os impérios humanos e a supremacia divina

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Os Impérios humanos e a supremacia divina Desde a fundação do mundo, os impérios continuam a ascender e a cair. A supremacia divina, porém, continua indelével, imarcescivel. Frova-nos isso estar Deus no supremo comando da História. De acordo com a sua soberana vontade, vão os filhos dos homens escrevendo suas crônicas. Depois de exaltar-se e desafiar os céus, confessa Nabucodonozor.  poderoso rei de Babilônia: "Agora, pois, eu, Nabucodonozor, louvo, e exalço e glorifico ao rei do céu; porque todas as suas obras são verdades; e os seus cami- nhos juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba" (Dn 4.37). Veremos, a seguir, como os grandes impérios da antigüidade e mencionados na Bíblia ascenderam e caíram. Tanto em sua ascensão, como em sua queda, não nos será difícil vislumbrar a potente mão de Deus. Rapidamente,  portanto, acompanharemos o nascimento, o apogeu e a queda destes impérios: Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, (irécia e Roma. Logo após, na terceira parte desta obra, começaremos a caminhar sobre a Terra Santa, onde desenrolou-se a maravilhosa história da salvação. Império Egípcio Sumário: Introdução. I  –  História do Egito. II -Geografia do Egito. III - A grandeza do Egito. IV - O Egito e os fil hos de I sr ael . INTRODUÇÃO O Egito representa uma das mais antigas civilizações humanas. Sua história é quase tão antiga como o próprio homem. Julgam alguns historiadores,  por isso, ter sido o Vale do Nilo o berço da humanidade. Mas, por intermédio das Sagradas Escrituras, sabemos ser a Mesopotamia o primeiro lar de nossos mais remotos ancestrais.  Napoleão Bonaparte, em sua campanha pelo Oriente Médio, ficou extasiado com a antigüidade da civilização egípcia. Ao contemplar as colossais  pirâmides, exclamou aos seus homens: "Soldados, do alto dessas pirâmides, quarenta séculos vos contemplam". A grandiosidade do Egito exerce um grande atrativo sobre o nosso espírito. Como não admirar as monumentais conquistas dos forja-dores da civilização egípcia? A presença do Egito nas Escrituras Sagradas é muito forte. Por esse motivo, precisamos conhecer melhor a história e a geografia desse lendário e misterioso país. Tendo em vista o exíguo espaço de que dispomos, não  poderemos tratar, com profundidade, da cultura egípcia. Cabe ao leitor, entretanto, aprofundar-se no assunto e buscar novas informações em uma  bibliografia adequada. Basta-nos. por enquanto, alguns dados gerais sobre o

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Os Imprios humanos e a supremacia divina

Desde a fundao do mundo, os imprios continuam a ascender e a cair. A supremacia divina, porm, continua indelvel, imarcescivel. Frova-nos isso estar Deus no supremo comando da Histria. De acordo com a sua soberana vontade, vo os filhos dos homens escrevendo suas crnicas.Depois de exaltar-se e desafiar os cus, confessa Nabucodonozor. poderoso rei de Babilnia: "Agora, pois, eu, Nabucodonozor, louvo, e exalo e glorifico ao rei do cu; porque todas as suas obras so verdades; e os seus caminhos juzo, e pode humilhar aos que andam na soberba" (Dn 4.37).Veremos, a seguir, como os grandes imprios da antigidade e mencionados na Bblia ascenderam e caram. Tanto em sua ascenso, como em sua queda, no nos ser difcil vislumbrar a potente mo de Deus. Rapidamente, portanto, acompanharemos o nascimento, o apogeu e a queda destes imprios: Egito, Assria, Babilnia, Prsia, (ircia e Roma.Logo aps, na terceira parte desta obra, comearemos a caminhar sobre a Terra Santa, onde desenrolou-se a maravilhosa histria da salvao.

Imprio Egpcio

Sumrio: Introduo. I Histria do Egito. II -Geografia do Egito. III - A grandeza do Egito. IV - O Egito e os filhos de Israel.

INTRODUOO Egito representa uma das mais antigas civilizaes humanas. Sua histria quase to antiga como o prprio homem. Julgam alguns historiadores, por isso, ter sido o Vale do Nilo o bero da humanidade. Mas, por intermdio das Sagradas Escrituras, sabemos ser a Mesopotamia o primeiro lar de nossos mais remotos ancestrais.Napoleo Bonaparte, em sua campanha pelo Oriente Mdio, ficou extasiado com a antigidade da civilizao egpcia. Ao contemplar as colossais pirmides, exclamou aos seus homens: "Soldados, do alto dessas pirmides, quarenta sculos vos contemplam". A grandiosidade do Egito exerce um grande atrativo sobre o nosso esprito. Como no admirar as monumentais conquistas dos forja-dores da civilizao egpcia?A presena do Egito nas Escrituras Sagradas muito forte. Por esse motivo, precisamos conhecer melhor a histria e a geografia desse lendrio e misterioso pas. Tendo em vista o exguo espao de que dispomos, no poderemos tratar, com profundidade, da cultura egpcia. Cabe ao leitor, entretanto, aprofundar-se no assunto e buscar novas informaes em uma bibliografia adequada. Basta-nos. por enquanto, alguns dados gerais sobre o outrora portentoso imprio do Nilo.

I - HISTRIA DO EGITONo podemos datar, com preciso, quando chegaram os primeiros colonizadores aos territrios egpcios. Quanto mais recuamos no tempo, mais a cronologia torna-se imprecisa. Sabemos, contudo, que os primeiros habitantes dessa regio foram nmades. Aps uma vida de rduas e incmodas peregrinaes, eles comearam a organizar-se em pequenos Estados. Essas diminutas e inexpressivas unidades polticas conhecidas como nomos, foram agrupando-se com o passar dos sculos, at formarem dois grandes reinos: o Alto Egito, no Sul; e, o Baixo Egito, no Norte. Ambos estavam localizados, respectivamente, no Vale do Nilo e no Delta do mesmo rio.Entre ambas as regies havia um forte contraste. Seus deuses eram diferentes, como diferentes eram, tambm, seus dialetos e costumes. At mesmo a filosofia de vida desses povos eram marcadas por visveis antagonismos. Declara o egiptlogo Wilson: "Em todo o curso da histria, essas duas regies se diferenciaram e tiveram conscincia da sua diferenciao. Quer nos tempos antigos, como nos modernos, as duas regies falam dialetos muito diferentes e vem a vida com perspectivas tambm diferentes."Sobre essa poca, escreve Idel Becker: "Neste perodo pr-dinstico, o desenvolvimento da cultura egpcia foi, quase totalmente, autctone e interno. Houve apenas, alguns elementos de evidente influncia mesopotmica: o selo cilndrico, a arquitetura monumental, certos motivos artsticos e, talvez, a prpria idia da escrita. H, nessa poca, progressos bsicos nas artes, ofcios e cincias. Trabalhou-se a pedra, o cobre e o ouro (instrumentos, armas, ornamentos, jias). Havia olarias; vidragem; sistemas de irrigao. Foi-se formando o Direito, baseado nos usos e costumes tradicionais - leis consuetudinrias."

1 - A unificao do EgitoEm conseqncia de suas muitas diferenas, o Alto e o Baixo Egito travaram violentas e desgastantes guerras por um longo perodo. Essas constantes escaramuas enfraqueciam ambos os reinos, tornando-os vulnerveis a ataques externos. Consciente da inutilidade desses conflitos, Mens, rei do Alto Egito, conquista o Baixo Egito. Depois de algumas reformas administrativas, esse monarca (para alguns historiadores, uma figura lendria) unificou o pas, estabeleceu a primeira dinastia e tornou Tnis, a capital de seu vasto imprio.A unificao do Egito ocorreu, de acordo com clculos aproximados, entre 3.000 a 2.780 a.C. Nesta mesma poca, os egpcios comearam a fazer uso da escrita e de um calendrio de 365 dias.Unificados, o Alto e Baixo Egito transformaram-se no mais florescente e poderoso imprio da antigidade. Os reis iniciaram a construo das grandes pirmides, que lhes serviu de tumba. Por causa desses arroubos arquitetnicos, receberam o apelido de "casa grande" - fara. Ento, a cultura egpcia alcanou propores considerveis.No final do Antigo Imprio, que abrange o perodo de 2.780 a 2.400 a.C, o poder dos faras comeou a declinar. O fim dessa era de glrias marcado por revoltas e desordens, ocasionadas pelos governadores dos nomos.Uma febre de independncia alastra-se por todo o pais. Cresce, cada vez mais, o poder da nobreza; a influncia da realeza decai continuamente. Aproveitando-se desse caos generalizado, diversas tribos negrides e asiticas invadem o pas.Graas, entretanto, a interveno dos faras tebanos, o Egito consegue reorganizar-se, pelo menos at a agresso hicsa.

2 - A invaso dos hicsosNo obstante a segurana trazida pelos prncipes de Tebas (11* dinastia) e pelas conquistas poltico-sociais do povo, o Egito comea a sofrer incurses de um bando aguerrido de pastores asiticos. Nem mesmo o prestgio internacional dos faras seria suficiente para tornar defensveis as fronteiras egpcias.Esses invasores, que dominariam o Egito por 200 anos, aproximadamente, so conhecidos como hicsos. Eles iniciam sua dominao em 1.785 e so expulsos por volta de 1580 a.C.Idel Becker, com muito critrio, fala-nos acerca desse conturbado perodo: "Esta a poca mais confusa e discutida da histria do antigo Egito: um perodo de invases e de caos interno. Os hicsos - conglomerado de povos semitas e arianos, invadiram o Egito (atravs do istmo que o ligava pennsula do Sinai), venceram os exrcitos de fara e dominaram grande parte do pas. Possuam cavalos e carros de guerra (com rodas); e armas de bronze (ou talvez, mesmo, de ferro), mais bem acabadas e mais fceis de manejar do que as dos egpcios. Tudo isso explica a sua superioridade blica e os seus triunfos militares. Os hicsos talvez estivessem fugindo da presso dos invasores indo-europeus (hititas, cassitas e mitanianos), sobre o Crescente Frtil."Com os hicsos, acrescenta Becker, devem ter entrado no Egito os hebreus.

3 - Novo ImprioCom a expulso dos hicsos, renasce o Imprio Egpcio com grande pujana. Com Ames I, os faras tornaram-se imperialistas e belicosos. Tutms III, por exemplo, conquistou a Sria e obrigou os fencios, cananitas e assrios a pagarem-lhe tributo.A expanso egpcia, entretanto, esbarrou nos interesses dos poderosos hititas, senhores absolutos da sia Menor. Na ocasio, o clebre fara, Ramss II fez ingentes esforos para venc-los. Como no conseguiu o seu intento, assinou com o reino hitita um tratado de paz, que vigorou por muitos anos. 32Foi durante o Novo Imprio (1580-1200 a.C), que os israelitas comearam a ser escravizados pelos faras. 4 - DecadnciaAps o Novo Imprio, o Egito comeou a sofrer sucessivas intervenes: lbia, etope, indo-europia, assria, persa, grega e romana. Em linhas gerais, essa nao, cujo passado foi to glorioso, pertenceu ao Imprio Romano, durante 400 anos; ao Imprio Bizantino, durante 300 anos. No Sculo VII d.C, fica sob a tutela dos muulmanos. A partir de 1400, torna-se possesso turca. No Sculo XIX, fica sob a custdia franco-inglesa. No incio deste Sculo, torna-se protetorado ingls.Em 1922, todavia, conquista sua independncia. Hoje, porm, no passa de um apagado reflexo de sua primeira glria.

