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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A PARALISIA CEREBRAL E AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE
Por: Sonia Fouad El-Hage
Orientador: Profº Celso Sanchez
Rio de Janeiro 2007
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A PARALISIA CEREBRAL E AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE
Por: Sonia Fouad El-Hage
OBJETIVOS:
Compreender a Paralisia Cerebral com suas dificuldades e os benefícios oferecidos pela Psicomotricidade.
Rio de Janeiro 2007
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, em seguida a minha família e em especial a minha filha Yasmin, que apesar de muito jovem colaborou com as idéias e pesquisa do assunto na Internet. Ao Orientador Celso Sanchez, pela confiança transmitida e paciência.
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DEDICATÓRIA
É com muito carinho que dedico este trabalho a todos os profissionais interessados em conhecer mais profundamente a Paralisia Cerebral.
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RESUMO
Este trabalho propõe maiores informações sobre a Paralisia Cerebral,
que atualmente denomina-se Encefalopatia Crônica não progressiva, com seus
diferentes tipos, prováveis causas, problemas clínicos comumente associados
a esta, além da interação com a psicomotricidade possibilitando aos
portadores, que de modo geral apresentam dificuldades motoras e na
linguagem, uma melhor qualidade de vida buscando sempre um tratamento
interativo entre a família, o terapeuta e a escola.
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METODOLOGIA
Foram usados webgrafia, leituras de vários casos clínicos, vivencias
com crianças com encefalopatia-crônica não progressiva e extensa bibliografia
para confecção desta monografia.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................8
CAPÍTULO I
PARALISIA CEREBRAL......................................................................................9
CAPÍTULO II
PSICOMOTRICIDADE.......................................................................................13
CAPÍTULO III
A PARALISIA CEREBRAL E A PSICOMOTRICIDADE....................................20
CAPÍTULO IV
O DIAGNÓSTICO DA PARALISIA CEREBRAL................................................27
CAPÍTULO V
AVALIAÇÃO PSICOMOTORA...........................................................................28
CONCLUSÃO....................................................................................................32
ANEXOS............................................................................................................33
ÍNDICE...............................................................................................................46
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INTRODUÇÃO
Neste trabalho foram abordados, inicialmente, a conceituação do termo
Paralisia Cerebral, os vários tipos de paralisias cerebrais, as possíveis causas
de sua ocorrência, como diagnosticar, assim como o parecer de vários autores
na definição deste quadro clinico.
Apresentou-se no segundo capítulo a Psicomotricidade, sua definição e
um breve histórico, além de seu objeto de estudo e conceitos chaves de sua
importância.
No terceiro capítulo foram registradas formas de contribuição da
Psicomotricidade à Paralisia Cerebral, além das condições clínicas associadas
a esta.
No quarto, e último capítulo, foram descritas as etapas para o
diagnóstico da Paralisia Cerebral.
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CAPÍTULO I
PARALISIA CEREBRAL
As palavras Paralisias e Cerebrais são usadas para descrever uma
condição de ser, um estado de saúde, uma deficiência física adquirida, um
Distúrbio de Eficiência Física, que durante muito tempo foi significado de
“invalidez”.
Paralisia Cerebral é uma expressão abrangente para diversos distúrbios
que afetam a capacidade infantil para se mover, manter a postura e o
equilíbrio.
Atualmente denominada como encefalopatia crônica não-progressiva
constituem-se de múltiplas afecções neurológicas, de caráter crônico, sendo
em conseqüência de uma lesão ou disfunção do sistema nervoso cerebral
(SNC).
Clinicamente o quadro das encefalopatias crônicas não-progressivas
mostra-se estável e sem evolução aparente, no que diz respeito ao surgimento
de novos sinais e sintomas, a um quadro já existente de evolução ou
gravidade. Porém, estes portadores podem ser capazes de, em alguns casos,
evoluir em novas aquisições no desenvolvimento neurosicomotor. É importante
frisar que no quadro de encefalopatias crônicas existem não só a paralisia
cerebral (que é o objeto de nosso estudo), como a deficiência mental e os
distúrbios de comportamentos.
1.1 - Abordagem de Paralisia Cerebral de vários autores
Segundo Souza e Ferraretto (2001), a Paralisia Cerebral foi descrita pela
primeira vez em 1843, por um ortopedista inglês chamado William John Litle
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como rigidez espástica. O termo “Paralisia Cerebral” foi introduzido por Freud
para diferenciá-la da Paralisia Infantil, causada pelo vírus da Poliomielite.
De acordo com Bobath (1978), a Paralisia Cerebral é uma seqüela de
uma agressão encefálica que se caracteriza por um transtorno persistente, do
tono da postura e do movimento do sujeito, uma agressão não progressiva mas
geralmente mutável, quando nos referimos as suas seqüelas. Em muitos casos
a inteligência do portador é normal, a não ser que a lesão tenha afetado áreas
responsáveis pelo pensamento ou pela memória.
Lefèvre (1980) cita como conceituação de Paralisia Cerebral que em
1959 o “Little club” propôs a seguinte definição clinica: “Paralisia Cerebral é um
distúrbio do movimento e da postura, persistente mas não invariável,
aparecendo nos primeiros anos de vida, devido a distúrbio não progressivo do
cérebro, conseqüente a interferência no seu desenvolvimento”.
Em 1964, Melchior e Christensen (1967) simplificam a definição que em
sua integra reforça a do Little Club (em 1959).
