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A REFORMA DA PREVIDÊNCIA E A VIDA DAS MULHERES FEVEREIRO 2019 PROFA. MA. JÚLIA LENZI SILVA - [email protected] DOUTORANDA EM DIREITO DO TRABALHO E DA SEGURIDADE SOCIAL (FD/USP)

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Page 1: A REFORMA DA PREVIDÊNCIA E A VIDA DAS MULHERES · A contrarreforma da previdência social: 3 diretrizes centrais A instituição da idade mínima é conjugada com: 2) Aumento do

A REFORMA DA PREVIDÊNCIA E A

VIDA DAS MULHERES

FEVEREIRO 2019

PROFA. MA. JÚLIA LENZI SILVA - [email protected]

DOUTORANDA EM DIREITO DO TRABALHO E DA SEGURIDADE SOCIAL (FD/USP)

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2017: UM ANO DE LUTAS

PANORAMA DA LUTA CONTRA O DESMONTE DA PREVIDÊNCIA

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Fala dividida em 3 partes:

1. A contrarreforma da previdência social: 3 diretrizescentrais das propostas de desmonte e o agravante daproposta de capitalização (experiência Chilena)

2. A realidade previdenciária brasileira: dados para reflexão.

3. “Qual reforma?”: o projeto constitucional “inconcluso” decriação do sistema de seguridade social.

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1. A CONTRARREFORMA DA

PREVIDÊNCIA SOCIAL: 3 DIRETRIZES

CENTRAIS E O AGRAVANTE DA

PROPOSTA DE CAPITALIZAÇÃO

(EXPERIÊNCIA CHILENA)

INDICAÇÕES:

a) Bolsonaro presidente: Investidor ultraliberal, polemista e investigado: as faces de Paulo Guedes, guru econômico de Jair Bolsonaro (Reportagem, BBC Brasil: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45770911).

b) 10 mitos e verdades do sistema previdenciário que Paulo Guedes quer implantar no Brasil (Reportagem, Yahoo/Justificando: https://br.noticias.yahoo.com/10-mitos-e-verdades-sistema-previdenciario-que-paulo-guedes-quer-implantar-no-brasil-153320496.html).

c) O Fiador (Reportagem, Revista Piauí, Malu Gaspar: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/o-fiador/).

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A contrarreforma da previdência social:

3 diretrizes centrais

Ponto de Partida: Apresentação em 20 de fevereiro de 2019 da Proposta de Emenda Constitucional n. 6/2019sob o slogan de “Nova Previdência” que anuncia uma economia de “R$ 1 trilhão em 10 anos” (enfoqueeconomicista de “economia de recursos” x proteção social?)http://estaticog1.globo.com/2019/02/20/2019.02.20NovaPrevidenciaconvertido.pdf.

3 DIRETRIZES CENTRAIS:

1) a instituição de uma idade mínima progressiva no RGPS de 65 e 62 anos respetivamente para homens emulheres vinculados ao INSS para os segurados veiculados ao INSS, desconsiderando as realidades regionaisdo nosso país e as especificidades do nosso mercado de trabalho (informalidade, desemprego, alto grau derotação, flexibilidade, preconceito etário)

OBS: RPPS já passou por essa modificação (EC n. 41/2003) - 60 e 55 anos com 35 e 30 anos de TC ou,proporcional, com 65/60, sempre com 10 anos de serviço público e 5 anos no cargo).

Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e Professoras e Professores: 60 anos como idade mínima

Policiais civis, federais, agentes penitenciários e socioeducativos: 55 anos

A instituição seria progressiva: transição de 12 anos (mulheres) e 8 anos (homens); começando em 61 e 56 anosna data da promulgação da EC. (PEC n. 287/2016 = previa 21 anos de transição) – ate 2022 mesmas idades,depois sobe 6 meses a cada ano - GATILHO: Previsão de que, depois disso, a idade mínima pode aumentar ematé 75% do que subir a expectativa de sobrevida após 65 anos por Lei complementar

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A contrarreforma da previdência social:

