geográfico como foi o caso de algumas das grandes civilizações da

antiguidade onde já existia um Estado organizado como tal com um aparato

burocrático que exercia as funções de governo, nas primeiras civilizações se

caracterizaram por serem teocracias5 como o caso do Egito onde o farão era o

governante, autoridade judiciária, e o máximo sacerdote, considerado um ser divino.

A civilização hebraica ao principio esteve chefiada por patriarcas, juízes e reis. As

civilizações da região da Mesopotâmia foram fundadas pelos sumérios, existeram

várias comunidades que se transformaram em Cidades-Estados. Os sumérios

disputavam uma região cujo poder não era centralizado, portanto, não era uma

unidade administrativa, qualquer cidade era como um país, com governo próprio. Os

Gregos e os Fenicios estiveram organizados numa quantidade diversa de Cidades-

Estados com diferente forma de governo, alguns reinos e outras como Atenas com

uma forma de governo mais complexa, outras civilizações organizaram verdadeiros

império como foi o caso da Pérsia e Roma que dividiram seus extensos territórios

em províncias, e no caso de Roma quase ao final de sua influencia foi dividido em

dois Impérios mesmos que foram o topo da civilização na idade antiga.

Ao redor do mundo surgiram civilizações, na China, Índia, México, América do

Sul, e Arábia, as quais criaram Estados com organizações burocráticas avançadas

5 Teocracia e uma forma de organização política da antiguidade onde a classe sacerdotal controlava todas as

atividades políticas, econômicas e sociais dum povo, considerando o domínio da religião, explorando a

ignorância e a superstição (Hobbes, 1982).

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em alguns casos, mas todas tinham as mesmas características: todos os governos

foram impostos seja por sucessão dinástica ou pela força, não existia a participação

da cidadania, a legitimidade era pelo direito divino, e a cidadania não existia como

tal apenas havia escravos, servos, súbditos, mais não tinham direitos para escolher

ao governante nem para participar do governo, este sistema prevaleceu ate a Idade

Meia, em que o isolamento do mundo e a expansão do Islã foram as principais

características.

Maquiavel foi o primeiro que empregou o conceito ‘Estado’, em sua obra “O

Príncipe” (FUKUYAMA; 2013; 21), a apesar de seus escritos falarem dos pequenos

Estados Italianos usou o termo é num sentido moderno de um território com

fronteiras definidas e uma autoridade central deve ser obedecida. Ao final da Idade

Média, o conceito de território independente, com governo que possuía autoridade

suprema começo a ser aceita na Europa. Os filósofos da época concentraram seus

estudos sobre a relação entre os indivíduos e o Estado, particularmente na

obrigação política. Hobbes (1982), em sua obra Leviatã considera que “a natureza

humana e agressiva e os homens viviam com temor uns de outros e deviam

estabelecer um acordo com o Estado para que ele os proteger da sociedade

desordenada e com a segurança garantida pelo exercício do poder por uma

autoridade que todos aceitaram”.

Locke acreditava que as pessoas eram boas juntas, e que “o Estado existe

para garantir que os que cometem erros não perturbem a ordem social”

(FUKUYAMA, 2013; 24), também afirmou que “o individuo possuía alguns direitos

básicos que devem estar contidos num contrato social com o Estado, e se o Estado

quebrava esse contrato existia o direito de se rebelar”. Rousseau, por sua vez

estava preocupado pela realização de uma sociedade em que todos foram livres,

como no estado de natureza, e em que tanto a integridade pessoal e a propriedade

estariam asseguradas. A sua solução estava num contrato social onde os indivíduos

integrados em uma parceria civil desistiriam de seus direitos para encontrar a

verdadeira liberdade nas leis feitas por eles mesmos, de modo que os velhos

soberanos dinásticos foram derrubados e substituídos pela soberania do povo.

As revoluções americana e francesa trouxeram novos termos na relação entre

o individuo e o Estado, a revolução industrial que permitiu a formação de forças

coletivas com crescentes demandas formuladas para a autoridade política. Adam

Smith criticou a teoria mercantilista dominante em que o controle do Estado sobre o

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15

comércio o defendia quando for considerado necessário. Hebert Spencer por sua

parte, assinalo que o “Estado deve limitar-se a trabalhar como vigia noturno que tem

a tarefa de salvaguardar a ordem pública e legalidade dos contratos comerciais”

(FUKUYAMA, 2013:26). Hegel, para quem o Estado deve representar a exigência

máxima na razão e na perfeição moral e buscou a solidariedade e a correta conduta

para combater a instabilidade a que estava propensa a sociedade civil na época

(Van CREVELD, 2004;32).

Max Weber (1997) descreveu o Estado como “O detentor final do poder

coercitivo de uso da força dentro de limites específicos do mesmo Estado, ou para

empregá-la em contra de outros Estados”, desta forma finalmente chegamos ao

Estado Moderno reconhecido pelos outros Estados e organismos internacionais,

mesmo que durante os dois últimos séculos foi o principal ator nas relações

internacionais, chamado de Estado- Nação, com legalidade e legitimidade, composto

por território, população e governo eleito democraticamente que controla a vida

política da nação através de um aparato burocrático com inúmeras funções.

2.2 CARATERISTICAS DO ESTADO- NAÇÃO.

O conceito de Estado é um conceito complexo que tem três significados, um

filosófico, um legal e um político (PASQUINO, 2011; 23). A noção do Estado clássico

está em estreita relação com as ideias de poder e autoridade, Aristóteles em seus

escritos se referiu a ‘polis’ como uma entidade que abrangia a Cidade-Estado e a

sociedade, Cícero, escreveu sobre a autoridade que veio do Senado e que era a

autoridade que governou a Roma antiga.

Pode-se considerar que o termino Estado-Nação, e uma combinação de dois

conceitos: Estado é definido como um território, onde existe um povo, mesmo que

esta governado por um sistema político, estar reconhecido por outros Estados e por

ter poder coercitivo para o emprego da força, a Nação por sua vez é um conceito

histórico e cultural que reúne povos com cultura e tradições comuns. Especialistas

em relações internacionais têm ao Estado-Nação, tradicionalmente como o objeto de

estudo. Para os advogados internacionais o sistema internacional é um universo de

entidades com a mesma soberania. No entanto poucos Estados- Nações que se

encaixam no tipo ideal de uma única nação dentro de uma borda do quadro.

Membros das Nações Unidas são Estados, alguns dos quais ainda estão lutando

sem sucesso, tornar-se Estados-Nação, alguns Estados sofrem profundas clivagens

étnicas, é evidente nos estados que foram colônias, em que as elites dominantes em

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16

seu esforço para unificar as comunidades étnicas para torná-los uma nação

desestabilizam seriamente seus países.

Além das tarefas de gerenciamento tradicionais do direito, mantendo a ordem

e guardião da propriedade, o Estado democrático moderno foi acrescentado outro

tipo de funções coletivas por causa de pressões eleitorais, o Estado contemporâneo

oferece educação, cuidados de saúde, apoio aos desempregados, ajuda aos pobres

e cuidar de pessoas com deficiência e idosos6. Isto é feito através da redistribuição

do orçamento através da tributação dos ricos para ajudar os pobres, uma política

que nas últimas décadas tem sofrido pressões eleitorais. As funções de bem-estar

distributivos e sociais são um compartilhamento de valores na sociedade moderna,

determinados setores da sociedade são beneficiados e prejudicados os outros, a

partir do final do século XIX, os políticos que vão desde posições conservadoras,

social – democratas, e paternalistas ter exercido essas funções em maior ou menor

forma para que o Estado seja um instrumento para eles mesmos e para

implementação de suas políticas.

Outra concepção do Estado é a de um ator internacional reconhecida pelo

direito internacional, à soberania tal como foi concebida por Bodin significava total

independência no contexto internacional, o que significa a capacidade de um Estado

para manter sua integridade territorial, garantindo que outros Estados respeitaram

seus limites e seus cidadãos (PASQUINO, 2011; 28). Nos séculos XIX e princípios

do século XX, um Estado só se tornava como tal quando era reconhecido por outros

Estados, e agora pelas Nações Unidas. A soberania de um Estado pode ser

prejudicada quando outro Estado tem instalações militares em seu território ou

quando os investimentos econômicos do outro Estado dirigem a política interna.

Alguns Estados pequenos e fracos dificilmente podem ser considerados soberanos

se uma empresa multinacional emprega grande parte de sua força de trabalho. No

entanto, na prática, no mundo contemporâneo da segunda década do século XXI, a

interdependência é tão estreita que nenhum Estado goza de uma soberania ao cem

por cento.

2.3 A CRISE POLITICA DO ESTADO MODERNO.

Atualmente, as modernas teorias do Estado assinalam que sua capacidade

de controle diminuiu, ou está destinada a desaparecer completamente. Os estados

6 Este tipo de estado tem sido chamado de Estado de bem estar, Estado social ou “Welfare State”

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17

atuais por causa da supra nacionalidade estão restritos ao uso da força e de exercer

soberania dentro de suas próprias fronteiras (CASSESE;2010; 17), internamente, os

estados têm de obedecer a um conjunto de regras resultado da assinatura de

tratados internacionais que obrigam aos governos a adoção de governos

democráticos em que há uma alternância entre as diferentes forças políticas, a que

formulam leis para garantir o respeito dos direitos humanos, leis que favorecem as

minorias e as mulheres, os idosos, as crianças, os grupos indígenas, homossexuais,

e outros grupos vulneráveis são também obrigados a adotar políticas econômicas

que visam o desenvolvimento do país e elevar o padrão de vida dos seus cidadãos e

eles estão constantemente supervisionado por inúmeros institutos, observatórios,

centros de pesquisa social que avaliam a os diferentes Estados e publicam em

vários índices onde o catalogam como ‘Estados falidos’, ‘Estados canalhas’,

‘Estados parias’, (HUNTINGTON, 1994;131) todas estas medidas além de classificar

a os Estados em o sistema intencional põem aos governos aos olhos dos seus

cidadãos como incompetentes ou incapazes de atender às demandas de população,

gerando descontentamento e colocando em evidência se ela está realmente

crescendo necessidade de um Estado com um grande aparato burocrático ou

manter um sistema político particular, este fenômeno es chamado de ‘Erosão do

Estado’ (CASSESE, 2010; 43).

Uma das principais causas da crise do Estado e que está aumentando a

corrupção política que por sua vez corrompe a própria política, (SARTORI,

1994;132), isso resulta em decepção da cidadania criando uma lacuna entre a

política e o cidadão, o que gera um desinteresse em atividades políticas envolvendo

este aspecto é muito evidente no descrédito dos políticos que possuem grande

riqueza, como resultado da perda de ética no serviço público e desvio frequente de

fundos públicos ou resultado de outros atos de corrupção, como o pagamento de

favores, subornos e outras formas, na medida em que, em muitas partes do mundo,

a palavra ‘político’ é sinônimo de bandido, a diferença entre a raiva político e

cidadão também gera contra as autoridades e os resultados em protestos que

levaram à queda de governos impopulares, ou pela adoção de políticas impopulares,

o principal motivo é a grande quantidade de recursos econômicos que são

gerenciados em atividades políticas, quer através do aumento fiscal, bem como a

existência de rendimentos ilegais, como no caso do dinheiro da droga que chega às

mãos dos governos, essas quantias exorbitantes são liderados, em muitos casos

Page 18: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

18

para suportar máquinas de votação quer reforçar campanhas de monitoramento dos

meios de comunicação e distribuição de brindes entre os cidadãos, os partidos

políticos desacreditando disso, a regulamentação das despesas eleitorais, como

medida de transparência e honestidade ainda necessárias.

