a prova de 2a fase da unesp dezembro...

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É trabalho pioneiro. Prestação de serviços com tradição de confiabilidade. Construtivo, procura colaborar com as Bancas Examinadoras em sua tarefa de não cometer injustiças. Didático, mais do que um simples gabarito, auxilia o estudante no processo de aprendizagem, graças a seu formato: reprodução de cada questão, seguida da reso- lução elaborada pelos professores do Anglo. No final, um comentário sobre as disciplinas. A Universidade Estadual Paulista — Unesp — tem unidades instaladas em várias cidades do estado de São Paulo: Araçatuba, Araraquara, Assis, Bauru, Botucatu, Franca, Guaratinguetá, Ilha Solteira, Itapeva, Jaboticabal, Marília, Presidente Prudente, Rio Claro, Rosana, São José dos Campos, São José do Rio Preto, São Paulo e São Vicente. Seu vestibular, que é aplicado pela Fundação Vunesp, é realizado em duas fases. A segunda fase da Unesp compreende provas de conhecimentos específicos. São questões analítico-expositivas e uma Redação, em dois dias, com a seguinte cons- tituição: 1 o dia: 12 questões de Ciências Humanas (História, Geografia e Filosofia). 12 questões de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e Matemática. 2 o dia: • 12 questões de Linguagens (Português, Literatura, Educação Física, Língua Inglesa e Artes) e uma Redação. Duração das provas em cada dia: 4 horas e 30 minutos. Cada questão vale 2 pon- tos, e a Redação, 28 pontos. Para a nota final será aplicada a nota da parte objetiva do ENEM da seguinte forma, quando favorecer o candidato: = nota da 1 a fase com ENEM Os candidatos aos cursos de Arquitetura e Urbanismo (Bauru), Arte-Teatro, Artes Visuais, Design, Educação Artística, Educação Musical e Música (Bacharelado) fazem prova de Habilidade Específica. A pontuação final é a média aritmética simples das notas de 1 a fase (com ENEM) e a nota da 2 a fase. Para os cursos que exigem prova de Habilidade, a pontuação final é a média aritmé- tica simples das seguintes notas: da 1 a fase (com ENEM), da 2 a fase e da prova de Habilidade Específica. É eliminado o candidato ausente em uma das provas ou que tenha nota zero em qualquer um dos três componentes da Prova de Conhecimentos Específicos, na Redação ou na Prova de Habilidades Específicas, quando for o caso. Nota da 1ª a fase × 4 + nota do ENEM 5 o anglo resolve a prova de 2 a fase da UNESP dezembro 2010

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É trabalho pioneiro.Prestação de serviços com tradição de confiabilidade.Construtivo, procura colaborar com as Bancas Examinadoras em sua tarefa de nãocometer injustiças.Didático, mais do que um simples gabarito, auxilia o estudante no processo deaprendizagem, graças a seu formato: reprodução de cada questão, seguida da reso-lução elaborada pelos professores do Anglo.No final, um comentário sobre as disciplinas.

A Universidade Estadual Paulista — Unesp — tem unidades instaladas em váriascidades do estado de São Paulo: Araçatuba, Araraquara, Assis, Bauru, Botucatu,Franca, Guaratinguetá, Ilha Solteira, Itapeva, Jaboticabal, Marília, PresidentePrudente, Rio Claro, Rosana, São José dos Campos, São José do Rio Preto, São Pauloe São Vicente.Seu vestibular, que é aplicado pela Fundação Vunesp, é realizado em duas fases.A segunda fase da Unesp compreende provas de conhecimentos específicos. Sãoquestões analítico-expositivas e uma Redação, em dois dias, com a seguinte cons-tituição:

1o dia:• 12 questões de Ciências Humanas (História, Geografia e Filosofia).• 12 questões de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e Matemática.

2o dia:• 12 questões de Linguagens (Português, Literatura, Educação Física, Língua

Inglesa e Artes) e uma Redação.

Duração das provas em cada dia: 4 horas e 30 minutos. Cada questão vale 2 pon-tos, e a Redação, 28 pontos.

Para a nota final será aplicada a nota da parte objetiva do ENEM da seguinte forma,quando favorecer o candidato:

= nota da 1a fase com ENEM

Os candidatos aos cursos de Arquitetura e Urbanismo (Bauru), Arte-Teatro, ArtesVisuais, Design, Educação Artística, Educação Musical e Música (Bacharelado) fazemprova de Habilidade Específica.A pontuação final é a média aritmética simples das notas de 1a fase (com ENEM) ea nota da 2a fase.Para os cursos que exigem prova de Habilidade, a pontuação final é a média aritmé-tica simples das seguintes notas: da 1a fase (com ENEM), da 2a fase e da prova deHabilidade Específica.

É eliminado o candidato ausente em uma das provas ou que tenha nota zero emqualquer um dos três componentes da Prova de Conhecimentos Específicos, naRedação ou na Prova de Habilidades Específicas, quando for o caso.

Nota da 1ªa fase × 4 + nota do ENEM5

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3UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

Um autor do século VI assim descreveu o rei Átila, que, comandando os hunos, chegou às portas de Roma:Homem vindo ao mundo em um entrechoque de raças, terror de todos os países, não sei como ele semeavatanto pavor, a não ser pela ligação que se fazia de sua pessoa com um sentimento de terror. Tinha um portealtivo e um olhar singularmente móvel, se bem que cada um de seus movimentos traduzisse o orgulho de seupoder. (…) sua pequena-estatura, seu peito largo, sua cabeça grande, seus olhos minúsculos, sua barba rala,sua cabeleira eriçada, seu nariz muito curto, sua tez escura, eram sinais de suas origens.

(Jordanes. Getica XXXV (c. 551), citado por Jaime Pinsky (org.).O modo de produção feudal, 1982.)

Ao representar Átila, que imagem dos bárbaros o autor transmite?

A representação de Átila, rei dos hunos, alude à imagem aterrorizante que se tinha dos povos denominadosde bárbaros pelo ocidente europeu. O excerto descreve a altivez dessa personagem asiática e suas caracterís-ticas físicas, relacionando-as às suas origens.

(Claude Monet. Impression, soleil levant (1873). Musée Marmottan, Paris. Extraído de http://www.ibiblio.org/wm/paint/glo/impressionism)

O Impressionismo foi um dos movimentos artísticos mais significativos do século XIX. Indique uma caracterís-tica da pintura impressionista, presente na tela, e o motivo pelo qual se afirma que ela rompeu com a pintu-ra realista.

A arte impressionista, diferentemente da pintura realista, não pretendia ser um retrato da realidade, e simfazer da pintura uma obra em si mesma. Claude Monet buscava, através de pinceladas soltas, atrair os olharespara o movimento, a luz e suas variações de intensidade. Na pintura, o barco e o rio aparecem sem contornosnítidos, a ênfase está nas cores que adquirem ao refletir a luz do Sol.

Resolução

Questão 2▼▼

Resolução

Questão 1▼▼CCCIIINNNCCC ÊÊÊ AAAIII SSS NNNAAAHHH MMM AAAUUU SSS

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Em 1922, Ele marcha sobre Roma. Ele é a Itália em movimento. A Revolução prossegue. Depois de meio sécu-lo de letargia, a nação cria seu próprio regime. Surge o Estado dos italianos. Seu poder manifesta-se. Suas vir-tudes vêm à tona. Seu império está em formação. Esse grande renascimento (...) terá o nome Dele. Em todoo mundo se inaugura um século italiano: o século de Mussolini.

(Augusto Turati (1928), citado por Donald Sassoon. Mussolini e a ascensão do fascismo, 2009.)

O perfil de Benito Mussolini foi escrito em 1928 e mostra algumas características do fascismo italiano. Identi-fique, a partir do documento, como esse perfil de Mussolini, traçado pelo autor do texto, caracteriza a ideo-logia fascista e se opõe aos princípios políticos democráticos.

O texto afirma que o fascismo foi um movimento revolucionário que tirou a Itália da letargia e associa essa trans-formação a um grande renascimento caracterizado pela preponderância do Estado e pela liderança de Mussolini.Tais circunstâncias políticas eliminaram os direitos civis criados pela democracia liberal e introduziram a dita-dura. O Estado fascista tinha na sua essência o corporativismo, uma vez que assumia a função de unir o capitale o trabalho. Dessa maneira, era antiliberal, por criar um rigoroso planejamento capitalista, e antioperário, poreliminar suas manifestações mais autênticas.

A década de 1930 no Brasil é normalmente associada ao varguismo. Além da liderança de Getúlio Vargas, operíodo também apresentou forte radicalização política. Como podemos associar tal fenômeno ao panoramainternacional de então? Cite dois exemplos de agrupamentos políticos radicais atuantes no Brasil dos anos 30e algumas de suas principais propostas.

A conjuntura internacional do período entreguerras (1919-38) foi marcada pelo confronto entre as correntesdo nazifascismo e dos regimes liberais consolidados e comunistas em ascensão. Essa radicalização resultou naSegunda Guerra Mundial.No Brasil de Vargas, tal radicalização teve na articulação da Ação Integralista Brasileira e da Aliança NacionalLibertadora suas principais expressões. Ambas alicerçadas em doutrinas europeias e com propostas de cunhonacionalista, divergiam, contudo, nos seguintes aspectos relevantes:Os integralistas defendiam o Estado corporativo conservador e autoritário, antiesquerdista na linha de umaversão brasileira de partido fascista.A ANL, como frente democrática com espaço para os comunistas, propugnava o governo popular legitima-mente eleito, a reforma agrária e o anti-imperialismo.

Analise o mapa anamórfico.MORTALIDADE INFANTIL

(DADOS DE 2002 QUE COMPUTAM A MORTE NO PRIMEIRO ANO DE VIDA)

(www.worldmapper.org)

Explique essa representação cartográfica e mencione dois exemplos de regiões geográficas mundiais commaiores e dois com menores taxas de mortalidade infantil.