3 diretrizes centrais

A instituição da idade mínima é conjugada com:

2) Aumento do tempo mínimo de contribuição para acesso a uma aposentadoria, que passa dos atuais15 anos para 20 anos no RGPS e 25 anos no RPPS – exclusão de 60% da classe trabalhadora brasileira(DIEESE, 2017)

3) Rebaixamento no valor dos benefícios no RGPS e RPPS, o que prejudica, sobretudo, segurados quecontribuem acima do mínimo - PEC n. 287/2016: 25 TC = 70% RMI / 100% RMI = 40 anos de TC

PEC BOLSONARO/2019: 20 TC = 60% RMI / 100% RMI = 40 anos de TC

No cálculo, serão englobados 100% dos salários de contribuição (e não mais os 80% maiores)

Para “vender o peixe”: previsão de que, quem se aposentar pelas regras novas, não ficará sujeito aoteto (100% do SB), podendo receber a mais se contribuir por mais de 40 anos (2% por ano decontribuição a mais) – Limitação ao teto previdenciário (R$ 5.839,45 em 2019)

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A contrarreforma da previdência social:

3 diretrizes centrais

Agravantes da proposta: SEGURADOS

1) Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais: prevê idade mínima de 60 anos + tempo de contribuição mínimo de20 anos.

Segurado Especial: contribuição anual mínima do grupo familiar: R$ 600,00

2) Funcionários Públicos: aposentadoria voluntária: 62 M / 65 H + 25 TC + 10 anos serviço público + 5 anoscargo

quem ingressou até 31/12/2003, terá a integralidade garantida apenas ao completar 62 e 65 anos;professores aos 60.

Para quem ingressou após 2003, o critério para o cálculo é o mesmo do RGPS (Ou seja, fim de todas asdemais regras de transição em vigência) = 60% MI + 2% para a ano que ultrapasse 20TC

Sempre considerando 100% das contribuições para o cálculo (diminuição do valor)

3) Professores: para se aposentar aos 60 anos, deverão contar com no mínimo 30 anos de TC exclusivamente“em atividades de magistério”(10 anos de serviço público e 5 anos no cargo) – diretores? Coordenadorespedagógicos?

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A contrarreforma da previdência social:

3 diretrizes centrais

Agravantes da proposta: BENEFÍCIOS

1) Aposentadoria por invalidez (ou incapacidade permanente): deixa de ser no valor de 100% do saláriode benefício e passa a obedecer a regra geral, ou seja: 60% para 20TC + 2% para cada ano queexceder os 20. Apenas terá direito a 100% se decorrer de Acidente do trabalho ou Doença Profissionalou do Trabalho (pensar na difícil tipificação pós Reforma Trabalhista)

Doença grave, contagiosa ou incurável, como câncer, por exemplo: 60% de RMI

Na aposentadoria por incapacidade do professor/professora, não há ressalva quanto à incapacidadedecorrente de acidente de trabalho ou doença profissional = 60% RMI (p. 25 da PEC)

Servidor Público: Se puder se readaptado, não se aposenta; se for aposentado, ficará submetido aexames periódicos (não há referência a limite de idade)

2) Pensão por Morte: RGPS e RPPS – 50% de RMI + 10% para cada dependente, com cotas não reversíveis(apenas 100% se houver 5 dependentes ou mais!) – lembrar da Lei n. 13.135/2015

3) Benefício de Prestação Continuada: idade elevada para 70 anos com possibilidade de pagamento deR$ 400,00 a partir dos 60 anos de idade. Para além da condicionante de ¼ de SM per capita,estabelece que beneficiário deve ter patrimônio inferior a 98 mil (Faixa 1 do Minha Casa Minha Vida)

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A contrarreforma da previdência social:

3 diretrizes centrais

4) Cumulação de benefícios (inclusive de regimes diferentes! Salvoaposentadorias): receberá 100% do de maior valor e um percentual

do 2: 80% para benefício de até 1 SM; 60 % para entre 1 e 2 SM; 40%

entre 2 e 3; 20% entre 3 e 4 e zero para benefícios acima de 4 SM.

