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O PENSAMENTO DO FUNDADOR DA FRATERNIDADE MONÁSTICA DOS DISCÍPULOS DE JESUS A RESPEITO DA EXORTAÇÃO APOSTOLICA “AMORIS LAETITIA” DO PAPA FRANCISCO  Sobre as questões, sem dúvida importantes e muito relevantes, contidas na exortação apostólica “A moris Laetitia” , os fiéis tendem a ser mais pragmáticos que o clero , os religiosos e até os membros da alta hierarquia . Informam-se, leem, mas não parecem estar interessados em apoiar 1 / 9

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O PENSAMENTO DO FUNDADOR DA FRATERNIDADE MONÁSTICA DOS DISCÍPULOS DE JESUS

A RESPEITO DA EXORTAÇÃO APOSTOLICA “AMORIS LAETITIA”

DO PAPA FRANCISCO

  Sobre as questões, sem dúvida importantes e muitorelevantes, contidas na exortaçãoapostólica “Amoris Laetitia”, os fiéistendem a ser mais pragmáticos que o clero, os religiosose até os membros da alta hierarquia. Informam-se, leem, mas não parecem estar interessadosem apoiar

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aquela tomada de posição que, ao invés, a imprensa, atelevisão e os comentaristas profissionais querem, a todocusto, fomentar nos jornais ou diante das câmeras,desfrutando de cada situação (até mesmo das histórias tristes, contadas commorbosidade nos mínimos detalhes, de alguns sacerdotesque não seguiram a sua vocação). Sobre estes argumentos, assim indissoluvelmenteligados à vida do casal, ao matrimônioe aos filhos,os fiéis mostram mais pudor, mais respeito, pelafragilidade humana individuale pelas situações difíceis e problemáticas que, no âmbito da famíliae do matrimônio, esta sociedade nos apresenta hoje, demodo diferente, em relação ao passado. Na realidade nãoexiste nada de estranho nisso, antes, é um sinal positivo,porque mostrar atenção, evitar julgamentos apressados,ponderar as condenações definitivas, meditar sobre asdificuldades concretas, é um dos modos para evitardesvios, para evitar sermos indiferentes, para evitarisolar-se e afastar os outros em uma sociedadeglobalizada, que já exclui quem é fraco para as exigênciasdo mercado e do lucro. Talvez, tudo isto é o fruto do

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Jubileu extraordinário da Misericórdiae daquilo que nos quis recordar.   Se, depois, vai se separar o dado geral, se percebe queuma boa parte do conteúdo difundido na web sobre aexortação apostólica “Amoris Laetitia”é, na sua maioria, tomada por posição extrema, que, porsua vez, gerou artigos sobre artigos, que querem nos contar de todas as formas e com licençade invenção o que acontece nos bastidores, aquilo que évendido à opinião pública como o confronto final entre aIgreja que tem em mente o Papa Francisco, e aquela quequerem defender incansavelmente os assim chamadosconservadores.Mas, em tudo isto, onde está o Evangelho? E todo esteanunciar lutas violentas à sombra da cúpula de São Pedro,onde está colocado o Evangelho?

  Em suma, sobre os conteúdos da exortação, montou-seum caso midiático que, por fim, arrisca a desviar os fiéisde  aprofundaraquelas importantes temáticas que, muitos esquecem,

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foram tratadas em profundidade e com uma ponderada emeditada votação final no sínodo dos Bispos sobre arealidade da família.Sínodo que foi aberto à participação e ao diálogo diretocom as famílias e com os sujeitos que mais estãoenvolvidos por certas escolhas, e pelo debate queresultou. O Santo Padre não inventou nada, não construiu uma“nova doutrina” ou gerou “novo direito”.As acusações, muitas vezes movidas de forma velada, maspungente, de uma traição do Santo Padre para com aquiloque a Igreja edificou através dos séculos, não encontrampontos de apoio, senão apenas porque a exortação nasce precisamente valorizando o quantoemergiu do sínodo dos Bispos, e dando-lhe uma autênticainterpretação, alicerçada seja no Magistério da Igreja, sejano evangelho.   Sobre os conteúdos da exortação apostólica, se quisconscientemente traduzir aquilo que anima o debatepolítico entre facções adversas. Mas a Igreja não é oparlamento de um Estado ou a arena dos partidospolíticos, que disputam o poder executivo, a som deescândalos e de golpes baixos.Procurou-se perpetuar o conflito pessoal e a utilização deepisódios parciais com a extrapolação do conteúdo doverdadeiro contexto, para gerar um clima de conflitoperpétuo, que é o meio para alcançar outros fins menosnobres. Todavia, a Igreja é outra coisa, ela não é, de fato, a imagemdistorcida que se quer passar.

