a pesquisa da ciÊncia histÓria na biblioteca escolar · pesquisa bibliográfica, fichamento,...

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A PESQUISA DA HISTÓRIA NA BIBLIOTECA ESCOLAR

Autor(a): Maria Teresa Cassavia Jorge1

Orientador: Ailton José Morelli2

Resumo

Na comunidade escolar, é fundamental enaltecer o papel que a Biblioteca exerce cujo quesito principal seja no sentido de estudar mediante o ato da leitura. O enfoque norteador foi mediante a pesquisa bibliográfica de diversos temas históricos. O trabalho foi desenvolvido na Biblioteca, em sala de aula e no laboratório de informática aos alunos do ensino médio do Colégio Estadual Dr. Gastão Vidigal em Maringá, no Paraná. Em primeiro lugar, foi feito um levantamento do acervo bibliográfico, em especial da disciplina de História. Numa segunda etapa foram montadas sete aulas da seguinte forma: pesquisa na história (tanto na biblioteca como também no laboratório de informática mediante a mídia escrita), técnicas da pesquisa bibliográfica, fichamento, resumo, sínteses e referências com textos de apoio. Os resultados obtidos desse projeto privilegiaram a substância histórica que está presente em cada estudante. Assim sendo, a meta principal foi atingida ao conceber que nossos alunos exerçam o direito pleno à cidadania. Proporcionou um avanço no quesito da qualidade de ensino e na diversificação de ideias, fazendo do ambiente escolar um celeiro de projetos cujas metas primam pela formação de sujeitos conscientes de seus direitos e deveres na sociedade. Finalmente, pode-se concluir que mediante do resgate da história do colégio, os alunos perceberam que a História não se realiza somente através de fatos distantes e longínquos no tempo, ao contrário, eles são partes vivas e concretas deste processo. Palavras-chave: Biblioteca escolar- Leitura - Ensino de História.

Abstract In the school, community is essential to enhance the role the Library plays, which is the main item in order to study through the act of reading. The focus was guiding through the literature of various historical themes. The study was conducted in the library, classroom and computer lab for high school students in State College Dr. Gaston Vidigal in Maringa, Parana. First, a survey was made of the bibliographic, in particular the discipline of history. In the second stage were mounted seven classes as follows: research in the history (both in the library as well as computer lab through the written media), the technical literature, book report, summary, summaries and

1 Professora de História especialista em Gestão Escolar da rede estadual de ensino lotada no

Colégio Estadual Dr Gastão Vidigal de Maringá-PR. 2 Professor Doutor em História na Universidade Estadual de Maringá-PR.

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references to support texts. The results of this project concentrated on the historical substance that is present in each student. Therefore, the main goal was achieved by designing our students exercise their right to full citizenship. Provided a breakthrough in the issue of teaching quality and diversification of ideas, making the school environment a barn project whose goals are conspicuous by their formation of subjects aware of their rights and duties in society. Finally, one can conclude that the subject of the history of the college, students realize that history does not take place only through facts and far distant in time, rather they are part of this process alive and concrete.

Key words: School library- Reading - . Teaching of History.

1 Introdução

O contexto do ensino de História nas escolas deve priorizar aos estudantes

a capacidade de orientá-los no sentido da formação da consciência da integralidade

de condição plena da cidadania. Nesse sentido, a História a ser ensinada deve

suscitar condições que façam com que os alunos possam dar passos concretos

intervindo na sociedade em prol do bem estar comunitário.

Atualmente, o professor de História tem por desafio auxiliar o aluno a

superar o ensino memorístico para o ensino significativo, e para tal, o profissional

precisa ter clareza dos diversos enfoques historiográficos. Em determinadas,

circunstâncias haverá necessidade para demonstrar que a ciência histórica é

sempre múltipla, onde não existe homogeneidade.

A partir do relato acima descrito, direcionei o projeto PDE: ”Pesquisa

bibliográfica dos temas da História“ na biblioteca escolar, buscando caminhos que

direcionarem os alunos a procurarem na gênese as diversas interpretações para

demonstrar os múltiplos enfoques do discurso historiográfico, mediante os

questionamentos da atividade da pesquisa escolar.

Na comunidade escolar, o coerente é enaltecer o papel que a Biblioteca

exerce nesse meio, cujas habilidades plenas sejam no sentido de educar mediante o

ato da leitura.

Como primórdio, a biblioteca deve desempenhar função integrante e

dinâmica no âmbito escolar, cujo papel seja transmitir conhecimento a todos que

vierem frequentar esse espaço educativo.

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Vários obstáculos impedem a biblioteca de exercer seus atributos, como a

falta de comunicação de seus funcionários com a comunidade escolar, prejudicando

o desenvolvimento didático pedagógico.

Em relação ao acervo bibliográfico, em sua grande maioria está defasado e

sobrevivem de doações e dos projetos do MEC.

Enfim, pude observar que a Biblioteca Escolar, incluindo onde atuo enfrenta

enormes obstáculos, porém, persiste na função de transmitir valores como:

educação, cultura, conhecimento científico e cidadania.

Nesse contexto, procurei desenvolver estratégias viabilizando a transmissão

de conhecimento, no sentido de proporcionar aos alunos um olhar expressivo à

biblioteca, dando enfoque à pesquisa bibliográfica na Disciplina de História.

