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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE TURISMO GRADUAÇÃO EM TURISMO A PERCEPÇÃO DOS VIAJANTES LOCATÁRIO DE VEÍCULOS SOBRE A SINALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO TURÍSTICA EM NATAL-RN VIVIANE PAULA DA SILVA NATAL/RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE TURISMO

GRADUAÇÃO EM TURISMO

A PERCEPÇÃO DOS VIAJANTES LOCATÁRIO DE VEÍCULOS SOBRE A

SINALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO TURÍSTICA EM NATAL-RN

VIVIANE PAULA DA SILVA

NATAL/RN

2016

VIVIANE PAULA DA SILVA

A PERCEPÇÃO DOS VIAJANTES LOCATÁRIO DE VEÍCULOS SOBRE A

SINALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO TURÍSTICA EM NATAL-RN

Monografia apresentada à Coordenação do

Curso de Graduação em Turismo da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito parcial para a obtenção do título

de Bacharel em Turismo.

Orientador: Prof. M. Sc Cleber Augusto

Trindade Castro.

NATAL/RN

2016

Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN

Viviane Paula da Silva.

A percepção dos viajantes locatário de veículos sobre a sinalização de

orientação turística em Natal-RN / Viviane Paula da Silva. - Natal, RN, 2016.

63f.

Orientador: Prof. Me. Cleber Augusto Trindade Castro.

Monografia (Graduação em Turismo) - Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de

Turismo.

1. Turismo – Urbanização - Monografia. 2. Sinalização Turística -

Monografia. 3. Viajantes – Satisfação - Monografia. 4. Planejamento Turístico

Urbano - Monografia. I. Castro, Cleber Augusto Trindade. II. Universidade

Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/BS/CCSA CDU 338.488

Viviane Paula da Silva

A PERCEPÇÃO DOS VIAJANTES LOCATÁRIO DE VEÍCULOS SOBRE A

SINALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO TURÍSTICA EM NATAL-RN

Monografia apresentado à Coordenação do

Curso de Graduação em Turismo da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito parcial para a obtenção do título

de Bacharel em Turismo.

Natal/RN, 07 de junho de 2016.

_____________________________________________________________

Prof. M. Sc. Cleber Augusto Trindade Castro

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Orientador – Presidente da Banca Examinadora

_____________________________________________________________

Prof. Dr. Luiz Augusto Machado Mendes Filho

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Membro da Banca Examinadora

_____________________________________________________________

Prof. M. Sc. Michel Jairo Vieira da Silva

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Membro da Banca Examinadora

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer à Sueli Moreira, Marcos Fran, Lusia Rees e Ruan Sposito por

toda ajuda imensurável na construção deste trabalho. Mas gostaria de agradecer especialmente

a professora Renata Lima, por toda atenção, todas as dicas e todos os conselhos que me foi dado

desde o começo, sobre o tema desta monografia. Sem você, este trabalho não existiria. Te

agradeço de todo coração!

Agradeço muitíssimo também a todos vocês que trabalham na locadora de veículos

Serra Dourada, do Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, por toda ajuda e apoio

que me deram durante o período da aplicação dos questionários.

Por fim, obrigada, Cleber. Por ter acreditado neste estudo e me ajudado, por ter relevado

minhas pequenas crises de estresse e, principalmente, por me incentivar a continuar estudando.

Por tudo isso, eu lhe sou muito grata!

O viajante concentra estes tropismos

milenares: o gosto pelo movimento, a paixão

pela mudança, o desejo ardoroso de

mobilidade, a incapacidade visceral de

comunhão gregária, a vontade de

independência, o culto da liberdade e a paixão

pela improvisação.

(Michel Onfray).

RESUMO

A finalidade de uma sinalização, seja essa de indicação de trânsito ou de orientação turística, é

orientar os usuários das vias urbanas e rurais, auxiliando-os e direcionando-os a atingir os

destinos pretendidos. A sinalização de orientação turística em particular, objetiva ainda,

informar a existência de atrativos turísticos em um destino e, por isso, tem função importante

no consumo dos seus espaços turísticos. Com o objetivo de compreender como a sinalização

turística influencia os deslocamentos dos viajantes quem vem à Natal-RN, esse estudo buscou,

através da aplicação de questionários em campo, elaborados em escala Likert, entender qual a

eficiência desse instrumento ao auxiliar a locomoção desses viajantes dentro da cidade. Diante

disso, os resultados desta pesquisa apontaram falhas na funcionalidade da sinalização de

orientação turística e, com isso, verificou-se que essa sinalização não é um instrumento que

proporciona um deslocamento eficaz dentro da cidade.

Palavras-chave: Sinalização Turística. Viajantes. Satisfação. Planejamento Turístico Urbano.

ABSTRACT

The objective of signaling, either for traffic or for tourism, is to guide and direct urban or rural

users to reach their final destinations. Tourist signaling, in particular, aims at informing the

existence of tourist attractions in a given destination and thus has an important function in the

consumption of touristy places. With the objective of understanding how tourist signaling

influences Natal-RN incoming travelers’ movements, this study attempted, through a survey

using a Likert scale, understand how efficient this signaling is in helping tourists move about

in the city. The results show functionality flaws in the tourist signaling verifying that it has not

been an efficient guiding tool in the city.

Key-words: Tourist Signaling. Travelers. Satisfaction. Tourism Urban Planning.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplos de pictogramas de Atrativos Naturais. .................................................. 34

Figura 2 – Exemplos de pictogramas de Atrativos Históricos e Culturais. ............................. 34

Figura 3 – Exemplos de pictogramas de Áreas para Prática de Esporte. ................................ 34

Figura 4 – Exemplos de pictogramas de Áreas de Recreação. ................................................ 34

Figura 5 – Exemplos de pictogramas de Locais de Interesse Turístico. ................................. 35

Figura 6 – Exemplos de pictogramas de Serviços de Transporte. ........................................... 35

Figura 7 – Exemplos de pictogramas de Serviços Variados. .................................................. 35

Figura 8 – Exemplos de placas de Identificação do Atrativo Turístico, de Sentido e Distância.

.................................................................................................................................................. 35

Figura 9 – Avaliação do motivo da viagem dos entrevistados. ............................................... 42

Figura 10 – Avaliação do local de origem dos entrevistados. ................................................. 43

Figura 11 – Avaliação do grau de escolaridade dos entrevistados. ......................................... 45

Figura 12 – Porcentagem do grau de satisfação geral da sinalização turística para os

viajantes. ................................................................................................................................... 52

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Avaliação do gênero dos entrevistados. ................................................................. 42

Tabela 2 – Avaliação da faixa etária dos entrevistados. .......................................................... 44

Tabela 3 – Avaliação do estado civil dos entrevistados. ......................................................... 44

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Avaliação dos estrangeiros sobre os serviços de Natal (2014). ........................... 17

Quadro 2 – Monografias produzidas sobre a sinalização turística no RN. ............................. 19

Quadro 3 – Taxa de urbanização no Brasil no período 1940-2010. ........................................ 22

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Porcentagem da satisfação da sinalização turística referente ao critério

padronização. ............................................................................................................................ 46

Gráfico 2 – Porcentagem da satisfação da sinalização turística referente ao critério

visibilidade. .............................................................................................................................. 47

Gráfico 3 – Porcentagem da satisfação da sinalização turística referente ao critério

suficiência. ................................................................................................................................ 48

Gráfico 4 – Porcentagem da satisfação da sinalização turística referente ao critério

continuidade e coerência. ......................................................................................................... 49

Gráfico 5 – Porcentagem da satisfação da sinalização turística referente ao critério

manutenção e conservação. ...................................................................................................... 51

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CCEIT Centro de Cultura Espacial e Informações Turísticas

CONTRAN Conselho Nacional de Trânsito

CTB Código de Trânsito Brasileiro

DETRAN Departamento Nacional de Trânsito

EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo

FECOMÉRCIO Federação do Comércio, Bens, Serviços e Turismo do RN.

FGV Fundação Getúlio Vargas

GBST Guia Brasileiro de Sinalização Turística

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional

MTUR Ministério do Turismo

SEBRAE Serviço de Apoio às Pequenas Empresas

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFAM Universidade Federal do Amazonas

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 15

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA .............................. 15

1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 18

1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................. 20

1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................................... 20

1.3.2 Objetivos específicos .................................................................................................... 20

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 21

2.1 A URBANIZAÇÃO E O TURISMO ........................................................................... 21

2.2 MOBILIDADE URBANA NO TURISMO ................................................................. 25

2.3 A PERCEPÇÃO DA IMAGEM NO DESTINO TURÍSTICO .................................... 28

2.4 A SINALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO TURÍSTICA ................................................ 30

3 MÉTODO .................................................................................................................... 37

3.1 DESENHO DA PESQUISA ......................................................................................... 37

3.2 SUJEITOS DA PESQUISA ......................................................................................... 37

3.3 ABORDAGEM DA COLETA DE DADOS ................................................................ 38

3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................................ 39

3.5 ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................................... 40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 41

4.1 O PERFIL DOS VIAJANTES ...................................................................................... 41

4.2 A PERCEPÇÃO DOS VIAJANTES SOBRE A SINALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO

TURÍSTICA ............................................................................................................................. 45

4.2.1 Padronização ................................................................................................................. 45

4.2.2 Visibilidade, Legibilidade e Segurança ........................................................................ 46

4.2.3 Suficiência .................................................................................................................... 47

4.2.4 Continuidade e Coerência ............................................................................................. 49

4.2.5 Manutenção e Conservação .......................................................................................... 50

4.3 A SATISFAÇÃO GERAL DOS VIAJANTES E A IDENTIFICAÇÃO DOS

PRINCIPAIS PROBLEMAS ................................................................................................... 51

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 54

6 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 57

APÊNDICE A .............................................................................................................. 61

APÊNDICE B .............................................................................................................. 63

15

1 INTRODUÇÃO

Este capítulo traz uma explanação do problema ao qual este trabalho se originou.

Em seguida, é apresentado a justificativa e os objetivos deste trabalho.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Sabe-se que o turismo é uma das principais atividades econômicas do mundo

contemporâneo, e que a grandeza desse fenômeno abrange várias dimensões; além de

econômico, o turismo também é um fenômeno social, político, cultural, ambiental, entre outros.

Essa atividade tem a capacidade de trazer inúmeros benefícios tanto para o turista quanto para

a comunidade receptora; isso porque o turismo impulsiona o mercado em diversos setores,

trazendo geração de emprego e renda para a comunidade, contribuindo, assim, no

desenvolvimento socioeconômico desse destino turístico.

Contudo, os destinos turísticos precisam deter de uma estrutura adequada para

atender as necessidades básicas do turista, uma vez em que esse provavelmente estará em um

local desconhecido, necessitando, por sua vez, de um atendimento específico. Desse modo,

torna-se imprescindível que toda uma estrutura seja planejada nas áreas de interesse turístico,

visto a atender da melhor forma possível essa demanda. Isso implica, naturalmente, na oferta

de uma infraestrutura básica; bem como instalações de alguns equipamentos e serviços

turísticos, como o de energia elétrica, água, esgoto, transporte, comunicação, meios de

hospedagem, alimentação e tudo o que se faz necessário para que o turista possa manter

condições básicas de habitabilidade dentro da cidade.

Diante disso, uma atenção especial deve ser dada aos investimentos na

infraestrutura referentes ao sistema viário e de transporte local, visto que estes também são de

fundamental importância para o desenvolvimento socioeconômico de uma região e, que

integram um importante componente da infraestrutura básica necessária para a realização do

turismo, pois, sem condições básicas de acesso e meios de transporte, o mesmo não é capaz de

existir (BENI, 2008). Faz parte da infraestrutura desse sistema viário, a sinalização, que é

essencial para auxiliar o homem em seus deslocamentos dentro de determinada região.

Essa sinalização, seja ela de indicação de trânsito ou de orientação turística, tem

por finalidade orientar e auxiliar seus usuários para que possam atingir os destinos pretendidos

de uma forma objetiva e segura. Entretanto, a sinalização de orientação turística apresenta

algumas peculiaridades diferente das demais. Esse tipo particular de sinalização, é voltada

16

principalmente para o turista, portanto, além de orientar e direcionar, objetiva ainda informar a

existência de serviços e atrativos de interesse turístico numa determinada área, bem como

informações acerca dos mesmos. Desse modo, tem função importante no consumo dos espaços

turísticos de uma cidade, pois, é por meio dela que o turista tem autonomia para trafegar por

um local sem ter que depender de mapas ou guias.

