a política energética da união europeia · a união europeia continua a depender, hoje, em mais...

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Seminário da Associação de Municípios do Oeste O Sector da Energia num Futuro Sustentável Caldas da Rainha, 29 de Outubro 2007 A Política Energética da União Europeia Nuno Ribeiro da Silva

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Seminário da Associação de Municípios do OesteO Sector da Energia num Futuro Sustentável

Caldas da Rainha, 29 de Outubro 2007

A Política Energética da União Europeia

Nuno Ribeiro da Silva

Conteúdo

1. A Europa no panorama energético e ambiental mundial actual

2. Opções de Política Energética na Europa

3. Desafios para o Futuro

Conteúdo

1. A Europa no panorama energético e ambiental mundial actual

2. Opções de Política Energética na Europa

3. Desafios para o Futuro

Vivemos hoje um grave desequilíbrio entre Procura e Oferta de energia primária

Apenas 1/6 da população mundial tem um sistema estruturado de

acesso a energia, ou seja, “sem procura reprimida”

1/3 da população não tem acesso a energia primária

Com a industrialização de outro 1/3 da população teme-se pela

escassez de recursos para fazer face às suas necessidades e

impõe-se um investimento colossal em infra-estruturas

Desapareceu a reserva de 8 a 10 milhões de barris/dia das

décadas de 80/90

Prevê-se que em 20 anos os países em vias de desenvolvimento mais do que quadrupliquem as suas necessidades de energia primáriaNecessidades energéticas por região

(1980-2030E; Mtoe)

Fonte: World Energy Outlook 2006 - Agência Internacional de Energia

Peso crítico

de países

como o Brasil,

Rússia, Índia,

e China

A forte pressão sobre a procura impõe-nos uma nova realidade – o fim da energia barata, e desta vez de forma estrutural e não, como no passado, conjuntural

Evolução dos preços do petróleo

(1990-2007E; USD/boe)

0

10

20

30

40

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1965

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1975

1977

1979

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1983

1985

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1991

1993

1995

1997

1999

2001

2003

2005

Out

ubro

200

7

Real

Nominal

1º Choque

Petrolífero

2º Choque

Petrolífero

Fim da

Energia

Barata?

Fonte: BP Statistical Review of World Energy (2006); Reuters

A União Europeia continua a depender, hoje, em mais de 40% do petróleo, e em 25% do gás natural, para fazer face às suas necessidades energéticas…

Fonte: Comissão Europeia - Livro Verde para a Energia (2006)

Consumo de energia Primária na União Europeia

(1990-2004)

Outros; 14%

Europa; 24%

Médio Oriente;

3%

África; 23%

Ex-União

Soviética; 36%

… sendo que depende do exterior em mais de 70% deste consumo energético a partir de petróleo e gás natural

Origem do Petróleo e Gás Natural consumidos na União Europeia

(2005)

Ex-União

Soviética; 32%

África; 20%

Médio Oriente;

25%Europa; 20%

Outros; 3%

Fonte: Comissão Europeia – Portal da União Europeia (2007)

Petróleo Gás Natural

Nestas condições, a Factura Energética da Europa, em especial em países como Portugal, com uma dependência externa acima da média, tende a agravar-se

Fontes de Energia Primária (2005; tep)

Renovável

15%

Importada

85%

Petróleo

60%Carvão

11%

Gás Natural

14%

Situação Energética em Portugal

Evolução do Saldo Importador de Energia

(2003-06; M€)

Fonte: DGEG

5.9004.964

3.799

3.108

2003 2004 2005 2006

x2

Paralelamente e de forma indissociável à questão energética, estão as questões ambientais, cujas metas nos colocam exigentes desafios

Projecção da evolução das emissões mundiais de CO2 por sector

(Gton CO2)

Fonte: International Energy Agendy (2006)

Total

Produção eléctrica

Transportes

Indústria

Residencial e Serviços

Outras

x2

Num cenário de Business as Usual, as emissões mundiais de CO2 poderão aumentar tanto como 100% no horizonte 2030 com graves consequências para

as economias e ecossistemas à escala global

Apesar de todos os esforços da Europa na contenção do problema das emissões de GEE, os primeiros resultados revelam uma evolução modesta no problema

Emissões de GEE per capita na EU-25 por estado membro – 1990 vs. 2004

Fonte: International Energy Agendy (2006)

Perante estes desafios, quais as opções da Política Energética na Europa e em Portugal?