Questão 5▼▼

Resolução

Questão 4▼▼

Resolução

Questão 3▼▼

4UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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A representação cartográfica é denominada anamorfose. Ela mostra a intensidade da ocorrência de umfenômeno geográfico em determinada área. No caso dessa anamorfose, o fenômeno em questão é o da taxade mortalidade infantil no mundo. A observação do fenômeno em questão permite que se conclua, porexemplo, que as maiores taxas de mortalidade infantil ocorrem no continente africano e no Sul e Sudesteasiáticos; as menores taxas de mortalidade infantil ocorrem na Europa e na América Anglo-Saxônica.

Observe a figura composta a partir de diversas imagens de satélite, que mostram o mundo à noite.

A partir da figura, identifique quatro ações humanas no espaço terrestre, indicando as regiões afetadas.

Usando o mapa composto por imagens de satélites, que indica quatro formas de ação antrópica (humana),podemos destacar as seguintes ações sobre o espaço terrestre:

• Realização de queimadas, para a derrubada de matas e florestas, com o intuito de ampliar a área agrícola.As regiões mais afetadas estão em países subdesenvolvidos da América Latina, África Subsaariana e Ásia doSul e Sudeste.

• A queima de gás nos campos petrolíferos e de gás natural forma enormes labaredas e lança na atmosferamilhões de toneladas de poluentes e gases de efeito estufa. As regiões mais afetadas estão na Sibéria, dentroda Federação Russa.

• O fato de as fotos terem sido feitas à noite permite ver a localização das imensas frotas pesqueiras que seconcentram em certas partes dos oceanos, onde se realiza uma pesca intensiva e predatória, capaz de reduziros estoques de pescado e extinguir espécies. As regiões mais afetadas estão na costa ocidental da Américado Sul (Pacífico), extremo sul da costa oriental da América do Sul (Atlântico) e costa oriental da Ásia(Pacífico).

• As áreas onde se concentram imensas populações urbanas, com cidades muito próximas entre si, formammanchas quase contínuas de luzes. As regiões mais afetadas estão no leste dos Estados Unidos e Canadá ena Europa ocidental, maiores áreas urbanas e industriais do mundo.

Resolução

LEGENDA

Incêndios

Labaredas de gás nos campos petrolíferos

Frota de navios pesqueiros

Luzes das cidades

(Al Gore. Uma verdade inconveniente, 2006. Adaptado.)

Questão 6▼▼Resolução

5UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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O mapa espacializa a área do Golfo do México.

(Maria E. M. Simielli. Geoatlas, 2009. Adaptado.)

Cite o evento que ocorreu em abril de 2010 e trouxe problemas ambientais sem precedentes na região doGolfo do México. Apresente três consequências resultantes deste fato.

O evento que ocorreu em abril de 2010 no Golfo do México foi um acidente numa plataforma de exploraçãode petróleo, que provocou o vazamento desse óleo por vasta extensão marítima. Dentre as consequênciasdesse vazamento, podem-se citar: poluição das águas marinhas; destruição da biodiversidade; prejuízos eco-nômicos, especialmente nas áreas litorâneas, onde a atividade turística e a pesca são importantes.

No mapa está representada, em cinza escuro, uma formação vegetal.

(Maria E. M. Simielli. Geoatlas, 2009. Adaptado.)

Identifique-a e mencione três características da mesma.

O mapa indica os locais onde há a formação vegetal mediterrânea (adaptada a verões quentes e secos e inver-nos relativamente brandos). Dentre as características dessas formações destacam-se:

• Presença de xerófilas (plantas adaptadas aos locais secos);• Formação esparsa, com baixa densidade;• Predominância de arbustos;• Grande número de espécies com casca grossa, poucas folhas e espinhentas.

Resolução

Questão 8▼▼

Resolução

Questão 7▼▼

6UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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E a verdade, o que será? A filosofia busca a verdade, mas não possui o significado e substância da verdadeúnica. Para nós, a verdade não é estática e definitiva, mas movimento incessante, que penetra no infinito. Nomundo, a verdade está em conflito perpétuo. A filosofia leva esse conflito ao extremo, porém o despe de vio-lência. Em suas relações com tudo quanto existe, o filósofo vê a verdade revelar-se a seus olhos, graças aointercâmbio com outros pensadores e ao processo que o torna transparente a si mesmo. Eis porque a filosofianão se transforma em credo. Está em contínuo combate consigo mesma.

(Karl Jaspers, 1971.)

Com base no texto, responda se a verdade filosófica pretende ser absoluta, justificando sua resposta com umapassagem do texto citado. Ainda de acordo com o fragmento, explique como podemos compreender os con-flitos entre filosofia e religião e cite o principal movimento filosófico ocidental do período moderno que secaracterizou pelos conflitos com a religião.

O texto deixa claro que a filosofia não busca uma verdade absoluta ao afirmar, por exemplo, que a verdade“não possui o significado e substância da verdade única” (o candidato também poderia selecionar o trechoque diz que a verdade “não é estática e definitiva, mas movimento incessante”). Uma vez que a filosofia re-jeita verdades absolutas, cria-se a possibilidade de conflitos com a religião, fundada em dogmas e textos sa-grados. No período moderno, o movimento conhecido como Iluminismo criou um campo de atrito com a reli-gião, a partir da crítica ao clero e ao irracionalismo de suas práticas e seu discurso.

Em troca dos artigos que enriquecem sua vida, os indivíduos vendem não só seu trabalho, mas também seutempo livre. As pessoas residem em concentrações habitacionais e possuem automóveis particulares com osquais já não podem escapar para um mundo diferente. Têm gigantescas geladeiras repletas de alimentos con-gelados. Têm dúzias de jornais e revistas que esposam os mesmos ideais. Dispõem de inúmeras opções e inú-meros inventos que são todos da mesma espécie, que as mantêm ocupadas e distraem sua atenção do verda-deiro problema, que é a consciência de que poderiam trabalhar menos e determinar suas próprias necessida-des e satisfações.

(Herbert Marcuse, filósofo alemão, 1955.)

Caracterize a noção de liberdade presente no texto de Marcuse, considerando a relação estabelecida peloautor entre liberdade, progresso técnico e sociedade de consumo.

Marcuse apresenta uma visão crítica sobre a prática da liberdade como atualmente: o excepcional progressotécnico (a partir do pós-guerra) resultou em uma oferta exagerada de bens de consumo e na criação de ummodo de vida administrado: a multiplicidade de bens oculta a falta de conteúdo; o trabalho torna-se alienante(mero meio para obter recursos para a compra de bens); o tempo livre transforma-se em tempo de “lazer”,parte da esfera do consumo.

O Iluminismo é a saída do homem de um estado de menoridade que deve ser imputado a ele próprio. Meno-ridade é a incapacidade de servir-se do próprio intelecto sem a guia de outro. Imputável a si próprios é estamenoridade se a causa dela não depende de um defeito da inteligência, mas da falta de decisão e da coragemde servir-se do próprio intelecto sem ser guiado por outro. Sapere aude! Tem a coragem de servires de tuaprópria inteligência!

(Immanuel Kant, 1784.)

Esse texto do filósofo Kant é considerado uma das mais sintéticas e adequadas definições acerca do Iluminismo.Justifique essa importância comentando o significado do termo “menoridade”, bem como os fatores sociaisque produzem essa condição, no campo da religião e da política.

Questão 11▼▼

Resolução

Questão 10▼▼

Resolução

Questão 9▼▼

7UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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De acordo com Kant, o termo menoridade refere-se “à incapacidade de servir-se do próprio intelecto sem aguia de outro”, ou seja, a incapacidade do pensamento de se desenvolver fora de um quadro de restriçõesinstitucionais representadas, por exemplo, pela Igreja e pela religião. No final do século XVIII, no contexto doIluminismo e do processo revolucionário francês, a Igreja perde influência e ascende o Estado leigo, criando--se assim as condições sociais para a superação da “menoridade”.

Três maneiras há de preservar a posse de Estados acostumados a serem governados por leis próprias; primeiro,devastá-los; segundo, morar neles; terceiro, permitir que vivam com suas leis, arrancando um tributo e for-mando um governo de poucas pessoas, que permaneçam amigas. Sucede que, na verdade, a garantia mais se-gura da posse é a ruína. Os que se tornam senhores de cidades livres por tradição, e não as destroem, serãodestruídos por elas. Essas cidades costumam ter por bandeira, em suas rebeliões, tanto a liberdade quanto suasantigas leis, jamais esquecidas, nem com o passar do tempo, nem por influência dos favores que receberam.Por mais que se faça, e sejam quais forem os cuidados, sem promover desavença e desagregação entre os habi-tantes, continuarão eles a recordar aqueles princípios e a estes irão recorrer em quaisquer oportunidades esituações.

(Nicolau Maquiavel. Publicado originalmente em 1513. Adaptado.)

Partindo de uma definição de moralidade como conjunto de regras de conduta humana que se pretendemválidas em termos absolutos, responda se o pensamento de Maquiavel é compatível com a moralidade cristã.Justifique sua resposta, comentando o teor prático ou pragmático do pensamento desse filósofo.

Em O Príncipe, seu mais famoso escrito sobre política, Maquiavel rompe com a moralidade cristã. Na obra, Ma-quiavel apresenta uma visão da política essencialmente realista — portanto, pragmática —, colocando os ob-jetivos da ação política para além das restrições impostas pela moralidade cristã, que a via como uma formade “fazer o bem”. No fragmento apresentado percebe-se o caráter pragmático de suas ideias, bem como naopinão sobre o próprio sentido da política (uma vez que se dedica a aconselhar sobre formas de obter e pre-servar o poder).

Resolução

Questão 12▼▼Resolução

8UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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9UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

Leia atentamente os três textos e analise o gráfico.