II - GEOGRAFIA DO EGITONetta Kemp de Money descreve o antigo Egito: "O Egito da antigidade se assemelhava em sua forma a uma flor de ltus (planta importante na literatura e na arte egpcia), no extremo de um talo sinuoso que tem esquerda e um pouco abaixo da prpria flor, um boto de flor. A flor composta pelo Delta do Nilo, o talo sinuoso a terra frtil que se estende ao longo do dito rio, e o boto o lago de Faium que recebe o excedente das inundaes anuais do Nilo".O Egito atual tem o formato de um quadrado. Localizado no Nordeste da frica, limita-se ao norte, com o mar Mediterrneo; a leste, com Israel (e, tambm, com o mar Vermelho); ao sul, com o Sudo; a oeste, com a Lbia. De sua rea, de quase um milho de quilmetros quadrados, 96 por cento so compostos de terras ridas. Sua populao, de 45 milhes de habitantes, obrigada a viver com os 4 por cento de terras cultivveis.Localizava-se o Alto Egito no Sul do atual territrio egpcio. Essa regio, chamada de Patros pelos hebreus (Jr 44.1,15), constituda por um estreito vale ladeado por penedos de formao calcria. O Baixo Egito, por seu turno, localizava-se no Norte e sua rea mais frtil encontra-se no Delta.O Egito, no entanto, no existiria sem o Nilo. Esse rio o mais extenso do mundo, com um percurso de 6.400 km com suas vazantes, fertiliza vastas extenses de terra, tornando possvel fartas semeaduras. Herdoto, com muita razo, disse ser o Egito um presente do Nilo.Em seu livro Geografia das Terras Bblicas, afirma o pastor Enas Tognini: "Sem o Nilo, o Egito seria um Saara - terrvel e inabitado. O Nilo proporcionou riquezas aos faras que puderam viver nababescamente, construindo templos suntuosos, monumentos grandiosos, palcios de alto luxo, pirmides gigantescas e a manuteno de exrcitos bem armados que, no somente protegiam o Egito, mas tomavam, nas guerras novas regies. Os egpcios no tinham necessidade de observar se as nuvens trariam chuvas ou no. O Nilo lhes garantia a irrigao e as suas guas lhes davam colheitas fartas e certas. fato que uma seca poderia trazer pobreza terra, como aconteceu no tempo de Jos. Se a cheia fosse alm dos limites, as guas poderiam arrasar cidades, deixando o povo desabrigado e prejudicariam as safras. Mas, tanto secas como enchentes eram raras. O Nilo era ento, como hoje, a vida do Egito e o principal fator de suas mltiplas organizaes, simples algumas e sofisticadas e complexas outras".

III - A GRANDEZA DO EGITOOs egpcios deixaram um marco de indelvel grandeza na Histria. Desde as pirmides s conquistas cientficas e tecnolgicas, foram magistrais. Haja vista, por exemplo, os arquitetos modernos que continuam a contemplar, com grande admirao, os monumentos piramidais construdos pelos faras.Desta forma Halley descreve a Grande Pirmide de Queops: "O mais grandioso monumento dos sculos. Ocupava 526,5 acres, 253 metros quadrados (hoje 137), 159 m de altura (hoje. 148). Calcula-se que se empregaram nela 2.300.000 pedras de 1 metro de espessura mdia, e peso mdio de 2,5 toneladas. Construda de camadas sucessivas de blocos de pedra calcria toscamente lavrada, a camada exterior alisada, de blocos de granito delicadamente esculpidos e ajustados. Estes blocos exteriores foram removidos e empregados no Cairo. No meio do lado norte h uma passagem, 1 m de largura por 130 de altura, que leva a uma cmara cavada em rocha slida, 33 m abaixo do nvel do solo, e exatamente 180m abaixo do vrtice; h duas outras cmaras entre esta e o vrtice, com pinturas e esculturas descritivas das proezas do rei".Os antigos egpcios destacaram-se, ainda, na matemtica e na astronomia. H mais de quatro mil anos, quando a Europa revolvia-se em sua primitividade, os sbios dos faras j lidavam com frmulas para calcular as reas do tringulo e do crculo e, tambm, do volume das esferas e dos cilindros.Souto Maior fala-nos, com mais detalhes, acerca do avano cientfico dos antigos egpcios: "Apesar de no conhecerem o zero, j resolviam nessa poca equaes algbricas. Os seus conhecimentos astronmicos permitiram-lhes a organizao de um calendrio baseado nos movimentos do Sol. A diviso do ano em doze meses de trinta dias de origem egpcia; os romanos adotaram-na e ainda hoje conservada com pequenas modificaes. A medicina egpcia tambm era surpreendentemente adiantada. Chegaram a fazer pequenas operaes e a tratar com habilidade as fraturas sseas. Pressentiram a importncia do corao e, na observao das propriedades teraputicas de certas drogas, adquiriram alguns conhecimentos de farmaco-dinmica".

IV - O EGITO E OS FILHOS DE ISRAELO relacionamento de Israel com o Egito remonta Era Patriarcal. Premidos pela fome e outras agruras, Abrao e Isaque desceram terra dos faras, onde sofreram srios constrangimentos. O primeiro e maior patriarca hebreu, por exemplo, esteve prestes a perder a esposa, cuja beleza embeveceu o rei daquela nao. No fosse a interveno divina. Sara no seria contada entre as ilustres mes do povo israelita.Em sua velhice, Abrao recebe esta sombria revelao do Senhor: "Saibas, de certo, que peregrina ser a tua semente em terra que no sua, e servi-los-o; e afligi-los-o quatrocentos anos; mas tambm eu julgarei a gente, a qual serviro, e depois sairo com grande fazenda. E tu irs a teus pais em paz; em boa velhice sers sepultado. K a quarta gerao tornar para c; porque a medida da injustia dos amorreus no est ainda cheia" (Gn 15.13-16).

1 - Jos, primeiro-ministro do EgitoEstvo, sbio dicono da igreja primitiva, conta-nos como Jos chegou a primeiro-ministro do Fara: "E os patriarcas, movidos de inveja, venderam a Jos para o Egito. mas, Deus era com ele. E livrou-o de todas as suas tributaes, e lhe deu graa e sabedoria ante Fara, rei do Egito. que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa. Sobreveio ento a todo o pas do Egito e de Cana fome e grande tributao; e nossos pais no achavam alimentos. Mas, tendo ouvido Jac que no Egito havia trigo, enviou ali nossos pais, a primeira vez. E, na segunda vez foi Jos conhecido por seus irmos, e a sua linhagem foi manifesta a Fara. E Jos mandou chamar a seu pai Jac e a toda sua parentela, que era de setenta e cinco almas" (At 7.9-14).No obstante sua humilde condio de escravo, Jos tornou-se primeiro-ministro do Fara. E, por seu intermdio, Deus salvou toda a descendncia de Israel. No fosse o providencial ministrio exercido por esse intrpido hebreu, a prognie abramica ver-se-ia em grandes dificuldades. Sua histria uma das obras-primas da humanidade.Jos chegou ao Egito no Sculo XX a.C. Nesse tempo, segundo os historiadores, os hicsos dominavam o pas. Sendo, tambm, semitas, os novos senhores da terra no tiveram dificuldades em demonstrar sua magnanimidade aos hebreus. Mostrando-se liberais e generosos, ofereceram aos israelitas a regio de Gsen, onde a linhagem abramica desenvolveu-se sobremaneira.

2 - MoissContinua Estvo a contar a histria dos israelitas no Egito:Aproximando-se, porm, o tempo da promessa que Deus tinha feito a Abrao, o povo cresceu e se multiplicou no Egito; at que se levantou outro rei, que no conhecia a Jos. Esse, usando de astcia contra a nossa linhagem, maltratou nossos pais, a ponto de os fazer enjeitar as suas crianas, para que no se multiplicassem. Nesse tempo, nasceu Moiss, e era mui formoso, e foi criado trs meses em casa de seu pai. E, sendo enjeitado, tomou-o a filha de Fara, e o criou como seu filho. E Moiss foi instrudo em toda a cincia dos egpcios; e era poderoso em suas palavras e obras."E, quando completou a idade de quarenta anos, veio-lhe ao corao ir visitar seus irmos, os filhos de Israel. E, vendo maltratado um deles, o defendeu, e vingou o ofendido, matando o egpcio. E ele cuidava que seus irmos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela sua mo; mas eles no entenderam. E no dia seguinte, pelejando eles, foi por eles visto, e quis lev-los paz, dizendo: Vares, sois irmos; por que vos agravais um ao outro? E o que ofendia o seu prximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu prncipe e juiz sobre ns? Queres tu matar-me, como ontem mataste o egpcio?"E a esta palavra fugiu Moiss, e esteve como estrangeiro na terra de Midi, onde gerou dois filhos. E, completados quarenta anos, apareceu-lhe o anjo do Senhor, no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo de um saral. Ento Moiss, quando viu isto, maravilhou-se da viso; e, aproximando-se para observar, foi-lhe dirigida a voz do Senhor: "Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abrao, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jac. E Moiss, todo trmulo, no ousava olhar. E disse-lhe o Senhor: Tira as alparcas dos teus ps, porque o lugar em que ests terra santa: Tenho visto atentamente a aflio do meu povo que est no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci a livr-los. Agora, pois, vem, e enviar-te-ei ao Egito."A este Moiss, ao qual haviam negado, dizendo: Quem te constituiu prncipe e juiz? a este enviou Deus como prncipe e libertador, pela mo do anjo que lhe aparecera no saral. Foi este que os conduziu para fora, fazendo prodgios e sinais na terra do Egito, e no mar Vermelho, e no deserto, por quarenta anos. Este aquele Moiss que disse aos filhos de Israel: Senhor vosso Deus vos levantar dentre vossos irmos um profeta como eu; a ele ouvireis" (At 7.17-37).Israel deixou o Egito no Sculo XV a.C. Depois do xodo, israelitas e egpcios voltariam a se enfrentar no tempo dos reis e no chamado perodo inter-bblico. Recentemente, com a independncia do moderno Estado de Israel, as foras judaicas defrontaram-se com as egpcias diversas vezes. O antagonismo entre ambos os povos milenar. Entretanto, o futuro dessas naes ser de paz e glria: "Naquele dia haver estrada do Egito at a Assria, e os assrios viro ao Egito, e os egpcios iro Assria: e os egpcios adoraro com os assrios ao Senhor. Naquele dia Israel ser o terceiro com os egpcios e os assrios, uma bno no meio da terra. Porque o Senhor dos Exrcitos os abenoar, dizendo: Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assria, obra de minhas mos, e Israel, minha herana" (Is 19.23-25).

Assria

Sumrio: Introduo. I A geografia assria. II -A histria assria. III - As relaes entre a Assria e Israel.

INTRODUOOs assrios jactavam-se de descender de Assur, filho de Sem e neto de No (Gn 10.11). Esse ilustre patriarca deixou a plancie de Sinear para estabelecer-se em uma cidade localizada na orla oriental do Tigre, que passou a levar seu nome.Durante muito tempo, os descendentes desse renomado semita tiveram uma tranqila existncia. Abstinham-se de conlitos abrangentes.

I - A GEOGRAFIA ASSRIAO territrio assrio, no princpio, era inexpressivo. Perdia-se entre as grandes possesses dos pases circundantes. Com o passar dos sculos, foi se estendendo e abarcando muitas naes vizinhas, transformando-se em um grande imprio. As fronteiras assrias, porm, nunca foram definidas. Variavam de conformidade com as vitrias ou derrotas dos soberanos de Assur.No pice de sua glria, a Assria ocupava uma rea que ia do Norte da atual Bagd at as imediaes dos lagos Van e Urmia. Na linha leste-oeste, ia dos montes Zagros at o vale do rio Habur. Tendo em vista a sua privilegiada posio geogrfica, era alvo de constantes invases dos nmades e nativos do Norte e do Nordeste.

