a percepÇÃo espacial dos alunos do ensino mÉdio … · principais áreas de risco, como beiras...
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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO
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A PERCEPÇÃO ESPACIAL DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO A PARTIR DA PERSPECTIVA DE RISCO NA VIVÊNCIA DE NOVA
FRIBURGO-RJ DENISE DE ALMEIDA GONZALEZ1 ALEXSANDER JOSEF DA COSTA2
Resumo: A precipitação intensa num intervalo de poucas horas, causou uma série de
deslizamentos de encostas e enchentes de rios na Região Serrana do Estado do Rio
de Janeiro, Brasil, especialmente no município de Nova Friburgo no mês de janeiro
de 2011. Baseado na vivência dos alunos do 1º ano do Ensino Médio da rede
estadual deste município, esta pesquisa se utilizará do fato desta região ter sofrido
um desastre ambiental. Analisará a percepção de risco dos alunos através do que
viveram e após as aplicações dos conteúdos da geografia física e das
geotecnologias.
Palavras-chave: desastre ambiental: percepção de risco: geotecnologias: área
de risco
Abstract:
The perception of space of high school students from the perspective of risk in Nova
Friburgo-RJ- The intense water precipitation during a short period of time caused
mudslides and river floods all over the mountain region of Rio de Janeiro State,
Brasil, specially in the city of Nova Friburgo on January 2011. Considering the
undergraduate students from state schools of the County, this research intends to
focus on their experience in response to this environmental disaster. The present
work will evaluate the students’ level of risk perception, based on their past
experience and after using the learned concepts of physical geography and
geotechnologies.
Key-words: environmental disaster, risk perception, geotechnologies, risk area.
1 Mestranda do PPGEO-UERJ. Contato por email: [email protected]
2 Docente do PPGEO-UERJ. Contato por email: [email protected]
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1 –Introdução
Eventos extremos de natureza climática e geológica sempre ocorreram em
diferentes partes do planeta. No entanto, as condições de fragilidade ambiental e/ou
socioeconômica expõem determinadas populações a um risco maior. Pode-se
averiguar que em muitos países subdesenvolvidos, (e inserido a este o Brasil) onde
ocorre o predomínio da população de baixa e baixíssima renda e com falta de
informações a respeito de risco ambiental, o desastre se repete provocando várias
mortes. Esta situação de extremos de natureza climática e geológica foi verificada
também na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, especialmente em Nova
Friburgo, no mês de janeiro de 2011. A ocorrência de precipitação intensa num
intervalo de poucas horas causou uma série de deslizamentos de encostas e
enchentes de rios, atingindo áreas rurais e urbanas de municípios serranos.
Nesta “Tragédia”, como falam popularmente os habitantes friburguenses
sobre a grande enchente e deslizamentos devido ao grande número de mortes em
janeiro de 2011, os locais afetados não foram somente aqueles considerados como
principais áreas de risco, como beiras dos rios e áreas desmatadas da periferia de
baixa renda, mas também em áreas com cobertura vegetal, urbanas e rurais devido
à intensidade de precipitação e saturação dos solos. Junto a isto, as condições
físicas de vertentes íngremes, solos rasos e vales estreitos configuram uma
suscetibilidade maior aos processos geomorfológicos de movimentos de massa e
enxurradas. As atividades de uso e ocupação da terra podem, ou não, aumentar a
fragilidade ambiental da região. No caso de Nova Friburgo, não houve distinção de
classes sociais onde toda a população então se viu envolvida direta ou
indiretamente, pois durante uma semana grande parte do município ficou sem
comunicação, sem condições de acesso e mesmo com problemas de abastecimento
básico visto que o caos foi gerado.
A comunidade acadêmica vem desenvolvendo vários estudos focando o
monitoramento de processos geomorfológicos e mapeamentos temáticos,
mapeamento das bacias hidrográficas e uso de geotecnologias, ampliando o
conhecimento e a possibilidade de aplicação nas situações de fragilidade e risco.
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Entretanto, tais conhecimentos devem atingir o cidadão comum com a finalidade de
que possa fornecer uma melhor compreensão do meio em que está inserido.
A escola, como parte indispensável na formação do indivíduo/cidadão pode
incorporar ao seu currículo os avanços do conhecimento e das técnicas do setor
acadêmico com as devidas adaptações. Neste contexto, os conteúdos escolares
podem se tornar mais interessantes e incluir o aluno no “mundo digital” a partir do
momento que poderá ser utilizada a sala de informática e as geotecnologias como
ferramentas pedagógicas. Nas situações em que os conteúdos são relacionados ao
cotidiano ou ao espaço ambientado e vivido pelo aluno, a compreensão se torna
mais eficiente.