A resposta ao desencanto da política é demonstrada pela falta de participação

em atividades políticas refletidas na taxa de participação nas eleições, que

enfraquece a legitimidade dos sistemas governamentais de representação, pois em

alguns casos o percentual mínimo de representação não é alcançado de forma o

destino da nação foi decidido por uma minoria que em muitos casos foram tratados

pelo sistema eleitoral. O controle dos meios de comunicação pela classe política não

gera um fenômeno conhecido hoje como “mediocracia”, na qual figuras políticas

tornam-se estreias da mídia ou quando os artistas de televisão ou cinema se tornam

políticos ou políticos relacionados com figuras da mídia, como repórteres,

comentaristas e atores que atraem milhares de pessoas para a causa política, outro

aspecto se reflete quando a mídia satura o ambiente com emissões contínuas de

anúncios e relatórios sobre as atividades realizadas por atores políticos e os partidos

que representam, pesquisas, notícias, entrevistas e outras formas de criar um

ambiente que enfatiza a boa imagem do político em questão, atualmente redes

sociais e a internet, o leque de possibilidades se expandiu para saturar o público

com a imagem de políticos e seus programas, criando um ambiente de ficção que,

quando descoberto por setores da população com educação gera descontentamento

generalizado devido à difusão da realidade por diferentes meios, assegurando que a

maior parte da população é cada vez mais ativa em protestos e outros sinais de

desafio às autoridades.

A crise do Estado também se manifesta nas formas de governo, e muitos

Estados continuam a procurar uma forma de garantir uma melhor gestão, resultando

numa comparação forçada entre o sistema presidencialista e o sistema parlamentar,

em princípio, a adoção de um sistema de governo tem raízes históricas que passou

de uma monarquia para uma república, em outros casos as monarquias absolutistas

se tornaram monarquias parlamentares, alguns países têm um sistema de governo

com um Congresso unicameral, outros têm duas câmeras, alguns têm primeiro-

ministro, ou chefe de Estado ou Presidente governo, há Estados onde os

funcionários públicos são eleitos por voto direto e em outros casos, por meio de

representações onde membros votantes do congresso fazem a eleição, em alguns

Page 19: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

19

sistemas de governo os cargos dos ministérios são nomeados pelo Presidente e

confirmados pelo Congresso, em outros casos, eles são eleitos pelos membros do

Congresso, tudo isso leva à uma gestão que pode ou não ser eficiente em seu

desenvolvimento político e cumprir seu governo de forma ética e responsável ou de

forma catastrófica. Os estados não mudam seu sistema de governo frequentemente,

muitas vezes este é normalmente mantida por um longo tempo e a transformação da

governança ocorre como resultado da agitação interna, uma reforma política ou pela

demanda popular, em todos os casos é causada por que o sistema político anterior

foi gasto e não e garante do desenvolvimento das condições políticas e econômicas,

esta transição pode ser violenta ou pacifica, mais o problema atual e que a

democracia não esta garantindo o desenvolvimento e segurança, porem cada vez e

mais difícil para os Estados organizar e gerenciar um governo eficiente, acentuando

a crise que vive ou Estado moderno, chegando à discussão acadêmica ao respeito

da viabilidade do Estado-Nação como forma de organização política na Pós-

modernidade, e garantir segurança e desenvolvimento a seu povo.

Page 20: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

20

3 A PÓS-MODERNIDADE

Como já foi previamente descrito ao longo deste trabalho, a sociedade

humana evoluiu com o desenvolvimento tecnológico, as sociedades de caçador-

coletores se tornou sociedades agrícolas e mudam os modos de produção, social,

política, religião, família e dos próprios valores da sociedade, uma nova mudança

veio com a revolução industrial e pela sociedade adaptada às novas exigências, os

reinos se tornaram repúblicas, reis em muitos casos, foram substituídos por

presidentes, consolidando-se a Estado-Nação, e com ele o conceito de soberania foi

adotada, houve exércitos nacionais, a religião tornou-se um instrumento do Estado,

a segurança social surgiu, os sindicatos, a educação pública, foram reduzidas as

famílias numerosas e os valores da família e do antigo reino convertidos em valores,

aspirações e interesses nacionais. Esta sociedade que é chamada de sociedade

industrial e o período em que evoluiu e identificado como ‘modernidade’ (TOFFLER;

1980; 215) cronologicamente corresponde desde meados do século XIX até os anos

70 do século XX. A nova transformação ocorreu com o desenvolvimento tecnológico

que potencio o computador e as possibilidades e capacidades dos meios de

comunicação existentes na era industrial7, a sociedade de produção dos tempos

modernos tornou-se uma sociedade de consumo e o comércio tornou-se a atividade

mais importante para os Estados, resultando que todos aqueles aspectos que

impediam o livre comércio foram eliminados, enfraquecendo a soberania dos

Estados. Esta mudança surgiu após a Segunda Guerra Mundial criou uma nova

sociedade que tenha estabelecido a partir dos anos 80 do século XX e continua até

hoje, no tempo presente tem sido chamada por muitos pensadores de sociedade

‘pós-moderna’ e a época chamada de ‘pós-modernidade’.

A Pós-modernidade tem influenciado todas as áreas, inclusive afetando a

organização e funcionamento do Estado, resultando o surgimento de um ‘Estado

pós-moderno’, a União Europeia é o exemplo mais notório a este respeito já que sua

organização não e uma federação, nem império, e ainda continua procurando a

integração política dos Estados que a integram. O termo pós-modernidade nasceu

no domínio da arte e foi introduzido há três décadas por Jean Lyotard (1987), “a

Pós-modernidade não é um momento na história ou um pensamento específico, mas

7 Alvin e Heidi Toffler fazem emprego do termo “era industrial” para referir a o período de tempo decorrente a

chamada segunda revolução industrial de acordo com sua obra “ A terceira Onda”

Page 21: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

21

uma condição humana particular”. A Pós-modernidade é apresentada como uma

reivindicação do indivíduo local versus o individuo universal, a libertação do

indivíduo quem sofre uma “crise de identidade” como assinala Stuart Hall (2014;11),

que derramando as ilusões da utopia centrada na luta por um futuro utópico, pode

viver livremente e desfrutar deste presente permitido após a suas inclinações e

preferências.

Para obter uma melhor compreensão das mudanças na sociedade moderna

em relação à sociedade Pós-moderna é necessário identificar as características da

modernidade (LYOTARD, 1991; 112). Em primeiro lugar, no que respeita à

organização política, nos tempos modernos, a Estado-Nação tornou-se a principal

forma de organização política, mas ao longo do tempo diferentes sistemas de

governo foram testados e finalmente se aceito de maneira geral que a democracia

liberal é a forma mais adequada para garantir o cumprimento das obrigações e

exercer os direitos dos cidadãos (FUKUYAMA, 2004; 119), mas a transformação da

sociedade para a Pós-modernidade gero uma crise ao Estado-Nação e discute a

criação de outras formas de organização política por meio de novas formas de

federações e confederações blocos unidos, principalmente porque os conceitos de

segurança, soberania e fronteiras foram superados pelo comércio. Nesse sentido, se

quiserem torna-se organizações políticas também passam por mudanças de formas

de governo, e o caso onde novos esquemas estão-se propondo como a democracia

direta e a redução do aparelho burocrático dos governos, a criação de grupos ou

blocos de países. Nos tempos modernos, as forças armadas nacionais tinham como

missão principal a defesa exterior de acordo com os interesses de seu próprio

Estado, mas agora na Pós-modernidade com a proliferação de operações

multinacionais e operações no âmbito da Organização das Nações Unidas, está-se

tornando uma tendência de organizar componentes formados por forças militares de

diferentes países, este é o resultado de medidas de confiança, intercâmbios

militares, a unificação das doutrinas, equipamento militar e da interdependência

entre as nações.

No aspecto econômico, a produção em massa da modernidade foi orientada

ao consumo próprio e para a venda dentro do próprio país e fora de ele, a produção

na Pós-modernidade é de consumo orientado (BAUMAN, 1999, 40), mas com uma

grande variedade de produtos que têm sido colocados de volta ao mercado mesmos

que já tinham desaparecido tudo pela demanda, também existe uma grande

Page 22: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

22

quantidade de produtos cujas variedades são diversas, exemplificando somente

basta com ver num supermercado o número de tipos de leite que podem ser

encontrados, e o fenômeno se repete com todos os tipos de produtos, para todos os

gostos e necessidades, outra situação própria na Pós-modernidade e a possibilidade

de comprar quase qualquer produto em qualquer país e ser recebido na sua própria

casa, salvando as fronteiras, alfândegas, e outros impedimentos ao comercio

próprios da modernidade (GIDDENS; 1991, 156).

No âmbito social, a modernidade tinha religiões que foram reconhecidas como

‘oficiais’ nas constituições dos Estados, na Pós-modernidade, há uma diversidade de

crenças aceitas, e até mesmo expressões religiosas surgiram para atender as

necessidades espirituais da sociedade de acordo com suas preferências, aspectos

que eram dogma da religião católica como o sacerdócio de mulheres e a união de

homossexuais, agora são tolerados em diversas correntes espirituais que no comum

e chamado de ‘New Age’. A sociedade da modernidade estabeleceu leis onde os

cidadãos tinham direitos e obrigações decorrentes de uma forma unificada sob o

preceito de que ‘todos são iguais perante a lei’, as leis na Pós-modernidade estão

cada vez mais diversificadas a condição das pessoas respeitando seus direitos e

agora há leis para as crianças, os idosos, os portadores de deficiência física, as

mulheres, os índios, os analfabetos, comunidades étnicas ou religiosas, os animais e

outros que impedem a capacidade de fazer justiça a todos, ao respeito a explosão e

tolerância de diversos comportamentos sexuais, na modernidade eram identificados

e reconhecidos os gêneros masculino e feminino, na Pós-modernidade, há uma

grande variedade, que não só identifica o reconhecimento de gênero, mas ganho

importância a preferência sexual e, assim, há homens, mulheres, bissexuais, gays,

lésbicas, travestis e outros tipos, que exigem igualdade de direitos para se casar,

adotar filhos e ser aceitos pela sociedade. As famílias também foram afetadas pela

Pós-modernidade, na modernidade foi estabelecido à família nuclear de dois pais e

várias crianças cujos números foram menores, as famílias Pós-modernas são

diversas e podem ser identificados por um sistema integrado de famílias ‘mono

parentais’, ou com um ou mais filhos do mesmo ou de diferentes pais, e outras

formas de coabitação como famílias integradas por avó, mãe, filho, além de casais

do mesmo sexo. Na modernidade os idosos muitas vezes eram segregados e

mantiveram em asilos, na Pós-modernidade e devido ao envelhecimento progressivo

Page 23: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

23

da população em muitos países os idosos tornaram a ser incorporados à atividade

produtiva, explorando a sua experiência e desejo de ser uteis para a sociedade.

