a sociopolítica mundial e os quadrinhos

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Apresentação com subsídios e uma sugestão de atividade pedagógica a respeito da sociopolítica mundial utilizando como tema os quadrinhos, em especial aqueles produzidos nos Estados Unidos pelas empresas Disney e Marvel.

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Page 1: A sociopolítica mundial e os quadrinhos
Page 2: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Em 1939 começa a segunda guerra mundial. O nazismo avança pela

Europa e a situação de incerteza e medo domina o planeta.

Nos EUA, era necessário inspirar na população o nacionalismo para

aumentar a certeza da vitória na guerra.

Com esse propósito, os meios de comunicação de massa foram

largamente utilizados.

Page 3: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

No caso dos quadrinhos, o

mecanismo de persuasão

era simples.

Quando o leitor gosta de

um personagem, com o

tempo passa a imitar parte

de seu comportamento e a

acreditar na maior parte do

seu discurso.

Com isso, quando idéias

antinazistas são lançadas

nas histórias, são grandes

as chances de serem

assimiladas pelo público.

Page 4: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Os quadrinhos eram um sucesso e

não escaparam do processo mesmo

antes da entrada dos EUA na

guerra.

O Príncipe Valente em suas histórias

lutou contra os hunos - na gíria

inglesa, germânicos (alemães). Dick

Tracy e X-9 combateram espiões.

Page 5: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

A partir do sucesso do Homem de

Aço, os quadrinhos americanos

passam a ser editados em

revistas próprias, as chamadas

comic-books.

A mensagem ideológica era

transmitida em histórias em que

esses heróis enfrentavam

espiões nazistas ou conspirações

de alemães, japoneses e italianos.

Page 6: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Kal-el é um alienígena e imigrante

ilegal que personifica todos os valores

da América. Ele é um personagem que

assimilou perfeitamente a cultura desse

país e defende com sua vida tudo o

que ela representa. As cores de seu

uniforme são as da bandeira nacional

que ele às vezes carrega.

O Super Homem também é visto como

o imigrante ideal. Após o fluxo de

imigração no início do século XX na

América, diversos grupos eram

discriminados pela sociedade. Se não

eram os alemães, eram os Irlandeses.

Se não eram os Italianos, eram os

Judeus.

O Super veio após isso, para mostrar que todos os forasteiros no país

também poderiam representar a verdade, justiça e o “american way of life”.

Page 7: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Quando os Estados Unidos

entraram no conflito, em 1941, os

quadrinhos já divulgavam suas

mensagens de propaganda

ideológica. O mais conhecido deles

é o Capitão América.

Jack Kirby e Joe Simon criam um

super-herói que literalmente veste a

bandeira americana, pois seu

uniforme é estrelado e listrado nas

cores da bandeira dos EUA.

Logo na primeira edição do gibi,

o Capitão já aparece dando um

soco em Hitler. Assim, tornou-se o

primeiro herói declaradamente

inimigo dos nazistas e de tudo que

possa ameaçar a democracia

americana.

Page 8: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Se o Super-Homem surgiu

como um alienígena defensor

da justiça, o Capitão

América Steve Rogers era um

americano de verdade, lutando

no front. Ele era um homem

normal, até tomar o Soro do

Supersoldado.

Após a transformação, seu principal

inimigo era o Caveira Vermelha, um

supervilão nazista.

Page 9: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Em 1942 foi criada a primeira

super-heroína, a Mulher Maravilha,

que assim como o Capitão

América, vestia as cores da

bandeira americana (com uma

águia no peito e estrelinhas na

saia).

Sua função era clara: mostrar para

as mulheres que elas eram

capazes de cuidar de si mesmas

quando os homens fossem para a

batalha.

A personagem tentava levar a

mensagem de que as mulheres

tinham de entender seu potencial,

lutar por direitos iguais e resolver

suas próprias vidas.

Page 10: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Heróis como os Sentinelas da

Liberdade, a Sociedade da

Justiça, o Capitão Marvel, o

Namor, o Tarzan, o Mandrake,

o Fantasma e o Flash Gordon,

entre outros, lutaram na

Segunda Grande Guerra

combatendo nazistas e

japoneses.

Page 11: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Por seus poderes

sobrenaturais tidos como

ameaçadores a uma

política fascista, Flash

Gordon teve suas histórias

proibidas por Mussolini na

Itália.

Page 12: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Praticamente todos os gibis

da época trouxeram

aventuras mostrando os

heróis engajados no esforço

de guerra.

O que obrigava os

roteiristas a bolarem as

desculpas mais absurdas

para explicar porque a

Segunda Guerra só

terminou em 1945 e não emcinco segundos.

Page 13: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Afinal, se os super-heróis

existissem mesmo, teria sido

bem mais fácil para derrotar

o Eixo.

Com Super-Homem e

companhia do seu lado,

quem precisa de bombas

atômicas?

Page 14: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Mas não foram os

super-heróis os únicos

convocados para a

guerra. Os estúdios

Disney entraram na

propaganda contra os

inimigos dos EUA.

Mickey Mouse, Minie e

Donald, por exemplo,

foram usados até

mesmo em cartazes de

guerra.

Page 15: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Na mesma época, foram

criados personagens

como parte da política de

boa vizinhança dos EUA.

Um dos exemplos é o

personagem Zé Carioca,

representando o Brasil,

e Panchito, simbolizando

o México.

Page 16: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Se os aliados usavam os quadrinhos como arma, os alemães e os

italianos percebiam o engajamento dos personagens.

Hitler bania os gibis de O Príncipe Valente das cidades que

conquistava e mandou seu ministro das comunicações, Herr

Goebbels, preparar um duro discurso atacando os personagens

Disney, em especial Donald.

Benito Mussolini proibiu a venda dos gibis norte-americanos na

Itália.