Baseado na vivência dos alunos do 1º ano do Ensino Médio de dois colégios
da rede estadual do município de Nova Friburgo-RJ (um em uma área mais rural e
outro numa área mais urbana), esta pesquisa se utiliza do fato do município ter
sofrido um grande desastre ambiental
Na referida série, os principais conteúdos ministrados referem-se à Geografia
Física, como fatores e elementos geológicos, geomorfológicos, bacias hidrográficas,
clima, vegetação, impactos ambientais, além de noções importantes de cartografia.
Pretende-se articular tais conteúdos com atividades práticas e participativas
ambientais para viabilizar a discussão de risco ambiental e promover uma maior
percepção espacial dos estudantes, à fim de que os mesmos façam uma análise
ambiental para um melhor ordenamento e planejamento territorial. Através da
elaboração de um mapa de área de risco
As atividades práticas envolverão o mapeamento de possíveis áreas de risco
natural, o uso das geotecnologias como apoio didático objetivando fazer a interação
entre o real e o abstrato, assim como elaborar entrevistas, questionários, visitas a
outros projetos ambientais e órgãos ambientais e participação em palestras
possibilitando com isso o aumento da sua percepção espacial e, ao mesmo tempo,
dinamizando as aulas. Com estas estratégias, o aluno poderá ampliar seu conceito
de espaço, identificar-se com o seu espaço com possibilidade de ser um indivíduo
atuante e não meramente expectador e vítima pois haverá a possibilidade de uma
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alfabetização cartográfica, Educação Ambiental e consequentemente da formação
da cidadania. Ressalta-se que esta concepção está dentro dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs) elaborados pelo MEC (Ministério de Educação e
Cultura) para o programa de Geografia. Ademais, tias procedimentos vão ao
encontro do EIRD (Estratégias internacionais de Redução de Desastres) da ONU
(Organização das nações Unidas) e firmado em 2005 o Marco de Ação de Hyogo,
que até 2015 pretende promover espaço a mais o aumento de resiliência
(reconstrução) das nações e comunidades frente aos desastres. A partir do
estabelecimento do Marco de Hyogo várias ações para a redução de desastres
foram estabelecidas ao redor do mundo. Uma delas é desenvolver programas de
risco em sala de aula, com a finalidade de preparar os estudantes a enfrentar os
eventos de desastres, reduzindo assim os riscos e o número de mortes nesta
parcela da população tão vulnerável a eles.
Os conceitos de risco, perigo, vulnerabilidade, suscetibilidade e
área de risco
Os conceitos de riscos tem sido utilizados em diversas ciências e ramos do
conhecimento que tratam assuntos ambientais de forma diferente. Vários termos são
utilizados para riscos como acidentes, áleas, desastres, hazards entre outros. Álea,
segundo VEYRET(2007), corresponde “a um acontecimento possível, decorrente de
um processo natural, tecnológico, social, econômico, havendo possibilidade de
realização.se vários acontecimentos são possíveis fala-se de um conjunto de áleas.
Em inglês, o termo equivalente é hazard.”
Na literatura sobre riscos, muitas vezes vem com o sentido de perigo
(LIEBER; LIEBER, 2002 apud RIBEIRO, 2013). No entanto, perigo e riscos são
conceitos diferentes e ao mesmo tempo complementares. Segundo os conceitos
propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), perigo é considerado como
uma circunstância que prenuncia um mal para alguém ou alguma coisa, portanto
pode causar dano, perda ou prejuízo ambiental, humano, material ou financeiro; e
risco como sendo a probabilidade (ou frequência) esperada de ocorrência dos
danos, perdas ou prejuízo consequentes da consumação do perigo. Neste sentido
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DAGNINO e CARPI JUNIOR, 2007 apud RIBEIRO(2013) consideram o risco como
a probabilidade de que um evento, esperado ou não, se torne realidade.
Na visão de VEYRET e RICHEMOND (2007, P.11) apud RIBEIRO (2013) o
risco é definido como a percepção do perigo, da catástrofe ou desastre possível.
Não há riscos sem uma população ou indivíduo que o perceba e que poderia sofrer
seus efeitos.