1.1.1 - Tipos de Paralisias
Dependendo da localização das lesões e áreas do cérebro que foram
afetadas, as manifestações podem ser diferentes. Nas paralisias cerebrais há
uma confusão de mensagens entre o cérebro e os músculos.
Há três tipos mais comuns, dependendo de que mensagens foram
afetadas, e pode-se classificar um quarto tipo que teria uma combinação de
duas ou mais formas.
a) Paralisia Cerebral do tipo Espástica: Apresenta rigidez de movimento e
incapacidade e incapacidade para relaxar os músculos. É o tipo mais comum.
Afeta cerca de 80% das crianças com paralisia cerebral. Pode também
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apresentar os seguintes sintomas: reflexos de distensão exagerados clono de
tornozelo, Babinske-positivo e reflexos primitivos persistentes. Este tipo de
paralisia cerebral ocorre devido a uma lesão na parte do cérebro que controla
os movimentos voluntários (o córtex cerebral motor).
b) Paralisia Cerebral tipo Atetóide: Os gânglios da base ajudam a organizar os
movimentos finos e delicados. Uma anormalidade deles pode resultar neste
tipo de paralisia, que é caracterizado por movimentos constantes involuntários
de contorção das extremidades e da língua. É a falta de fixação do tônus (tanto
em repouso, quanto em movimento).
c) Paralisia Cerebral tipo Atáxica: O cerebelo controla e coordena os
movimentos, as posturas e o nosso equilíbrio. Uma anormalidade nele pode
ocasionar neste tipo de paralisia. É caracterizada pela diminuição da tonicidade
muscular, dificuldade para se equilibrar e seus movimentos são sem ritmo
(apresenta tremores ao realiza os movimentos das mãos) e sem direção. A fala
é comprometida.
d) Paralisia Cerebral tipo Misto: Alguns autores a mencionam como associação
de alguns tipos acima.
1.2 - Causas da Paralisia Cerebral
As causas de Paralisias Cerebrais são varias, porém usualmente
podemos encontrar:
a) Problemas durante a gestação
• Toxemia gravídica (convulsões que podem ou não culminar em coma ou
até em morte, a qual caracteriza-se por edema, hipertensão e presença
de proteína na urina);
• Anemia grave em função da desnutrição materna;
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• Infecções renais e urinárias graves, com perigos para o feto;
• Hemorragias;
• Diabetes.
b) Problemas durante o nascimento
• Anoxia (falta de oxigênio no cérebro);
• Traumas obstétricos;
• Nascimento prematuro;
• Acidente ou erro médico como, por exemplo, uso indevido de ocitócicos
em gestantes de alto risco.
c) Problemas após o nascimento até 9 anos
• Traumas na cabeça;
• Meningites;
• Convulsões;
• Hidrocefalia;
• Falta de estimulação;
• Asfixia;
• Fraturas ou feridas penetrantes na cabeça atingindo o cérebro;
• Acidentes automobilísticos;
• Infecção do SNC.
1.3 - Fatores que aumentam o risco do surgimento de Paralisia
Cerebral
a) Convulsões e apgar muito baixo;
b) Baixo peso fetal;
c) Idade materna (acima dos 40 e abaixo dos 16 anos).
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CAPÍTULO II
PSICOMOTRICIDADE
2.1 - Definição segundo alguns autores
Segundo Vitor da Fonseca, “a psicomotricidade constitui uma
abordagem multidisciplinar do corpo e da motricidade humana. Seu objeto de
estudo e o sujeito humano total e suas ralações com o corpo, sejam elas
integradoras, emocionais, simbólicas ou cognitivas, propondo-se desenvolver
faculdades expressivas do sujeito, nas quais por esse contexto assume uma
dimensão educacional e terapêutica original com objetivos e meios próprios
que se destacam de outras abordagens. A psicomotricidade considera a
motricidade humana uma ação e uma conduta relativas a um sujeito, isto é,
uma ação que só pode ser concebida e abordada nos substratos
psiconeurológicos que a integram elaboram, planificam, regulam, controlam e
executam”.
Para a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, psicomotricidade é
“uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem por meio do seu corpo
em movimento nas relações com seu mundo interno e externo”(1982).
De acordo com Lapierre (1984), a psicomotricidade considera o ser
físico e social em transformação permanente e em constante interação com o
meio, modificando-o e modificando-se.
Já Damasceno (1992), significa “psicomotricidade uma ação vivida no
seu desenvolvimento para uma meta. O desenvolvimento do ato implica um
funcionamento fisiológico, mas na soma de contrações musculares, pois
constitui também a tomada de consciência”.
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Em suma, apesar de numerosas conceituações da psicomotricidade,
podemos ressaltar que esta abordagem é dinâmica e encontra-se em
permanentes mudanças, e seu conceito não pode ser encerrado por estas.
2.2 - Breve histórico da Psicomotricidade
A psicomotricidade nasceu na França, e se tornou objeto de estudos e
de prática profissional, sobretudo nos países latinos. Esta expansão deveu-se a
uma necessidade profunda de reposta ao mal-estar geral do ensino ocidental
preso a inabilidades escolares e profissionais.
A palavra psicomotricidade veio somente a ser criada por Ernest Dupré,
em 1907, quando este descreve a síndrome da debilidade motora e relaciona-a
com a debilidade mental, isolando perturbações como os tiques, as sincinesias
e as paratonias, afirmando: ”entre certas alterações mentais e as alterações
motoras correspondentes existe uma união tão íntima que parecem constituir
verdadeiras paralelas psicomotoras” (1909).