Empenhei-me a demonstrar os ensinamentos que esse espaço cultural pode

disseminar.

2 A Importância da Biblioteca Escolar para a Escola, a Comunidade e o Aluno

de História

2.1 O ensino de história e os estudantes

Muitos estudantes perguntam qual é a finalidade do estudo da disciplina de

História. Sua finalidade precisa estar direcionada dentro do contexto no qual a

sociedade está inserida, isto é, a História tem que fazer parte do cotidiano dos

nossos alunos. De uma maneira simples e objetiva, pois não é objeto de caso

aprofundar nesse artigo os meandros acadêmicos das diversas correntes filosóficas

da disciplina da História, vejo numa resposta direta do mestre Caio Boschi (2007)3,

apud Selva Guimarães Fonseca (2010, p.48):

Trocando em miúdos, a história serve para que o homem conheça a si mesmo - assim como suas afinidades e diferenças em relação a outros. Saber quem somos permite definir para onde vamos. Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Perguntas como essas são uma constante na

3 BOSCHI, Caio César. Por que estudar História? São Paulo: Ática, 2007.

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história da humanidade. Por mais sem sentido que pareçam, tais indagações traduzem a necessidade que temos de nos explicar, nos situar, nos (re)conhecer como humanos, e em decorrência, como seres sociais.

A partir do momento no qual os alunos identificam-se como sendo sujeitos

integrantes do processo histórico mediante suas análises e da própria história que

fazem, a disciplina deixa de ser um amontoado de fatos decorativos para

transformar-se em significado de vida para cada um.

O professor de História deve ser o interlocutor e mediador cujos objetivos

sejam fazer com que os alunos sintam-se como membros ativos do processo

histórico. Dessa maneira, a História concebida será uma atividade presente e

dinâmica no processo de transformação do cidadão consciente na sociedade.

História é vida: passada, presente e futura, onde cada elemento possui

significação e conteúdo próprio, pois todos nós fazemos história.

Segundo Schmidt e Cainelli (p.50,2004):

Esse ensino de História pressupõe fundamentalmente que se tome a experiência do aluno como ponto de partida para o trabalho com os conteúdos, pois é importante que também o aluno se identifique como sujeito da história e da produção do conhecimento histórico. Nesse sentido, há consenso entre as diferentes correntes historiográficas contemporâneas de que a História é feita por todos os homens, e não somente pelos heróis ou personagens importantes. Assim, a História ensinada deve levar em consideração a multiplicidade e multilinearidade históricas.

2.2 A biblioteca escolar

As bibliotecas públicas escolares brasileiras devem ser consideradas

ferramentas didáticas – pedagógicas vitais do contexto educacional. Local de

pesquisas, leituras, enfim, um ambiente propício para concretizar valores como o

respeito, formando cidadãos. Leitura e saber caminham na mesma direção, portanto,

a biblioteca deve ser o “coração” da escola.

A definição de biblioteca, segundo Corrêa et al. (2002, p.110):

A biblioteca escolar é um sistema no qual se encontram as fontes de informação, onde está armazenados os registros de pensamento humano dos diferentes séculos, devendo esta atender a alunos, professores e aos demais, que se fazem presente no contexto escolar. Destaca-se como importantíssimo instrumento de apoio didático-pedagógico e cultural, levando em consideração a grande proximidade dela com o processo de

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ensino-aprendizagem, onde esta necessita estar inteiramente ligada aos esforços dos educadores e não apenas constituindo um mero apêndice da escola.

A biblioteca escolar na conjetura atual perdeu seus valores básicos de

propagar conhecimento. Nesse ambiente educativo, restou apenas o lugar de

apêndice em relação ao contexto educativo. Ao contrário, a biblioteca deve ser

considerada como se fosse o coração da escola, onde sua função de educar esteja

sempre em patamar superior.

Para Moro e Estabel (2004, p.53):

O Manifesto da UNESCO de Declaração Mundial Sobre Educação e Objetivos da Biblioteca Escolar aponta que a missão da biblioteca escolar é de estimular o processo de ensino e aprendizagem. Seus pontos básicos se referem “ao desenvolvimento da informação, da alfabetização (ensino e aprendizagem) e da cultura”, devendo compor os serviços fundamentais da Biblioteca Escolar.

Sabemos que o ato da leitura desenvolve-se nas séries iniciais, portanto, as

crianças devem ser estimuladas ao mundo de descobertas e de prazer que a leitura

proporciona. Essa tarefa é dever dos pais, dos educadores e dos agentes

bibliotecários, isto é, um processo coeso, onde todas as partes estão comprometidas

a empenhar-se da melhor maneira possível almejando alunos conscientes de seus

direitos e deveres. Somente dessa maneira, teremos uma sociedade crítica e

atuante, onde cada pessoa pode exercer o pleno papel de cidadão.

De acordo com Selva Guimarães Fonseca (p.81,2010):

A formação do aluno/cidadão se inicia e se processa ao longo de sua vida nos diversos espaços de vivência. Logo devemos considerar como fontes do ensino de História todos os veículos, materiais, vozes e indícios que contribuem com a produção e difusão do conhecimento e que são responsáveis pela formação do pensamento crítico, tais como meios de comunicação de massa (rádio, TV, imprensa em geral), a literatura, o cinema, as fontes orais, monumentos, museus, arquivos, objetos, canções, etc. Os livros didáticos e paradidáticos como fontes, suportes de trabalho,ajudam alunos e professores a acessar e compreender esse universo de linguagens. Ao incorporar diferentes linguagens no processo de ensino de História, reconhecemos não só a estreita ligação entre os saberes escolares e a vida social, mas também a necessidade de (re)construirmos nosso conceito de ensino e aprendizagem.

