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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO PASSADO
E NOS DIAS DE HOJE
Por: Maytha Pereira de Lima Vianna
Orientador
Professor Vilson Sérgio de Carvalho
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A SUPERVISÃO ESCOLAR NO PASSADO
E NOS DIAS DE HOJE
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Administração
e Supervisão Escolar.
Por: Maytha Pereira de Lima Vianna
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus pela vida, força e saúde.
A minha família pelo esforço, estímulo e apoio
recebido durante o curso.
A todos os professores pela presença sempre
segura, competente, amiga e estimulante.
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DEDICATÓRIA
Esta monografia é dedicada a todos aqueles que,
ao longo da história do homem e do processo educacional,
pensaram e refletiram sobre os seres humanos, fazendo
deles o alvo principal de suas preocupações e interesses,
àqueles que imaginaram meios de dar à espécie humana
caminhos novos e especiais, na procura constante da
melhoria, da transformação, da realização. A eles, que
sonharam com um mundo melhor e mais justo, rendo as
minhas homenagens, na crença que deve estar sempre
presente, em todos os atos humanos, a necessidade da
solidariedade, da integração, do amor que deve unir a todos
os homens.
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RESUMO
A estudo apresentado tem como objetivo analisar a importância da
atuação do papel do Supervisor na Educação. Qual o tipo de atuação que esse
profissional deverá ter com todos envolvidos na instituição? Suas
responsabilidades, postura e objetivos para o exercício profissional, buscando
sempre a qualidade nos processos, autonomia nas ações supervisoras,
valorizando o ensino, aflorando as competências de todos envolvidos na
escola. Portanto os motivos da escolha desse tema foram as questões
relacionadas a rotina do Supervisor, sua história através dos tempos, suas
responsabilidades no seu papel de articulador, mediador e motivador para com
as suas ações no cotidiano escolar.
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METODOLOGIA
O presente estudo foi elaborado através de pesquisa bibliográfica, de
observação dos profissionais desta área de atuação, e da minha experiência
profissional. Os métodos que levam a essa pesquisa foram analisados através
de jornais, livros e das aulas da pós-graduação.
Por essa função de Supervisor Educacional ser abrangente, observei e
pesquisei a respeito do assunto devido à importância desse profissional na
instituição, suas responsabilidades e atitudes no que se refere a Educação.
A metodologia observada e aplicada para esta pesquisa é a Formação
Baseada em Competências, na formação do indivíduo como um todo,
capacitando à todos envolvidos na Educação, nas responsabilidades e atitudes
dos profissionais que atuam diretamente com instituições de ensino.
Utilizei como instrumento na pesquisa, a minha prática pedagógica, as
observações de profissionais desta área e de leituras referentes a esse tema
escolhido.
Esta pesquisa foi elaborada com objetivo de despertar ao leitor o desejo
de buscar mais informações a respeito do papel do Supervisor no cotidiano,
comparando o seu papel ontem e hoje, e valorizando sua rotina como líder,
articulador, mediador e agente de transformação no universo escolar. Créditos
às instituições que cederam o material ou que foram o objeto de observação e
estudo.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - A Supervisão e seus conceitos na educação 10
CAPÍTULO II - A Profissão e o seu Perfil 15
CAPÍTULO III – O Cotidiano do Supervisor Escolar 21
CONCLUSÃO 33
BIBLIOGRAFIA 36
ÍNDICE 37
FOLHA DE AVALIAÇÃO 38
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INTRODUÇÃO
A pesquisa realizada caracterizou-se com descritiva, qualitativa com
enfoque no papel do Supervisor Escolar no cotidiano, isto é ressaltando a
importância do Supervisor Educacional do ontem ao hoje, seu papel ao longo
dos tempos, através da análise da prática supervisora, das teorias
relacionadas da Supervisão Educacional.
O papel .do Supervisor já passou por muitos caminhos, com ações
questionadas e criticadas, mas com uma contribuição significativa no que se
refere ao processo educativo.
O supervisor Educacional é o intelectual orgânico que auxilia o grupo
na tomada de consciência da realidade da escola, criando estratégias para
melhoria na qualidade dos processos educacionais e administrativos da escola.
A prática cotidiana do supervisor, deve estar voltada para o Projeto
Político Pedagógico. O supervisor comprometido com a melhoria das
condições de trabalho, proporciona momentos de reflexão do fazer na escola
e realiza o acompanhamento sistemático no trabalho do cotidiano escolar,
ressaltando a importância do Supervisor Educacional ao longo dos tempos,
através da análise da prática supervisora, das teorias relacionadas à evolução
da Supervisão Educacional.
O presente trabalho objetiva: investigar as teorias relacionadas à
evolução da Supervisão Educacional; pesquisar as concepções sobre
Supervisão Educacional encontradas na Escola, hoje; verificar as
metodologias utilizadas na ação supervisora que contribuem para a melhoria
do processo ensino-aprendizagem; ressaltar a importância da
função/atribuições do Supervisor Educacional, na escola, e os principais
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paradigmas educacionais norteadores da ação supervisora; Atualmente, é
importante apurar, de forma teórica e real , qual a verdadeira importância
desse serviço em relação ao aproveitamento Escolar/ aprendizagem efetiva do
aluno, através do agir do supervisor diretamente voltado ao trabalho do
docente, uma vez que é o professor quem está mais intimamente ligado e
imbuído do processo ensino-aprendizagem orientado aos educandos ontem,
hoje e amanhã.
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CAPÍTULO I
A SUPERVISÃO E SEUS CONCEITOS NA EDUCAÇÃO
O período atual está demarcado pela era da Globalização e da
supremacia da informática e da tecnologia, como a indicar um Terceiro Milênio
próspero e valorativo da capacidade humana para produzir, a sociedade
brasileira tem enfrentado muitas crises, não havendo emprego para todos, o
que agrava ainda mais a situação da violência no país e esta que reflete nos
alunos e na escola.
Supervisão é um processo de efetuar o aprimoramento do ensino
através do trabalho com pessoas que estão lidando com alunos, é um
processo de estimulação do crescimento e uma maneira de ajudar os
professores a se ajudarem a si mesmos.
Numa visão neo – liberal, a cobrança da sociedade e do mercado de
trabalho é que as pessoas desenvolvam “competências” , que sejam
competitivas, e que aprendam a aprender e que superem, com o
conhecimento teórico e prático, os problemas que surgem no dia-a-dia, nos
contextos na qual se inserem.
A Escola tem contribuído para a superação dos problemas da
sociedade como um todo, através dos profissionais da Direção, Supervisão
Educacional, Orientação Educacional, docentes e funcionários, em parceria
com os alunos, pais e comunidade escolar ,visando uma qualificada
apropriação do conhecimento pelo aluno e a formação de competências – tão
necessárias nos novos tempos -, a fim de que se torne consciente das
condições reais e objetivas do processo ensino – aprendizagem e este sirva a
capacitar o aluno e cidadão para interferir na sociedade.