Outras abordagens que evoluíram do aspecto neurológico e psiquiátrico
para o fisiológico com Head (1911) abordando o esquema postural e com
Shilder (1923) mencionando o eixo psicológico e a imagem do corpo. Wallon
(apud Lê Camus, 1986) interessado pela associação entre caráter e
motricidade, classificando as síndromes e os tipos psicomotores. Guilmain
(1935), o chamado pai da reeducação psicomotora, revela a necessidade de
diagnóstico, indicação terapêutica e prognóstico. Em 1930 aparecem vários
testes psicomotores como os de Gourevitch e Ozeretski, testes de unitação de
gestos de Bergés e Lèzine, perfil psicomotor de Ricq e outros.
Em 1952 Jean Lê Boulch, educador, consegue introduzir na França a
educação psicomotora no currículo escolar.
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No Brasil o ”nascimento” da psicomotricidade data de 1950. Surgem as
técnicas de Michaux para tratamentos motores, o psiquiatra Haim Grünspun
enfoca os distúrbios da conduta, motores e psicossomáticos ligados ao
desenvolvimento infantil.
No Rio de janeiro os primeiros trabalhos começam com deficientes
físicos em instituições e hospitais.
No final da década de 50, Grünspun já relatava atividades psicomotoras
no tratamento de distúrbios de aprendizagem: “nos distúrbios de
aprendizagem por lesão cerebral mínima, caracterizando os distúrbios
psiconeurológicos; além da educação das funções intelectuais isoladamente,
devemos realizar exercícios psicomotores, de coordenação, de ritmo e de
relaxamento capazes de atuar sobre as vias de integração”.
Porém foi na década de 70 que eclodiu a psicomotricidade no Brasil,
alguns cursos eram divulgados e outras cadeiras eram implantadas nos
currículos de algumas faculdades.
Em 1980 é criada a sociedade Brasileira de Psicomotricidade (SBP).
Em 1989 é aberto o primeiro curso de graduação em Psicomotricidade,
Instituto Brasileiro de medicina de Reabilitação (IBTMR), que atualmente
fechou suas portas.
Como a psicomotricidade ainda não é reconhecida como ciência do
movimento, cabe aos profissionais de educação e saúde lutar para seu
fortalecimento, sempre levando em conta uma visão multidisciplinar.
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2.3 - A organização psicomotora da criança
Existem conceitos fundamentais na psicomotricidade como: esquema
corporal, coordenação geral e facial, equilíbrio, lateralidade, estrutura espacial,
estrutura temporal e ritmo.
2.3.1 - Esquema corporal
O corpo é uma forma de expressão da individualidade. A criança
percebe-se e percebe as coisas que a cercam em função de seu próprio corpo.
O desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação do seu corpo, a
experiência social vivida. O corpo portanto é sua maneira de ser.
O esquema corporal é o conhecimento consciente que a criança tem do
próprio corpo, conhecimento este capaz de gerar as possibilidades de atuação
da criança sobre as partes de seu corpo, sobre o mundo exterior e sobre os
objetos que a cercam.
A falta de um adequado conhecimento e domínio do próprio corpo,
acarreta uma série de dificuldades. A deficiência da motricidade manifesta-se
principalmente por gestos imprecisos, movimentos desordenados, postura
inadequada, lentidão e excessiva assim como podem ocasionar distúrbios de
leitura.
2.3.2 - Coordenação geral e facial
A tomada de consciência do corpo faz–se necessária para o controle de
gestos precisos que vão ser executados. Este tipo de coordenação requer uma
perfeita harmonia de músculos em repouso e em movimento.
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Falhas na coordenação motora na infância podem ser decorrentes da
deficiência de movimentos na primeira infância. Devemos oferecer uma
extensa gama de variedades de movimentos coordenados à criança.
Podemos enfatizar cinco tipos de coordenação motora: coordenação
motora fina, coordenação motora ampla, coordenação visomotora,
coordenação audiomotora e coordenação facial.
a) Coordenação motora fina: É uma coordenação segmentar, normalmente
com a utilização das mãos exigindo habilidade e destreza manual, utilizando os
pequenos grupos musculares, para a realização das tarefas complexas, como
a escrita.
b) Coordenação motora ampla: Esta diz respeito à atividade dos grandes
músculos. Através da movimentação e das várias experiências, o sujeito vai
conseguindo um equilíbrio cada vez maior.
c) Coordenação visomotora: Esta coordenação é essencial para a escrita. É a
capacidade de coordenar a visão com movimentos do corpo. Quando este tipo
de coordenação mostra-se prejudicado o sujeito se mostra desajeitado em
suas ações e comumente acontecem dificuldades escolares.
d) Coordenação audiomotora: É a captação de um recurso auditivo
transformado em movimentos.
e) Coordenação facial: É a forma de expressar mensagens subjetivas
utilizando-se dos olhos, sombrancelhas, testa, lábios, enfim, dos órgãos e
componentes da face.
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2.3.3 - Equilíbrio
É a capacidade de manter o equilíbrio motor geral e fino. É a base
primordial de toda coordenação geral, assim como de toda ação diferenciada
dos membros superiores.
2.3.4 - Lateralidade
É a propensão que o ser humano possui de utilizar, preferencialmente,
mais um lado do que o outro, utilizando: mão, olho e pé.
Aqui observa-se a dominância cerebral de um dos lados do hemisfério.
O dominante possui maior força muscular, mais precisão e rapidez. Os dois
lados do hemisfério funcionam, porém de forma complementar.