I. Pela primeira vez na história, os empresários deparam-se com limites reais de crescimento econômico e deconsumo, impostos por questões relacionadas à natureza. Todo produto que chega ao consumidor, seja umcarro, um tênis ou uma xícara de café, tem origem na extração ou colheita de bens da natureza. Esses bens,a água, as terras cultiváveis, as florestas, são finitos.

(Veja, 09.06.2010. Adaptado.)

II. A população mundial era de cerca de 250 milhões de habitantes no ano 1 da era cristã. Em 1999, chegoua 6 bilhões, e poderá alcançar 9 bilhões em 2050. Alguns autores consideram que a racionalidade humanae os avanços tecnológicos são capazes de resolver os problemas ambientais em uma situação de crescimen-to populacional. Afirmam que as taxas de mortalidade vão continuar caindo, o bem-estar vai continuaraumentando e que o crescimento populacional contribui para o desenvolvimento humano a longo prazo.

(opensadorselvagem.org. Adaptado.)

III. Alguns autores consideram que a espécie humana expandiu-se a tal ponto que ameaça a existência dosoutros seres. Tornou-se uma praga que destrói e ameaça o equilíbrio do planeta. E a Terra reagiu. O proces-so de eliminação da humanidade já está em curso e vai se dar pela combinação do agravamento do efeitoestufa com desastres climáticos e a escassez de recursos. “Bilhões de nós morrerão e os poucos casais férteisde pessoas que sobreviverão estarão no Ártico, onde o clima continuará tolerável”, afirmam.

(opensadorselvagem.org. Adaptado.)

CURVA DE POTENCIAL BIÓTICO E CRESCIMENTO POPULACIONAL

Cada um dos textos I e II relaciona-se a uma das letras do gráfico, A, B ou C. Indique a que letras correspon-dem os textos I e II e justifique essa correlação. Para fazer jus à conclusão do texto III, uma das linhas do grá-fico deveria ser modificada. Faça na figura reproduzida no espaço para a resposta, a modificação sugeridapelo texto III e justifique o porquê dessa modificação.

O texto I corresponde à letra B, e o texto II, à letra A.A região indicada em B se refere aos fatores de resistência ambiental que, no texto I, são descritos comorecursos finitos (água, terras cultiváveis, florestas, etc.) A curva A relaciona-se ao potencial biótico da espéciehumana, que, segundo o texto II, cresce exageradamente, na crença de que a racionalidade humana e osavanços tecnológicos serão capazes de resolver os problemas ambientais causados pela nossa espécie.

Resolução

Tam

anh

o p

op

ula

cio

nal

A

B C

Tempo

Questão 13▼▼CCCIIINNNCCC ÊÊÊ AAAIII SSS TTTAAADDD NNN UUUAAA RRR AAAZZZEEE

AAATTTMMMEEE EEE MMM AAACCCÁÁÁ IIITTT

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Justificativa: o esgotamento dos recursos naturais aliado à superpopulação e aos efeitos danosos à biosfera —entre eles o incremento do efeito estufa com acentuação do aquecimento global —, poderão levar a umaqueda expressiva do tamanho da população humana em um intervalo de tempo relativamente curto.

Nova esperança contra a anemia falciforme

A anemia falciforme é uma doença genética na qual a hemoglobina A, que é produzida pelo organismoapós o nascimento, tem sua estrutura alterada, comprometendo sua função no transporte de oxigênio.

A cura só é possível por meio do transplante de medula óssea, um procedimento pouco realizado devidoà dificuldade de encontrar doadores compatíveis.

A esperança vem da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNESP de Araraquara, onde um grupo depesquisadores está desenvolvendo um novo medicamento que aumenta a taxa de hemoglobina fetal na cor-rente sanguínea. A hemoglobina fetal não tem sua estrutura alterada, e poderia suprir as necessidades dopaciente no transporte de oxigênio, contudo só é produzida em abundância pelo organismo na idade fetal.O novo medicamento induz sua produção pelo organismo, sem os efeitos colaterais de outros medicamentosjá existentes.

(Jornal da UNESP, abril de 2010. Adaptado.)

A reportagem foi lida em sala de aula, e dois alunos, Marcos e Paulo, deram suas interpretações.

Segundo Marcos, o novo medicamento, além de promover a cura do paciente, permitirá que as pessoas por-tadoras de anemia falciforme tenham filhos normais, ou seja, a doença, até então transmitida hereditaria-mente, deixará de sê-lo.Paulo discordou de Marcos e afirmou que a única possibilidade de cura continua sendo o transplante demedula óssea, situação na qual o indivíduo que recebeu o transplante, além de se apresentar curado, nãocorre o risco de ter filhos portadores da anemia.

Qual interpretação está errada, a de Marcos, a de Paulo, ambas, ou ambas as interpretações estão corretas?Justifique sua resposta.

As duas interpretações estão erradas, pois o novo tratamento não será capaz de alterar os genes envolvidosna produção da hemoglobina anômala. Dessa forma, a doença continuará sendo transmitida hereditariamen-te pelos indivíduos tratados, quer com o novo medicamento, quer com o transplante de medula.

Em comemoração aos cinco séculos do descobrimento do País, em 21 de setembro de 2000 foi inaugurado noHorto Florestal da cidade de São Paulo o Arboreto 500 anos. No local foram plantadas 500 mudas de 24 espé-cies de árvores nativas do Brasil.Em 2008, aos 8 anos, a área possuía exemplares com altura de até 26 metros, como o mutambo e o ingá. Nesseano, os organizadores do Arboreto 500 anos resolveram calcular o sequestro de CO2 pelas árvores plantadas.Para isso, calcularam o volume dos troncos, ramos, raízes e densidade da madeira das árvores do local.Estimaram que, em oito anos, o Arboreto absorveu 60 toneladas de CO2.

Questão 15▼▼

Resolução

Questão 14▼▼

Tam

anh

o p

op

ula

cio

nal

TempoResistência do Ambiente

10UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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Contudo, os pesquisadores acreditam que este número esteja subestimado, pois, ao longo dos oito anos decrescimento das árvores, o total de carbono sequestrado teria sido maior que aquele presente quando do cál-culo do volume dos troncos, ramos e raízes. Outro importante fator deveria ter sido considerado.

Arboreto 500 anos, Parque Estadual Alberto Löfgren (Horto Florestal), São Paulo. (www.abjica.org.br)

Que processo fisiológico permitiu às árvores o acúmulo de 60 toneladas de carbono e que fator deveria tersido considerado no cômputo do total de carbono sequestrado pelas árvores do Arboreto ao longo dos oitoanos? Justifique suas respostas.

O processo fisiológico que permitiu às árvores a absorção de 60 toneladas de gás carbônico (CO2) ao longodesses oito anos foi a fotossíntese. O principal fator que deveria ter sido considerado no cômputo do total decarbono sequestrado pelas árvores é a respiração celular. Devemos considerar, ainda, que ao longo desse pe-ríodo houve a produção de flores, frutos e sementes, somada à queda de ramos e folhas, que certamente tam-bém eram dotados da matéria orgânica produzida pela fotossíntese. Tais estruturas foram perdidas, portantonão puderam ser consideradas.

Um paciente infectado com vírus de um tipo de herpes toma, a cada 12 horas, 1 comprimido de um medica-mento que contém 125mg do componente ativo penciclovir.

Dados: Massa molar (g ⋅ mol–1): H = 1; C = 12; N = 14; O = 16.Constante de Avogadro: N = 6,02 ⋅ 1023mol–1.

Dê a fórmula molecular e a massa molar do penciclovir e calcule o número de moléculas desse componenteque o paciente ingere por dia.

— —

HN

H2N N

N

N

O

OH

OHPENCICLOVIR

Questão 16▼▼

Resolução

11UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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Fórmula molecular = C10H15O3N5Massa molar = 253g ⋅ mol–1

1 comprimido = 125mg = 125 ⋅ 10–3g2 comprimidos = 250 ⋅ 10–3g

253g –––––––––– 6,0 ⋅ 1023 moléculas250 ⋅ 10–3g –––––––––– x

x ≅ 6,0 ⋅ 1020 moléculas

O folheto de um óleo para o corpo informa que o produto é preparado com óleo vegetal de cultivo orgânicoe óleos essenciais naturais. O estudo da composição química do óleo vegetal utilizado na fabricação desse pro-duto permitiu identificar um éster do ácido cis,cis-9,12-octadecadienoico como um de seus principais compo-nentes.

Escreva a fórmula estrutural completa do ácido cis,cis-9,12-octadecadienoico e indique como essa substânciapode ser obtida a partir do óleo vegetal.

A fórmula estrutural do ácido cis,cis-9,12-octadecadienoico é:

De um modo geral, os óleos vegetais são triésteres formados a partir de ácidos graxos e glicerina. Logo, oácido cis,cis-9,12-octadecadienoico pode ser obtido conforme a equação descrita a seguir:Triéster do ácido cis,cis-9,12-octadecadienoico + 3 água → 3 ácido cis,cis-9,12-octadecadienoico + glicerina

A quantidade de oxigênio dissolvido em um reservatório com 10 000L de água foi determinada pela dosagemdo hidróxido de manganês III, formado segundo a reação descrita pela equação:

xMn(OH)2(aq) + yO2(aq) + wH2O(aq) → zMn(OH)3(s)

Conhecidas as massas molares (g ⋅ mol–1) do Mn(OH)3 = 106 e do O2 = 32, e sabendo que o tratamento de 1Ldessa água com excesso de Mn(OH)2(aq) produziu 0,103g de Mn(OH)3 , determine os coeficientes da equaçãoe calcule a massa total, em gramas, de O2 dissolvido no reservatório de água.