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2.3 A pesquisa bibliográfica na história

A pesquisa bibliográfica está inserida no contexto didático pedagógico de

suma importância em relação aos conteúdos da disciplina da História. Nesse

sentido, possui elementos fundamentais para o bom funcionamento da biblioteca em

relação ao acervo e à pesquisa.

Quando o professor opta por um trabalho de pesquisa, esse instrumento

didático deve priorizar elementos pedagógicos que visem o aprimoramento dos

estudos e a excelência do conhecimento científico.

A pesquisa bibliográfica significa uma ferramenta didática pedagógica que

vise à melhoria da qualidade de ensino das escolas públicas brasileiras, no caso

específico, referente ao estado do Paraná.

Para Maria Cecília de Souza Minayo (2008, p.47):

Defino Pesquisa como a atividade básica das Ciências na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino. Pesquisar constitui uma atitude e uma prática teórica de constante busca, e por isso, tem a característica do acabado provisório e do inacabado permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados, pensamento e ação.

A pesquisa bibliográfica na Disciplina da História busca fornecer argumentos

científicos que dêem subsídios para a elucidação de questionamentos, os quais,

alunos e professores possam resolvê-los no sentido do suporte científico adquirido

mediante o estudo realizado.

Foi mediante as dificuldades dos alunos a desenvolverem os trabalhos de

pesquisa, que resolvi aplicar esse projeto na biblioteca escolar. Dessa maneira,

procurei explicar os passos da pesquisa bibliográfica através do seu núcleo principal:

as fontes escritas, ou seja, mediante o acervo.

2.4 A biblioteca, os alunos, a comunidade escolar e a família

Hoje as atividades ler e estudar estão passando por um processo

questionável de frequente revisão de valores, devido à dinâmica das diversas

tecnologias que a internet trouxe para nossos lares.

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Os alunos desse século estão inseridos nesse amplo processo tecnológico e

midiático, onde o fundamental é o momento atual, ou seja, o presente, o agora.

A escola precisa elaborar ações que possibilitem aos educandos o prazer

pela leitura, a partir da criatividade dessa geração.

Os alunos do século XXI possuem muita agilidade, criatividade e destreza,

são qualidades que a escola precisa explorar. Há de se fazer um trabalho de resgate

de valores no sentido de oferecer embasamento teórico para esses jovens, pois,

infelizmente, a maior parte não possui alicerce crítico e científico, pela insuficiência

de leitura. Por isso é fundamental que haja congruência de todos os setores da

escola, envolvendo a família nesse contexto.

Para Hillesheim e Fachin (2003/2004, p.38):

Conforme afirma Fernandez (1994)

4, a responsabilidade pela inclusão de

livros no dia-a-dia das crianças é da família num primeiro momento, depois a pré-escola, das Bibliotecas Escolares e das bibliotecas públicas. Os jardins de infância deverão contar com bibliotecas constituídas de livros atrativos e de contos, desenvolvendo atividades integradas ao processo pedagógico, visando atrair a atenção da criança para o livro, familiarizá-la com o livro, enriquecer seu vocabulário, formar o futuro leitor. Desta forma, conquistando o leitor, as bibliotecas se transformam em um local onde a educação, o ensino e o lazer poderão encontrar-se, permitindo o acesso às informações a todos e contribuindo na formação de cidadãos.

Ler significa adentrar num mundo de perspectivas novas, onde cada leitor

amplia sua capacidade cognitiva buscando horizontes de elucidação, cujas metas

transformam-se em variantes de conhecimento, cultura e consequentemente em

ciência.

A escola tem o dever de elaborar estratagemas cujo sentido direcione os

alunos ao caminho da leitura, tendo como aliado fundamental a biblioteca. Somente

dessa maneira, podemos almejar a tão sonhada melhoria da qualidade de ensino.

Uma escola de excelência faz-se a partir do desenvolvimento do hábito pela leitura,

e deve ser estimulado pela biblioteca.

Para Francisca Rosaline Leite Mota (2006, p.1):

A biblioteca, quando inserida no contexto escolar, possui como um dos seus principais objetivos, ser uma ferramenta que auxilie e facilite o processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, se faz necessário à existência de um esforço de interação e cooperação entre professores e bibliotecários no

4 FERNANDEZ, Stella Maris. Promoción de la lectura: papel que le corresponde en ello a la familia,

a la escuela y a las bibliotecas escolares y públicas. In: Congresso Latino-Americano de

Biblioteconomia e Documentação. 2. 1994, Belo Horizonte: ABMG, 1994, p.625-642.

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sentido de proporcionar aos alunos, maior qualidade dos serviços oferecidos pela biblioteca. Fazendo com que, deste modo, os alunos passam a ver a biblioteca como um espaço não de cunho educacional formal, rígido e inflexível, mas, como espaço recreativo, prazeroso e agradável capaz de estabelecer laços com o real e o imaginário e, sobretudo, lhes proporcionar uma maior interatividade com a sociedade e com o mundo que os cerca.