Evidencia-se a criança destra (lado direito) levando-se em conta os três
níveis de dominância: mão, olho e pé; a canhota (lado esquerdo) também
observando-se os três níveis; a ambidestra que possui condições de utilizar
com destreza tanto o lado esquerdo como o direito e a lateralidade cruzada
(onde tudo manifesta-se de forma desencontrada).
2.3.5 - Estrutura espacial
É a percepção da posição do corpo do sujeito no espaço, assim como a
posição dos objetos em relação a si mesmo e dos objetos entre si.
2.3.6 - Estrutura temporal
Esta estrutura é que vai nos permitir uma experiência de localização dos
acontecimentos passados e uma capacidade de projetos futuros. Envolve as
noções de corpo, espaço, tempo e ritmo.
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2.3.7 - Ritmo
É um dos conceitos mais importantes da orientação temporal. Este
envolve tento as noções de tempo como de espaço, as quais originam o
movimento que é o meio de sua expressão.
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CAPÍTULO III
A PARALISIA CEREBRAL E A PSICOMOTRICIDADE
“Eu sei que o meu corpo fala mesmo quando eu estou calado. Só precisava mesmo era de quem o escutasse... De quem me escutasse... Com a delicadeza de um convidado, com a cumplicidade de um íntimo Mas com a surpresa de um descobridor”. Autor desconhecido
Através da psicomotricidade, qualquer que seja a condição psíquica ou
física da criança especial o progresso é alcançado. De forma lenta ou rápida,
conquistas são adquiridas pois o profissional atento às necessidades, trabalha
fundamentalmente com sentido de espaço e tempo. Sendo o movimento o
primeiro a invadir o espaço com o corpo, desse movimento inicia-se a noção de
duração, ritmo e seqüência. Da percepção do esquema corporal, nascem
condições de trabalhar noções de localização, lateralidade, dominância lateral.
Nas crianças especiais a psicomotricidade deverá abordar os aspectos
principais do desenvolvimento psicomotor, pois de acordo com a faixa etária
poderá detectar as variações normais (vide Anexo I) e patológicas.
A partir deste ponto o psicomotrocionista poderá trabalhar a criança em
prol da dificuldade na linguagem, da inteligência e do corpo de forma
equilibrada. A estimulação feita de forma inadequada poderá gerar prejuízos
motores que irão repercutir na interação do indivíduo com a sociedade.
A psicomotricidade vem ”ouvir” a necessidade de um corpo, um ser que
anseia uma comunicação com tudo ao seu redor, com o mundo enfim. “Uma
pessoa portadora de necessidades especiais como qualquer pessoa humana
tem muito a nos dizer, a estimular, a transformar. Mas é preciso tocar a alma
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para acreditar, sentir e saber lidar com estes recursos que não perpassam por
uma linguagem racional”. (Rosa M. Prista)
3.1 - Problemas clínicos associados à paralisia cerebral
Além dos prejuízos nos movimentos, as crianças com paralisia cerebral,
freqüentemente, têm outras condições que podem impedir o seu
desenvolvimento e a aprendizagem. Isso origina-se do fato que a mesma lesão
cerebral que causa os problemas de tônus muscular ou os movimentos
involuntários também pode causar ou contribuir para problemas em outras
áreas. Por exemplo, um dano cerebral pode causar deficiência mental,
convulsões, problemas de aprendizagem e problemas de visão e de audição
além de outros.
3.1.1 - Deficiência mental
A inteligência é um conceito capcioso de definir. Em geral este termo
refere-se à capacidade de raciocinar, conceituar, resolver problemas e pensar.
Reflete também a capacidade para ser bem sucedido no mudo real, cuidar de
si próprio e se comportar da maneira que a sociedade considera apropriada.
Já a deficiência mental em crianças possibilita também aprendizagens
de novas habilidades, porém com maior lentidão do que as outras crianças e
para as deficientes é mais difícil aprender habilidades como leitura,
matemática, porem não significa que não possam aprender.
3.1.2 - Convulsões
Cerca de 50% das crianças com paralisia cerebral apresentam
convulsões, porque os danos cerebrais fornecem um foco para a ocorrência de
impulsos nervosos anormais.
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3.1.3 - Problemas de aprendizagem
As crianças com paralisia cerebral freqüentemente desenvolvem
transtornos de aprendizagem.
Esses problemas se evidenciam, geralmente, na idade pré-escolar ou
nos primeiros anos escolares. Muitas vezes resultam de dois outros problemas
muito comuns em crianças com paralisia cerebral: distúrbios visoperceptivos ou
distúrbios do desenvolvimento da linguagem.
A criança com paralisia cerebral tem, em geral, inteligência média ou
acima da média, mas tem dificuldade para processar certos tipos de
informação.
3.1.4 - Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH)
Em torno de 20% das crianças com paralisia cerebral têm algum tipo de
transtorno de déficit de atenção/hiperatividade.
Essas crianças são distraídas e têm dificuldade para concentrar-se e
para focar sua atenção. Passam de uma atividade a outra antes de dominar
completamente um conceito, têm dificuldade para ouvir e seguir orientações.
Podem ter problemas de adequação social, desempenho escolar e auto-
estima.
3.1.5 - Distúrbio de visão
Devido a problemas de tônus muscular as crianças com paralisia
cerebral têm maior probabilidade do que as outras crianças de ter certos
distúrbios de visão. Por exemplo 50% dessas crianças têm desequilíbro
muscular ocular ou estrabismo e erros de refração (miopia ou hipermetropia). O
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estrabismo, que ocorre nos primeiros meses de vida, é, às vezes, o primeiro
indício que alerta os médicos para a presença de paralisia cerebral.