II - A HISTRIA ASSRIADurante muitos sculos, Nnive manteve-se inexpressiva no cenrio assrio. Em 2.350 a.C, contudo, Sargo transformou-a na capital dos filhos de Assur. A partir de ento, a cidade tornou-se participante das glrias e derrotas da Assria.Nnive a prpria histria do Imprio Assrio.No Sculo XII a.C, os assrios comeam a demonstrar suas intenes hegemnicas. Sob a poderosa influncia do rei Tiglete-Pileser, encetam vrias campanhas militares, visando expanso de seu territrio. Nessa poca, subjugaram facilmente os sidnios.Os assrios, entretanto, no possuam guarnies suficientes para manter suas conquistas. Enquanto marchavam em direo ao Ocidente, os vassalos orientais rebelavam-se. A Assria, em conseqncia desses insucessos militares, sofre clamorosas perdas territoriais.O enfraquecimento do imprio assrio favoreceu a consolidao do reino davdico.Duzentos anos mais tarde, a Assria fez novas tentativas para dominar o mundo. Salmaneser II, primeiro soberano assrio a ser mencionado nas crnicas hebraicas, derrotou, na batalha de ('arcar, na Sria, uma coligao militar formada por srios, fencios e israelitas.Passados doze anos, ele volta a enfrentar a aliana palestnica. E, semelhana da primeira vez, vence-a. Rumores do Oriente, entretanto, fazem-no voltar Assria. Frustrado, abandona suas conquistas.No Sculo VIII a.C, a Assria comea a estabelecer-se, de fato, no Ocidente.Tiglete-Peliser II estende as fronteiras de seu imprio at Israel. Mostrando quo ilimitada era a sua autoridade, obriga o rei israelita, Manan, a pagar-lhe tributos.Mais tarde, ajuda Acaz, rei de Jud, a livrar-se das investidas do reino de Israel. Oportunista, toma dez cidades israelitas e translada sua populao Assria. Como se isso no bastasse, desaloja as tribos de Rubem, Gade e Manasses das possesses que elas receberam de Josu, sucessor de Moiss.A Assria teve o seu apogeu entre 705 a 626 a.C. Perodo que abrange os reinados de Senaqueribe, Esar-Hadom e Assurbanipal. Esse clmax de prosperidade e brilho demasiado efmero. Alis, o poder humano, por mais invencvel que se mostre, no passa de vaidade, de tolas vaidades.O imprio assrio desmorona-se!Em 616 a.C, Nabopolassar, governador de Babilnia, subleva-se e declara a independncia dos territrios sob sua jurisdio. Decidido a arrasar com o j minado poderio assrio, alia-se ao rei medo Ciaxares. Este, em 614 a.C, conquista e destri totalmente Nnive, para onde Jonas fora enviado a proclamar os juzos do Eterno contra os reticentes filhos de Assur.Com a queda de Nnive, desaparece a glria da Assria.

III - AS RELAES ENTRE A ASSRIA E ISRAELVisando atingir a hegemonia absoluta do Mdio Oriente, a Assria desencadeou vrias crises com seus vizinhos ocidentais: srios, fencios e hebreus. Esses povos separavam Assur de seu terrvel e ambicioso rival - o Egito.Enquanto Nnive no se impe no Ocidente, Davi solidifica seus domnios, alargados e engrandecidos por Salomo.Os filhos de Abrao estavam protegidos do imperialismo assrio por seus vizinhos setentrionais, cujos territrios formavam uma rea defensvel s suas possesses. Com a queda da Sria e da Fencia, porm, os reinos de Israel e Jud tornaram-se mais vulnerveis, no bastassem o sectarismo e a rivalidade entre ambos.

Em 723 a.C. a Assria destri Israel e deporta as dez tribos que o compunham. Desaparece o Reino do Norte, fundado por Jeroboo, depois de uma atribulada existncia de dois sculos.

Roteiro da deportao das 12 tribos Assria

Deportar para outras terras os povos subjugados e arrefecer-lhes o ardor nacionalista. Esta era a poltica assria; visava do extermnio moral das naes conquistadas. Povo cruel, os assrios esfolavam vivos seus prisioneiros: cortavam-lhes as mos, os ps, o nariz e as orelhas; vazavam-lhes os olhos; arrancavam-lhes as lnguas. Funreos artistas, faziam montes de crnios humanos.As hordas assrias tentaram apoderar-se, tambm, de Jud. Foram os assrios obrigados a se concentrarem nos levantes da ('aldeia, onde exalariam seu ltimo suspiro como imprio.

Babilnia

Sumrio: Introduo. I - Histria de Babilnia. II - Geografia de Babilnia. III - A grandeza de Babilnia. IV - Babilnia e o povo de Jud. V - O fim de Babilnia.

INTRODUOBabilnia, nas Sagradas Escrituras, sinnimo de poder e glria. A histria desse imprio, simbolizado pelo ouro, antiqussima. Trata-se de uma das primeiras civilizaes da Terra. As crnicas babilnicas esto intimamente associadas com as da Mesopotmia - bero da raa humana.Como no associar, tambm, a histria babilnica hebraica? Sculos de convvio, nem sempre belicosos, ligam ambos os povos. Babilnios e hebreus, segundo alguns estudiosos, so oriundos de uma mesma famlia semita. O patriarca Abrao, a propsito, originrio de Ur dos Caldeus.Conhecer Babilnia , acima de tudo, vislumbrar as funestas conseqncias da soberba humana.

I - HISTRIA DE BABILNIAComo j dissemos, Babilnia uma cidade antiqussima. A data de sua fundao incerta. No entanto, sua conexo com Acad e Calnesh (Gn 10.10), leva-nos a supor tenha sido ela estabelecida por volta de 3.000 a.C! A histria da mais importante metrpole do Frtil Crescente no passa de uma longa srie de sangrentas lutas. Ambiciosos soberanos encetaram as mais renhidas guerras para expandirem Babilnia e preservarem seu territrio.Babilnia foi sitiada vezes sem conta. difcil calcular, tambm, quantas vezes seus muros e templos foram arrasados. vidos inimigos despojavam-na, com freqncia, de seus fabulosos tesouros. Seus orgulhosos habitantes sofreram os mais inumanos ataques. Essa opulentssima cidade, todavia, levantava-se com mais brilho e pujana at tornar-se, no tempo de Nabucodonozor, em uma das maravilhas do mundo.Durante sculos, Babilnia permaneceu sob a tutela assria. O governador da Caldia, Nabopolassar, levanta-se, porm, contra a hegemonia de Nnive. Auxiliado pelos medos, sacode de si o jugo assrio. Em 622 a.C, ele proclamado rei, em Babilnia. Tem incio, dessa forma, uma nova dinastia na Mesopotmia. O intrpido monarca combate, sem trguas, o exrcito assrio. Com a tomada de Nnive, consolida, definitivamente, a sua soberania nessa regio.O novo imprio, entretanto, teria de se defrontar com a ambio egpcia. Neco, rei do Egito, aproveitando-se dos insucessos da Assria, enceta uma grande campanha contra o poder emergente de Babilnia. Chega a apoderar-se, inclusive, da metade do Frtil Crescente. Seu triunfo, porm, no duradouro.Nabucodonozor dirige-se contra o fara e o vence em Carquemis, no ano 606 a.C. (Quando celebrava a vitria, o prncipe herdeiro de Babilnia recebe a triste notcia da morte de seu pai. Regressa, ento, imediatamente capital do novel imprio onde, no ano seguinte, coroado rei.Empreendedor, d incio a gigantescas construes que fariam de seu reino, em tempo recorde, uma das maiores maravilhas do mundo.

II - GEOGRAFIA DE BABILNIABabilnia abrange os territrios da Mesopotmia que vai de Hit e Samaria, no Norte de Bagd, at o Golfo Prsico. As possesses babilnicas ocupavam, por conseguinte, os antigos territrios de Sumer e Acad.Babilnia foi plantada em uma frtil regio, onde as chuvas eram constantes, possibilitando o surgimento, no local, de grandes civilizaes, desde os primrdios da humanidade. Foi justamente nessa abenoadssima rea que floresceu o imprio de Nabucodonozor. At os dias de hoje, Babilnia lembra opulncia e prosperidade.Essa notria cidade vem despertando crescente interesse de judiciosos pesquisadores. Em 1956 e 1957, arquelogos norte-americanos constataram a existncia de uma vasta rede de canais entre Bagd e Nippur. Esse sistema de irrigao, super-avanado na poca, fez de Babilnia uma potncia agrcola.Enquanto outros povos passavam ingentes necessidades, os babilnios desfrutavam de fartura. A escassez de alimentos era algo ignorado pelos cal-deus.Nessa regio, as pedras eram bastante raras. Em compensao, havia abundncia de cermica. Por isso as construes babilnicas consistiam, basicamente, de tijolos.Alm da cidade de Babilnia, propriamente dita, havia, tambm, a Grande Babilnia formada pelas seguintes cidades-satlites: Sippar, Kuta, Kis, Borsippa, Nippur, Uruk, Ur, Eridu. Babilnia ficava sobre o Eufrates. Dizem os estudiosos que poucas cidades foram to privilegiadas pela natureza como essa. Com sobeja razo, pois, considerada a metrpole dourada.

III - A GRANDEZA DE BABILNIAA primeira tarefa de Nabucodonozor foi reconstruir Babilnia, destruda por Senaqueribe, em virtude de suas muitas rebelies. Para conseguir o seu intento, o monarca caldeu desfechou diversas campanhas, objetivando levar para a cidade milhares de cativos para reconstru-la.Entre outras coisas, construiu um muro em redor de Babilnia. Dizem os entendidos que se tratava, realmente, de uma formidvel muralha. Visava Nabucodonozor tornar inexpugnvel a capital de seu imprio. Humanamente falando, nenhuma potncia estrangeira poderia tom-la. To largos eram esses muros, que duas carruagens poderiam trafegar sobre eles tranqilamente.O maior mrito desse empafioso soberano, entretanto, foi reedificar Babilnia. Historiadores antigos, como Herdoto, maravilharam-se ante a imponncia e a grandiosidade dessa cidade. Para alguns mais exaltados, s os deuses seriam capazes de erguer tal monumento, soberba humana, claro.Babilnia estava edificada sobre ambas as margens do rio Eufrates. Protegia-a uma dupla muralha. De acordo com os clculos fornecidos por Herdoto, esses muros, com 56 milhas de circunferncia, encerravam um espao de 200 milhas quadradas. Buckland, em seu Dicionrio Bblico Universal, d-nos mais alguns detalhes acerca das grandezas babilnicas: "Nove dcimas partes dessas 200 milhas quadradas estavam ocupadas com jardins, parques e campos, ao passo que o povo vivia em casas de dois, trs e quatro andares. Duzentas e cinqenta torres estavam edificadas por intervalos nos muros, que em cem lugares estavam abertos e defendidos com portes de cobre. Outros muros havia ao longo das margens do Eufrates e juntos aos seus cais. Navios de transporte atravessavam o rio entre as portas de um e de outro lado, e havia uma ponte levadia de 30 ps de largura, ligando as duas partes da cidade. O grande palcio de Nabucodonozor estava situado numa das extremidades desta ponte, do lado oriental. Outro palcio, a admirao da humanidade, que tinha sido comeado por Nabopolassar, e concludo por Nabucodonozor, ficava na parte ocidental e protegia o grande reservatrio. Dentro dos muros deste palcio elevavam-se, a uma altura de 75 ps, os clebres jardins suspensos, que se achavam edificados na forma de um quadrado, com 400 ps de cada lado, estando levantados sobre arcos."Ao construir Babilnia, smbolo de sua opulncia, Na-bucodonozor no se esqueceu de reverenciar os falsos deuses. O Templo de Bel um exemplo desse exagero idoltri-co. Esse monumento, com quatro faces, constitua-se em uma pirmide de oito plataformas, sendo a mais baixa de 400 ps de cada lado. Quem nos descreve essa irreverncia da engenhosidade humana o j citado Buckland: "Sobre o altar estava posta uma imagem de Bel, toda de ouro, e com 40 ps de altura, sendo tambm do mesmo precioso metal uma grande mesa e muitos outros objetos colossais que pertenciam quele lugar sagrado. As esquinas deste templo, como todos os outros templos caldaicos, correspondiam aos quatro pontos cardeais da esfera. Os materiais, empregados na grandiosa construo, constavam de tijolos feitos do limo, extrado do fosso, que cercava toda a cidade."A grandiosidade de Babilnia levou Nabucodonozor a esquecer-se de sua condio humana e a julgar-se o prprio Deus. Em conseqncia disso, ele foi punido pelo Todo-poderoso. S reconheceu a sua exigidade, depois de passar sete anos com as bestas feras.

