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Alice Maria Ferreira Mendona

A PROBLEMTICA DO INSUCESSO ESCOLAR

A ESCOLARIDADE OBRIGATRIA NO ARQUIPLAGO DA

MADEIRA EM FINAIS DO

SCULO XX

(1994-2000)

DISSERTAO PARA A OBTENO DO GRAU DE DOUTOR EM SOCIOLOGIA DA EDUCAO

APRESENTADA

UNIVERSIDADE DA MADEIRA

2006

Alice Maria Ferreira Mendona

A PROBLEMTICA DO INSUCESSO ESCOLAR

A ESCOLARIDADE OBRIGATRIA NO ARQUIPLAGO DA MADEIRA EM FINAIS

DO SCULO XX

(1994-2000)

Tese apresentada Universidade da Madeira para obteno do grau de Doutor em Sociologia da

Educao, realizada sob a orientao cientfica da Prof. Doutora Teresa Rodrigues Veiga, Professora

Auxiliar com Agregao do Departamento de Estudos Polticos da Universidade Nova de Lisboa e

do Prof. Doutor Jos Lopes Cortes Verdasca, Professor Auxiliar do Departamento de Pedagogia e

Educao da Universidade de vora.

Universidade da Madeira

2006

memria de meu pai

que no viveu o tempo suficiente

para assistir concluso deste trabalho.

Helena, ao Bernardo e ao Filipe.

AGRADECIMENTOS

Ao concluir este trabalho, gostaramos de deixar algumas palavras de agradecimento a todas

as pessoas que colaboraram neste trajecto e que, por motivos diferenciados, tiveram um papel

decisivo no seu desenvolvimento.

Sem pretender estabelecer uma hierarquia que de facto no existiu, estas breves palavras

destinam-se a manifestar apreo por todos aqueles que, de uma ou outra forma, colaboraram nos

propsitos pr-determinados e deste modo, assumiram um papel preponderante neste estudo.

Assim, Universidade da Madeira, enquanto instituio de pertena, devemos a disposio

das condies de trabalho, nomeadamente a concesso da dispensa de servio docente que contou

com o apoio do Presidente do Departamento de Cincias da Educao, Prof. Doutor Carlos Nogueira

Fino.

Secretaria Regional da Educao devemos as facilidades concedidas na consulta e acesso a

toda a legislao Regional do perodo em estudo.

Direco Regional de Planeamento e Recursos Educativos, sob o aval do seu Director

Eng. Nuno Arajo, agradecemos a concesso da base de dados que nos permitiu efectuar a parte

estatstica do presente estudo. Neste gabinete, no gostaramos de esquecer a disponibilidade da Dr.

Micaela Teixeira que nos facultou legislao e outra documentao educativa necessria

concretizao deste trabalho.

Dr Ftima Lemos, tcnica da Direco Regional de Estatstica, devemos a colaborao na

pesquisa de dados no disponveis nas publicaes.

Queremos ainda testemunhar o apreo que sentimos, e guardaremos, por termos convivido

nos ltimos anos com Teresa Rodrigues Veiga, orientadora cientfica da nossa dissertao de

mestrado e agora co-orientadora deste estudo, com quem pudemos discutir ideias, partilhar pontos de

vista e encontrar solues nos momentos crticos, num clima de grande disponibilidade e

frontalidade. Queremos ainda salientar a importncia que tem tido na nossa carreira acadmica o

poder contar com a sua superviso cientfica, estmulo intelectual e solidariedade permanente e

crtica, aspectos a que este trabalho no indiferente.

Ao nosso co-orientador Jos Lopes Cortes Verdasca, pelas informaes, comentrios,

sugestes e esclarecimento de dvidas com que nos momentos oportunos nos brindou e que to

importantes foram no desenvolvimento do nosso estudo.

O dilogo com outros colegas do Departamento de Cincias da Educao da Universidade da

Madeira traduziu-se tambm numa mais-valia no nosso quotidiano, que no podemos deixar de

registar. Neste contexto acadmico, no podemos ainda esquecer a secretria mais antiga do nosso

departamento, Dr. Rubina Ferreira, pela disponibilidade que sempre manifestou.

Agradecemos tambm a colaborao dos docentes do ensino bsico que nos acolheram nas

suas escolas, prestaram esclarecimentos e se predispuseram a colaborar no nosso trabalho de campo.

Aos alunos, filhos do insucesso, pela sua predisposio em falar das suas vivncias e em

partilhar connosco o seu quotidiano.

Sem a carinhosa preocupao do Filipe demonstrada na partilha de ideias e sugestes e ainda

o encorajamento demonstrado nos momentos de desalento, este trabalho no teria sido possvel.

Queremos ainda deixar aqui expresso o apoio concedido a este estudo pelo Financiamento

Formao Avanada de Docentes do Ensino Superior - Medida 5/ Aco 5.3, do Programa da

Interveno Operacional Educao (PRODEP).

Funchal, Outono de 2006

ix

RESUMO:

O presente estudo visa caracterizar a dimenso do insucesso escolar no Arquiplago da

Madeira no perodo compreendido entre 1994 e 2000.

Enquadramos esta problemtica nas tendncias de reforma e de mudana educativas vividas

antes e durante este perodo, quer no continente portugus quer no espao insular.

Confrontamo-nos ainda com algumas teorias explicativas que no campo da Sociologia da

Educao intentam explicar as desigualdades no sucesso acadmico.

A caracterizao desta Regio ao nvel do enquadramento ecolgico, dos indicadores de

qualidade de vida e a prpria dinmica da populao madeirense so tambm aspectos abordados,

com o objectivo de contextualizar o insucesso escolar neste espao geogrfico.

Apesar de possuir dimenses reduzidas, a especificidade concelhia uma realidade que no

susceptvel de ignorar. Deste modo, a evoluo dos indicadores educativos efectuada numa

perspectiva concelhia, onde a evoluo do nmero de alunos inscritos na escolaridade obrigatria e

as taxas de progresso, reteno e abandono escolar so tratadas ao nvel da diviso administrativa e

territorial.

Atravs de uma metodologia de tipo etnogrfico procurmos delinear o perfil-tipo do aluno

vtima de insucesso escolar nos dois concelhos mais crticos - Cmara de Lobos e So Vicente - de

modo a delinear e sugerir algumas medidas profilcticas para este problema.

Neste estudo conclumos que as razes do insucesso escolar no se distanciam das

assinaladas no espao continental, embora o seu enquadramento seja concomitante com o espao

fsico e social em que decorrem.

xi

SUMMARY:

The aim of the present study is to describe the characteristics of the degree of school failure

in the Archipelago of Madeira in the period between 1994 and 2000.

We see these particular characteristics as occurring within the framework of the reform

trends and of the educational changes experienced before and during this period, both on the

Portuguese continent and on the island.

We have considered some explanatory theories in the field of Sociology of Education that

attempt to explain the inequalities in academic success.