3.1.6 - Deficiência auditiva
Aproximadamente 5 a 15% das crianças com paralisia cerebral têm
algum grau de perda auditiva sensorineural. Essa perda é decorrente do dano
na orelha interna, onde o som é captado pela cóclea ou pelo nervo auditivo.
3.1.7 - Distúrbios da fala
As crianças em questão, freqüentemente, têm distúrbios da fala, pois os
mesmos problemas de tônus muscular que dificultam o controle de outros
movimentos do corpo, também dificultam o controle dos seus movimentos
motores orais – movimentos dos músculos da mandíbula, dos lábios, da língua
e faciais usados na fala.
3.1.8 - Hidrocefalia
As crianças com paralisia cerebral têm maior probabilidade de
desenvolver hidrocefalia, condição em que há um bloqueio no fluxo do fluido ou
líquido cerebrospinal (LCS) no cérebro.
3.1.9 - Escoliose
Cerca de 15 a 30% das crianças com paralisia cerebral desenvolvem
escoliose, ou seja uma curvatura anormal da coluna vertebral. Uma tensão
desigual dos músculos ao longo da coluna pode ocasionar essa condição. Esta
também pode desenvolver-se em conseqüência à posição ou postura
defeituosa.
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3.1.10 - Deficiências sensoriais
As crianças com paralisia cerebral têm muitas vezes lesões no lobo
parietal – área do cérebro responsável pela interpretação e uso da informação
provenientes dos sentidos. Conseqüentemente essas crianças podem ter
diversas deficiências sensoriais ou problemas para manejar as informações
que os sentidos transmitem ao cérebro.
3.1.11 - Problemas respiratórios
A maioria das crianças pequenas apresentam surtos freqüentes de
resfriados comuns, cujos sintomas, geralmente leves, têm seu curso de três a
sete dias. No entanto, em crianças com paralisia cerebral os resfriados podem
prolongar-se indefinitivamente. Algumas destas crianças não conseguem
eliminar a congestão de suas vias respiratórias superiores devido à falta de
coordenação motora para tossir adequadamente.
3.1.12 - Baba
Nas crianças com paralisia cerebral a umidade constante da baba irrita
freqüentemente a pele em torno da boca.
3.1.13 - Problemas gastrintestinais
Devido aos seus distúrbios motores, as crianças com paralisia cerebral
freqüentemente apresentam problemas gastrintestinais. O sistema digestório
inclui a boca, a faringe, o esôfago, o estômago e os intestinos delgado e
grosso, bem como órgãos como a vesícula biliar, o fígado e o pâncreas que
produzem enzimas digestivas. Os problemas gastrintestinais dessas crianças
podem dificultar a mastigação, a sucção e a deglutição; a digestão dos
alimentos ou a eliminação de resíduos.
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3.1.14 - Refluxo gastresofágico
Essa condição é especialmente comum em crianças com paralisia
cerebral. Ocorre quando o esfíncter esofágico inferior relaxa, permitindo que o
estômago ejete seu conteúdo de volta para o esôfago e às vezes para a boca.
Este refluxo pode acarretar uma variedade de problemas, como esofagite. As
crianças com esse refluxo correm o risco de desenvolver pneumonia por
aspiração, se aspirarem partículas dos seus conteúdos estomacal para os
pulmões.
3.1.15 - Constipação
As crianças com paralisia cerebral mostram maior probabilidade de
desenvolver este problema pois apresentam músculos abdominais espásticos
ou baixo do tônus muscular, têm dificuldade de contrair seus músculos
abdominais a fim de produzir a pressão necessária para ajudar a eliminação
das fezes.
3.1.16 - Infecções urinárias
É provável que as crianças com paralisia cerebral tenham três vezes
mais infecções do trato urinário do que as outras crianças.
Essas infecções ocorrem quando as bactérias entram na urina e se
multiplicam em grande número. As infecções urinárias podem causar febre,
vômito, diarréia, dor abdominal, urgência de micções entre outras.
3.1.17- Cataratas
Alguns bebês com paralisia cerebral nascem com cataratas. Essas
podem bloquear as imagens visuais, impedindo-as de penetrar na retina e
causando deficiências visuais, inclusive visão borrada e ambliopia.
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3.1.18 - Retinopatia da prematuridade
A retinopatia da prematuridade, anteriormente conhecida como
fibroplasia retrolental, pode ocorrer como sua denominação indica, em bebês
nascidos prematuramente.
Acredita-se que resulte das altas concentrações de oxigênio utilizadas
quando bebês prematuros estão em respirador.
Esta afeta também os vasos capilares sanguíneos do olho e podem
causar miopia e também e deslocamento da retina, resultando em perda visual
ou cegueira.
3.1.19 - Deslocamento do quadril
É um dos problemas ortopédicos comuns que as crianças com alto
tônus muscular podem desenvolver.
Às vezes a forte tração dos músculos em torno do quadril pode levar o
fêmur, osso da parte superior da perna, a se soltar parcialmente da articulação
esferóidea em que se articula com o quadril, ocorrendo a subluxação. Cerca
de 25% das crianças com espásticidade desenvolvem subluxação que pode
ser dolorosa e causar problemas de mobilidade.
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CAPÍTULO IV
O DIAGNÓSTICO DA PARALISIA CEREBRAL
O diagnóstico da encefalopatia crônica não progressiva (em especial da
paralisia cerebral) é basicamente clínico, embora exames como tomografia
computadorizada craniana ou ressonância nuclear magnética sejam
necessários para confirmar o exame clínico ou excluir outras causas de
problemas motores.