O risco é a probabilidade mensurável de um perigo transformar-se em
desastre. Quanto à relação entre perigo e desastre (MARCELINO, 2008 p.23) apud
RIBEIRO (2013) ”definem perigo como uma situação potencial prejudicial em quanto
desastre é a materialização do perigo”. Assim, os fenômenos naturais fazem parte
da dinâmica da Terra, mas quando ocorrem sobre o sistema social, tem-se uma
circunstância de perigo visto que trata de uma situação potencial de danos a
pessoas e a bens. Caso o impacto produza danos e prejuízos extensivos e/ou de
difícil superação pelas comunidades afetadas será considerado um desastre. Os
perigos naturais são considerados segundo vários autores as enchentes, os
deslizamentos, os tornados, as erupções vulcânicas, os furacões, os vendavais, a
chuva de granizo, geadas, as nevascas, a desertificação, os terremotos etc. Como
representam eventos de grande magnitude, normalmente ultrapassam os limites dos
sistemas em que ocorrem, ou seja, geológicos, atmosféricos ou entre eles, e assim
sendo, muitos autores como MARCELINO apud RIBEIRO(2013) concluem que um
perigo não é eminentemente natural, visto promover ações que se sobrepõem tanto
o meio natural como a sociedade.
Segundo MARCELINO (2008, p.24) apud RIBEIRO (2013)“ a quantidade dos
desastres também pode estar vinculada aos elementos sociais expostos, ou seja, à
fragilidade do ambiente socialmente construído (vulnerabilidade) (...)aumentando a
frequência do perigo e a intensidade da vulnerabilidade, aumentará
consequentemente o risco de um perigo transformar-se em desastre”.
A vulnerabilidade é o grau de perda para um dado elemento, grupo ou
comunidade dentro de uma determinada área passível de ser afetada por um
fenômeno ou processo. Esta é determinada por fatores ou processos físicos, sociais,
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econômicos e ambientais que aumentam a suscetibilidade aos impactos ambientais
Esta última por sua vez, indica a potencialidade de ocorrência de processos naturais
e induzidos em uma dada área, expressando-se segundo classes de probabilidade
de ocorrência.
A educação, a formação profissional ou a experiência prática do indivíduo
alteram a percepção de risco do mesmo.
Na visão de TUAN (1980), apud CARVALHO (2006) a “percepção ambiental é
a resposta dos sentidos do indivíduo aos estímulos externos emitidos pelo espaço
que o circunda. Podemos interpretar que esta resposta captura o indivíduo da
condição passiva de mero observador do meio ambiente e o transporta ao nível da
ação, quando este indivíduo não só utiliza a visão como também a cognição”..
A área de risco é então a “área passível de ser atingida por fenômenos ou
processos naturais e/ou induzidos que causem efeito adverso. As pessoas que
habitam essas áreas estão sujeitas a danos a integridade física, perdas materiais e
patrimoniais. Normalmente, no contexto das cidades brasileiras, essas áreas
correspondem a núcleos habitacionais de baixa renda.”( BRASIL.MINISTÉRIO DAS
CIDADES, 2003)
Especificamente para a pesquisa abordada, estaremos interagindo os temas
com os conteúdos programáticos para o 1 ano do ensino Médio através do Currículo
Mínimo proposto pela Secretaria Estadual de Educação a fim de que os alunos
aumentem a sua percepção de risco.
Este pensamento está de acordo com a campanha “A Redução de Desastres
começa na Escola” (BRÜGGEMAN, 2009), desenvolvida em 2006 e 2007 pela
Estratégia Internacional para Redução de Desastres – EIRD, da Organização das
Nações Unidas e pelo Unicef, que”tem como objetivo informar e mobilizar os
governos para que a redução de risco de desastres se integre plenamente aos
planos de estudo das escolas nos países de alto risco, e que os edifícios escolares
se modernizem para que possam resistir às ameaças naturais”.(BRUGGEMAN,
2009)
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As geotecnologias para o planejamento ambiental
Os recentes avanços tecnológicos vividos desde a década de 1980 até os
dias de hoje, trouxeram inovações não somente para os meios de informação e
comunicação, como também para a Geografia e Cartografia. Dentre estas
mudanças, podemos apontar o desenvolvimento das Geotecnologias, que são as
tecnologias envolvidas com a aquisição de dados espaciais, processamento e
manipulação destes dados, armazenamento e apresentação de informações
espaciais. RICHTER et al., apud CARVALHO ( 2006) afirmam que “os recentes
avanços científicos vividos no campo das geotecnologias vêm trazendo outra vez à
tona a discussão do uso das representações gráficas para o ensino de geografia.
Isto porque o crescente avanço na disponibilização de imagens de sensoriamento
remoto, e de softwares que lidam com a manipulação de dados espaciais, vem
oferecendo um novo modelo de representação da realidade terrestre, ou seja, um
novo instrumento de leitura do espaço geográfico”.
O geoprocessamento utiliza programas de computador que permitem o uso
de informações cartográficas (mapas e plantas) e informações a que se possa
associar as coordenadas desses mapas ou plantas. Por exemplo, permite que o
computador utilize uma planta da cidade identificando as características de cada
imóvel, ou onde moram as crianças de uma determinada escola. Nos possibilita
também, fazer mapas que nos indiquem problemas ambientais, e por meio deles,
tomar decisões que amenizem ou solucionem os impactos
ambientais(CARVALHO,2006).