The characterization of this Region at the level of ecological context, of the quality of life

indicators and the Madeira population dynamic itself, are also aspects which are addressed, in the

aim of putting school failure into context in this geographical space.

Although it is small in size, the specificity of this council area is a reality that cannot be

ignored. In this way, the evolution of the educational indicators is carried out in a council

perspective, where the development of the number of students registered in compulsory schooling

and the rates of progression, retention and school leaving are treated at the level of administrative

and territorial division.

Through an ethnographic type methodology, we have sought to delineate the type of student

profile who is the victim of school failure in the two most critical Council areas, Cmara de Lobos

and So Vicente, in order to delineate and suggest some preventative measures for this problem.

In this study it is concluded that the reasons for school failure cannot be separated from those

pointed out on the continent, although their placing in context may be concomitant with the social

and physical space in which they occur.

xiii

RESUME :

La prsente tude a pour but de caractriser ltendue de lchec scolaire dans lArchipel de

Madre pendant la priode comprise entre 1994 et 2000.

Nous avons encadr cette problmatique dans les tendances de rforme et de changement du

systme ducatif ayant eu lieu avant et pendant cette priode, que ce soit sur le continent portugais

ou dans lespace insulaire.

Nous abordons galement certaines thories explicatives qui, dans le domaine de la

Sociologie de lEducation, essaient dexpliquer les ingalits de russite acadmique.

La caractrisation de la Rgion au niveau de lencadrement cologique, des indicateurs de

qualit de vie et la dynamique de la population madrienne elle-mme sont aussi des aspects abords

dans le but de contextualiser lchec scolaire dans lespace gographique mentionn.

Bien que de dimensions rduites, la spcificit de chaque commune (concelho) est une

ralit qui ne doit pas tre ignore. Ainsi, lvolution des indicateurs ducatifs est effectue au

niveau de la commune (concelho), o lvolution du nombre dlves inscrits pour la priode de

scolarit obligatoire et les taux de progression, redoublement et abandon scolaire sont traits au

niveau de la division administrative et territoriale.

Par une mthodologie de type ethnographique, nous avons cherch tablir le profil-type de

llve en situation dchec scolaire dans les deux communes les plus critiques - Cmara de Lobos et

So Vicente afin de dfinir et suggrer certaines mesures prophylactiques pour ce problme.

Dans cette tude, nous concluons que les raisons de lchec scolaire ne sont pas loignes de

celles indiques pour lespace continental, bien que leur encadrement concide avec lespace

physique et social o elles se droulent.

xv

ZUSAMMENFASSUNG:

Die vorliegende Studie hat zum Ziel, das Ausma des schulischen Misserfolgs auf dem

Madeira-Archipel im Zeitraum zwischen 1994 und 2000 darzustellen.

Diese Problematik haben wir eingegliedert in die Reformbestrebungen und nderungen des

Erziehungswesens vor und whrend dieses Zeitraums, sowohl auf dem portugiesischen Festland als

auch auf den Inseln.

Wir haben uns auerdem mit einigen erklrungstheoretischen Anstzen auseinandergesetzt,

die im Rahmen der Soziologie der Erziehung die ungleichen Voraussetzungen zum akademischen

Erfolg zu erklren versuchen.

Die Darstellung dieser Region im Bezug auf die kologische Eingliederung, die Mastbe

der Lebensqualitt und die Eigendynamik der madeirenser Bevlkerung werden ebenso als

Gesichtspunkte angesprochen und haben zum Ziel, den schulischen Misserfolg in diesem

geografischen Raum in einen Kontext einzubinden.

Trotz seiner beschrnkten geographischen Ausmae ist die Besonderheit dieses Bezirks eine

nicht zu ignorierende Realitt. Daher wird die Entwicklung der Indikatoren der Erziehung aus einer

Perspektive des Bezirks gesehen, wo die Entwicklung der Zahl der schulpflichtigen Schler und die

Quote der versetzten Schler, der Wiederholer und der Schulabbrecher auf dem Niveau der

verwaltungstechnischen und territorialen Unterteilung behandelt wird.

Mittels einer bevlkerungsspezifischen Methode sind wir bemht, das Profil des Schlertyps

zu skizzieren, der in den beiden kritischsten Bezirken Cmara de Lobos und So Vicente Opfer

des schulischen Misserfolgs ist. Dies hat zum Ziel, vorsorgende Manahmen zu diesem Problem

herauszuarbeiten und vorzuschlagen.

In dieser Studie kommen wir zu dem Schluss, dass die Grnde fr den schulischen

Misserfolg sich nicht von denen auf dem portugiesischen Festland festgestellten trennen lassen,

obschon ihre Eingliederung mit dem gegebenen rumlichen und sozialen Umfeld zusammenwirkt.

xvii

NDICE GERAL

Agradecimentos .................................................................................................................................. vii

Resumo: ............................................................................................................................................... ix

Summary:............................................................................................................................................. xi

Rsum : ............................................................................................................................................ xiii

Zusammenfassung: ..............................................................................................................................xv

ndice Geral ...................................................................................................................................... xvii

ndice de grficos............................................................................................................................... xxi

ndice de mapas .................................................................................................................................xxv

ndice de tabelas .............................................................................................................................. xxvi

Introduo........................................................................................................................................... 35

PARTE I ................................................................................................................................ 49

A EMERGNCIA DO CONCEITO DE INSUCESSO ESCOLAR E A SUA

PROBLEMATIZAO .................................................................................................... 49

1. Poltica Educativa e Insucesso Escolar: Contextualizao e Conceitos Operatrios..................... 51

1.1 A evoluo da poltica educativa em Portugal..................................................... 51

1.1.1. Os primrdios do ensino em Portugal.......................................................... 53

1.1.2. Evoluo das polticas educativas no perodo 1826-2000 ........................... 57

1.2. Evoluo do sistema educativo na Madeira........................................................ 83

2. A Problemtica do Insucesso Escolar........................................................................................... 108

2.1. Etimologia do conceito de insucesso escolar.................................................... 108

2.2. Definir insucesso escolar .................................................................................. 110

2.3. As faces ocultas do insucesso escolar............................................................... 117

2.4. Insucesso escolar - fenmeno multifacetado .................................................... 120

2.5. Debelar o insucesso escolar .............................................................................. 122

2.6. Linhas conclusivas ............................................................................................ 133

3. Interpretar o Insucesso Escolar..................................................................................................... 134

3.1. Linhas conclusivas ............................................................................................ 168

4. Algumas das Desigualdades Face ao (In)Sucesso Escolar ........................................................... 169

4.1. Enquadramento Social dos Alunos ................................................................... 179

4.1.1. Condies scio-econmicas e culturais.................................................... 179

4.1.2. Necessidades bsicas ................................................................................. 185

4.1.3. Incapacidade de suportar custos................................................................. 187

4.1.4. Necessidade de aumentar o nvel de rendimentos ......................................188

4.1.5. Habitao ....................................................................................................190

4.1.6. Percurso casa/escola ...................................................................................191

4.1.7. Diferena de oportunidades entre o meio rural e o meio urbano................191

4.1.8. Aspiraes e atitudes diferenciadas face escola.......................................193

4.1.9. Relaes escola/famlia ..............................................................................196

4.2.Estrutura e Organizao Escolar.........................................................................198