Os desafios são muitos, o papel do supervisor e suas atribuições,
metodologias empregadas fazem desse profissional ser o líder e articulador
para a formação integral do aluno/cidadão.
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O supervisor é o elo de ligação entre a escola e a sociedade, ele é responsável
agente de transformação.
1.1 – Supervisão Educacional.
A palavra Supervisão é formada pelos vocábulos “super “( sobre) e
“visão” ( ação de ver), o que indica a “atitude de ver com mais clareza uma
ação qualquer” ( ANDRADE, 1979, p. 9).Tendo em vista que a função de
Supervisor está presente, em diversos segmentos institucionais, e como o
trabalho visa uma abordagem acerca do cotidiano desse profissional, é
importante salientar que através do olhar apurado do supervisor é o faz a
diferença entre as relações das pessoas e do processo ensino aprendizagem.
Para Alves ( 1985) a Supervisão é vista como “um processo dinâmico
que garante parâmetros para a relação ensino-aprendizagem que se realiza na
escola”. A autora atribui ao Supervisor Educacional uma ênfase quanto à
liderança, a avaliação e a retro-informação que devem permear o cotiano do
supervisor.
O supervisor no seu cotidiano contribui com os professores e toda sua
equipe, motivando e sendo presente nos momentos certos, decisivos.
É indispensável a ação de um profissional que, além de possuir
competência política, humana e técnica, saiba ver além das evidências do
cotidiano.
Sua prática deverá ser movida por forte envolvimento pelo seu trabalho
e embasada numa fundamentação teórica em constante aperfeiçoamento, a
fim de que possa ser,progressivamente, coordenador e dinamizador do
processo pedagógico. Além de ter didática, pedagogia, de conhecer
metodologias, o Supervisor Educacional tem que ter bem claro os paradigmas
que sustentam o processo para, assim, definir suas ações específicas.
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1.2 Supervisão Educacional e sua evolução.
Pode–se dizer que as fases distintas que orientaram o trabalho do
Supervisor o fez conduzir suas inferências na Escola, no sistema educacional o
fez suas inferências na Escola, no sistema educacional e junto ao professor
sob a forma de distintas concepções: fiscalizadora, construtivista e criativa,
conforme dados históricos através dos tempos, considerando sempre as
pecularidades e necessidades de cada região do Brasil e muito menos as
diferenças dos educandos.
Sobre a Segunda fase destacada em 1973 chamada da fase
construtiva. A fase construtiva ou de supervisão orientada, a Segunda na
evolução do conceito de supervisão Escolar, é a que reconhece a necessidade
de melhorar a atuação dos docentes . Os inspetores escolares, então,
passaram a promover cursos de aperfeiçoamento e atualização dos
professores.
O supervisor escolar deste período era imbuído e responsabilizado por
examinar as falhas na atuação dos professores e essas falhas serviram como
motivo para a realização de trabalhos e estudos visando a remoção e a
solução das mesmas.
A concepção que orientou a terceira fase, a criativa – também
reconhecida como atual - é aquela em que a supervisão se separa da inspeção
para montar um serviço que tenha em mira o aperfeiçoamento de todo o
processo ensino-aprendizagem, envolvendo todas as pessoas implicadas no
mesmo, em sentido de trabalho cooperativo e democrático.
Por isso justifica-se considerar que a Supervisão Educacional, hoje,
urge ser criativa, democrática, inovadora, compartilhada e atualizada, a fim de
romper com paradigmas e ações fiscalizadoras, autoritárias, alienantes e
conservadoras.
O ideal de Supervisão Educacional criativa promove atividades de
crescimento profissional e cria ambiente de estudo e de estímulo, que incita os
docentes a superarem-se constantemente e, desta forma, o aluno será o
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privilegiado através de uma Educação e um ensino mais eficaz e de acordo
com suas necessidades e anseios.
Nesse mesmo período do surgimento de tais associações, a
Supervisão Educacional – como hoje é denominada -, ao ser investigada
desde a sua origem, revelou que o profissional Supervisor já assumiu várias
denominações, podendo ser destacadas, entre elas: Supervisores Escolares,
Supervisores Pedagógicos, Supervisores de Ensino, Supervisores de
Educação ou Educacionais. A ASSERS utiliza, ainda, a denominação
Supervisão Escolar , como distinção às demais áreas profissionais que um
supervisor pode agir, a exemplo da empresarial, da construção civil, entre
outras.
Muitos foram os projetos e ações da Entidade que visaram assegurar
princípios democráticos e contribuições para o processo de Educação, com
seu caráter transformador, proporcionando que sejam ocupados os espaços
políticos e criando novos espaços para discutir e refletir a realidade sócio –
político –educacional.
No entanto, O Supervisor propriamente dito é aquele que atuará junto
a sua equipe pedagógica, assumindo uma posição de liderança em relação a
seus supervisionados, fator básico para o estabelecimento de relações
humanas positivas. No seu trabalho, ele deve ser o intérprete da política
administrativa do sistema.
Em razão do trabalho a realizar e da responsabilidade inerente à
função supervisora, é indispensável uma formação adequada ao exercício da
função supervisora, pois, o trabalho não está diretamente voltado à ação
docente e discente, mas à Administração Escolar e a Supervisão Educacional
a nível de Escola.
O posicionamento, a autoridade pela autoridade pela competência (e
não por autoritarismo ) e o conhecimento mais amplo e geral da Educação,
legislações pertinentes e relações humanas são imprescindíveis para uma
correta determinação, acompanhamento e assessoria de atividades de
administradores e Supervisores, pois em cada sistema educacional há uma
trajetória de posições a serem determinadas, com os conseqüentes papéis a
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serem desempenhados e é o Supervisor do sistema que mais diretamente está
ligado e responsabilizado em acompanhar a prática de tais concepções,
sistematizações e outras normas atribuídas para execução à nível escolar.
Constata-se que a Supervisão voltada para a Educação já se constitui
em “Escolar”, mas, atualmente, intitula-se “Pedagógica” ou “Educacional”, por
dirigir-se ao ensino e à aprendizagem, cujo objeto principal de seu trabalho é a
qualidade do ensino, a aprendizagem e a obtenção de conhecimentos e
habilidades adquiridas pelo aluno.
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CAPÍTULO II
A PROFISSÃO E O SEU PERFIL
O profissional se constitui pela sua forma de agir, portanto, o agir
determina o ser, pois é na ação concreta que se pode vislumbrar a essência da
natureza do agente ativo em uma profissão (GIRARDI, 1982). Assim,
pensando-se no profissional Supervisor Educacional, conforme o mesmo autor,
algumas qualidade e aptidões indicam e determinam o seu exercer a ação
supervisora, uma vez que destes atributos depende a consecução dos
objetivos que permeiam a profissão em si de especialista em Educação que
desde de 2006 passou a ser uma profissão.