O Sensoriamento Remoto e Sistema de Informação Geográfica são conceitos
bem distintos. O primeiro é a ciência de obtenção de dados da superfície terrestre
através de imagens obtidas por sensores aerotransportados ou a bordo de satélites
orbitais, enquanto que o segundo é utilizado para armazenar, gerenciar e manipular
estes dados, a fim de revelar novas informações.
Atualmente a internet tornou possível o alcance desta tecnologia a um público
bastante amplo, com programas de SIG livres e algumas ferramentas colaborativas.
Existem SIGs livres e diversos portais na internet que disponibilizam imagens de
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satélite, bases cartográficas e outros dados, o que possibilita de uma maneira cada
vez mais abrangente, reunir, processar e entender melhor as informações
ambientais de forma integrada,os quais podem ser usados no planejamento e
execução de estudos e atividades fundamentais à gestão ambiental.
Recentemente, a popularização das geotecnologias tem possibilitado
mudanças nesses paradigmas, se apresentando como ferramenta com um grande
potencial para a interação e identificação dos elementos que formam a paisagem
geográfica, contribuindo para a compreensão da dinâmica apresentada pela
sociedade e dos impactos gerados pelas ações humanas nas transformações sócio-
espaciais. Neste contexto, o uso de imagens de satélite, por suas características
multiespaciais e multitemporais, pode contribuir, para a expansão dos
conhecimentos cartográficos no ensino em diferentes áreas do conhecimento, e em
particular na geografia, servindo ainda, como “ferramenta-motivacional” no processo
de ensino-aprendizagem. Em consonância com os Parâmetros Curriculares
Nacionais (1998), que apontam para a necessidade de utilização de diferentes
fontes de informação e recursos tecnológicos na aquisição e construção do
conhecimento, a utilização e difusão dessas novas tecnologias na educação básica,
pode contribuir para a melhoria na qualidade do ensino e, consequentemente, para a
formação de uma sociedade mais responsável na utilização sustentável dos
recursos naturais do planeta (CARVALHO, 2006).
Outro fator que pode ser citado a respeito das imagens orbitais, é que embora
recentes, hoje elas estão cada vez mais presentes na internet, sendo o melhor
exemplo o sucesso do aplicativo Google Earth, onde é possível observar a superfície
terrestre desde a escala mundial até a escala local, o que contribuiu para que este
site se tornasse muito popular entre as pessoas (SAUSEN, 2013).
Assim, o presente trabalho se baseia na abordagem da construção de um
mapa de área de risco pelos alunos através do Google Earth visto que este é um
software livre e gratuito onde através de informações via internet o aluno consegue
manusear.
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Conclusões:
O presente trabalho baseia-se no conceito de percepção de risco onde
através da vivência dos alunos do 1º ano do Ensino Médio em duas escolas da rede
Estadual de Ensino, no município de Nova Friburgo-RJ, analisará esta percepção
antes e depois dos conteúdos curriculares de geografia.
Nesta análise, pode-se utilizar como ferramenta de trabalho auxiliadora as
geotecnologias que finalizam com a elaboração de mapas temáticos como os de
área de risco. Estas geotecnologias, agilizam o trabalho e funcionam como material
de apoio e banco de dados e informações sobre o meio físico para que os alunos
com um embasamento teórico de geografia e possam ter condições de cobrar dos
nossos gestores públicos o melhor manejo e uso da terra. Assim se praticará o
planejamento ambiental exercendo então uma atuação de cidadania.
Os alunos do 1º ano do Ensino Médio, através da contribuição do estudo da
Geografia Física, poderão aumentar sua percepção de risco ao adquirirem estes
conhecimentos de Geografia. Com este trabalho elabora-se uma educação
Ambiental e condição de cidadania o que viabilizará a percepção dos alunos em
relação ao risco ambiental e auxiliando-os na prevenção e evitando-se assim o
processo de naturalização dos desastres.
Tal estudo vem de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais
elaborados pelo Ministério da Educação, assim como vem de acordo com a Política
Nacional de Redução de Desastres Naturais em consonância com as Estratégias
Internacionais de Redução de Desastres(EIRD) da ONU (Organização das Nações
Unidas) firmadas em Hyogo, Japão em 2005 por 168 Estados e incluído a este, o
Brasil. Este protocolo prioriza dentre outros, o trabalho de prevenção e preparação
da população para os riscos ambientais assim como participação nos
conhecimentos difundidos pela Defesa Civil para a construção de cidades resilientes
onde o papel da escola é fundamental para a preparação dos nossos jovens diante
da situação de risco ambiental também para sua própria sobrevivência.
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