IV - BABILNIA E O POVO DE JUDDeus, sem dvida alguma, permitiu a ascenso de Babilnia para punir a impenitncia das naes do Mdio Oriente. Nem mesmo Jud escaparia da ao judicial do Eterno. A tribo do rei Davi, que se convertera no Reino do Sul, em virtude do cisma israelita ocorrido em 931 a.C, perverteu a aliana mosaica. A maioria dos soberanos judeus adorou e permitiu a adorao de falsos deuses, induzindo o povo apostasia.No obstante a candente advertncia dos santos profetas, os judeus continuaram reticentes. O Senhor Deus, por isso, resolveu puni-los. Quem seria o instrumento de sua justia? Respondem os profetas: Babilnia. Conforme j dissemos, to logo Nabopolassar vence os ltimos redutos da resistncia assria, volta-se para a Palestina, disposto a conquist-la e aumentar o seu imprio. - O que poderia fazer Jud para conter a avalanche babilnica? - Nada; absolutamente nada. Para Jeremias, por exemplo, o fim do Reino de Jud viria inexoravelmente. O profeta, por isso mesmo, recomendou ao monarca judata que se submetesse ao soberano babilnico.

Nabopolassar, todavia, no pde dar consecuo aos seus planos de expanso territorial, em virtude de sua morte inesperada. Caberia, por conseguinte, ao seu filho e sucessor natural, Nabucodonozor. assegurar a hegemonia babilnica no Mdio Oriente. Aps ser coroado, o jovem monarca volta a sua ateno terra de Jud.Depois de vencer as foras judaicas, Nabucodonozor faz de Jeoaquim seu vassalo. O representante da dinastia davdica obriga-se a enviar a Babilnia, regularmente, vultosos impostos. Em 603 a.C, porm, o rei de -Jud resolve no mais cumprir os compromissos assumidos com o regime babilnico.Irado, Nabucodonozor dirige-se a Jud e a sitia. Chega ao fim o Reino do Sul, fundado por Roboo. O monarca babilnico, ainda insatisfeito, prende o rei Joaquim, juntamente com a nobreza judaica, e o deporta para a Babilnia. Entre os exilados, encontram-se, Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego. Como despojo, o destemido conquistador leva consigo os vasos sagrados da Casa do Senhor.No ano seguinte, Zedequias assume o trono de Jud. Ttere, seria obrigado a pagar, fielmente, tributos a Nabucodonozor. Durante oito anos, o sucessor de Joaquim mantm-se fiel a Babilnia. Em 597, porm, subleva-se, causando a destruio de Jerusalm e a deportao dos restantes filhos de Jud. Na terra desolada, ficaram apenas os pobres.O castigo de Jerusalm foi indescritvel. Os exrcitos de Nabucodonozor caram como gafanhotos sobre a cidade do Grande Rei. Destruram seus palcios, derribaram seus muros e deitaram por terra o Santo Templo. O lugar mais santo e mais reverenciado pelos hebreus no mais existia. O mais suntuoso monumento do Mdio Oriente no passava, agora, de um monturo. Os judeus, doravante, andariam errante, por 70 anos em uma terra estrangeira e idolatra. O exlio, contudo, seria assaz benfico prognie de Abrao, que no mais curvar-se-ia ante os falsos deuses.

V - O FIM DE BABILNIAO Imprio Babilnico, fundado por Nabopolassar, no teve uma vida bastante longa. Em menos de um sculo, j emitia sinais de fraqueza e degenerescncia. Enquanto isso, a coligao medo-persa fortalecia-se continuamente e se preparava para conquistar a dourada prostitura do Frtil Crescente - Babilnia.Em 538 a.C, quando Belsazar participava, juntamente com seus altos oficiais e suas prostitutas, de uma desenfreada orgia, os exrcitos medo-persas tomaram Babilnia, transformando-a em uma possesso ariana. Naquela mesma noite, a propsito, o Todo-poderoso revelara, por intermdio de Daniel, quo funesto seria o fim do domnio babilnico.Dario, um dos mais destemidos e proeminentes generais de Ciro II, tomou Babilnia e matou o libertino Belsazar. Tinha incio, assim, o Imprio Medo-persa.

O Imprio Persa

Sumrio: Introduo. I - Histria do Imprio Persa. II - Geografia do Imprio Persa. III - O Imprio Persa e os judeus. IV - Fim do Imprio Persa.

INTRODUOCom a destruio do Imprio Babilnico surge uma nova superpotncia no Mdio Oriente. A coligao medo-persa transforma-se, rapidamente, em um vastssimo reino. No tempo de Assuero, por exemplo, a Prsia dominava sobre 127 provncias, da ndia Etipia. Jamais surgira reino de to dilatadas possesses!Durante o Imprio Persa, os judeus foram tratados com longanimidade e condescendncia. Permitiam-lhes os soberanos persas, por exemplo, as manifestaes de sua religiosidade e tradies nacionais. Nesse perodo, obtm os dispersos de Jud permisso para voltar amada e inesquecvel Terra de Israel e reconstruir o santo Templo e suas casas.Como todo o poderio humano efmero, o Imprio Persa no deixaria de exalar o ltimo suspiro. Em seu lugar, outro reino emergiria. A Histria vai sendo escrita com a ascenso e queda dos imprios. A soberana vontade do Todo-poderoso, entretanto, permanece inclume e absoluta.

I - HISTRIA DO IMPRIO PERSAO captulo dez de Gnesis conhecido como a genealogia das naes. Nele, esto registrados os nomes dos principais patriarcas da raa humana. No encontramos, porm, nessa importante poro das Sagradas Escrituras, o cadastro da ancestralidade persa. Julga-se, por isso, ter a Prsia comeado a formar-se sculos aps a disperso da Torre de Babel.A nao persa o resultado da fuso de povos oriundos do Planalto Iraniano: cassitas, elamitas, gutitas e lulubitas. A mais antiga comunidade persa a de Sialk. Por muitos sculos, esse povo esteve envolvido em completo anonimato. Suas alianas polticas variavam de acordo com as tendncias da poca. Ao aproximar-se da Mdia, contudo, comea a descobrir o valor de sua nacionalidade e as suas reais potencialidades.A Prsia, durante o Imprio Babilnico, no passava de um Estado vassalo da Mdia. Ambas as naes, porm, mantinham, at certo ponto, uma convivncia pacfica, em virtude de possurem algumas heranas comuns: eram indu-europias e dedicavam-se criao de gado cavalar. Com o passar dos tempos, todavia, os persas aumentam o seu poderio e comeam a desvencilhar-se dos tentculos medos.Ciro II consegue, em 555 a.C, reunificar as vrias tribos persas. Sentindo-se fortalecido, lana-se sobre a Mdia. Depois de trs anos de renhidas batalhas, derrota-a. A vitria desse monarca to retumbante, que causa espcie em toda a regio. Temerosos, os reinos vizinhos renem-se com o objetivo de formar uma aliana para frustrar as intenes hegemnicas do novo reino.Perspicaz e oportunista, Ciro II move uma guerra generalizada contra essa coligao, abatendo-a em seu nascedouro. Em uma bem sucedida srie de ataques relmpagos, derrota a Ldia e a Babilnia. Espantadas com o mpeto blico desse monarca, Esparta e Atenas firmam um acordo de paz com a Prsia.Dario encarrega-se da conquista de Babilnia. Na noite de 538 a.C. esse importante general de Ciro II, aproveitando-se da embriaguez de Belsazar e de seus nobres, conquista a mais bela e suntuosa cidade daquela poca. O prncipe babilnico, conforme previra o profeta Daniel, deposto e morto. O Todo-poderoso servira-se dos persas para contar, pesar e dividir o imprio fundado por Nabopolassar.Condescendente, Dario resolve poupar a vida do pai de Belsazar. Na fatdica noite da queda de seu reino, Nabonido encontrava-se em viagem, realizando (quem sabe?) escavaes arqueolgicas, pois deliciava-se com o estudo das coisas antigas. Desterrado para a Carcmia, seria nomeado, posteriormente, um dos governadores regionais do novo soberano.Inicialmente, Dario foi designado, por Ciro II, para governar Babilnia. Enquanto isso, consolidava os alicerces do poderio medo-persa. bom esclarecermos que a Mdia, apesar de derrotada pela Prsia, uniu-se a esta, imediatamente, para conseguir a hegemonia do mundo de ento.Ciro II, conforme j dissemos, mostrava-se tolerante com os vencidos. Procurava trat-los com dignidade e considerao. Souto Maior traa o perfil desse controvertido persa: "Ciro foi, verdade, um conquistador, porm no teve o aspecto primrio dos monarcas guerreiros de sua poca. Sua dominao se fazia opressiva pelas obrigaes econmicas exigidas, o que alis explica as constantes revoltas. Contudo, seu imperialismo era sem dvida superior ao primitivismo cruel dos conquistadores assrios."Quando de sua morte, em 529 a.C, o Imprio Persa j abarcava infindveis possesses.

II - GEOGRAFIA DO IMPRIO PERSADocumentos desenterrados nas ltimas dcadas revelam-nos existirem duas Prsias. A Grande Prsia, localizada no Sudeste do El, e que correspondia rea ocupada atualmente pelo Ir. Por seu turno, a Pequena Prsia limitava-se, ao Norte, pela Magna Mdia.Em um sentido amplo, o territrio persa compreendia o planalto do Ir, toda a regio confinada pelo Golfo Prsico, os vales do Tigre e do Ciro, o mar Cspio e os rios Oxus, Jaxartes e Indo. No tempo de Assuero, marido de Ester, as possesses persas estendiam-se da ndia Grcia, do Danbio ao Mar Negro, e do Monte Cucaso ao Mar Cspio ao Norte e atingia, ainda, o deserto da Arbia e Nbia.

III - O IMPRIO PERSA E OS JUDEUSDurante a dominao babilnica, os judeus no gozavam de muitas prerrogativas. Com muito custo e, enfrentando grandes dificuldades, conseguiram manter sua religio e suas tradies nacionais. Em seus 70 anos de exlio, os filhos de Abrao foram provados, alis, dura e inumanamente. Reconheceram, entretanto, quo amargos frutos colhiam em conseqncia de sua idolatria e que no existe outro Deus, alm do Santo de Israel.Com a ascenso do Imprio Persa, descortinam-se-lhes novos e promissores horizontes. O Senhor usa o rei Ciro para autorizar-lhes o regresso a Sio. No primeiro ano de reinado desse ilustre soberano, os filhos de Jud so liberados a retornar terra de seus antepassados. A frente dos repatriados, ia o governador Zorobabel que, nos anos subseqentes, seria o principal baluarte da reconstruo do nosso Estado Judaico.No fosse a liberalidade de Ciro, tratado por Deus como "meu servo", os judeus no teriam condies de se dedicarem a cumprir to formidvel tarefa. Sob a vista dos sucessores do fundador do Imprio Persa, os muros e o Templo de -Jerusalm foram reconstrudos em tempo recorde. O diligente Zorobabel, o destemido Neemias, o erudita Esdras e o judicioso sumo sacerdote Josu, contaram com o respaldo da monarquia persa, no santo cumprimento de seus deveres.Ciro mostrou-se to liberal que, inclusive, devolveu aos lderes judaicos parte dos tesouros do Templo levados a Babilnia por Nabucodonosor. Atrs da generosidade persa, contudo, estava a potente mo de Deus!