5) Aposentadoria Especial: Idade mínima de 55 anos (15); 58 anos (20) e60 anos (25); conversão de tempo para comum apenas até a data

da EC e desde que comprovado efetivo prejuízo à saúde.

6) Segurado aposentado que continua no mercado de trabalho:

previsão de não pagamento de FGTS a partir da data da concessão

da aposentadoria e nem da multa de 40% em caso de demissão

(Professores / Guerra “intergeracional” entre os trabalhadores)

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A contrarreforma da previdência social:

3 diretrizes centrais

Agravantes da proposta: REGRAS DE TRANSIÇÃO: para quem já está contribuindo.

1) Aposentadoria por Tempo de Contribuição: 3 tipos de regras de transição para o RGPS: sempre cumprindo30 TC M e 35 TC H:

Sistemática de pontos começando em 86 pts M e 96 pts H, devendo chegar a 100 pts M e 105 pts H – 60%RMI com 20TC + 2% para cada ano eu ultrapassar 20 TC (100% das contribuições)

Idade mínima de 56 anos M e 61 anos H (a partir de 2020, acrescenta 6 meses a cada ano até atingir 62 M e65 H) - 60% RMI com 20TC + 2% para cada ano eu ultrapassar 20 TC (100% das contribuições)

Pedágio de 50% do tempo que falta para 30 TC e 35TC na data da promulgação da EC – aplica FatorPrevidenciário – apenas para M com 28 anos de TC e H com 33 anos de TC

2) Aposentadoria por Especial: somatória de idade + TC + tempo especial

66 pontos + 15 anos de efetiva exposição

76 pontos + 20 anos de efetiva exposição

86 pontos + 25 anos de efetiva exposição

A partir de 2020, sobre 1 ponto por ano até atingir 89 (15 anos); 93 (20 anos) e 99 (25 anos)

60% de RMI + 2% para cada ano que exceder 20/15 anos de TC

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A contrarreforma da previdência social:

3 diretrizes centrais

FINANCIAMENTO:

1) Alíquota progressiva sobre o salários de contribuição: somatória de idade + TC + tempo especial

Quem recebe na faixa dos R$ 2.000,00, vai ser tributado em até 3% a mais, acima dos R$ 3.000,00, até 4%a mais. Para quem ganha R$ 1.000,00, vai de 8% para 9%

2) Contribuição Extraordinária do Servidor Público (Art. 149, §1-C e art. 13 ADCT): Prevê a possibilidade deinstituição por lei de contribuição extraordinária para os servidores públicos, aposentados e pensionistas“cobrir do déficit de seus regimes próprios” – poderá ter como base de cálculo TODO o salário e duraraté 20 anos para todos que ganham mais que o mínimo. (p. 6 e 28)

Salário de Contribuição Alíquota

Até 1 SM 7,5%

Acima de 1 SM até R$

2000,00

9%

De R$ 2001,00 a R$ 3000,00 12%

De R$ 3001,00 a R$ 5.839, 45 14%

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As violências contra as mulheres

trabalhadoras

1) Idade mínima progressiva de 62 anos para mulheres:

Temer: PEC n. 287/2016: 53 anos 2018 / 62 anos 2036 – RPSP 55 anos 2018 / 62 anos 2032

Bolsonaro: PEC n. 6/2019: 56 anos até 2022 – a partir de então, sobe 6 meses a cada ano,chegando a 62 anos em 2034 (GATILHO pode aumenta-la a partir de então por leicomplementar)

Parâmetro adotado para fixação? Desconhecido – desconsideração das jornadas duplas,triplas, quádruplas das mulheres

“Mulheres dedicam 18,1 horas semanais aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos, oque representa 73% a mais do que os homens (10,5 horas semanais). No Nordeste, adesigualdade chega a representar 80% a mais. Mulheres negras são as que mais se dedicama essa tarefa, com 18,6 h/semana”.