4.2.1. Uniformidade dos currculos ......................................................................202

4.2.2. Abstraco dos contedos...........................................................................206

4.2.3. Cdigo lingustico.......................................................................................208

4.2.4. Avaliao ....................................................................................................211

4.2.5. Reprovao .................................................................................................214

4.2.6. Relao professor/aluno..............................................................................217

4.2.7. Expectativas dos professores ......................................................................220

4.3. O Gnero............................................................................................................222

4.4. Linhas conclusivas.............................................................................................230

PARTE II .............................................................................................................................233

O ARQUIPLAGO DA MADEIRA DA UNIDADE DIVERSIDADE ...................233

1. Do Povoamento Actualidade Linhas Gerais ............................................................................235

2. Conquista da Autonomia ...........................................................................................................242

3. Enquadramento Ecolgico e Indicadores de Qualidade de vida ...................................................252

3.1. Calheta ...............................................................................................................255

3.2. Cmara de Lobos ...............................................................................................258

3.3. Funchal ..............................................................................................................260

3.4. Machico .............................................................................................................263

3.5. Ponta do Sol.......................................................................................................265

3.6. Porto Moniz .......................................................................................................268

3.7. Porto Santo.........................................................................................................271

3.8. Ribeira Brava .....................................................................................................273

3.9. Santa Cruz..........................................................................................................275

3.10. Santana.............................................................................................................278

3.11. So Vicente......................................................................................................281

3.1.1. Anlise comparativa: linhas de convergncia e divergncia ......................283

PARTE III.............................................................................................................................289

A DINMICA DA POPULAO MADEIRENSE NOS FINAIS DO SCULO XX...289

1. As opes metodolgicas ..............................................................................................................291

xix

1.1. As fontes disponveis e a qualidade dos dados ................................................. 293

2. Os Volumes e os Ritmos de Crescimento Demogrfico............................................................... 294

2.1.Anlise dos volumes e ritmos de crescimento nos diferentes concelhos ........... 295

2.1.1. Calheta ....................................................................................................... 295

2.1.2. Cmara de Lobos ....................................................................................... 295

2.1.3. Funchal....................................................................................................... 296

2.1.4. Machico ..................................................................................................... 297

2.1.5. Ponta do Sol ............................................................................................... 297

2.1.6. Porto Moniz ............................................................................................... 298

2.1.7. Porto Santo................................................................................................. 298

2.1.8. Ribeira Brava ............................................................................................. 299

2.1.9. Santa Cruz.................................................................................................. 300

2.1.10. Santana..................................................................................................... 300

2.1.11. So Vicente .............................................................................................. 301

2.2. Anlise comparativa: linhas de convergncia e divergncia............................. 301

3. As Estruturas Populacionais ......................................................................................................... 306

3.1. Anlise das estruturas populacionais nos diferentes concelhos ........................ 308

3.1.1. Calheta ....................................................................................................... 308

3.1.2. Cmara de Lobos ....................................................................................... 310

3.1.3. Funchal....................................................................................................... 312

3.1.4. Machico ..................................................................................................... 314

3.1.5. Ponta do Sol ............................................................................................... 316

3.1.6. Porto Moniz ............................................................................................... 318

3.1.7. Porto Santo................................................................................................. 320

3.1.8. Ribeira Brava ............................................................................................. 322

3.1.9. Santa Cruz.................................................................................................. 324

3.1.10. Santana..................................................................................................... 326

3.1.11. So Vicente .............................................................................................. 328

3.2. Anlise comparativa: linhas de convergncia e divergncia............................. 330

PARTE IV .......................................................................................................................... 337

CARACTERIZAO CONCELHIA DA EDUCAO. - ALUNOS INSCRITOS NA

ESCOLARIDADE OBRIGATRIA: PROGRESSO, REPROVAO E ABANDONO

ESCOLARES................................................................................................................... 337

1. Questes metodolgicas ............................................................................................................... 338

1.1. Calheta .............................................................................................................. 348

1.2. Cmara de Lobos .............................................................................................. 358

1.3. Funchal ..............................................................................................................368

1.4. Machico .............................................................................................................376

1.5. Ponta do Sol......................................................................................................385

1.6. Porto Moniz ......................................................................................................394

1.7. Porto Santo........................................................................................................403

1.8. Ribeira Brava ....................................................................................................412

1.9. Santa Cruz.........................................................................................................421

1.10. Santana.............................................................................................................430

1.11. So Vicente.....................................................................................................438

1.12. Situao Escolar da RAM................................................................................448

2. Anlise comparativa: linhas de convergncia e divergncia .........................................................459

PARTE V..............................................................................................................................473

ABORDAGEM BIOGRFICA: O CONTEXTO DO INSUCESSO ESCOLAR ...........473

1. Metodologia do trabalho de campo ...............................................................................................474

1.1. A entrevista........................................................................................................482

2. A escolha dos locais e dos inquiridos............................................................................................485

2.1. Cmara de Lobos ...............................................................................................486

2.1.1. Joo.............................................................................................................487

2.1.2. Fbio ...........................................................................................................494

2.2. So Vicente........................................................................................................502

2.2.1. Maria...........................................................................................................503

2.2.2. Antnio .......................................................................................................515

3. Linhas conclusivas: Perfil do aluno com insucesso.......................................................................524

PARTE VI ............................................................................................................................537

ORIENTAES SOCIAIS E DE POLTICA EDUCATIVA PARA DEBELAR O

INSUCESSO ESCOLAR .................................................................................................537

1. Promover o sucesso .......................................................................................................................539

1.1. Linhas conclusivas.........................................................................................547

CONCLUSES.................................................................................................................................549

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..............................................................................................561

xxi

NDICE DE GRFICOS

GRFICO 1. EVOLUO DAS PIRMIDES DE IDADES NO CONCELHO DE CALHETA, NO PERODO

1991-2001 ............................................................................................................................................ 309

GRFICO 2. EVOLUO DAS PIRMIDES DE IDADES NO CONCELHO DE CMARA DE LOBOS, NO

PERODO 1991-2001 ............................................................................................................................. 311

GRFICO 3. EVOLUO DAS PIRMIDES DE IDADES NO CONCELHO DE FUNCHAL, NO PERODO

1991-2001 ............................................................................................................................................ 313

GRFICO 4. EVOLUO DAS PIRMIDES DE IDADES NO CONCELHO DE MACHICO, NO PERODO

1991-2001 ............................................................................................................................................ 315

GRFICO 5. EVOLUO DAS PIRMIDES DE IDADES NO CONCELHO DE PONTA DO SOL, NO

PERODO 1991-2001 ............................................................................................................................. 317

GRFICO 6. EVOLUO DAS PIRMIDES DE IDADES NO CONCELHO DE PORTO MONIZ, NO

PERODO 1991-2001 ............................................................................................................................. 320

