a representao do feminino em clara dos anjos

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1 A Representação do Feminino em Clara dos Anjos Gislene Camargo http://lattes.cnpq.br/9850833209373862 Clara dos Anjos, de Lima Barreto, esboçado em 1904 , concluído em 1922, poucos meses antes de sua morte e editado pela primeira vez em 1948, é a denúncia do racismo, da injustiça que povoa a realidade presenciada e sentida na própria pele pelo autor em seu tempo. A penúria social e moral carregada pelos companheiros de classe negra, híbrida, pobre, vilipendiada faz com que Lima crie uma literatura de denúncia, uma obra engajada a fim de esclarecer a quem tiver ouvidos para ouvir e olhos para ver o que tão claro se apresenta e é tratado como natural. Clara dos Anjos é somente uma das personagens dessa vida em que, conduzidas num mundo de super proteção, total despreparo para o enfrentamento da realidade. Mulheres que se veem enredadas numa situação de total aviltamento, presas de um predador chamado sociedade patriarcal, esta criada a partir das incorporações sutis dos inúmeros mitos reforçados ao longo da história dos homens. Considerada um ser inferior, culpada pelo pecado original, sugadora da virilidade masculina, mãe, deusa, anjo decaído cuja salvação é possibilitada pela total devoção à família, ao homem, à religião, cabe a essa mulher, de acordo com o mito da costela de Adão, somente o papel de servidão, acompanhamento, daí a expressão companheira, cuja voz se revelou sempre calada, consentida e, nas pouquíssimas vezes que decide se rebelar, coube-lhe espancamento, prisão e morte.Uma abertura dolorosa por uma floresta de imposições sociais e morais incompreendidas por mentes cujo desejo se limitava à sua aceitação como indivíduo, ser que sentindo - se capaz de abrir veredas, vê-se preso a um destino insatisfatório à essa alma faminta por vida real.

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Trabalho realizado pela professora Gislene Camargo do Campus XX da UNEB.

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Page 1: A representao do feminino em Clara dos Anjos

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A Representação do Feminino em Clara

dos Anjos

Gislene Camargo

http://lattes.cnpq.br/9850833209373862

Clara dos Anjos, de Lima Barreto, esboçado em 1904 , concluído em 1922, poucos

meses antes de sua morte e editado pela primeira vez em 1948, é a denúncia do racismo, da

injustiça que povoa a realidade presenciada e sentida na própria pele pelo autor em seu tempo. A

penúria social e moral carregada pelos companheiros de classe negra, híbrida, pobre, vilipendiada

faz com que Lima crie uma literatura de denúncia, uma obra engajada a fim de esclarecer a quem

tiver ouvidos para ouvir e olhos para ver o que tão claro se apresenta e é tratado como natural.

Clara dos Anjos é somente uma das personagens dessa vida em que, conduzidas num

mundo de super proteção, total despreparo para o enfrentamento da realidade. Mulheres que se

veem enredadas numa situação de total aviltamento, presas de um predador chamado sociedade

patriarcal, esta criada a partir das incorporações sutis dos inúmeros mitos reforçados ao longo da

história dos homens. Considerada um ser inferior, culpada pelo pecado original, sugadora da

virilidade masculina, mãe, deusa, anjo decaído cuja salvação é possibilitada pela total devoção à

família, ao homem, à religião, cabe a essa mulher, de acordo com o mito da costela de Adão,

somente o papel de servidão, acompanhamento, daí a expressão companheira, cuja voz se revelou

sempre calada, consentida e, nas pouquíssimas vezes que decide se rebelar, coube-lhe

espancamento, prisão e morte.Uma abertura dolorosa por uma floresta de imposições sociais e

morais incompreendidas por mentes cujo desejo se limitava à sua aceitação como indivíduo, ser

que sentindo - se capaz de abrir veredas, vê-se preso a um destino insatisfatório à essa alma

faminta por vida real.

