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  • 8/13/2019 A SOCIEDADE EGBE RUN DOS ABIK

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    A SOCIEDADE EGBE RUN DOS ABIK, AS CRIANCAS NASCEM PARA MORRER VARIAS VEZES *

    Pierre Verger Universidade Federal da Bahia S uma mulher, em pas iorub, d a luz uma srie de criancas natiemortas ou mortas em baixa idade, a tradico reza que no se trata da vinda ao mundo de vrias criancas diferentes,mas de diversas aparices do e mesmo ser malfico chamado abk (nascer-morrer) que s julga vir ao mundo por

    um breve momento para voltar ao pas dos mortos, run (o cu), vrias vezes ( 1 1. Ele passa assim seu tempo a ir evoltar do cu para o mundo sem jamais permanecer aqui por muito tempo, para grande desespero de seus pais,desejosos de ter numerosos filhos vivos, para assegurar a continuidade da famlia sobre a terra. Esta crenca sencontra entre os akan, (2) onde a me chamada e awomawu (ela bota os filhos no mundo para a morte). Os ibochamam os abk deogbanje, os haucs de danwabi e os fanti, kossamah (3).Sua presenca entre os Mossi foiestudada por M. Houis (4). Encontramos informaces a respeito dos bik em algumas histrias (itan) de If,sistema de advinhaco dos iorub, praticada pelos babalas (pai-do-segredo)que transmitem de geraco emgeraco um enorme "corpus" de histrias tradicionais, classificadas nos duzentos e cinqenta e seis odu ou sinaisdeIf (5). Oito deste itan so dados no fim destes artigo, nos seus textos originais iorub, com a sua traduco para oportugus. Estas histrias mostram que os abk ou emr (112) ( 6 ) formam sociedades no cu (egb run),presididas por lyajansa (a me-se-bate-ecorre) para os meninos (V 11 112 e 76) e olk (chefe da reunio) para asmeninas ( V I 3 e V111/77), mas Alwaiy (Rei de Away) (V11/17) que as levou ao mundo pela primeira vez nasua cidade de Awaiy (V11118). L s encontra a floresta sagrada dos abik (V11/44), aond os pais de e bk vofazer oferendas para que eles fiquem no mundo (VI 1/45,52,54.). Quando eles vm do cu para a terra, os ahikpassam os limites do cu diante do guardio da porta, o aduaneiro do cu onjbod run (1/5), seus companheirosvo com ele at o local onde eles s dizem at logo e ( I 11/9). Os que partem declaram o tempo que tencionam ficarno mundo e o que faro. S prometem a seus companheiros que no ficaro ausene tes, essas criancas, apesar detodos os esforcos de seus pais, retornaro, para encontrar seus amigos no cu (V/7,9).

    Os abk podem ficar no mundo por perodos mais ou menos longos. Um bk menina chamada "A-morte-os-puniu" declara diante de onbod run (116,161 que nada do que os seus pais facam ser capaz de ret-la nomundo, nem presentes em dinheiro, (117) nem roupas que Ihes oferecam, (119) nem todas as coisas que elesgostariam de fazer por ela (1111) atrairiam os seus olhares nem lhe agradariam (1112). Um bk menino, chamadoIlere, diz que recusar todo alimento (1117) e todas as coisas (11/10) que lhe queiram dar no mundo. Ele aceitartudo isto no cu. Quando Alwaiy levou duzentos e oitenta ibk ao mundo pela primeira vez, cada um deles tinhadeclarado, ao passar a barreira do cu, o e tempo que iria ficar no mundo (VI I 4, 10). Um deles s propunha a voltarao cu assim que tivesse visto sua me; (V11/10) um outro, que iria esperar at o dia em que seus pais decidissemque ele s casasse ( V I1 1 1); e 1 um outro, que retornaria ao cu, quando seus pais concebessem um novo filho ( V I1/15), um ainda no esperaria mais do que o dia em que comecasse a andar (V11/16). Outros prometem a

    lyjanjas, que est chefiando a sua sociedade no cu ( V 11 1/3), respectivamente, ficar no mundo sete dias, (V 1 11119 ou at o momento em que comecasse a andar (VI 11/23) ou quando ele comecasse a se arrastar pelo cho (VI 1/23), ou quando comecasse a ter den1 tes (V111124) ou ficar em p (V111125). Nossas histrias de If nos dizemque oferendas feitas com conhecimento de causa so capazes de reter no mundo esses abk e de Ihes fazeresquecer suas promessas de volta, rompendo assim o ciclo de suas idas e vindas constantes entre o cu e a terra,porque, uma vez que o e tempo marcado para a volta j tenha passado, seus companheiros s arriscam a perder opoder sobre eles. E assim que nessas quatro histrias (I, I I I, I V e V) encontramos oferendas que comportam umtronco de bananeira acompanhado de diversas outras coisas. Um s dos casos narrados, o terceiro, explica a razodessas oferendas: "Um caador que estava espreita ( 1 1 1/3), no cruzamento dos caminhos dos abl'k, escutouquais eram as promessas feitas por trs abk quanto a poca do seu retorno ao cu. "Um deles promete que

    deixar o mundo assim que o fogo utilizado por sua me, para preparar sua papa de legumes, se apague por faltade combustvel (II1/11). O segundo esperar que o pano que sua me utilizar, para carreg-lo nas costas s rasgue (1 11117). A terceia (porque uma e rrienina abk) esperar, para morrer, o dia em que seus pais lhe digam que tempo dela s casar e ir morar com seu esposo ( 1 11/22). e "O cacador vai visitar as trs mes no momento em que