Trabalho + afazeres domésticos: carga de 56h semanais (IBGE/2016)

Professoras: ampla maioria na categoria do professorado de ensino fundamental e médio;elevação de 05 anos na idade mínima (60 anos) e extinção da diferença com os colegasprofessores.

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As violências contra as mulheres trabalhadoras

2) Redução da porcentagem de RMI para TODAS as aposentadorias:

Temer: PEC n. 287/2016: 76% (2016) - 70% (04/2017)

Bolsonaro: PEC n. 6/2019: 60% considerando 100% das contribuições

Mulheres ocupam a maioria dos postos de trabalho precarizados, terceirizados e com asremunerações mais baixas: recebemos 23% a menos que os homens

Região Metropolitana de São Paulo: 1,3 milhões de mulheres no mercado informal; 41%são chefes de família e 25% “mães solos” (mito do trabalho da mulher como“complemento de renda”); 82% receberam até 2 SM

Trabalho doméstico: 96,2% das empregadas domésticas são mulheres; 55,8% delas seautoproclamam negras (EC n. 72/2013 só regulada em 2015)

Cargos gerenciais (melhores remunerações): “No Brasil, em 2016, 62,2% dos cargosgerenciais, tanto no poder público quanto na iniciativa privada, eram ocupados porhomens e 37,8% por mulheres”

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As violências contra as mulheres trabalhadoras

3) Benefício de pensão por morte

Histórico da opressão de gênero no Brasil e a importância desse benefício para as mulheres: (1) avós como “arrimos de família” + (2) maior expectativa de vida das mulheres + (3) ausência de creches e escolas integrais + (4) casamentos precoces e gravidez na adolescência

“Retiradas de direitos a conta gotas”: Lei n. 13.135/2015: misoginia + “fraudemania” - exigência de que o casamento/união estável tenha duração de no mínimo 2 anos e extinção da vitaliciedade da pensão (só é vitalícia se o/a cônjuge sobrevivente for maior de 44 anos)

PEC n. 6/2019:

Proibição da cumulação dos benefícios de pensão por morte + aposentadoria superioresa 1 salário-mínimo: receberá 100% do de maior valor e um percentual do 2: 80% parabenefício de até 1 SM; 60 % para entre 1 e 2 SM; 40% entre 2 e 3; 20% entre 3 e 4 e zeropara benefícios acima de 4 SM.

Se houver apenas a viúva como dependente = 60% apenas (50% do SB + 10% pordependente – cotas não reversíveis – garantia do SM)

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NADA É TÃO RUIM QUE

NÃO POSSA PIORAR,

SOBRETUDO, NO Brasil

contemporâneo...

O indicativo na proposta que nos permite afirmar que essa proposta é apenas o COMEÇO do desmonte do sistema público de previdência social solidário: art. 201-A da PEC c/c art. 115 do ADCT = A Capitalização JÁ ESTÁ PREVISTA como OBRIGATÓRIA

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A PREVIDÊNCIA NO GOVERNO BOLSONARO:

O AGRAVANTE DA PROPOSTA DE CAPITALIZAÇÃO

Paulo Guedes defende a criação de um Regime de Capitalização nos moldes do

que foi feito no Chile de Pinochet (1983) para os trabalhadores que estiverem

ingressando no mercado de trabalho (equivalente previdenciário da “carteira detrabalho verde e amarela”).

Quem é Paulo Guedes, o “guru” econômico com quem Bolsonaro “se casou”?

A união entre economistas neoliberais e políticos militares tem um passado e um

famoso precedente na América Latina: a ditadura de Augusto Pinochet, no Chile, a

partir de 1973.

Documentário: Teoria do Choque: a ascensão do capitalismo de desastre - NaomiKlein (https://www.youtube.com/watch?v=Y4p6MvwpUeo).

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MODELO PRIVADO DE PREVIDÊNCIA CHILENA: FUNCIONAMENTO

1) Conta Individual de cada trabalhador(a), administrada pelas AFP (Administradoras de

Fundos de Pensão) – empresas privadas

Depósito de 10% do salário + taxa de administração por, no mínimo, 40 anos

(mínimo) + idade mínima de 60 anos M e 65 anos H

2) Sistema de Contribuição Definida – Benefício Incerto (dependência de complicados

cálculos e projeções econômicas) - Aposentadorias e Pensões na dependência do

“sucesso” dos investimentos feitos, boa administração das AFPs, expectativa de vida

da população, flutuações financeiras: não é um “direito”, é um serviço prestado ao

consumidor.