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À essas mentes embotadas pela falsa proteção familiar / masculina, cabe a penumbra de

papéis calados, cabisbaixos, disfarçados pela representação de boas filhas, mães e esposas

devotadas, obedientes , cuja desenvoltura não se diferencia muito das decaídas que, ainda hoje,

habitam os lupanares tão feqüentados pelos controladores da moral social.

É contra esse embotamento mental que grita Lima Barreto ao construir o perfil

psicológico de suas personagens. Lima delata o determinismo social que impõe papéis

determinados aos indivíduos, contudo suas personagens não são transgressoras, ele retrata uma

situação de aviltamento, de preconceitos contra a mulher e de manutenção dos papéis a elas

determinados no século XIX; o local onde moram, trabalham ou se divertem, assim como suas

ambições revelam o condicionamento que confere impotência, fragilidade e ausência de vontade

própria às mulheres da obra. Assim é revelada a vítima de Cassi Jones:

Clara era uma natureza amorfa, pastosa, que precisava mãos fortes

que a modelassem e fixassem.(...) A filha do carteiro sem ser leviana,

era entretanto, de um poder reduzido de pensar, que não lhe permitia

meditar um instante sobre o seu destino... (BARRETO. 1948)

A inércia mental de Clara é explicada pela reclusão a qual a condenava os pais.

Impedida de conviver com pessoas diferentes, como a mãe, mal saía de casa, vivia num mundo

de sonhos, alimentado pelas modinhas cultuadas pela família. A reclusão e a constante vigilância

de sua mãe, pois “temia que a filha se perdesse”, como chamavam a perda da virgindade - em vez

de a esclarecer apenas despertava a curiosidade da menina.

Engrácia, cujos cuidados maternos eram louváveis e meritórios, era

incapaz do que é verdadeira educação. Ela não sabia apontar, comentar

exemplos e fatos que iluminassem a consciência da filha e

reforçassem-lhe o caráter, de forma que ela mesma pudesse resistir aos

perigos que corria. ( idem. pg.45)

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Como sua mãe, e muitas outras, Clara não tivera o preparo, a força da experiência da

análise da vida para se fazer forte. O oposto disso é D. Margarida, esta sim, independente, dada

ao trabalho, tenta mostrar à Clara a possibilidade de liberdade, porém esta acha vergonhoso

“ganhar dinheiro com suas próprias mãos.”. Observa-se que essa superioridade de D. Margarida

deve-se a influência de sua origem alemã e sua vida de trabalho constante, desde que enviuvara.

Construíra em si um caráter forte para cuidar do filho e espantar os aproveitadores. Percebe-se,

portanto, a doutrinação de Lima: as mulheres precisam ser preparadas para a vida.

Para Lima, Margarida é o contraponto de Clara. Ele mostra que mulheres como Clara

não sobreviverão no século XX, uma vez que nos anos que se seguirão, não haverá espaço para

dependência, submissão, assim como os ideais românticos alimentados durante século XIX.

O paradoxo “Clara dos Anjos” é empregado ironicamente por Lima, uma vez que de

clara nada tem, é mulata e em dos Anjos , o sentido de posse é destronado ao se deixar iludir

por Cassi Jones, suas modinhas e os sonhos de amor alimentados por sua vida culturalmente

improdutiva, presa a afazeres domésticos, à espera do príncipe encantado. Crente de sua

condição de subalternidade, vista amiúde nas mulheres de sua convivência, exceto D. Margarida,

crê-se no caminho correto destinado pela divindade.

Cassi surge como o ser superior, autônomo, forte, que a elevará à condição de amada.

Elemento de outra esfera do seu mundo tão restrito; branco, de classe social mais abastada,

“artista”, parece a Clara a redenção em forma de amor.