Vale ressaltar, também, que a sinalização turística, além de ser uma ferramenta

importante na orientação do turista quanto ao seu reconhecimento espacial na cidade, contribui

de maneira relevante na valorização do lugar receptor, já que ela traz informações que são

primordiais para a difusão do conhecimento dos atrativos turísticos existentes nos locais. Desta

forma, promove o acesso aqueles atrativos que não são tão conhecidos e estabelece uma

comunicação entre o turista e a cidade, o que acaba contribuindo para uma melhoria da

mobilidade urbana.

De fato, um transtorno que é frequentemente encontrado pelos usuários de veículos

motorizados nas grandes cidades do Brasil, são os congestionamentos. Isso ocorre

principalmente, dentre outras razões, devido à grande concentração de pessoas nas cidades,

atrelado a falta de planejamento urbano. Em um destino turístico, esse problema pode ganhar

uma dimensão ainda maior se a sinalização for inexistente ou deficiente, porque se não existe

uma sinalização que promova o deslocamento e estimule os visitantes a conhecerem a cidade

em toda sua extensão, ou se essa sinalização é falha e não consegue transmitir a mensagem,

isso pode levar à aglomeração de turistas nos locais com acesso mais fácil. Ocasionando

inúmeros transtornos para os viajantes, podendo até influenciar na sua desistência de querer

conhecer a cidade (PAGE, 2008).

Na cidade de Natal-RN, a atividade do turismo têm possibilitado vários

investimentos na sua infraestrutura de um modo geral, em virtude, principalmente, dos

megaeventos que nortearam o local nos últimos anos. A Copa do Mundo de 2014, foi um

exemplo de evento que proporcionou alguns investimentos na cidade buscando melhorias na

sua estrutura para atender a demanda dos turistas que estiveram na região. Vários projetos e

investimentos de mobilidade urbana começaram a ser implantados na cidade, desde a

construção de calçadas acessíveis para passeios públicos, até mesmo a implantação de

sinalização turística, de trânsito e de ruas.

Porém, a cidade continua carecendo de melhorias na sua infraestrutura. Embora tais

obras tenham sido implantadas, é possível observar que alguns serviços de infraestrutura básica

necessários para manter condições satisfatórias de habitalidade na cidade, como o de limpeza

pública, transporte público, telecomunicações, rodovias e sinalização turística, são serviços que

17

ainda recebem as notas mais baixas pelos turistas em algumas pesquisas. Como é o que pode

ser constatado em uma pesquisa sobre o Estudo da Demanda Turística Internacional1, realizada

pelo Ministério do Turismo (MTur), em 2014, mostrado no quadro a seguir:

Quadro 1 – Avaliação dos estrangeiros sobre os serviços de Natal (2014).

Infraestrutura % Infraestrutura

Turística

% Serviços Turísticos %

Limpeza pública 68,1 Aeroporto 68,9 Guias de turismo 90,1

Segurança pública 74,9 Rodovias 55,2 Informação turística 82,7

Serviço de táxi 87,0 Restaurante 92,0 Hospitalidade 97,2

Transporte público 61,2 Alojamento 92,7 Gastronomia 92,7

Telecomunicações 60,2 Diversão noturna 85,7 Preços 68,0

Sinalização Turística 67,0

Fonte: Adaptado do Ministério do Turismo, 2014.

Já em outra pesquisa, também realizada pelo MTur, em parceria com o Serviço de

Apoio às Pequenas Empresas (Sebrae) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), sobre o Índice de

Competividade do Turismo Nacional2, em 2015, foi observado que os principais desafios que

a cidade de Natal-RN ainda enfrenta em relação a sinalização turística, é, justamente, “a

ausência de sinalização turística viária em idioma estrangeiro; inexistência de sinalização

turística descritiva ou interpretativa nos atrativos, bem como de placas com mapa turístico

informativo nas áreas turísticas”. (MTUR; SEBRAE; FGV, 2015, p. 21).

Essa ausência de sinalização turística em idioma estrangeiro pode explicar, por

exemplo, a avaliação relativamente negativa dessa sinalização para os estrangeiros que

estiveram em Natal no ano de 2014.

Além disso, quando o homem viaja para outros lugares que não lhe são habituais, é

muito fácil de se perder. Isso se deve, basicamente, à perda de referências; bem como de ruas,

edificações e paisagens aos quais já está familiarizado. Em uma cidade como a de Natal-RN,

onde a área da unidade territorial é de 167,264 (Km²) e a estimativa da população em 2015

1 O estudo divulga informações sobre o turismo receptivo internacional a partir de dados coletados nos principais

portões de entrada do Brasil. A pesquisa revela o perfil socioeconômico dos turistas, as características da sua

viagem e a avaliação dos estrangeiros que visitam o Brasil sobre os serviços e equipamentos turísticos do país.

(MTUR, 2014). Pesquisa disponível em:

http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/demanda_turistica/internacional/ 2 Esse estudo tem como objetivo gerar indicadores sobre o desenvolvimento do setor do turismo em 65 destinos

turísticos, por meio de um diagnóstico que acompanha a evolução desses destinos com relação à

competitividade. (MTUR, 2015). Pesquisa disponível em:

http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/espaco_academico/destinos_indutores/

18

chegou a 869.954 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), a percepção da cidade para os visitantes torna-se mais difícil, justamente porque esse

ambiente artificial construído pelo homem nem sempre é organizado. Dessa forma, têm-se a

razão pela qual o viajante necessita de uma sinalização eficiente dento da cidade, porque ela

pode ajudá-los a “ler” esse ambiente de forma clara e objetiva, para que assim, tenham o direito

de ir e vir e de conhecer o local sem que se perca.

Com todo esse contexto em mente, esse estudo buscou compreender, através da

percepção dos viajantes locatário de veículos, como a sinalização de orientação turística em

Natal-RN é eficiente para promover o acesso dessas pessoas aos atratitivos turísticos do local.

Além disso, buscou-se entender, também, como ela influencia os seus deslocamentos,

procurando identificar os principais problemas que puderam ser percebidos ao longo da análise

desta pesquisa.

1.2 JUSTIFICATIVA

O interesse pelo tema surgiu durante a realização de um estágio no Centro de

Cultura Espacial e Informações Turísticas (CCEIT). Por estar localizado em uma das principais

rodovias de acesso as praias do Litoral Sul de Parnamirim-RN, o local acaba recebendo um

fluxo diário de turistas muito intenso. Dessa forma, durante este período de estágio, acabou

sendo comum observar que vários visitantes procuravam o CCEIT apenas para pedir

informações sobre a localização de atrativos turísticos na cidade; muitas vezes, esses visitantes

chegavam até alegar estarem “perdidos”.

Devido à essas ocorrências, começaram a surgir alguns questionamentos sobre a

eficiência da receptividade dada aos turistas em relação às informações sobre a cidade e como

os turistas interpretam a conjuntura da sinalização turística existente na região. Portanto, diante

dessas indagações, é que surgiu o interesse em investigar como ocorre a percepção dos

visitantes que vem à Natal sobre a eficiência da sinalização de orientação turística ao auxiliá-

los em seus deslocamentos.

Sabe-se que a sinalização de orientação turística é de grande importância para uma

melhor organização e padronização de uma cidade. Se essa sinalização estiver sendo executada

corretamente, o visitante poderá obter em sua experiência, um nível de satisfação maior sobre

o local. Caso contrário, a sinalização tende a causar inúmeros transtornos para os turistas,

causados pela falta de referência e o consequente estresse perdido no trânsito. Diante disso, a

escolha desse tema é justificado pelo crescente aumento de turistas que a cidade vem recebendo

19

ao longo dos anos, e nesse contexto, a sinalização de orientação turística é apresentada como

um importante instrumento de marketing que a cidade pode oferecer para atender

satisfatoriamente os seus visitantes e, assim, garantir a sua fidelização no destino. Estratégia

essa muito importante no dias atuais, visto que os destinos turísticos do Brasil cada vez mais

competem entre si.

Além disso, quando pesquisado sobre as produções científicas que foram realizadas

sobre esse tema na cidade de Natal-RN, constatou-se a existência de apenas duas monografias,

publicadas, respectivamente, em 2004 e 2014. Como pode ser observado no quadro 2, a maioria

dos estudos encontrados nesta área são de monografias normalmente produzidas em outras

cidades do Estado.

Quadro 2 – Monografias produzidas sobre a sinalização turística no RN.

Tema da monografia Autor (a) Ano

Análise da sinalização turística da

cidade do Natal/RN

Salomar Mafaldo de Amorim

Júnior

2004

Sinalização de orientação turística: uma

análise do espaço urbano de Currais

Novos/RN

Francisco de Assis Lourenço do

Nascimento

2012

Sinalização turística como ferramenta

no planejamento do turismo: estudo

sobre o caso do complexo turístico Alto

de Santa Rita de Cássia em Santa

Cruz/RN

Paulo Pereira de Vasconcelos

Júnior

2013

Sinalização turística como ferramenta

de comunicação: uma análise do Centro

Histórico de Nata-RN.

Amanda Beatriz Catarino

Barbosa; Francisca Amanda

Soares Tavares.

2014

Planejamento turístico: análise da

sinalização de orientação turística em

Parelhas/RN

Arnaldo Francisco de Souza

Filho

2014

Sinalização Turística: um instrumento

para o planejamento do turismo no

município de Acari/RN

Chrístian Inácio dos Santos

2014

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

20

Com isso, espera-se que esses estudos possam agregar mais valor ao objeto desta

pesquisa. Além disso, espera-se, também, que o presente estudo possa servir de auxílio e

motivação para as próximas produções científicas que venham a ser realizadas sobre esse tema,

pois essa receptividade de informações dada aos turistas dever ser estudada periodicamente,

para que dessa forma a cidade consiga manter um serviço padrão de qualidade.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

Compreender a percepção dos viajantes locatário de veículos sobre a sinalização de

orientação turística em Natal-RN.

1.3.2 Objetivos específicos

1. Verificar o grau de satisfação dos viajantes locatário de veículos que estiveram no

destino Natal-RN com a sinalização turística na cidade;

2. Identificar os principais problemas percebidos por esses viajantes.

21

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo consiste na revisão de todos os livros, artigos, documentos e demais

materiais que foram considerados pertinentes para servir de aporte na análise e interpretação

dos dados desta pesquisa. O mesmo está estruturado em quatro assuntos principais. O primeiro,

trata sobre o meio urbano e o turismo, onde é feita uma busca sobre a história do planejamento

urbano no Brasil, a fim de procurar compreender se as decorrentes mudanças que ocorreram no

espaço afetam, de alguma forma, o desenvolvimento turístico de uma determinada região. O

segundo assunto, traz algumas abordagens sobre a mobilidade urbana no turismo, bem como

conceitos e definições. O terceiro trata da percepção da imagem em um destino de turismo e,

por fim, no quarto assunto é abordado a questão da sinalização de orientação turística, onde é

enfatizado a importância desse instrumento para o desenvolvimento turístico de uma cidade,

bem como para a mobilidade urbana. Além disso, traz definições sobre o tema e algumas

ilustrações.

2.1 A URBANIZAÇÃO E O TURISMO

O processo de urbanização está diretamente relacionado ao aumento da população

urbana em relação à população rural no mundo. Tal fato foi fortemente influenciado pela

Revolução Industrial, quando o crescimento dos fluxos comerciais e as mudanças dos modos

de produção advindos dessa revolução, deu origem a uma presença humana cada vez mais

importante nas cidades. Essa expansão do deslocamento humano do campo para as cidades,

contribuiu para a formação de grandes aglomerações urbanas (SANTOS, 2012).

Entretanto, esse processo não sucedeu concomitantemente no mundo.

Paulatinamente, a urbanização dos países industrializados foi acontecendo ao ritmo constante

de suas revoluções tecnológicas, portanto, as cidades e as redes urbanas se organizaram

lentamente. Contrariamente, nos países subdesenvolvidos, a urbanização foi tardia. Para Santos

(2012, p. 20), as transformações e os efeitos causados pela industrialização nos países

subdesenvolvidos foram superpostos no tempo. Segundo o autor “[...] A força conjunta de todas

essas revoluções é tão grande que as cidades e as redes urbanas mais recentes e menos

estruturadas oferecem pouca resistência aos novos fatores de transformação”.