02

No tempo da rainha Ester, mulher do poderoso Assue-ro, vemos, uma vez mais, o Senhor usar o poderio persa em favor de seu povo. No obstante as maquinaes de Ham. o Deus de Abrao, Isaque e Jac forou o soberano persa a ver com simpatia a causa dos exilados judeus. For intermdio da belssima prima de Mardoqueu, o Todo-poderoso intervm em favor da nao judaica e concede-lhe grande livramento.O ministrio de Ester to glorioso que, ao interceder, junto ao seu esposo, pela vida de seu povo, estava preservando, indiretamente, a existncia do Salvador. Fossem os judeus aniquilados pelo diablico Ham e toda a ancestralidade de Cristo extinguir-se-ia nos limites do Imprio Persa.

IV - FIM DO IMPRIO PERSAO Imprio Persa resplandecia no Oriente. No Ocidente, enquanto isso, a Grcia comea a desenvolver-se e a tornar mais marcante a sua presena no concerto das naes. Delineava-se, dessa maneira, o fim do imperialismo persa. Quo exatas mostravam-se as profecias de Daniel! Segundo ele predissera, a Grcia substituiria a Prsia no comando poltico daquela poca. E, caberia a um intrpido macednio a glria de pr trmino expanso medo-persa.

O Imprio Grego

Sumrio: Introduo. I - Histria da Grcia. II -Alexandre Magno. III - Geografia da Grcia. IV - Os gregos e os judeus. V - Fim do Imprio Grego.

INTRODUOA Grcia o bero da civilizao ocidental. Dos gregos, herdamos a democracia, a concepo clssica das artes e, principalmente, a filosofia. No obstante a exigidade de suas possesses geogrficas, a antiga Grcia continua a nos influenciar. No fossem os helenos no haveria a tradicional diviso do mundo entre Ocidente e Oriente.Amantes da liberdade e acostumados s discusses ao ar livre, os gregos legaram-nos um inestimvel tesouro - as bases de nossa civilizao. Eles, ao contrrio dos indianos, chineses e outros povos orientais, discutiam racionalmente todos os assuntos pertinentes "polis", - cidade, em grego. Acariciados pelos ventos elsios, deleitavam-se em perquirir e filosofar. Tornarem-se amigos da sabedoria - eis a sua maior ambio.Sob essa atmosfera, to propcia ao desenvolvimento do esprito, surgiram grandes gnios: Tales, Empdocles, Pitgoras, Scrates, Plato, Aristteles e muitos outros. Visando ao desenvolvimento integral do ser humano, os gregos no se preocupavam apenas com a mente. Voltavam-se, com o mesmo afinco, ao aprimoramento fsico. comum, pois, vislumbrarmos nas esculturas ticas verdadeiros Adnis e Vnus.Sob o comando de Alexandre Magno, esse ilustre povo conquistou o mundo influente de ento e espalhou sua cultura por todas as terras. Foi esse soberano macednio quem destruiu o Imprio Persa. As faanhas desse jovem e audaz monarca tornaram-se proverbiais.

I - HISTRIA DA GRCIAA Grcia antiga estava dividida em cidades-estados. Sem coeso poltico-administrativa, esses pequenos e at diminutos pases estavam em constantes alteraes. Haja vista as repetidas escaramuas entre Esparta e Atenas. Os gregos eram unidos somente por laos culturais e religiosos. Quando o perigo os ameaava, firmavam, porm, alianas provisrias.O Sculo V a.C, marca o auge da Grcia. Nessa longnqua poca, Pricles assume o comando poltico de Atenas e comea a apoiar, maciamente, os empreendimentos culturais. Brilhante orador e possuidor de invulgar gnio administrativo, transforma a capital da tica na mais importante cidade do mundo.Em meio a to viosa democracia, despontam os filsofos, escultores, pintores, dramaturgos, poetas, arquitetos, mdicos, etc. Essa importantssima Era da histria grega passa a ser conhecida como o Sculo de Pricles. Jamais os helenos voltariam a presenciar tanto desenvolvimento e tamanha glria.No sculo seguinte, os gregos tornam-se alvo das intenes hegemnicas de Felipe II da Macednia.

II - ALEXANDRE MAGNOLimitando-se ao sul com a Grcia, a Macednia estava destinada a domin-la e a encabear o domnio heleno do mundo. Seus habitantes, semelhana dos gregos, eram de origem indo-europia. A cultura macednia, contudo, considerada bem inferior grega. Nesse pas, cuja rea ocupada hoje pela Iugoslvia, nasceu Felipe II.Capturado por um bando de gregos, em meados do Sculo Quarto a.C, esse irrequieto macednio levado a Tebas, onde domina as artes blicas da Grcia. Em seu exlio, elabora audaciosos planos: modernizar os exrcitos da Macednia e unir todos os helenos sob o seu comando. Eis sua grande obsesso: subjugar o Imprio Persa. De volta sua terra, d largas s suas pretenses hegemnicas. Em pouco tempo, transforma as foras armadas macednias em uma eficaz e formidvel mquina de guerra. Com mpeto, domina as cidades-estados gregas.Entretanto, quando se preparava para atingir o auge de suas realizaes militares, assassinado. Deu-se o desenlace durante as npcias de sua filha e s vsperas de invadir a sia Menor. Prematuramente tolhido por to brbara fatalidade, desaparece sem dar consecuo aos seus ambiciosos planos.Caberia ao seu filho concretizar-lhe os ideais."Um dos maiores gnios militares de todos os tempos". Assim descrito Alexandre Magno. Nascido em 356 a.C, teve uma primorosa educao. Seu preceptor foi, nada mais nada menos, que Aristteles. Aos ps do mais exato dos filsofos gregos, o prncipe macednio universaliza-se. Com o alargamento de sua viso do mundo, passa a contemplar a humanidade como uma s famlia.Como, porm, concretizar esse ideal?Conquistador inato e guerreiro audaz, declara sua inteno: conquistar a Terra. No obstante seus 20 anos, reafirma sua autoridade sobre os gregos e, testa de um exrcito de 40 mil homens, marcha em direo aos persas. Com fria sobre-humana, derrota Dario Codomano, que possua uma descomunal guarnio de mais de 800 mil homens.Aps destruir o poderio persa, Alexandre Magno prossegue, conquistando terras e mais terras no Oriente. Ao chegar ao rio Indu, na ndia, seus homens convencem-no a voltar terra natal. Cansados e com saudades, eles almejavam rever a Grcia e voltar ao convvio familiar.Percebendo estar o moral de seu exrcito um pouco baixo para novas conquistas, o soberano macednio resolve regressar. Foi-lhes a volta sobremodo penosa. Suportaram, por longos meses, alucinante sede e infindveis caminhadas sobre desrticas regies. Muitos tombaram sob o causticante calor do deserto.Alexandre Magno, ao chegar a Babilnia, recebido como um ente celestial. Tributam-lhe divinas honrarias. Para os pobres mortais, no havia ser to glorioso como o prncipe macednio. Os dias vindouros, contudo, revelam a verdade: o filho de Filipe II no passava de um homem de carne e osso, sujeito aos caprichos da natureza e limitado pelos absolutos desgnios de Deus.Em 323 a.C., morreu repentinamente. Com ele, morreram tambm os seus sonhos de ecumenizar a humanidade. Na cidade, palco de tantos acontecimentos importantssimos para a Histria, cai o bravo prncipe macednio. O imprio desse jovem monarca no resiste sua morte. Conforme profetizara Daniel, as possesses alexandrinas so repartidas entre os mais ilustres militares gregos.Coube a Lsimaco a Trcia e uma parte da sia Menor. A Cassandro, a Macednia e a Grcia. A Seleuco, a Sria e o Oriente. E, a Ptolomeu, o Egito. De conformidade com as palavras do Senhor, o Imprio Grego foi dividido. Desfazia-se, assim, o sonho pan-helenstico de um grande visionrio.Uma das maiores realizaes de Alexandre Magno foi a difuso universal da cultura grega. Esse magnfico empreendimento cultural facilitaria, mais tarde, a propagao global do Evangelho. O apstolo Paulo, por exemplo, em suas viagens missionrias, no encontrou quaisquer dificuldades em se comunicar com os gentios, em virtude da internacionalizao do koin - grego vulgar. O historiadorRobert Nichols Hasting afirma que os helenos deram substancial contribuio ao plano salvfico de Deus.

III - GEOGRAFIA DA GRCIAA Grcia constitui-se, praticamente, de uma pennsula localizada no Sudeste da Europa. Esse maravilhoso pas banhado por trs mares: a leste, pelo Egeu; ao sul, pelo Mediterrneo; e a oeste pelo Jnico. A Macednia ficava ao norte. Nos primrdios, o territrio grego era conhecido como Acaia e limitava-se, ao sul da pennsula. A regio ocupada por Atenas, nessa mesma poca, era denominada de tica.Toda recortada pelo mar, a Grcia cercada por muitas ilhas e ilhotas. A natureza prodigalizou a Hlade com numerosas montanhas e abruptos declives. Negou-lhe, entretanto, caudalosos rios e extensas plancies. A hidrografia grega pauprrima. Por causa disso, os helenos s cultivam sementes que resistam aos longos estios e s altas temperaturas.Em virtude da inclemncia do clima e do solo de sua terra, os gregos comearam a dar asas sua imaginao. Sonharam com outras terras e vislumbraram novos horizontes. Embevecidos de sonhos e esperanas, provocaram a sua dispora, que durou do Sculo XII ao Sculo VI a.C. Eles fundaram colnias nas ilhas do mar Egeu, do mar Mediterrneo e do mar Negro. Instalaram-se, ainda, na sia Menor, no Sul da Itlia, no Norte da frica e at em Masslia, territrio ocupado, hoje, pela Frana.A partir do Sculo IV a.C. a histria da Grcia entrelaa-se da Macednia. bom conhecermos, por conseguinte, algumas particularidades geogrficas desse pas que, sob a roupagem helena, quase conquistou a Terra.A Macednia limitava-se, ao sul com a Grcia; ao leste, com o mar Egeu e com a Trcia; ao norte, com os montes balcnicos; e, a oeste, com a Trcia e o Ilaco. Hodiernamente, o territrio macednio ocupado pela Grcia, Iugoslvia, Bulgria, Albnia e a parte europia da Turquia. O pas de Alexandre Magno era uma vastssima plancie frtil, cercada de altas montanhas.Na Macednia, ficava a cidade de Filipos, onde o Evangelho, atravs de Paulo, foi pregado, pela primeira vez, em territrio europeu. Dessa regio estratgica, a Palavra de Deus estendeu-se por toda a Europa, alcanando milhes de almas. O territrio macednio, portanto, serviu de importantssima base missionria para o apstolo dos gentios coroar de xitos a sua carreira crist.Alexandre Magno, lanou-se da Macednia para conquistar o mundo. Do mesmo lugar, o apstolo Paulo lanou-se Europa para ganhar o mundo, mas, para Cristo. As glrias do prncipe macednio, entretanto, feneceram. - E, as glrias do Evangelho? - Continuam a brilhar!