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Este é um erro grave, porque, quanto realmente estácontido na exortação apostólica merece ser lido,aprofundado, debatido e deve poder dar espaço à exigência do encontro e da misericórdia. Não está em discussão o direito de discordar de umainterpretação ou de querer aprofundar alguns aspectos. Oque está errado, e é até perigoso, é usar o quanto não seconcorda para justificar ou confirmar lutas de poder, paracontestar a autoridade do Papa, para insinuar o dever dedesobedecer-lhe, ou pior, desacreditar a imagem, tentandomostrar incompreensíveis cismas.   A família, o matrimônio, o problema da comunhão aosdivorciados, não podem ser o instrumento para alimentardivisões. Este clima deve ser desenvenenado; énecessário trazer de volta o debate no seu âmbito,depurando-o de quanto impróprio lhe foi jogado em cima. Estes argumentos não merecem ser lançados dentro deum grande caldeirão do qual tirar, em seguida, as armas deum conflito que, na verdade, pouco serve a quem sofrecertas situações e que, sem sombra de dúvidas, vive umasituação difícil às margens da igreja.É bom que se esforce para trazer de volta a discussãosobre os justos binários.

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  A exortação final do Papa Francisco tornou-se assim,devagarzinho, uma estratégia para introduzir sempre maisa dúvida e a suspeita nos fiéis, fazendointender que as aberturas e o novo modo de abordar arealidade da família, sejam um papel de torna sol davontade de jogar por água abaixo a doutrina da Igreja, e dequerer demolir os ditames.   Alguns, deveras, viram nisto a tentativa de minar oensinamento do Evangelho e a vontade de sair do rastrodo ensinamento de Jesus Cristo. Mas tem coisa pior. Este“conflito” foi usado pela mídia, em perene procura deespetacularidade e sensacionalismo, para alimentar asvozes sobre um sempre mais difundido descontentamentocom as reformas implementadas pelo Papa.Assim, o inteiro argumento dissimulou-se por um falso véude luta de poder até à última gota de sangue dentro dosmuros leoninos. Ao invés de abrir-se com lealdade ehonestidade ao debate, que o Santo Padre nunca quisnegar, preferiu-se difundir como mera fofoca e com vozesnos "bastidores"a convicção que sobre a Igreja há um grave perigoiminente. Note-se bem, isto não provem muitas vezes do comportamento direto de quem está nosvértices eclesiásticos, mas alimenta-se daquilo que se faz,se diz, se escreve, talvez impulsionado pelas melhores emais excelentes intenções.   Tudo isto está fascinando muito os jornais e as

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televisões, mas não tanto aos fiéis que, ao contrário,mostram interessar-se por aquilo que lhes preocupa deverdade, ou seja, participar ativamente da vida da Igreja,aprofundando o conhecimento e apoiando políticaslaboriosas que procurem dar respostas concretas àsexigências do homem de hoje . Homense

mulheres católicos que querem ser sempre fiéis aoEvangelho, à Igreja e por isso procuram as respostasàquilo que, a cada dia, a sociedade produz no seudesenvolvimento caótico imprevisível. De outro lado esta éa exigência da Igreja de hoje, sair e descer entre aspessoas, entre os fiéis, certo, mas também entre aquelesque não acreditam, que se afastaram; entre aqueles quequerem fazer parte, mas estão convencidos de não seremdignos ou de não serem capazes; entre aqueles que sesentem pecadores mas têm vergonha de entrar para pedirperdão e ajuda. Aimagem concreta de uma Igreja hospital de campo éprecisamente esta. Os hospitais têm a missão primária desalvar cada vida humana, de curar cada doença, de trazerde volta à vida aqueles que estão mais próximos da morte.A semelhança com a Igreja tem algo de muito maisprofundo que um simples abrir a porta, e necessita de uma

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reflexão com os olhos apontados sobre as palavras doEvangelho. É um verdadeiro pecado que tenha acontecido tudo isso. Éum verdadeiro pecado que “Amoris Laetitia”tenha se tornado um terreno de briga, e que a percepçãoque se quis dar deste documento seja somente aquela deum duelo entre as duas almas da Igreja. É um verdadeiropecado porque não há necessidade de ulteriores divisõesem um mundo já muito dividido; não há necessidade deinsinuações e de gestos anônimos em uma sociedade quejá sofre pelas muitas fofocas; não há necessidade dealimentar conflitos na Igreja que Jesus nos recomendoumanter unida e firme sobre o seu ensinamento. Ninguém é chamado a renunciar ao seu sacrossantodireito de expressão, de participação e de "sã" crítica, todavia, cada um devefazê-lo com respeito, com honestidade, com lealdade ecom o exemplo concreto de obediência.

  Cada documento do  Santo Padre deveria ser acolhido,tendo, antes de tudo, isto em mente, porque é certamente verdade que não é necessário

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submeter-se ao ponto de não poder expressar o nosso pensamento, mas não émenos verdade que a unidade da Igreja, da qual o Papa é ovértice, é algo que depende de todos nós.Eis porque cada um de nós, fiéis em Cristo, tem umagrande responsabilidade nisto e pode contribuir cada dia àunidade mais que à divisão da qual, em palavras, todosqueremos fugir.A Igreja, ao final, é a nossa mãe e a própria mãe ama-sesempre.

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