Outro aspecto é a evolução do pensamento da sociedade, o pensamento na

modernidade foi baseado em ideologias políticas e econômicas, que foram

adquiridas pela doutrinação em diferentes estados de socialização do indivíduo

como a família, a escola, as forças armadas ou organizações sociais, as ideologias

eram adotadas e conservadas, quem era comunista, ficava sendo toda a sua vida e

estava convencido da ideologia, pudendo lutar e morrer por ela, o pensamento na

Pós-modernidade as ideologias desaparecem e são trocadas por ideias que têm

vida curta, e que não tem seguidores permanentes sino temporárias apenas

simpáticas a uma ideia e em pouco tempo se pode mudar para uma visão

diametralmente oposta de acordo com o interesse do indivíduo e do momento que

se está vivendo, o que torna muito difícil a existência de líderes como aconteceu na

modernidade hoje os líderes Pós-modernos são muito diferentes com sua

popularidade criada por uma máquina de propaganda, tudo é passageiro, e um

simples comentário pode fazer que os apoiadores afastem-se, o mundo Pós-

moderno é constantemente invadido por milhões de câmeras de vigilância e

telefones celulares portáteis com capacidade para gravar imagens e vídeos dos

vários aspectos da vida humana e imediatamente são expostas na internet pelas

redes sócias e sujeito a comentários e opiniões de todo o mundo, podendo gerar

protestos ou condenação de um país ou uma organização internacional por causa

de um simples ato de qualquer pessoa. Como pode ser visto a Pós-modernidade é

uma realidade que mudo a sociedade e enfraqueceu as estruturas e sistemas de

valores e crenças da modernidade, criando um novo nível de consciência e os

valores que prevaleceram nos próximos anos.

A grande pergunta e se a sociedade tendera a ser global o mundial, se bem e

certo que o fenômeno da globalização fiz mudar a sociedade, os especialistas não

estão completamente seguros de que a sociedade encaminhe a uma sociedade

global por causa de que não existe uma consciência global pero sim uma

consciência mundial da sociedade pelos problemas comuns como a fome, as

doenças, a mudança climática, as migrações, que criam uma identificação de

aspirações e pelas facilidades das comunicações atuais de maneira quase

instantânea se podem conhecer fatos que são comuns e criam uma consciência de

ser cidadãos do mundo com uma nova identidade (HALL, 2014, 17).

Page 24: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

24

4 ASPETOS E ATORES QUE AFETAM A VIABILIDADE DO ESTADO-

NAÇÃO

Nesta seção descrevera-se o papel dos aspetos e atores que na segunda

década do século XXI estão afetando a viabilidade do Estado-Nação, abrangendo os

aspetos de caráter político, econômico, psicossocial, e os atores e aspetos de

caráter geopolítico a fim de conhecer sua influencia como complicadores do Estado-

Nação, orientando nosso estudo a identificação de conclusões parciais que

permitam a compressão da realidade atual desde uma visão pós-moderna acorde a

este tempo.

4.1 ASPETO POLITICO.

O primeiro aspecto a ser estudado e o político já que o Estado e uma

entidade política mesma, e os problemas de esse caráter afetam a estrutura,

organização e desenvolvimento do Estado como organismo público que agrupa as

organizações humanas e procura o bem comum, neste apartado se apresentara a

crise da democracia como forma de governo que esta sofrendo um desgaste, e o

retorno do anarquismo como uma forma de procurar uma nova organização política

das organizações humanas.

4.1.1 A crise da democracia.

Nos últimos anos do século XX, veio uma febre de democratização no mundo,

depois do colapso da União Soviética as expectativas propostas por Fukuyama

(1994) em sua obra “O Fim da história”, onde assinalaram que a democracia

neoliberal seria o modelo que seria adotado por todos os países, particularmente

aqueles com sistemas autoritários de governo. A onda de democratização não surgiu

espontaneamente, os Estados passaram por uma transição política que os levou a

repensar seus sistemas de governo, e essa transição era de um tipo diferente, em

alguns casos, foi violento em outros, foi pacífica, em todos os casos que começam

com uma crise interna marcada pela quebra de consenso entre os atores

coadjuvantes nas decisões políticas, a este respeito Robert Dahl (2003) observa que

as transições políticas podem ser conduzidas por forças externas, como a

intervenção estrangeira ou uma organização internacional também pode ser

resultado de intervenções violentas realizadas por forças sócio-políticas internas na

forma de revoluções, guerras civis e golpes de Estado, e também pode ser contínua

ou evolutiva causada por uma crise interna do sistema político.

Page 25: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

25

Na maioria dos casos optou-se por sistemas democráticos de governo como

são liberais, neoliberais, socialdemocratas ou democracias sociais, com a principal

característica da abertura política em que surgiram os partidos políticos e as forças

políticas que ganharam posição dominante no sistema político, participação pública

encorajada e cada vez foram os processos políticos mais transparentes, porém este

passo foi apenas transitório, bem como obter a democracia eu entrei em crise,

principalmente porque até agora não garantiu as aspirações e desejos de bem-estar

público e ao desenvolvimento resultando em um enfraquecimento das estruturas

políticas e descrédito da política em si, a chegada ao poder de novas forças políticas

resulta com maior frequência cometam erros pela inexperiência no governo, que

afetaram negativamente os atores políticos, além o incremento e casos de corrupção

na classe política. Estes fatos originaram dúvidas sobre a eficácia da democracia

como forma de governo e muitas sociedades estão procurando mudanças

significativas como o surgimento de sistemas de participação dos cidadãos, em

oposição à democracia representativa, por outro lado tem sido em discussão se

justifica uma perda de liberdade em troca de uma maior segurança e

desenvolvimento tanto afetam a democracia reconhecida como tal, e tem havido

discussões sobre o que seria a forma mais viável adotado por cada sociedade.

Apesar de que as transições políticas geralmente são iniciadas a partir de

cima para baixo é necessário destacar a participação cada vez mais ativa de uma

sociedade informada através de avanços na mídia alegando um ingrediente

importante no processo: a legitimidade, o fator-chave uma vez que sem a percepção

da legitimidade há um forte apoio da sociedade, e o sistema entra em colapso,

gerando tensões e crises internas que dão forma ao processo de transição

democrática. Mas por que a democracia está em crise? Alguns especialistas

políticos dizem que é porque as diferentes classes políticas não fizeram uma boa

gestão do processo por ignorância ou falta de preparo político criando uma

democracia anômala em crise especialmente devido à corrupção da classe política,

essa situação cria uma desconfiança na sociedade que se reflete por uma apatia

geral e desinteresse em assuntos políticos, e de fato se as decisões não são

tomadas com a participação da sociedade em forma direta ou em forma

representativa, a ausência de um sistema democrático é evidente.

Page 26: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

26

4.1.2 A nova revolução política: o retorno do anarquismo

A maioria das histórias sobre o anarquismo o apresenta como uma invenção

de alguns pensadores do século XIX, como Proudhon, Bakunin e Kropotkin, que

procurou inspirar as organizações da classe trabalhadora, envoltas em lutas políticas

(BOOKCHIN, 2011; 131) O anarquismo, para muitos, é o parente pobre do

marxismo, os princípios básicos da organização anarquista como a associação

voluntária e ajuda mútua referem-se a formas de comportamento que estiveram

presentes ao longo da história humana. Anarquismo significa literalmente ‘sem

governantes’, e está relacionada com a rejeição do Estado e todas as formas de

violência estrutural (CHOMSKY, 2011; 75) a desigualdade, ou dominação, não é

formalmente uma doutrina política, como tal, e não são apenas ideias que se

relacionam com a rejeição certos tipos de relações sociais, a confiança que outros

relacionamentos seria muito melhor para construir uma sociedade decente, e a

crença de que tal sociedade poderia realmente existir.

Se as escolas históricas do marxismo e anarquismo são comparadas,

podemos ver que existem diferenças perceptíveis. Escolas marxistas têm autores,

bem como o marxismo surgiu da mente de Marx, também temos Leninistas,

Maoístas, Trotskistas, Gramscístas, Althusserianos e outras escolas. Entre as várias

escolas do anarquismo temos os anarco-sindicalistas, anarco-comunistas,

plataformistas, insurrecionais, cooperativos, e individualistas (BOOKCHIN; 2011; 65).

Sua identificação e invariavelmente chamada, por algum tipo de prática, ou a maior

parte do tempo, para os seus princípios de organização. Os anarquistas preferem

distinguidos um do outro por aquilo que eles fazem e como eles se organizam para

fazer o que fazem o interessante e que dentro do anarquismo existem simpatizantes

de tudo o espectro político e não somente da esquerda.

Os anarquistas discutem a maneira verdadeiramente democrática de

organizar uma eleição o a maneira de tomar decisões políticas, e em que ponto uma

organização deixa de ser um instrumento de todas as pessoas e começa a pisotear

as liberdades individuais. Além disso, sobre a ética da oposição a todas as formas

de poder e o emprego de métodos tais como a ação direta, diferentes tipos de

protestos, o tipo de ações a serem executadas e o nível de violência que será

empregado para chamar a atenção. O anarquismo como uma filosofia política está

crescendo rapidamente hoje. Os anarquistas ou movimentos de inspiração

Page 27: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

27

anarquistas estão surgindo em toda parte; princípios tradicionais de individualismo,

autonomia, associação voluntária, auto-organização, a ajuda mútua e democracia

direta, argumentado pelos seguidores das correntes anarquistas são diferentes das

bases de organização do movimento contra a globalização, mesmo em qualquer um

dos movimentos radicais em qualquer lugar. A partir dos anos 90 em todo o mundo

os revolucionários têm abandado a ideia de tomar o poder pela via armada, e

adotaram ideias radicalmente diferentes sobre o que significa uma revolução, o

anarquismo tomou o lugar que o marxismo tinha nos movimentos sociais dos anos

60, e mesmo aqueles que não são considerados anarquistas sentem que têm de ser

definidos em relação a ele e ser inspirado por suas ideias.

4.2 ASPETO ECONOMICO

A economia e um aspecto muito importante na evolução da humanidade e

suas organizações, na atualidade sua importância esta acima de outros aspetos e

esta ligada ao desenvolvimento e o progresso das nações, a economia atualmente

direciona as decisões políticas, o Estado-Nação mais que nunca em sua historia

atualmente esta sendo afetado pela orientação da economia como será mostrado a

seguir.

4.2.1 O processo da globalização

A globalização é um desenvolvimento evolutivo ou histórico, e não um

agente atuando afetando de forma diferente o mundo, a principal característica da

globalização é a interdependência gerada pelo desenvolvimento da tecnologia da

informação, para os sociólogos a globalização tem fez com que o abismo entre as

elites dominantes e da população, gerando medo e incerteza; globalização da

economia está relacionada ao novo comércio e a adoção do sistema financeiro na

economia, de acordo com Ohmae (1997) existem dois elementos fundamentais na

economia global: as forças globais do mercado e as companhias multinacionais; da

ciência política centra-se na transformação das estruturas políticas enfraquecendo

ideologias e crenças homogeneização dos sistemas políticos para o capitalismo. O

chamado "processo de globalização" é o conjunto de alterações que caracterizam a

onda de globalização. No estudo da globalização duas perspectivas diferentes a

justificativa de que ele acredita que é um passo em frente no progresso da

humanidade criando complexo chumbo interdependência a uma governança global,

uma ideia promovida pelos neo-liberalistas e neo-realistas e criticada questionando

Page 28: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

28

os efeitos da globalização que gera crises e contradições, nesse sentido os

estruturalistas e Neo-Marxistas explicam a perda de poder e hegemonia dos Estados

Unidos (SORENAU, 2003; 74) e a eventual ascensão de outras potências

econômicas que dominam seu ambiente regional e disputam o poder unipolar da

superpotência, e podem gerar um novo equilíbrio de poder.