IV - OS GREGOS E OS JUDEUSDe acordo com alguns historiadores, o contato de Alexandre Magno com os judeus foi rpido e emocionante. O cronista hebreu Flvio Josefo narra-nos este encontro: "Dario, tendo sabido da vitria obtida por Alexandre sobre seus generais, reuniu todas as foras, para marchar contra ele, antes que se tornasse Senhor de toda a sia; depois de ter passado o Eufrates e o monte Tauro, que est na Cilcia, resolveu dar-lhe combate. Quando Sanabaleth viu que ele se aproximava de Jerusalm, disse a Manasses que cumpriria sua promessa logo que Dario tivesse vencido Alexandre, pois ele, e todos os povos da sia estavam convictos de que os macednios, sendo em to pequeno nmero, no ousariam combater contra o formidvel exrcito dos persas. Mas os fatos mostraram o contrrio. A batalha travou-se: Dario foi vencido com graves perdas; sua me, sua mulher e seus filhos ficaram prisioneiros e ele foi obrigado a fugir para a Prsia. Alexandre, depois da vitria, chegou Sria, tomou Damasco, apoderou-se de Sidom e sitiou Tiro. Durante o tempo em que ele esteve empenhado nessa empresa, escreveu a Jaddo, Gro-Sacrificador dos judeus, pedindo-lhe trs coisas: auxlio, comrcio livre com seu exrcito e o mesmo auxlio, que ele dava a Dario, garantindo-lhe que se o fizesse, no teria de que se arrepender, por ter preferido sua amizade dele. O Gro-Sacrificador respondeu-lhe que os judeus tinham prometido a Dario, com juramento, jamais tomar as armas contra ele e por isso no podiam faz-lo, enquanto ele vivesse. Alexandre ficou to irritado com esta resposta, que mandou dizer-lhes que logo que tivesse tomado Tiro, marcharia contra ele, com todo o seu exrcito, para ensinar-lhe, e a todos, a quem que se devia guardar um juramento. Atacou Tiro com tanta fora, que dela logo se apoderou; depois de ter regularizado todas as coisas, foi sitiar Gaza onde Bahmes governava em nome do Rei da Prsia."Voltemos, porm, a Sanabaleth. Enquanto Alexandre ainda estava ocupado do cerco de Tiro, ele julgou que o tempo era prprio para realizar seu intento. Assim, abandonou o partido de Dario e levou oito mil homens a Alexandre. O grande prncipe recebeu-o muito bem; disse-lhe ento ele que tinha um genro de nome Manasses, irmo do Gro-Sacrificador dos judeus, que vrios daquela nao se tinham juntado a ele pelo afeto que ele lhes tinha e que ele desejava construir um templo perto de Samaria; que S. Majestade disso poderia tirar grande vantagem, porque assim dividiria as foras dos judeus e impediria que aquela nao pudesse se revoltar por inteiro e causar-lhe dificuldades, como seus antepassados tinham dado aos reis da Sria. Alexandre consentiu no seu pedido; mandou que se trabalhasse com incrvel diligncia na construo do templo e constituiu Manasses Gro-Sacrificador; Sanabaleth sentiu grande alegria por ter granjeado to grande honra aos filhos que ele teria de sua filha. Morreu, depois de ter passado sete meses junto de Alexandre no cerco de Tiro e dois no de Gaza. Quando este ilustre conquistador tomou esta ltima cidade, avanou para Jerusalm e o Gro-Sacrificador Jaddo, que bem conhecia a sua clera contra ele, vendo-se com todo o povo em to grave perigo, recorreu a Deus, ordenou oraes pblicas para implorar o seu auxlio e ofereceu-lhe sacrifcios. Deus apareceu-lhe em sonhos na noite seguinte e disse-lhe para espalhar flores pela cidade, mandar abrir todas as portas e ir revestido de seus hbitos pontificais, com todos os sacrificadores, tambm assim revestidos e todos os demais, vestidos de branco, ao encontro de Alexandre, sem nada temer do soberano, por que ele os protegeria."Jaddo comunicou com grande alegria a todo o povo a revelao que tivera e todos se preparam para esperar a vinda do rei. Quando se soube que ele j estava perto, o Gro-Sacrificador, acompanhado pelos outros sacrificadores e por todo o povo, foi ao seu encontro, com essa pompa to santa e to diferente da das outras naes, at o lugar denominado Sapha, que, em grego, significa mirante, porque de l se podem ver a cidade de Jerusalm e o templo. Os fencios e os caldeus, que estavam no exrcito de Alexandre, no duvidaram de que na clera em que ele se achava contra os judeus ele lhes permitiria saquear Jerusalm e dai ia um castigo exemplar ao Gro-Sacrificador. Mas aconteceu justamente o contrrio, pois o soberano apenas viu aquela grande multido de homens vestidos de branco, os sacrificadores revestidos com seus paramentos de Unho e o Gro-Sacrificador, com seu fode, de cor azul, adornado de ouro, e a tiara sobre a cabea, com uma lmina de ouro sobre a qual estava escrito o nome de Deus, aproximou-se sozinho dele, adorou aquele augusto nome e saudou o Gro-Sacrificador, ao qual ningum ainda havia saudado. Ento os judeus reuniram-se em redor de Alexandre e elevaram a voz, para desejar-lhe toda sorte de felicidade e de prosperidade. Mas os reis da Sria e os outros grandes, que o acompanhavam, ficaram surpresos, de tal espanto que julgaram que ele tinha perdido o juzo. Parmnio, que gozava de grande prestgio, perguntou-lhe como ele, que era adorado em todo o mundo, adorava o Gro-Sacrificador dos judeus. No a ele, respondeu Alexandre, ao Gro-Sacrificador, que eu adoro, mas a Deus de quem ele ministro. Pois quando eu ainda estava na Macednia e imaginava como poderia conquistar a sia, ele me apareceu em sonhos com esses mesmos hbitos e me exortou a nada temer; disse-me que passasse corajosamente o estreito do Helesponto e garantiu-me que ele estaria frente de meu exrcito e me faria conquistar o imprio dos persas. Eis por que, jamais tendo visto antes a ningum revestido de trajes semelhantes aos com que ele me apareceu em sonho, no posso duvidar de que foi por ordem de Deus que empreendi esta guerra e assim vencerei a Dario, destruirei o imprio dos persas e todas as coisas suceder-me-o segundo meus desejos."Alexandre, depois de ter assim respondido a Parmnio, abraou o Gro-Sacrificador e os outros sacrificadores, caminhou depois no meio deles at Jerusalm, subiu ao templo, ofereceu sacrifcios a Deus da maneira como o Gro-Sacrificador lhe dissera que devia fazer. O soberano Pontfice mostrou-lhe em seguida o livro de Daniel no qual estava escrito que um prncipe grego destruiria o imprio dos persas e disse-lhe que no duvidava de que era ele de quem a profecia fazia meno."Alexandre ficou muito contente; no dia seguinte, mandou reunir o povo e ordenou-lhe que dissesse que favores desejava receber dele. O Gro-Sacrificador respondeu-lhe que eles lhe suplicavam permitir-lhes viver segundo suas leis, e as leis de seus antepassados e isent-los no stimo ano, do tributo que lhe pagariam durante os outros. Ele concedeu-lho. Tendo-lhe, porm, eles pedido que os judeus que moravam na Babilnia e na Mdia, gozassem dos mesmos favores, ele o prometeu com grande bondade e disse que se algum desejasse servir em seus exrcitos ele o permitiria viver segundo sua religio e observar todos os seus costumes. Vrios ento alistaram-se."Aps a morte de Alexandre Magno, como j dissemos,O Imprio Grego foi dividido entre quatro generais: Lsimaco, Cassandro, Ptolomeu e Seleuco. Ambiciosos, auto-coroaram-se e trataram de solidificar seus reinos. Seus interesses entrechocaram-se muitas vezes, ocasionando violentas escaramuas. Esses potentados subsistiram at a ascenso do Imprio Romano.Deter-nos-emos, entretanto, apenas nas crnicas ptolomaicas e selucidas, por causa de seu relacionamento com os filhos de Israel.

1 - Os PtolomeusSob a gide dos Ptolomeus, experimenta o Egito um grande progresso. Em virtude de sua formidvel e gil frota, torna-se o mais poderoso reino grego. No obstante as guerras e a poltica agressiva da Sria, consegue manter sua supremacia at o Sculo II a.C. Quando da ascenso da dinastia ptolomaica, havia, na mais florescente cidade egpcia - Alexandria - uma grande colnia judaica.Complacentes e liberais, os ptolomeus permitiram aos dispersos de Jud o cultivo de suas tradies e a adorao de Jeov. To magnnimos eram esses soberanos que, inclusive, incentivavam os judeus a continuar a praticar os ritos mosaicos. Ptolomeu Filadelfo, por exemplo, encomendou aos eruditos hebreus a traduo do Antigo Testamento em lngua grega. Essa verso, composta em primoroso e escorreito grego, conhecida como a Septuaginta. Em Alexandria, ainda, os dispersos filhos de Abrao foram autorizados a construir um templo para perpetuar o nome do Santo de Israel.Ventos de destruio e morte, entretanto, acabariam com a bonana da progressista comunidade judaica egpcia. Tudo aconteceu com a ascenso de Ptolomeu IV. Esse soberano, conhecido tambm como Filopator, encetou uma campanha militar de grande envergadura contra Antoco, o Grande, com o objetivo de reconquistar a Palestina.Depois de derrotar os srios e entrar triunfalmente em Jerusalm, comeou a urdir perigoso e sacrlego plano: entrar no Santo Templo. Descobrindo-lhe o intento, os judeus puseram-se porta da Casa do Senhor e, com incontido fervor, comearam a gritar e a protestar contra essa ignominiosa inteno.Severamente pressionado, Filopator contm-se e no entra no santurio-maior do povo israelita. Todavia, a partir daquele momento, devota-lhe incontrolvel dio. De volta ao Egito, comea a perseguir os judeus e, conseqentemente, a perder o importante respaldo poltico da comunidade israelita plantada em solo egpcio.Dessa poca em diante, o reino ptolomaico comea a perder a sua importncia. O cenrio poltico do Oriente Mdio, doravante, seria dominado pela Sria.

2 - Os SelucidasA Sria experimentou grande progresso sob o reinado dos selucidas. Com o seu poderoso exrcito, fez aguerrida oposio s intenes hegemnicas dos ptolomeus. No perodo inter-testamental, influiu, grandemente, na poltica do Oriente Mdio. E, por causa de suas intenes de helenizar a regio, principalmente a Judia, tornou-se grande opositora da nao de Israel.O imprio selucida recebe o nome de seu primeiro soberano. Aps a morte de Alexandre Magno, o audaz e ambicioso Seleuco estabelece poderoso reino na Sria. Os trs primeiros monarcas selucidas mantiveram trato amigvel com os judeus. Antoco III, por exemplo, no obstante suas intenes de anexar a Palestina, aclamado como libertador pelos filhos de Israel. Seus mpetos expansionistas so refreados, todavia, por Roma.Antoco III substitudo pelo seu filho, Antoco Epfanes. Movido por incontrolvel dio, perseguiu violentamente os judeus. - Qual o motivo de sua inexplicvel ira? -Segundo Flvio Josefo, ele foi levado a agir de forma to insana ao ver frustrado o seu plano de helenizar a Judia.Encarnando o prprio Diabo, esse contumaz e demente soberano entrou em Jerusalm e profanou o santo Templo. No lugar santssimo, sacrificou uma porca. Os judeus, entretanto, no se conformam. Sob a liderana dos Macabeus, rebelaram-se e humilharam o agressor. A revolta macabia uma das mais belas pginas da nao judaica.

V - FIM DO IMPRIO GREGOEsfacelado e arruinado por disputas intestinas, chegou ao fim o glorioso Imprio Grego. Em seu lugar, levanta-se o terrvel e assombroso animal, visto por Daniel sculos antes. O Imprio Romano, de acordo com a viso do santo profeta, seria diferente de todos os outros - conquistaria, esmagaria. Qual desamparada virgem, a nao de Israel sentiria, tambm, quo frreas e afiadas so as garras de Roma.

O Imprio Romano

Sumrio: Introduo. I - Histria do Imprio Romano. II - Geografia do Imprio Romano. III - O legado do Imprio Romano. IV - O Imprio Romano e os judeus. V - O Imprio Romano e os cristos. VI - Fim do Imprio Romano.

INTRODUOSimbolizado pelo ferro, o Imprio Romano conquistou e subjugou muitos povos. Do Ocidente ao Oriente, o peso de seus punhos era conhecido e proverbial. Jamais houvera reino to poderoso! A simples meno de seu nome era mais do que suficiente para amedrontar povos, derrubar reis e dilatar fronteiras.Eis como Daniel viu esse frreo imprio: "Depois disto, eu continuava olhando nas vises da noite, e eis aqui o quarto animal, terrvel,, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaos, e pisava aos ps o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres" (Dn 7.7).As histrias de Roma e Israel estreitam-se em Jerusalm e na Eternidade. Em Jerusalm, porque foram os romanos que destruram a amada e idolatrada capital do judasmo. Na eternidade, porque foram os romanos, tambm, quem assinaram a sentena de morte de Cristo, o Filho do Deus Vivo!O Imprio Romano, portanto, ser tratado com severidade no Dia do Senhor!