Em geral não existe correlação clinica entre os achados tomográficos e
o quadro clínico do paciente, isto é, existem crianças com tomografias
cranianas normais e com quadro clínico grave de encefalopatia crônica não
progressiva, e existem crianças com tomografia claramente anormais e sem
evidência clínica de Paralisia Cerebral ou um quadro clínico leve.
Sabe-se ainda que o diagnóstico da Paralisia Cerebral é muito difícil em
crianças com menos de quatro meses de idade ou mesmo com seis meses, se
estiverem pouco afetadas. ”São raros os casos em que primeiros sinais de
algum desvio da normalidade podem desaparecer espontaneamente fazendo
com que a criança se desenvolva de maneira normal, sendo que de alguma
forma desajeitada e com dificuldades para movimentos finos e seletivos,
juntamente com problemas de percepção, que podem ser descobertos na
idade escolar” (Bobath apud Rosenberg e Weller,1973).
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CAPÍTULO V
AVALIAÇÃO PSICOMOTORA
Quando uma criança é encaminhada para um diagnóstico, a única
certeza que inicialmente temos é que estamos diante de um enigma.
Engendrado numa rede de sintomas ou num conjunto de dados de
inadequação, apresentado como sintomas (seja instrumental ou
comportamental), ele nos chega através de um porta-voz (geralmente os pais);
temos que decifrá-lo para posterior resolução do problema que nos foi
apresentado, ainda que nada impossibilite a utilização de percursos diferentes
para atingir o mesmo objetivo, a partir do esquema referencial do terapeuta.
O veículo que dispomos, é a avaliação psicomotora, atualmente
concebida num campo de divergências, que só acentua o crescimento da
prática psicomotora.
Os adeptos do exame psicomotor tradicional, utilizam os universalmente
conhecidos e reconhecidos “bilans” a exemplo de Hughette Bucher, Ozeretsky,
Geseli, Lefrève e outros, ou uma bateria de testes específicos de lateralidade
(Berges, Zazzo, Roudinesco) de orientação esquerda-direita (Head), de ritmo
(Stamback) de orientação temporo-espacial (Borel-Maisonny) entre os mais
divulgados; são “bilans” e testes que se impõe pela objetividade e precisão
alguns escalonados em relação a idade cronológica com base nos padrões
evolutivos, constituindo o resultado de longas e exaustivas pesquisas
científicas.
A avaliação psicomotora é de fundamental importância, pois através
dela é possível obter as informações necessárias para trabalhar com o
indivíduo que apresenta o problema.
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É através da avaliação que o profissional poderá observar o começo de
um tratamento, prevendo, muitas vezes, qual será a continuidade.
É importante sinalizar que, na maioria dos casos, uma única avaliação
não é suficiente para detectar o distúrbio encontrado, sendo necessário
entender a avaliação como um processo contínuo e assim adaptando o
tratamento à avaliação.
A avaliação psicomotora permitirá a obtenção de dados
importantíssimos relacionados ao indivíduo que esta procurando seus serviços.
Através dela que se terá acesso ao histórico familiar, características do
ambiente familiar, dados pessoais, dados do desenvolvimento motor, seu
comportamento e todos os aspectos motores das áreas psicomotoras, suas
dificuldades ou não.
O tempo de avaliação é de 60 minutos, no mínimo. Para obter nítidas
respostas, é necessário que se façam no mínimo duas avaliações, informando
ao responsável que mesmo após o começo do tratamento, o indivíduo estará
sempre sendo avaliado, já que muitas vezes, na avaliação propriamente dita, o
indivíduo não responde à mesma, ou por não estar afim ou mesmo por não
conseguir respondê-la e até mesmo o avaliado poderá mascarar de alguma
forma uma informação e essa poderá ser detectada no meio do tratamento.
Durante a avaliação deve-se observar que:
-o avaliado deverá estar se sentindo à vontade e bem;
-não é necessária a presença do responsável do avaliado no momento
da avaliação;
-deverá haver um entrosamento positivo entre avaliado e avaliador;
-o avaliado e seus familiares deverão sentir segurança no avaliador;
-o ambiente da avaliação deverá ser favorável e agradável;
30
-após o término da avaliação total, o avaliador deverá marcar um
encontro com os responsáveis do avaliado para que se dê um retorno da
mesma, estando o avaliado ciente;
-o ambiente tem que ser claro e favorável, sendo arejado, limpo, claro,
mostrando muita harmonia.
Quando o avaliado é menor de idade, freqüentemente se faz necessária
a presença de um responsável na avaliação, sendo que o profissional deverá
avisar que o mesmo não poderá interferir nas respostas do avaliado.
Outro ponto a destacar diz respeito às interrupções. O ideal é que não
ocorra interrupções desnecessárias na avaliação, já que o indivíduo deverá se
sentir à vontade e adaptado ao momento. As interrupções atrapalham e criam
um clima desfavorável a avaliação.
Para se obter as informações da ficha de avaliação, onde deve-se saber
sobre os dados do desenvolvimento motor como a idade em que aconteceu, se
faz necessário a presença do responsável de forma que fique somente o
avaliador e o responsável.
Entretanto, não deverá acontecer do avaliador escrever as respostas na
presença do avaliado, pois o mesmo não se sentirá à vontade, podendo ficar
curioso em relação ao que se escreve.