O sistema global é definido pelo fundo e os valores de moral capitalista

cultural, mas exerce uma influência hegemônica em todo o mundo, no centro é mais

forte e nas periferias é enfraquecida, inicialmente baseou-se do ideal de

desenvolvimento e modernização, mas o incremento da instabilidade global

novamente a maior preocupação voltou a ser a necessidade de segurança. Em

política não existe um sistema de regulação e as relações entre os atores ocorrem

bilateralmente ou através de organizações intergovernamentais, entre os quais se

destaca as Nações Unidas, caracterizando-se sua supranacionalidade, tendo

também alianças militares e organizações econômicas e financeiras.

O sistema econômico é ordenado, o Fundo Monetário Internacional e o

Banco Mundial, que rege sistema financeiro internacional, o Fundo Monetário

Internacional oferece um crescimento equilibrado do comércio mundial, o Banco

Mundial promove o desenvolvimento econômico ao longo prazo a través do

financiamento de projetos de infraestrutura e empréstimos também destaca a

Organização Mundial do Comércio e a Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico, a controvérsia existe nas Nações da periferia onde é

atribuído o papel de fornecedores de mão de obra barata e os recursos naturais,

outro problema é barreiras protecionistas impostas pelos Estados centro contra a

periferia das mercadorias, por isso é com a imigração, a criação de um modelo de

concorrência imperfeita tornou-se insustentável.

4.2.2 As empresas multinacionais

Em relação com as empresas transnacionais, Gauchon e Huisoud (2010)

assinalam que a partir do século XIX proliferaram como resultado do capitalismo e

da doutrina do “laissez-faire”, que promoveu muitas empresas para se instalarem no

território para garantir fornecimento de matérias-primas e controle sobre a produção.

As empresas multinacionais têm características específicas: não necessariamente o

seu capital seja detido por cidadãos de diferentes países, mas geralmente há

empresas privadas foram nacionalizadas e do Estado, buscam reduzir o custo de

Page 29: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

29

produção, do benefício fiscal, melhores vantagem geográficas e as condições sociais

que facilitem seu desenvolvimento.

Seus países de origem são regidos pela economia de mercado característica

dos países industrializados; podem ser estabelecidas através da instalação de

sucursais ou filiais; o principal fenômeno que resultou das empresas multinacionais é

a interdependência; suas relações com os Estados podem ser de amizade,

cooperação e colaboração ou hostis, este último em situações em que as empresas

começam a controlar todas as atividades econômicas que são geradas num país.

Por isso, é necessário estabelecer regulamentos para prevenir esse tipo de

comportamento ‘selvagem’ das empresas multinacionais em detrimento dos Estados

onde estão estabelecidas, por causa do poder que lhes permitiu torna-se atores de

pleno direito no sistema internacional.

O poder econômico acumulado pelas empresas multinacionais, em muitos

casos e maior que o produto interno bruto de muitos países, e podem realizar suas

transações comercias negociando diretamente com os governos, ou com outras

empresas sim considerar a os governos, também frequentemente compra áreas de

terreno onde instalam sua infraestrutura e se convertem em áreas privadas mesmas

que nem as autoridades dos países onde estão instaladas podem ingressar, as

empresas multinacionais criam cartéis e monopólios adquirindo todos os modos de

produção dum país o uma região, e num futuro poderiam realizar atividades que são

responsabilidades dos governos, como e fornecer vivenda, educação, saúde,

segurança, e mesmo a função de governo. Muitas de essas funções dentro do

sistema neoliberal são realizadas por empresas particulares, adotando a formula do

‘Estado mínimo’, e existe a tendência de alguns grupos anarquistas liberalistas nos

Estados Unidos e em alguns países da Europa que promovem a desaparição das

autoridades publicas e que todas suas funções sejam desenvolvidas por empresas

particulares, de chegar a esta situação as empresas multinacionais podem adquirir

estas empresas dedicadas a realizar funções sociais e poderia acontecer que o

mesmo mundo inteiro seja propriedade privada.

4.2.3 Os blocos comerciais

Na realidade atual do comércio internacional, os blocos comercias

desempenham um papel muito importante, são uma evolução do relação tradicional

da competição - cooperação, os países competiram inicialmente, mas como o tempo

Page 30: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

30

foi criada uma relação de interdependência entre as nações, como a concorrência foi

transformado em cooperação e, assim, a competição já não e mais entre nações

virando a competir contra outros blocos. Os blocos comerciais estão integrando as

regiões do mundo, há várias etapas para alcançar a integração, a primeira são as

zonas de livre comércio, o segundo passo são as uniões aduaneiras, o terceiro

passo são os mercados comuns, posteriormente continua a união monetária em que

todos os membros do bloco comercial adotam uma moeda única, o próximo passo

seria a total integração econômica e, finalmente, a integração política para formar

outro tipo de organização política que abranja Estados-Nação, estas novas formas

de organização são muito diferentes duma federação, uma confederação, ou um

império, e a opinião de especialistas políticos estes modelos são possíveis na Pós-

modernidade.

O surgimento de blocos comerciais começou na Europa, a unificação alemã

é um exemplo do que pode ser alcançado para atingir um objetivo comum de

cooperação, mas a unificação alemã não passou por todas as etapas citadas, mas

agora se o processo e dado é necessário o nacionalismo puro dos Estados-nação

constitui um obstáculo. No mundo existem vários blocos comerciais, o mais

importante é a União Europeia pelo grado de integração alcançado, mais atualmente

esta apresentando muitas situações que estão dificultando o projeto, em primeiro

lugar nem todos os países adotaram o Euro como moeda única, e nem todos os

países estão em de acordo com as taxas de juros e dos impostos, a Europa está

passando por uma crise econômica resultante da recessão em várias economias, o

desemprego, as taxas de juros em queda e dívida crescente, juntamente com o

surgimento dos nacionalismos que visam recuperar alguns aspeto da soberania

cedida à União.

Em outras regiões do mundo se formaram vários blocos comerciais, alguns

desiguais como o Tratado de Livre Comércio da América do Norte, e do Mercado

comum do sul, dadas as economias desiguais de alguns integrantes, e a existência

de países que impõem medidas protecionistas, outros são mais equitativos e estão

baseados em uma relação econômica de ganho coletivo, como a Aliança do

Pacífico, entre o Chile, Peru, Colômbia e México, onde os interesses comuns e a

ausência de um líder que tente impor protecionismo a sua economia prometendo

melhorar as relações comerciais. Num futuro próximo, a tendência será a formação e

Page 31: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

31

consolidação de blocos em regiões que estão ligadas por um oceano comum,

mesmo que facilita a circulação de mercadorias, e os países que possuem portos

nos litorais podem servir de ponte a mercadorias e pacas estabelecendo usinas em

seu território, podem fazer lucros enormes servindo intermediários entre as áreas de

produção e os mercados em Estados Unidos e Europa.

Hoje na segunda década do século XXI, pela causa da economia

globalizada a Estado-Nação perdeu soberania ao permitir que decisões tomadas

fora do território nacional determinem o comportamento das taxas de juros, o déficit

fiscal, o valor da moeda, o preço dos produtos primários, o desemprego ou o

deslocamento de indústrias; tudo isso ocorre até com os países mais ricos e

poderosos, demonstrando que as estruturas da instituição Estado-Nação moderno

estão em crise.

4.3 ASPETO PSICOSSOCIAL

Como foi apresentado no capitulo da pós-modernidade, a sociedade evoluiu

afetando as estruturas estabelecidas e quebrando os valores tradicionais do Estado-

Nação, promovendo novos valores e interesses mesmo que afeta a continuidade

das organizações políticas atuais, a seguir serão apresentados alguns dos fatores

psicossociais que exercem uma grande influencia na viabilidade do Estado-Nação.

4.3.1 A nova sociedade

A sociedade na segunda década do século XXI modificou seu

comportamento como resultado da globalização, adaptando-se ao mundo pós-

moderno, mas esta nova sociedade que está sendo continuamente criada, não e

mais o tipo de sociedade formada pelos Estados-Nações própria da modernidade,

cada vez mais há um desprendimento de valores nacionais e adoção duma

cidadania global, há muitos exemplos desse fenômeno, como no caso da revogação

do serviço militar em muitos países, ou a adoção de um serviço militar voluntário e

não é mais por obrigação, os valores nacionais ensinados na família, escolas,

trabalho e instituições estão sendo substituídos por valores de identidade apenas

como a pertinência a uma equipe esportiva e não um país pelo qual o cidadão pode

oferecer as suas vidas lutando pelos interesses de sua pátria (CASSESE; 2010).

Esta nova sociedade é fortemente influenciada pelos meios de comunicação, a

internet e as redes sociais estão totalmente interligadas com qualquer região do

mundo e pode mover-se facilmente fazendo turismo ou emigrar para outro país ou

Page 32: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

32

continente gerando um grande fluxo migratório, os valores da nova sociedade são

marcas comerciais, valores de consumo, que sempre buscam adotar as modas do

momento e do modo de vida apresentado na mídia que as sociedades artificiais

baseadas em estereótipos culturais através da mesma mídia, criando uma

“sociedade líquida” (BAUMAN, 2013; 14).

Um aspecto fundamental da sociedade de hoje é a tendência ao

individualismo e rejeição à solidariedade de grupo e as identidades coletivas se

afastam e desempenham um papel secundário, e assim o sistema de lealdades se

torna difusa, e manifesta-se o distanciamento da família e dos grupos sociais. A

perda de controle da sociedade pelo Estado, de acordo com a ideia de Max Weber

(1979), como titular do monopólio do uso legítimo de meios coercitivos para impor a

lei e a ordem dentro de suas próprias fronteiras, nesta área está atualmente limitada

pelos acordos e sujeitos a diferentes organizações as quais indica a conduta que

deve ser assumidas pela sociedade em várias questões, como tem sido destacada

em outros capítulos deste trabalho. A nova sociedade tem atualmente várias outras

formas de convivência para a sociedade moderna, a tendência é aumentar a

coexistência virtual e convivência física cada vez mais reduzida, os fenômenos de

migração com as famílias separadas que, graças à evolução dos meios de

comunicação pode manter contato constante em tempo real usando voz e imagens,

não importa a distância ou limitações geográficas, este aspecto de difícil controle por

parte do Estado facilita a adoção de padrões facilmente diferenciados de

comportamento e interesses. A nova sociedade se solidariza com aspectos variados

promovidos pelos meios de comunicação, empresas, organizações não

governamentais, governos e associações, a participação pode se manifestar por

meio de simpatia por uma ideia ate de participar plenamente em forma voluntaria em

outro continente e executar várias tarefas que chegam a arriscar sua própria vida.