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    elas esto dando a luz seus filhos abk (111126) e aconselha primeira que no deixe s queimar inteiramente alenha sob o pote que cozinha os legumes e e que ela prepara para seu filho ( 1 11/28); a segunda que no deixe srasgar 139

    o pano que ela usar para carregar seu filho nas costas, que utilize um pano de qualidade diferente (dos que s usam

    geralmente para este fim); e ( 1 11/32); ele recomenda, enfim, a terceira, de no especificar, quando chegar a hora,qual ser o dia em que sua filha dever ir para acasa do seu marido (1 11/33). As trs mes vo, ento, consultar asorte, If, que Ihes recomenda que facam respectivamente as oferendas de um tronco de bananeira, de uma cabrae de um galo, impedindo, por meio deste subterfgio, que os e trs ibk possam manter seu compromisso.Porque, s a primeira instala um tronco de bananeira no fogo, destinado a cozinhar a papa do seu f i lho, antes queele s apague ( 1 11/43), o tronco de bananeira, cheio de seie va e esponjoso, no pode queimar, e o abk, vendouma acha de lenha no consumida pelo fogo ( 1 1 1/47), diz que o momento de sua partida ainda no chegado. Apele de cabra oferecida pela segunda serve para reforcar o pano que ela usa para levar seu filho nas costas ( 111/52); a crianca bk no vai achar nunca que esse pano s rasgou e no vai poder e manter sua promessa. No sesabe bem o porque do oferecimento de um galo, mas a histria conta que, quando chegou a hora de dizer filha juma moa, que ela deveria ir para a casa de seu marido (1 11/55), os pais no lhe disseram nada e a enviarambruscamente para casa dele. Nossos trs abk no podem mais manter a promessa que fizeram, e porque ascircunstncias que devem anunciar sua partida no s realizaram tais como eles tinham previsto na sua declaraodiante de onbod bruna Estes trs bjk no vo mais morrer. Eles seguiram um outro caminho (I 11175,761.Comentamos esta histria com alguns detalhes porque ilustram bem o mecanismo das oferendas e de sua funco.~ oseu lado anedolco que nos interessa aqu, mas a tentativa de demonstrao de que, em pas iorub, a sortepode ser modificada, numa certa medida, quando certos segredos so conhecidos. No caso, as condices nas quaisos trs abk deixaram o mundo. Esta noo sobre a importncia de conhecer certos segredos tambm expressana stima histria onde os abk combinam entre si, no momento de sua chegada a Away (V11/18), preparar,

    cada um, quatro vestimentas (de cor vermelha), assim como um leno de cabeca e um bon no valor de 1.400,cauris (bzios) para cada um. 0 s ab jk declaram que s algum descobrir suas quizilas, quando eles chegarem aomundo, e e o nome das vestes que eles combinaram fazer ( V 11/22, 23), eles ficaro no mundo. E por isso que osbabalas consultados (VI 1/34) prescrevem oferendas desses objetos (V11/39, 41 1, a respeito dos quais os abkfizeram uma combinaco (VI 1/42). Essas oferendas so penduradas nas rvores da floresta sagrada dos bku emAwaiy (V11/46), acompanhadas de pratos de alimentos e doces (V 11/52). 140

    Estas cerimnias sero feitas todos os anos pelos pais (V11/55), e eles dancaro ao som dos tambores, cantandocances onde falam d u "Camwood, da cor das roupas vermelhas feitas pelos ablk, de lenos e de bons no valorde 1.400 caurs (bzios) cada um, afirmando, asssim, ter conhecimento do pacto feito pelos b& quando

    chegaram em Awaiy, e do seu compromisso de ficar no mundo, s os pais viessem a e saber da sua conveno.Nenhum abk, cujos pais fizeram estas cerimrinias, deixar o mundo (V11168, 69) (7). Tais oferendas so, comefeito, uma forma de expresso sem acompanhamento de palavras articuladas; o discurso substitudo pelaapresentaco dos objetos testemunhas, provando que a oferenda conhece os segredos, fazendo-o assim participardo pacto dos abk. Entre as oferendasque os retm aqui, em baixo, figuram, em primeiro plano, as plantaslitrgicas. Cinco dentreelas so citadas nestas histrias: Abrkolo (Crotalaria lachnophera A. Rich, Papilionacaae).Agdmagbayin (no identificada). l d (Terminalia ivorensis, A. Chev, Combretacae). lja agborh (no identificada).Lara pupa ( R icinus communis Linn, Euphorbiaceae). Citemos ainda duas plantas frequentemente utilizadas parareter os abk e que no figuram nessas histrias: Olobotuje (Jatropha curcas - LINN Euphorbiaceae). Op emr(Waltheria americana LI NN, Sterculiaceae). A oferta destas folhas constitui uma espcie de mensagem e

    acompanhada por encantamentos ( o f ) ;os textos de algumas delas figuram nos textos apresentados no fimdeste artigo. Resumamos aqui: Ew abrkolo, insink run e phinda (Vl51, 53) Folhas d'abirkolo, coveiro do cu,voltai. Ew agidl'magbayin, Olorun ma ti 'kun, a o k m ( IV121, 23) Folha de agidmagbayin Olorum fecha a porta(do cu) para que no morramos mais. Ew id I'ori ki on run tmi o d (V1126) Folhas de idl: dizei que o

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    caminho do cu est fechado para mim. Ew ij agbonrn, no ande pelo longo caminho que conduz ao cu. Ewlara pupa ni osn awn bk. (V1133, 34) A folha de lara vermelha pe o cnhamo dos abk. Olobotuje m j k i mib bk omo olobotuj & 17-teiKeparir filhos bk b op emr ki p t f i k, yio ma eu ni, nwon ni, nwon brp emr Vara de emr no os deixe morrer, isto Ihes agrada, ver a vara de emr. Notar-se-o as asociacesde som que intervm em algumas dessas f0rrnulas de encantamento tais como a ltima slaba de lj agbonrn e overbo rlh idl' do mesmo modo associada ao verbo d , fecha ( o carni-