Quando falamos da parte da avaliação, em que nos é informado sobre a
identificação, a queixa principal ou o motivo da consulta e antecedentes
pessoais chamamos de anamnese, é essa parte onde o responsável responde
a avaliação.
Muitas vezes, o indivíduo procura o tratamento porque a escola o
encaminhou, portanto, é necessário que seja feito o retorna para a instituição,
através de um relatório confidencial. O mais adequado no entanto, seria o
31
profissional dispor de um tempo para o contato direto com a escola através da
direção.
O profissional deverá estar preparado para uma possível resistência do
avaliado e nesse momento, o avaliador deve se sentir tranqüilo e aceitar a
possível negação, não esquecendo que de alguma forma, deverá negociar
essa resistência, pois, na maioria das vezes, o avaliado estará testando o
profissional.
Quase sempre o responsável pergunta se o tratamento demorará ou não
e o profissional deverá responder que não há previsão de término do
tratamento, já que o mesmo dependerá muito da assiduidade, do próprio
indivíduo responder positivamente as atividades propostas e da participação,
sempre que necessária, da família.
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CONCLUSÃO
Após o término desta monografia pude concluir que Paralisa Cerebral,
denominada atualmente de Encefalopatia crônica não-progressiva, é
decorrente de uma lesão cerebral durante ou pós-parto que ocasiona em geral
vários comprometimentos a nível motor, cognitivo e da linguagem.
Torna-se necessário ressaltar que nem todo individuo portador de
Paralisia Cerebral, apresenta deficiência mental pelo contrário conforme a
pesquisa de modo geral seu cognitivo mostra-se preservado.
A psicomotricidade neste quadro é de grande importância, possibilitando
aumentar a auto-estima, melhorar a aprendizagem e restaurar o ser em sua
totalidade: corpo e mente em interação.
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ANEXOS
Índices de anexos
Anexo 1 >> Avaliação Psicomotora
Anexo 2 >> Quadro do Desenvolvimento de Habilidades 1-3 anos de idade
34
ANEXO 1
Avaliação Psicomotora
Nome: _________________________________________________________ Data: __________________ Terapeuta: ______________________________________________________ 1. Desenvolvimento Motor
1.a. Movimentos amplos
1. Tem bom equilíbrio corporal?
2. Seus movimentos são?
• Rápidos
• Médios
• Lentos
3. Seu ritmo de liberação de energia é?
• Intenso
• Pouco intenso
• Oscilante
4. Corre?
5. Pula?
6. Cai com facilidade?
7.Tropeça
8. Esbarra com freqüência em objetos e pessoas?
9. Sobe e desce escadas? Alternando os pés?
10. Sabe brincar nos brinquedos do parque?
1.b. Movimentos Manuais
1. Faz encaixes
2. Constrói torres com blocos?
3. Enfia contas?
4. Usa tesoura?
5. Amarra e desamarra?
35
6. Abotoa e desabotoa?
7. Tampa e destampa?
8. Faz movimentos de torção?
9. Põe e tira peças por Pressão?
10. Vira maçaneta da porta?
Observações quanto ao desenvolvimento motor:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2. Desenvolvimento Social
2.a. Com as crianças
1. Começa a interessa-se pelas crianças?
2. Brinca junto a outras crianças?
3. Aproxima-se espontaneamente de outras crianças?
4. Mantém contatos:amistosos?
• Indiferentes?
• Agressivos?
5. Expressa sentimentos de carinho?
6. Brinca com o grupo?
7. Coopera com seus colegas?
2b. Com a professora e outros colegas adultos
1. Atende as solicitações da professora?
2. Ajuda a professora?
3. Dirige-se espontaneamente a outros adultos da escola?
4. Reação a professora?
• Aceitação?
• Oposição?
• Obediência?
36
• Teimosa?
• Cordialidade?
• Hostilidade?
• Medo?
• Agressão?
• Amizade?
• Comunicação?
• Isolamento?
3. Desenvolvimento emocional?
1. Seu humor é predominante estável?
2. Demonstra:
• Alegria?
• Tristeza?
• Medo?
• Irritação?
• Excitação?
• Ansiedade?
• Timidez?
• Mau humor?
• Calma?
3. Apresenta hábitos e manifestações? _______________________
4. É agressivo (a)_________________________________________.
Em que situação?_________________________________________________
5. Reage quando agredido (a)?______________________________.
Como? _________________________________________________________
6. Em situações de frustração, sua reação mais comum é:
• Chorar?
• Agredir?
• Agredir-se?
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• Retrair-se?
• Xingar?
Observações:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4. Desenvolvimento intelectual:
1.Conhece o esquema corporal?
2.Sabe o nome e as funções das diversas partes do seu corpo?
3.Quanto à percepção visual:
• Reconhece cores iguais?
• Nomeia cores?
• Reconhece formas iguais?
4. Quanto à relação espacial:
• atende os termos:
Ü Em cima?
Ü Embaixo?
Ü Dentro?
Ü Fora?
Ü Na frente?
Ü Atrás?
5. Quanto à percepção auditiva:
Ü identifica sons diferentes dos instrumentos?
Ü Identifica vozes das pessoas?
6. Quanto à linguagem oral:
• possui vocabulário
Ü Pequeno?
Ü Médio?
38
Ü Extenso?
7.Quanto á compreensão:
Ü Entende ordens simples?
Ü Conhece algumas pessoas ou objetos pelo nome?
Ü Entende o “não”?
Ü Compreende perguntas simples e dá resposta
adequada?