Os Estados estão em uma situação difícil, porque as famílias, instituições religiosas,

sindicatos, as forças militares, escolas e outros mecanismos de socialização não são

mais os meios do Estado para moldar a sociedade, dificultando o relacionamento

Estado - sociedade criando uma lacuna em que os governos perdem o apoio dos

seus cidadãos em funções da administração pública, pois as novas sociedades

afastam-se cada vez mais do tipo de sociedade moderna, que prevaleceu entre os

séculos XIX e XX, de modo que as sociedades hoje estão moldando seus próprios

Page 33: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

33

Estados ganhando mais direitos e privilégios, e o Estado já não está em uma

posição para moldar a sociedade para os seus fins. As sociedades também são

moldadas por outros atores do sistema internacional, e os meios de comunicação, as

empresas transnacionais criam comunidades com visões, princípios, objetivos e

metas, alcançando nas sociedades um sentimento de pertença a uma marca ou um

produto, as organizações não governamentais criam sociedades para apoiar seus

objetivos, e em áreas onde a ação do governo é fraco, outros atores, como os

grupos armados e criminosos a sociedade e influenciada para continuar sob o

domínio na área, os membros e os combatentes obter apoio logístico através do

terror ou doutrinação, no caso de movimentos armados e, no caso de grupos de

traficantes e criminosos pela atração que causa admiração a um modo de vida

promovido por eles além da intimidação.

4.3.2 O papel das organizações não governamentais

De acordo com Giddens (1991), as organizações não governamentais são

qualquer grupo, associação ou movimento formado permanentemente por indivíduos

de diferentes países, a fim de atingir os objetivos sem fins lucrativos, têm origens

antigas e ilustres, traços que distinguem são do setor privado e da solidariedade

internacional; iniciativa privada, além disso, é a prova de espontaneidade,

espontaneidade e, por sua vez combina com solidariedade, e esta combinação no

âmbito de uma organização duradoura permite uma participação dinâmica da

sociedade internacional. As organizações não governamentais têm diferentes

finalidades, diversidade geográfica, tamanho, estrutura, organização, e objetivos.

As organizações não governamentais desempenham papéis diferentes, mas

são tratados de forma quase idêntica por Estados e organizações

intergovernamentais, no caso de sua relação com os Estados é sempre controversa

e tensa e não existem leis que regem esta relação; no caso das relações com

organismos intergovernamentais há inovação na Carta das Nações Unidas, cujo

artigo 71 prevê que o Conselho Econômico e Social poderá entrar em

entendimentos convenientes para a consulta com organizações não governamentais

dedicadas a assuntos que são do âmbito do Conselho estes acordos podem ser

feitos com organizações não governamentais internacionais, no caso das

organizações não governamentais nacionais terão de consultar o Estado-Membro; a

participação do setor privado é muito importante, mas ainda não pode competir

Page 34: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

34

seriamente com os Estados em seu papel como atores principais nas relações

internacionais.

As organizações não governamentais de acordo a seu campo de ação

possuem uma grande influencia nas sociedades do mundo atual, já que elas

participam na geração de ideias e interesses na sociedade afastados dos interesses

dos próprios Estados-Nação, criam consciência em problemas específicos como o

médio ambiente, os direitos humanos, e as liberdades políticas e sociais os quais em

muitos casos contribui a perda da identidade do individuo com os valores nacionais,

sentindo maior identificação com as causas da organização não governamental que

com os interesses de seu próprio país, contribuindo a criar uma sociedade mundial

ou global.

4.4. OUTROS ATORES GEOPOLITICOS ATUALES QUE AFETAM AO ESTADO-NAÇÃO

Hasta esta parte do trabalho se fiz uma abordagem política, econômica e

psicossocial para o conhecimento e analise do Estado para compreender as

mudanças que esta sofrendo e tentar explicar as causas e efeitos, a seguir faremos

emprego da Geopolítica e as Relações Internacionais para analisar o Estado desde

o aspecto militar, e seus reflexos na segurança e defesa, este outro aspecto e a

conjunção dos outros aspetos que foram estudados visando o desenvolvimento do

político, social e econômico do Estado, a segurança e defesa, são aspetos que

influem diretamente na existência do Estado-Nação, e as mudanças atuais dos

conceitos tradicionais da soberania e o papel do Estado-Nação como ator principal

no sistema internacional são reflexa dos no âmbito militar.

4.4.1 O sistema internacional atual

O Sistema Internacional, de acordo com o realismo político e o espaço em

que vários atores interagem, considerando suas capacidades num ambiente

anárquico. O espaço é dado por um segmento de tempo, um tempo em que os

atores enfrentam diferentes desafios que impõem seus interesses sobre o uso de

seu poder em diferentes áreas, ao passo que o realismo político pressupõe que o

Sistema Internacional é anárquico, no sentido de que os Estados superiores podem

efetivamente regular as relações entre eles e outros atores de menos poder

(ZAKARIA; 2008; 79), outro aspecto dessa escola de pensamento é tradicionalmente

assumido que os Estados soberanos são os principais atores que compõem o

Page 35: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

35

Sistema Internacional. De acordo com Sarquís, (2012; 134), a importância da história

dos sistemas internacionais e o conhecimento das condições que prevaleceram no

mundo em momentos diferentes, leva a conclusão de que existiram vários sistemas

internacionais ao longo da história, onde foram desenvolvidas relações entre os

diferentes atores e condições em que se desenrolaram os acontecimentos históricos.

Ao longo da história tem havido vários sistemas internacionais, por exemplo,

podemos citar o sistema internacional vigente durante a Guerra do Peloponeso entre

Atenas e Esparta, ou durante as Guerras Púnicas entre Roma e Cartago, ou o

sistema internacional vigente durante a guerra dos cem anos e as guerras dinásticas

da Europa ou as guerras Napoleônicas, ou o sistema internacional, antes da eclosão

da Primeira Guerra Mundial. Os sistemas internacionais mudaram pela ocorrência de

situações que alteraram o conjunto de panoramas do mundo numa época

determinada. O atual sistema internacional tem características próprias resultado de

vários fatores que serão listadas, a evolução da tecnologia, nos meios de

comunicação, o desenvolvimento dos transportes, concedendo maior flexibilidade

para se mover sobre o planeta, facilitando as transações comerciais, migração e

viagens de todos os tipos, permitindo canais de comunicação instantânea entre as

pessoas, sem barreiras pela internet e redes sociais. Outro aspecto importante é o

fim da bipolaridade que prevaleceu desde os anos 50 entre os Estados Unidos e a

antiga União Soviética, que levou à libertação de países que estavam sob o controle

da Cortina de Ferro, e os novos Estados surgiram alguns dos quais têm um papel

importante no sistema internacional atual. A criação da União Europeia como uma

nova organização política Pós-moderna, que tentou ser um exemplo de integração

para outros países do mundo, mostrando a maturidade política e econômica de seus

membros. O processo de globalização da economia, a adoção do sistema financeiro

atualmente rege as relações comerciais no mundo todo. As interações entre os

Estados, os blocos econômicos, organizações internacionais, organizações não

governamentais, corporações transnacionais e outros atores não Estatais, como as

máfias, grupos terroristas e meios de comunicação caracterizaram o sistema

internacional da segunda década do século XXI, realmente o mundo está vivendo

uma transformação sem precedentes na história da humanidade, mas até agora

ninguém pode concordar que o sistema internacional é unipolar ou multipolar e de

acordo com muitos especialistas não poderá ser definido pelo menos antes do ano

2030, (SARQUIS, 2012, 143).

Page 36: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

36

A principal falha teórica e que todos os autores que falaram da nova ordem

mundial tomaram como base as relações internacionais considerando ao Estado-

Nação clássico como o principal ator nas relações internacionais, quando as

condições atuais já não permitem que os princípios e valores que sustentavam o

Estado-Nação sigam vigente, provocando que tenha que se adaptar ao novo

ambiente criado pela globalização y a Pós-modernidade, e muito provável que o

Estado-Nação não desaparecerá mais sofrerá mudanças que lhe permitiram

continuar sua existência, essas mudanças já estão sendo aplicadas nos âmbitos

político, econômico, psicossocial, jurídico e nas relações internacionais.

4.4.2 O ressurgimento da geopolítica

A geopolítica é uma ciência nascida no século XIX, é uma disciplina teórica,

como as relações internacionais, tem diferentes ideias e abordagens e escolas. A

primeira escola geopolítica foi a escola Alemã mesma que surgiu no final do século

XIX, no contexto da criação do Império Alemão, entre os seus precursores foi

Friedrich Ratzel, considerado o pai da Geopolítica, seu trabalho concebeu o conceito

de ‘poder’, tal como era definido em seu tempo, ou seja, por possuir grande

população, recursos minerais, e grande superfície territorial. As ideias de Ratzel

foram a base do ‘Pangermanismo’8. Outro importante expoente da Escola alemã foi

Karl Haushofer, que introduziu as ideias de ‘espaço vital’, que é o pedaço de terra

necessária para um país para se desenvolver e ‘pan-região’, que é uma região

geográfica comum mesma que possui certo isolamento do resto das regiões por

acidentes geográficos definidos, as pan- regiões propostas por Haúshofer foram Pan

América, o continente americano com os Estados Unidos como pais líder, Pan Ásia

com o Japão como seu líder, e Euráfrica com a Alemanha como líder. A escola

Alemã é caracterizada pela influência da Alemanha como potência continental e na

época propor ao Kaiser e a Hitler justificativas teóricas, por isso perdeu a sua

importância após a Segunda Guerra Mundial.

Outra Escola e a Anglo-americana, seus expositores promoveram a teoria do

poder do mar do Almirante Mahan, considerando os mares não como um obstáculo

mais como rotas que fazem os Estados costeiros como ameaças para os Estados

Unidos. Outro teórico desta escola foi Halford Mackinder, que propôs a ideia de que 8 Pangermanismo foi uma corrente de pensamento que teve a finalidade de unir a todos os povos de origem

Germânicos, com vigência na segunda metade do século XIX e que foi adotada por outros pensadores

geopolíticos Alemães no século XX como os Nazistas.

Page 37: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

37

a Grã-Bretanha deve proteger-se da Rússia e da Alemanha, é o primeiro a

considerar a origem do conflito como a relação de forças entre o ‘centro’ chamado

de ‘pivote’ ou ‘Hertland’ cuja localização está no centro da Eurásia, Mackinder

instituiu a ‘teoria do poder terrestre’. Mais tarde, Nicolas Spykman contando com as

ideias de Mackinder lançou as bases para criar um cordão sanitário em torno da

União Soviética e serviu de suporte para a chamada ‘teoria da contenção’, de

Georges Kennan.

A escola francesa esta baseada pelo determinismo geográfico (LACOSSTE,

2008; 221),seus teóricos são Jacques Ancel, que fez algumas suposições sobre os

limes, afirmando que as fronteiras não são somente geográficas sino também

fronteiras culturais e humanas, outros teóricos da escola francesa são Andres

Cheradame quem em parceria com Paul Vidal de La Blache trabalham em ‘países

região’. Yves Lacoste (2013) é responsável pelo renascimento da geopolítica

francesa nos anos 70 e suas obras enfocam ao Estado-nação contra o mundo

globalizado, Zaki Laidi quem opina que o mundo está numa etapa de transição

análoga ao passo da etapa do Estado feudal ao Estado- Nação, seguindo ao passo

evolutivo de ‘Estado-Região’, e finalmente, Yves Chauprade que oriento seus

trabalhos nas novas formas de conflito.