GRFICO 7. EVOLUO DAS PIRMIDES DE IDADES NO CONCELHO DE PORTO SANTO, NO

PERODO 1991-2001 ............................................................................................................................. 322

GRFICO 8. EVOLUO DAS PIRMIDES DE IDADES NO CONCELHO DE RIBEIRA BRAVA, NO

PERODO 1991-2001 ............................................................................................................................. 323

GRFICO 9. EVOLUO DAS PIRMIDES DE IDADES NO CONCELHO DE SANTA CRUZ, NO

PERODO 1991-2001 ............................................................................................................................. 325

GRFICO 10. EVOLUO DAS PIRMIDES DE IDADES NO CONCELHO DE SANTANA, NO PERODO

1991-2001 ............................................................................................................................................ 327

GRFICO 11. EVOLUO DAS PIRMIDES DE IDADES NO CONCELHO DE SO VICENTE, NO

PERODO 1991-2001 ............................................................................................................................. 330

GRFICO 12. EVOLUO DAS PIRMIDES DE IDADES NA REGIO AUTNOMA DA MADEIRA, NO

PERODO 1991-2001 ............................................................................................................................. 335

GRFICO 13 . EVOLUO DA RETENO NA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA NO CONCELHO DE

CALHETA, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ............................................................... 354

GRFICO 14. EVOLUO DO ABANDONO NA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA NO CONCELHO DE

CALHETA, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO 1994 2000) ............................................................... 355

GRFICO 15. EVOLUO DA RETENO E ABANDONO DA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA NO

CONCELHO DE CALHETA, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO(1994 2000) ........................................ 356

GRFICO 16. EVOLUO DA RETENO NA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA NO CONCELHO DE

CALHETA, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ............................................. 356


CALHETA, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ............................................. 357


CMARA DE LOBOS, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ............................................... 364

xxii

GRFICO 19. EVOLUO DO ABANDONO DA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA NO CONCELHO DE

CMARA DE LOBOS (1994 2000).........................................................................................................364


CONCELHO DE CMARA DE LOBOS, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000).........................364


CMARA DE LOBOS, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ..............................366


CMARA DE LOBOS, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ..............................366


FUNCHAL, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) 372


FUNCHAL, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ................................................................373


CONCELHO DE FUNCHAL, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ........................................373


FUNCHAL, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ..............................................374


FUNCHAL, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ..............................................375


MACHICO, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ................................................................381


MACHICO, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ................................................................382


CONCELHO DE MACHICO, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ........................................382


MACHICO, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ..............................................383


MACHICO, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO .................................................................384

(1994 2000)............................................................................................................................384


PONTA DO SOL, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO ...........................................................................389

(1994 2000)............................................................................................................................389


PONTA DO SOL, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ........................................................390


CONCELHO DE PONTA DO SOL, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ................................391


PONTA DO SOL, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ......................................392

xxiii


PONTA DO SOL, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ..................................... 392


PORTO MONIZ, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO............................................................................ 399

(1994 2000)........................................................................................................................... 399


PORTO MONIZ, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ........................................................ 400


CONCELHO DE PORTO MONIZ, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ................................ 400


PORTO MONIZ, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ...................................... 401


PORTO MONIZ, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ...................................... 402


PORTO SANTO, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ....................................................... .408


PORTO SANTO, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ....................................................... 408


CONCELHO DE PORTO SANTO, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ................................ 409


PORTO SANTO, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ...................................... 410


PORTO SANTO, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ...................................... 410


RIBEIRA BRAVA, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ..................................................... 417


RIBEIRA BRAVA, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ..................................................... 418


CONCELHO DE RIBEIRA BRAVA, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ............................. 419


RIBEIRA BRAVA, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ................................... 419


RIBEIRA BRAVA, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ................................... 420


SANTA CRUZ, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) .......................................................... 426


SANTA CRUZ, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) .......................................................... 427


CONCELHO DE SANTA CRUZ, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) .................................. 427

xxiv


SANTA CRUZ, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) .........................................428


SANTA CRUZ, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) .........................................429


SANTANA, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000)................................................................435

GRFICO 59. EVOLUO DO ABANDONO DA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA NO CONCELHO DE

SANTANA (1994 2000) ........................................................................................................................435


CONCELHO DE SANTANA, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ........................................436


SANTANA, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000)..............................................436


SANTANA, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000)..............................................437


SO VICENTE, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO .............................................................................444

(1994 2000)............................................................................................................................444


SO VICENTE, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO(1994 2000)...........................................................445


CONCELHO DE SO VICENTE, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ..................................445


SO VICENTE, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ........................................446


SO VICENTE, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000) ........................................447

GRFICO 68. EVOLUO DA RETENO NA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA NO ARQUIPLAGO

DA MADEIRA, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000)...........................................................453

GRFICO 69. EVOLUO DO ABANDONO DA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA NO ARQUIPLAGO

DA MADEIRA (1994 2000) ...................................................................................................................454


ARQUIPLAGO DA MADEIRA, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000)...................................454

GRFICO 71. EVOLUO DA RETENO NA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA NO ARQUIPLAGO

DA MADEIRA, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000).........................................456

GRFICO 72. EVOLUO DO ABANDONO NA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA NO ARQUIPLAGO

DA MADEIRA, CONSOANTE OS SEXOS, CICLO E ANO LECTIVO (1994 2000).........................................456

xxv

NDICE DE MAPAS

MAPA 1. ARQUIPLAGO DA MADEIRA............................................................................. 235

MAPA 2. DIVISO ADMINISTRATIVA REGIONAL............................................................ 254

MAPA 3. DEMARCAO GEOGRFICA DO CONCELHO DE CALHETA E RESPECTIVAS

FREGUESIAS .................................................................................................................................... 255

MAPA 4. DEMARCAO GEOGRFICA DO CONCELHO DE CMARA DE LOBOS E

RESPECTIVAS FREGUESIAS ........................................................................................................... 258

MAPA 5. DEMARCAO GEOGRFICA DO CONCELHO DE FUNCHAL E RESPECTIVAS

FREGUESIAS .................................................................................................................................... 260

MAPA 6. DEMARCAO GEOGRFICA DO CONCELHO DE MACHICO E RESPECTIVAS

FREGUESIAS .................................................................................................................................... 263

MAPA 7. DEMARCAO GEOGRFICA DO CONCELHO DE PONTA DO SOL E


MAPA 8. DEMARCAO GEOGRFICA DO CONCELHO DE PORTO MONIZ E


MAPA 9. DEMARCAO GEOGRFICA DO CONCELHO DE PORTO SANTO E


MAPA 10. DEMARCAO GEOGRFICA DO CONCELHO DE RIBEIRA BRAVA E


MAPA 11. DEMARCAO GEOGRFICA DO CONCELHO DE SANTA CRUZ E


MAPA 12. DEMARCAO GEOGRFICA DO CONCELHO DE SANTANA E RESPECTIVAS

FREGUESIAS .................................................................................................................................... 278