2.5 O laboratório de informática

A revolução tecnológica que se vive hoje está presente nas escolas, sob a

denominação do Laboratório de Informática. No caso específico vou salientar a

importância da “mídia escrita”, textos extraídos de sites científicos vêm contribuindo

para o arcabouço escolar. Dessa maneira, a biblioteca e o laboratório de informática,

caminham na mesma direção de auxiliar na melhoria do processo de ensino

aprendizagem dos alunos, pois não podemos ficar a mercê apenas dos quesitos

bibliográficos, temos que aliar o tradicional ao moderno, sem perder de vista os

objetivos a serem atingidos.

Tanto na biblioteca quanto no laboratório de informática, os alunos buscam

conhecimento, o grande obstáculo é que saibam fazer a associação e analogia

desses ambientes. É nesse contexto que a escola deve atuar no sentido de

contribuir para o estímulo ao hábito da leitura em suas diversas faces, seja mediante

livros (acervo da biblioteca) ou através dos recursos da informática. Esses

segmentos pedagógicos estão presentes no corpo funcional da escola e ambos

necessitam estar em consonância, tendo como meta principal a busca pelo

conhecimento e posterior formação do caráter do cidadão consciente de seu papel

na sociedade.

De acordo com Souza e Gitahy (2010, p.25):

A educação precisa se desenvolver, adaptar, inovar e, principalmente, se atualizar, para acompanhar o desenvolvimento do ser humano. Podemos perceber que na evolução da tecnologia, a educação é um dos campos da sociedade que menos acompanhou esse processo, entretanto, o que se sabe é que na escola que o indivíduo é formado na concepção de sociedade. A escola há muito tempo deixou de ser um lugar onde só se ensinava a ler e a escrever; hoje a escola é considerada como berço do saber/aprender e, a internet pode ter um papel fundamental nessa função devido a sua riqueza de conteúdo. Ela abre caminhos enquanto forma de pesquisa, pois edifica pontes para diminuir as distâncias físicas e sociais que separa o aluno do ambiente em que vive do conhecimento de outras culturas até mesmo da realidade mundial.

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Pode-se concluir que os computadores e a internet são ferramentas

essenciais em nosso meio, e temos que extrair suas qualidades para usá-los da

melhor maneira possível. Nesse contexto, o laboratório de informática é um

instrumento fundamental, onde tanto os alunos como os professores, e toda

comunidade escolar aprende em harmonia, seja mediante uma pesquisa escolar

como também uma mera curiosidade.

Segundo França e Simon (2010, p.5):

Uma das potencialidades dessa ferramenta, o computador, é o acesso à internet, que segundo Moran (1999)

5, abre caminhos para novas maneiras

de adquirir conhecimento e fonte de ilimitadas informações que vão desde artigos científicos, livros, documentos, revistas e outros. Como qualquer recurso tecnológico, esta deve ser entendida como um dos meios alternativos para construir o conhecimento, visto que propicia ao indivíduo interligar-se com o mundo, resultando em escolas mais flexíveis, menos autoritária, cedendo lugar para ambientes aconchegantes, atrativos, estimulantes e criativos.

2.6 A pesquisa e o documento histórico

A relação História, documentos e pesquisa são elementos desse projeto

pedagógico, no sentido da análise do conteúdo mediante a intervenção bibliográfica.

Mediante as reflexões de Maria Auxiliadora Schmidt e Marlene Cainelli

(2004, p.90):

No ensino de História, a palavra documento suscita, pelo menos, duas interpretações. Na primeira, ele pode ser identificado com material usado para fins didáticos, como livro didático, mapa histórico e filme com objetivos educacionais. A característica principal desse conjunto de material é sua finalidade didática ser preestabelecida desde sua produção. Nessa condição, eles podem ser designados como suporte informativo. Na segunda interpretação, documento quer dizer fonte, isto é, fragmentos ou indícios de situações já vividas, passíveis de ser exploradas pelo historiador.

O livro didático é um instrumento pedagógico que desempenha um papel

fundamental, pois é através dele que é desenvolvida boa parte das pesquisas.

5 MORAN, José Manuel. Internet no ensino. Rev Comunicação & Educação, v. 14, p. 17-26,

jan./abr. 1999.

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Quero ressaltar que as análises não serão realizadas somente em livros didáticos,

mas também através deles.

No caso específico do livro de História, não há como negar as preferências

dos professores por determinados autores, isto é, a familiarização dos conceitos de

cada historiador. É um processo de afinidade entre o professor e o autor do livro,

analisando as possibilidades de trabalho dentro e fora de sala de aula.

No caso específico de documento simbolizar “fonte” a análise desse material

vai depender de uma série de fatores e conjeturas a serem exploradas pelo

historiador. É preciso dar voz ao registro histórico, independente de sua natureza,

pois mediante esse processo ocorrerá à visualização das estruturas do passado.

Levantei essa discussão devido ao fato da essência do projeto: a pesquisa

bibliográfica, cujos elementos precisam ter clareza em seu desenvolvimento. Na

prática, os educandos necessitam visualizar e compreender a natureza das fontes e

dos registros históricos para posterior desenvolvimento do trabalho de pesquisa e

cabe ao professor orientá-los nesse trajeto.