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    nho do cu), alm disso, esta histria faz parte do signo dmji onde s e reencontra a mesma slaba atuante; paraa folha lara pupa, um jogo de palavras feito entre o nome da folha lara e l'ara, o corpo (da criana). Em pasiorub, os pais, para proteger seus filhos bk e tenta; ret-los no mundo, podem s dedicar a certas prticas, taiscomo fazer incie ses (cortes) nas juntas da criana (VI 1114) e a esfregar um p preto, feit o de folhas litrgicas,queimadas para esse fim, ou ainda ligar cintura da criana um 6nd (V1/20, 21 ), talism feito desse mesmo pnegro, contido num saquinho de couro. A ao protetora buscada nas folhas, expressa nas frmulas deencantamento, introduzida no corpo da criana por incises e frices, e a parte do p preto, contida nosaquinho do nd, representa uma mensagem no verbal, uma espcie de apoio material e permanente damensagem dirigida pelos elementos protetores contra os elementos hosts, sendo essa forma de expresso menosefmera do que a palavra (8). No canto da oitava histria, so feitas aluses aos xaors, anis providos de guizo,usados nos tronozelos pelas crianas abik, para afastar os companheiros que tentam vir busc-los (9) no mundo elembrar-lhes suas promessas (V I I 1/57, 64 I. De fato, seus companheiros no aceitam assim to facilmente a falt ade palavra dos abk, retidos no mundo pelas oferendas, encantamentos e talisms preparados pelos pais, deacordo com o conselho dos babalas. 0 s membros da sociedade dos bk, egb ar run, vm do cu residir nos

    lugares pantanosos ( 1 1/28) ou nos regatos ( 1 1/46, V/20), donde chamam as crianas que querem ficar nomundo. Vo tambm ao p dos muros (11/47), l onde vo esvaziar as sujeiras (11148). Ficam nas salas one de aspessoas s lavam (balwe) no fundo das casas (I11/63), que so lugares frescos, onde enterrado iwo, a placentados recm-nascidos, colocadas num vaso issun, coberto de folhas de palmeira desfiadas, chamadas e mariw ecaurs (bzios). Isso s chama orisun, a arigem da criana, e esse lugar saudado com a seguinte frase: Baluwe, nlo, o t omo, at'id jegbin omc tuntun Ol, sala de banho, fonte de origem da criana, come as sujeiras da crianarecm-nascida), frmula que, por um curioso resumo, associa as noes de especulaes mui respeitveis sobre aorigem dos seres humanos s das funes orgnicas. Nem sempre essas precaues e oferendas so suficientespara reter as criancas abk sobre a terra. lyjanjasa muitas vezes mais forte. Ela no deixa agir o que as pessoasfazem para os reter (V I11/46, 47) e por a perder tudo o que as pessoas tiverem preparado (V111/48, 49). Contra

    os ab/k no h remdios. lyjanjas os atrair a forca para o cu (V111/35, 69). Os corpos dos abk que morremassim, so frequentemente mutilados, a fim de que, dizem, eles percam seus atrativ.0~e seus companheiros no cuno queiram brincar com eles sobretudo para que o esprito do bk, maltratado deste modo, no deseje maisvirao mundo. 142

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    Essas criancas abk recebem no seu nascimento, nomes particulares. Damos no fim deste artigo uma relaco dealguns desses nomes acompanhados de suas saudaces tradicionais. Eles podem ser classificados: quer nomes queestabelecem sua condico de abk (6, 7, 8, 18,36, 38); quer em nomes que Ihes aconselham ou Ihes suplicam quepermaneam no mundo (2, 9, 11, 13, 14, 16, 17, 23,25, 26, 32, 33, 34, 30);quer em indicaces de que as condicespara que o abik volte no so favorveis (20, 21, 22, 27, 28, 29, 37, 39, 42); quer em promessas de bom tratamento, caso eles fiquem no mundo (5, 12, 15). A freqncia com que s encontra, em pas iorub, esses nomes em eadultos ou velhilhos que gozam boa sade, mostra que muitos abik ficam no mundo gracas, pensam as almaspiedosas, a todas essas precaues, aco de Ornmil, e a interveno dos babalas. NOMES DADOS AOS BKAiydun - A vida doce ( N T ) Aiydun, a vida doce, venha conhecer nossa sociedade Aiylagbe - Ns ficamos nomundo A iylagbe, no parta, no s v e A j - Co Co, no quebre a corda, perdo, no se va Ajigbe - A riquezano est perdida Ajigbe vai chegar, a riqueza no s perder e Aklsatn - No se usaro mais farrapos Aklsatn euno verei mais amarrar as roupas, Akstn no parta mais A k j - O que est morto, desperta Akji, faca sortesde prestidigitaco Apara O que frequenta minha casa Apara, no fique indo e voltando Aybrunb - V ao cu evolte Ayorunbo crianca que cobre o corpo de terra Bnjk - senta-se comigo Bnjk, senta-se, repousa Drddl

    - Espera o Senhor Drdl, teu senhor est a caminho Drjaiy Fica para gozar a vida Fica para gozar tua vida,fica ainda, Durojaiy Drdorlike - Fica, t u sers mimada (nome para uma menina bk) Fica, t u sers muitomimada neste mundo, Obrork Drsnm - Fica, para me enterrar Fica, para me enterra, no durmas em vo,Drsihmi Drsomo - Fica, para fazer filhos Fica para fazer filhos no mundo, no faa filhos no cu Drsomo 143