O Brasil foi um dos países que sofreu com esse processo de urbanização acelerado.

Em 1940, apenas 31% da população brasileira vivia em cidades, como mostra o quadro 2 a

seguir.

22

Quadro 3 – Taxa de urbanização no Brasil no período 1940-2010.

Período Taxa de urbanização (%)

1940 31,24

1950 36,16

1960 44,67

1970 55,92

1980 67,59

1991 75,59

2000 81,23

2007 83,48

2010 84,23

Fonte: Adaptado do IBGE, censo demográfico, 1940-2010.

Observa-se que em 1970, mais da metade da população brasileira já viviam em

áreas urbanas. Essa evolução na taxa de urbanização no Brasil sinaliza a velocidade desse

processo de urbanização no país.

A história do planejamento urbano no Brasil é objeto de atenção e vários são os

autores que pesquisam o assunto. Com o crescimento relativamente acelerado das cidades no

país, o Estado começou a tomar iniciativas e modificações na administração pública na década

de 1930. Contudo, os planos urbanísticos e a atividade de planejamento no Brasil somente

chegaram a seu auge, na década de 1960, como explica Deák:

[...] os planos urbanísticos e a atividade de planejamento no Brasil chegavam a seu

auge, na década de 1960 e início da de 1970. Recebiam, nessa época, um duplo

estímulo: no plano das ideias, a produção efervescente da reconstrução pós-guerra,

principalmente, na Europa; e, no plano material, o reconhecimento governamental de

que o processo de rápida urbanização em curso, que alcançava todo o Brasil, era

definitivamente uma das transformações fundamentais da sociedade brasileira e

requeria intervenção estatal, consagrando precisamente o que se denominou

planejamento urbano. (DEÁK, 2004, p. 12-13).

Villaça complementa a explicação de Deák ao dizer:

O Estado brasileiro tem atuado sobre as cidades, enquanto organismos físicos, de

várias maneiras: tem instalado redes de abastecimento de água e de coleta de esgotos;

tem construído avenidas, parques e casas populares; tem regulamentado a delimitação

de zonas urbanas, a abertura de loteamentos e a construção de edifícios pela iniciativa

privada; tem oferecido ou regulado a oferta de transporte urbano, etc. (VILLAÇA,

2004, p. 171-172).

23

No entanto, para o autor Villaça, essa ação real do Estado brasileiro sobre o urbano,

não se insere no âmbito do planejamento urbano. Segundo o autor

[...] o objetivo dos planos federais de saneamento, transporte ou habitação não foi – e

nem podia ser – a organização do espaço urbano. O conceito dominante de

planejamento urbano entre nós tem como especificidade a organização do espaço

urbano (embora não possa se limitar a isso) e aplica-se ao plano de uma cidade

individualmente (VILLAÇA, 2004, p. 172).

Os planos federais ao qual o autor Villaça se refere, foram criados pelo Estado como

forma de abranger todos os aspectos possíveis da vida das cidades, bem como obras de

infraestrutura física, ordenação do uso do solo, da paisagem urbana, até serviços específicos

quanto a saúde pública e a educação. No entanto, as cidades até a década de 1980, não eram

regidas de uma lei3 que obrigasse o Governo a financiar tais obras de infraestrutura, com isso,

muitos desses planos não chegavam a ser de fato implantados (DEÁK, 2004).

Desse modo, quando as cidades não têm um desenvolvimento adequado e com isso

não conseguem disponibilizar infraestrutura suficiente para atender a grande aglomeração de

pessoas, tal circunstância acarreta uma série de problemas de ordem ambiental e social.

Descasos com ambiente se intensificam, o saneamento básico é precário, a segurança é

comprometida pelo aumento da violência, pessoas ficam sem moradia, sem emprego, focos de

pobreza se acumulam, além de problemas no trânsito, poluição, dentre outros.

Ainda com todos esses impasses, é válido ressaltar que o capitalismo produziu um

tipo de espaço com interesses que nem sempre representa a maioria. Conforme Castrogiovanni

aponta:

Com o processo de globalização, o espaço cada vez mais se manifesta como um

produto fundamental para a expansão do processo capitalista. [...] O espaço é

produzido, ocupado e transformado de acordo com modernas tendências. Áreas

desocupadas, como montanhas, desertos, fundos de oceanos e mares, são ocupados

ou apropriados, destinando-se ao lazer para quem pode usufruir delas

(CASTROGIOVANNI, 2000, p. 24).

No momento em que a explosão urbana veio à tona, as modificações no espaço

foram acontecendo com mais intensidade, criando novos ritmos de vida e novas relações

sociais. As cidades são representações fiés desses movimentos sociais. Para Castrogiovanni

(2000, p. 23) “[...] elas são um recorte do mundo, onde independentemente de suas dimensões

3 Tal lei só veio ser efetivada posteriormente na Constituição de 1988.

24

ou relevância regional, vibram e transformam-se de acordo com as necessidades e solicitações

das políticas e movimentos sociais locais, atrelados aos universais”.

Segundo Boullón (2002, p. 191) “A cidade é um ambiente artificial inventado e

construído pelo homem, cujo objetivo prático é viver em sociedade”. Desse modo, a cidade

deve ser vista como uma representação da condição humana.

Carlos reflete sobre a apropriação do homem no espaço ao dizer que:

O homem está no centro da discussão do espaço, na posição de sujeito. O espaço é

humano porque o homem o produz e não, simplesmente, porque nele habita. A

sociedade produz o espaço a partir da contradição entre um processo de produção

socializado e sua apropriação privada. Portanto, o espaço se reproduz, reproduzindo

conflitos (CARLOS, 2009, p. 34).

Castrogiovanni (2000, p. 23) complementa esse pensamento quando enaltece que

“[...] O espaço urbano não é construído para uma pessoa, mas para muitas, que apresentam

diferenças de temperamento, formação, ocupação profissional, origem étnica, diversidade

social e, portanto, interesses”.

Ao passo em que o homem ia se inserindo no espaço, foi construindo suas cidades

com formas singulares e identidades próprias, conforme Boullón explica:

Homens diferentes construíram cidades com personalidades diversas que, além de se

adaptarem ao ambiente natural que lhes serviu de base – e que terminaram por

transformar em todos os aspectos, menos nos climáticos e na estrutura topográfica –,

refletiram a energia das forças sociais e econômicas do período histórico em que se

originaram e perduraram (BOULLÓN, 2002, p. 189).

Esses ambientes que compõem as cidades, sejam eles naturais ou artificiais, com

particularidades tão próprias, acabaram por despertar nas pessoas o interesse em viajar para

diferentes partes do mundo (PINHO, 2008). É sabido que o hábito de viajar para outros lugares

é fenômeno antigo na história da humanidade. Para o autor Figueiredo, esse deslocamento

sempre fez parte de sua vida. Segundo o autor, “O homem viaja por muitos motivos, desde seu

aparecimento na Terra. O deslocamento faz parte de sua vida, seja pela busca da subsistência,

do alimento, abrigo ou terras proprícias à coleta ou a agricultura. (FIGUEIREDO, 2010, p. 23).

Entretanto, as viagens como prática da atividade turística como utilizamos nos dias

atuais, teve seu início somente por volta do século XVII, basicamente após o fim da Idade

Média e a chegada da Idade Moderna, quando a expansão do comércio retomou força e as

viagens foram se propagando (IGNARA, 2013).

25

Todavia, a cidade é o cenário do destino. Segundo Petrocchi (2009, p. 300) “[...]

esse cenário precisa ser planejado, bem cuidado e preservado”. O autor ainda aponta que “Os

destinos de turismo no Brasil não cuidam adequadamente dos seus espaços. Em velocidade

maior ou menor, as cidades vão se expandindo de forma desordenada e a carência de

infraestrutura é a regra geral” (PETROCCHI, 2009, p. 300).

Com todo esse contexto em mente, é indubitável dizer que um dos grandes desafios

que os destinos turísticos enfrentam até hoje é a insuficiência da infraestrutura urbana. Todo

esse processo acelerado e desordenado da urbanização tardia no Brasil, culminou em inúmeros

problemas que perduram até os dias atuais e a carência da infraestrutura é resultante dessas

adversidades. Desse modo, torna-se vital que nas áreas onde existe interesse turístico, haja a

aplicação de um planejamento específico, para que haja um melhor funcionamento dessa

atividade. Conforme Petrocchi responsabiliza:

[...] o turismo tem necessidade de utilizar o planejamento do uso do solo, considerando

o sistema viário, a seleção de áreas propícias à atividade turística, a indicação de locais

para empreendimento capazes de atender às demandas do lazer, a previsão de espaços

para a expansão futura da área urbana da região e a preservação dos ecossistemas

existentes (PETROCCHI, 2009, p. 300).

Levando em consideração todos esses aspectos aqui abordados, constata-se o quão

é importante para o turismo a ação de um planejamento adequado nos espaços destinados para

a realização dessa atividade, tal como afirma Dias:

Esse planejamento é necessário, porque o território é um elemento básico do

desenvolvimento turístico, pois abriga os recursos ambientais e culturais dos destinos

turísticos, além de ser o espaço físico destinado à instalação da infraestrutura e dos

equipamentos que irão atender ao fluxo de visitantes (DIAS, 2008, p. 37).

É por essa razão que tem-se a necessidade do planejamento do meio urbano para a

implantação da sinalização turística, porque esse, corresponde ao espaço físico onde a

sinalização precisa ser inserida.

2.2 MOBILIDADE URBANA NO TURISMO

Quando se fala em turismo, uma das primeiras questões que vem à tona, é a

mobilidade, ambos são totalmente interdependentes, uma vez em que o turismo não pode existir

sem deslocamento, movimento. É o que salienta Coroliano e Fernandez (2014, p. 47) ao dizer

26

que “sem mobilidade não há turismo”. Os autores ainda destacam que “[...] o turismo supõe

viagem e lazer, assim a mobilidade de fluxos, seja de viajantes, moedas, capital e trabalho está

no cerne da atividade”. (COROLIANO; FERNANDEZ, 2014, p. 46). Dessa forma, a

mobilidade urbana é um atributo das cidades inerente a facilidade de deslocamentos de pessoas

e bens no espaço urbano, deslocamentos estes realizados mediante vias e toda infraestrutura

disponível promovendo a interação entre os deslocamentos de pessoas e bens com a cidade

(VASCONCELOS, 2005).

Acompanhando esse raciocícnio, Boullón afirma que em uma cidade, as

possibilidades de deslocar-se de um ponto a outro são incontáveis. Segundo o autor:

Ao percorrer uma cidade, o turista o faz entre pontos que atraem seu interesse e

motivam sua presença obrigatória. [...] Os atrativos turísticos urbanos não apresentam

uma localização regular, já que podem ser vistos no centro ou na periferia, e mesmo

em bairros de precário nível urbano, mas, onde quer que se encontrem, os turistas irão

visitá-los (BOULLÓN, 2002, p. 248).

Com base nesse posicionamento, é admissível dizer que a mobilidade urbana está

fortemente relacionada à acessibilidade. Portanto, essa necessidade que as pessoas têm de se

locomover por um local deve ser vista como um direito da condição humana. Em uma cidade

turística, o acesso é um dos elementos indispensáveis para um bom desenvolvimento dessa

atividade, pois tem a finalidade de facilitar o fluxo de visitantes em uma determinada região

(SILVA; MELO, 2012).

Todos esses fatores são muito importantes e determinam a percepção geral que os

viajantes irão ter de um local visitado e, com isso, determinam também a sua satisfação, como

Andrade explana:

O traçado urbano, com ruas e avenidas, os quais representam os meios de transporte,

e a hierarquia entre os mesmos, podem ser considerados um dos elementos mais

claramente identificáveis na percepção geral da cidade. As características deste

traçado proporcionam diferentes graus de comodidade, mobilidade e acessibilidade

nos deslocamentos (ANDRADE, 2005, p. 3).