O embasamento teórico dos educandos é limitado. Quando mostrei a

biblioteca, o acervo, a reação de muitos foi deslumbrante, pois não tinham noção

que nesse ambiente pudessem encontrar tantas informações.

Os professores têm a obrigação de apresentar recursos que possibilitem aos

alunos interagirem no âmbito escolar, por isso, desde o início do projeto, enfatizo a

importância de conceber a biblioteca, o local de excelência que merece.

A disciplina História faz-se privilegiada no quesito de análise do acervo

bibliográfico, portanto é fundamental explorar esse aspecto, mediante o processo de

análise dos documentos. A fonte escrita tem voz própria, cabe interpretá-la e

compreender seus meandros. Nesse sentido, o professor deve estar atento a todos

os detalhes que o documento suscita, pois são nas entrelinhas que estão contidas

as ideias norteadoras do conteúdo estudado, portanto, é crucial fazer várias leituras

para posterior elucidação do vocabulário e compreensão do assunto.

Segundo Sá-Silva, Almeida e Guindani (2009, p.13):

A pesquisa documental é um procedimento metodológico decisivo em ciências humanas e sociais porque a maior parte das fontes escritas – ou não – são quase sempre a base do trabalho de investigação. Dependendo do objeto de estudo e dos objetivos da pesquisa, pode se caracterizar como principal caminho de concretização da investigação ou se constituir como instrumento metodológico complementar. Apresenta-se como um método de escolha e de verificação de dados; visa o acesso ás fontes pertinentes, e, a esse título, faz parte integrante da heurística da investigação. Deve muito à

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História, e, sobretudo aos seus métodos críticos de investigação sobre as fontes escritas. Isso porque a investigação histórica ao pretender estabelecer sínteses sistemáticas dos acontecimentos históricos serviu, sobretudo, às ciências sociais, no sentido da reconstrução crítica de dados que permitam inferências e conclusões.

3 Projeto Pedagógico

3.1 Histórico da escola

Nessa unidade do Material Didático a intenção é viabilizar todo o acervo da

disciplina de História no que diz respeito à pesquisa escolar.

Resumidamente, vou me reportar ao histórico da escola onde atuo: Colégio

Estadual Dr. Gastão Vidigal, Ensino Fundamental e Médio, em Maringá no Paraná:

O Colégio foi criado em 1953 com o nome de Ginásio Municipal de Maringá, conforme Lei Municipal nº13 de 02/12/1953 e Certidão nº77157de 02/12/953 através da Prefeitura Municipal, com o Prefeito Municipal SENHOR Inocente Vila Nova Junior e passando a ser da rede Estadual em 1954, sob o Decreto Municipal nº 19 de 01/01/1954 e Lei Estadual nº2168 de 04/08/1954 com o nome de Ginásio Estadual de Maringá (1ª escola do Município a oferecer o 1º ciclo do Curso Ginasial). Enfim, a transmissão foi feita mediante o ofício nº 140 de 14/01/1955 (PARANÁ, 2012).

O Colégio possui cerca de 3 mil alunos distribuídos entre o ensino

fundamental de 6ª a 9º série, no ensino médio, e no ensino profissionalizante do

período noturno dois cursos Técnico em Química e Cuidador de Idosos.

A Biblioteca do colégio permanece aberta os três períodos: manhã, tarde e

noite, possui um acervo bibliográfico com cerca de 18000 livros, sendo 1190 livros

da área de História. Esses dados são referentes à data de 09/05/2012, passíveis de

sofrerem alterações.

Na biblioteca do colégio, temos outros recursos além das fontes escritas,

como as fitas VHS, de filmes e documentários de todas as disciplinas, que estão

sendo convertidas na forma de CDs, pois é um material valioso para toda e qualquer

pesquisa. Também temos o globo terrestre, mapas históricos e geográficos que os

professores utilizam em sala de aula, diversificando seus conteúdos.

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No que diz respeito à disciplina de História, temos uma sessão privilegiada,

onde se encontram várias coleções de diversos autores, temas e títulos.

Quando os alunos dirigem-se á biblioteca em busca de esclarecimento de

dúvidas na área de História para suas atividades escolares são direcionados ao

segmento das áreas de ciências sociais com o meu auxílio para esclarecimento das

mesmas.

Todo o material disponível na biblioteca tem por fundamento enriquecer o

conhecimento das pessoas que frequentam esse local. No caso específico da

História, agora temos mais um componente que irá acrescentar subsídios a

toda a comunidade escolar: o projeto do museu da escola, dando identificação ao

colégio mediante a História local.

A biblioteca e o Centro Histórico primam pela significação e qualidade de

ensino dos nossos educandos, dessa maneira, a História terá um papel de extrema

relevância no sentido de transmitir identidade aos nossos alunos. Ambos os projetos

são coesos no que tange a respeito da História local, no caso do próprio colégio,

sendo assim, uma maneira palpável e concreta de conceber a História a toda

comunidade escolar.

3.2 O projeto: a pesquisa bibliográfica na história

O tema do meu Projeto PDE é a Pesquisa Bibliográfica na História, foi uma

opção por afinidade, pois desenvolvo meu trabalho na biblioteca da escola e

também porque percebi as dificuldades dos educandos em relação a trabalhos de

pesquisa.