Todas as moças, das mais diferentes cores, que, ali, a pobreza e a humildade

de condição esbatiam e harmonizavam, logo o admiraram na sua

insignificância geral, tão poderosa é a fascinação da perversidade nas cabeças

femininas.(idem. pg. 47)

Esse elemento que em seu meio social era exemplo de preguiça, desonra e aviltamento

das negras e mulatas pobres, renegado pelo pai, tolerado e desprezado pelas irmãs e protegido

pelo preconceito e pobreza de espírito da mãe, tem, na periferia, a proteção da ignorância e do

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medo dos que veem nele o antigo senhor. Supera sua condição de nada com o rebaixamento das

inocentes que explora, leva à loucura, à miséria. Manipulando o sexo oposto, se posiciona, se

eleva e essa autovalorização pode custar-lhe, até mesmo, a vida de outros homens cuja intenção é

impedir essa violência pela posse do poder.

O abandono de Clara, grávida, confirma que a educação inocente, os excessos de

cuidados, a vigilância sem a construção de uma análise crítica e a experiência nada servem à

mulher, principalmente se negra ou mestiça e pobre.

A constatação final da mulata “Nós não somos nada nesta vida”, referindo-se às

mulheres de sua etnia, após análise dolorosa de sua condição, esclarece para si a tão injusta

ideologia patriarcal que,além de conferir um lugar de subalternidade ao sexo feminino, ainda lhe

designa status de atuação. Às negras caberia o espaço do trabalho braçal, comparadas a burros de

carga; as mulatas resultado da influência do clima, da geografia, da hereditariedade que lhes

conferiram a libido acessa, destinadas estavam a objeto de prazer, uma vez que traziam nas

formas corporais traços instigadores do desejo masculino, eram vistas como indutoras do pecado,

responsáveis pela satisfação de um instinto “mau”, o qual não deveria ser aplacado pelas

“senhoras” brancas cujo recato exigido não permitia a revelação de desejos sexuais. Destinadas

somente à procriação, educação dos filhos e organização do lar, sua condição de esposa e mãe

não incluía o de amante ardorosa, o que era buscado entre mulatas e negras “mais jeitosas”.

O imaginário masculino da mulata como símbolo de desejo e prazer ainda persiste em

pleno século XXI. Basta observar as exposições da mulher mestiça na mídia e nas relações

sociais. É como se ela tivesse “todo o fogo” almejado pelo homem, e este o revela em seu olhar

de cobiça.

Clara percebe sua condição estabilizada entre as mulheres de sua época. A cor e a

pobreza revelam-se nódoa marcante não compensada pelos desvelos da educação recebida de

seus pais.

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Uma mulatinha, filha de um carteiro” não teria lugar digno numa

sociedade cuja visão limitada permitia uma “atmosfera de corrupção que cerca

as raparigas do nascimento e da (sua) cor; e também o mau

conceito em que têm as suas virtudes de mulher. A priori, estão condenadas; e

tudo e todos pareciam condenar os seus esforços e dos seus para elevar a sua

condição moral e social (idem pg.42)

Faltou nesta educação (apontada apenas para o lar e a satisfação de um marido) o

fortalecimento do caráter, a vontade que a faria buscar o crescimento intelectual , o qual lhe

abriria as portas , com dificuldades, sem dúvida, porém com a segurança do respeito que a

profissão traz ao indivíduo.

Sobre a questão da educação feminina em seu tempo, Ercília Nogueira Cobra,

contemporânea de Lima, apregoa :