Outra escola geopolítica importante e a escola Brasileira representada pelos

trabalhos de Golbery de Couto e Silva, Terezinha de Castro, Everardo Backheuser,

Wenderley Massias da Costa e o General Carlos de Meira Mattos, mesmos que

deram uma opinião própria para fundamentar o desenvolvimento do Brasil

priorizando as bacias do amazonas, do rio da prata, e o atlântico sul, também

fizeram conceições interessantes sobre as fronteiras e o poder.

As citadas escolas compõem a chamada ‘geopolítica clássica’ alguns

conceitos perderam importância após a Segunda Guerra Mundial e foi afetada pela

estagnação causada pela Guerra Fria. Na década de 90 do século XX cobro força o

conceito de ‘Geoeconomia’, que se dedica à análise das relações de poder

econômico, o espaço no mundo emergente. Edward Luttwak (1990; 76) definiu a

Geoeconomia como “a lógica do conflito consubstanciado na gramática do

comércio”, estes conceitos foram apoiados pela tese do fim da história de Fukuyama

(1992), que considera que, com a queda do comunismo no mundo está aberta ao

capitalismo neoliberal e tudo seria regido pela economia, tirando importância a

Page 38: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

38

geopolítica, porém esta abordagem não durou muito tempo porque a geopolítica

renasceu de suas cinzas.

A geopolítica ressurge com os ataques de 11 de setembro de 2001, antes a

escola francesa foi adaptando às mudanças geopolíticas no sistema internacional

gerada pelo processo de globalização, a partir da premissa de que os estudos

geopolíticos convergem em uma localização central, entre as relações internacionais

e geografia política, considerando como premissa a dimensão espacial, o poder dos

Estados, estratégias de política ou riscos de conflito se relacionam com suas

características territoriais específicas (DA COSTA, 2013; 141), mas agora outros

fatores como a dotação de recursos naturais, recursos humanos qualificados, o

crescimento e a mobilidade dos recursos humanos, o capital financeiro, a cultura, e

assim o território não é somente o lugar onde ocorrem os processos políticos,

econômicos ou sociais, considerando-se um sistema integrado de objetos e ações

que interagem de forma dinâmica.

As estratégias de poder e inter-relações com outros atores que operam na

arena internacional e causando impacto nas regiões em atividades tangíveis e

intangíveis e, portanto, surge que a concorrência entre dois ou mais atores com

interesses comuns são questões que também entram em jogo de notável interesse

geopolítico. A geopolítica crítica reviveu, e ampliou seu escopo para incluir todos os

aspectos das questões de poder, política e o espaço geográfico, ampliando o campo

da geopolítica, surgindo geopolítica da energia, geopolítica do crime internacional, a

geopolítica da fome, geopolítica do turismo, geopolítica das emoções, geopolítica

cultural, e mesmo ate geopolítica de futebol. A fim de entender o episódio atual de

violência estrutural e da insegurança generalizada no mundo. Hoje a geopolítica

concentra seus estudos as seguintes questões (VASENTINI, 2000; 98): disputas de

poder global, choques culturais (HUNTINGTON, 1994; 328), o domínio da

democracia liberal, a nova desordem mundial mudanças caóticas e sem sentido, no

poder militar, a competição entre a cooperação, a competição entre Estados e

blocos, o sistema mundial e sua lógica, as disparidades Norte-Sul na geração de

conflitos, os direitos humanos, a interferência e a intervenção das organizações

internacionais e as grandes potências, a nova ordem mundial Pós-moderna o

possível retorno às condições internacionais da ‘nova idade média’ e os interesses

geoestratégicos redefinidos.

Page 39: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

39

A geopolítica do século XXI apresenta novas conceições e a ideia de

‘heartland’ geradora da maioria dos conflitos no século XX, esta sendo deslocada

por a nova emergência da teoria do poder marítimo mais já não como ameaça para

os Estados Unidos, no século XXI o importância do mar cobro força considerando o

potencial para o movimento de mercancias e produtos, e as massas de terra

constituem obstáculos que dificultam o comercio, porem os países que possuem

litorais em dois oceanos se convertem em áreas de importância geoestratégica do

primeiro nível, e os países que não possuem essas características procuram fazer

acordos para adquirir a capacidade de comerciar em dois oceanos, mais a limitação

que representa os territórios extensos e com cordilheiras que o cruzam

transversalmente dificultam o movimento e a capacidade de carga das viaturas, além

a existência de grandes rios, selvas e terrenos onde precisa uma grande rede de

infraestrutura viária, que requer constante manutenção, pelo contrario a tecnologia

permite a construção de barcos cada vez maiores, e mais velozes que poder

percorrer grandes distancias em pouco tempo, como es o caso de barcos que

atingem velocidades de 24 nos, e podem percorrer mil quilômetros por dia

transportando muitas toneladas de carga em containers e que podem ser

descarregados em portos automatizados em apenas duas horas, porem os países

que possuem uma infraestrutura multimodal com portos, estradas e ferrovias que

cruzam em horas seu território, além duma extensão territorial que permite a

instalação de parques industriais para montagem de artigos eletrônicos, veículos e

outros artigos para ser transportados diretamente a os mercados por via terrestre ou

marítima, também e aproveitada sua posição geográfica a cercania dos mercados e

com uma grande população capacitada tecnicamente, nesse caso esses países

podem virar como países montadores, em tanto os países que possuem extensões

de território grandes e pouca densidade de população tendem a priorizar produção

de alimentos e a embalagem dos mesmos para sua venda, os países com

população mediana e território mediano mais que possuem recursos naturais em seu

território ou em suas cercanias, serão orientados a produção de pecas para ser

transportadas a outras regiões donde se localizem as linhas de montagem.

Seguindo a ideia de ressurgimento da teoria do poder marítimo e

considerando que na antiguidade a civilização foi desenvolvida primeira nas

margens dos rios e depois no Mar Mediterrâneo ate o Império Romano, com a

expansão do mundo Árabe o Oceano Índico teve maior importância já que os Árabes

Page 40: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

40

controlavam os acesos terrestres a Europa, a partir da era dos grandes

descobrimentos geográficos o Oceano Atlântico foi o mais importante e prevaleceu

ate o século XX, mais na atualidade a maior concentração de mercados e zonas de

produção se encontram nos países que possuem aceso ao Oceano Pacífico, e já

foram criados alguns blocos econômicos na região como são a Aliança do Pacifico e

a Associação de países da bacia do pacifico, porem o ‘hertland’ poderia virar a

‘heartsea’ ou ‘região marítima coração’, representada pelo Oceano Pacifico, e as

‘fimbrias’ ou periferias os oceanos Atlântico e Índico, mais não como áreas com

menor importância geopolítica, somente que o fluxo de produtos será menor e

complementará ao fluxo que circulara pelo Oceano Pacifico.

4.4.3 A evolução dos conflitos armados no século XXI

Uma característica muito importante da realidade internacional da segunda

década do século XXI, e a evolução que sofreram os conflitos armados desde a

Segunda Guerra Mundial. Com a criação da Organização das Nações Unidas,

manteve-se a guerra proibida como forma de resolver disputas entre os Estados e,

principalmente, as guerras de conquista territorial são consideradas crimes contra a

humanidade, mas não desapareceu o conflito armado.

No início, houve uma diferença definida entre ‘paz’ e ‘guerra’, no entanto, na

ausência de um estatuto jurídico, onde havia uma ‘declaração de guerra’, como tal, e

à existência de um conflito armado real entre dois ou mais Estados ou entre outros

atores dentro do mesmo estado existindo legitimidade ao existir uma tradição da

‘guerra justa’ (SAINT PIERRE, 2013; 47), forçado a uma nova classificação e de

acordo com os estatutos do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e com base nas

Convenções de Genebra de 1949 três tipos de conflitos armados são reconhecidos:

o conflito armado internacional, quando dois ou mais Estados estão se voltando para

o uso de suas forças armadas; o conflito armado interno, quando um Estado recorre

à utilização de suas forças armadas para enfrentar a mais forças enfrentadas dentro

do mesmo Estado e as forças policiais não são suficientes para restaurar a ordem; e

do conflito armado interno internacionalizado, no caso de um conflito armado interno

envolvendo forças multinacionais de outro Estado ou para restaurar a ordem pela

incapacidade do governo do Estado em questão ou quando que um conflito armado

interno se generaliza para outros Estados.

Ao longo da segunda metade do século XX houve vários conflitos armados

sempre voltados para o enfrentamento entre Estados ou elementos dentro do

Page 41: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

41

mesmo Estado, em que foram influenciados e apoiados pelas grandes potências

incapazes de confrontar diretamente criando um impasse produzido pelo equilíbrio

do terror que gerou as armas nucleares e como consequência a destruição mútua

assegurada se o confronto fora direto, no entanto, após a queda do bloco Soviético

começou a mudar as coisas parando de receber o patrocínio por qualquer um das

duas superpotências, os vários grupos começaram a buscar financiamento de outras

formas e se envolveram com gangues, cartéis de drogas, corporações

multinacionais, organizações não governamentais, a fim de ter os meios e

equipamentos necessários para iniciar e manter o apoio a sua luta.

Assim surgiram os grupos terroristas internacionais, narcotraficantes,

fundamentalistas, piratas, gangues, cartéis e outras organizações que não são

contas a ninguém e em muitos casos, tornam-se senhores da guerra. A guerra entre

os Estados e até mesmo entre grupos dentro dum mesmo Estado é regida pelas

Convenções de Genebra, no entanto, a proliferação de expressões armadas para a

conquista do poder não está dentro da lei que protegem essas convenções, muitos

de esses grupos não têm reconhecimento e não está sujeita a qualquer regra

humanitária, perpetrando violentos atos, recorrendo ao genocídio, violência étnica, o

terrorismo, os crimes de Lessa humanidade, sequestro e extorsão, assim não têm as

características de ‘combatentes’ reconhecidos, mas quando exercia um poder real

em uma região, resulta uma crise humanitária e também geram migrações, este

fenômeno e chamado de “privatização da violência” (MÜNKLER, 2005; 170), mesma

que e caracterizada pela forma de condução dos conflitos empregando regras de

combate similares ao século XVII, em que a guerra não era monopólio dos Estados,

além esse tipo de guerra possui, mas interesses econômicos já que os novos

combatentes, senhores da guerra, mafiosos, criminosos, traficantes e terroristas

empregam motivações econômicas para manter sua luta e não as motivações

ideológicas. Há opiniões que dizem que nesta nova faceta da guerra na história

humana a guerra entre os Estados tende a desaparecer e serão mais frequentes os

confrontos contra atores não estatais, essa ideia gerou que as forças armadas dos

países estejam-se reorganizando e aprestando para este novo tipo de conflito

armado, mas a realidade é que a guerra convencional está longe de erradicação,

muitos países da América do Sul, Ásia e África estão se armando com excedentes

das potências Europeias, Rússia, China e Estados Unidos, em muitos países

emergentes e alguns fracos, em seus inventários militares contam com tanques

Page 42: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

42

modernos e aviões de quarta geração, além de sistemas de artilharia, defesa aérea

e comunicações modernas, e por sua vez os países poderosos continuam

desenvolvendo novas armas de precisão mais letais.