Desse modo, pode-se dizer que a mobilidade urbana acaba sendo um fator decisivo

no desenvolvimento turístico de uma região, já que, para um visitante, essa mobilidade tem que

acontecer da forma mais segura e fluída possível. Caso contrário, essa dificuldade de fluidez

nas estradas, pode acabar sendo muito estressante dependendo dessas limitações de circulação

no local, influenciando negativamente na percepção da cidade. Segundo Duarte; Libard;

Sánchez (2007, p. 13) “A mobilidade urbana é um dos principais fatores do desenvolvimento e

27

da orientação do crescimento das cidades, e, por conseguinte, da localização dos assentamentos

habitacionais”

Ainda segundo os autores, os deslocamentos dentro de uma cidade, depende da

forma como as funções urbanas se distribuem no espaço. O uso do espaço urbano deve

privilegiar tanto os pedestres quanto os veículos motorizados. Na concepção dos autores:

O grande desafio que deve ser abraçado pela mobilidade urbana é a inclusão de

parcelas consideráveis da população na vida das cidades, promovendo a inclusão

social à medida que proporciona acesso amplo e democrático ao espaço urbano

(DUARTE; LIBARD; SÁNCHEZ, 2007, p. 12).

Além disso, para a autora Andrade, o uso adequado de alguns equipamentos no

espaço urbano torna o caminhar e a circulação mais agradável. Conforme explica:

Calçadas mais amplas, presença de sinalização, acessibilidade para pessoas com

locomoção comprometida, arborização urbana são fatores que, quando existentes,

podem tornar o caminhar e a circulação de pedestres mais agradável e, principalmente,

mais segura (ANDRADE, 2005, p. 36).

Desse modo, pensar na mobilidade urbana é, por conseguinte, pensar em como

organizar os usos e a ocupação da cidade, junto com isso, pensar na melhor forma de garantir

o acesso das pessoas e dos bens que a cidade oferece, e não apenas pensar nos meios de

transporte e trânsito. (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2005).

Ao estudar os elementos que compõem uma cidade, o autor Boullón (2002), nomeia

seis pontos focais urbanos, chamados por ele de: logradouros, marcos, bairros, setores, bordas

e roteiros. Os roteiros representam bem o instrumento desse estudo, por isso serão analisados

aqui especialmente. Dessa forma, para o autor, os roteiros “[...] são as vias de circulação

selecionadas pelo trânsito turístico de veículos e de pedrestes, em seus deslocamentos para

visitar os atrativos turísticos e para entrar ou sair da cidade” (BOULLÓN, 2002, p. 209).

Normalmente, uma cidade destinada ao turismo, oferece uma grande diversidade

de circulação pela região, com isso, a probabilidade de um turista se perder é maior. Por isso,

todo grande centro turístico deve informar a melhor forma de circular por ele.

Ao pensar nessas variáveis, o autor ainda destaca que os roteiros devem ser

escolhidos com muito cuidado, pois, a seleção dos trajetos não podem incluir o acesso por ruas

deterioradas porque essas, poluem visualmente as cidades e implicam na percepção negativa

do visitante. Segundo o autor “Se os roteiros não são bem escolhidos, a imagem total da cidade

se complica, a satisfação do turista diminui, seu juízo de valor fica prejudicado e seus passeios

não serão tão bons como poderiam ter sido (BOULLÓN, 2002, p. 209).

28

Ao analisar todo esse contexto, fica evidente o quanto a implantação de uma

sinalização turística de qualidade em um destino é imprescindível para garantir um

deslocamento eficaz e, assim, contribuir para a mobilidade dessa região.

2.3 A PERCEPÇÃO DA IMAGEM NO DESTINO TURÍSTICO

Observar a imagem de um destino através da percepção de um turista é fundamental

para entender como ocorre a sua satisfação e fidelização no destino (GÂNDARA, 2007). Essa

percepção na área do consumidor, é vista, por muitos autores, como o processo em que as

sensações são percebidas e, assim, utilizadas na sua interpretação do mundo (BACHA;

STREHLAU; ROMANO, 2006).

Dias, k. e Cruz trazem a seguinte definição de percepção:

É o processo pelo qual um indivíduo seleciona, organiza e interpreta a informação

para dar significado ao mundo. A maneira como percebemos as coisas ao nosso redor

é muito variável de acordo com nossas experiências passadas, crenças, atitudes,

valores, personalidades. À medida que vamos adquirindo maiores conhecimentos e

experiências, nossa estrutura interna cognitiva vai-se alterando também (DIAS, K;

CRUZ, 2010, p. 3).

Dessa forma, a percepção que se tem do mundo é diferente para cada indivíduo, uma

vez em que a realidade é apenas uma, consequentemente, a visão pelo homem das coisas

materiais é sempre deformada (SANTOS, 1997). Os autores Swarbrooke e Horner (2002, p.

87) também enfatizam esse contexto quando afirmam que “Os turistas são sempre diferentes

entre si, o mesmo se aplicando aos fatores que os motivam”. Ainda de acordo com os autores,

os principais fatores que motivam o turismo individual são, respectivamente: a personalidade,

o estilo de vida, experiências passadas, vida passada, percepção de suas próprias forças e

fraquezas e a imagem (SWARBROOKE; HORNER, 2002, p. 87).

De acordo com Santos, G., a informação sobre um destino é fundamental para a

efetivação da demanda turística, segundo o autor “[...] uma vez que produção e consumo do

turismo são concomitantes, a demanda turística por um destino é resultado da expectativa de

satisfação. Turistas decidem viajar a um local porque esperam satisfazer suas necessidades e

desejos” (SANTOS, G. 2013, p. 523).

Dessa forma, para o autor Gândara (2007) são as expectativas geradas antes da viagem

que determinará a satisfação que o turista tem ao longo de sua experiência no destino. Assim

29

sendo, é fundamental que essa imagem corresponda às suas expectativas, nesse caso, a

qualidade dos destinos turísticos torna-se imprescindível para essa concretização.

Ainda de acordo com Gândara (2007) ao falar da imagem de um destino turístico,

primeiramente, é preciso deixar claro que essa imagem é a soma de todos os distintos produtos

na qual uma cidade pode oferece mais o conjunto de ações comunicativas de que é objeto deste

produto ou destino. Com isso, é preciso ter em conta de que esta soma deve ser analisada pelo

modo como a percebem os “consumidores”, só assim, será possível compreender como os

turistas decodificam essa imagem.

Segundo o autor Lynch (1997), ao nos depararmos dentro de uma cidade, somos

apoiados pela presença de outros e por planos especiais de orientação; seja de mapas, nomes de

ruas, sinais de rota, etc. Com isso, perceber como uma cidade acontece é algo natural, já que

temos essa imagem formada pelo acesso a essas informações e experiências vividas em outras

situações. Para o autor:

No processo de orientação, o elo estratégico é a imagem do meio ambiente, a imagem

mental generalizada do mundo exterior que o indivíduo retém. Esta imagem é o

produto da percepção imediata e da memória da experiência passada e ela está

habituada a interpretar informações e a comandar ações (LYNCH, 1997, p. 14).

Ao analisar esse posicionamento do autor, podemos entender que o que irá influenciar

diretamente no modo de como os turistas percebem uma nova cidade, é, principalmente, as

experiências passadas que eles carregam consigo no decorrer de suas viagens, podendo ser essas

experiências negativas ou positivas.

De acordo com Boullón (2002, p. 194), os ambientes que compõem as cidades, seja esse

natural ou artificial, têm linguagem própria, entretanto, “o primeiro se manifesta por si mesmo

e o outro é consequência da expressão dos homens”. Castrogiovanni (2005, p. 25) vai além

desse conceito quando enaltece que “A cidade é o que é visto, mas mais ainda, é o que pode ser

sentido”.

Lynch, ao falar dos benefícios de uma imagem clara na cidade, afirma que:

Sem dúvida a imagem clara permite ao indivíduo deslocar-se facilmente e depressa:

encontrar a casa de um amigo, um polícia ou uma loja de botões. Mas o meio ambiente

organizado pode fazer mais do que isto; pode servir como estrutura envolvente de

referência, um organizador de atividade, crença ou conhecimento. [...] Tal como

qualquer bom trabalho de organização, uma tal estrutura dá ao indivíduo uma

possibilidade de escolha e um ponto de partida para a aquisição de informação

posterior. Uma imagem clara do meio ambiente é, assim, uma base útil para o

crescimento do indivíduo (LYNCH, 1997, p. 14).

30

Analisando todas essas variáveis, pode-se constatar que mesmo os turistas sendo

diferentes entre si e apresentando comportamentos diversos, existem alguns fatores que são

primordiais e que visam garantir que o destino turístico consiga atender as expectativas dos

visitantes e, com isso, a sua satisfação. Nesse caso, é importante que o local tenha uma imagem

clara e não confusa, como Lynch (1997, p. 63) responsabiliza ao enfatizar que “[...] toda a

imagem de uma cidade se torna difícil se as ruas de maior importância são dificilmente

identificáveis ou facilmente confundíveis”. Portanto, a cidade deve transmitir aos viajantes

segurança e oferecer boas condições de acessibilidade e entretenimento.

Todos esses fatores são avaliados pelos turistas em suas viagens e influem na percepção

geral que terão da cidade, tal como afirma Gândara, (2007, p. 8) “A imagem estará determinada

pela percepção dos visitantes, que, a sua vez, estará afetada pela acessibilidade à cidade, as

condições de qualidade de vida dos residentes e pela direção da política em general”.

2.4 A SINALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO TURÍSTICA

A sinalização é um elemento indispensável para um bom funcionamento do

trânsito. Essa ferramenta é integrante da infraestrutura do sistema viário de uma cidade e é

responsável por fornecer aos seus usuários todas as informações necessárias sobre o uso correto

da via, além de auxiliar nos seus deslocamentos até atingirem o destino pretendido. Em um

destino de turismo, a presença de uma sinalização de trânsito é essencial, porém, não é

suficiente. Os visitantes de uma região turística, além de precisarem fazer uso da sinalização de

indicação de trânsito, carecem, ainda, de uma sinalização de orientação turística (EMBRATUR;

DETRAN; IPHAN, 2001).

Para Boullón, a razão pela qual os turistas necessitam de um sistema de apoio de

informações eficientes sobre a cidade, para que possam conhecer os centros turísticos que

visitam, sem o risco de perder-se, está associado a grande dificuldade que o homem comum

tem de reconhecer esse ambiente. Para o autor:

Em primeiro lugar, o tamanho é o principal obstáculo para se conhecer uma grande

cidade, o traçado é o segundo e a topografia e o tipo de arquitetura o terceiro e o

quarto. Assim, uma cidade de mais de um milhão de habitantes, que se desenvolve

sobre um terreno plano, com uma rede de ruas muito complexa (porque não tem

nenhuma ordem) e que carece de edifícios notórios, monumentos, ou espaços verdes,

é muito difícil de ser reconhecida em suas partes (pois todas se assemelham), o que

redunda em um escasso interesse turístico (BOULLÓN, 2002, p. 194).

31

Desse modo, é plausível dizer que a sinalização turística determine a satisfação dos

visitantes em relação ao local visitado, de forma que receber bem esses hóspedes acaba sendo

o maior desafio de qualquer destino turístico. Para tanto, esse destino precisa estar

adequadamente estruturado e equipado, para que assim possa oferecer boas condições de

hospedagem, alimentação, entretenimento, além de proporcionar uma sinalização turística

eficiente, na qual o visitante possa se locomover com facilidade pela região; seja de carro, de

transporte público ou a pé. Dias (2008, p. 175), relata que uma condição indispensável para que

a cidade desenvolva um setor turístico importante é ter uma imagem atrativa. Segundo o autor:

[...] a cidade deve ter uma imagem atrativa. É importante que o lugar transmita uma

imagem de segurança e bem-estar. A sinalização das ruas assume um papel

importante, bem como a limpeza e o cuidado com a vegetação dos parques e jardins

(DIAS, 2008, p. 175).

Já para o autor Barreto, esse considera investir no marketing turístico. Conforme

diz “[...] No caso dos espaços urbanos, o marketing turístico pode colaborar nas estratégias, nas

táticas e nas operações indispensáveis para captar e manter turistas”. (BARRETO, 2000, p. 61).