Pensar em coisas úteis para quê? A mulher foi feita para ser o anjo do

lar. É crescer e esperar pelo lar, não descurando do dote que o “galo” exige para

fecundar as “frangas”... E enquanto esperam hora de serem colhidas, malham no

teclado do piano, fazem as suas aquarelas delambidas, gastam quanto cetim há

na vila em almofadas. E olham-se ao espelho. De arte, de ciência, de trabalho útil,

nada. Não é a mulher um ente apenas reprodutor? Uma espécie de Autômato que

só se move nos movimentos em que a sociedade exige ? Não é

completamente insensível , mera portadora de um órgão que só pode

funcionar quando a religião dá ordem a sociedade autoriza? Para que instrução

sólida? Matemática, línguas, profissão liberal: bobagem! A mulher nasceu

para escrava. Nada de encher a cabeça das meninas com coisa inútil às

escravas. Onde já se viu alfabetizar escravas? ...Moças bocós, católicas,

apostólicas, romanas, devem ser bem incultas. Para isso aí estão os colégios de

irmãs: para manter bem vivas nas futuras mães a tradição dos hebreus, povo

nascido para a escravidão, como disse Tácito. A mulher foi feita para agradar ao

homem e, pois, não deve igualar-se a ele. Seria uma desgraça. Acabar-se-ia a

pagodeira. As vítimas abririam os olhos. Mas se por uma reviravolta da fortuna

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a moça encontrar-se só e abandonada no mundo? A que poderá recorrer para se

tirer d’affaires? Como poderá viver, se não tem profissão? Ora, viverá do seu

corpo. Recorrerá ao bordel. Na Bocolândia pode faltar tudo ao povo, menos

o bordel para moças famintas e a roda para as criaturas abandonadas.

(1996:46/7)

A constatação do movimento circular do destino feminino de sua época, é o que faz

com que Clara se classifique. E às outras, como um nada. Todas as negras e mestiças retratadas

na obra em questão foram vítimas de um fim trágico: violentadas, seduzidas, abandonadas por

homens em cuja fortaleza buscaram segurança, ou relegadas a um papel de servidão a

companheiros violentos e / ou controladores de preceitos de poder homem X mulher, tão antigos

quanto o ato de dormir e acordar. E que, acomodadas, não questionaram o porquê de tais normas.

Outros autores, entre eles Alencar, trazem a crítica a essas normas através de

personagens questionadoras como Aurélia Camargo e Emília dos livros Senhora e Diva,

respectivamente. Por que o dote, a subserviência, o controle comportamental, a educação

diferenciada? E todas aquelas que ousaram rebater os dogmas sociais foram massacradas pela

ignorância, o despreparo de sua época: Maria da Glória em Lucíola, Marguerite de Gautier em A

Dama das Camélias, Cleópatra em Roma, Joana Dark na França, entre outra milhares de

personagens fictícias ou não que a história da humanidade apresenta.

A conivência feminina com tais normas patriarcais reflete, principalmente nas classes

menos favorecidas do círculo social retratado em Clara dos Anjos, a perpetuação da quietude, da

aceitação muda por parte das mulheres, como herança genética a aceitação de desvalorização

prossegue. Pensam ser natural que obedeçam, sirvam, não tenham vontade própria. Maria de

Nazaré, Maria Madalena, entre outras antes delas, não serviram? É o certo, portanto. Não se

atentaram para a urgência de afirmação como indivíduo livre.

Em Um teto todo seu (1929), Virgínia Woolf defende a igualdade da capacidade de

homens e mulheres desde que expostos à condições propícias. O ambiente, a oportunidade

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conferem a ambos condições iguais de desenvolvimento social e intelectual. Privacidade e

independência financeira fazem, segundo Woolf, uma literata (na obra , a autora discute as

condições necessárias para que haja mulheres escritoras de ficção).