3) Não há contribuição por parte de Empregadores ou do Estado.

4) Forças Armadas e Policiais foram excluídos da reforma e permaneceram com seus

sistemas públicos de repartição.

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MODELO PRIVADO DE PREVIDÊNCIA CHILENA:

REALIDADE ATUAL (Prof. Andras Uthoff, Conselheiro Regional da OIT)

1. A maioria dos trabalhadores recebe a Pensão Básica Solidária, estabelecida pelareforma de 2008, que corresponde a 40% do salário mínimo chileno (R$ 1.573,20), ou seja,uma aposentadoria de R$ 629,28.

79% das pessoas aposentadas no Chile recebem um valor abaixo do salário mínimo e44% estão abaixo da linha da pobreza.

2. Oligopólio: 6 empresas – 3 delas controlam 75% do total das contribuiçõesprevidenciárias chilenas (concorrência??) –Administram um patrimônio de U$ 217 Bilhõesde dólares, o que equivale a chocantes 80% do PIB do país (dados da OCDE)

Enriquecimento as custas do bem-estar dos trabalhadores: empresários dos fundos depensão lucram 1,5 milhão de dólares por dia (Fundação Sol)

As AFPs são estrangeiras e o dinheiro das contribuições não é aplicado no Chile, nodesenvolvimento da economia chilena, mas sim em papeis da dívida dos paísesdesenvolvidos, que são “investimentos seguros” com uma rentabilidade adequada.

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MODELO PRIVADO DE PREVIDÊNCIA CHILENA: CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS

O Chile tem altíssimas taxas de suicídios entre pessoas idosas, as mais altas da

América Latina.

Protestos dos trabalhadores: mais de 2 milhões de pessoas saíram às ruas em

março/2017.

Movimento “No + AFP” defende o retorno do modelo de repartição – antes do

retorno da direita ao poder, o governo de Michele Bachelet havia criado a

“Bravo Comission” (2015), formada por 24 especialistas para estudar e propor

mudanças no sistema.

Em suas conclusões, ela sugere a adoção do modelo de 5 pilares

sugerido pelo Banco Mundial, que está muito próximo ao sistema de

seguridade social proposto na Constituição de 1988...

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2. A REALIDADE PREVIDENCIÁRIA

BRASILEIRA: DADOS PARA REFLEXÃO

INDICAÇÕES:

a) ANFIP; DIEESE. Previdência: reformar para excluir? Contribuição técnica ao debate sobre a reforma da previdência socialbrasileira - Brasília: DIEESE/ ANFIP; 2017 48p. (Documento síntese) Disponível em <http://plataformapoliticasocial.com.br/wp-content/uploads/2017/02/Previdencia_Doc_Sintese.pdf>. Acesso em: 01 nov. 2017

b) DIEESE, Nota Técnica n. 174, “A reforma da Previdência e a desproteção dos idosos”, Março de 2017 Disponível em <https://www.dieese.org.br/notatecnica/2017/notaTec174PrevidenciaDesprotecaoIdosos.html>.

c) Auditoria cidadã da Dívida <https://auditoriacidada.org.br/wp-content/uploads/2019/02/grafico-2018.pdf>.

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ALGUNS DADOS SOBRE O

REGIME GERAL DE

PREVIDÊNCIA PÚBLICA

BRASILEIRO (INSS/RGPS)

69% dos benefícios previdenciários tem valor de até

01 salário-mínimo

92% são inferiores a R$ 2.800,00 (ou seja, inferiores a

03 salários-mínimos)

Para cada benefício previdenciário concedido, são

beneficiadas, em média, 2,5 pessoas

Cerca de 80% da população idosa no Brasil (cerca

de 20 milhões de pessoas) está coberta pela

proteção previdenciária (a taxa de pobreza entre os

idosos brasileiros é 3x menor do que a da população

em geral graças à Previdência)

Em 70% dos municípios brasileiros, o montante que

circula via concessão de benefício previdenciários

supera os repasses do Fundo de Participação dos

Municípios, em 82% deles, o montante supera a

arrecadação municipal. (comércio)

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Enquanto isso, do

outro lado do

“terror econômico-

atuarial”...