São esses atributos que agregam valores para a profissão;
- Lucidez quanto à Educação: O Supervisor Educacional é aquele profissional
que possui idéias claras quanto à Educação, e opta por uma filosofia de
construção do conhecimento;
- Segurança: O conhecimento da problemática da Educação faz com que o
Supervisor atue com segurança no planejamento, no assessoramento e na
execução dos projetos educativos. Sem ser o dono da verdade, o Supervisor
Educacional não pode ser apenas opinador, mas, a partir de sua lucidez e
conhecimento de suas funções, posiciona-se e motiva para que, estando certo,
seja seguido pela solidez de seu posicionamento;
- Consciência do papel das suas funções: No plano Educacional de uma
Escola há o lugar específico do Supervisor, é necessário levar e transmitir
confiança e transparência nos processos educacionais e nas pessoas;
- Espírito Crítico: O ser humano se torna mais humano e mais digno de sua
natureza à medida em que se o pensamento rege a sua vida. A capacidade de
julgar,de emitir juízo, de analisar a partir de pressupostos racionais é que
traduz ou seja espírito crítico;
- Flexibilidade: Dada a sua estratégia posição de mediador do corpo docente,
educandos e a equipe pedagógica, o Supervisor precisar ser flexível para
assim poder mediar, ouvir e agregar valores para a escola;
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- Liderança: O supervisor é um líder, o motivador de toda sua equipe, ele é
capaz de coordenar, orientar sem autoritarismo , transmitindo confiança e
prudência nas suas atitudes, para que possa Ter respeito e admiração de
todos.
O Supervisor Educacional tem como objetivo de trabalho articular crítica e
construtivamente o processo educacional, motivando a discussão coletiva da
comunidade Escolar, acerca da inovação da prática educativa, a fim de
garantir o ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos, através de
currículos que atendam às reais necessidades da clientela Escolar, atuando no
âmbito dos sistemas educacionais federal, estadual e municipal. Ou seja, é
aquele que sabe planejar e executar a obra educativa, levando em
consideração não somente a instrução mas a Educação e, para tanto, é
portador de Curso Superior em Pedagogia, com habilitação em Supervisão, ou
em nível de Pós – graduação.
O supervisor tem um papel chave para que o trabalho na escola, como
representativo das ordenações e sistematizações dos sistemas educacionais,
seja realizado satisfatoriamente. Suas atribuições são no sentido de
oportunizar a realização dos planos emanados desse nível hierárquico
educacional, de modo que se alcance o melhor rendimento escolar.
Constata-se que a Supervisão voltada para a Educação já se constitui em
Escolar, mas, atualmente , intitula-se Pedagógica ou Educacional, por dirigir-
se ao ensino e a aprendizagem.
O supervisor é o agente de mudanças, é o multiplicador do saber na educação,
tem que contar no seu perfil, determinação, flexibilidade, domínio nos
processos educacionais, formação e atualiza
O Supervisor Educacional tem como objetivo de trabalho articular
construtivamente o processo educacional, motivando a discussão coletiva da
comunidade Escolar, acerca de inovação da prática educativa, a fim de
garantir o ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos, através de
currículos que atendam às reais necessidades da clientela Escolar, atuando no
âmbito dos sistemas educacionais federal, estadual e municipal, em seus
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diferentes níveis e modalidades de ensino e em instituições públicas ou
privadas.
Um serviço de Supervisão voltado para a área educacional determina
profissionais atuantes junto aos Sistemas Educacionais (órgão de soberania
da Educação, de onde emanam regulamentações e cumprimentos de aspectos
legais voltados ao processo educativo), às escolas (quando o enfoque volta-se
mais administrativamente como agente subordinante e cumpridor (e do fazer
cumprir) das normas e procedimentos provenientes da Direção e da
administração escolar como um todo, em termos de auxiliar gestacional, e ao
processo ensino-aprendizagem, que é onde cumpre, atualmente, suas reais e
legalmente constituídas funções junto a docentes e alunos, de forma mais
direta.
O agir do supervisor foi, entre nós, durante muito tempo, realizado a um nível
de identificação de tal ordem que a sua natural vocação estruturadora do
desenvolvimento do trabalho de base foi relegada ao esquecimento. Reduzida
à condição de mera intermediária nas relações das unidades com a instancia
burocrática, este tipo de ação acabou perdendo seu caráter educativo.
0 profissional Supervisor Educacional é aquele que:
- respeita as atribuições de cada setor, somando as suas para o sucesso do
processo ensino-aprendizagem;
- toma iniciativa no sentido de dinamizar, constantemente, as etapas do
processo educativo;
- Desperta a imaginação e a criatividade para buscar soluções para
problemas novos e velhos à aprendizagem;
- Envolve a vida escolar e o processo educativo de um sentido
profundamente humano, de tal forma que favoreça um ambiente propício para
o diálogo entre todos os agentes comprometidos com a aquisição de
conhecimentos e formação de competências do aluno;
Em consonância, pode-se dizer que a Educação passou a exigir um
novo modelo de Supervisão, o Educacional, para confrontar o modelo
tradicional e voltado à burocratização imposta pela escola, e o agir do
Supervisor efetivamente foi seguido a partir de uma proposta que possibilita a
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circulação dos anseios das classes populares, que insere os alunos e a
comunidade escolar, e, ainda, que contempla o crescimento pessoal e
profissional dos docentes com base na busca constante por aperfeiçoamento,
por uma melhor formação que permita repensar o antigo e construir o novo.
As atribuições do Supervisor, no que se refere ao planejamento, são as
seguintes: Participar na elaboração do Plano global da escola, Elaborar o
Plano de atividades do setor de supervisão, Coordenar o processo de
planejamento curricular, adaptar as normas e diretrizes emanadas os órgãos
educacionais.
No que tange a coordenação, são funções do supervisor implementar e
acompanhar o desenvolvimento do currículo, orientar a elaboração e o
desenvolvimento dos planos de ensino, assistir pré-definidos e a correção de
possíveis desvios, orientar os docentes no desenvolvimento de atividades
discentes que visem possibilitar-lhes maior conhecimento da comunidade,
coordenar programas de treinamento e atualização de professores, visando o
aperfeiçoamento ensino-aprendizagem, manter o fluxo permanente de
informações acerca de realidade escolar, objetivando direcionar a ação
docente.
A ação supervisora voltada para a avaliação exige as seguintes atividades,
acompanhar e avaliar o currículo, constatar e interpretar dados referentes à
produtividade do corpo docente, com vistas a auxiliar no melhor desempenho
do processo educativo, avaliar os resultados do processo ensino-
aprendizagem, avaliar os resultados do plano de atividades gerais e participar
da produtividade escolar, em termos quantitativos e qualitativos.