Atualmente, está em duvida a necessidade de armas nucleares poderosas, já

que a tecnologia dos mísseis permite atingir um alvo com muita precisão, e o

tamanho das ogivas bem reduzido, mais a tecnologia crio uma arma que em breve

irá substituir caças e equipes de forças especiais: Os veículos aéreos não tripulados

armados, estes novos meios de guerra que está se tornando com mais autonomia e

capacidade de voar dia e noite, com alcance global, sistemas de navegação

automáticos, diferentes tipos de sensores capazes de reconhecer rostos e identificar

as pessoas, alguns construídos com materiais não detectáveis pelos radares, e

podem ser empregados no momento exato em que preciso eliminar qualquer inimigo

de um golpe, sem necessidade de danos colaterais. Assim, é de suma importância o

acesso para o espaço exterior e possuir sistemas de posicionamento global,

comunicações via satélite, reconhecimento e, se necessário poder localizar as

posições de comando do inimigo, monitorar seus movimentos e deixá-los

incomunicáveis e sem sinal para localizar e navegar, por isso, alguns exércitos estão

de volta ao básico, e muitas expressões armadas que podem constituir uma ameaça

estão recorrendo aos conflitos assimétricos e quem não tenha capacidade de

possuir a nova tecnologia será necessário recorrer a métodos tradicionais.

No entanto, os conflitos entre países da periferia voltarão pelo renascimento

de reivindicações históricas, mesmas que aparentemente foram resolvidos através

de acordos comerciais e a criação de blocos econômicos (ARON, 2002; 487). Outro

tipo de conflitos que se espera no futuro próximo são os que serem causados por as

variações climáticas e a crescente necessidade de recursos naturais, principalmente

água (WELZER, 2010; 23), esses conflitos podem ser enfrentados

convencionalmente, com o emprego de esquadras navais e forças militares que

rapidamente ocupem bacias hidrográficas, lagos ou áreas com água subterrânea,

como existe no Norte da África, abaixo do deserto do Saara, nesse sentido, há

atualmente milícias e grupos armados que ocupam áreas ricas em minerais valiosos,

tais como ouro e áreas ricas em diamantes, também cujo tráfego financia seus

movimentos armados.

Os recursos econômicos que são gerados pelo roubo de minério de ferro,

árvores, e outros recursos que são comprados ilegalmente pela China, também e

Page 43: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

43

utilizado para financiar grupos armados e grupos criminosos que exploram a falta de

controle do governo nas chamadas ‘zonas cinzentas’, que são áreas onde não há

controle efetivo das autoridades e do desenvolvimento de atividades ilegais.

(GUTIERREZ DEL VALLE, 2011; 213).

Outro tipo de conflito foi assinado por Huntington (2001; 239), em seu livro "O

choque de civilizações", causada por relações de tensão entre as civilizações que

limitam principalmente, entre os países centrais, a maioria das civilizações têm

relações de conflito com o Ocidente representado por Estados Unidos e a União

Europeia, existem conflitos entre a civilização judaica e a civilização muçulmana,

entre indianos e chineses, indianos e muçulmanos, para quem os relacionamentos

são complicados, principalmente, na Ásia Central e em regiões como Cáucaso, onde

várias civilizações se reúnem em conflito, o tipo de conflito geralmente é irregular,

por meio de ataques terroristas e uso de outras formas de guerra assimétrica,

caracterizada por altos níveis de violência e uso de armas pesadas, como foguetes e

morteiros pesados. Neste sentido, também pode obter armas de destruição massiva

usando tanto armas químicas, biológicas e nucleares, em determinado momento,

como vários países da região têm esses meios para fazer a guerra.

A proliferação de armas é um problema sério no mundo de hoje, é a gênese

de muitos conflitos e crimes em um cada vez mais inseguro mundo acostumado a

sociedade a viver na violência, o problema decorre do grande número de armas de

pequeno porte que foram excedentes de incontáveis guerras do século XX, estas

armas sem controle são traficadas indiscriminadamente, inundando países e

fornecendo meios para combater para as organizações criminosas e grupos

armados, o principal problema com este tipo de lutadores e criminosos está agindo

com qualquer resultado, sem ordem e sim distinção entre a violência permitida e a

violência criminosa decorrente de suas frustrações (SAINT PIERRE, 2013; 98).

Embora vários mecanismos estabelecidos pelas Nações Unidas para monitorar o

tráfego e proliferação de armas pequenas armas não foram satisfatórios.

Com o avanço da tecnologia, o equipamento militar convencional usado pelas

forças armadas dos Estados Unidos, Rússia, China e Europa estão sendo oferecidos

para venda e qualquer nação hoje pode comprar tanques, aviões, navios,

submarinos e qualquer sistema de armas convencional. Embora existam acordos e

medidas de confiança, o equilíbrio militar está mais engrossado pelos meios de

comunicação adquiridos, e a mudança nas políticas de emprego dos meios militares

Page 44: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

44

na forma de intervenção humanitária e ação preventiva (SAINT PIERRE, 2013; 78),

fazer essas meios podem ser empregado, a qualquer momento em um conflito

armado curto, mas com a mobilização de um grande número de meios de combate,

tais conflitos foram ocorridos pela primeira vez em 1967 na Guerra dos Seis Dias,

em que nesse período de tempo o Egito e a Síria perderam todos os seus aviões e

mais de 2500 tanques, que foram rapidamente repostos pelos fornecedores para

atender a um novo conflito mais destrutivo em 1973 onde forças blindadas

semelhantes aos da segunda guerra mundial foram enfrentadas. Possuir os meios

militares pode incitar a os Estados a empregá-los e mais uma vez colocar o mundo

em uma paz armada semelhante ao que prevaleceu na Europa antes da Primeira

Guerra Mundial.

A outra forma da privatização da violência e por médio do emprego de

exércitos particulares, e empresas de segurança como as que já atuam em varias

regiões do mundo, esses novos mercenários dispõem de tecnologias militares de

ponta e não estão sob as leis da guerra, essa organização e emprego difuso

facilitam a atuação em conflitos contra terroristas e criminosos já que se foram

enfrentados por forças militares dum Estado-Nação o das Nações Unidas, não seria

possível o emprego do máximo poder de combate e as condições mesmas de

combate colocariam em desvantagem as forças militares, porem cada vez e mais

frequente o emprego de forças privadas em diferentes conflitos já seja combatentes

‘voluntários’ recrutados em diferentes países para apoiar movimentos armados em

contra de regimes inimigos das principais potencias como e o caso da Síria

atualmente e na Líbia, e a atuação das empresas de segurança em diversos

ambientes operacionais tanto de terra, aéreas o marítimas, e o predomínio do

emprego do ‘Soft Power’ (NYE, 2011; 145).

Page 45: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

45

5 O FUTURO DO ESTADO- NAÇÃO NO SECULO XXI

Como já foi mencionado ao longo deste trabalho, o Estado - Nação teve sua

origem na Europa no final do século XV, como um resultado do declínio das

instituições medievais, a organização atingiu sua adoção permanente com a paz de

Wesfalia, e em seguida, começaram a proliferar estabelecendo-se em todo o mundo,

as revoluções Americana e Francesa contribuíram com importantes elementos

jurídicos do Estado-Nação que completaram o quadro das instituições do governo,

durante o século XIX com a independência de muitas Nações, novos Estados-Nação

foram formados, em outros casos surgiu como resultado da fusão de pequenos

reinos, como nos casos da Alemanha e da Itália, no século XX, as primeiras

organizações internacionais foram destinados a erradicar a guerra como forma de

resolução de conflitos e regular as relações entre Estados-Nação, este foi o período

em que a Estado-Nação se consolidou como a entidade principal no sistema

internacional, e por um tempo foi assim até a chegada da pós-modernidade e do

processo de globalização, onde surgiram novos atores que disputaram ao Estado-

Nação seu predomínio.

Na opinião de Paul Kennedy (2004; 390) os Estados-Nação continuarem

sendo as unidades básicas do sistema mundial, não obstante este em declive o

nacionalismo e as ideologias políticas se dissolvam gerando a redução no conteúdo

emocional da política global, e a competência baseada na territorialidade seja quem

domine os assuntos mundiais. A diversificação dos Estados-Nação tornou-se

evidente e foram adotados vários sistemas de soberania limitada, embora a forma

mais comum seja o Estado Federal, pero existem outras formas de Estado, entre os

quais se destaca o Estado-Regional, caracterizado por que fui dado um estatuto de

autonomia às diferentes regiões dentro do mesmo Estado, o Estado-Nação é

caracterizado por um território claramente definido, uma população constante,

embora não fixa, e um governo, outros atributos importantes de Estado- Nação é a

existência de um exército permanente e um corpo de representação diplomática, ou

seja, uma política externa definida. O Estado Regional busca conciliar a ideia de

unidade e descentralização ou autonomia. Este tipo de Estado geralmente tem

regiões chamadas divisões de poder, para alguns, haveria uma diferença

fundamental entre um Estado Federal e um Regional. A única diferença seria a

origem dos poderes: enquanto no Estado Federal, os estados ou províncias são

quem decidem ceder alguns dos seus poderes para a federação, e o Estado

Page 46: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

46

Regional é o Estado central que dá as entidades sub nacionais que o compreende

sua autonomia diferente a concepção de Estado-Região proposto por Ohmae (1997;

168), onde ressalta o papel que jogaram as regiões internacionais cuja capacidade

produtiva dinamiza a economia nacional, regiões que se interconectariam entre sim

independentemente do Estado y das políticas do governo central. Os Estados

Confederados, entretanto, é uma ligação entre os Estados criados por um pacto

internacional, de forma permanente, levando a um poder que é exercido sobre os

Estados-Membros e não imediatamente sobre os indivíduos. A existência da

Confederação é determinada pela necessidade de um propósito comum entre os

membros como a segurança externa de seus integrantes, a Confederação está

baseada num tratado, é apenas uma empresa é uma relação jurídica, não produz

um novo sujeito de vontade, mas e uma comunidade de vontade dos membros,

todas essas organizações políticas têm existido nos tempos modernos e têm sido

adotadas por alguns Estados, a criação da União Europeia significa um tipo diferente

de organização política, seguindo um processo resultante da maturidade política de

seus membros e da aceitação da ideia de unir forças dado os diferentes tipos de

interdependência que existe há muito tempo, os avanços tecnológicos no campo da

informática e das comunicações e da adoção de um sistema financeiro global ajudou

a facilitar a integração econômica e monetária na maior parte da Europa,

infelizmente o modelo não parece aceito inteiramente por todos os países de

Europa, já que não se concretizou a integração monetária e a integração política

completa, e continua apresentando-se casos de nacionalismos e outros conflitos que

inviabilizam a completa integração. A União de Nações Sul Americanas, e outro

experimento também que ainda não conseguiu avançar no processo de integração

dos diferentes interesses e resistência ao predomínio de um dos membros, neste

caso, o Brasil.