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Fonte: Auditoria

Cidadã da Dívida.

Disponível em

https://auditoriacida

da.org.br/.

OBS: Decreto n.

9.699/2019, de 8 de

fevereiro de 2019,

que sacou 600

bilhões do

“Orçamento Fiscal e

da Seguridade

Social” destinando-

os a “encargos

financeiros da

União”

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3. “QUAL REFORMA?”: O PROJETO

CONSTITUCIONAL “INCONCLUSO” DE

CRIAÇÃO DO SISTEMA DE SEGURIDADE

SOCIAL.

INDICAÇÕES:

a) ANFIP; DIEESE. Previdência: reformar para excluir? Contribuição técnica ao debate sobre a reforma da previdência socialbrasileira - Brasília: DIEESE/ ANFIP; 2017 48p. (Documento síntese) Disponível em <http://plataformapoliticasocial.com.br/wp-content/uploads/2017/02/Previdencia_Doc_Sintese.pdf>. Acesso em: 01 nov. 2017

b) ANFIP. Fundação ANFIP de Estudos da Seguridade Social. Análise da seguridade social 2017. Brasília, DF: ANFIP, 2018.Disponível em: <https://www.anfip.org.br/wp-content/uploads/2018/12/Livros_28_11_2018_14_51_18.pdf>. Acesso em: 01 nov.2017.

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MODELO CONSTITUCIONAL BRASILEIRO:

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

V - equidade na forma de participação no custeio;

VI - diversidade da base de financiamento;

VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

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”Mas quem financia tudo isso?

(ou a Constituição é “pródiga em direitos”?)

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Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos

termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes

sobre: (CSLL; Cofins; PIS)

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à

pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro;

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição

sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata

o art. 201;

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos

órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas

e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão

de seus recursos.

§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da

seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

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Resultado Financeiro

do Orçamento da

Seguridade Social ao

longo dos anos

De acordo com a (ANFIP,

2017), somando-se todas

as receitas das

contribuições sociais

previstas no Art. 195 da CF e subtraindo todos os

gastos da seguridade

social, temos:

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“O Orçamento da Seguridade Social, desde 2005,

apresenta resultados positivos. A despeito dos números

negativos de 2016 e 2017, em média, as receitas

superaram as despesas em R$ 43 bilhões para cada

um desses 13 anos. E bastava a manutenção do valor

real de suas receitas para reverter os dois únicos

resultados negativos da série.

(ANFIP, 2017, P. 172)

“Nesse aspecto, o governo age de forma contraditória. Reafirma a situação deficitária da

Seguridade para promover reformas e cortes nos mais diversos direitos. E, ao mesmo tempo,

aumenta a subtração de recursos desse Orçamento, via Desvinculação de Receitas da União. Essa

desvinculação somente se justifica pelo reconhecimento do caráter superavitário. Fazer

desaparecer R$ 100 bilhões anualmente das contas desse orçamento é uma forma de negar as

possibilidades de mais recursos para a Saúde, melhores e mais abrangentes programas sociais,

maiores aumentos para o salário mínimo e para os aposentados e pensionistas”.