Em termos de assessoramento, são atividades da ação supervisora,
assessorar a administração escolar e outros órgãos responsáveis pela
definição de diretrizes pedagógicas e administrativa da escola, fornecer
informações aos órgãos institucionais superiores de educação, a exemplo das
secretarias de educação, para planejamentos e estabelecimento de estratégias
de ensino, bem como adaptar às condições da escola .
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Assim, tem-se de forma clara e explícita as atribuições de competência do
Supervisor Educacional, a qual visa, predominantemente, somar esforços em
busca da promoção da melhoria do processo ensino-aprendizagem.
Portanto, quando se fala no Supervisor Escolar, fala-se do verdadeiro
articulador, mediador e líder do grupo, um verdadeiro agente de
transformação.
A realização da finalidade básica da Supervisão Educacional de uma escola se
dá pelo desempenho das funções de planejamento, coordenação, avaliação e
assessoramento, pois atuando no papel de líder o supervisor necessita
conhecer todo o processo que envolve esta profissão, suas responsabilidades
para a permanência nesse cargo.
Tradicionalmente a formação do educador escolar vem abrangendo três
dimensões da prática docente - o saber, o saber ser e o saber fazer-
privilegiando se uma ou outra, de acordo com a concepção filosófica do
processo educativo que se adote.
O supervisor é o elo do que foi transmitido do passado histórico para o
presente, sua evolução foi alcançada devido sua persistência no que se refere
ao estudo mais aprofundado do seu papel no cotidiano escolar, sua
importância para os professores, alunos, comunidade em geral.
O importante ao Supervisor Educacional é o encontro direto com o professor e
deste aluno, e, de forma geral, de todos com o material formativo, adequando
seus conhecimentos para a prática pedagógica, esta que deverá estar sempre
atualizada, flexível a realidade de cada escola, sem se esquecer do Projeto
Político Pedagógico, este que deverá ser elaborado por todos envolvidos na
instituição, respeitando esse instrumento teórico para o desenvolvimento e
aplicabilidade da filosofia e metodologia da escola.
A ação supervisora adotou ao longo do tempo diferentes enfoques e
concepções, sendo a primeira voltada para e ensino primário, pois no primeiro
momento de sua história, a Supervisão ocupava-se unicamente do ensino
primário, tinha competências de inspeção, encarregada de fiscalizar o prédio
escolar, a freqüência de alunos e professores, após essa época veio com
referências da primeira fase da Revolução Industrial, emerge com o
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crescimento da população, indicando a necessidade de mais professores. A
escola passa a ser uma instituição complexa e hierarquizada, assemelhando-
se pouco a pouco, às empresas, consequentemente, a Supervisão realiza no
trabalho da indústria e do comércio estendeu-se pra outros segmentos da
sociedade, chegando assim ao âmbito da educação escolar.
Ação Supervisora como forma de treinamento e orientação, pois nesse
momento a supervisão é influenciada pelas teorias administrativas e
organizacionais que assinalam uma etapa importante na história da Supervisão
Escolar, pois nesse momento surgiram muitas literaturas à esse respeito no
Brasil. Baseada em novas orientações, surgem literaturas diversas, que ainda
hoje são proclamadas pelos supervisores atuais, quando o tema se refere ao
desenvolvimento de sua ação. O supervisor não perde o vínculo com o poder
administrativo da escola.
Agora, além de assegurar o sucesso das atividades docentes de seus colegas
professores regentes de classe, deve também controlá-los, administrativa e
pedagogicamente.
A ação supervisora repensada- momento da década de 80 e início da 90,
quando os autores enfatizam a Escola como o local de trabalho, onde o
sucesso do aluno não depende exclusivamente do conhecimento de
conteúdos, métodos e técnicas,. A Escola passa a ser o local onde todos
aprendem e ensinam, cada um ocupando o seu lugar e onde todos aprendem
e ensinam, cada um com a sua competência, onde o Supervisor tem a sua
contribuição específica e importante a dar no processo de Ensinar e Aprender,
e através desse histórico é que se pode levantar o perfil desse profissional
(GIRARDI, 1982).
As posições dos Supervisores envolvidos no cotidiano da escola de hoje
podem ser características em três grupos: os que continuam atuando dentro de
pressupostos da pedagogia liberal, seja de tipo renovado-tecnicista; os que
continuam sustentando o discurso da escola reprodutora preferindo a denúncia
política ao trabalho pedagógico na escola e os que vêm tentando uma atuação
pedagógica crítica, por acreditar na possibilidade de explorar os espaços
disponíveis pelas contradições da sociedade de classes.
21
CAPITULO III
O COTIDIANO DO SUPERVISOR ESCOLAR
.
Refletir sobre a fragmentação do trabalho pedagógico na atual
conjuntura é, por exemplo, repensar cuidadosamente o papel que os
supervisores têm no sentido de estarem buscando possibilidades de
superação da dicotomia entre teoria e prática. É pensar formas de estar
promovendo uma articulação maior entre os profissionais da educação,
pautada num repensar conjunto sobre a lógica da construção do conhecimento
e sua aplicação na prática social, e resgatar o que há de comum entre as
diferentes funções, ou seja, a produção do conhecimento. E nessa mesma
perspectiva, necessário se faz que o Supervisor seja um profissional
empenhado em desenvolver um trabalho que esteja voltado às questões
sociopolíticas da educação.
O Supervisor Educacional comprometido com o trabalho coletivo sente
necessidade de uma visão do todo escolar e da sua relação com o contexto. É
aquele .que procura a .visão sobre., no interesse da função coordenadora e
articuladora de ações. É também quem estimula oportunidades de discussão
coletiva, crítica e contextualizada do trabalho (RANGEL, 1997, p. 147). Ou
seja, o Supervisor não se limita ao controle, ou ao repasse de técnicas aos
professores, mas, no sentido de oferecer-lhes assessoramento teórico
metodológico diante dos problemas educacionais cotidianos, cria momentos de
reflexão teórico-prática e, com o respaldo da fundamentação teórica e uma
visão do ato de ensinar e de aprender como algo articulado, coordena tais
discussões.
No entanto, é preciso que se ressaltem alguns aspectos que são de
suma importância para o ser e o agir desse profissional diante do atual quadro
de divergências e problemáticas educacionais e sociais, provocadas pelas
idéias revolucionárias de mudar e inovar, a escola, o ensino e a educação, os
profissionais, suas concepções e pedagogias, enfim, a ordem é transformar e,
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para que isso ocorra, de forma a acompanhar a realidade social em que o
aluno se insere é preciso, acima de tudo, que o Supervisor Educacional
reafirme-se como agente de mudanças, pela sua liderança por competências (
e não de forma impositiva ) e vença alguns preconceitos que ainda persistem.