Questão 18▼▼

C —— C—

— C —— C ——

H2CCH3 — (CH2)4

H H

H H

(CH2)7 — C——

—O

OH

Resolução

Questão 17▼▼

C C

C

C — H

CH2

CH2H|C

H — N

H2N N

N

N

O

OH

OH

— —

CH2

H2C

C

Resolução

12UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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Mn(OH)2 + O2 + H2O → Mn(OH)3

Manganês ⇒ cada átomo perde 1 elétronOxigênio ⇒ cada átomo recebe 2 elétronsMolécula O2 ⇒ recebe 4 elétrons

Para igualar as quantidades de elétrons recebidos e perdidos, a proporção será:4Mn(OH)2 ⇒ perdem 4e–

1O2 ⇒ recebe 4e–

Determinando os demais coeficientes por tentativas:4Mn(OH)2(aq) + 1O2(g) + 2H2O(l) → 4Mn(OH)3(s)

Interessa-nos a proporção:Em 1,0 litro

1O2 ––––––––– 4Mn(OH)31mol 4mol32g ------------- 4(106g)

x ------------- 0,103g

x = = 0,0078g

Em 10.000L, ou seja, 104Lm(O2) = 0,0078 ⋅ 104gm(O2) = 78g

A montagem de um experimento utiliza uma pequena rampa AB para estudar colisões entre corpos. Na pri-meira etapa da experiência, a bolinha I é solta do ponto A, descrevendo a trajetória AB, escorregando sem so-frer atrito e com velocidade vertical nula no ponto B (figura 1).Com o auxílio de uma folha carbono, é possível marcar o ponto exato C onde a bolinha I tocou o chão e comisto, conhecer a distância horizontal por ela percorrida (do ponto B’ até o ponto C de queda no chão), finali-zando a trajetória ABC.

Na segunda etapa da experiência, a bolinha I é solta da mesma forma que na primeira etapa e colide com abolinha II, idêntica e de mesma massa, em repouso no ponto B da rampa (figura 2).

A IB

h

B’ C1 e C2

chão

figura 2

H

II

B’ C

C1

C2

θ

θ

d

figura 3

d1

d2

A I

B

h

B’ C

chão

figura 1

Questão 19▼▼

32g ⋅ 0,103g4(106g)

–2+3zero+2

Resolução

13UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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Admita que as bolinhas I e II chegam ao solo nos pontos C1 e C2 , percorrendo distâncias horizontais de mesmovalor (d1 = d2), conforme a figura 3.Sabendo que H = 1m; h = 0,6m e g = 10m/s2, determine as velocidades horizontais da bolinha I ao chegar aochão na primeira e na segunda etapa da experiência.

Etapa 1 da experiência• Determinação da velocidade da bolinha em B.

O sistema é conservativo, logo, εBm = εA

m

(εc + εp)B = (εc0 + εp)A

+ mghB = mghA

vB = �����2g(hB –��� hA)���� → vB = �����2 ⋅ 10 ⋅��� (1 –���� 0,6)����

∴ vB = 2���2 m/s

• Velocidade horizontal da bolinha ao chegar ao chão.A partir do ponto B, trata-se de lançamento horizontal, portanto, a componente horizontal da velocidadepermanece constante.Logo: vhor. = 2���2 m/s

Etapa 2 da experiência• O tempo de queda das bolinhas é o mesmo, pois trata-se de lançamentos horizontais.• As distâncias d1 e d2 são iguais a v ⋅ Δt, em que Δt é o tempo de queda e v é a velocidade horizontal das

bolinhas.• A distância d = B’C é d = vhor ⋅ Δt

Da figura 3 tem-se:

cosθ = =

cosθ =

v = =

v =

Resposta: v = m/s

Observação: No caso de o choque ser perfeitamente elástico, θ = 45º, portanto v = 2m/s.

���2cosθ

���2cosθ

2���22cosθ

vhor2 ⋅ cosθ

vhor ⋅ Δt2 ⋅ v ⋅ Δt

d2d1

d2d1

B’θ

d 1 =

v ⋅ Δ

t

d2 = v ⋅ Δt

d2

M

C1

C

mvB2

2

A

BvA = 0

vB

C

1,0 m0,6 m

Resolução

14UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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Considere um objeto luminoso pontual, fixo no ponto P, inicialmente alinhado com o centro de um espelhoplano E. O espelho gira, da posição E1 para a posição E2, em torno da aresta cujo eixo passa pelo ponto O, per-pendicularmente ao plano da figura, com um deslocamento angular de 30º, como indicado

Copie no espaço específico para Resolução e Resposta, o ponto P, o espelho em E1 e em E2 e desenhe a imagemdo ponto P quando o espelho está em E1 (P1’) e quando o espelho está em E2 (P2’). Considerando um raio deluz perpendicular a E1, emitido pelo objeto luminoso em P, determine os ângulos de reflexão desse raio quan-do o espelho está em E1 (α1’) e quando o espelho está em E2 (α2’).

Parte I:Nos espelhos planos, o objeto e a sua respectiva imagem são simétricos em relação ao plano do espelho.

Parte II:A medida do ângulo de reflexão (r) é igual à medida do ângulo de incidência (i).

O ângulo de reflexão é definido como o ângulo formado entre o raio de luz refletido e a reta normal ao planodo espelho, no ponto de incidência.Assim, a partir da figura:

α1’ = 0e

α2’ = 30º

30º

E1

E2

P

30º30º

60º

N2

N1

raio de luzrefletidopor E1

raio de luzrefletidopor E2

E1

E2

PP’1

P’2

Resolução

30º

espelho

O

E1

E2

P

Questão 20▼▼

15UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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Um gerador eletromagnético é constituído por uma espira com seção reta e área S, que gira com velocidadeangular ω no interior de um campo magnético uniforme de intensidade B. À medida que a espira gira, o fluxomagnético � que a atravessa varia segundo a expressão �(t) = B ⋅ S ⋅ cosωt onde t é o tempo, produzindo umaforça eletromotriz nos terminais do gerador eletromagnético, cujo sentido inverte-se em função do giro daespira. Assim, a corrente no resistor R, cujo sentido inverte a cada meia volta, é denominada corrente alter-nada.

Considere a espira com seção reta de 10cm2, girando à razão de 20 voltas por segundo, no interior de umcampo magnético de intensidade igual a 2 ⋅ 10–5T.

Trace o gráfico do fluxo magnético �(t) que atravessa a espira em função do tempo, durante um período (T)

indicando os valores do fluxo magnético nos instantes , , e T.

• Cálculo da velocidade angular

� = 2πf = 2π20 = 40πrad/s

• Cálculo da área de recolhimento

S = 10 ⋅ 10–4m2 = 1,0 ⋅ 10–3m2

• Cálculo do período

T = = = 0,05s

• Cálculo do fluxo

�t = 2 ⋅ 10–5 ⋅ 10–3 ⋅ cos(40π)t = 2 ⋅ 10–8 ⋅ cos(40π)t

• Tabela • Gráfico

2 ⋅ 10–8

–2 ⋅ 10–8

T4

T2

3T4

T0

Φ(wb)

120

1f

Resolução

3T4

T2

T4

ímã

ímãsentido domovimento

eixoespiraretangular

i

i

i

iB→

R

Questão 21▼▼

16UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

t(s) �(wb)

0 2 ⋅ 10–8

1,25 ⋅ 10–2 0

2,5 ⋅ 10–2 –2 ⋅ 10–8

3,75 ⋅ 10–2 0

T 5 ⋅ 10–2 2 ⋅ 10–8

3T4

T2

T4

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Considere um triângulo isósceles de lados medindo L, e L centímetros. Seja h a medida da altura relativa ao

lado de medida .

Se L, h e a área desse triângulo formam, nessa ordem, uma progressão geométrica, determine a medida dolado L do triângulo.

Do enunciado, temos a figura, cotada em centímetros:

Aplicando o teorema de Pitágoras ao triângulo retângulo AHB, temos:

(AH)2 + (HB)2 = (AB)2

h2 + 2

= L2

h2 = ∴ h = (1)

Ainda, do enunciado, temos a P.G. L, h, ⋅ ⋅ h

Logo,

h2 = L ⋅ ⋅ ⋅ h ∴ h = (2)

De (1) e (2), resulta que = , ou seja, L = ���15�.

Resposta: ���15�cm

L���15��4

L2

4

L2

4L2

12

⎞⎠

L2

12

⎞⎠

L���15��4

15L2

16

⎞⎠

L4

⎞⎠

L Lh

A

CB H

L—4

L—4

L—2

Resolução

L L

L—2

h

L2

L2

Questão 22▼▼

17UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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A média aritmética dos elementos de um conjunto formado por n valores numéricos diminui quatro unidadesquando o número 58 é retirado. Quando o número 57 é adicionado ao conjunto original, a média aritméticados elementos desse novo conjunto aumenta três unidades em relação à média inicial. Qual o valor da somados elementos originais do conjunto?

Sendo n o número de elementos do conjunto e x a média aritmética desses elementos temos que n ⋅ x é a somadestes; portanto, do enunciado:

I. = x – 4 ⇒ nx – 58 = nx – 4n + 4 – x

II. = x + 3 ⇒ nx + 57 = nx + x + 3 + 3n

Temos de I e II:

Resolvendo o sistema, temos:n = 8 x = 30.

Portanto, o valor da soma dos elementos originais do conjunto é 8 ⋅ 30, ou seja, 240.

Resposta: 240

Em todos os 25 finais de semana do primeiro semestre de certo ano, Maira irá convidar duas de suas amigaspara ir à sua casa de praia, sendo que nunca o mesmo par de amigas se repetirá durante esse período.Respeitadas essas condições, determine o menor número possível de amigas que ela poderá convidar.Dado: �����201 ≅ 14,2.

Sendo n o número mínimo de amigas, do enunciado temos que:Cn,2 � 25

� 25 ∴ n2 – n – 50 � 0

Resolvendo a inequação, temos:n � –6,6 ou n � 7,6

Como n ∈ IN, temos que n = 8.

Resposta: 8

n!2!(n – 2)!

Resolução

Questão 24▼▼

4n + x = 623n + x = 54

12

3

nx + 57n + 1

nx – 58n – 1

Resolução

Questão 23▼▼

18UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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19UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

INSTRUÇÃO: As questões de números 25 a 28 tomam por base um soneto do livro Poemas e Canções, do par-nasiano brasileiro Vicente de Carvalho (1866-1924) e um poema de Cancioneiro, do modernista portuguêsFernando Pessoa (1888-1935).