Agravamento do preço da energia

primária

Elevada dependência energética

externa e elevada concentração

do número de países fornecedores

(Rússia, Argélia, OPEP…)

Compromissos ambientais

exigentes

Que política

energética?

Conteúdo

1. A Europa no panorama energético e ambiental mundial actual

2. Opções de Política Energética na Europa

3. Desafios para o Futuro

Segurança do

Abastecimento

Sustentabilidade

Ambiental

Competitividade

Política

Energética

Fornecimento energético às famílias e empresas a um custo

justo e razoável

Firmeza nas nossas metas ambientais de forma a não comprometer as gerações

vindouras

Manutenção de um cabaz energético primário capaz de sustentar de forma estável o

nosso modo de vida

A génese das opções de política energética assenta na gestão de um conjunto de objectivos, conflituais por natureza

Neste quadro, e entendendo que o Occidental way of life está intimamente ligado ao uso da energia, as opções podem ser derivadas de uma simples equação

Produto/Serviço = Energia + Comportamento + Equipamentoeficiência(Matéria)

Impor novos standards de eficiência energética

Desenvolver uma política externa comum para o abastecimento energético e reforçar o Mercado Ibérico Comum

Desenvolver as fontes energéticas endógenas e conciliá-las com as fontes tradicionaisA

B

C

Conteúdo

1. A Europa no panorama energético e ambiental mundial actual

2. Opções de Política Energética na Europa

3. Desafios para o Futuro

A ENERGIA

Todas as diferentes formas energia primária disponíveis apresentam forças, mas também fraquezas

As energias renováveis, pelo seu carácter volátil necessitam de backups

na alimentação de um sistema e, pelo seu estágio de maturação

tecnológica, estão ainda sujeitas a um grande risco regulatório por via da

subsidiação que exigem

O petróleo e o gás natural estão sujeitos a uma forte pressão na procura

e com preços fortemente inflacionados nos últimos anos, juntando a esta

característica a elevada instabilidade geo-política associada aos

principais países produtores

O carvão apresenta severas limitações relacionadas com a vertente

ambiental exigindo ao longo dos próximos anos um esforço de I&D para

mitigar o seu impacto ambiental

A energia nuclear está a viver uma fase de transição para a terceira

geração tecnológica sendo actualmente uma tecnologia dispendiosa e

arriscada para países de pequena e média dimensão como Portugal

Teremos então de conjugar as diferentes fontes energéticas à nossa disposição na Europa…

GGááss

NaturalNatural

CarvãoCarvão

EnergiaEnergia

NuclearNuclear

RenovRenovááveisveis

Dependência

Garantia de

Abastecimento

Reservas

Custo

Volatilidade

Emissões

NenhumaNenhuma tecnologiatecnologia cumprecumpre todos os todos os

objectivosobjectivos, mas a , mas a suasua conjugaconjugaççãoão

optimiza a optimiza a solusoluççãoão..

A ENERGIA

… sendo que as energias renováveis, únicas verdadeiramente endógenas, pelas suas características particulares, terão de receber um grande impulso

Dependência

Emissões Garantia

de Abastecimento

Emissões Reservas

Custo

Essenciaispara o

cumprimento das metas ambientais

e de segurança de

abastecimento Volatilidade

A ENERGIA

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1000

2000

3000

4000

5000

6000

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8000

2000 2010 2020 2030

… que poderá ser tanto mais importante quanto se perspectiva um aumento da sua competitividade, na dimensão custo, face às tecnologias convencionais

Fonte: Comissão Europeia – World Energy Technology Outlook 2050 (2006)

Custo de investimento(€/kWe)