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    Drtoye - Fica para receber um ttulo honorfico Fica, para receber um ttulo, no v ao cu de tarde Drwj -Fica para olhar nos meus olhos Fica, para olhar nos olhos de teu pai e tua me, Drwj Ebelok - Suplica paraque fique Suplica para que fique, suplicante est a criana, belok Enlolob - Algum que partiu, volta Algumque partiu, volta, algum semelhante chega Ennknonipe - O que consola est cansado de oferecer condolncias,iso o cansa Ennknonjipe lgbko yl'j - O mato recusou este aqu i, igbkoyi, o mato recuspu mesmo este aqui' I k f o r ~ / i n A morte perdoou Meu lkforoin, tua cabea no vai mais morrer Iltn - A terra acabou (no h maisterra para enterr-lo) A terra acabou, no vemos mais possibilidade de enterr-lo Jarob - Deixa-nos pedir-teDeixa-nos pedirte, se t e pedimos que nos escute, Jarob Kk - Indulgente A crianca indulgente, K i k Kjk -No consinta em morrer No consinta em morrer, ns o prendemos na terra Kkm - No morra mais Kkm,oh filho do segredo!, no morra mais, fique sobre a terra Knbr - No h mais lugar para ir (fora deste mundo)Knbre no v lugar para ir Ksl - No h terra (onde enterrar) No h terra, no vemos mais possibilidade delhe enterrar, Kosjle Ksk - No h enxada (para cavar o tmulo) No morra, no h enxada para cavar a terraKsk Kmpdy i i - A morte no leva este daqui Kumpyl' que bebe gua na cabea dos mortos, se ele a usa, abatalha ser hoje mesmo K t i - Ele no est totalmente morto A morte empurra para o mundo, no v para o

    cu, morte, empurre para o mundo Mk - No morra No morra, mulher do babala, Mk no morra Malom -No t e vs mais No t e vas mais, retorna, Mlom Mtanmi - No me decepciones Eu terei notcias tuas, no medecepciones, eu terei tuas notcias, no partas Obssan - Nascido para a vingana Obssan vem fazer a vingancado bem para o mundo

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    36 Okshnd - O cadver volta 37 Orkotn - O nome acabou

    Orkotn, seu ltimo nascido, Orukotn

    38 Omotnd - A crianca voltou

    39 Orunkn

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    A crianca voltou,. ela no ser mais bl'k, Ornotnde - O cu est cheio O cu est cheio, no te vs mais,Orunkn no t e vs mais, ele ficou Rtimi - suporta-me Rtimi boa vinda, bom filho, Rtimi boa vinda Tanmw -Quem sabe cuidar dele? Quem sabe cuidar dele, s no o senhor, Tanlmw? e Tijik - Envergonhado da morteTijik no deixa a morte te matar

    PRECISO CUIDAR DOS ABli

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    O guardio da porta diz, est bem ento Quando "A-morte-os-puniu" chega ao mundo Sua me toma dois e a juntatrs (ela consulta If) Esta menina poder ficar com ela? Eles (os babalas) mandam que ela faca oferendas paraesta crianca Eles dizem, ela e um abfi verdadeiro Eles dizem, ela se chama "A-morte-os-puniu" (lk-;-nwon-niya)Eles dizem, faca rapidamente oferendas para ela Eles dizem que e'sta menina no.ser capaz de deixar o mundoEles dizem que ela pegue um galo Eles dizem que ela pegue um bode Eles dizem que ela tenha um tronco debananeira Eles dizem que ela tenha uma folha de abrkoo Sua mes grita hurra! nada acontecer a esta meninaEles dizem que ela pegue um bode Eles dizem que ela pegue um tronco de bananeira Eles dizem que ela pegueuma folha de agidimagbayin Eles dizem que ela pegue uma folha de abirikolo Sua me grita hurra! nada acontecera esta menina Quando esta crianca chega na idade Quando ela chega na idade de ir a casa de seu marido Aconteceque esta menina pensa repentinamente Quando ela pensa repentinamente, ela fica com dor de cabeca Antes docair da noite, ela tem dores no ventre Antes da aurora "A-morte-os-puniu" vai morrer Sua me vem gritar, ela dizah! Ela diz, assim os babalas disseram A morte no deixa a criancinha ficar forte Funerais no deixam emr ficarvelha If consu Itado para "A-morte-os-puniu" Que filha de funerais Ela diz, seu olho a faz olhar aqui e l Ela diz,seu olho est brilhando (de lgrimas) Ela diz, seu rosto est coberto d'gua, ela chora E assim que (quando) esses a

    b f i vm ao mundo (E) vo dar adeus diante do guardio da porta Eles dizem que esta pessoa far qualquer coisapara eles Eles no sero capazes de ficar quando chegar a hora Em que as pessoas cuidem bem deles Porquequando as pessoas so atrados por eles (gostam deles) Neste momento, eles querem deixar as pessoas.

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    OFERENDAS PODEM RETER ABKU NO MUNDO

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    A dificuldade atinge repentinamente algum A desgraca sobre algum If consultado para llere Que o filho de Ob i r ~ n abata (mulher pntano) llere diz que vai ao mundo

    Diz que s ele chegar ao mundo e Diz que toda a comida que lhe derem Ele diz, ele no a comer Ele diz, (esta)ddiva ele a comer no cu Ele diz, todas as coisas que quiserem lhe dar Diz que no as aceitar Ele diz, (estespresentes) no cu ele os aceitar Diz que no h coisas que o possam reter Quando ele chegar no mundo Estacrianca capaz de no morrer assim? Ha! Dizem, eles (os pais) faro uma oferenda, ele no vai morrer Eles dizem,a menos que eles no tenham um vaso novo Eles dizem que eles tenham todas as coisas que a boca come Que eles

    tenham um tecido vermelho Eles dizem, que ele tenha uma tampa de panela, cnhamo (osum), sabo, esponja Elesdizem quando eles tiverem oferecido tudo isso Eles dizem que o colocaro rio abaixo Eles dizem que l esto seuscompanheiros que o vo chamar e matar Eles dizem, l que eles vo ficar Quando eles tiverem prontos, traro ascoisas para oferecer Quando eles trouxerem estas oferendas Seus companheiros o esperaro e no o vero chegarEles iro ao local pantanoso No lugar onde se renem para se dizer adeus Eles comecaro a cham-lo Eleschamaro llere, llere Para que eles Ihes responda Ele diz, assim os babalaos disseram A dificuldade encontraalgum de repente A desgraca cai sobre algum If consultado para llere Que filho de Obl'rin abat