Sendo assim, para o autor, a sinalização turística se apresenta como uma importante ferramenta

na promoção desse marketing

[...] esse é um exemplo imediato que beneficia os habitantes e os visitantes. A

sinalização turística facilita a chegada e a saída do turista, assim como seus

deslocamentos durante sua estadia em determinado local. O trabalho da sinalização

turística deve ser feito nos locais que querem atrair turistas. [...]. As indicações das

atrações turísticas são fundamentais para promover roteiros e conscientizar a

comunidade (BARRETO, 2000, p. 65-66).

Em contrapartida, Petrocchi assevera que “[...] a ausência ou deficiência na sinalização

passa ao visitante uma sensação desagradável de não-comunicação e quase hostilidade”.

(PETROCCHI, 2009, p. 311).

No Brasil, a crescente demanda pela população por uma orientação que facilite o acesso

aos atrativos turísticos de um local, levou o Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR), em

parceria com o Departamento Nacional de Trânsito (DETRAN) e o Instituto do Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) a elaborarem O Guia Brasileiro de Sinalização

Turística (GBST), lançado em 2001. O propósito do referido manual é tornar universal um

modelo de sinalização que possa ser adotado em todo país, agregando mais valor as cidades de

interesse turístico e mantendo uma padronização das placas de sinalização passíveis de ser

percebida e entendida pelos visitantes.

32

O GBST, define a sinalização de orientação turística como “[...] a comunicação efetuada

por meio de um conjunto de placas de sinalização, implantadas sucessivamente ao longo de um

trajeto estabelecido, com mensagens escritas ordenadas, pictogramas e setas direcionais”. E

ressalta, ainda, que “essa comunicação, que ocorre por meio de placas, deve se dar da forma

mais abrangente possível e estar em total conformidade com os demais sistemas de circulação

e sinalização viária locais”. (EMBRATUR, p. 18, 2001).

As placas sinalizadoras, fornecem as informações sobre a cidade que muitas vezes não

estão disponíveis em mapas ou folhetos turísticos. Quanto a essas informações, cabe ressaltar

o que disse (SILVA; MELLO, 2012, p. 132) “[...] é considerada como um dos principais

componentes do crescimento da atividade turística, pois influencia na interpretação do atrativo,

como também na questão do deslocar e do orientar”.

Desse modo, é pertinente dizer que a implantação da sinalização turística em uma

cidade é imprescindível para um melhor desenvolvimento turístico, porque ela potencializa os

atrativos existentes e promove o acesso a eles, seja esse natural ou cultural.

Além disso, a sinalização exerce grande função na valorização de um local, como

afirma Souza (2006, p. 168)

A sinalização é um elemento de valorização do lugar, devendo ser adequadamente

integrada ao planejamento de desenvolvimento do turismo em busca da otimização,

da qualidade e da melhoria dos produtos/serviços ofertados aos habitantes do lugar e

aos turistas (SOUZA, 2006, p. 168).

Ademais, os benefícios que uma sinalização bem planejada pode trazer para o

desenvolvimento turístico de uma cidade não se limitam apenas na economia, pois também,

conscientizam a população sobre o uso correto do turismo responsável, além de contribuir na

organização da região, fazendo com que o lugar consiga cativar o turista para que o mesmo

tenha vontade de retornar.

Souza (2006, p. 168), ainda acrescenta que “[...] A sinalização está comprometida

em tornar o lugar compreensível para os visitantes, explicável e passível de ser percebido

individual e coletivamente”.

De acordo com o GBST, os moradores e visitantes ao utilizarem o sistema viário

de acesso, assumem várias modalidades de deslocamento durante seus trajetos. Portanto, num

certo momento são motoristas, noutro passageiros e depois pedestres, e essa mudança de papeis

desperta interesses diferentes: de fluidez no tráfego, de facilidade para estacionamento e de

segurança ao caminhar pelas vias (EMBRATUR, 2001).

33

Desse modo, a sinalização de orientação turística elaborada pelo EMBRATUR,

DETRAN e IPHAN, apresenta algumas características específicas para diferenciá-la dos outros

tipos de sinalização. Nesse caso, as placas de sinalização turística são padronizadas pela cor

marrom, porque estas já são reconhecidas e consagradas na maioria dos países como indicativa

de bens e serviços turísticos e patrimoniais, além do estabelecimento de pictogramas, que foram

desenvolvidos para facilitar o entendimento das informações contidas nas placas.

O GBST define o pictograma para a sinalização turística da seguinte forma:

Corresponde às ilustraçãos que sintetizam os tipos de atrativo turístico e de serviço

auxiliar, cujo uso é recomendado para facilitar a identificação do destino,

complementando a função do topônimo e melhorando o esquema de comunicação

com o usuário. O pictograma deve ser de fácil identificação a distância, constituído

por um símbolo na cor preta, sobre campo na forma quadrada de cor branca. Apresenta

dimensão variável, conforme tipo de placa e sua visualização na via (EMBRATUR,

IPHAN; DETRAN, 2001).

Essa comunicação efetuada através de desenhos sempre esteve presente na história da

humanidade, porque o homem sempre procurou utilizar desse artifício para comunicar-se com

outras pessoas. Segundo (HAYACIBARA; TINOCO, 2013, p. 2-3)

Em muitas situações, a utilização de palavras não é suficiente para que, por exemplo,

duas pessoas se comuniquem de modo eficiente, principalmente se são de culturas

diferentes, em que as linguagens verbais não tem similaridade. Este foi o princípio

que fundamentou, no início do século XX, o sistema Isotype de Otto Neurath, que

consiste de imagens que reforçam a ideia do objeto, de modo geral, que representa.

[...]

O uso do pictograma é essencial quando está localizado, principalmente, em áreas

públicas, representando mensagens simples (saída de emergência, proibido fumar)

localização de fácil interpretação. Além disso, carrega uma responsabilidade grande

com relação à transmissão da informação/ideia, faz parte do nosso dia-a-dia, está

presente em diversos locais por onde circulamos, tem funções tão importantes como

alertar, indicar padrões, uma regra, uma lei, ou seja, também deve proporcionar uma

“leiturabilidade” eficiente (HAYACIBARA; TINOCO, 2013, p. 2-3).

O desenvolvimento de pictogramas específicos para a sinalização turística são muito

importantes porque, além de facilitar o entendimento das informações acopladas nas placas,

também auxiliam na comunicação para aqueles que falam outro idioma, democratizando, dessa

forma, o acesso aos atrativos turísticos de um local.

De acordo com o Guia, a apresentação dos pictogramas são divididos em sete grupos:

I. Atrativos Turísticos Naturais

34

Figura 1 – Exemplos de pictogramas de Atrativos Naturais.

Fonte: Adaptado do GBST, 2001.

II. Atrativos Históricos e Culturais

Figura 2 – Exemplos de pictogramas de Atrativos Históricos e Culturais.

Fonte: Adaptado do GBST, 2001.

III. Áreas Para Prática de Esporte

Figura 3 – Exemplos de pictogramas de Áreas para Prática de Esporte.

Fonte: Adaptado do GBST, 2001.

IV. Áreas de Recreação

Figura 4 – Exemplos de pictogramas de Áreas de Recreação.

Fonte: Adaptado do GBST, 2001.

V. Locais Para Atividade de Interesse Turístico

35

Figura 5 – Exemplos de pictogramas de Locais de Interesse Turístico.

Fonte: Adaptado do GBST, 2001.

VI. Serviços de Transporte

Figura 6 – Exemplos de pictogramas de Serviços de Transporte.

Fonte: Adaptado do GBST, 2001.

VII. Serviços Variados

Figura 7 – Exemplos de pictogramas de Serviços Variados.

Fonte: Adaptado do GBST, 2001.

Seguindo com o manual, ainda é possível observar que as placas de sinalização são

classificadas em três tipos: de Identificação de Atrativo Turístico, Indicativas de Sentido e

Indicativas de Distância. Cada tipo de placa detém informações que, quando trabalhadas em

conjunto, conseguem transmitir as informações necessárias aos viajantes.

Figura 8 – Exemplos de placas de Identificação do Atrativo Turístico, de Sentido e Distância.

Fonte: Adaptado do GBST, 2001.

A implantação de uma sinalização turística em determinado destino, deve, antes de tudo,

levar em consideração a avaliação das questões urbanas do local, já que essa avaliação é mais

complexa, por tratar-se de uma situação em permanente mudança. O GBST, ainda aponta que

36

nessa avaliação, também devem ser considerados a lei de uso do solo4 e dos sistemas viário e

de transporte5.

Um dos objetivos do Guia, é promover a sustentabilidade do local a ser sinalizado.

Dessa forma, o documento traz duas modalidades de acesso que precisam ser cautelosamente

estudados para uma melhor implantação dessa sinalização.

Na modalidade de acesso feito por veículo motorizado – objetivo central desse estudo –

é fundamental a escolha de um sistema viário com capacidade suficiente para a circulação e, ao

mesmo tempo, compatível com as políticas de desenvolvimento e de organização territorial,

especialmente quando os trajetos se encontram em áreas urbanas tombadas ou protegidas por

alguma legislação. (EMBRATUR, DETRAN; IPHAN, 2001).

Em contrapartida, a utilização de um sistema viário inadequado, e a seleção equivocada

dos dos atrativos, podem levar a população local a reagir negativamente à circulação de turistas.

Diante disso, fica evidente o quanto a sinalização de orientação turística é importante para

promover os melhores caminhos a serem seguidos, integrando cada vez mais o turista aos

atrativos e outras atividades da cidade.

4 Lei nº 6.766. De 19 de Dezembro de 1979. 5 Lei nº 5.917. De 10 de Setembro de 1973.

37

3 MÉTODO

Neste capítulo, é apresentado o método do trabalho; bem como a caracterização da sua

natureza e o universo dessa pesquisa. Logo após, é detalhado o procedimento da coleta dos

dados e a análise e interpretação do mesmo.

3.1 DESENHO DA PESQUISA

A pesquisa desenvolvida caracteriza-se como descritiva, que segundo Dencker pode ser

entendida como:

A pesquisa descritiva em geral, procura descrever fenômenos ou estabelecer relações

entre variáveis. Utiliza técnicas padronizadas de coleta de dados como o questionário

e a observação sistemática. A forma mais comum de apresentação é o levantamento,

em geral realizado mediante questionário e que oferece uma descrição da situação no

momento da pesquisa (DENCKER, 1998, p. 151).

Deste modo, este estudo descreveu, através da percepção dos viajantes, a realidade da

sinalização de orientação turística de Natal-RN e, também, a sua eficiência ao auxiliar os seus

deslocamentos dentro na cidade.

Além disso, este estudo teve uma abordagem quantitativa, ao qual Moresi define como:

Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números,

opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de

técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente

de correlação, análise de regressão, etc.) (MORESI, 2003, p. 8).

3.2 SUJEITOS DA PESQUISA

Os sujeitos desta pesquisa se limitam aos viajantes que estiveram na cidade de Natal-

RN e que se locomoveram pela região por conta própria, ou seja, aquelas pessoas que

contrataram algum serviço de aluguel de carro foram propositalmente escolhidas para a

aplicação de questionários.

A escolha proposital do perfil desse viajante, foi determinada com base em um critério

elegido como fundamental para alcançar o objetivo do estudo aqui proposto. Como o objetivo

deste estudo é compreender a percepção dos viajantes sobre a sinalização de orientação turística

em Natal-RN, tal critério foi estabelecido com base na seguinte hipótese: os visitantes que se

propuseram a se locomover pela cidade por conta própria, de carro, sofreram com mais

38

veracidade a influência da sinalização de orientação turística, já que, ao se deslocar pela região,

esse visitante necessariamente precisou utilizar da sinalização existente para se orientar pelo

local. Para que dessa forma, pudesse ter escolhido os seus melhores trajetos e caminhos a serem

seguidos.

Em suma, o Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, foi preferencialmente

escolhido para aplicação de questionários, visto que o aeroporto da cidade de São Gonçalo do

Amarante oferece uma grande variedade desse serviço de aluguel de carros, além de ser um

local estratégico para a captação desses sujeitos. Desta forma, os viajantes foram abordados na

sala de desembarque do aeroporto, durante a devolução dos carros às empresas. Nesta etapa,

foram aplicados um total de 124 questionários no período que compreendeu os dias 27 de abril

ao dia 01 de maio do ano em questão.