O supervisor torna-se um agente de mudanças no contexto escolar,
junto aos professores e toda a estrutura pedagógica da escola. Inicialmente, o
próprio Supervisor Educacional como profissional co responsável pela
aprendizagem dos alunos a partir de uma sociedade pautada na transformação
e no aprimoramento dos seres humanos, precisa constantemente reciclar-se,
auto-avaliar-se, refletir sua ação supervisora e efetivar suas ações de forma
atualizada e visando o bem-estar de todos que com ele atua (professores e
pessoal da escola) e depende (alunos, pais e outros).
Um trabalho com responsabilidade, com planejamento adequado,
acompanhado a sistemática organizacional da escola, esta que está imbuída
em adequar-se aos novos tempos. Isso também implica em que a Supervisão
reveja algumas concepções e práticas em relação ao processo ensino.
É necessário que o supervisor educacional leve em consideração as
diversidades e reavalie, juntamente com o corpo docente e discente, novas
visões acerca do ensino, especificamente com o professor e a Direção, e que
também reveja o curriculo, de forma que não se constitua mais em uma lista de
conteúdos que são cumpridos à risca, embora a LDB – Lei de Diretrizes e
Bases da Educação nacional proporcione autonomia para, junto às
competências estabelecidas para cada modalidade de Ensino e nas suas
diferentes séries, possam ser determinados os conteúdos que melhor
desenvolvam tais habilidades e consolidem a aquisição de conhecimentos.
Para tal, também requer que o Supervisor torne o professor uma
pessoa aberta às discussões, às transformações em seu agir docente, pois
muitos estão atrelados, ainda, a uma pedagogia tradicional e cabe ao
Supervisor Educacional, sendo também um profissional adepto do diálogo e do
trabalho coletivo, incentivar e motivar os docentes para mudarem.
Em relação às metodologias e recursos de Ensino, é preciso que seja
beneficiados estudos em grupos profissionais, na escola, para que os
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fundamentos teóricos e diversificados existentes provoquem a reflexão acerca
de formas inovadoras de serem ministrados os conteúdos e informados os
novos conhecimentos, visando estimular o aluno a aprender. Um exemplo
prático está no uso da técnica “expositiva dialogada”. Até algum tempo, quando
a Supervisão Educacional pautava-se no trabalho burocrático e os professores
ao trabalho quadro verde e giz, predominantemente, a aula expositivo-
dialogada era uma metodologia aceitável nos modelos em que era
desenvolvida. Hoje, o aluno não mais aceita que um professor fique falando ou
apenas expondo idéias no quadro ou mesmo buscando-as em livros didáticos,
pois ele tem toda uma tecnologia de fácil acesso, e uma aula nesse molde
acaba por gerar a “indisciplina”.
Outro aspecto delicado que exige, de forma urgente, a interferência do
Supervisor Educacional com o fim de provocar mudanças diz respeito à
avaliação da aprendizagem do aluno praticada nas escolas. Nas palavras de
Libâneo(1994), “a avaliação escolar é um processo contínuo que deve ocorrer
nos mais diferentes momentos do trabalho educativo”. A avaliação a ser
adotada deve ser aquela que é realizada no início, durante e no final das
unidades didáticas, visando sempre diagnosticar e superar dificuldades, corrigir
falhas e estimular os alunos a que constituem dedicando-se aos estudos.
O Supervisor Educacional, da mesma forma através de estudos e ,
bastante importante, através da aplicação de auto-avaliações no próprio
professor e em si mesmo, juntos todos poderão vivenciar o que significa avaliar
e se conscientizarem da importância que o abolir a avaliação somente através
de provas, questionários reprodutores das idéias de outos, e outras tantas
modalidades burocráticas de medir os conhecimentos ainda têm sido aplicados
de forma predominante.
Um Supervisor Educacional que realmente tenha consciência da
importância de se agir como um agente de mudanças saberá buscar formas e
aspectos que precisam de transformação, de inovação, porém não basta
versar em planejamentos bem elaborados, se não se prestarem a ser
praticadas tais mudanças visando a melhoria da educação ministrada.
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Para o supervisor a autoridade e liderança, dependendo como são
conduzidos, manifestam enfoques diversificados, podendo agir de forma
destrutiva ou bastante construtiva no trabalho cotidiano do supervisor.
Um Supervisor Escolar, que usa de sua autoridade no cotidiano da sua
escola, a partir do conceito de que “autoridade é o direito de decidir o que deve
ser feito e o direito de fazê-lo ou exigir que alguém o
faça”(PRZYBYLSKI,1985,p.43), nos tempos atuais estará provocando ainda
mais a inércia dos professores ante as transformações necessárias e às
educativas significativas que espera-se que sejam empreendidas pelos
docentes em prol de um processo educativo mais eficaz.
Conforme Andrade(1979), “O Líder deve ser responsável pela
liderança em seu grupo, porém, de outra forma, um responsável por um grupo
não deve ser o líder, mas aquele que faz com que exista liderança no grupo”
(p. 78), ou seja, cada menbro deve sentir-se seguro, necessário e solicitado. A
liderança do supervisor no cotidiano deve propiciar a distribuição de
responsabilidades entre todos, o que lhe inclui e faz com que todos os
membros do grupo se sintam valorizadas suas potencialidades. Assim
manifestaram interesses e motivações para o progresso em direção a serem
atingidos os objetivos propostos.
Um outro aspecto que merece citar é em relação aos preconceitos que
passaram a permear o trabalho do Supervisor na escola, no que se refere a
prática burocrática mais voltada para a administração, pois muitos docentes
ainda o vêem ainda como um profissional comprometido com práticas
burocráticas, e no cotidiano esse processo é importante, mas não único.
Ainda, a questão de atendimento em gabinetes, conforme
Rangel(2001), na qual o Supervisor restringia suas ações em salas fechadas,
atendendo, normalmente de forma individual, que a ele procurasse, rompeu
paradigmas e hoje assumiu uma nova constituição de ação supervisora, pois
atualmente o Supervisor Educacional está onde o professor ou aluno, ou
ambos estão, sua rotina é ativa e participativa.
25
As características importantes que permeam a ação supervisora fazem
desse profissional uma pessoa atualizada, flexível, inovadora,dedicado,
organizado e seguro nas suas responsabilidades do seu dia a dia na escola.
Os maiores desafios do Supervisor Educacional na atualidade é ajudar
os professores a enfrentar os problemas na Educação atual, fazer funcionar
uma Educação mais voltada a um mundo globalizado e tecnológico; motivar
professores para que haja um real comprometimento com a educação; obter
respeito como profissional capacitado e com propostas educativas viáveis; não
ocupar-se somente da função específica da Supervisão, mas realizar um
trabalho interdisciplinar na escola, manter o grupo de professores coeso e
comprometido com o trabalho docente, Ter facilidade de comunicação junto ao
grupo com a qual trabalha. O cotidiano do supervisor é movido por desafios
diários da sua função .