Velho Tema — 1Só a leve esperança, em toda a vida,Disfarça a pena de viver, mais nada;Nem é mais a existência, resumida,Que uma grande esperança malograda.

O eterno sonho da alma desterrada,Sonho que a traz ansiosa e embevecida,É uma hora feliz, sempre adiadaE que não chega nunca em toda a vida.

Essa felicidade que supomos,Árvore milagrosa, que sonhamosToda arreada de dourados pomos,

Existe, sim: mas nós não a alcançamosPorque está sempre apenas onde a pomosE nunca a pomos onde nós estamos.

(Vicente de Carvalho. Poemas e Canções. 5 ed. São Paulo:Monteiro Lobato & C. — Editores, 1923.)

Cancioneiro, 150Não sei se é sonho, se realidade,Se uma mistura de sonho e vida,Aquela terra de suavidadeQue na ilha extrema do sul se olvida.É a que ansiamos. Ali, aliA vida é jovem e o amor sorri.

Talvez palmares inexistentes,Áleas longínquas sem poder ser,Sombra ou sossego deem aos crentesDe que essa terra se pode ter.Felizes, nós? Ah, talvez, talvez,Naquela terra, daquela vez.

Mas já sonhada se desvirtua,Só de pensá-la cansou pensar,Sob os palmares, à luz da lua,Sente-se o frio de haver luar.Ah, nessa terra também, tambémO mal não cessa, não dura o bem.

Não é com ilhas do fim do mundo,Nem com palmares de sonho ou não,Que cura a alma seu mal profundo,Que o bem nos entra no coração.É em nós que é tudo. É ali, ali,Que a vida é jovem e o amor sorri.

(30.08.1933)(Fernando Pessoa. Obra poética.

Rio de Janeiro: Aguilar Editora, 1965.)

III UUULLLNNNGGG GGGAAA EEENNN EEE ÓÓÓ GGGDDDIII OOOSSSCCCSSS

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Os poemas de Vicente de Carvalho e Fernando Pessoa focalizam o tema da busca da felicidade pelo ser hu-mano e se servem de antigas alegorias para simbolizar o que seria essa felicidade que todo homem procuraem sua vida, embora nem sempre a encontre. Identifique essas alegorias em cada poema.

Tanto o soneto “Velho Tema — 1”, do poeta parnasiano Vicente de Carvalho, como o poema “Cancionei-ro, 150”, de Fernando Pessoa, desenvolvem em chave alegórica o tradicional assunto da procura da felicidade.Nos dois primeiros quartetos, o texto de Carvalho associa a felicidade a imagens abstratas, como a “leve es-perança” e o “eterno sonho”, para, em seguida, fixá-la na alegoria de uma “árvore milagrosa” de frutos per-feitos que, numa espécie de paráfrase do mito de Tântalo, não se deixa alcançar por quem a deseja. Ela existenum plano exterior ao homem, mas é inalcançável.

O poema de Fernando Pessoa, por sua vez, figura a felicidade como “terra de suavidade” destacada numa“ilha extrema” e como “palmares inexistentes” dispostos em “Áleas longínquas”. Trata-se de uma retomadado motivo das ilhas paradisíacas, fecundo nas literaturas grega, romana e medieval. Mas, recobrando essasmetáforas na última estrofe, num procedimento que lembra o da disseminação e recolha da poesia barroca,rejeita-as uma por uma, concluindo que a felicidade existe dentro do homem — e não em rincões imaginários.

A felicidade existe? — Como encontrar a felicidade?Estabeleça um paralelo entre as respostas que cada um dos poemas apresenta a estas duas questões.

É possível afirmar que, no poema de Vicente de Carvalho, o eu lírico supõe a existência da felicidade numplano sonhado, intangível: para o parnasiano, a boa fortuna “Existe sim: mas nós não a alcançamos”, pois éexterior ao homem, o que faz do estar vivo uma “grande esperança malograda”, frustrada. Nesse caso,encontrar a felicidade não é possível, por mais que sua busca disfarce “a pena de viver”.

Já o “Cancioneiro, 150”, de Fernando Pessoa, também aborda a ventura perfeita; no entanto, o ato deidealizá-la não se torna um instrumento suficiente para alcançar a felicidade ou mesmo atenuar os males davida (“Não é com ilhas do fim do mundo, / Nem com palmares de sonho ou não / Que cura a alma seu malprofundo, / Que o bem nos entra no coração”), já que também na “terra da suavidade […] O mal não cessa,não dura o bem”. O contentamento, não sendo utópico, pode tornar-se acessível, uma vez que estaria “emnós” — “É ali, ali / Que a vida é jovem e o amor sorri”.

Ah, nessa terra também, também / O mal não cessa, não dura o bem.A capacidade de significar muito com um discurso reduzido, que é uma das características permanentes dapoesia, pode fazer com que, por vezes, uma ou duas palavras recuperem todo um conteúdo não necessaria-mente expresso no poema. Com base nesta observação, descreva e explique o conteúdo referenciado na ter-ceira estrofe do poema de Fernando Pessoa apenas pela palavra também.

O poema de Fernando Pessoa trata da busca da felicidade. O desejo de ser feliz expressa uma carência, ouseja, a falta dessa felicidade. Portanto a afirmação implícita no poema é: o homem é infeliz e se esforça paraescapar dessa condição. Esse esforço o leva a imaginar “ilhas do fim do mundo” (quarta estrofe), repletas de“palmares inexistentes” e de “Áleas longínquas sem poder ser” (segunda estrofe), onde ele pudesse ser feliz.A terceira estrofe do poema desfaz as ilusões dessa fantasia: nesse espaço imaginário o homem ainda será in-feliz. A palavra também (penúltimo verso da estrofe) remete o leitor à ideia dessa infelicidade. O fato de o ter-mo se repetir não é casual. Em sua primeira ocorrência, ele faz referência a algo que o poema ainda nãoexpressara, ou seja, a infelicidade humana; na segunda, ele anuncia a apresentação dos sintomas dessa condi-ção, que aparecem no verso a seguir: ser infeliz é viver em um lugar onde “O mal não cessa, não dura o bem”.

Resolução

Questão 27▼▼

Resolução

Questão 26▼▼

Resolução

Questão 25▼▼

20UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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Os dois poemas se identificam por empregar mais de uma vez a palavra sonho com significado equivalente. Oque querem dizer ambos os eus líricos com essa palavra no contexto dos poemas?

No poema de Vicente de Carvalho, o “sonho” é “uma hora feliz”, cuja condição de adiamento sucessivo(“sempre adiada”) o torna irrealizável, mas não inexistente. No de Fernando Pessoa, o “sonho” se associa aum lugar onde “a vida é jovem e o amor sorri”; o fato de tal lugar poder ser real ou não (“Não sei se é sonho,se realidade”) torna incerta a afirmação categórica de sua existência. Assim, nos dois casos a palavra sonho seassocia à possibilidade da felicidade humana. Convém acrescentar que a afirmação de que a alma humana émovida pelo desejo de realização dessa possibilidade é expressa nos dois textos por intermédio da mesma ima-gem da ansiedade: no de Vicente de Carvalho, a esperança de realização do sonho traz a alma “ansiosa”, en-quanto no de Fernando Pessoa a felicidade “é o que ansiamos” todos.

INSTRUÇÃO: As questões de números 29 a 32 tomam por base um texto que integra uma reportagem darevista Fotografe Melhor e fragmentos de um artigo de Elisabeth Seraphim Prosser, professora e pesquisado-ra de História da Arte e de Metodologia da Pesquisa Científica da Escola de Música e Belas Artes do Paraná.

Manifestação surgiu em Nova York nos anos de 1970Muitos encaram o grafite como uma mera intervenção no visual das cidades. Outros enxergam uma mani-

festação social. E há quem o associe com vandalismo, pichação... Mas um crescente público prefere contem-plá-lo como uma instigante, provocadora e fenomenal linguagem artística.

O grafite é uma forma de expressão social e artística que teve origem em Nova York, EUA, nos anos de1970. O novaiorquino Jean-Michel Basquiat foi o primeiro grafiteiro a ser reconhecido como artista plástico,tendo sido amigo e colaborador do consagrado Andy Warhol — a vida de Basquiat, aliás, mereceu até filme,lançado em 1996.

A chegada ao Brasil também foi nos anos de 1970, na bagagem do artista etíope Alex Vallauri e se popula-rizou por aqui. Desde a década de 1990 é pura efervescência. Irreverente, a arte das ruas colocou à prova acriatividade juvenil e deu uma chance bastante democrática de expressão, que conquistou, além dos espaçospúblicos, um lugar na cultura nacional. Uma arte alternativa, que saiu dos guetos para invadir regiões centraise privilegiadas em quase todo o Ocidente.

Hoje, à vista da sociedade e totalmente integrada ao cotidiano do cidadão brasileiro, a arte de rua provo-ca e, ao mesmo tempo, lembra a existência de minorias desfavorecidas e suas demandas por meio de colori-dos desenhos que atraem a atenção.

Essa manifestação avançou no campo artístico e vem conquistando superfícies em ambientes até então im-prováveis: do interior de famosas galerias às fachadas externas de museus, como o Tate Modern, de Londres,que em 2008 (maio a setembro) teve a famosa parede de tijolinhos transformada em monumentais painéisgrafitados (25 metros) pelas mãos, sprays e talento de grafiteiros de vários lugares do planeta, convidadospara esse desafio, com destaque para os brasileiros Nunca e os artistas-irmãos Osgêmeos.

(Fotografe Melhor. Um show de cores se revela na arte dos grafites. São Paulo:Editora Europa, ano 14, no 161, fevereiro 2010.)