MAPA 13. DEMARCAO GEOGRFICA DO CONCELHO DE SO VICENTE E


xxvi

NDICE DE TABELAS

TABELA 1. EVOLUO E TAXA DE COBERTURA DA EDUCAO PR-ESCOLAR, NOS

DIFERENTES CONCELHOS DA MADEIRA (1994-2000) ............................................................................97

TABELA 2. TAXA DE ANALFABETISMO NA MADEIRA DE 1890 A 1991 ...............................98

TABELA 3. EVOLUO E TAXA DE ANALFABETISMO, NOS DIFERENTES.........................99

CONCELHOS DA MADEIRA (1991-2000) .......................................................................................99

TABELA 4. POPULAO RESIDENTE POR CONCELHO, SEGUNDO O NVEL DE

INSTRUO ATINGIDO (1991-2001) ..........................................................................................................101

TABELA 5. EVOLUO E TAXA DE COBERTURA DAS ESCOLAS A TEMPO INTEIRO, NOS

DIFERENTES CONCELHOS DA MADEIRA (1995-2000) ..........................................................................106

TABELA 6. ESTRUTURA CURRICULAR DO 3 CICLO..............................................................199

TABELA 7. PROGRESSO E RETENO NO 2 E 3 CICLOS ..................................................207

TABELA 8. DISTRIBUIO DA POPULAO ACTIVA DO CONCELHO DE CALHETA

PELOS SECTORES DE ACTIVIDADE, NO PERODO 1991-2001 .............................................................256

TABELA 9. DIMENSO MDIA DOS AGREGADOS FAMILIARES DO CONCELHO DE

CALHETA NO PERODO 1991-2001 ............................................................................................................257

TABELA 10. CARACTERSTICAS DOS ALOJAMENTOS FAMILIARES OCUPADOS COMO

RESIDENCIAS HABITUAIS NO CONCELHO DE CALHETA, NO PERODO 1991-2001.......................257

TABELA 11. DISTRIBUIO DA POPULAO ACTIVA DO CONCELHO DECMARA DE

LOBOS PELOS SECTORES DE ACTIVIDADE, NO PERODO 1991-2001 ...............................................259


CMARA DE LOBOS NO PERODO 1991-2001 .........................................................................................259


RESIDENCIAS HABITUAIS NO CONCELHO DE CMARA DE LOBOS, NO PERODO 1991-2001 ...260

TABELA 14. DISTRIBUIO DA POPULAO ACTIVA DO CONCELHO DE FUNCHAL



FUNCHAL NO PERODO 1991-2001 ............................................................................................................262


RESIDENCIAS HABITUAIS NO CONCELHO DE FUNCHAL, NO PERODO 1991-2001 ......................262

TABELA 17. DISTRIBUIO DA POPULAO ACTIVA DO CONCELHO DE MACHICO



MACHICO NO PERODO 1991-2001 ............................................................................................................265


RESIDENCIAS HABITUAIS NO CONCELHO DE MACHICO, NO PERODO 1991-2001 ......................265

xxvii

TABELA 20. DISTRIBUIO DA POPULAO ACTIVA DO CONCELHO DE PONTA DO

SOL PELOS SECTORES DE ACTIVIDADE, NO PERODO 1991-2001..................................................... 267


PONTA DO SOL, NO PERODO 1991-2001 ................................................................................................. 267


RESIDENCIAS HABITUAIS NO CONCELHO DE PONTA DO SOL, NO PERODO 1991-2001............ 267

TABELA 23. DISTRIBUIO DA POPULAO ACTIVA DO CONCELHO DE PORTO MONIZ

PELOS SECTORES DE ACTIVIDADE, NO PERODO 1991-2001 ............................................................. 269


PORTO MONIZ, NO PERODO 1991-2001................................................................................................... 270


RESIDENCIAS HABITUAIS NO CONCELHO DE PONTA DO SOL, NO PERODO 1991-2001............ 270

TABELA 26. DISTRIBUIO DA POPULAO ACTIVA DO CONCELHO DE PORTO SANTO



PORTO SANTO, NO PERODO 1991-2001................................................................................................... 272


RESIDENCIAS HABITUAIS NO CONCELHO DE PORTO SANTO, NO PERODO 1991-2001............. 272

TABELA 29. DISTRIBUIO DA POPULAO ACTIVA DO CONCELHO DE RIBEIRA

BRAVA PELOS SECTORES DE ACTIVIDADE, NO PERODO 1991-2001 .............................................. 274


RIBEIRA BRAVA, NO PERODO 1991-2001 ............................................................................................... 275


RESIDENCIAS HABITUAIS NO CONCELHO DE RIBEIRA BRAVA, NO PERODO 1991-2001 ......... 275

TABELA 32. DISTRIBUIO DA POPULAO ACTIVA DO CONCELHO DE SANTA CRUZ



SANTA CRUZ, NO PERODO 1991-2001 ..................................................................................................... 277


RESIDENCIAS HABITUAIS NO CONCELHO DE SANTA CRUZ, NO PERODO 1991-2001 ............... 278

TABELA 35. DISTRIBUIO DA POPULAO ACTIVA DO CONCELHO DE SANTANA



SANTANA, NO PERODO 1991-2001........................................................................................................... 280


RESIDENCIAS HABITUAIS NO CONCELHO DE SANTANA, NO PERODO 1991-2001 ...................... 280

TABELA 38. DISTRIBUIO DA POPULAO ACTIVA DO CONCELHO DE SO VICENTE


TABELA 39. DIMENSO MDIA DOS AGREGADOS FAMILIARES DO CONCELHO DE SO

VICENTE, NO PERODO 1991-2001............................................................................................................. 282

xxviii


RESIDENCIAS HABITUAIS NO CONCELHO DE SO VICENTE, NO PERODO 1991-2001 ..............283

TABELA 41. DISTRIBUIO DA POPULAO ACTIVA DO ARQUIPLAGO DA MADEIRA,

NO PERODO 1991-2001................................................................................................................................284

TABELA 42. DIMENSO MDIA DOS AGREGADOS FAMILIARES DO ARQUIPLAGO DA

MADEIRA, NO PERODO 1991-2001 ...........................................................................................................285


RESIDENCIAS HABITUAIS NO ARQUIPLAGO DA MADEIRA, NO PERODO 1991-2001................286

TABELA 44. ASPECTOS GLOBAIS DA POPULAO DO CONCELHO DE CALHETA NO

PERODO DE 1991-2001 ................................................................................................................................295

TABELA 45. ASPECTOS GLOBAIS DA POPULAO DO CONCELHO DE CMARA DE

LOBOS NO PERODO DE 1991-2001............................................................................................................296

TABELA 46. ASPECTOS GLOBAIS DA POPULAO DO CONCELHO DE FUNCHAL NO

PERODO DE 1991-2001 ................................................................................................................................296

TABELA 47. ASPECTOS GLOBAIS DA POPULAO DO CONCELHO DE MACHICO NO

PERODO DE 1991-2001 ................................................................................................................................297