Observações:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5. Atividade de vida diária (cuidado pessoal)
1. Na alimentação
• Usa colher
• Bebe sem derramar?
• Come sólidos (biscoitos, bolos, etc)?
• Tem bom apetite?
• Procura alimentos?
2. Locomoção
• Desloca-se pelas alas com facilidade?
3. Hábitos higiênicos
• Tem bom controle intestinal? Urinário?
• Pede para ir ao banheiro ou vai regularmente?
• Sabe lavar as mãos?
• Escova os dentes?
• Penteia os cabelos?
4. Vestir-se
• Ajuda a vestir-se?
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• Tira e põe peças simples do vestuário?
• Desabotoa botões de fácil acesso?
• Calça meias e sapatos?
5. Na sala
• Joga farelos no lixo?
• Ajuda a limpar a mesa?
• Ajuda a limpar a sala?
• Guarda brinquedos e objetos depois que usa?
Observações:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6.Interesse a participação nas atividades
1. Prefere
• atividades ao ar livre?
• atividades dentro da sala?
• atividades dentro da sala?
2. Nas atividades ao ar livre
• Areia?
• Brinquedos (trepa-trepa, corda, bola, etc)?
• Brincadeiras espontâneas (correr, pular, etc)?
• Ginástica?
• Jogos?
3. As atividades de sala
• Brinquedos de encaixe?
• Brinquedos de movimento?
• Música?
• Artes?
• Brinquedos pedagógicos?
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7. Características significativas do comportamento do aluno (a)
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
8. Sugestões para encaminhamentos
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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ANEXO 2
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43
44
45
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Fátima. Como aplicar a psicomotricidade. Rio de Janeiro: Wak, 2004.
ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. 3ª ed. Rio de
Janeiro: Wak, 2007.
ANDRADE, Jorge Marcio Pereira. Texto. Rio de Janeiro, 1999.
CADERNO DE PSICOPEDAGOGIA. São Paulo: Vol. 3 nº 6, 2004.
FONSECA, Vítor da. Psicomotricidade: perspectivas multidisciplinares. Porto
Alegre: Artmed, 2004.
La recherche du psychomotricier. Therapie Psychomotrice. Nº 29. Trad.
Suzana Velloso Cabral.
LAROSA, Marco Antonio e AYRES, Fernando Arduini. Como produzir uma
monografia: passo a passo...siga o mapa da mina. 5ª ed. Rio de Janeiro: Wak,
2005.
OLIVEIRA, Gislene. Psicomotricidade.
VALLE, Luiza Elena L. Ribeiro do e VALLE, Eduardo L. Ribeiro do.
Neuropsiquiatria: infância e adolescência. 2ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2007.
www.ies.portadoresdedeficiencia.vilabol.uol.com.br. Acesso em
12/05/2007.
46
ÍNDICE
INTRODUÇÃO.....................................................................................................8
CAPÍTULO I.........................................................................................................9
PARALISIA CEREBRAL......................................................................................9
1.1 - Abordagem de Paralisia Cerebral de vários autores...................................9
1.1.1 - Tipos de Paralisias.........................................................................10
1.2 - Causas da Paralisia Cerebral....................................................................11
1.3 - Fatores que aumentam o risco do surgimento da Paralisia Cerebral........12
CAPÍTULO II......................................................................................................13
PSICOMOTRICIDADE......................................................................................13
2.1 - Definição segundo alguns autores............................................................13
2.2 - Breve histórico da Psicomotricidade..........................................................14
2.3 - A organização psicomotora da criança......................................................16
2.3.1 - Esquema corporal...........................................................................16
2.3.2 - Coordenação geral e facial.............................................................16
2.3.3 - Equilíbrio.........................................................................................18
2.3.4 - Lateralidade....................................................................................18
2.3.5 - Estrutura espacial ..........................................................................18
2.3.6 - Estrutura temporal .........................................................................18
2.3.7 - Ritmo .............................................................................................19
CAPÍTULO III ....................................................................................................20
A PARALISIA CEREBRAL E A PSICOMOTRICIDADE....................................20
3.1 - Problemas clínicos associados à Paralisia Cerebral ................................21
3.1.1 - Deficiência mental .........................................................................21
47
3.1.2 - Convulsões ....................................................................................21
3.1.3 - Problemas de aprendizagem .........................................................22
3.1.4 - Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) ...............22
3.2.5 - Distúrbio da visão ..........................................................................22
3.1.6 - Deficiência auditiva ........................................................................23
3.1.7 - Distúrbio da fala .............................................................................23
3.1.8 - Hidrocefalia ....................................................................................23
3.1.9 - Escoliose .......................................................................................23
3.1.10 - Deficiências sensoriais ................................................................24
3.1.11 - Problemas respiratórios ...............................................................24
3.1.12 - Baba ............................................................................................24
3.1.13 - Problemas gastrintestinais ...........................................................24
3.1.14 - Refluxo gastresofágico ................................................................25
3.1.15 - Constipação .................................................................................25
3.1.16 - Infecções urinárias .......................................................................25
3.1.17 - Cataratas .....................................................................................25
3.1.18 - Retinopatia da prematuridade .....................................................26
3.1.19 - Deslocamento do quadril .............................................................26
CAPÍTULO IV ....................................................................................................27
O DIAGNÓSTICO DA PARALISIA CEREBRAL................................................27
CAPÍTULO V .....................................................................................................28
AVALIAÇÃO PSICOMOTORA ..........................................................................28
CONCLUSÃO....................................................................................................32
ANEXOS............................................................................................................33
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................45