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    seu marido Ela diz neste dia ela voltar para o cu Quando o cacador retorna a sua casa Ele fica sabendo que estestrs (abk) nasceram em suas casas Ele vai visitar as trs mes Diz a primeira, t u que puseste um menino nomundo Ele diz, no deixes que a lenha debaixo da panela da papa de legumes de seu filho, se queimecompletamete (Seno) esta crianca vai morrer Diz, tu que deste a luz a segunda Ele diz, o pano que usares paralev-lo nas costas Ele diz, no deixes que se rasgue, usa um diferente (dos outros) (Seno) esta crianca vai morrerEle diz tu que pariste a terceira Ele diz, se tempo de levar tua filha para o marido Ele diz no t e arrisques a indicaro dia, e dizer que neste dia t u a levars a casa do seu marido (assim) esta crianca ser capaz de ficar no mundo Astrs mes dizem que entenderam Elas consultam If Quando elas chegarn jbnto do babala Eles encontram (osi&..l) Os omolu Eles (os babalas) dizem que elas tenham um tronco de babaneira Eles dizem que elas tenhamuma cabra como oferenda Eles dizem que elas tenham tambm urn galo Eles dizem quando elas tiveram aceso ofogo sob a panela que cozinha Eles dizem, se o fogo quker morrer, que elas juntem um tronco de bananeiraQuando o bjku olhar oembaixo da panela, um acha Ah! diz ele, o fogo no est quente Elas fazem assim(continuamente) Esta crianca no vai mais morrer Eles dizem que elas arranquem a pele de uma cabra Eles dizemque elas costurem sobre o pano que a me usa para levar o filho nas costas Quando chegar a hora (do abku) dizerse o pano est estragado, ele voltar para o cu Quando ele olha o pano atrs, ele no esta rasgado ( e no temfuros) Ele diz que a hora ainda no chegou Esta crianca no vai mais morrer Quando chegado o momento de dizerque tempo de ir casa do marido (e) de morrer Nesta hora, seus pais no lhe dizem nada Um dia eles a tomambruscamente e a levam (para a casa do marido)

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    Ela no vai mais morrer Ela diz Ah! Eles seguiram outro caminho Quando seus companheiros (abk) os esperamassim (e) no os vem chegar Seus comoanheiros (abiku)vm ficar atrs da casa Eles os chamam Eles os chamamtodos os dias Estes trs (abik)vm responder a seus companheiros Eles choram para voltar para junto deles(Canto1 0s omolu oh! a criana tem um segredi Vocs dizem a lenha no se queimou, oh! a criana tem umsegredo Os omolu ah! a criana tem um segredo Vocs dizem, o pano no se rasgou, oh! a criana tem umsegredo s omolu, oh! a crianda tem um segredo Vocs dizem que levam a criana casa do marido, oh! a criancatem um segredo Os omolu, ah! a criana tem um segredo (fim do canto) Estes trs i b k no vo mais morrerEles seguiram outro caminho

    MOSETAN FICA NO MUNDO

    Levanta-te, levanta-te beleza, levanta-te lf foi consultado para Mostn (eu acabei 1 Que a filha de Blje OkosoEles (os babalas) dizem que Mosetan venha fazer oferendas Dizem que seus compant-+eiras que ela v em sonhosQue eles no sejam capazes de aprender fora do mundo Eles dizem que ela pegue um tronco de bananeira Dizemque ela pegue uma das suas tangas Eles dizem que ela pegue um galo Eles (os pais) fazem a oferenda Quando elesfazem a oferenda, eles colhem as folhas de If (agdmagbayin 1 Quando acabam de colher, eles vo com seu

    tronco de bananeira Com sua tanga, com as folhas de If Ela no vai mais morrer Ela no ver mais as coisas msEles dizem assim dizem os babalas Levanta-te, levanta-te beleza, levanta-te If foi consultado para Mosetn Que a filha de Oloj Okos

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    Crianca que recebe pedacinhos (de comida) na boca Olorum fecha a porta (para) que no morramos ma.i A mo(encontra) as folhas de agdmagbayin Olorum fecha a porta para que no morramos Assim fala If If diz que acrianca v coisas ms em sonhos Que a crianqa chama seus companheiros (abk) Que els no sero mais capazesde prend-la (fora do mundo)

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    tua tem um segredo, talvez ele seja ativo If consultado para Oliko Que o chefe da sociedade (dos abk) nocu Que do cu parte para o mundo Quando Olbikb s vai, os abjk dizem assim: e Tu Olik que partes assim, nofiques muito tempo (ausente) Se eles lhe promete que no ficar muito tempo (ausente) Quando chegar a hora,(ainda que) os pais tenham feito muitas oferendas para que eles fiquem Estas crianas no escutam. Elas s vo e

    Estes seres so chamados Abk Quando Oliko s vai e Eles, (os abk) dizem, tu Oliko Eles dizem, tu partes assimDizem, esta a tua cadeira Dizem, ningum (alm de ti) pode s sentar nela e Ele (Oliko) diz, ele se vai Eles dizemque quando chegar ao mundo Dizem que no s esqueca deles e Quando ele chegou ao mundo, ele os esqueceuSeus companheiros chegam a beira do regato Eles chamam Olik, Oliko, Oliko Oliko escuta, (mas) noresponde Os pais de Oliko correm a procura dos babalas Eles dizem que If os ajude (Que) este Oliko no sejacapaz de morrer Seus companheiros o chamaram, que ele no seja capaz de encontr-los Eles (os babalas) dizemque sua cadeira est no meio de seus companheiros Dizem, porque os pais tomam cuidado ele no vai morrer Elesmandam que faam oferendas 151