TABELA 48. ASPECTOS GLOBAIS DA POPULAO DO CONCELHO DE PONTA DO SOL

NO PERODO DE 1991-2001..........................................................................................................................297

TABELA 49. ASPECTOS GLOBAIS DA POPULAO DO CONCELHO DE PORTO MONIZ NO

PERODO DE 1991-2001 ................................................................................................................................298

TABELA 50. ASPECTOS GLOBAIS DA POPULAO DO CONCELHO DE PORTO SANTO NO

PERODO DE 1991-2001 ................................................................................................................................299

TABELA 51. ASPECTOS GLOBAIS DA POPULAO DO CONCELHO DE RIBEIRA BRAVA

NO PERODO DE 1991-2001..........................................................................................................................299

TABELA 52. ASPECTOS GLOBAIS DA POPULAO DO CONCELHO DE SANTA CRUZ NO

PERODO DE 1991-2001 ................................................................................................................................300

TABELA 53. ASPECTOS GLOBAIS DA POPULAO DO CONCELHO DE SANTANA NO

PERODO DE 1991-2001 ................................................................................................................................301

TABELA 54. ASPECTOS GLOBAIS DA POPULAO DO CONCELHO DE SO VICENTE NO

PERODO DE 1991-2001 ................................................................................................................................301

TABELA 55. ASPECTOS GLOBAIS DA POPULAO DO ARQUIPLAGO DA MADEIRA NO

PERODO DE 1991-2001 ................................................................................................................................302

TABELA 56. DENSIDADE POPULACIONAL DO ARQUIPLAGO DA MADEIRA NO

PERODO 1991-2001.......................................................................................................................................304

TABELA 57. PESO RELATIVO DE CADA UM DOS CONCELHOS DA MADEIRA

RELATIVAMENTE AO ARQUIPLAGO DE 1991 A 2001.........................................................................305

TABELA 58. EVOLUO DOS INDICADORES DE ESTRUTURA POPULACIONAL, POR

GRANDES GRUPOS DE IDADES NO CONCELHO DE CALHETA, NO PERODO 1991-2001..............308

xxix


GRANDES GRUPOS DE IDADES NO CONCELHO DE CMARA DE LOBOS, NO PERODO

1991-2001......................................................................................................................................................... 310


GRANDES GRUPOS DE IDADES NO CONCELHO DE FUNCHAL, NO PERODO 1991-2001 ............. 312


GRANDES GRUPOS DE IDADES NO CONCELHO DE MACHICO, NO PERODO 1991-2001 ............. 314


GRANDES GRUPOS DE IDADES NO CONCELHO DE PONTA DO SOL, NO PERODO 1991-2001.... 316


GRANDES GRUPOS DE IDADES NO CONCELHO DE PORTO MONIZ, NO PERODO 1991-2001 ..... 318


GRANDES GRUPOS DE IDADES NO CONCELHO DE PORTO SANTO, NO PERODO 1991-2001..... 321


GRANDES GRUPOS DE IDADES NO CONCELHO DE RIBEIRA BRAVA, NO PERODO

1991-2001......................................................................................................................................................... 323


GRANDES GRUPOS DE IDADES NO CONCELHO DE SANTA CRUZ, NO PERODO 1991-2001 ....... 324


GRANDES GRUPOS DE IDADES NO CONCELHO DE SANTANA, NO PERODO 1991-2001 ............. 326


GRANDES GRUPOS DE IDADES NO CONCELHO DE SO VICENTE, NO PERODO 1991-2001 ...... 328


GRANDES GRUPOS DE IDADES EM CADA UM DOS CONCELHOS NA REGIO AUTNOMA DA

MADEIRA, NO PERODO 1991-2001 ........................................................................................................... 332

TABELA 70. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE CALHETA NO 1 CICLO

(1994 2000) ................................................................................................................................................... 348

TABELA 71. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE CALHETA NO 2 CICLO

(1994 2000) ................................................................................................................................................... 349

TABELA 72 SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE CALHETA NO 3 CICLO

(1994 2000) ................................................................................................................................................... 350

TABELA 73. SITUAO ESCOLAR GLOBAL DO CONCELHO DE CALHETA NO TOTAL DA

ESCOLARIDADE OBRIGATRIA (1994 2000)........................................................................................ 351

TABELA 74. TOTAL DE ALUNOS MATRICULADOS NO CONCELHO DE CALHETA

SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994-2000) .................................................................................. 352

TABELA 75. TOTAL DE TRANSFERNCIAS REGISTADAS NO CONCELHO DA CALHETA,

SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994-2000) .................................................................................. 353

TABELA 76. EVOLUO DAS COORTES POR CICLO NO CONCELHO DE CALHETA

(VALORES CONVERTIDOS EM NMEROS NDICES) ............................................................................ 358

xxx

TABELA 77. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE CMARA DE LOBOS NO 1 CICLO

(1994/2000) ......................................................................................................................................................358

TABELA 78 . SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE CMARA DE LOBOS NO 2 CICLO

(1994/2000) ......................................................................................................................................................359

TABELA 79. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE CMARA DE LOBOS NO 3 CICLO

(1994/2000) ......................................................................................................................................................360

TABELA 80 . SITUAO ESCOLAR GLOBAL NO CONCELHO DE CMARA DE LOBOS NO

TOTAL DA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA (1994/2000) ......................................................................361

TABELA 81. TOTAL DE ALUNOS MATRICULADOS NO CONCELHO DE CMARA DE

LOBOS SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994-2000).....................................................................362

TABELA 82. TOTAL DE TRANSFERNCIAS REGISTADAS NO CONCELHO DE CAMARS

DE LOBOS, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994-2000) .............................................................363

TABELA 83. EVOLUO DAS COORTES POR CICLO NO CONCELHO DE CMARA DE

LOBOS (VALORES CONVERTIDOS EM NMEROS NDICES) .............................................................367

TABELA 84. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE FUNCHAL NO 1 CICLO

(1994/2000) ......................................................................................................................................................368


(1994/2000) ......................................................................................................................................................369


(1994/2000) ......................................................................................................................................................370

TABELA 87. SITUAO ESCOLAR GLOBAL DO CONCELHO DE FUNCHAL NO TOTAL

DA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA (1994/2000) ...................................................................................370

TABELA 88. TOTAL DE ALUNOS MATRICULADOS NO CONCELHO DE FUNCHAL

SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO .......................................................................................................371

TABELA 89. TOTAL DE TRANSFERNCIAS REGISTADAS NO CONCELHO DO FUNCHAL,


TABELA 90. EVOLUO DAS COORTES POR CICLO NO CONCELHO DE FUNCHAL

(VALORES CONVERTIDOS EM NMEROS NDICES) ............................................................................376

TABELA 91. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE MACHICO NO 1 CICLO

(1994/2000) ......................................................................................................................................................377


(1994/2000) ......................................................................................................................................................377


(1994/2000) ......................................................................................................................................................378