(www.tate.org.uk)

Resolução

Questão 28▼▼

21UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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Do vandalismo anárquico à arte politicamente comprometida

Quanto à manifestação da arte de rua em si, pode-se afirmar que ela abrange desde o vandalismo anár-quico até a arte politicamente comprometida. Vai da pichação, cujo propósito é sujar, incomodar, agredir, cha-mar a atenção sobre determinado espaço urbano ou simplesmente desafiar a sociedade estabelecida e a auto-ridade, até o lambe-lambe e o graffiti, nos quais se pretende criticar e transformar o status quo.

(...)O transeunte (...) geralmente ignora, rechaça ou destrói essa arte, considerando-a sujeira, usurpação do

seu direito a uma paisagem esterilizada, uma invasão do seu espaço (às vezes privado, às vezes público), umaafronta à mente inteligente. Escolhe não olhá-la, não observá-la, não ler nas suas entrelinhas e nos espaçosentre seus rabiscos ou entre seus traços elaborados. Confunde o graffiti com a pichação, isto é, a arte com ovandalismo (...).

No entanto, em documentários e em entrevistas com vários artistas de rua em Curitiba em 2005 e 2006,pôde-se constatar que essa concepção é, na maioria dos casos, improcedente. Grande parte dos escritores degraffiti e dos artistas envolvidos com o lambe-lambe não apenas estuda ou trabalha, mas tem rendimentobom ou ótimo na sua escola ou no seu emprego.

De acordo com a pesquisa ora em andamento, o artista de rua curitibano mora tanto na periferia quantono centro, é oriundo tanto de famílias de baixa renda como de outras economicamente mais favorecidas. Seunível de instrução varia do fundamental incompleto ao médio e ao superior, encontrando-se entre eles inclu-sive funcionários de órgãos culturais e educacionais da cidade, bem como profissionais liberais, arquitetos,publicitários, designers e artistas plásticos, entre outros. Pôde-se perceber, também, que suas preocupaçõespolíticas, sua consciência quanto à ecologia e ao meio ambiente natural ou urbano, seu engajamento volun-tário ou profissional em organizações educacionais e assistencialistas são uma constante.

(Elisabeth Seraphim Prosser. Compromisso e sociedade no graffiti, na pichação e no lambe-lambe em Curitiba (2004-2006).Anais — Fórum de Pesquisa Científica em Arte. Escola de Música e Belas Artes do Paraná.

Curitiba, 2006-2007.)

As intervenções urbanas conhecidas como grafite, pichação, lambe-lambe e outras são muitas vezes apontadascomo perturbações e sujeira. Os dois textos apresentados, todavia, analisam a questão com maior abertura crí-tica. Com base no que informam, levante dois aspectos que refutam a afirmação segundo a qual “a arte derua é produto de desocupados, malandros e arruaceiros”.

Para refutar a afirmação de que “a arte de rua é produto de desocupados, malandros e arruaceiros”, po-de-se mencionar:

• o exemplo do nova-iorquino Jean-Michel Basquiat, primeiro grafiteiro a ser reconhecido como artista plás-tico, colaborador do célebre artista Andy Warhol;

• a conquista de espaços privilegiados, tais como o interior de famosas galerias e fachadas externas de museus,entre eles o Tate Modern, de Londres;

• o perfil extremamente heterogêneo dos artistas de rua de Curitiba, que são oriundos de famílias de baixa ealta renda, moram tanto na periferia quanto no centro, apresentam graus de instrução diversos (do funda-mental incompleto ao superior) e, em sua maioria, estudam ou trabalham, encontrando-se entre eles profis-sionais liberais e funcionários de órgãos culturais e educacionais;

• o fato de que é uma constante, entre os artistas de rua de Curitiba, não só a existência de preocupações po-líticas e consciência quanto à ecologia e ao meio ambiente natural ou urbano, como também o engajamentovoluntário ou profissional em organizações educacionais e assistencialistas.

Partindo da máxima segundo a qual “um exemplo vale mais do que mil palavras”, aponte o que o autor dotexto da revista Fotografe Melhor deixa óbvio ao leitor, sob o ponto de vista estético, ao mencionar, no pará-grafo final, o fato de que artistas de rua foram convidados a pintar fachadas externas do museu Tate Modernde Londres.

Questão 30▼▼

Resolução

Questão 29▼▼

22UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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Os museus de arte conferem às obras neles expostas uma legitimidade que se agrega ao seu valor e à suaimportância artística. Eles não apenas preservam a tradição, conservando as obras que já atenderam a concep-ções antigas de qualidade estética, mas também criam, junto com a crítica, novos padrões, ao expor ou adqui-rir trabalhos representativos de tendências que despontam.

O convite feito aos artistas de rua para que pintassem as fachadas externas do museu Tate Modern deLondres exemplifica, portanto, as afirmações feitas no texto de que o grafite avançou no campo artístico (últi-mo parágrafo) e de que é crescente a visão que o considera uma instigante, provocadora e fenomenal lingua-gem artística (primeiro parágrafo).

O transeunte (…) geralmente ignora, rechaça ou destrói essa arte, considerando-a sujeira, usurpação do seudireito a uma paisagem esterilizada,…

Nesta passagem dos fragmentos do texto de Prosser, a expressão “paisagem esterilizada” constitui uma sín-tese bastante expressiva da opinião do transeunte que não aprecia a arte de rua. Explique o que quis dizer aautora com a atribuição do adjetivo esterilizada ao substantivo paisagem.

Segundo o texto, o transeunte que não aprecia a arte de rua considera-a sujeira. Assim, o adjetivo esteri-lizada indica uma paisagem sem intervenção artística, ou seja, não “contaminada” pelo trabalho do artista.Nessa perspectiva, o transeunte quer uma paisagem “limpa”, numa espécie de pureza originária. Em outrostermos, deseja uma paisagem “asséptica”, que não traga nenhum incômodo, perturbação, questionamento.

Demonstre, com base nos textos e na imagem, que a arte de rua pode apresentar, além de característicasestéticas, também características de participação política.

A dimensão de participação política da arte de rua é enfatizada pelos dois textos. No da revista Fotografemelhor, por exemplo, o parágrafo inicial já deixa claro que “outros enxergam [no grafite] uma manifestaçãosocial”. Essa perspectiva é reiterada nos parágrafos seguintes por meio de afirmações como: “é uma forma deexpressão social” e “deu uma chance bastante democrática de expressão (…) que saiu dos guetos para invadirregiões centrais”, o que permite a conclusão: o grafite “provoca e, ao mesmo tempo, lembra a existência deminorias desfavorecidas e suas demandas”, ou seja, dá voz a setores marginalizados socialmente, expondo suavisão de mundo e suas reivindicações.

O título do excerto de Elisabeth Seraphim Prosser, Do vandalismo anárquico à arte politicamente compro-metida, já indica a importância que se atribui à dimensão política da arte de rua. No primeiro parágrafo inclui--se entre os propósitos da pichação “desafiar a sociedade estabelecida e a autoridade”, para em seguida as-sociar o lambe-lambe e o graffiti à crítica e à transformação do status quo, expressão latina usualmente em-pregada para se referir à organização social vigente. Nesse contexto, tanto a percepção negativa dos tran-seuntes perante os trabalhos de arte quanto os preconceitos que são criados a respeito dos artistas podem serinterpretados como reações conservadoras, que pretendem manter o estado das coisas inalterado. Em oposi-ção a esses estereótipos, o texto menciona as preocupações políticas e o engajamento em ações de cunho so-cial como uma constante entre os artistas de rua.

Por fim, o trabalho que aparece à esquerda na fotografia da fachada da Tate Modern, ao mostrar um per-sonagem em que se misturam atributos normalmente associados a estereótipos sociais masculinos (tórax e bra-ços muito musculosos, barba) e femininos (modo delicado de segurar a xícara, luvas), também revela impor-tante dimensão política, enquadrando-se na discussão contemporânea a respeito da identidade de gênero.Por meio da figura, são questionados os modelos conservadores de masculinidade e de feminilidade, suge-rindo novas conformações.

Resolução

Questão 32▼▼

Resolução

Questão 31▼▼Resolução

23UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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INSTRUÇÃO: Leia o texto para responder as questões de números 33 e 34.

I HAVE A DREAM — ADDRESS AT MARCH ON WASHINGTON

Martin Luther King

August 28, 1963. Washington, D.C.

I am happy to join with you today in what will go down in history as the greatest demonstration for freedomin the history of our nation.

I have a dream that one day this nation will rise up and live out the true meaning of its creed: “We holdthese truths to be self-evident: that all men are created equal.”

I have a dream that one day on the red hills of Georgia the sons of former slaves and the sons of formerslave owners will be able to sit down together at a table of brotherhood.

I have a dream that one day even the state of Mississippi, a desert state, sweltering with the heat of injusticeand oppression, will be transformed into an oasis of freedom and justice.

I have a dream that my four children will one day live in a nation where they will not be judged by thecolor of their skin but by the content of their character.

I have a dream that one day the state of Alabama, whose governor’s lips are presently dripping with thewords of interposition and nullification, will be transformed into a situation where little black boys and blackgirls will be able to join hands with little white boys and white girls and walk together as sisters and brothers.

I have a dream that one day every valley shall be exalted, every hill and mountain shall be made low, therough places will be made plain, and the crooked places will be made straight, and the glory of the Lord shallbe revealed, and all flesh shall see it together.

This is our hope. This is the faith with which I return to the South. With this faith we will be able to hewout of the mountain of despair a stone of hope. With this faith we will be able to transform the jangling discordsof our nation into a beautiful symphony of brotherhood. With this faith we will be able to work together, topray together, to struggle together, to go to jail together, to stand up for freedom together, knowing that wewill be free one day.

(http://www.mlkonline.net/dream.html. Adaptado.)

Existem no texto dois trechos que indicam claramente as ideias de que todos os seres humanos têm direitosiguais, e que, futuramente, não haverá distinção entre o que as pessoas poderão realizar. Transcreva, em suaresposta, esses dois trechos em inglês e aponte, em português, duas coisas que as pessoas poderão realizar juntas.