Page 17: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

A comprovação da

utilização das histórias

em quadrinhos como

instrumento de

propaganda ideológica

durante a Segunda

Guerra Mundial é uma

prova de seu poder

como meio de

comunicação de massa,

assumindo um

importante papel na

formação do imaginário

e da cultura mundial.

Page 18: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

É bom que se diga que nem sempre as mensagens são negativas.

Além de combater invasões alienígenas, cientistas malucos que

querem dominar o mundo e ladrões de banco, alguns super-heróis

também estão engajados na luta contra outro tipo de crime, mais

velado, mas nem por isso menos grave: o preconceito.

Page 19: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Além de entreter, as histórias em quadrinhos também têm uma

função social e, por isso mesmo, podem ser usadas para

passar uma mensagem de conscientização na sociedade de

que ninguém é melhor ou pior do que qualquer pessoa e que

todos somos iguais, independente da raça, cor da pele, sexo,religião, condição física, orientação sexual ou condição social.

Page 20: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Uma verdadeira revolução nos

quadrinhos foi a criação do herói

Pantera Negra, em 1966.

O Pantera é o líder da nação

africana Wakanda, um país

fictício criado pela Marvel,

tecnologicamente mais

avançado que qualquer nação

do mundo.

Criado como coadjuvante das

histórias do Quarteto Fantástico,

o Pantera Negra possui os

poderes do felino que lhe

empresta o nome, com sentidos

aguçados, agilidade e

sagacidade.

Page 21: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Foi o primeiro super-herói

negro criado pela Marvel num

período em que os Estados

Unidos viviam um movimento

cultural que visava acabar

com o preconceito racial e

valorizar a beleza negra.

O novo herói chamou a

atenção de tal modo que,

dois anos depois de sua

criação, ingressou nos

Vingadores e ganhou mais

notoriedade, abrindo caminho

para outros heróis negros,

como o Falcão, parceiro do

Capitão América e o Luke

Cage, herói de aluguel.

Page 22: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

A luta contra a desigualdade social e a defesa das minorias são

retratadas muito bem nas HQ’s dos super-heróis X-Men.

Eles são mutantes com

poderes extraordinários,

muitas vezes têm

aparência demoníaca mas,

treinados por um nobre

professor, aprendem a

entender seus poderes e a

buscar a tolerância entre

os diferentes.

Page 23: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Hoje em dia há um crescimento

no número de personagens gays,

embora a sociedade ainda não

veja essa questão de uma forma

positiva.

O primeiro a “sair do armário” foi o

herói Estrela Polar, do grupo

canadense Tropa Alfa.

Na época, a revelação causou

tanta polêmica que o personagem

caiu no esquecimento.

Apesar disso, serviu como modelo

para que outros personagens

também assumissem sua

condição sexual.

Page 24: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Como hoje há uma abertura maior para discutir sobre esse tema,

os novos grupos de super-heróis que estão surgindo geralmente

possuem um personagem homossexual em suas fileiras.

É o caso dos Jovens Vingadores, que tem Hulkling e Wiccano

(respectivamente, a versão jovem do Hulk e do Thor) como

namorados.

Page 25: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

A maior prova dessa abertura foi a reabilitação do personagem

Estrela Polar, que se casou com seu namorado Kyle nas

páginas do número 51 de "Astonishing X-Men". Na história, o

casamento aconteceu em Nova York, onde a lei reconhece

uniões homossexuais.

Page 26: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Desta forma, os criadores situam seus leitores diante de um

dos assuntos sociais mais comentados nos Estados Unidos

atualmente: o casamento entre homossexuais, que, por sua

vez, não é autorizado na maioria dos estados.

O tema também ganhou evidência

durante a campanha eleitoral dos

presidenciais, já que Obama

declarou publicamente seu apoio àunião entre gays.

Page 27: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Hoje os quadrinhos estão

menos políticos?

Sim, porque apesar das

temáticas cada vez mais

adultas, as HQs estão longe

de ter o mesmo papel que

tiveram durante a segunda

guerra.

Mas os leitores sempre podem

aguardar mais pitadas de

realidade dentro do mundo dos

quadrinhos e super-heróis.

Exemplo: Obama foi capa

do Homem Aranha na época de

sua posse como presidente.

Page 28: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Outro exemplo, que atraiu

a atenção da mídia foi a

história “O incidente”,

publicada na revista Action

Comics 900, uma edicão

comemorativa da DC

Comics.

Page 29: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Superman se encontra com Gabriel Wright, assessor de segurança

do presidente dos Estados Unidos, para discutir a participação do

herói num incidente ocorrido em Teerã, no Irã, durante uma série

de protestos similares aos que aconteceram no Egito,

recentemente.

O Homem de Aço relata sua participação como uma forma de

protesto sem violência, um ato de desobediência civil.

Page 30: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

No final, o herói kryptoniano anuncia que

renunciará à sua cidadania americana, pois

precisa ajudar todo o planeta e não pode ter suas

ações limitadas e associadas à política externa dos

Estados Unidos.

Page 31: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Proposta de trabalho avaliativo

• Escolha um personagem de histórias em

quadrinhos e/ou cinema – pode ser herói

ou vilão;

• Descreva suas principais características;

• Explique quais as principais ideias que

esse personagem transmite;

• Faça um belo e colorido desenho do

personagem.

Page 32: A sociopolítica mundial e os quadrinhos

Observações:

• O texto deve ser escrito à mão;

• O desenho deve ser feito à mão;

• Texto e desenho devem ser caprichados parapermitir exposição em forma de cartaz;

• O personagem não pode ser nenhum dosseguintes, já devidamente comentados emaula: Capitão América (Capitain America),Super-Homem (Superman) e MulherMaravilha (Wonderwoman).