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“Até 2015, esse percentual dedesvinculação era de 20%. Com aelevação do percentual dedesvinculação de 20% para 30%, asubtração de recursos da Seguridadepassou de uma média de R$ 63,4bilhões, entre 2013 e 2015, para R$ 99,4bilhões em 2016 e R$ 113 bilhões em2017. Por que desvincular 20% ou 30%dos recursos da seguridade social?Porque historicamente o Orçamento daSeguridade Social sempre foisuperavitário. Para se ter uma ideia,entre 2005 e 2016, o superavit médioanual foi de R$ 50,1 bilhões.Coincidência, ou não, nesse mesmoperíodo, entre 2005 e 2016, o valormédio de recursos desviados daSeguridade Social pela DRU foi de R$52,4 bilhões, ou seja, da mesma ordemde grandeza da média dos superavitsda Seguridade no mesmo período.(ANFIP, 2017, p. 72)

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Renúncias totais na

ordem de R$ 263 bilhões

em 2016 e R$ 270 bilhões

em 2018, o que

corresponde a

aproximadamente 4%

do PIB ou 22% da

arrecadação!

Qual a contrapartida?

Quem foi beneficiado?

Quem vai pagar essa

conta?

Fonte: ANFIP – Análise da Seguridade Social 2017 (série)

http://www.anfip.org.br/.

Disponível em:

https://www.anfip.org.br/wp-content/uploads/2018/12/Livros_28_11_2018_14_51_18.pdf

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“Com os números parciais até julho deste ano(2018), apenas foram

gerados 50 mil postos de empregos formais nos 9 meses posteriores

à reforma – nada perto dos 2,9 milhões de empregos com carteira

fechados entre 2015 e 2017. Pior ainda, foi a qualidade dos novos

empregos. Pouco mais da metade desse saldo foi composto por

postos intermitentes (26,5 mil), onde o trabalhador não tem

qualquer garantia de salário ao final do mês. Outros 13 mil são

contratos por tempo parcial. No conjunto, mais de ¾ desse

aumento está concentrado em contratos “atípicos” e precários,

que passam a ser reconhecidos pela Reforma Trabalhista.

(ANFIP, 2017, P. 173)

“[...] novos dados do IBGE que apontam para o crescimento da pobreza no Brasil e constatam que

cerca de 52 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da população, vivem na linha de pobreza

e têm renda familiar equivalente a R$ 387,07 por mês, e que o maior índice de pobreza está

localizado na região nordeste do país, onde 43,5% da população está nessa situação. Cortar

acesso a benefícios e precarizar as ações governamentais que atuam diretamente para melhorar

as condições de vida desse segmento é menosprezar toda essa realidade”.

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Fonte: Procuradoria Geral da Fazenda Nacional

Fonte: Procuradoria Geral daFazenda Nacional (2015)

https://reporterbrasil.org.br/

wp-

content/uploads/2017/02/m

aioresdevedoresprevidencia

.pdf

.

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ANFIP; DIEESE. Previdência:

reformar para excluir?

Contribuição técnica ao

debate sobre a reforma da

previdência social brasileira

- Brasília: DIEESE/ ANFIP; 2017

48p.

Elaboração: ANFIP/DIEESE, 2017

FONTE DE RECEITA POSSÍVEL PARA A

SEGURIDADE SOCIAL

VALOR

POTENCIAL DA

RECEITA

Débito Previdenciário inscrito na Dívida

Ativa (2016)

350,700 bilhões

Desonerações Fiscais da Seguridade

Social (2016)142,965 bilhões

Desvinculação das Receitas da União –

DRU (2015)

61 bilhões

Estimativa de receita sonegada pela

não fiscalização (2015)

46,8 bilhões

TOTAL 601,465 bilhões

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PERSPECTIVAS DE LUTAS: QUAIS OS OUTROS

CAMINHOS?

Cobrança dos devedores da Previdência

Fim da DRU e da EC do “teto dos gastos” (EC n.

95/2016)

Aumento da fiscalização de irregularidades na

concessão de isenções e anistias tributárias

Auditoria da Dívida Pública brasileira

Reforma Tributária

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“[...] Previdência Social não constitui somente

um arcabouço técnico de seguro social, de

caráter contributivo, mas um referencial de

proteção social de um povo e de uma nação

[...]” (FALEIROS, 1998, p. 30).

Em outras palavras: O que nós vamos

fazer com as pessoas que forem

“velhas” demais para continuar no

mercado e “novas” demais para se

aposentarem?