Quando se fala em mudanças nas organizações e como desenvolver
processos de implementação de mudanças, encontramos na escola o
Supervisor, este que sempre encontraremos na escola auxiliando este
processo que nem sempre acontecerá, pois a escola nem sempre é um terreno
disponível, habituada a processos estáveis e afeita a procedimentos
supostamente seguros, muitas instituições andam próxima do anacronismo.
Outras, mais arrojadas, de tanto compromisso com a vanguarda, pecam pela
pressa, não amadurecendo os processos que pretendem implementar e logo
acoplado ou substituído o que está apenas encaminhado por novas etiquetas,
Cabe ao supervisor estar sempre atento as possíveis mudanças na
instituição, seguindo o bom senso e a maturidade para assim poder lhe dar
com escolas reflexivas ou inovadoras.
Por escola reflexiva entende-se a escola que se pensa e que se avalia
em seu projeto educativo. Uma escola reflexiva é uma organização aprendente
que qualifica não somente os que nela estudam, mas os que nela ensinam ou
apóiam estes e aqueles, diz Alarcão ( 2001)
A escola tem tido dificuldades em acompanhar as transformações na
sociedade, daí se dá a importância do papel do Supervisor que passa a ser
desafiador, desta forma, apresenta-se em seu funcionamento como um álbum
26
do que a vida foi no passado, tendo dificuldades de comunicar-se de forma
aberta e com capacidade de diálogo com a realidade complexa que hoje
apresenta .
A competência profissional do Supervisor deve estar pautada pela
capacidade de deliberação permanente e pela possibilidade de livre
argumentação. Os docentes da sua escola devem ser capazes de reconstruir
os projetos pedagógicos a partir da reflexão compartilhada nos grupos de
trabalho que compartilha de modo vivo os conhecimentos práticos e as
orientações teóricas. Carr e Kemmis(1998) lembram que o campo educacional
tende a não dar importância aos conhecimentos teóricos e a investigação
sobre os problemas e riquezas de suas próprias ações concretas.
O cotidiano pedagógico do supervisor reconstituiu a teoria educativa e
ressignifica o seu sentido no contexto específico da escola. É possível pensar
os centros escolares com centros de investigação da própria prática, que
desenvolvem registros sistemáticos e a documentação das suas práticas,
gerando recursos para a reflexão pedagógica, para, como dizem Carr e Kemis
( 1988) “fazer frente aos desafios que representam os estudantes alienados, a
desmoralização do professorado e os currículos prescritos e pouco
motivadores”’(p.15).
O processo de gestão escolar que se movimenta nessa perspectiva
precisa considerar a premissa básica de compreender a escola como uma
organização que se aprende, capaz de sistematizar saberes sobre si mesma e
de alimentar o seu próprio amadurecimento institucional.
Vasconcelos (2004) afirma que o conceito de organização aprendente
é próprio dos nossos dias, em que o conhecimento se tornou volátil e de difícil
domínio exclusivo. Não é a toa , diz ele, que nossa sociedade é chamada de
sociedade do conhecimento. Porém, dada a alta perceptibilidade do
conhecimento, resta investir em mecanismos de aprendizado, elemento
indispensável para a sobrevivência das organizações.
É necessário compreender gestão no contexto escolar como um
processo sistemático que considera as pessoas como eixo do funcionamento
da instituição, uma vez que elas reúnem a cultura da organização e de forma
27
participativa renovam essa cultura a partir do processo de formação
continuada que agrega novos saberes às práticas já existentes. Assim, o
Supervisor e a instituição escolar na qual ele é o gestor, que utiliza todos os
sistemas formais e informais de estruturação do trabalho pedagógico na escola
e define de modo intencional e sistemático espaços de discussão, modelos de
acompanhamento ao trabalho do professor, práticas regulares de formação
continuada e assim por diante. A estrutura da escola diz respeito a todos que
trabalham nela, e também às condições materiais necessárias e compatíveis
com as pretensões do projeto da escola.
O Supervisor escolar no seu cotidiano tem seu papel a cumprir, ele tem
que estar comprometido com a melhoria das condições de trabalho,
proporciona momentos de reflexão do fazer na escola, e realiza o
acompanhamento sistemático do corpo docente, para Ter a visão do todo e
interferir de modo a auxiliar o desenvolvimento do trabalho na escola,
especialmente o de sala da aula, mobilizando a comunidade para que de forma
coletiva atinjam os objetivos propostos pelo Projeto Político Pedagógico.
O Supervisor educacional é o intelectual orgânico que ajuda o grupo na
tomada de consciência do que está se vivendo, para além das estratégias de
intransparência que estão a nos alienar ( VASCONCELLOS, 2001,p.71).
A prática cotidiana do supervisor educacional deve estar voltada para o
Projeto Político Pedagógico da escola, sua função é a articulação e
concretização do projeto de forma coletiva na comunidade escolar. A prática
no cotidiano escolar é o foco de toda ação supervisora, e para isso todas as
atividades devem envolver a coletividade, para que todos participem e se
comprometam.
O supervisor deve ser o elemento integrante e integrador do grupo
mantendo uma rede de relações interpessoais, que busque da melhor maneira
possível a concretização dos objetivos a que a escola se propõe, sendo um
profissional que articule os saberes e conhecimentos didático e pedagógico de
maneira sistematizada.
No cotidiano seus principais afazeres é articular o Projeto Político
Pedagógico, dinamizar o currículo da escola, coordenar as reuniões
28
pedagógicas, organizar e coordenar o conselho de classe, promover cursos,
seminários de qualificação continuada em serviço para os docentes, participar
da elaboração do calendário escolar e das atividades pela escola, analisar e
interpretar a legislação vigente, analisar históricos escolares para
aproveitamento de estudos e acompanhar o processo ensino aprendizagem
como o todo.
A ação supervisora no cotidiano escolar necessita de trabalho conjunto
com professores, alunos e pais, no sentido de tornar mais dinâmica a proposta
pedagógica de maneira que todos busquem os mesmos objetivos no sentido
de qualificar o processo educacional.
O supervisor deve ser parceiro do grupo, como nos coloca Faria (2000)
“O supervisor é aquele que sabe ouvir o inaudível porque é sensível e
perspicaz, e na humildade sabe trabalhar junto ao grupo envolvendo todos”(p.
47).
O foco principal da ação supervisora no cotidiano escolar centra-se,
principalmente, na sensibilidade, na capacidade de percepção do todo, no
diálogo e trabalho coletivo, na constante busca de aprimoramento do processo
educativo, sendo capaz de superar crises, é um processo conjunto de
descoberta. Daí a necessidade de que o supervisor seja líder. Pois a liderança
não é uma competição para o poder, mas, sim, o projeto de um processo
conjunto de descoberta. Os melhores líderes são, também, os melhores
aprendizes, estes que estão sempre próximo do grupo que lidera.