TABELA 94. SITUAO ESCOLAR GLOBAL DO CONCELHO DE MACHICO NO TOTAL DA

ESCOLARIDADE OBRIGATRIA (1994/2000)...........................................................................................379

TABELA 95. TOTAL DE ALUNOS MATRICULADOS NO CONCELHO DE MACHICO


TABELA 96. TOTAL DE TRANSFERNCIAS REGISTADAS NO CONCELHO DE MACHICO,

SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO (1994-2000)...................................................................................380

xxxi

TABELA 97. EVOLUO DAS COORTES POR CICLO NO CONCELHO DE MACHICO


TABELA 98. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE PONTA DO SOL NO 1 CICLO

(1994/2000) ...................................................................................................................................................... 385


(1994/2000) ...................................................................................................................................................... 386


(1994/2000) ...................................................................................................................................................... 387

TABELA 101. SITUAO ESCOLAR GLOBAL DO CONCELHO DE PONTA DO SOL NO

TOTAL DA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA (1994/2000)...................................................................... 388

TABELA 102. TOTAL DE ALUNOS MATRICULADOS NO CONCELHO DE PONTA DO SOL

SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO ....................................................................................................... 388

TABELA 103. TOTAL DE TRANSFERNCIAS REGISTADAS NO CONCELHO DA PONTA

DO SOL, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO ....................................................................................... 389

TABELA 104. EVOLUO DAS COORTES POR CICLO NO CONCELHO DE PONTA DO SOL


TABELA 105. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE PORTO MONIZ NO 1 CICLO

(1994/2000) ...................................................................................................................................................... 394


(1994/2000) ...................................................................................................................................................... 396


(1994/2000) ...................................................................................................................................................... 397

TABELA 108. SITUAO ESCOLAR GLOBAL DO CONCELHO DE PORTO MONIZ NO


TABELA 109. TOTAL DE ALUNOS MATRICULADOS NO CONCELHO DE PORTO MONIZ


TABELA 110. TOTAL DE TRANSFERNCIAS REGISTADAS NO CONCELHO DE PORTO

MONIZ, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO ........................................................................................ 399

TABELA 111. EVOLUO DAS COORTES POR CICLO NO CONCELHO DE PORTO MONIZ


TABELA 112. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE PORTO SANTO NO 1 CICLO

(1994/2000) ...................................................................................................................................................... 403


(1994/2000) ...................................................................................................................................................... 404


(1994/2000) ...................................................................................................................................................... 405

TABELA 115. SITUAO ESCOLAR GLOBAL DO CONCELHO DE PORTO SANTO NO


TABELA 116. TOTAL DE ALUNOS MATRICULADOS NO CONCELHO DE PORTO SANTO


xxxii

TABELA 117. TOTAL DE TRANSFERNCIAS REGISTADAS NO CONCELHO DO PORTO

SANTO, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO ........................................................................................407

TABELA 118. EVOLUO DAS COORTES POR CICLO NO CONCELHO DE PORTO SANTO


TABELA 119. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE RIBEIRA BRAVA NO 1 CICLO

(1994/2000) ......................................................................................................................................................412


(1994/2000) ......................................................................................................................................................414


(1994/2000) ......................................................................................................................................................415

TABELA 122. SITUAO ESCOLAR GLOBAL DO CONCELHO DE RIBEIRA BRAVA NO


TABELA 123. TOTAL DE ALUNOS MATRICULADOS NO CONCELHO DE RIBEIRA BRAVA


TABELA 124. TOTAL DE TRANSFERNCIAS REGISTADAS NO CONCELHO DA RIBEIRA

BRAVA, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO .......................................................................................417

TABELA 125. EVOLUO DAS COORTES POR CICLO NO CONCELHO DE RIBEIRA

BRAVA (VALORES CONVERTIDOS EM NMEROS NDICES) .............................................................420

TABELA 126. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE SANTA CRUZ NO 1 CICLO

(1994/2000) ......................................................................................................................................................422


(1994/2000) ......................................................................................................................................................423


(1994/2000) ......................................................................................................................................................424

TABELA 129. SITUAO ESCOLAR GLOBAL DO CONCELHO DE SANTA CRUZ NO


TABELA 130 TOTAL DE ALUNOS MATRICULADOS NO CONCELHO DE SANTA CRUZ


TABELA 131. TOTAL DE TRANSFERNCIAS REGISTADAS NO CONCELHO DE SANTA

CRUZ, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO...........................................................................................426

TABELA 132. EVOLUO DAS COORTES POR CICLO NO CONCELHO DE SANTA CRUZ


TABELA 133. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE SANTANA NO 1 CICLO

(1994/2000) ......................................................................................................................................................430

TABELA 134. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE SANTANA NO 2 CICLO

(1994/2000) ......................................................................................................................................................432

TABELA 135. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE SANTANA NO 3

CICLO(1994/2000)...........................................................................................................................................433

TABELA 136 SITUAO ESCOLAR GLOBAL DO CONCELHO DE SANTANA NO TOTAL

DA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA (1994/2000) ....................................................................................433

xxxiii

TABELA 137. TOTAL DE ALUNOS MATRICULADOS NO CONCELHO DE SANTANA


TABELA 138. TOTAL DE TRANSFERNCIAS REGISTADAS NO CONCELHO DE SANTANA,


TABELA 139. EVOLUO DAS COORTES POR CICLO NO CONCELHO DE SANTANA


TABELA 140. SITUAO ESCOLAR DO CONCELHO DE SO VICENTE NO 1 CICLO

(1994/2000) ...................................................................................................................................................... 438


(1994/2000) ...................................................................................................................................................... 441


(1994/2000) ...................................................................................................................................................... 441

TABELA 143. SITUAO ESCOLAR GLOBAL DO CONCELHO DE SO VICENTE NO

TOTAL DA ESCOLARIDADE OBRIGATRIA (1994/2000)..................................................................... 442

TABELA 144. TOTAL DE ALUNOS MATRICULADOS NO CONCELHO DE SO VICENTE


TABELA 145. TOTAL DE TRANSFERNCIAS REGISTADAS NO CONCELHO DE SO

VICENTE, SEGUNDO O CICLO E ANO LECTIVO .................................................................................... 443

TABELA 146. EVOLUO DAS COORTES POR CICLO NO CONCELHO DE SO VICENTE


TABELA 146. SITUAO ESCOLAR DO ARQUIPLAGO DA MADEIRA NO TOTAL DO 1

CICLO (1994/2000) ......................................................................................................................................... 449


CICLO (1994/2000) ......................................................................................................................................... 450


CICLO (1994/2000) ......................................................................................................................................... 451

TABELA 149. SITUAO ESCOLAR GLOBAL DO ARQUIPLAGO DA MADEIRA NO


TABELA 150. TOTAL DE ALUNOS MATRICULADOS NO ARQUIPLAGO DA MADEIRA


TABELA 151. EVOLUO DAS COORTES POR CICLO NO ARQUIPLAGO DA MADEIRA


TABELA 152. EVOLUO DA RETENO NA RAM, POR CONCELHO, CICLO, SEXO E

ANO LECTIVO (VALORES PERCENTUAIS) (1994/2000) ......................................................................... 460