Como relatei anteriormente, hoje a maior parte dos trabalhos de pesquisa

infelizmente são meras cópias, não existe principalmente por parte dos alunos a

preocupação de adquirir conhecimento, mas de alcançar notas.

A escola tem o dever de estimular o gosto pela leitura, aliando o tradicional

(livros) com o moderno (informática), desse jeito, ocorrerá uma aglutinação de

conhecimento, extraindo de cada um a essência da pesquisa.

Nesse sentido, a pesquisa bibliográfica deixará e ser “cópias de livros“ para

se transformar no alicerce básico de conteúdo científico.

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No caso específico da disciplina da História, a pesquisa bibliográfica é

condição “sine qua non” para obter resultados de conhecimento científico. Nas

fontes de cunho bibliográfico predominam as ideias centrais, que dão corpo para o

trabalho, mesmo sabendo que apesar da subjetividade do leitor, as bases

ideológicas permanecem intactas.

Dependendo do tema a ser abordado pelo historiador utilizam-se outros

métodos, além das fontes escritas, pois muitas sociedades deixaram seus símbolos

marcados mediante pinturas, artesanato, fósseis e outras formas de registros. Fiz

esse breve comentário para esclarecer que existem outras maneiras de estudar a

História, porém, no meu caso a ênfase é a pesquisa bibliográfica.

Segundo Gil (2002, p. 3):

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos pode ser definida como pesquisas bibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que se propõe a uma análise das diversas posições acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente mediante fontes históricas. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. [...] A pesquisa bibliográfica também é indispensável nos estudos históricos. Em muitas situações, não há outra maneira de conhecer os fatos passados se não com base em dados bibliográficos.

3.3 Museu da escola e sua relação com a biblioteca

No início do ano letivo de 2012, o Colégio Estadual Dr. Gastão Vidigal,

mediante a parceria com a Universidade Estadual de Maringá, através do

Departamento de História, disponibilizou a formação de um novo projeto para a

comunidade escolar: O Centro Histórico denominado Museu da Escola. Esse projeto

foi pertinente no sentido de resgate do passado da escola, mediante os fatos e os

sujeitos que participaram desse contexto histórico. A identificação de um lugar se faz

mediante a memória que esse lhe traz, isto é, resgatar o passado para poder

compreender o presente. Dessa maneira, o Museu da Escola, será um importante

instrumento didático pedagógico no sentido de transmitir uma nova identidade ao

contexto escolar e a todos que estão inseridos nesse processo.

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Os arquivos escritos do colégio estão sendo organizados e colocados em

ordem cronológica, é um trabalho que denoda tempo, porém, fundamental para sua

finalidade.

O Museu da Escola com a parceria da biblioteca priorizam pela valorização

da memória da História local, dando significação ao ambiente mediante ao resgate

histórico.

Compreender o passado da localidade onde se vive, através do estudo da

história local, permite que o aluno(a) se insira na sociedade, dando características

próprias ao ambiente. Desta maneira, a História contribui com requisitos que

permitem aos alunos posterior exercício pleno da cidadania.

Os alunos terão um curso/oficina “Patrimônio Cultural”. Tanto os alunos do

colégio como pessoas da comunidade e UEM, poderão participar da construção do

Centro Histórico do Colégio Estadual Dr. Gastão Vidigal.

3.4 O projeto na prática: na sala de aula e na biblioteca

O projeto didático PDE permitiu a elaboração de um caderno com atividades

dirigidas aos professores e aos educandos, visando ensinar as técnicas da pesquisa

bibliográfica.

Mediante o caderno pedagógico, apliquei o projeto de duas maneiras

distintas:

a) Turma do 2º ano do Ensino Médio do período vespertino;

b) Três alunos do Ensino Médio do período da manhã.

Numa primeira etapa apresentei as dependências da biblioteca do colégio

aos alunos apresentando seu pessoal de apoio, funcionamento e acervo

bibliográfico. As reações dos alunos foram diversas: a turma do 2º ano, de certa

forma, reagiu de maneira mais discreta, isto é, foram mais apáticos, apenas alguns

estudantes mostraram interesse pelo projeto, pois a maior parte deles estava

interessada na nota que sua participação iria oferecer. Em relação aos três alunos,

foi visível o interesse pelo projeto, pois eles participaram de maneira espontânea,

cujo objetivo era aprender com o projeto.

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Procurei sintetizar tanto o projeto como o material pedagógico de forma clara

e precisa, visando a melhor compreensão por parte dos alunos. Utilizei de recursos

midiáticos como pequenas reportagens, cujos objetivos não eram os fatos, mas sim

os questionamentos, mediante a narrativa do locutor. Priorizei sempre que toda e

qualquer pesquisa é realizada mediante as dúvidas que cercam a humanidade.

O grande obstáculo dessa iniciativa foi à insuficiência de leitura por parte dos

alunos e também o pouco tempo que tive para aplicar o projeto, pois em 32 horas

não dá para esperar grandes resultados. Outro fator negativo se deu que o projeto

foi aplicado no último trimestre escolar, o que prejudicou muito seu funcionamento.

Apesar de todos os percalços, cumpri a missão de incentivar o hábito da

leitura aos alunos, de uma forma crítica e objetiva, fazendo com que se sintam

responsáveis pela melhoria da sociedade que vivemos.