As pessoas visionárias são importantes, porém mais importantes são
aquelas que se caracterizam por desenvolver o talento que existe nas escolas,
os verdadeiros exploradores do potencial de outras pessoas.
O verdadeiro líder é aquele que supera crises, delegando com firmeza
e ao mesmo tempo acreditando no potencial de cada um, transmitindo respeito
e clareza nos seus objetivos.
O supervisor deve inspirar confiança em suas ações, deve respeitar
outras opiniões, porém sem esquecer do seu foco, seus objetivos e
alcançando as metas e resultados.
29
Para o supervisor o planejamento é fundamental para os processos
educacionais, portanto o Projeto Político Pedagógico é o marco para que o
supervisor possa estabelecer junto a sua equipe as diretrizes e metas para
serem alcançadas.
O projeto educativo é, claramente, um documento de planejamento
escolar, no qual abrange toda a proposta da escola. O supervisor escolar, da
mesma forma através da aplicação de auto- avaliações do próprio professor e
em si mesmo, juntos todos poderão vivenciar o que significa avaliar e se
conscientizarem da importância que o abolir a avaliação somente através de
provas, questionários reprodutores das idéias de outros, e outras tantas
modalidades burocráticas de medir os conhecimentos ainda têm sido aplicados
de forma predominante.
Um Supervisor que realmente tenha consciência da importância de ser
e agir como um agente de mudanças saberá buscar formas e aspectos que
precisam de transformação, de inovação, porém não basta versar em
planejamentos bem elaborados, se não se prestarem a ser praticadas tais
mudanças visando a melhoria da educação ministrada.
Resistências são reações comuns em pessoas que não estão
acostumadas a mudanças. A maneira de conduzir a equipe vai depender do
supervisor e de sua habilidade de conduzir sua equipe, por isso é importante
que o supervisor atue com transparência e firmeza nos seus ideais.
Autoridade e liderança, dependendo como são conduzidos,
manifestam enfoques diversificados, podendo agir de forma destrutiva ou
bastante construtiva no trabalho supervisor.
Um supervisor educacional que usa de sua autoridade a partir do
conceito de que a autoridade é o direito de decidir o que deve ser feito e o
direito de fazê-lo ou exigir que alguém o faça.
No cotidiano as cobranças são muitas, portanto o supervisor deverá
estar sempre atento aos seus objetivos, bem como a suas metas e desafios.
Em toda a ação supervisora que este profissional empreender a
liderança que lhe é inerente pela posição que ocupa frente à profissão que
exerce deve sempre primar pelo estilo participativo de trabalho, pela ação
30
coletiva junto a seu grupo, pois assim sua liderança será sempre bem vinda,
pois servirá de estímulo a ações mais sólidas, uma vez embasada sua validade
e orientações através de um profissional que se mostre seguro e conhecedor
do que se está fazendo ou orientando.
O líder no seu cotidiano deve ser responsável pela liderança em seu
grupo, porém, de outra forma, um responsável por um grupo não deve ser o
líder, mas aquele que faz com que exista liderança no grupo, ou seja, o
mediador, aquele que administra com coerência e transparência nas atitudes,
dando o exemplo para sua equipe.
No cotidiano escolar, predominam características importantes para
atuação desse importante líder, como ser humilde, atualizado, flexível, aberto
ao diálogo, dinâmico, seriedade no que faz, comunicativo, criativo, competente
e responsável.
Na sua prática pedagógica, o supervisor necessita da aproximação
dele com os docentes, pois essa rotina é necessária para levantamento de
dados e levantamento dos perfis desses professores. Os maiores desafios do
Supervisor Educacional na atualidade considerados é modificar os métodos de
Ensino tipicamente tradicionais e arcaicos por uma metodologia baseada em
competências no qual o aluno é avaliado ao longo do processo ensino-
aprendizagem, em que se aplica a formação do indivíduo como um todo, nas
áreas afetiva, cognitiva e social, oportunizando o indivíduo para exercer sua
cidadania.
A supervisão escolar envolve ativamente o processo de teoria e
prática com as ações definidas, assessorando e acompanhando diretamente o
trabalho do professor e do aluno, estando em consonância com a proposta
pedagógica da escola. Um dos maiores desafios do Supervisor é ajudar os
professores a enfrentar os problemas inerentes na Educação atual, é promover
o processo de melhoria da qualidade de ensino, ampliando conhecimentos
específicos do campo de trabalho, é fornecer subsídios teóricos aos
professores, estes os seus grandes parceiros e colaboradores.
Para que todo esse processo de aprendizagem se desenvolva, é
necessário a construção de um Projeto Político Pedagógico, porque de acordo
31
com Vasconcellos(2001) O PPP constitui-se como “como o plano global de
uma instituição educativa, podendo ser concebido como a sistematização ,
nunca definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se
aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação
educativa que se pretende realizar”( p.16).
Nessa direção, pode-se afirmar que o Projeto Político Pedagógico é
um documento que deve dar norte aos fazeres da instituição educativa,
fundamentando-se em teorias, como também, deve nortear a elaboração dos
demais documentos exigidos pela legislação para o funcionamento de tal
espaço institucional, entre eles encontra-se o regimento interno, portanto, é
fundamental que o Supervisor anterior à sua prática conheça bem a
elaboração desse projeto.
Considerando, então, a legislação vigente ( LDB, 9394/96), é de
competência da escola a elaboração do Regimento Interno, o qual deve
materializar a duração dos níveis de ensino, critérios de organização – séries
anuais, períodos semestrais, ciclos, grupos não- seriados, etc..., classificação e
reclassificação de alunos, verificação do rendimento escolar, freqüência,
currículo, etc...
O papel do Supervisor Educacional no cotidiano escolar, se faz
necessário, justamente para que junto com sua equipe desenvolva um Projeto
para descrever suas ações e de todo o grupo.
O educador comprometido com os saberes, fazeres, deve ser
contemplado para que possa dar o exemplo de liderança.
Os gestores e supervisores, precisam estar atentos as práticas
pedagógicas, para que dessa maneira possam agregar valores aos seus
alunos, professores e comunidade em geral.
Certamente, o supervisor comprometido é aquele que se preocupa
com a qualidade da educação em nosso país, pois a existência de espaços-
tempos legítimos para construção da aprendizagem, para o efetivo
desenvolvimento de todos os sujeitos que integram o cotidiano escolar,
vislumbra a consolidação de propostas pedagógicas pautadas na perspectiva
crítica.
32
Outro aspecto importante, é que o supervisor atua diretamente com
diversas características dos clientes internos e externos, portanto estará
sempre realizando avaliações de desempenho para sua equipe, promovendo
reuniões individuais e em grupos para um melhor Feedback, instrumento de
medição para as competências exigidas para cada perfil profissional.