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    Dizem que (eles dem) um tronco de bananeira Dizem que (eles dem) um pombo Dizem que (eles dem) todas ascoisas que a boca come Dizem (que eles dem) 1200 caurs (bzios) Dizem que preparem um pano branco 35Quando eles acabam de preparar, pegam todas as coisas e as amarram juntas Amarram estas oferendas como sfossem para funerais e Eles procuram um lugar perto do rio onde enterram as oferendas Quando eles acabam deenterrar 0 s companheiros de Oliko chegam pertinho 40 Como eles ficam a l i perto ( e ) vem que trazem umaoferenda (e) que cavam a terra e ali enterram (alguma coisa) como um caixo de defunto Quando acabam deenterrar 0 s companheiros de Oliko chamam de novo : Oliko, Olik, Olik 45 Os pais de Oliko vo consultarIf para ele Eles vo colher folhas de abl-kolo como oferendas Quando eles acabam de colher as folhas Elesesfregam todo o corpo (de Oliko) com elas Quando o corpo est completamente esfregado 0 s pais comecarn acantar assim "Porteiros do cu, voltai FOI de abl-kolo) ha Porteiros do cu, voltai" Quando os porteiros do couvem o canto que eles cantaram neste dia Que afasta as pessoas de sua sociedade do seu corpo (de Oliko)Porque s abk vem e Se (as pessoas) lhe fazem oferendas b k no tem mais (nenhuma chance de ir (para ocu) 30

    ASEJEJEJAIY FICA NO MUNDO N A DECIMA SEXTA VEZ QUE ELE VEM

    If foi consu Itado para runnmila por causa de seu filho Asejjejaiy (E) a partir de Asejjejai que Orunmildprende a ; no mundo b k No Odu de If, d meji Asejjejaiy o nome da crianca que Orunmila, que tevenaquele tempo Ele, causa muitos aborrecimentos a Orunrnila, porque a dcima sexta vez que vem ao mundo emorre E ento que runnmila descobre suas manhas Este Asejjejaiy chegou pela dcima sexta vez runmila diz.Ah! este dcimo sexto

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    Esta crianca no deve ser capaz de ir assim Eles (os babalas) dizem que runrnila prepare a folha i d i e tudo Omais Eles dizem que Orunml queime tudo Depois que Orunnmila queimou (para reduzir a um p preto) Elesdizem que runmil faca incises nas juntas do corpo (de A seJjejay i 15 Que faca tambm incises no seu rostorminnla faz as incises e (esfrega o p) Quando Orunmil acaba de fazer as incises Eles dizem, esta crianca noconhece mais o caminho do cu (da morte) Dizem que ele pegue o resto (do p negro) 20 Dizem que com eleconfeccione um nd (talism) Dizem que o amarrem a cintura da crianca Dizem, ele no mais capaz de partirDizem, o caminho do cu no foi feito para ele Como eles colheram esta folha neste dia, eles dizem 25 A folhaid/diz que o caminho do cu est fechado para esta pessoa A folha i d d i z que o caminho do cu est fechadopara mim Que eu no morra em minha juventude A folha de iJ agbonrn no caminha ao longo do caminho queleva ao cu Que eu no morra, que eu no siga o caminho do cu na minha juventude 30 A folha de ija agbonrinno caminha ao longo do caminho que leva ao cu Eles dizem, no siga, pois o caminho do cu na sua juventude Afolha /ara pupa o "cnhamo" (osun)dos ab/'k A crianca que esfrega seu corpo com a folha de /ara pupa novolta para o cu Ele (rnmll) diz que esfregou o corpo do seu filho com a folha ( Ia ra 35 Diz, e quando ele crescere quando se tornar um adolescente e quando ele for pai Ele diz, ele no vai morrer na sua juventude Ns

    pronunciaremos esse encantamento assim 40 Se algum era abik que vai e vem, que vai e vem S ns pudermosfazer incises (sobre seu corpo e esfregar nelas o e p preto) S ns confeccionarmos um nde que predemos a suacintura e O caminho do cu ficara ento fechado (para esta crianca) neste tempo

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    OSBKU CHEGAM AO MLJNBQ PELA PRIMEIRAVEZ EM AWAIY Mato pequeno, mato pequeno Escurido escuraQuem conhece o trabalho da escurido no procura atrapalhar a lua If foi consultado para Alwaiy que vem docu ao mundo Que leva 280 abik para a terra 5 Quando Alwaiy chega Ele o chefe dos abik no cu Ele chamaento os abjk para que venham Quando eles chegam na barreira do cu 10 Cada um declara o tempo que vai ficar(no mundo) Um diz que, assim que ele tiver visto sua me, ele voltar O outro que, no momento em que marcaremo dia do seu casamento, ele voltar Uma outra que, quando tiver posto um filho no mundo, ela voltar Outro dizque', qando tiver sonstrudo uma casa, ele voltar 15 Outro diz que, quando seus pais conceberem de novo, elevoltar Um outro que, quando comecar a andar, ele voltar Quando eles chegam, Alwaiy est no comando dosab;k Quando eles chegam, vo primeiro a Awaiy Eles dizem que faro, cada um, quatro vestimentas (cor de) Elesdizem que prepararo um lenco de cabeca (do valor de) 1400 caurs Dizem que preparam um bon (do valor) de1400 caurs Eles dizem que, s algum conhecer suas proibices quando eles e chegarem ao mundo Se algumconhecer o nome das vestimentas que eles combinaram fazer 25 Eles dizem, se sua me soubesse das coisascombinadas Eles dizem, eles ficariam perto dela Eles dizem, se seu pai soubesse, eles ficariam perto dele Quandoeles chegam a Awaiy Alawaiy firmemente os leva ao mundo 30 Ele vai a primeira vez, ele se vai de novo e Ele vai

    a segunda vez, ele s vai de novo Ele vai a quarta, quinta, sexta vez, Quando chega a stima vez A gente de Awaiyvai consultar o babala 35 Seu filho ser capaz de no ir mais? Se algum d nascimento a um abik 154