Para resolver a primeira parte da questão, o candidato poderia transcrever dois dos seguintes trechos:“… all men are created equal.”“… the sons of former slaves and the sons of former slave owners will be able to sit down together at a tableof brotherhood.”“… they will not be judged by the color of their skin but by the content of their character.”“… little black boys and black girls will be able to join hands with little white boys and white girls and walktogether as sisters and brothers.”Para resolver a segunda parte da questão, o candidato poderia escolher dois dos tópicos que seguem:Trabalhar juntos; rezar juntos; fazer um esforço conjunto para alcançar algo; ir para a cadeia juntos; lutarjuntos pela liberdade.

Explique, em português, na conotação do texto e de acordo com a mensagem expressa no discurso de MartinLuther King, a oposição entre os termos a desert state e an oasis (4o parágrafo).

“Desert state” referia-se à injustiça e à opressão que vigoravam no Mississipi, estado que Martin Luther Kingsonhava ver transformado num oásis de liberdade e justiça.

Resolução

Questão 34▼▼

Resolução

Questão 33▼▼

24UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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Trecho de uma entrevista com Omen, um conhecido grafiteiro residente da cidade de Montreal, no Canadá.

Interviewer: Who are you and what are you doing later today?Omen: Erm… I write OMEN and I don’t know what I am going to do today. The weather seems to be my

only enemy these days.Interviewer: When’s the last time you painted?Omen: I painted the other day at a school in Point St-Charles. Options 2 it’s called. It’s a school for children

that need special guidance. Their lives have been messed up by drugs and guns and all that stuff. I was thereto show them fundamentals of Graff like can control and what tips to use. It was pretty cool.

Interviewer: What’s your favorite medium?Omen: Well, to paint with? I love aerosol. Love it. There is nothing more demanding and yet forgiving as

far as mediums. The dry time, the size, the variety, the randomness, it’s all gold. I mean you can bust a hugepiece and then say, “nahhh.” and take it out in less than a minute and start again cuz it will already be dry.A real medium of the future.

Interviewer: What do you think is the importance of architecture in everyday life and does graffiti influencearchitecture in any way?

Omen: Architecture is an awesome field of study and it greatly influenced my life for many years. The realityof it is that it is an insulated discussion between architect and city and/or Private developer. The public rarelyhas a say in matters. This is unfortunate because it is the public that will be forced to look at the unchangingdesign of an architect for the duration of our lifetimes and if it is unappealing one; then that is a real tragedy.

(www.yveslaroche.com/en/news. Adaptado.)

Que tipo de escola Omen declarou na entrevista que grafitou recentemente e o que ele relatou sobre os alu-nos dessa escola?

Uma escola para crianças que necessitam de orientação especial. As crianças estavam desorientadas devido ao envolvimento delas com armas e drogas.

Na entrevista (texto da questão de número 35), Omen admite que a arquitetura influenciou sua vida, e apon-ta três problemas da arquitetura. Explicite dois desses problemas por ele apontados.

O candidato poderia escolher entre os seguintes:A realidade da Arquitetura é que ela é uma discussão isolada entre o arquiteto e o construtor imobiliário.O público raramente opina nessa questão.É uma tragédia quando o público é forçado a contemplar durante toda a vida uma obra que ele não aprecia.

Resolução

Questão 36▼▼

Resolução

Questão 35▼▼

25UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

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26UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

INSTRUÇÃO: Releia o texto apresentado como base para as questões 29 a 32 e o texto que serviu de base àsquestões 35 e 36.

Manifestação surgiu em Nova York nos anos de 1970

Muitos encaram o grafite como uma mera intervenção no visual das cidades. Outros enxergam uma mani-festação social. E há quem o associe com vandalismo, pichação... Mas um crescente público prefere contem-plá-lo como uma instigante, provocadora e fenomenal linguagem artística.

O grafite é uma forma de expressão social e artística que teve origem em Nova York, EUA, nos anos de1970. O novaiorquino Jean-Michel Basquiat foi o primeiro grafiteiro a ser reconhecido como artista plástico,tendo sido amigo e colaborador do consagrado Andy Warhol — a vida de Basquiat, aliás, mereceu até filme,lançado em 1996.

A chegada ao Brasil também foi nos anos de 1970, na bagagem do artista etíope Alex Vallauri e se popula-rizou por aqui. Desde a década de 1990 é pura efervescência. Irreverente, a arte das ruas colocou à prova acriatividade juvenil e deu uma chance bastante democrática de expressão, que conquistou, além dos espaçospúblicos, um lugar na cultura nacional. Uma arte alternativa, que saiu dos guetos para invadir regiões centraise privilegiadas em quase todo o Ocidente.

Hoje, à vista da sociedade e totalmente integrada ao cotidiano do cidadão brasileiro, a arte de rua provo-ca e, ao mesmo tempo, lembra a existência de minorias desfavorecidas e suas demandas por meio de colori-dos desenhos que atraem a atenção.

Essa manifestação avançou no campo artístico e vem conquistando superfícies em ambientes até então im-prováveis: do interior de famosas galerias às fachadas externas de museus, como o Tate Modern, de Londres,que em 2008 (maio a setembro) teve a famosa parede de tijolinhos transformada em monumentais painéisgrafitados (25 metros) pelas mãos, sprays e talento de grafiteiros de vários lugares do planeta, convidadospara esse desafio, com destaque para os brasileiros Nunca e os artistas-irmãos Osgêmeos.

(Fotografe Melhor. Um show de cores se revela na arte dos grafites. São Paulo:Editora Europa, ano 14, no 161, fevereiro 2010.)

(www.tate.org.uk)

OOORRR ÃÃÃEEE DDDAAAÇÇÇ

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27UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

Do vandalismo anárquico à arte politicamente comprometida

Quanto à manifestação da arte de rua em si, pode-se afirmar que ela abrange desde o vandalismo anár-quico até a arte politicamente comprometida. Vai da pichação, cujo propósito é sujar, incomodar, agredir, cha-mar a atenção sobre determinado espaço urbano ou simplesmente desafiar a sociedade estabelecida e a auto-ridade, até o lambe-lambe e o graffiti, nos quais se pretende criticar e transformar o status quo.

(...)O transeunte (...) geralmente ignora, rechaça ou destrói essa arte, considerando-a sujeira, usurpação do

seu direito a uma paisagem esterilizada, uma invasão do seu espaço (às vezes privado, às vezes público), umaafronta à mente inteligente. Escolhe não olhá-la, não observá-la, não ler nas suas entrelinhas e nos espaçosentre seus rabiscos ou entre seus traços elaborados. Confunde o graffiti com a pichação, isto é, a arte com ovandalismo (...).

No entanto, em documentários e em entrevistas com vários artistas de rua em Curitiba em 2005 e 2006,pôde-se constatar que essa concepção é, na maioria dos casos, improcedente. Grande parte dos escritores degraffiti e dos artistas envolvidos com o lambe-lambe não apenas estuda ou trabalha, mas tem rendimentobom ou ótimo na sua escola ou no seu emprego.

De acordo com a pesquisa ora em andamento, o artista de rua curitibano mora tanto na periferia quantono centro, é oriundo tanto de famílias de baixa renda como de outras economicamente mais favorecidas. Seunível de instrução varia do fundamental incompleto ao médio e ao superior, encontrando-se entre eles inclu-sive funcionários de órgãos culturais e educacionais da cidade, bem como profissionais liberais, arquitetos,publicitários, designers e artistas plásticos, entre outros. Pôde-se perceber, também, que suas preocupaçõespolíticas, sua consciência quanto à ecologia e ao meio ambiente natural ou urbano, seu engajamento volun-tário ou profissional em organizações educacionais e assistencialistas são uma constante.

(Elisabeth Seraphim Prosser. Compromisso e sociedade no graffiti, na pichação e no lambe-lambe em Curitiba (2004-2006).Anais — Fórum de Pesquisa Científica em Arte. Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Curitiba, 2006-2007.)

Trecho de uma entrevista com Omen, um conhecido grafiteiro residente da cidade de Montreal, no Canadá.

Interviewer: Who are you and what are you doing later today?Omen: Erm… I write OMEN and I don’t know what I am going to do today. The weather seems to be my

only enemy these days.Interviewer: When’s the last time you painted?Omen: I painted the other day at a school in Point St-Charles. Options 2 it’s called. It’s a school for children

that need special guidance. Their lives have been messed up by drugs and guns and all that stuff. I was thereto show them fundamentals of Graff like can control and what tips to use. It was pretty cool.

Interviewer: What’s your favorite medium?Omen: Well, to paint with? I love aerosol. Love it. There is nothing more demanding and yet forgiving as

far as mediums. The dry time, the size, the variety, the randomness, it’s all gold. I mean you can bust a hugepiece and then say, “nahhh.” and take it out in less than a minute and start again cuz it will already be dry.A real medium of the future.

Interviewer: What do you think is the importance of architecture in everyday life and does graffiti influencearchitecture in any way?

Omen: Architecture is an awesome field of study and it greatly influenced my life for many years. The realityof it is that it is an insulated discussion between architect and city and/or Private developer. The public rarelyhas a say in matters. This is unfortunate because it is the public that will be forced to look at the unchangingdesign of an architect for the duration of our lifetimes and if it is unappealing one; then that is a real tragedy.

(www.yveslaroche.com/en/news. Adaptado.)

PROPOSIÇÃO

Arte de rua, intervenção urbana, grafite, graffiti, pichação, lambe-lambe, são inúmeros os termos pelosquais é conhecida a atividade pictórica em muros, paredes e superfícies de prédios nas cidades do mundointeiro. Muitas pessoas consideram tais trabalhos verdadeiros exemplos de arte plástica popular; outras afir-mam que é puro vandalismo. Os autores ou escritores, por vezes, têm de dar explicações à polícia, quando fla-grados desenhando ou pintando em superfícies de prédios públicos ou privados. Mas há quem os convide,tanto nas repartições públicas como nas empresas de todos os gêneros, a pintar painéis decorativos em edifí-cios. E não falta também quem já venha implantando cursos ou atividades complementares para alunos doensino fundamental e médio aprenderem a fazer grafites.