3.3 ABORDAGEM DA COLETA DE DADOS

Para um melhor resultado deste trabalho, os instrumentos desta pesquisa foram pautados

da aplicação de questionários em campo, com perguntas inicialmente fechadas, apenas para

identificar se o respondente corresponde ao perfil aqui intitulado, e posteriormente as questões

da pesquisa em escala Likert. Conforme Dencker:

[...] essa escala quantifica as atitudes dos indivíduos baseada em uma ordem de

importância numérica qualificativa. Nessa escala se manisfesta a concordância ou

discordância em relação a variáveis e atitudes relacionadas ao objeto de estudo

(DENCKER, 1998, p. 183).

O uso dessa escala possibilitou medir as atitudes e também conhecer o grau de

conformidade dos viajantes para com a sinalização de orientação turística, bem como

compreender a percepção dessa sinalização para a mobilidade na cidade.

Como procedimentos técnicos, esses foram pautados de pesquisa bibliográfica, que foi

desenvolvido através de materiais já elaborados, como: livros, artigos científicos, monografias,

dissertações e outros (DENCKER, 1998), com o intuito de se fazer uma busca por estudos e

obter informações sobre a sinalização turística, urbanização, planejamento turístico, percepção,

mobilidade urbana, dentre outros temas que contemplaram a pesquisa deste estudo. Além do

uso da pesquisa documental, que diferente da pesquisa bibliográfica, “[...] consiste numa

pesquisa por materiais que ainda não receberam tratamento analítico ou que podem ser

reelaborados, como formulários da Embratur, registros de hóspedes” (DENCKER, 1998, p.

125). Neste caso, o uso do GBST serviu de referência para a elaboração do questionário.

39

3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Para a elaboração das questões em escala Likert, do questionário, estas foram elaboradas

com base nos princípios e objetivos básicos estabelecidos pelo GBST, que são:

Legalidade: Cumprir o estabelecido no Código de Trânsito Brasileiro – CTB e

nas resoluções do Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN.

Cumprir a legislação de preservação de sítios tombados pelo IPHAN e

protegidos pela Lei de Arqueologia;

Padronização: Seguir um padrão preestabelecido quanto a: Formas e cores dos

sinais; letras, tarjas, setas e pictogramas; aplicação – situações idênticas

sinalizadas da mesma forma; colocação nas vias ou nas localidades;

Visibilidade, legibilidade e segurança: Ser visualizada e lida a uma distância

que permita segurança e tempo hábil para a tomada de decisão, de forma a evitar

hesitação e manobras bruscas.

Selecionar trajetos de fácil compreensão para os usuários, com o objetivo de

valorizar os aspectos de interesse cultural e turístico, levando em conta a

segurança do trânsito.

Garantir a integridade dos monumentos destacados e impedir que a sinalização

interfira em sua visualização.

Resguardar as peculiaridades dos sítios;

Suficiência: Oferecer as mensagens necessárias a fim de atender os

deslocamentos dos usuários.

Auxiliar a adaptação dos usuários às diversas situações viárias;

Continuidade e coerência: Assegurar a continuidade das mensagens até atingir

o destino pretendido, mantendo coerência nas informações;

Ordenar a cadência das mensagens, para garantir precisão e confiabilidade;

Atualidade e valorização: Acompanhar a dinâmica dos meios urbanos e rural,

adequando a sinalização a cada nova realidade

Assegurar a valorização da sinalização, mantendo-a atualizada e evitando gerar

desinformações sucessivas;

Manutenção e conservação: Estar sempre conservada, limpa, bem fixada e,

quando for o caso, corretamente iluminada.

40

A questão da legalidade não foi aplicada, pois, para esta pesquisa não houve a

necessidade de questionar as legislações estabelecidas, em razão de que essas leis são muito

complexas. Também não foram aplicadas a questão da atualidade e valorização, porque esse

processo de investigação cabe somente as lideranças públicas da cidade.

De acordo com o GBST, a sinalização de orientação turística faz parte do conjunto de

sinalização de indicação de trânsito, por isso, deve seguir os mesmos objetivos e princípios

fundamentais estabelecidos pelo Código de Trânsito Brasileiro, para garantir a eficiência e a

segurança do sistema viário para esses usuários das vias urbanas e rurais. Justificando, assim,

a escolha desse método para a elaboração do questionário.

Desta forma, para cada critério aqui estabelecido, foi elaborada uma questão na qual os

respondentes puderam escolher seu grau de concordância ou discordância numa escala de valor

que variou de cinco a um, de maneira que cinco é para concordo totalmente e um para discordo

totalmente. A técnica de análise usada para esse questionário6 foi estatística, portanto, as

respostas coletadas foram posteriormente lançadas em uma planilha eletrônica para a obtenção

desses valores numéricos. No fim, os dados foram apresentados em formas de tabelas e gráficos.

3.5 ASPECTOS ÉTICOS

Antes da realização da aplicação dos questionários, houve a aplicação do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) conforme normatizado pela resolução CNS 466,

de 12 de dezembro de 2012 aos entrevistados. De acordo com o site da Universidade Federal

do Amazonas (UFAM) (2016, s/n) “O TCLE é um documento que informa e esclarece o sujeito

da pesquisa de maneira que ele possa tomar sua decisão de forma justa e sem constrangimentos

sobre a sua participação em um projeto de pesquisa”

Desta forma, através desse documento, os participantes desta pesquisa puderam estar

cientes dos objetivos do estudo aqui proposto, bem como esclarecer todas as suas dúvidas. E,

ainda foi enfatizado que, mesmo após a autorização da pesquisa, os mesmos poderiam se

recusar a qualquer momento de participar. Sendo assim, os questionários só foram aplicados

após a autorização dos entrevistados mediante suas assinaturas.

6 Apêndice A.

41

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente capítulo dispõe das descrições dos dados e discussão dos resultados,

coletados a partir da pesquisa com os questionários e documental. Este, está estruturado em três

partes principais. A primeira trata do perfil dos entrevistados, no que tange a dados

demográficos e a escolha do motivo da viagem no destino. A segunda, para facilitar a

apresentação dos resultados sobre a percepção da sinalização dos viajantes, está estruturada em

cinco subitens, ordenados da seguinte maneira: padronização; visibilidade, legibilidade e

segurança; suficiência; continuidade e coerência e manutenção e conservação. A terceira,

apresenta os resultados sobre o grau de satisfação geral da sinalização para os viajantes e, traz,

a identificação dos principais problemas dessa sinalização que foram percebidos ao longo da

análise desta pesquisa.

4.1 O PERFIL DOS VIAJANTES

Os viajantes foram questionados, inicialmente, sobre o motivo que os levou a ter vindo

para Natal. Como pode ser observado na figura 9, a maioria dos entrevistados (89%) que visitou

a cidade veio por motivos de lazer. Esse fato não é muito surpreendente, já que esse dado é

comum se repetir ao longo das diversas pesquisas que são feitas na cidade sobre o perfil desse

turista. Um exemplo disso pode ser observado em uma recente pesquisa realizada pelo

Fecomércio7 em abril de 2016, onde esse resultado é semelhante às informações apresentadas

nesta pesquisa, que certificou que 92% dos turistas entrevistados estavam na cidade a passeio.

Outro aspecto observado na figura 9, é que 9% dos viajantes entrevistados vieram para

a cidade por motivos relacionados ao negócio. Portanto, mesmo que esteja representado em

uma pequena parcela, esse público que veio à cidade com fins lucrativos não pode ser

considerado como turista. Isso justifica o porquê desse público ser chamado neste estudo de

“viajantes” e não “turistas”, já que, entende-se que uma viagem com a finalidade de negócios

não pode ser considerada como turística, pois, se está na cidade a trabalho e não por vontade

própria. Porém, mesmo estando a trabalho, essas pessoas fazem uso dos serviços turísticos

oferecidos pela cidade.

7 Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN. Pesquisa disponível em:

http://fecomerciorn.com.br/noticias/turista-que-visita-natal-e-domestico-e-gasta-em-media-r-208-por-dia-na-

cidade/

42

Ademais, foi constatado que apenas duas pessoas estavam na cidade para visitar família

e/ou amigos (2%).

Figura 9 – Avaliação do motivo da viagem dos entrevistados.

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Considerando o gênero dos viajantes, observou-se que a maioria (56%) é do sexo

masculino. Entretanto, em relação a quantidade de questionários aplicados, que foram 124 no

total, o sexo feminino também se mostrou muito presente nesta pesquisa, 44% do total (tabela

1).

Tabela 1 – Avaliação do gênero dos entrevistados.

Gênero Quantidade (%)

Masculino 73 56%

Feminino 51 44%

Total 124 100%

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Através dos resultados expostos na figura 10, foi percebido que a maior parte desses

viajantes vem do sudeste do país. Observou-se que os viajantes provenientes do Estado de São

Paulo (35%) e Rio de Janeiro (22%) representam mais da metade dessa população. Essa

porcentagem elevada desses estados, pode ser explicada devido à grande população que

89%

9%

2% 0%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Lazer Negócios Visitar

família/amigos

Outros

Total

43

comportam as cidades de São Paulo8 e Rio de Janeiro9. Logo em seguida, dentre os demais

estados brasileiros, destacam a presença de Santa Catarina (7%), Paraná (6%), Paraíba (6%) e

Rio Grande do Sul (6%). Os viajantes procedentes dos estados do Distrito Federal (4%), Ceará

(4%), Pará (4%), Minas Gerais (2%), Pernambuco (2%), Bahia (2%) e Goiás (1%) também

estão presentes nesta lista, só que em menor número.

Figura 10 – Avaliação do local de origem dos entrevistados.

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Tal como pode ser observado na figura 10 acima, embora a maior parte dessa população

entrevistada venha do sudeste do país, ainda é possível verificar a grande diversidade de pessoas

procedentes de outros estados brasileiros em Natal. Isso evidencia o quanto o turismo nessa

cidade é capaz de atrair visitantes de diferentes lugares do Brasil.

Em relação a idade dos entrevistados, verifica-se que a maior concentração se encontra

na faixa etária dos jovens adultos de 21 a 31 anos (total de 48%). Logo após, foi observado que

37% desses viajantes são adultos mais maduros com idade entre 32 a 41 anos. Ainda foi

considerável a soma dos viajantes com idade acima 42 e 52 anos (15% do total), representando

a minoria desta amostra (tabela 2).

8 Segundo dados do IBGE, a cidade de São Paulo tem uma população estimada em 11.967.825 pessoas. 9 Segundo dados do IBGE, a cidade do Rio de Janeiro tem uma população estimada em 6.476.631 pessoas.

35%

22%

7% 6% 6% 6%4% 4% 4%

2% 2% 2% 1%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Total

44

Tabela 2 – Avaliação da faixa etária dos entrevistados.

Idade Quantidade (%)

21 a 31 60 48%

32 a 41 46 37%

42 a 51 6 5%

Acima de 52 12 10%

Total 124 100%

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Sobre o estado civil, conforme mostrado na tabela 3, a grande maioria desses viajantes

entrevistados é casado (59%), seguidos dos solteiros (36%) e dos divorciados (5%).

Tabela 3 – Avaliação do estado civil dos entrevistados.

Estado civil Quantidade (%)

Solteiro 45 36%

Casado 73 59%

Divorciado 6 5%

Viúvo 0 0%

Total 124 100%

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Já sobre o grau de escolaridade demonstrado na figura 11, observa-se que o ensino

superior completo representa um dos números mais expressivos desta pesquisa, comportando

um total de 71%. Esse dado evidencia o quanto é importante para o turismo na cidade de Natal,

a qualificação dos serviços oferecidos para os visitantes do local, já que, geralmente, esse

público que tem um grau de escolaridade mais elevado, tende a ser mais exigente em relação

aos serviços turísticos prestados pela cidade. E, com isso, ainda pode-se dizer que é o conjunto

da qualidade desses serviços que irá trazer a satisfação para esses visitantes, e essa satisfação é

responsável por fazer com que o mesmo tenha vontade de retornar à cidade.

Ainda analisando o grau de escolaridade, verifica-se que 13% possui ensino superior

incompleto e outros 13% possuem ensino médio completo. Apenas 2% tem médio incompleto

e uma pessoa entrevistada possui apenas ensino fundamental completo, como enfatizado na

figura 11.

45

Figura 11 – Avaliação do grau de escolaridade dos entrevistados.