I - HISTRIA DO IMPRIO ROMANOEnquanto Alexandre Magno conquistava o Oriente e esmagava o at ento invencvel poderio persa, um outro imprio comeava a despertar e a incomodar o mundo. Fundada por Rmulo e Remo, provavelmente, e de incio humilde e at desprezvel, Roma vai ampliando com vagar seus raios de influncia. No Sculo III a.C, j senhora de toda a pennsula itlica.Roma, habitada por indo-europeus, que, em levas sucessivas, fixaram-se em seu territrio miscigenando-se aos etruscos, gregos e gauleses, ela no pra de expandir-se. Durante a Primeira Guerra Pnica (264-241 a.C.), os romanos venceram os cartagineses e apossaram-se das ilhas sicilianas. Sentindo-se fortalecidos, eles anexam a Crsega e a Sardenha e derrotam os gauleses no Vale do P.Nas duas ltimas guerras pnicas, Roma derrota o brilhante general cartagins, Anbal, e pe trmino a grandeza incmoda de Cartago. Netta Kemp de Money explica as conseqncias desses primeiros sucessos romanos: "Estas guerras lanaram as sementes da conquista da bacia oriental, posto que Filipe V da Macednia havia ajudado a Anbal; e Antoco, o Grande, da Sria, lhe havia concedido asilo depois de sua derrota. Filipe foi vencido e os esforos de seu filho Perseu, para vingar a derrota, fracassaram. Diante desta demonstrao de poder de Roma, quase todos os prncipes do Oriente optaram por reconhecer sua supremacia e aliar-se com a potncia superior. Antoco, o Grande, havia sonhado com a conquista da Grcia, porm, foi vencido pelos romanos na batalha de Magnsia, e a seu neto, Antoco Epfanes, que se havia proposto agregar o Egito e seus domnios, bastou uma represso de Roma para que desistisse. Houve uma ou outra escaramua depois dos meados do sculo segundo antes de Cristo, porm, desde aquela poca, todo o mundo teve de reconhecer a supremacia da repblica romana."

II - GEOGRAFIA DO IMPRIO ROMANO difcil traar os limites do Imprio Romano. Dilatadssimo, mantinha incontveis provncias na Europa, sia e frica. Foi o mais poderoso reino da Terra. Sua presena era sentida em todas as partes do Globo.Nos tempos de sua maior extenso, informa John Davis, o Imprio Romano media 3.000 milhas de este a oeste, e 2.000 de norte a sul, com uma populao de 120.000.000.

III - O LEGADO DO IMPRIO ROMANOOs gregos legaram-nos a base da sociedade ocidental. Os romanos, sua estrutura. Pragmticos e administradores por excelncia, deixaram-nos colossal monumento jurdico esculpido em sua experincia privada e pblica.Souto Maior, em sua Histria Universal, diz-nos como os romanos fizeram suas leis: "O direito romano foi um dos legados mais importantes deixados por Roma s civilizaes que lhe sucederam. O antigo direito consuetudinrio, isto , baseado no uso e nos costumes, passou a ser direito escrito com a Lei das 12 Tbuas, que considerada a mais antiga lei romana."O sistema jurdico dos romanos resultou no somente da necessidade de governar os diferentes povos dos pases conquistados mas, tambm, da natural substituio de antigos costumes por certos princpios gerais que se foram condensando atravs dos editos dos pretores."Os pretores eram magistrados encarregados da administrao da justia. No comeo de sua gesto, o pretor comumente promulgava um edito, estabelecendo os princpios que iriam orientar os seus julgamentos: embora geralmente os pretores apenas repetissem o que j estava estabelecido por seus predecessores, de vez em quando surgiam novas regras, modificando a estrutura jurdica precedente."Antes do III sculo a.C. existia apenas o 'praetor urbanus', isto , o juiz da cidade. Depois, estabeleceu-se o cargo de 'praetor peregrinus' que deveria julgar os casos entre cidados romanos e estrangeiros."Aplicando e interpretando a lei, os pretores criaram duas espcies de direito: o que se aplicava aos cidados romanos, chamado 'jus civile', e o que dizia respeito a todos os povos de maneira geral, denominado 'jus gentium'. Era o 'jus gentium' que autorizava a existncia da escravido e da propriedade privada, sendo, portanto, um complemento do 'jus civile.'"No sculo II a.C, foi elaborado, por Slvio Juliano, sob o governo de Adriano, o Edito Perptuo, que codificava os editos dos pretores e tambm os dos imperadores."Admitiram tambm os romanos a existncia de um 'jus naturale', que no era propriamente um conjunto de leis e sim a idia de que, acima do Estado e das instituies, existe um princpio de justia vlido universalmente, ou, como afirmou Ccero, 'uma razo justa, consoante natureza, comum a todos os homens, constante, eterna'."O 'jus civile' romano estabeleceu uma perfeita distino entre pessoa e pessoas ao mesmo tempo. Os escravos no eram considerados pessoas e, assim, destitudos de quaisquer direitos."Eis mais alguns importantes legados romanos: tiroc-nio administrativo; engenharia diversificada e prtica; poltica exterior fundada no pragmatismo; disciplina e agilidade nas foras armadas, e, urbanizao eficaz.

IV - O IMPRIO ROMANO E OS JUDEUSAo tomar Jerusalm, em 63 a.C, o general romano Pompeu depara-se com a nao judaica bastante enfraquecida, em conseqncia de renhidas disputas internas. Depois de um comeo brilhante e glorioso, a famlia macabia passa a fazer escusas manobras para manter-se no poder. Conhecida, tambm, como dinastia hasmoneana, acabou por cair nas garras de uma ambiciosa e pertinaz famlia idumia, de onde viria um monstro voraz e impiedoso -Herodes, o Grande.Pompeu estava no Oriente Mdio para conter o ex-pancionismo de Mitrdates, rei do Ponto. Sonhando construir ura grande imprio, esse monarca intentava conquistar a sia Menor e a Palestina e, assim, minar a posio romana nessa to estratgica rea. Preocupada, Roma envia regio um bravo e nobre general.Grande estrategista, Pompeu vence o rei Mitrdates, que se refugia na Armnia. Mesmo vencido, o ambicioso soberano reorganiza-se e tenta tomar a Sria. O general romano, entretanto, intervm uma vez mais e o derrota definitivamente.O governo de Roma, satisfeito com o desempenho de seu brilhante militar, designa-o governador das provncias da sia. Foi nessa qualidade, que Pompeu recebeu Arist-bulo e Alexandre. Disputando ferrenhamente o trono da Judia, ambos submetem-se sua arbitragem. O povo, contudo, no deseja ser governado por nenhum dos dois.Que deciso tomar?Prtico, o general romano desejava colocar sobre os judeus um rei ttere. Entre os contendores, opta pelo mais manobrvel e influencivel. A escolha recai sobre Hircano, cujo carter era dbil. A deciso de Pompeu desagrada, profundamente, a Aristbulo, que comea a arquitetar planos de vingana e revolta.Hircano, respaldado por Roma, assume o poder e introduz, em Jerusalm, o exrcito romano. Revoltado, Aristbulo encerra-se no Santo Templo com 12 mil partidrios. Pompeu, ao examinar detidamente a questo, decide tomar o santurio.A luta grande. O espetculo, dantesco. Aristbulo consegue fugir. Seus homens, contudo, so aniquilados. Sentindo-se senhor da situao, Pompeu penetra no lugar mais sagrado do Templo - o santssimo. Esperava, quem sabe, deparar-se com segredos etreos e mistrios celestiais. Contempla, no entanto, um singelo altar, cuja glria residia no nome do Santo de Israel. Dessa maneira, deixa a Casa do Senhor.Depois dessa interveno, a Judia torna-se provncia romana.-Nessa qualidade, fica sujeita aos mais absurdos caprichos dos poderosos senhores de Roma. Durante o primeiro triunvirato, Crasso, para mostrar seus mritos militares, declara guerra aos partos. Mas, como financiar to arrojada campanha? Lembra-se dos lendrios tesouros do Templo e o saqueia. Com dez mil talentos de ouro, tenta conseguir seu intento. Embora impetuoso e feroz, no bem sucedido: perde a guerra, o dinheiro e a vida.De manobra em manobra, Herodes, o Grande, consegue dos romanos o governo e o trono da Judia. Sua carreira poltica teve incio, quando ele tinha 15 anos. Desde cedo mostrou-se cruel e sanguinrio. No tolerava quaisquer arranhes em sua autoridade. Sedento de poder, prendia, desterrava e matava.To maquiavlico era Herodes que, fcil e rapidamente, ganhou a confiana dos mandatrios romanos. Nas situaes mais adversas, mostrava quo habilidoso poltico era. Ele no suportava a menor ameaa ao seu trono. No hesitou, por exemplo, em assassinar seus filhos Aristbulo e Alexandre. Carcomido de cimes, executou tambm sua belssima esposa Mariana, descendente dos macabeus.Em 37 a.C, finalmente, o monstruoso Herodes liquidou a brava e herica dinastia hasmoneana. Enfim, o trono da Judia era todo seu! Um de seus ltimos desatinos foi a matana dos inocentes de Belm. Sua real inteno era destruir a vida do infante Jesus. Depois de todas essas sandices, o perverso idumeu desapareceu entre atrozes dores e com suas entranhas consumidas por vermes. Uma de suas grandes obras foi a ampliao e embelezamento do Templo. Mesmo assim, os judeus no se esqueceram de seus brbaros e selvagens crimes.Das personalidades romanas enviadas Judia, destacaremos, a seguir, apenas duas. Uma, responsvel pela morte de Jesus, e a outra, pela destruio de Jerusalm. Referimo-nos a Pncio Pilatos e ao general Tito.

1 - PilatosPncio Pilatos assumiu o governo da Judia no ano 26 d.C. Nomeado por Tibrio, sua administrao foi tumultuada e cheia de agitaes. O historiador e filsofo hebreu, Filo, escreve sobre o quinto governador romano da terra de Jud, taxando-o de rgido, teimosamente severo, de disposio pronta a despeitar os outros; era excessivamente iracundo. O mesmo cronista fala, ainda, dos subornos, atos de orguho e violncia, ultrajes, brutalidades e assassinatos cometidos por essa autoridade romana.Pertencente ordem eqestre ou classe mdia superior romana, Pilatos dispunha de amplos poderes na Judia. Tendo sua disposio formidvel aparato militar, tinha autoridade para prender, executar e suspender qualquer pena capital. Sob a sua custdia, ficavam as vestes sacerdotais. Ele s as entregava ao sumo sacerdote, por ocasio dos festivais judaicos.Inescrupuloso, provocou a ira dos judeus, certa ocasio, ao trazer a Jerusalm, pendes com a figura do imperador romano. Os israelitas, no suportando tamanha idolatria, comearam a gritar e a protestar, at que as imagens foram retiradas. Mostrando-se lerdo para aprender os costumes judaicos, de outra feita, confiscou dinheiro do templo para construir um aqueduto em Jerusalm. Os protestos gerados por esse arbtrio foram tambm violentos, contribuindo para desequilibrar sua administrao.Sua perversidade, contudo, escondia um carter fraco e uma vontade dbil. Ele estava mais interessado em agradar ao imperador, do que a lutar por princpios justos e ideais verdadeiros. Haja vista, por exemplo, quo ambguo foi seu comportamento quando do julgamento de Jesus Cristo. Procurando adular seu soberano e os lderes judaicos, consentiu, judicialmente, a morte do Salvador da humanidade.Depois de muitas desventuras, Pilatos foi forado a suicidar-se pelo imperador Gaio. No inferno, segundo uma lenda, est a lavar suas mos continuamente, mas, no consegue livrar-se das manchas carmesins do sangue do Cordeiro de Deus.