De acordo com Camargo (2012, p.6):

Não é fácil ser professor, seja em instituições públicas ou privadas, mas não podemos desistir diante das dificuldades. Os percalços existem para serem superados. E apesar de todas as mazelas não devemos nos esquecer da beleza da nossa profissão. Como professores temos que ter a consciência de que se errarmos é porque tentamos, e se acertamos é porque também tentamos, e devemos estar sempre pensando em nossa prática de ensino. Só se aprende tentando, e como professores temos muito a aprender.

3.5 Relatos das aulas sobre o tema pesquisa

Em primeiro lugar, fiz um levantamento do acervo bibliográfico no que diz

respeito à disciplina de História, para utilizar nas aulas.

Em sala de aula e também com os três participantes, pedi que

respondessem à ficha 01 do material didático, cujo objetivo era a coleta de dados.

A partir dos dados coletados, pude visualizar alguns pontos de referência

principalmente a respeito do que os educandos entendiam sobre o ato de pesquisar.

Nesse sentido, as opiniões foram diversificadas, dependendo do interesse de cada

um. O ato de realizar uma pesquisa seja em qualquer disciplina para os alunos

simboliza um exercício que denota tempo e persistência, qualidades que hoje os

jovens quase não praticam. A escola, os educadores, precisam ter projetos que

visem ensinar e estimular o hábito da leitura, pois sozinhos, os alunos não

praticaram essa atividade, ficamos à mercê de atitudes espontâneas.

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Como relatei anteriormente, o tempo foi insuficiente para a aplicação do

projeto, seria preciso pelo menos um semestre para obter resultados mais

expressivos.

Em relação ao ano de 2011 para 2012, aconteceram muitas mudanças no

colégio, como por exemplo, novas parcerias com as universidades, cujas metas

viabilizam projetos em todas as áreas, isto é, as estratégias pedagógicas em ação,

na prática.

Numa segunda etapa da aplicação do projeto, montei aulas em um

programa de apresentação denominado “Power Point”, destacando os pontos

principais tanto do projeto como do caderno pedagógico. Dessa maneira, as aulas

foram divididas em vários blocos:

a) Pesquisa na História: com 09 slides, dando ênfase e buscando na

raiz as explicações dos termos “pesquisa-história-biblioteca”. Foi um

exercício de análise e interpretação dessas palavras na sua gênese.

b) Técnicas da pesquisa bibliográfica: com 05 slides, priorizando

resumidamente como se realiza a pesquisa, a partir do levantamento

do acervo, priorizando os diversos tipos de leituras (identificação,

seletiva, compreensão e de interpretação).

c) Fichamento, resumo, sínteses e referências: com 15 slides,

esmiuçando cada terminologia e exemplificando-as. Essa etapa exigiu

um tempo maior para cumpri-la e também mais empenho e dedicação

de ambas as partes, devido ao conteúdo a ser explorado.

d) Textos de apoio: O fim do período colonial no Brasil ( VICENTINO

CLÁUDIO 1994 ) e Os homens que comandaram a independência

(COSTA EMÍLIA 1990 ), com o intuito de usar o restante das fichas em

forma de exercícios. Nessa etapa, trabalhei: técnicas de fichamento,

referências, problematização, resumo, síntese crítica e síntese

subjetiva e anotações.

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Dentre vários exemplos de resumo, a respeito desses textos, vou mencionar

ao de uma aluna do 2º ano do Ensino Médio:

“No texto: O Fim do Período Colonial no Brasil é abordado à independência do país e como esta se deu. A independência do Brasil está ligada á era das revoluções do final do séc. XVIII, como a Revolução Industrial na Inglaterra, a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa. Esses movimentos, principalmente os dois últimos em sua composição ideológica opunham-se ao pacto colonial. O Bloqueio Continental, imposto pela França Napoleônica, culminou na fuga da família real portuguesa para o Brasil. No período em que D. João VI esteve no Brasil, e a partir da declaração do Reino Unido, em 1815 até 1821, o país se inovou. Com a Revolução do Porto, em 1820, D. João VI voltou para Portugal e deixou seu filho o príncipe regente D. Pedro, que proclamou a nossa independência em 07/09/1822”.

O trabalho final foi à elaboração de sínteses: crítica e subjetiva, cujos temas

eram: A independência do Brasil e O Período da Nova República Brasileira (até o

primeiro mandato do Presidente Fernando Henrique Cardoso).

Percebi o quanto os alunos têm dificuldade da interpretação de leitura e

posterior relato das mesmas. Apesar de todas as carências, pude colher

informações valiosas para o projeto. Uma amostra foi o exemplo de síntese subjetiva

de um aluno do 3º ano do Ensino Médio, sobre a análise de capítulos dos livros:

Toda a História (ARRUDA & PILETTI 1997) e História e Consciência do Brasil

(COTRIM GILBERTO 1999):

“A observação mais importante que consegui fazer ao realizar a análise do livro de Jobson, Piletti e o de Cotrim foi que todos os autores mostraram o lado pobre do Brasil, porque, ambos os livros são datados da década de 1990, e, portanto retratam o país daquela época. Essas questões podem ser observadas no livro História e Consciência do Brasil de Cotrim no texto: Subcidadania no Brasil”. “Com base em tudo isso, se pode observar que o Brasil sofreu muitas mudanças desde aquele tempo, tornando bem mais democrático e igualitário. Acredito que os problemas da fome, desemprego e miséria sofreram grande redução e espero que o Brasil continue nesse rumo até acabar de vez com as desigualdades que existem“.