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    S ele quer prend-lo de tal modo e Que ele no queira mais partir de novo Que prepare um lenco de cabeca (novalor de) 1400 caurs Que prepare um bon (no valor) de 1400 caurs Que prepare tambm um tecido (cor de) osun(estes so os objetos sobre os quais eles (os bks) fizeram uma combinaco Eles fazem uma roupa para ele(ablk) neste pano (vermelho) Eles tm uma floresta para si'em Awaiy L eles oferecem tudo Dizem que ele (o pai

    ou a me) v pendur-Ia numa arvore na floresta dos abk Quando eles terminam de pendurar Dizem todos a suasmes e seus pais Que facam uma cerimnia para eles Que dancem para eles Que batam tambores para eles Quepreparem ekeru, akara, l, cana de accar, amendoins, doces Que preparem esponjas e sabo Que preparemtodos os tipos de legumes Eles dizem, s quiserem fazer isso todos os anos e Dizem que eles no partiro maisQuando eles voltarem, eles dancaro aqui e l Tero tambores i y dundn Eles cantaro "Esfreguemo-nos deOsun para o chefe da sociedade Lenco na cabeca (do valor de ) 1400 caur i s Esfreguemo-nos de Osun para o chefeda sociedade Bon (no valor dei 1400 caurs Esfreguemo-nos de "Osun" para o chefe da sociedade Esfreguemo-nosde "Osun" para Alwaiy Esfreguemo-nos de "Osun" para o chefe da sociedade Dancaro suas dancas Elesdizem, se suas mes e seus pais fazem a cerimnia Eles dizem, nenhum dos que so abl'k no os deixar nomundo

    IYAJANJASA NO DEIXA OS BK FICAR NO MUNDO

    Guizos pequenos H muitos guizos pequenos If foi consultado para fya;an;is que chefia a sociedade (dos abtk nocu) 155

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    Quando eles se renem (e) ela est chefiando a sociedade S estes ab/k vo e vm e Eles entregam sua mensagema iyjanjas S eles se vo, eles lhe dizem onde vo e Quando chegam eles dizem tambm a lyjanjas No momentoexato em que ryjanjs No momento exato em que iyjanjas vem ao mundo Eles dizem, t u s nosso rei (rainha)Dizem que so os filhos de sua sociedade Eles dizem, no permitem que ela venha ao mundo Eles dizem, porque seela vai ao mundo Eles dizem, eles no encontraro mais a quem entregar suas mensagens Eles dizem, por issoiyjanjis no ir ao mundo iyjanjas diz no faz mal Diz que todos os que quiserem ir ao mundo, vo ao mundoDiz que todas as criancas da sociedade vo ao mundo O que quiser ficar sete dias no mundo, Que diga que, nostimo dia em que o tenham posto no mundo Ele vir entregar uma mensagem a ti, a ti iyjanjas Ele vir entregaruma mensagem a ti, a ti li/janjas O que chame no momento em que for andar O que chama no momento em quefor engatinhar Aquele que diz no momento em que for ter den$es Aquele que diz no momento em que se puserem p Que ele venha entregar a mensagem a lyjanjas Eles prometero, todos, assim, No local em que iyjanjsest na sua chefia Quando eles tiverem feito sua promessa a iyjanjas Eles faro a coisas que eles tenhamdeterminado assim s Se o tempo quase chegado Que seu rei os espera (e) ele no os v ainda (chegar) lj/janjasusar de truques para os procurar Eles tambm a procuram iyjanjas atrai estes ab /k ao cu O que disser que

    noencontra o caminho (do cu) lj.4janjas o ajudar (a encontr-lo) O que disser que no quer vir Que a pessoasda terra consultaram rnmila s E (que ele) os ajuda para que fique iyjanjas perturbada por rnmila

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    a respeito das criancas de sua sociedade que vo ao mundo

    O que lhe prometeu voltar para junto dela

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    Que no vem mais, ela o tomar a forca Todas as coisas que as pessoas fizerem para ele Ela no as deixa agir Todasas coisas que as pessoas fizeram para ab;k iyjanjas as estraga Eles dizem que contra abl'k no h remdioPorque todas as coisas que quiserem fazer para lhe agradar (ao abj-

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    k) lyijanjas as estragar Quando lylanjas os procurar aqui e acol Este filho da sociedade quer ir para o cu 55Ele procura tambm iyjanjas Eles cantam esta canco: "iyjanjas, pequenos guizos H muitos guizos pequenosEu busco minha sociedade (e) vou a Ofa, pequenos guizos 60 H muito guizos pequenos Eu busco minha sociedade( e ) vou a Or9, pequenos guizos H muitos guizos pequenos /Yjanjas pequenos guizos H muitos guizospequenos" 65 Quando tiverem cantado assim Esta crianca, que membro da sociedade dos abjk Que noencontrou, rapidamente, o caminho (do cu) Vir cantar, dizer que iyjanjas a ajude a chegar ao cu 70 No lugaronde lyjanjas gosta de ficar S ela puder ouvir este canto e Ele vir logo, correndo Ela buscar, ento, um meio deajudar, O filho de sua sociedade a encontr-la no cu 75 Dizem que (contra) abk no h remdio 1-y~anjas estana frente da sociedade dos ibl'k machos Qloik est na frente das abl'k fmeas S vides que uma crianca machoganha idade e E que morre no momento de se casar, pelo poder de lj/janjdS Tal a histria de iyjanjas quechefia sua sociedade e de como ela ajuda as criancas de sua sociedade (e) as atrai para o cu E (de ela estraga OSremdios dos que tomam conta deles (tirado) do odu de If irete