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28UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

Com base neste comentário e levando em consideração, se achar conveniente, os textos apresentados paraas questões de números 29 a 32, bem como o trecho da entrevista que serviu de base para as questões 35 e36, escreva uma redação de gênero dissertativo, em prosa obediente à norma culta da Língua Portuguesa,sobre o tema:

GRAFITES: ENTRE O VANDALISMO E A ARTE

Análise da proposta

Sem fugir ao modelo já consagrado, a Banca solicitou a elaboração de um texto dissertativo sobre um te-ma explícito, para o qual poderiam ser aproveitadas informações e opiniões de excertos subsidiários às ques-tões da prova. Para orientar a discussão, a proposição apresentou o grafite sob a ótica dos que a consideramum trabalho de arte plástica popular e sob a dos que a veem como ato de vandalismo, de depredação.

Para discutir o tema Grafites: entre o vandalismo e a arte, poderiam ser levados em consideração a repor-tagem da revista Fotografe melhor e fragmentos do artigo de Elisabeth Prosser, professora e pesquisadora deHistória da Arte e de Metodologia da Pesquisa Científica da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (basepara questões de 29 a 32) e a entrevista, em inglês, com Omen, conhecido grafiteiro canadense (base das ques-tões 35 e 36).

A reportagem destaca as diferentes visões sobre o grafite, avaliado ora como “mera intervenção no visualdas cidades”, “manifestação social”, “provocadora e fenomenal linguagem artística”, ora como “vandalismo”.Muito além de oferecer informações como sua origem nos EUA e no Brasil e a sua presença em fachadas ex-ternas de museus como o Tate Modern, de Londres, o trecho traz reflexões importantes. Ele destaca o caráterdemocrático do grafite, expressão artística capaz de dar voz à criatividade dos jovens, sobretudo pertencentesa minorias desfavorecidas: por meio das tintas, eles expressam sua visão de mundo, demarcam sua existência,provocam discussão. Além disso, o texto confere ao grafite lugar de destaque no cenário da cultura nacional,haja vista que já está “totalmente integrado ao cotidiano do cidadão brasileiro”.

No segundo texto, a professora Elisabeth Seraphim Prosser analisa o grafite como um movimento demuitas faces, propósitos, praticado por diferentes grupos sociais: se, por um lado, ele é concebido para chocar,sujar, agredir ou chamar a atenção, por outro serve como meio de manifestação política, engajada socialmen-te, com intenção de instigar o público e promover transformação social; se, por um lado, é o modo de expres-são de artistas com pouca instrução, por outro o é de pessoas com ensino superior e ligadas ao universo dasartes visuais. Sob a ótica do público, a professora destaca ser comum parcelas da sociedade ignorarem o gra-fite ou o avaliarem como “usurpação ao seu direito a uma paisagem esterilizada”.

Da entrevista com Omen, o candidato poderia explorar as reflexões sobre a validade do grafite como re-curso didático para escolas lidarem com problemas sociais como violência e drogas ou sobre a arquitetura ur-bana, que ganha vivacidade e dinamismo por meio do trabalho de artistas populares como ele.

Encaminhamentos possíveis

Diante de um tema com pontos de vista antagônicos, o candidato poderia optar por um ou outro, ou aindaconciliar as duas concepções sobre o grafite. Além de reflexões próprias, formadas a partir da observação darealidade e do repertório cultural, uma argumentação sólida e de qualidade não prescindiria das contribuiçõesoferecidas pelos textos subsidiários às questões. Entre as possibilidades de encaminhamento da discussão, des-tacamos as seguintes:• Para defender a tese de que o grafite não passa de um ato de vandalismo, poderia ser levada em conside-

ração a diferença estabelecida pela professora Elisabeth Seraphim Prosser entre graffiti e pichação. A depre-dação de espaços públicos e privados, sem consentimento, constitui afronta à ordem pública. Nesses casos,a polícia e o poder judiciário têm atuado sem considerar a hipótese de se tratar de manifestações artísticas.Ainda que sirvam como forma de chamar a atenção da sociedade, pichações causam prejuízos financeiros ecomprometem a estética dos cenários urbanos.

• Para sustentar a posição de que o grafite é uma linguagem artística, há inúmeros argumentos, nos textos:ele pode ser considerado uma manifestação social e democrática de expressão artística, bem como ato polí-tico de denúncia e transformação das estruturas sociais. Seria possível também ressaltar o caráter popular dografite, arte acessível a diferentes estratos sociais e menos elitista, por se fazer em fachadas públicas ou pri-vadas. Outro argumento é a sua contribuição para a humanização da paisagem urbana, por meio da profu-são de formas, cores e temas que substituem o frio, o cinza e o concreto urbanos.

• Seria possível também conciliar as duas teses, especificando em que circunstâncias o grafite é um ato de van-dalismo, em que outras é arte. Para isso, ambas as reflexões anteriores poderiam ser equacionadas, desdeque se ressaltassem as diferenças entre uma e outra concepção.

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29UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES

História do Brasil

A questão relativa a História do Brasil aborda um aspecto importante de nosso processo histórico e foielaborada de forma clara e objetiva.

Ressalvamos porém — na realidade lamentamos — que uma universidade brasileira faça uma prova comapenas uma questão sobre nossa História. Isto é ainda mais surpreendente e lamentável quando se sabe dascríticas do meio acadêmico ao desconhecimento dos jovens brasileiros sobre o passado de seu próprio País.

História Geral

As questões de História Geral exigiram do aluno compreensão de texto e conhecimentos históricos, sinali-zando uma postura que vai de encontro ao conteudismo tradicional.

Prova excepcionalmente bem ilustrada, com mapas precisos, que abordou temas fundamentais daGeografia moderna (cartografia, ação antrópica, acidentes ambientais e paisagens vegetais). Mesmo relevan-do que o número de questões é insuficiente para a diversificação dos assuntos, estranha-nos o fato de a provanão ter abordado temas ligados à Geografia do Brasil.

As questões de Filosofia versaram sobre autores conhecidos (Maquiavel, Kant, Jaspers e Marcuse) e exigi-ram leitura rigorosa dos excertos e capacidade de articular ideias a partir de temas fundamentais da Filosofiae da história do pensamento.

Questões bem elaboradas, abordando temas atuais, com textos efetivamente vinculados às perguntas pro-postas.

Acreditamos que, com apenas três questões, não é possível avaliar o conhecimento de Física do aluno deEnsino Médio.

Como se já não bastasse, uma das questões (19) apresenta imperfeições no enunciado, atrapalhando ocandidato, impelindo-o a decidir se deve ou não resolver a questão mediante a formulação de uma hipótese,uma vez que o enunciado não especifica o tipo de choque ou, o que seria equivalente, o valor do ângulo θ.

Com apenas três questões é impossível fazer uma prova abrangente. Assim, a Banca Examinadora optoupor uma prova em que predominou a química geral (duas questões) e propõs uma questão de orgânica.

Química

Física

Biologia

Filosofia

Geografia

História

TTTNNNEEEMMM ÁÁÁ OOOSSSOOOCCC IIIRRR

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A prova apresentou três questões relativamente fáceis, com enunciados claros e precisos. Cabe observarque não apresentaram contextualização.

Texto e Gramática

A prova tomou como base três textos (dois de caráter dissertativo, um em linguagem não verbal) parapropor quatro questões que exigiam depreensão de sentidos inscritos na superfície textual e outros, pressu-postos por trás das palavras explícitas.

Além da apreensão desses sentidos, as questões exigiam dos candidatos o estabelecimento de correlaçõescom outros textos do cenário cultural.

Solicitou-se, por exemplo, a depreensão de argumentos acionados pelo enunciador em defesa de pontosde vista expostos no correr do texto; a interpretação do significado simbólico de determinado exemploconcreto incluído no texto; a explicitação de implícitos contidos num certo tipo de adjetivação e uma análiseintersemiótica, confrontando os três textos da prova.

A prova, de caráter interdisciplinar, é apropriada para avaliar conhecimentos, competências e habilidadesda área de Linguagens, Códigos e suas tecnologias.

A proposta de redação recolhe aspectos nucleares dos textos verbais que serviram de base para asquestões de interpretação e solicitou uma dissertação sobre o tema “Grafites: entre o vandalismo e a arte”.

O candidato devia levar em conta, basicamente, dois julgamentos opostos sobre a arte de rua:• arte popular autêntica;• puro vandalismo.

Associadas a esses juízos, ocorrem sanções também duplas:• intervenção policial;• convites a fazer suas pinturas em prédios públicos ou privados, além do reconhecimento de educadores.

Literatura

Como é tradição nas provas de 2a fase da UNESP, as questões de Literatura, de natureza discursiva, foramestruturadas por uma sofisticada proposta de análise comparada de dois poemas: “Velho Tema — 1”, deVicente de Carvalho, figura de destaque do Parnasianismo brasileiro, e “Cancioneiro, 150”, de FernandoPessoa ortônimo, estrela de maior grandeza do Modernismo em Portugal.

Ambos questionam o que é felicidade, num diálogo que procura acentuar, sobretudo, o viés filosófico quedistingue os poemas. As questões, de progressiva dificuldade, propuseram-se a desenvolver uma comparaçãotemática, que procura aferir as semelhanças e diferenças da perspectiva que caracteriza cada poema.

A prova constou de dois textos a partir dos quais foram formuladas quatro questões de compreensão. Asquestões buscaram avaliar a capacidade do candidato de entender o conteúdo essencial de cada texto.Destacamos a criatividade da questão 34. Prova bem elaborada e bonita.

Inglês

Português

Matemática

30UNESP/2011 – 2ª- FASE ANGLO VESTIBULARES