a psicologia e o insucesso escolar

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03 – 04 - 2003 A psicologia e o insucesso escolar Teorias explicativas sobre o insucesso escolar (1989) Até ao final dos anos 60, o insucesso escolar era explicado palas maiores/menores capacidades dos alunos, pela sua inteligência, pelos seus dotes naturais. Porém, é desde o final dos anos 60 que surge a teoria do handicap sócio- cultural, baseada nas explicações de natureza sociológica. O sucesso/insucesso é, assim, explicado através da pertença social da criança, pela maior ou menor bagagem cultural de que os alunos dispõem na sua entrada para a escola. Surge, nos anos 70, uma corrente sócio-institucional que sublinha a necessidade de diversidade e de diferenciação pedagógica, pondo em evidência o carácter activo da escola na produção do insucesso. (ex. nos anos 69/70 apenas transitaram para o 10º ano 13% dos alunos). Aplicou-se o PIPSE, o qual não encarava simplesmente o sistema educativo como responsável pelo insucesso. Foram tomadas muitas medidas contra o insucesso e é a partir desta data que surgem os primeiros psicólogos nas escolas.. Teorias sócio-institucionais A escola cria as diferenças. Esta valoriza um determinado tipo de linguagem, de comportamentos, de atitudes, de púbitos dos alunos oriundos dos meios mais favorecidos. A intervenção das teorias sócio-institucionais passa pela escola – reformulação das teorias educativas – formação de professores – alteração do currículo escolar – alterações a nível educativo Esta intervenção só é possível a partir do momento em que se reconhece a escola como produtora de insucesso. É aqui que o psicólogo pode intervir de

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Page 1: A Psicologia e o Insucesso Escolar

03 – 04 - 2003

A psicologia e o insucesso escolar

Teorias explicativas sobre o insucesso escolar (1989)

Até ao final dos anos 60, o insucesso escolar era explicado palas maiores/menores

capacidades dos alunos, pela sua inteligência, pelos seus dotes naturais.

Porém, é desde o final dos anos 60 que surge a teoria do handicap sócio-cultural,

baseada nas explicações de natureza sociológica. O sucesso/insucesso é, assim,

explicado através da pertença social da criança, pela maior ou menor bagagem

cultural de que os alunos dispõem na sua entrada para a escola.

Surge, nos anos 70, uma corrente sócio-institucional que sublinha a necessidade de

diversidade e de diferenciação pedagógica, pondo em evidência o carácter activo da

escola na produção do insucesso. (ex. nos anos 69/70 apenas transitaram para o 10º

ano 13% dos alunos). Aplicou-se o PIPSE, o qual não encarava simplesmente o sistema

educativo como responsável pelo insucesso. Foram tomadas muitas medidas contra o

insucesso e é a partir desta data que surgem os primeiros psicólogos nas escolas..

Teorias sócio-institucionais

A escola cria as diferenças. Esta valoriza um determinado tipo de linguagem, de

comportamentos, de atitudes, de púbitos dos alunos oriundos dos meios mais

favorecidos.

A intervenção das teorias sócio-institucionais passa pela escola – reformulação das

teorias educativas – formação de professores – alteração do currículo escolar –

alterações a nível educativo

Esta intervenção só é possível a partir do momento em que se reconhece a escola como

produtora de insucesso. É aqui que o psicólogo pode intervir de uma forma mais

abrangente. Não desenvolve contacto directo com a criança como nos anos 40 e 50,

mas pode, por exemplo, trabalhar com professores, pais… enfim, o psicólogo não

trabalha directamente com a criança, mas sim para a criança. As explicações de

insucesso foram alterando o papel do psicólogo.