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Elencando inicialmente todos esses dados demográficos, é possível constatar que o

perfil dos viajantes independentes que vem à Natal e alugam carro, é predominantemente

jovem, com idade entre 21 a 31 anos, provenientes da região Sudeste do país, é casado, possui

ensino superior completo e a principal motivação da viagem é o turismo de lazer.

4.2 A PERCEPÇÃO DOS VIAJANTES SOBRE A SINALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO

TURÍSTICA

4.2.1 Padronização

Seguindo a ordem dos critérios analíticos estabelecidos no GBST, assim como no

questionário, a padronização foi o primeiro quesito que os respondentes avaliaram. Neste ponto,

foram levados em consideração o conjunto de placas de sinalização turística existente na cidade.

É muito importante, nesse aspecto, que esse conjunto de placas estejam da mesma cor10 e que

haja uma padronização de suas formas. O GBST recomenda que as placas que constituem a

sinalização de orientação turística obedeçam a um conjunto de critérios que objetivem garantir

10 O GBST intitulou a cor marrom para as placas de sinalização turística.

71%

13% 13%

2% 1% 0%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Superior

completo

Superior

incompleto

Ens. Médio

completo

Ens. Médio

incompleto

Ens.

Fundamental

completo

Ens.

Fundamental

incompleto

46

sua imediata identificação e a correta assimilação das mensagens que veiculam. É essa

obediência aos princípios11 de aplicação das placas que garantem a eficácia da sinalização.

Dessa maneira, os resultados da pesquisa neste critério mostraram que, de um modo

geral, a percepção da sinalização turística referente a padronização das placas, apresentou um

resultado bastante positivo para esses viajantes.

Como podemos observar no gráfico 1, de um total de 124 entrevistados, 92% estão de

acordo com a padronização das placas de sinalização turística na cidade, sendo que desses 92%,

61% afirmaram estar totalmente de acordo com essa padronização. Entretanto, mesmo que esse

resultado represente quase que por unanimidade a maioria, ainda foi possível destacar as

pessoas que se posicionaram como neutras, 6% do total, restando apenas 2% para as pessoas

que discordaram desta questão.

Gráfico 1 – Porcentagem da satisfação da sinalização turística referente ao critério padronização.

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Com base nesses resultados, podemos perceber que a padronização das placas de

sinalização turística em Natal é passível de ser percebidas pelos visitantes, como vislumbrado

no gráfico acima, é notório a satisfação dessas pessoas em relação a esse critério avaliado.

4.2.2 Visibilidade, Legibilidade e Segurança

Neste segundo critério analítico, os viajantes puderam analisar se as mensagens contidas

nas placas e seus respectivos elementos podem ser visualizados claramente, independente das

características das vias e das velocidades nelas regulamentadas. Sendo assim, é muito

importante que essas placas estejam bem fixadas, e que sua colocação nas vias mantenham uma

11 Tais princípios estão expostos no capítulo 3.

61%

31%

6% 2%

Concordo totalmente (61%)

Concordo parcialmente (31%)

Não concordo nem discordo (6%)

Discordo parcialmente (2%)

Discordo totalmente (0%)

47

distância que permita a visualização rápida, a fim de ser lida de forma segura, para que os

usuários das vias tenham tempo hábil para a sua tomada de decisão e, assim, evitar hesitação e

manobras bruscas.

Mesmo sendo esse um critério que exige bastante atenção, já que a segurança é um

elemento indispensável para esses viajantes, os resultados da pesquisa neste critério

apresentaram um dado satisfatório.

Como pode ser analisado no gráfico 2, dos 124 respondentes, 74% afirmaram estar de

acordo com a eficiência da visibilidade, legibilidade e segurança das placas de sinalização,

sendo que a maioria, 48% do total, dizem estar apenas parcialmente de acordo. A minoria, que

foi 8%, se posicionou negativamente à essa afirmação, e as pessoas que afirmaram indiferença,

esses foram um total de 13%.

Gráfico 2 – Porcentagem da satisfação da sinalização turística referente ao critério visibilidade.

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Esses dados analisados demonstram que, para a maioria desses sujeitos, a sinalização

turística na cidade cumpre, de maneira satisfatória, o seu dever de indicar de forma segura e

inteligível, os melhores trajetos a serem seguidos. Com isso, pode-se entender que a aplicação

das placas de sinalização nas vias, bem como a sua fixação e suporte, faz jus aos critérios

exigidos pelo GBST.

4.2.3 Suficiência

A sinalização de orientação turística começa a apresentar falhas no critério suficiência.

Durante a análise deste critério, os respondentes avaliaram a questão da qualidade e quantidade

30%

48%

13%6%

2%

Concordo totalmente (30%)

Concordo parcialmente (48%)

Não concordo nem discordo (13%)

Discordo parcialmente (6%)

Discordo totalmente (2%)

Não respondeu (0%)

48

das mensagens contidas nas placas de sinalização, e também no seu auxílio a adaptação às

diversas situações viárias do local.

Aqui, torna-se indispensável que o conjunto de informações contidas nas placas

indiquem a melhor direção a seguir, a informação sobre a distância a ser percorrida até

determinado destino ou a confirmação de ter chegado a ele. Em outras situações, ainda é

conveniente tipo e quantidade de informações diferenciadas, que propiciem fluidez e segurança

de trânsito ou que transmitam detalhes sobre a região e seus atrativos.

Um fato observado após a avaliação dos questionários, foi um equilíbrio de satisfação

entre as extremidades positiva e negativa. Dos que avaliaram positivamente a suficiência das

mensagens contidas nas placas, pode-se constatar que foram um total de 54%. Entretanto,

apenas 16% desse valor está totalmente de acordo. Do outro lado, 30% das pessoas

entrevistadas discordam que as mensagens contidas nas placas de sinalização são suficientes

para garantir o acesso aos destinos pretendidos. E ainda pôde-se considerar as pessoas que se

posicionaram totalmente de desacordo com essa afirmação, formando um total de 10% (gráfico

3).

Gráfico 3 – Porcentagem da satisfação da sinalização turística referente ao critério suficiência.

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

De acordo com esses resultados, fica evidente que a suficiência da sinalização não é de

todo eficiente, já que uma grande parcela dessa população entrevistada se posicionou

negativamente a satisfação desta questão.

Observa-se, então, que a sinalização de orientação turística não é um instrumento que

proporciona garantia de um deslocamento eficaz dentro da cidade, e esse ponto ganha uma

dimensão ainda maior quando observado os resultados do critério analítico “continuidade e

16%

38%

6%30%

10%

Concordo totalmente (16%)

Concordo parcialmente (38%)

Não concordo nem discordo (6%)

Discordo parcialmente (30%)

Discordo totalmente (10%)

Não respondeu (0%)

49

coerência”. Após a análise dos resultados, foi identificado que a sinalização turística continuou

apresentando insatisfações.

4.2.4 Continuidade e Coerência

Dando continuidade à análise, neste critério, alguns princípios básicos que foram

avaliados pelos respondentes, referem-se ao da continuidade da informação, que repercute na

credibilidade da sinalização por parte dos usuários. Julga-se dizer que esse é um dos objetivos

principais de uma sinalização turística, afinal, a continuidade das mensagens visa garantir a

realização de todos os deslocamentos previstos pela sinalização e não induzir o usuário da via

ao erro ou à dúvida.

Desta forma, a continuidade das mensagens é garantida, uma vez que disso depende o

correto entendimento por parte do usuário em todos os tipos de deslocamento. Ainda é relevante

enfatizar que, as distribuições das placas de sinalização turística não obstruem a visualização

de paisagens e monumentos, tanto para usuários de veículos motorizados quanto para pedestres.

Com isso, dos que aprovaram totalmente a sinalização nesse ponto, foi um número

muito baixo, de apenas 14% do total. Observa-se que a maioria se posicionou apenas

parcialmente de acordo (35% do total). Ainda assim, é notório a insatisfação de grande parte

desses sujeitos neste critério. Em meio a essas opiniões, 46% discordam que existe continuidade

nas mensagens das placas e coerência entre elas. Dos que desaprovam a sinalização nessa

avaliação, 15% afirmaram estar totalmente insatisfeitos com a continuidade e coerência dessas

placas (gráfico 4).

Gráfico 4 – Porcentagem da satisfação da sinalização turística referente ao critério continuidade e

coerência.

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

14%

35%

5%31%

15% Concordo totalmente (14%)

Concordo parcialmente (35%)

Não concordo nem discordo (5%)

Discordo parcialmente (31%)

Discordo totalmente (15%)

Não respondeu (0%)

50

Sendo esse um critério muito importante, como já enfatizado neste estudo, percebe-se,

mais uma vez, que a sinalização não é uma ferramenta eficiente de auxílio na locomoção dos

indivíduos na cidade. Se os resultados neste quesito apontaram essas insatisfações, é crível dizer

que as normas estabelecidas no GBST de “Assegurar a continuidade das mensagens até atingir

o destino pretendido, mantendo coerência nas informações” (EMBRATUR; IPHAN;

DETRAN, 2001, p. 7) não foi totalmente cumprido.

4.2.5 Manutenção e Conservação

As placas da sinalização de orientação turística devem ser periodicamente submetidas a

uma manutenção, já que, placas de sinalização danificadas, sujas ou deformadas são ineficientes

e formam uma imagem de descrédito da entidade responsável. Além disso, essa manutenção é

importante também para preservar a sua conservação, pois, placas de sinalização sem

conservação ou com conservação precária, perdem sua eficiência como dispositivos de controle

de tráfego. Ainda é imprescindível que as autoridades de trânsito assegurem que a vegetação,

o mobiliário urbano, placas publicitárias e materiais de construção não prejudiquem a

visualização das placas, mesmo que temporariamente.

Os resultados dessa pesquisa nesse quesito mostram que, embora tenha-se observado

algumas críticas sobre a sinalização turística nos critérios analíticos que antecederam a esse, o

critério analisado referente a “manutenção e conservação” é vista pela maioria dos viajantes

como boa. Como pode ser observado no gráfico 5, o total de aprovação desse critério foi de

72%. No entanto, ainda é notório as pessoas que se apresentaram negativamente a esse respeito

(13% no total).

51

Gráfico 5 – Porcentagem da satisfação da sinalização turística referente ao critério manutenção e

conservação.

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Apesar da sinalização turística apresentar algumas falhas em sua maioria no quesito

“suficiência” e continuidade e coerência”, a conservação das placas dessa sinalização se revelou

satisfatória. Esse é um dado bastante importante neste estudo, pois, se a conservação dessas

placas de sinalização fosse precária, os resultados desta pesquisa seriam ainda mais

preocupantes. E ainda é razoável dizer que essa aprovação contribuiu para a satisfação geral

dos viajantes sobre essa sinalização na cidade.

4.3 A SATISFAÇÃO GERAL DOS VIAJANTES E A IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS

PROBLEMAS

Sobre a satisfação geral dos viajantes para com a sinalização de orientação turística de

Natal-RN, os resultados apontaram dados bem satisfatórios. Neste ponto, foi levado em

consideração a junção de todos os critérios avaliados, fazendo com que os respondentes

apontassem seu grau de satisfação num âmbito geral. No entanto, observa-se, na figura 12, um

número relativamente alto das pessoas que se posicionaram como neutras em relação à essa

satisfação (total de 29%). Isso implica questionar que, embora os viajantes em sua maioria

tenham se posicionado satisfatoriamente, o número formado pelas pessoas que disseram estar

indiferente é consideravelmente preocupante, já que, para esse grupo, a sinalização não

conseguiu ser efetivamente próspera.

Entretanto, como já citado anteriormente, de modo geral, a sinalização turística da

cidade, embora tenha apresentado seus impasses, foi consideravelmente boa. Como podemos

verificar na figura 12, o total de pessoas que aprovaram a sinalização foi de 57%, mas, apenas

18% desse valor é constituído pelas pessoas que afirmaram estar totalmente satisfeitas com essa

36% 36%

15%

10%3%

Concordo totalmente (36%)

Concordo parcialmente (36%)

Não concordo nem discordo (15%)

Discordo parcialmente (10%)

Discordo totalmente (3%)

Não respondeu (0%)

52

avaliação. Ainda que a sinalização tenha apresentado críticas negativas em alguns critérios

analíticos aqui avaliados, pôde-se perceber que esses impasses não chegaram a influenciar com

tanta veemência na satisfação geral acerca dessa sinalização. Possivelmente, esse fato seja

justificado pelo emprego de outros meios de informações sobre a cidade, bem como guias e

mapas turísticos ou até mesmo o uso de tecnologias como o GPS 12 ou aplicativos para

smartphones13.