Custo energia primária(€/boe)

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2000 2010 2020 2030

Centrais Solar Fotovoltaico

Microgeração Solar

Fotovoltaico

Biomassa

Eólica On-shore

Eólica Off-shore

Carvão (CCS)

Gás Ciclo Combinado (CCS)

0

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2000 2010 2020 2030

Centrais Solar Fotovoltaico

Microgeração Solar

Fotovoltaico

Biomassa

Eólica On-shore

Eólica Off-shore

Carvão (CCS)

Gás Ciclo Combinado (CCS)

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1995 2005 2015 2025 2035

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1995 2005 2015 2025 2035

Petróleo

Gás Natural

Sol, água, vento

Convergência

de custos de

investimento

Aumento das energias

fósseis vs. Gratuidade

do Sol, Vento e Água

A ENERGIA

B COMPORTAMENTO

Segurança de

abastecimento

Sustentabilidade

ambiental

Competitividade

Enquadramento

Económico e

Administrativo

Para assegurar simultaneamente a sustentabilidade e a segurança do abastecimento, sem comprometer a competitividade, a Europa deverá falar a uma só voz

Definição de uma política

energética comum – uma só voz

perante os países exportadores de

petróleo, gás e carvão

Integração dos mercados:

– Reforçando a segurança de

abastecimento por via da maior

interligação entre os mercados

(electricidade e gás);

– Harmonizando as metas e o

esforço ambiental com o

estágio de desenvolvimento dos

estados membros

– Compatibilizando a livre

escolha de fornecedor com a

livre circulação de capitais;

Estratégia para

a Energia

C EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Ao longo dos últimos 30 anos, a Europa conseguiu alcançar uma marca impressionante no que aos ganhos de eficiência energética diz respeito…

Através da melhoria

contínua de tecnologias e

comportamentos a Europa

alcançou uma marca dramática

de ganhos de eficiência energética

Evolução das fontes de energia primária no consumo Europeu

- Papel dos “negajoules” (Ganhos de eficiência energética)

Fonte: Comissão Europeia – Livro Verde da Energia (2006)

C EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

… No entanto, até 2020 ainda estaremos a desperdiçar cerca de 20%+ do nosso consumo energético, mesmo considerando melhorias tecnológicas BAU

Fonte: European Commission - Action Plan for Energy Efficiency (2006)

O Sector da Transformação Energética, responsável por 1/3 do

nosso consumo energético primário, tem uma eficiência média de 40%,

mas novas tecnologias podem trazer-nos até aos 60% no futuro

O Consumo Doméstico oferece um potencial de mais de 25% de

ganhos eficiência somente no que diz respeito às novas regras de

eficiência na construção de edifícios residencias (p.e. isolamento

térmico) e através da utilização de electrodomésticos melhorados

O Consumo no Sector Terciário oferece um potencial acima dos 30%

através da implementação de sistemas de gestão da energia em

Edifícios Comerciais

O Consumo Industrial, responsável por cerca de 20% do consumo

energético total, tem um potencial de melhoria estimado nos 25% onde

os equipamentos periféricos e a iluminação oferecem os principais

ganhos de eficiência

O Sector dos Transportes oferece também importantes ganhos de

eficiência, estimados nos 25%, onde a mudança para diferentes modos

de tráfego desempenham um importante papel

Combined overall saving

potential of 20%+ over a Business as

Usual Scenario

trough 2020

Virtualmente, todos os equipamentos consumidores de energia estão em cima da mesa – uma oportunidade formidável para a inovação europeia

Exemplo – Equipamentos domésticos

Ao longo dos próximos meses os equipamentos domésticos estarão sob escrutínio com o objectivo de se estabelecerem novos standards de eficiência energética

Fonte: European Commission - Action Plan for Energy Efficiency (2006)

C EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Quinta. da Fonte, Ed. Dom ManueI I, piso 0, Ala B

2770-203 Paço d’Arcos - Portugal

Tel: (+351) 21 110 27 00 Fax: (+351) 21 110 27 27

www.endesaportugal.pt