A formação de blocos econômicos não necessariamente levou a uma maior

integração, um exemplo e o tratado de livre comércio na América do Norte, que não

passou de ser um simples acordo comercial, devido aos interesses protecionistas

dos Estados Unidos em detrimento dos outros dos sócios, os países estão

procurando uma integração tomando em conta a simetria entre as economias e

proximidade geográfica para aumentar os benefícios gerados pela troca de produtos

e instalações, a criação de blocos de países que não limitam fisicamente, mas que

têm litorais no mesmo oceano. Há uma tendência para novos blocos são formados a

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47

partir de sua vizinhança marítima e podem ser integrados em um único bloco de

todos os países que estão localizados ao redor do Oceano Pacífico, em outra

aqueles que estão ao redor do Oceano Atlântico em que outras são em torno do

oceano Índico, esta seria meramente uma integração comercial mais pode chegar a

uma união monetária e política. Devido aos diferentes desafios enfrentados em

grandes partes do mundo pode levar blocos federados ou organizações

confederadas em que a agrupem Nações que mantêm em certa medida a sua

soberania interna e permanecem sob a responsabilidade dos aspectos de segurança

humana, desenvolvimento econômico, saúde, educação e governança, e as

questões relativas às relações externas entre os blocos e os aspectos de defesa

frente a outros blocos ou Estados, graças à interligação criada pelos meios de

comunicação em tempo real, não é necessário concentrar o poder político em um só

lugar, possivelmente simplesmente poderá ficar a cargo de um conselho de

administração, para fins de defesa externa ou apoio de qualquer um dos membros

do bloco é provável a organização de forças multinacionais para vir em auxílio do

Estado-Nação afetada, para intervir a pedido desta em casos em que a sua

capacidade para atender um problema seja excedidos.

Isso poderia ser o futuro do Estado-Nação no século XXI, embora seja

possível que este tipo de organização política não encaixe para todos os países e

que as potências econômicas e militares podem ter uma inclinação para manter o

seu estatuto, como os Estados Unidos dificilmente deixaram seu papel de

superpotência hegemônica e as potências emergentes, como a Rússia, China, Índia,

Brasil, Turquia, África do Sul e México, que poderiam agrupar os países mais fracos

na sua vizinhança imediata, para formar um Estado-Bloco. Tal vez essa organização

pudera reduzir os conflitos entre Estados, e estimular o desenvolvimento e uma

melhor utilização dos recursos naturais para uma população cada vez mais

crescente.

Uma variante dos Estados-Bloco poderia ser que as Nações Unidas adotem a

responsabilidades da governança global e os Estados-Nação siga mantendo-se sob

um sistema de soberania limitada, onde conservarem a jurisdição em assuntos

internos e os negócios externos seria gerenciado num sistema internacional onde

exista não um poder unipolar ou um esquema multipolar, mas um órgão

internacional talvez a Organização das Nações Unidas deva ser reformulados ou

criar outro organismo com maiores capacidades para realizar a governança global,

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48

reunindo as diferentes organizações subsidiárias da atual Organização das Nações

Unidas para garantir questões como a produção de alimentos a nível mundial, o uso

de recursos naturais como a água e o ar, procurando unificar os cidadãos do mundo

por meio dum sistema de educação global, respeitando as crenças e tradições de

suas próprias regiões e culturas.

Outro possível futuro do Estado-Nação é a criação de estados gerenciados

por empresas multinacionais, que realizam todas as funções do governo e os

cidadãos para se tornarem trabalhadores ao serviço da empresa estatal, nesse caso,

eles desapareceram totalmente instituições governo a ser substituídos por empresas

que fornecem bens e serviços que seriam pagos pela renda dos trabalhadores e, no

caso de perda de emprego podem surgir regiões onde se agrupem os “excluídos”

onde as condições de sobrevivência seria muito difícil pela falta de bens e serviços,

e se originem conflitos entre esses grupos contra a organização mundial, embora

isso possa ser cenário sombrio no momento está acontecendo porque há uma

grande quantidade de pessoas e regiões inteiras em muitos países fora da

capacidade dos governos de prover os meios para o seu desenvolvimento e

segurança, e cada vez mais há um mundo de excluídos, especialmente na periferia.

Em todos os casos há um grande obstáculo: as nações que não estão

dispostos a ceder o poder e querem continuar ou procuraram intentar serem os

únicos que dirigiram os destinos de uma região do mundo ou tentar influenciar o

mundo todo, e que se os Estados Unidos retirarem seu controle atual possivelmente

outros Estados tentarão tomar o seu lugar (ZAKARIA,2008; 96), e novos conflitos

entre Estados ou entre os blocos são gerados. No futuro, a Estado-Nação tal e como

e conhecido atualmente, solo conservara o nome de Estado ou Nação para

identificar regiões do mundo com população com a mesma cultura, tradições e

língua, o principal desafio será para os países pluriculturais mesmos que tenderam a

se fragmentar, criando-se novas Nações. Mais a transformação do Estado-Nação

será gradual, a ideia de que seja uma Nação ou um império quem domine o mundo,

cada vez mais esta sendo substituída pela tendência a que seja uma empresa o um

grande grupo de empresas quem domine o mundo, de modo que a ordem a seguir

pode ser que os Estados ou Nações que já conformam blocos econômicos continue

sua integração, ou se criam novos blocos com as novas Nações decorrentes da

fragmentação dos Estados pluriculturais, atendendo suas similitudes econômicas y

facilidades geográficas, a seguir as estruturas de governo dos Estados ou Nações

Page 49: a transformação do estado nação diante da pos-modernidade

49

passaram a ser gerenciada por empresas privadas proporcionando bens e serviços

a população, chegando ao fim da soberania econômica do Estado (CASSESE; 2010;

79), mais esses empresas de governo estarão sob controle das grandes empresas

multinacionais, com a finalidade de controlar a produção e o comercio, destinando

regiões para a produção de alimentos, regiões para produção de pecas aproveitando

a cercania dos recursos naturais mesmas que serão movimentadas para as regiões

onde serão ensamblados os diferentes produtos e de esses regiões partir para os

mercados de consumo, podendo surgir uma nova classificação de Estados tomando

em conta sua atividades: Estados produtores (de pecas, de alimentos), Estados

montadores, e Estados mercado, sob este esquema a decisão soberana dos

Estados ou nações da liberdade de autodeterminação para escolher a forma de se

desenvolver já não será responsabilidade do eles, respondera a os interesses das

grandes empresas dominadoras da produção e do comercio.

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50

6 CONCLUSÃO

A humanidade passou por um longo processo de civilização e criou inúmeras

formas de governar, e administrar a produção e o comércio, concordando com os

modos de produção de cada época. Essas formas de governo foram aperfeiçoadas

procurando uma maior eficiência e predomínio dando lugar a Cidades-Estados,

reinados, e Impérios que tiveram duração variável e controlaram diversas extensões

de território. A evolução das organizações políticas levou à criação do Estado-

Nação, que também foi aperfeiçoado surgindo diferentes formas de governo embora

a organização básica tenha mantido: um território, com uma população e um

governo que nos últimos três séculos experimentou diversas formas, passando por

república federal, república democrática, república unitária, monarquia, e com a

adoção de diferentes ideologias político econômicas como o liberalismo, o

neoliberalismo, o socialismo, a democracia social e a social democracia, sempre

tentando procurar o sistema de governo que garantiria o desenvolvimento

econômico e permitiria poderio para dominar outros Estados ou simplesmente

providenciar a seus cidadãos os meios de vida, alimentação, habitação, saúde,

educação, e segurança, porém, nem sempre esses objetivos foram alcançados e

puseram em crise os sistemas políticos.

O Estado-Nação já teve sua época de ouro quando foi o principal ator nas

relações internacionais, as relações comerciais e os conflitos armados foram

monopólio do Estado-Nação, e foi preciso o reconhecimento entre os próprios

Estados e os organismos internacionais para ter personalidade jurídica e ocupar um

lugar entre o sistema internacional.

Essa ordem foi quebrada com a queda da União Soviética e o processo da

globalização os avanços na tecnologia das comunicações e informática, a adoção do

sistema financeiro e monetário internacional que em seu conjunto foram debilitando

ao Estado-Nação no âmbito externo, o surgimento de outros atores no sistema

internacional como a organizações não governamentais, as empresas

multinacionais, a opinião pública, grupos terroristas, máfias e criminosos que

começaram a disputar com o Estado-Nação o predomínio nas relações

internacionais.

A atuação dos organismos internacionais como a organização das nações

unidas, o fundo monetário internacional, o banco mundial intervieram nas decisões

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51

internas dos Estados e foi perdida a soberania estabelecida como a principal

caraterística do Estado-Nação.

Também perdeu o monopólio do uso da força dentro de suas fronteiras e

contra outros Estados, e perdeu a capacidade de estabelecer suas políticas

econômicas de acordo a seus interesses, e suas políticas de desenvolvimento, em

tanto os princípios que fundamentaram ao Estado nação perderam sua vigência.

Atualmente a crise do Estado significa a perda de unidade do maior poder

publico no contexto interno e perda da soberania em relação ao exterior, gerando

uma construção de poderes públicos não estatais.

A esperança que se tinha após do colapso da União Soviética, de que o

mundo adotaria a democracia liberal como forma de governo rapidamente

desvaneceu e a democracia entrou em crise junto com a política, pois surgiram

novas exigências por parte da nova cidadania que foi criada pela Pós-modernidade

e as leis já não foram suficientes para garantir os direitos da população.

A sociedade também mudo e os valores nacionais incutidos nos processos de

socialização próprios do Estado-Nação também mudaram e os novos valores não

são os mesmos que os de o Estado o homem se fiz individualista o seus interesses

são individuais também, e solo procura sua satisfação em meios materiais e já não

tem o sentimento de nacionalidade para servir nas forças armadas o participar numa

guerra lutando pelos valores de sua nação.

O território já não possui soberania, a população esta globalizada e se esta

transformando numa sociedade mundial, os governos estão em crise, porém pode

estabelecer-se que a Estado-Nação clássico deixara de existir como tal e terá que se

transformar para continuar existindo e o termo ‘Estado’ ou ‘Nação’ somente servirá

para designar a grupos humanos com características culturais, língua e raça que

possui rasgos comuns agrupados numa porção de território administrado por um

governo mínimo que somente tenha responsabilidades no âmbito interno e outra

entidade se ocupe pelos assuntos externos e pela defesa e segurança, agrupando-

se em blocos, federações, confederações e outras organizações políticas que a sua

vez estarão controladas por um organismo internacional ou por uma empresa

multinacional quem concentre o poder econômico, a produção e o comercio a

similitude do jogo de monopólio, sem importar que grupo seja o dono da riqueza

mundial já que não será de uma sola nação, e o poder econômico será tal que a

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52

mesma atividade de governo será uma negociação que reporte utilidades a empresa

mundial.

As perspectivas para a mudança do mundo são sombrias, a produção e

comercio monopolizado valorizara o melhor aproveitamento dos recursos naturais

para abaixar custos de produção sem importar se a população pode obter acesso

aos recursos naturais livremente, pois tudo devera ser comprado, água, alimentos,

serviços, saúde, educação, e artigos eletrônicos, veículos, e outros artigos, e os

grupos humanos que não aceitem esse sistema ficaram excluídos da ‘sociedade’ e

serão geradores de conflitos armados, enfrentando grupos rebeldes ao sistema

contra forças armadas privadas e meios militares de alta tecnologia que tentarão

ocupar as áreas ocupadas por esses grupos em busca de controlar a totalidade de

recursos.

Geopoliticamente, surgira a importância da teoria do poder marítimo e o

‘heartland’ mudará para ‘heartsea’ e a produção se deslocara para as nações que

possuem litorais nesse ‘mar coração’ que como já foi explicado, será o oceano

pacifico.

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53

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