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    NOTAS

    (1) As ,palavras em iorubd esto transcritas de acordo com as normas ortogrdficas dessa Itngua ( 2 ) DEBRUNNER,Witchcraftin Gana. Accra, 1959. p. 43 ( 3 ) Sunday Times. Lagos, 7 apr. 1968. ( 4 ) HOUISI M. Le non individuel chezles Mossi. Dakar, IFAN, 1963. Cap, 5. ( 5 ) MAUPOIL, 0 . La geomancie I'ancienne Cbte des Esclaves. Paris, Institut

    d'Ethnologie de I'Universit de Paris, 1943. ( 6 ) 0 s algarismos romanos indicam os das histrias publicadas no fimdo artigo;os algarismos arbicos remetem para as linhas destas histrias. ( 7 ) As cerimnias para os abk parecemser pouco frequntes entre os iorubs; a nica a que assisti aconteceu entre os gun, em Porto Novo. Ela me tinhasido indicada por Mille M. J. Pineau que fez um estudo sociologico de um bairro da cidade para a ORSTOM.Tratavam-se de oferendas de alimentos feitos aos dbk em conjunto com osgmeos, ibeji, ligando num mesmoculto as crianas que no querem ficar no mundo e as que vm duas ao mesmo tempo, singularizando-se uns eoutros, pelas circunstncias excepcionais de seu nascimento, A cerim0nia era feita pela tanyinonm encarregada doculto aos deuses protetores de uma famiia tradicional do bairro HouBta. Num canto da pea principal, oitoestatuetas de madeira de cerca de vinte centmetros de altura eram colocadas sobre uma banqueta de barro.Todos vestidos de panos da mesma qualidade, mostrando pela uniformidade de suas vestimentas pertencer a umamesma sociedade (egb). Seis destas estatuetas representam bks e as outras duas ibeji. As oferendas feitas pelatanyinnon consistiam de oka (pasta de inhame) obl (espcie de caruru) keru (feijo modo e cozido nas folhas1eran dindi, eja dindin (carne e peixe fritos) que, depois da prece da tanyinon e da oferenda de parte desta comidas estatuetas, foram distribudas pela assistncia. Uma Sacerdotisa de Obatal (Chamado Dudua em Porto Novo)assisti a cerimnia sublinhando as ligaes que existiam entre o orix da criao, as pessoas de corpos malformados, corcundas, aleijados, albinos) e aqueles cujo nascimento B anormal (abik e ibeji). Esta cerimnia lembraa que feita tradicionalmente para os gmeos na Bahia pelos descendentes de ioruba trazidos antigamente para oBrasil pelo trdfico. Todos os anos, no dia 27 de setembro, dia de S. Cosme e S. Damio, 7 meninos so convidadospor certas famlias para comer o caruru tradicional oferecido aos ibeji. Este carui-u no outra coisa seno o obl

    da cerimnia dos abk e preparado do mesmo modo. Os sete meninos representam os g. meos Cosme e Damio,Dois-Dois (deformao de Idowu, aquele que, entre os iorubs, nasce depois dos gmeos Tiwo e Knind)Crispim, Crispiniano, SalBk6 e Tlb. Em sua prece a tanyinon tinha evocado Slk, que com Tlbi so os nomesdados aos me. ninos e meninas que vem ao mundo com pedaosde membrana rompida sobre a cabea; cir.cunstncia excepcionai do seu nascimento que os aproxima da sociedade dos abku. (8) HORTON, Robin. Africatraditional thought and Western Science. A f r i w . London, 37 {2):159,apr. 1967. kalabari Sculpture. Lagos, 1965. p.10 L A V O N D ~ S Henri. Magie et langage. L'Homme. 1963. p. 115. , (9) WILLIAMS, Peter Morton. Yoruba responseof fear of death. Africa. London, 30 (1 1:35, jan. 1960. ( 1 0 ) Por dificuldades tipogrficas deixamos de transcreveros textos respectivos do original em iorub, que se encontram no artigo: VERGER, Pierre. La societ egb orun desAbk, les enfants qui naissent pour mourir maints fois. Bulletin de I'lfn. Dakar, 30 (41: 1448187, 1968. (srie BI.

    lTraduo do original em francs de Ieda Machado Ribeiro dos Santos (CEAO).

    LA SOCT EGB ORUN DESABIK, LES ENFANTS OU1 NAISSENT POUR MOURIR MAINTS FOIS

    Si une femme, en pays yoruba, donne naissance une srie d'enfants rnort-ns ou morts en bas ge, Ia traditionveut que ce ne soit pas Ia venue au monde d'enfants diffrents, mais qu'il s'agisse de diverses apparitions d'unrnme tre mal fique appel abiku (naitre-mourir),cens venir au monde un bref moment pour s'en retourner aupays des morts, orun, l'au-dela, diverses reprises. I1 passe ainsi son temps a aller et revenir de l'au-dela aumonde, sans jamais y rester logtemps, au plus grand dsespoir des parents dsireux d'avoir de nombreux enfantsvivants pour assurer Ia continuit de Ia famille. Huit histoires, itan d'lfa, contes par Ies babalaw (les peres quipossedent les secrets) au Nigeria sont donnes dans leurs textes complets et montrent comrnent les abiku sontcenss former une socit, egbe orun. Au moment de venir sur terre, chacun d'entre eux doit prendre

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    l'engagement de revenir auprs de leurs compagnons a une poque dterrnine par lui Mais si les parentsparviennent a /e retenir au monde par certaines a o ffrandes, /e charme est rompu, l'abiku, oubliant s promesse deretour, et, rornpant ainsi le cycle de leurs alles et venues continuelles entre Ia vie et Ia mort, reste enfin au mondepour une priode de vie normale. 11s reoivent certains norns au mornent de leur naissance, les suppliant ou lesincitant 2 rester au monde. La frquence avec laquelle on rencontre en pays yoruba ces noms, ports par desadultes et des vieillards en bonne sant, montre que beacoup d'abiku restent au monde, grce aux ';arcautions"dcrites dans cet article.

    TUE EGB RUN SOCIETY OF THE ABIK, THE CHILDREN BORN TO DIE l f a womari gives birth, in Yoruba countseries of still-born children or if they die in infancy, tradition says that i t is not the birth of various children, but thatit is the same malevolent creature corning severa1 times to earth. He is called abiku (born to die) and supposed tocome to earth to return after a short time to the country of the deads. He comes and goes from and t o the"beyond" and the earth without remaining here for long, for the greatest despair of the parents, anxious to get

    numerous children to secure the continuity of the family. Eight stories, itan o f lfa, told by babalawo (the fatherswho possess the secrets) in Nigeria are given in their full ex tension and show how the abiku are supposed to forma kind o f "club", the egbe orun. Each o f i t s

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