Os resultados obtidos desse projeto viabilizam não somente um parâmetro

de medição escolar, ao contrário, privilegia a substância histórica que está presente

em cada pessoa no contexto da comunidade escolar. Assim sendo, a meta principal

é atingida ao conceber que nossos alunos exerçam o direito pleno à cidadania.

Toda iniciativa empenhada nesse projeto deu-se no sentido de promover

alternativas pedagógicas na escola principalmente nos educandos. Proporcionou

um avanço no quesito da qualidade de ensino e na diversificação de idéias, fazendo

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do ambiente escolar um celeiro de projetos cujas metas primam pela formação de

sujeitos críticos e conscientes de seus direitos e deveres na sociedade.

Segundo Fonseca (p.245,2010):

Ao ensino de História cabe o papel educativo, formativo, cultural e político. A relação com a construção da cidadania perpassa os diferentes contextos políticos da história da educação brasileira. Deste modo, a avaliação da aprendizagem e do ensino de História deve contribuir para o processo de reconhecimento e valorização da heterogeneidade, da distinção das particularidades da cidadania, da política da convivência social e ética. A avaliação educacional como prática social é fundamentalmente uma prática política e cidadã!

4 Considerações Finais

A realização desse projeto sobre pesquisa na biblioteca foi desenvolvê-lo na

esfera desse ambiente educativo. Para que isso ocorresse, precisei diversificar o

olhar de como os alunos e educandos tinham a respeito da biblioteca, tornando mais

acessível suas relações com esse local de aprendizagem. Um dos quesitos básicos

foi promover visitas assíduas, inteirando os alunos no contexto diário desse local de

trabalho e também esclarecendo dúvidas e acatando sugestões para a melhoria da

qualidade do acervo da instituição.

As expectativas em relação à aplicação do projeto obtiveram os resultados

dentro do esperado. Foi uma experiência pedagógica que visou colocar na prática o

desenvolvimento de estratégias didáticas cuja meta principal foi à inserção da

biblioteca no corpo educacional.

A contribuição final do projeto visou e sempre terá seu enfoque na melhoria

da qualidade do processo de ensino e aprendizagem, pois, enquanto educadora

procurarei sempre alcançar esse objetivo, independente do local onde esteja

atuando.

Em relação ao ano de 2012, o colégio está dando oportunidades para a

continuidade do projeto perante a estimativa de promover a busca pelo

conhecimento mediante a leitura e valorização da biblioteca escolar.

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As pesquisas bibliográficas são atividades contínuas na escola, e da melhor

maneira possível, procuro desenvolver e delinear seus passos, transmitindo

conhecimento a quem quiser adquiri-lo.

Com o advento do projeto do Museu da Escola, poderemos aliar as duas

esferas educativas; a biblioteca e o centro histórico, ambas as partes darão

significação ao processo de ensino e aprendizagem, viabilizando o acesso dos

alunos ao contexto escolar.

Temos vários títulos na biblioteca que darão corpo ao projeto do centro de

história, como por exemplo, as obras: LUDUS, Curso de Latim. PE. Milton Valente,

SJC – LDB de Portaria Ministerial n. 966 de 02/10/51. Catalogado em 1974 e

recatalogado em 2003; O Arquipélago. 3ª parte: O tempo e o vento. São Paulo: Ed.

Globo, 1966. 1º Tomo. Catalogado em 1970 e recatalogado em 2005; SOUTHEY,

Roberto. Coleção: História do Brasil. 3. ed. traduzida do inglês pelo Dr. Luiz Joaquim

de Oliveira e Castro. São Paulo: Ed. Obelisco, 1965. Catalogado em 1970 e

recatalogado em 2007; Coleção História das Américas. Vol. I, 1ª edição. Direção

Geral. Edição Brasileira. Ricardo Levene por Pedro Calmon da Academia de Letras

e do Instituto de História e Geografia. Brasília, 1945. Catalogado em 1970 e

recatalogado em 2007; Sermões. PE. Antônio Vieira. Ed. das Américas S/A –

Edameres-Sp, vol. III. Supervisão de PE. Antonio Charbel S.D.B. e Prof. A-Della

Nina, 1966. Catalogado em 1970 e recatalogado em 2003.

Tanto a biblioteca como o Museu da Escola, avançará no sentido do

processo de ensino e aprendizagem ao que cabe à essência primaz dos valores

históricos contidos nesses ambientes, aproximando e estabelecendo elos perenes

com toda comunidade escolar.

Mediante do resgate da história do colégio, os alunos perceberão que a

História não se realiza somente através de fatos distantes e longínquos no tempo,

ao contrário, eles são partes vivas e concretas deste processo.

A biblioteca é parte crucial dessa investigação histórica, mediante seu

acervo e a própria história que nela contém e a partir do momento que ocorre a

identidade do ambiente, o local deixa de ser um mero apêndice para se transformar

em ambiente de excelência de ensino.

A jornada continua, o trabalho é árduo, porém, mediante a aplicação do

projeto pude colocar em práticas ideais como a valorização das pessoas enquanto

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seres humanos. Valorizar a condição de cidadãos é substância para qualquer

sociedade.

Referências

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