“Será que posso também lembrar-lhes que a maioria das profissões está aberta a

vocês há quase dez anos? Quando refletirem sobre esses imensos privilégios e

sobre a extensão de tempo em que vêm sendo desfrutados, e sobre o fato de que

deve haver, neste momento, umas duas mil mulheres capazes de ganhar mais de

quinhentas libras por ano de um modo ou de outro, vocês hão de concordar que

a desculpa da falta de oportunidade, formação, incentivo, lazer e dinheiro já não

se aplica.” (Woolf.1929)

Nesse sentido, Lima provoca uma reflexão através da história de suas personagens. É

preciso liberdade e afirmação às mulheres; assim como o fez Nogueira Cobra : “Reclamemos

nosso 13 de maio. É tempo.” (COBRA. 1996.pg.128)

Atualmente, quando se debate a questão da condição feminina, ouve-se dizer que hoje

em dia mulher já não é dependente, conquistou seu espaço, não se submete às imposições

masculinas seja de pai, irmão ou marido. Infelizmente, apesar de um grande número ter se

agarrado àquelas oportunidades que Woolf citou em 1929, basta observar em volta, nas famílias,

na mídia, nos ambientes de trabalho etc o quanto a mulher ainda é exposta a situações de

inferioridade. Quantas ainda se apegam ao surgimento do “príncipe encantado” para resolução

dos problemas sócio-econômicos, assim como tantas são exploradas em sua feminilidade.

Portanto, permanece no século XXI alguns estereótipos do comportamento feminino construídos

ao longo dos séculos e referendados pelo pensamento positivista do século XIX.

O preparo do enxoval de casamento por adolescentes, a exploração sexual de meninas

quase crianças retratam o quanto, ainda, não se firmou nas mentes humanas a necessidade de

respeito para com o sexo feminino, assim como a urgência de torná-lo forte, firme, preparado

para desbravar os caminhos a serem trilhados.

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Caminhos esses límpidos ou espinhosos a depender das condições proporcionadas e do

grau de desempenho da viajante. A segregação realizada na classificação do que seja mulher

digna ou não ainda persiste, pois a educação oferecida nos lares, em sua maioria, não venceu

ainda o preconceito moral. O desfrute e a negação do ser pela sua atuação dependerão do horário,

do local e da companhia do indivíduo que faz o julgamento. A falsa moral que permeia a

sociedade é retratada pelo eu-lírico do texto “Mulher Pública” escrito em 1993, do médico

brumadense Arlindo Stanchi:

Sei que te chamam de aventureira,

Baga, meretriz, barca, marafona,

Bisca, biscate, bofe, bagageira,

Bucho, bruaca, catraia, cocote, dona,

Marafaia, mariposa, decaída,

Biraia, zoina, michê, cuia,

pervertida,

Muxiba, murixaba, ervoeira

Mulher da vida, polha generosa,

Que insiste em ser caridosa

Do vício mais nojento e degradante.

(...)

Escutei tua promessa...

Amei-te, concubina ambulante!

Sem notar que amava uma vilante.”

O “ vício mais nojento e degradante” ainda é a forma mais comum de degeneração

feminina. Associa-se a pobreza, a indolência, a falta de amor próprio com a inescrupulosidade

masculina (e feminina também, tratando-se das cafetinas) formando, assim, um eterno processo

de desajuste contra o qual as famílias podem rebater educando convenientemente seus filhos,

irmãos e sobrinhos. Devem combater a idiotice cultivada: “Segurem suas éguas que meus cavalos

estão soltos”, orientá-los para uma visão crítica da vida, das relações e das escolhas para o futuro.

Preciso é que essa mulher que está sendo formada reforce seu amor próprio, perceba que é um

indivíduo capaz de desenvolver habilidades eficazes para o desempenho de um papel ativo nos

grupos sociais.

Através de Clara dos Anjos, Lima, simbolicamente, tenta matar uma visão determinista

sobre as mulheres; sua dependência, seu romantismo piegas; enfim sua posição menor na

sociedade. Demonstra a necessidade de maior reflexão sobre o papel interpretado pelas mulheres

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de seu tempo e a evidência de reforma urgente na educação feminina para melhor inserção na

modernidade que advém.

BARRETO. Lima. Clara dos Anjos. São Paulo. Editora: Ática.13ª ed.

2002. 133p.,(Série Bom Livro); 1ª ed.. RJ.1948.