Todavia, apenas 9% das pessoas entrevistadas se posicionaram insatisfeitas com a

sinalização turística local.

Figura 12 – Porcentagem do grau de satisfação geral da sinalização turística para os viajantes.

Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Considerando os principais problemas que puderam ser percebidos ao longo da análise

desta pesquisa, com todos esses pontos aqui elucidados, pode-se concluir que os piores

problemas encontrados se concentraram no critério “suficiência” e “continuidade e coerência”.

Apesar do critério analítico suficiência ter demonstrado um percentual satisfatório superior ao

insatisfatório, não se pode omitir que o número de pessoas que se posicionaram negativamente

a esse respeito ainda é bastante expressivo. Dentro de um total de cento e vinte e quatro pessoas

12 O Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System), é um sistema de navegação por satélite

com um aparelho móvel que envia informações sobre a posição de algo em qualquer horário e em qualquer

condição climática. (http://www.significados.com.br/gps/). 13 Smartphone é um termo em inglês que significa “telefone inteligente” e é usado para designar uma nova

linhagem de telefones celulares que possuem uma série de tecnologias integradas no mesmo aparelho, exercendo

várias funções com seus aplicativos e navegação online (https://www.significadosbr.com.br/smartphone).

18%

39%

29%

5%

9%

0%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%

Concordo totalmente

Concordo parcialmente

Não concordo nem discordo

Discordo parcialmente

Discordo totalmente

Não respondeu

Total

53

entrevistadas, cinquenta delas (40%), ao discordarem dessa questão, afirmaram que as

mensagens contidas nas placas de sinalização turística não são suficientes para atender de

maneira satisfatória os deslocamentos dentro da cidade.

Ao continuar a análise, constatou-se que o critério analítico “continuidade e coerência”,

concentrou os resultados mais negativos desta pesquisa, não obstante, os números satisfatórios

ainda representam a maioria; mais uma vez, esse fato pode ser justificado pela possível

utilização de outros meios de informações. Entretanto, ainda é válido contestar que os números

negativos são relativamente altos. Nesse caso, 56% dos viajantes discordaram da eficiência da

sinalização neste critério, ou seja, acreditam que as mensagens acopladas nas placas de

sinalização não são totalmente coerentes e que as placas não dispõem de continuidade até os

destinos.

Com base nesses posicionamentos, fica a dúvida se a sinalização de orientação turística

de Natal auxilia, de forma segura e eficiente, os deslocamentos desses viajantes dentro da região

e, se elas contribuem para uma melhoria da mobilidade urbana.

54

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo principal do estudo aqui proposto, tinha por finalidade compreender a

percepção dos viajantes sobre a sinalização de orientação turística em Natal, tendo como

enfoque os princípios básicos estabelecidos no Guia Brasileiro de Sinalização Turística. Sendo

assim, constatou-se que o resultado foi bastante positivo no que diz respeito aos termos técnicos

aplicados nas placas, pois, foi visto que os resultados mais satisfatórios se concentraram nos

critérios “padronização”, “visibilidade, legibilidade e segurança” e “manutenção e

conservação”. Esses três critérios tinham por finalidade verificar se o conjunto dessas placas de

sinalização seguiam o padrão estabelecido no GBST quanto a cores e formas, se elas podiam

ser vistas e lidas a uma distância de forma segura e, se estavam bem conservadas; ou seja,

limpas e bem fixadas. Então, com base nos resultados dessa percepção, foi verificado que o

material das placas, bem como a sua conservação e os princípios de aplicação nas estradas,

cumprem, de modo satisfatório, as normas estabelecidas no Guia.

Já os resultados no que concerne aos critérios “suficiência” e “continuidade e

coerência”, esses, não apresentaram um dado tão satisfatório quanto aos outros critérios aqui

examinados. Desta forma, no decorrer do estudo, percebeu-se que os viajantes estão um pouco

insatisfeitos com a sinalização no que se refere ao conteúdo das placas; bem como a sequência

de placas nas vias e a quantidade das informações. Essa é uma das questões mais críticas

observadas neste estudo, já que, para uma grande parcela dos viajantes entrevistados, a

sinalização não cumpriu um dos princípios básicos estabelecido no GBST, quando asseverou

que “[...] manter a continuidade das mensagens visa garantir a realização de todos os

deslocamentos previstos pela sinalização e não induzir o usuário da via ao erro ou à dúvida, o

que possibilitaria a ocorrência de acidentes” (EMBRATUR; IPHAN; DETRAN, 2001, p 28).

Ainda que os problemas mais graves percebidos estivessem concentrados nos critérios

“suficiência” e “continuidade e coerência”, entretanto, quando analisado o todo, é perceptível

que a satisfação desses viajantes apresentou ambiguidades em cada critério aqui avaliado e,

com isso, é plausível dizer que as falhas também são. Dessa maneira, pode-se concluir que a

sinalização turística da cidade é, em parte, deficitária.

Por tudo isso, não é cabível dizer que a utilização dessa sinalização é um instrumento

que proporciona um deslocamento eficaz dentro da região. Por isso, ao observar essa

irregularidade na sinalização turística através da percepção desses viajantes, e, ao observar o

quanto que a atividade do turismo é importante para o desenvolvimento econômico de Natal –

como vislumbrado neste estudo por vários autores –, é imprescindível que as lideranças

55

públicas da cidade atentem à essa questão, pois, como visto anteriormente, a sinalização de

orientação turística se bem implantada, têm a capacidade de trazer inúmeros benefícios, tanto

para os habitantes do local quanto para os visitantes; além de trazer uma organização para a

cidade e, também, contribuir para o marketing do local, sendo esse, um fator fundamental para

a satisfação e fidelização desses visitantes.

Ainda com relação aos resultados desta pesquisa, existe uma última consideração que

precisa ser feita. Durante a tabulação dos dados coletados através da pesquisa com os

questionários, foi percebido que o fator “idade” e “motivo da viagem” influenciaram

percepções distintas dessa sinalização de orientação turística. Dessa forma, foi constatado que

o público acima de cinquenta e dois anos e o público que veio para a cidade por motivos de

negócio, esses, foram muito mais críticos nas respostas em relação às pessoas mais jovens e

que vieram para a cidade por motivos de lazer. Foi percebido, com isso, que todas as pessoas

que constituem esses dois grupos, foram os responsáveis por concentrar as respostas mais

negativas desta pesquisa.

Com base nessas explanações, têm-se a hipótese, como já enfatizado nos resultados

desse estudo, de um fator que talvez tenha influenciado menos a percepção dessa sinalização

entre os jovens entrevistados. Nesse caso, essa hipótese se sustenta no possível uso de outros

meios de informações sobre a cidade, principalmente o uso da tecnologia. Sabe-se que a

tecnologia possibilita um acesso mais rápido e prático às informações, com isso, é consistente

pensar que a utilização desses meios eletrônicos tenha servido de aporte na orientação do acesso

aos lugares dentro da cidade. Dessa forma, de modo geral, as falhas da sinalização não

chegaram a causar tanto impacto negativo da satisfação geral desses jovens.

O mesmo pode não ter acontecido com as pessoas mais maduras entrevistadas (acima

de 52 anos), ao qual a percepção da sinalização foi mais crítica. No entanto, é possível que esses

não tenham feito o emprego dessa tecnologia, já que, provavelmente, essas pessoas mais

maduras não estejam tão adeptas ao seu uso.

Já em relação as pessoas que vieram para a cidade por motivos relacionados ao negócio,

é presumível que a percepção crítica dessa sinalização, se deva ao fato de que esse público

geralmente são viajantes mais experientes, e por essa razão, tenham um senso crítico mais

abrangente dos serviços prestados pela indústria do turismo (SWARBROOKE; HORNER,

2002).

Todavia, como não era objetivo desta pesquisa verificar quais fatores influenciavam a

percepção da sinalização, mas sim, compreender essa percepção, não cabia ao objetivo do

56

estudo incorporar esses dados nos resultados, mesmo porque esses questionamentos são apenas

hipóteses. De todo modo, essa é uma indagação que merece um estudo mais detalhado.

Sabe-se que o advento da tecnologia da informação mudou o modo como o ser humano

interage com o mundo, e o acesso à internet, hoje, é uma ferramenta que cada vez mais vem

ganhando espaço na vida das pessoas, principalmente pela praticidade que essa ferramenta traz

de se comunicar com o mundo.

Ainda que a sinalização turística seja um equipamento indispensável em um destino

turístico, especialmente para ajudar os visitantes a se locomover por uma área, o uso da

tecnologia da informação, nesse caso, poderia ser considerado uma ferramenta auxiliar de

aporte à essa sinalização, contribuindo, assim, na melhoria da mobilidade da região. À vista

disto, diante de todas essas reflexões, esse estudo poderá ter uma continuidade, sobretudo, para

verificar a realidade de toda essa conjetura.

57

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2004. 335 p.

61

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISA COM OS VIAJANTES

ENTREVISTADOS

Questões filtro:

1. Você visitou Natal? ( ) Sim ( ) Não

2. Qual foi o motivo da viagem? ( ) Lazer ( ) Negócios ( ) Visitar família/amigos ( )

Outros____________

3. Você contratou algum serviço de aluguel de carro ou utilizou carro próprio para se locomover pela

cidade? ( ) Sim ( ) Não

Questões da pesquisa:

A seguir temos um quadro com questões sobre a sinalização de orientação turística da cidade de Natal-

RN. Leia com atenção as informações e ao lado marque a opção que mais representa o seu grau de

satisfação, onde:

CT = concordo totalmente. DT = discordo totalmente.

CP = concordo parcialmente. DP = discordo parcialmente.

NA = não concordo nem discordo. NR = não respondeu

Afirmação CT CP NA DT DP NR

As placas de sinalização turística são todas padronizadas; possuem

a cor marrom e formas que permitem a correta assimilação das

informações turísticas.

A visualização das placas de sinalização turística é clara e pode ser

lida a uma distância de forma segura.

As informações contidas nas placas de sinalização oferecem todas

as informações necessárias para atingir os destinos pretendidos e

auxiliam na adaptação às diversas situações viárias.

As placas de sinalização turística são contínuas e mantém

coerência nas informações.

As placas de sinalização turística são bem conservadas; todas estão

limpas, bem fixadas e corretamente iluminadas.

No geral, estou satisfeito(a) com a sinalização turística de Natal-

RN.

Questões de identificação:

1. Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino

2. Faixa etária: ( ) 21 a 31 ( ) 32 a 41 ( ) 42 a 51 ( ) Acima de 52

3. Estado civil: ( ) Solteiro(a) ( ) Casado(a) ( ) Divorciado(a) ( ) Viúvo(a)

62

4. Grau de escolaridade: ( ) Ens. Fundamental incompleto ( ) Ens. Fundamental completo

( ) Ens. Médio incompleto ( ) Ens. Médio completo

( ) Ens. Superior incompleto ( ) Ens. Superior completo

5. Cidade / UF de origem: ____________________

63

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO APLICADO

NA PESQUISA COM OS VIAJANTES ENTREVISTADOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE TURISMO

GRADUAÇÃO EM TURISMO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Este é um convite para você participar da pesquisa: A PERCEPÇÃO DOS VIAJANTES SOBRE A

SINALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃO TURÍSTICA EM NATAL–RN, que tem como pesquisador

responsável a estudante do curso de Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Viviane

Paula da Silva.

Esta pesquisa tem como objetivo compreender a percepção dos viajantes que estiveram em Natal-RN

sobre a sinalização turística da cidade.

Caso você decida participar, deverá responder a um questionário que contém algumas questões sobre a

sinalização turística da cidade de Natal, elaboradas com base nos critérios analíticos do Guia Brasileiro

de Sinalização Turística (2001).

Os dados coletados, serão posteriormente tabulados e transformados em gráficos, para a obtenção de

valores numéricos.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa,

sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou

publicações científicas, não havendo divulgação de seu nome e/ou qualquer dado que possa lhe

identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um

período de 5 anos.

Eu, __________________________, fui informado(a) dos objetivos do estudo de maneira clara e

detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sendo assim, declaro que concordo em participar desse estudo.

Natal ____________ de ________________ de 2016.