2 - TitoAo rejeitar o seu Cristo, os judeus disseram: "Caia sobre ns o seu sangue, e sobre nossos filhos!" (Mt 27.25.) Essas duras e irresponsveis palavras foram pronunciadas ante Pncio Pilatos que pretendia indultar algum por ocasio da Pscoa. Ao pedir que escolhessem entre Jesus eBarrabs. eles no titubearam. Com os seus coraes cheios de dio, optaram por um salteador e entregaram o bondoso -Jesus morte.Com essa insana escolha, os filhos de Abrao comeavam a escrever um dos mais tristes e funestos captulos de sua atribulada histria. O sangue do Nazareno comearia a cair-lhes sobre a cabea a partir do ano 70 d.C, com a destruio de Jerusalm e do Templo pelos romanos.Nessa poca, o Cristianismo j havia alcanado os mais longnquos rinces do Imprio Romano. A religio do Nazareno, inclusive, j havia conquistado considervel terreno na luxuriante e orgulhosa Roma.Na Judia, enquanto isso, os israelitas foram obrigados a suportar toda a sorte de arbitrariedade das autoridades romanas. O governador Gesius Florus, por exemplo, assumiu o poder com o esprito eivado de preconceitos contra os judeus. O carrasco, como era conhecido, quebrantou as leis mosaicas e desrespeitou, acintosa e publicamente, as mais caras tradies do povo de Israel. Para esse procurador, os hebreus no passavam de um bando de fanticos e desequilibrados.Em Cesaria, os gregos, vendo a forma como Florus tratava os judeus, comeou a persegui-los com redobrado fervor. A vida da comunidade judaica, nessa cidade, transformou-se num inferno. Os israelitas nem mesmo podiam adorar a Deus. Em frente s sinagogas, os helenos promoviam grandes tumultos, impedindo a realizao dos ofcios religiosos.Uma delegao judaica foi enviada a Gesius Florus para pedir-lhe proteo. O governador romano, no entanto, ordenou a matana dos representantes judeus.A notcia da aflio dos israelitas de Cesaria chegou a Jerusalm e causou profunda comoo. Os zelotes entraram em ao e iniciaram uma guerra de guerrilhas contra as foras romanas. Deteriorou-se a situao quando Florus exigiu 17 talentos de ouro que se encontravam no Templo.A partir da, alastrou-se o conflito romano-judaico.O governador da Sria, Cstius Gallus, viajou a Jerusalm para investigar as causas do levante. Sua presena, no entanto, provocou profundo mal-estar, por incorporar a 80 imagem da opressora Roma. Embora estivesse acolitado por poderoso exrcito, foi ele obrigado a deixar a cidade. Aps sofrer vergonhosa e fragorosa derrota, refugiou-se no territrio srio.Os nacionalistas judeus, entusiasmados com essa vitria, preparam-se para novos combates. Inicialmente, apenas os pobres compunham os quadros da resistncia. Com os primeiros sucessos, porm, os ricos e nobres passaram, com o mesmo mpeto, a atacar os exrcitos romanos. O historiador Flvio Josefo, de origem aristocrtica, encontrava-se entre os combatentes judeus.Nero foi notificado do levante na Judia, quando se encontrava na Grcia assistindo aos jogos olmpicos e participando de alegres festas. Para sufocar a rebelio, enviou Palestina um de seus mais competentes militares. Estrategista de primeira grandeza, o general Vespasiano comea a tomar cidade aps cidade dos revoltosos. Quando preparava-se para sitiar Jerusalm, foi chamado s pressas capital do imprio. Com a morte do desvairado Nero, foi ele aclamado imperador.A tarefa de sitiar e tomar a Cidade Santa entregue, ento, ao filho de Vespasiano. Com a mesma determinao do pai, o general Tito lana-se sobre Jerusalm, no ano 70 d.C.O historiador israelita, Simon Dubnow, narra-nos, com vivas cores, como a mais amada das cidades judaicas foi destruda:"...a fome se alastrava cada vez mais por Jerusalm; os cereais armazenados j se haviam esgotado h muito tempo; os ricos entregavam suas propriedades e os pobres seus ltimos pertences em troca de um pedao de po. Histrias terrveis se gravaram na memria do povo a respeito dos acontecimentos daqueles dias. Martha, a abastada viva do sumo sacerdote Jesus Ben Gamaliel, em cuja passagem, quando se dirigia ao Templo, se estendiam, outrora, preciosos tapetes, se via agora na contingncia de aliviar sua fome com restos recolhidos nas ruas; outra mulher rica, levada pela fome, degolou o prprio filhinho para com-lo. As ruas estavam repletas de cadveres e de gente desfalecida, e no havia tempo para enterrar os mortos. Os cadveres espalhados por toda a parte empestavam o ar. A fome, a epidemia e as setas do inimigo provocaram a runa nas fileiras dos defensores; mas os que ainda resistiam no perdiam as esperanas. Este herosmo e pertincia do povo assombrou at os hericos romanos. Finalmente, eles dirigiram suas mquinas de assdio contra as fortificaes do Templo. Quando os romanos tomaram a Torre Antnia, descobriram repentinamente espessas muralhas que circundavam o Templo, e, como fosse impossvel derrub-las, Tito ordenou que se incendiassem os portes exteriores, dos quais partia uma srie de colunas que chegavam at o prprio Templo; os guerreiros judeus lutaram como lees, e cada passo para o Templo custava ao inimigo rios de sangue."De repente, um soldado romano agarrou um lenho ardente e lanou-o ao interior do Templo, atravs de uma janela. As portas de madeira das salas do Templo se inflamaram e logo todo o Templo se achava envolto em chamas. Tito, que se dirigiu imediatamente para o lugar atingido, proferiu aos soldados, em altas vozes, a ordem de sufocar o incndio e salvar o esplndido edifcio. Mas devido ao estrpido ensurdecedor das construes que caam, aos gritos desesperados dos sitiados e ao rudo das armas, tornou-se impossvel perceber a voz do chefe. Os enfurecidos romanos lanaram-se sobre as cmaras no afetadas ainda pelo fogo, com o fim de roubar os tesouros ali acumulados, mas somente puderam penetrar pisando os cadveres dos guerreiros judeus, que lhes opunham uma grande resistncia no meio das labaredas. Ento, os vencedores deram livre expanso sua clera. Velhos, mulheres e crianas foram assassinados sem compaixo; muitos hebreus encontraram a morte nas chamas, s quais se precipitaram valentemente. O Templo, orgulho da Judia, transformou-se em um monte de escombros, sendo destrudo na mesma data (nove e dez de Aw) em que fora destroado antigamente o primeiro templo por Nabucodonosor. Dos objetos contidos no Templo, s permaneceram intatos o candelabro, a mesa sagrada e um rolo da Tora. Tito ordenou lev-los e conserv-los como lembrana de seu triunfo. "Com a runa de Jerusalm, desmembrou-se por completo o Estado Judeu. Esta luta to singular na histria, luta entre um Estado minsculo e o Imprio mais poderoso do mundo, absorveu uma infinidade de vtimas e cerca de um milho de judeus pereceu na guerra com os romanos (66-70) e uns cem mil foram feitos prisioneiros. Desses cativos, alguns foram mortos, outros enviados a trabalhos forados ou vendidos como escravos nos mercados da sia e frica; mas os mais fortes e belos ficaram para lutar com feras nos circos romanos e acompanhar Tito em sua solene entrada em Roma. Sempre que Tito celebrava o aniversrio de seu pai e de seu irmo, organizava jogos militares e lutas de gladiadores, nos quais se arrojavam muitos judeus s feras do circo, para que os destroassem, divertindo o pblico."Para comemorar a sua vitria, o imperador Vespasiano ordenou a cunhagem de moedas especiais que traziam uma mulher acorrentada e a seguinte expresso: "Judia cativa, Judia vencida."Poucos anos aps a queda de Jerusalm, judeus e romanos voltariam a enfrentar-se. O renhido combate foi travado em Massada. Mostrando mais uma vez sua audcia e coragem, a resistncia judaica preferiu autodestruir-se, a entregar-se ao opressor romano. A partir de ento, toda a Judia passou a pertencer aos imperadores romanos, que passaram a doar seus lotes ou vend-los.

V - O IMPRIO ROMANO E OS CRISTOSO judasmo era tolerado no Imprio Romano, por no possuir carter proselitista. A religio judaica limitava-se aos judeus. Raros eram os proslitos. Os rabinos no tinham esprito apostlico. s autoridades de Roma, por isso mesmo, permitiam o funcionamento de sinagogas e escolas hebraicas. A situao, contudo, foi substancialmente alterada com a guerra na Judia em 70 d.C.Em conseqncia de seu esprito missionrio, o Cristianismo, desde o seu nascedouro, foi duramente perseguido. As autoridades romanas viam-no como uma perigosssima ameaa. E, de fato, a religio do Nazareno visava e visa a conquista espiritual do mundo. Antes de sua ascenso, ordenara Jesus aos seus apstolos: "Foi-me dada toda a autoridade no cu e na terra. Portanto ide, fazei discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Esprito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, at a consumao dos sculos" (Mt 28.18-20).E, nos momentos que antecederam sua subida aos cus, o Ressuscitado fez esta recomendao aos seus apstolos: "Mas recebereis poder, ao descer sobre vs o Esprito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalm, como em toda a Judia e Samaria, e at os confins da terra" (At 1.8). A partir desse momento, desse glorioso e memorvel momento, tem incio uma luta mortal entre o Reino de Deus (a Igreja) e o principado das trevas (o Imprio Romano).Os imperadores movem cruentas e impiedosas perseguies contra os cristos. Nada, porm, consegue barrar o magistral progresso da Igreja. O nmero de servos de Deus aumenta dia aps dia. Esse avano, contudo, custa um alto preo: o sangue dos santos.Hegesipo, escritor do Sculo II, narra-nos como o perverso e anormal Nero tratou os cristos, acusados, por ele, de terem incendiado Roma: "Alguns foram vestidos com peles de animais ferozes, e perseguidos pelos ces at serem mortos, outros foram crucificados; outros envolvidos em panos alcatroados, e depois incendiados ao pr-do-sol, para que pudessem servir de luzes para iluminar a cidade durante a noite. Nero cedia os seus prprios jardins para essas execues e apresentava, ao mesmo tempo, alguns jogos de circo, presenciando toda a cena vestido de carreiro, indo umas vezes a p no meio da multido, outras vendo o espetculo do seu carro".Sob o governo de Nero, que mandou incendiar a capital de seu imprio e, covardemente, culpou os cristos, pereceram, ainda, os apstolos Pedro e Paulo. Os seguidores de Cristo foram perseguidos pelo Imprio Romano por quase 300 anos. A situao s se amainou com a ascenso de Constantino, o (Irande. No falaremos mais detalhadamente acerca dos sofrimentos desses hericos homens, mulheres e crianas, por absoluta falta de espao. O sangue desses santos, entretanto, continua a clamar no tempo e clamar na eternidade.

VI - O FIM DO IMPRIO ROMANODepois de sculos de sanguinolncia e devassido, permissividade e trrea tirania, chega ao fim o "inexpugnvel" Imprio Romano. A imoralidade e a inebriante luxaria tiraram do povo romano sua fibra e coragem. Enquanto isso, os inimigos de Roma fortaleciam-se e preparavam-se para deit-la por terra.Em 476 d.C, os brbaros invadiram Roma. Desapareceu, assim, o mais extenso e poderoso reino humano! No entanto, segundo profetizou Daniel, esse imprio ressurgir com grande poder. Sua durao, porm, ser curta. 0 Rei dos reis e Senhor dos senhores encarregar-se- de destru-lo.