A autoridade e liderança, dependendo como serão conduzidos,
manifestaram enfoques diversificados, podendo agir de forma destrutiva ou
bastante construtiva no trabalho do supervisor.
O Supervisor Educacional que usa de sua competência, terá sua
equipe, homogênea, participativa, reflexiva e motivada. A motivação dependerá
de que forma o líder conduzir seus subordinados para serem capazes de
alcançar metas e resultados satisfatórios para sua instituição.
Se a liderança praticada pelo Supervisor Educacional for eficiente em
relação a segurança praticada em suas orientações, à atenção aos problemas
e à solidez de seus conhecimentos sobre sua função e importância de seu
trabalho em relação à educação e ao trabalho dos professores, dessa forma a
liderança estará servindo de forma construtiva.
33
CONCLUSÃO
.
A escola deve ser um ambiente acolhedor, estimulante, adequado,
equipado e atualizado, capaz de proporcionar e favorecer aprendizagens
significativas. Deve visar ao bem-estar do ser humano enquanto aprendiz,seja
ele professor, aluno ou família , proporcionar interações positivas e que gerem
reflexões e ações produtivas que sirvam ao desenvolvimento do ser humano
enquanto cidadão.
O papel do Supervisor Escolar é fundamental para que a escola como
um todo possa transferir conhecimentos acadêmicos e também agregar
valores para a formação do indivíduo, nas áreas cognitivas, afetivas e sociais.
A atuação desse profissional é de suma importância para a construção
de um conhecimentos, despertando assim as competências individuais e da
equipe em geral.
Toda via, para que uma escola se torne reflexiva, o Supervisor é o
agente essencial, capaz de portar relevantes capacidades para ocasionar
mudanças benéficas e uma melhor qualidade de vida aos professores,
refletindo assim, nos alunos, pais e funcionários em geral. A esse Supervisor
cabe o buscar, constantemente, melhorias na qualidade de Ensino, o que
requer pensar a educação como um todo, competência, habilidade e atitude
para transformar a escola em um local eficaz e prazerosa.
No cotidiano, o supervisor escolar atua como o mediador e facilitador da
transformação do ambiente escolar em um ambiente produtivo, enriquecedor,
moralizador, formador de capacidades superiores e que sirvam à coletividade,
auxiliando ao professor, o qualificando, motivando sua equipe técnica
pedagógica, sendo flexível, porém exigente e presente .
Embora já se saiba como deve ser a Escola, o professor e o supervisor
educacional, responsáveis diretos pela propagação de educação eficiente,
estão sempre juntos no caminho da construção e atualização do ensino.
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A Supervisão Educacional, ao longo dos tempos, já galgou muitas
concepções e destinos, já venceu muitos paradigmas e preconceitos, mas o
mais importante ainda é o atualizar-se e tornar-se realmente, um serviço que
faça jus à importância atribuídas por pelos professores e reconhecida pela
escola e pela comunidade escolar, tanto que assim não o fosse, não teríamos
mais este profissional instituído legalmente e que atualmente é o articulador e
líder.
A aprendizagem ocorre sistematicamente no dia a dia, e é na ação
reflexiva, ativa, atualizada, compartilhada que o educando elabora a sua
aprendizagem.
Portanto o Supervisor Escolar na sua prática necessita de ser
conhecedor do papel de grande responsabilidade e importância que requer sua
função, poder fazer acontecer todo o processo ensino-aprendizagem,
orientando, acompanhando, observando e buscando alternativas para a
melhoria dos processos educacionais, sendo o agente de transformação, o
líder, o visionário.
Na sua atuação diária o Supervisor deverá despertar a imaginação e a
criatividade para buscar soluções para problemas relacionados à
aprendizagem; envolvendo a vida escolar e o processo educativo de um
sentido profundamente humano,de tal forma que favoreça um ambiente
propício para o diálogo entre todos os agentes comprometidos com aquisição
de conhecimentos e formação de competências no aluno.
Assim, o Supervisor tem como objetivo de trabalho articular crítica e
construtivamente o processo educacional, motivando a discussão coletiva da
comunidade Escolar, acerca da inovação da prática educativa, a fim de
garantir o ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos, através de
currículos que atendam às reais necessidades da clientela escolar, atuando no
âmbito dos sistemas educacionais com um todo.
A importância do profissional qualificado com essa competência nas
instituições, deve-se ao fato de que o mercado de trabalho exigi atualizações e
treinamentos para a permanência desse articulador, portanto não basta ter
apenas competência do cargo, mas a dinâmica que o cargo exige.
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O cotidiano desse profissional é avaliado sistematicamente com os
resultados alcançados pelo grupo, seu termômetro será sempre os clientes
internos satisfeitos e motivados, e os clientes externos enfatizando a qualidade
nos processos. A responsabilidade dessa função permea todo o processo
ensino aprendizagem, desde da entrada do aluno até sua certificação,
vislumbrando a competência, aflorando e explorando o que o ser humano tem
de melhor, com suas diferenças respeitadas, agregando valores imensuráveis.
O papel do Supervisor escolar no passado e no presente terá a mesma
responsabilidade, porém o que mudou foram as atitudes, a valorização nas
pessoas e nas competências.A preocupação atual é formar pessoas para o
mercado de trabalho, para o exercício da cidadania.
O enfoque de supervisão de hoje é ampla, é do mundo, das relações
interpessoais, da criatividade, tecnologia, da informação digital, portanto o
cuidado é maior, a responsabilidade também, pois a Qualidade nos processos
deverá estar sempre presente.
36
BIBLIOGRAFIA
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Escola.2 ed. São Paulo: Cortez, Autores Associados,1985.
ANDRADE, Narcisa Veloso de. Supervisão em educação. Rio de Janeiro:
Livros Técnicos e Científicos,1979.
BASTOS, Letícia Garcia et all. Código de ética do Pessoal do Magistério.
Trabalho elaborado no nível VIII do curso de Pedagogia, Supervisão Escolar
da PUC de Porto Alegre.
GADOTTI, Moacir. Pensamento pedagógico brasileiro. São Paulo; Ática,
2003.
NÉRICI, Inideo. Introdução à Supervisão Escolar. 3ª ed. São Paulo: Atlas,
1976.
RANGEL, Mary (org) Supervisão Pedagógica – princípios e práticas. 2ª ed.
São Paulo: Papirus, 2001
LIBÂNEO, José C.Democratização da Escola pública São Paulo:, n. 7, 1984
37
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - A Supervisão e seus conceitos na educação 10
CAPÍTULO II - A Profissão e o seu Perfil 15
CAPÍTULO III – O Cotidiano do Supervisor Escolar 21
CONCLUSÃO 33
BIBLIOGRAFIA 36
ÍNDICE 37
FOLHA DE AVALIAÇÃO 38