TABELA 153. EVOLUO DO ABANDONO NA RAM, POR CONCELHO, CICLO, SEXO E

ANO LECTIVO (VALORES PERCENTUAIS) (1994/2000) ......................................................................... 461

TABELA 154. EVOLUO DA TAXA DE RETENO NA RAM, POR CONCELHO, CICLO E

ANO LECTIVO (1994/2000)........................................................................................................................... 468

TABELA 155. EVOLUO DA TAXA DE ABANDONO ESCOLAR NA RAM, POR

CONCELHO, CICLO E ANO LECTIVO (1994/2000).................................................................................. 471

xxxiv

TABELA 156. AGREGADO FAMILIAR DO JOO .......................................................................488

TABELA 157. PERCURSO ESCOLAR DO JOO..........................................................................489

TABELA 158. AGREGADO FAMILIAR DO FBIO .....................................................................495

TABELA 159. PERCURSO ESCOLAR DO FBIO ........................................................................496

TABELA 160. RECONSTITUIO DO AGREGADO FAMILIAR DA MARIA EM 1994/95.....504

TABELA 161. AGREGADO FAMILIAR ACTUAL........................................................................505

TABELA 162. SITUAO ACTUAL DOS IRMOS DA MARIA................................................505

TABELA 163. PERCURSO ESCOLAR DA MARIA.......................................................................506

TABELA 164. RECONSTITUIO DO AGREGADO FAMILIAR DO ANTNIO NO ANO

LECTIVO 1996/97 ...........................................................................................................................................516

TABELA 165. PERCURSO ESCOLAR DO ANTNIO ..................................................................517

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INTRODUO

A pertinncia do tema

Tudo parece justificar que se fale de insucesso, tantas so as suas manifestaes e as queixas que lhe

so atribudas. Tantos so tambm os domnios relativamente aos quais se refere o insucesso.1

Actualmente, embora as taxas de escolarizao tenham j atingido valores elevados para a

populao em idade escolar, fazendo crer que as novas geraes sero muito menos afectadas pelos

problemas do analfabetismo, ainda acentuado o insucesso escolar, traduzido por elevadas taxas de

repetncia e abandono do ensino bsico.2 A este propsito, tambm os dados da Unicef/Unesco

divulgados em 1991, so unnimes, quando referem que o sistema escolar no tem conseguido

atender os alunos com equidade nem com qualidade, uma vez que tem promovido, quer a repetncia,

quer a sucessiva permanncia dos alunos na escola.3

De facto, a partir da implementao da escolaridade obrigatria, o insucesso escolar tem

vindo a assumir-se como um fenmeno preocupante, tanto pela extenso que adquiriu, como pelas

repercusses que tem na vida dos indivduos e das sociedades. A partir do advento da escola de

massas, as desigualdades de acesso, de sucesso e de uso da educao comearam a adquirir uma

dimenso assustadora, que no assumia, antigamente, as actuais propores, visto ser a educao,

ento, um privilgio de poucos.

Actualmente, embora a educao se tenha assumido como um direito de todos os cidados,

no se efectivou como uma verdadeira educao de massas e paradoxalmente ocorreu uma

massificao do ensino, que fez expandir quantitativamente o insucesso escolar.

De salientar, que esta problemtica, considerada por alguns como intrnseca a um ensino

selectivo, legitima que se equacione se no insucesso escolar est em causa apenas o aluno ou tambm

a estrutura da instituio escolar.4

Na verdade, a escolaridade bsica no tem conseguido efectivar o sucesso de todos os

indivduos em idade prpria para a sua frequncia, facto que nos permite equacionar, se do lado da

oferta existe uma rede insuficiente ou inadequada e/ou se do lado da procura existem carncias

familiares e individuais de natureza econmica, psicolgica, social ou outra, que inviabilizam o

1 Revista gora, n 2, p. 2, s.a.,s.d. 2 Joo Ferreira de Almeida et al., Excluso Socialpp. 56-57. 3 Referncia de Marie Jane Soares Carvalho, A Agenda Feminista e Anti-Racista para o Currculo e a

Prtica Pedaggica in Anete Abramowicz et al., Para Alm do Fracasso Escolarp. 50. 4 Sobre esta temtica veja-se Eurico Lemos Pires, O Ensino Bsico em Portugal

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sucesso durante a escolaridade obrigatria. Por outro lado, a escolaridade bsica tambm no tem

conseguido reter os indivduos que a ela acederam, uma vez que ao longo dos nove anos se

verifica por vezes o seu abandono. Desta forma, parece-nos que o insucesso escolar dos alunos

assume um carcter de natureza mltipla, que impede a realizao da universalidade escolar

pretendida, o que, por sua vez, pressupe que nos encontramos perante um insucesso do sistema.

De facto, a progressivo aumento do nmero de alunos nos diferentes graus de ensino, no

sendo acompanhada de estruturas de funcionamento capazes de garantirem a qualidade de ensino a

cada um, permitiu o alargamento do conceito de insucesso escolar, por oposio ao desejado sucesso

escolar, requisito da sociedade industrial contempornea, competitiva e movida pela dimenso social

e econmica. Neste sentido, a criao de uma estreita dependncia entre status scio-profissional e

desempenho escolar, enfatiza o sucesso escolar e atribui os melhores lugares na hierarquia

profissional para os alunos que o atingem. Nesta estreita relao entre o desempenho escolar e o

desempenho scio-econmico, cada vez mais destacvel nos anos que se seguiram ao 25 de Abril de

1974, reala-se o curriculum, testemunho do sucesso/insucesso acadmico, que na sociedade actual

assumem valores jamais alcanados.

Uma vez que o atraso no desenvolvimento dos conhecimentos dos jovens, enquanto futuros

agentes de produo, colocam um pas em situao difcil, o insucesso escolar, alm de constituir um

problema preocupante, tem vindo a assumir, progressivamente, propores cada vez mais gravosas.5

O facto de muitos dos jovens e adultos que se encontram socialmente excludos, terem sido

vitimados pelo insucesso escolar, durante o seu percurso acadmico, permitiu a Charlot concluir que

o insucesso escolar gera o insucesso social, que se traduz numa vida de insegurana, de

marginalizao e de dependncia dos mecanismos de assistncia social.6 Da que o insucesso escolar,

alm de se apresentar como um problema social, constitua tambm um problema econmico cuja

resoluo constitui um autntico desafio para todas as naes ao nvel dos seus responsveis

polticos.

Por outro lado, uma vez que a concorrncia entre as empresas obriga ao recrutamento de

uma mo-de-obra cada vez mais qualificada e susceptvel de se adaptar constante evoluo e

actualizao das tecnologias, a entrada no mundo do trabalho encontra-se condicionada pela

deteno de determinados conhecimentos tericos e prticos. De acordo com esta lgica

concorrencial, os que no tiveram acesso a reais oportunidades de educao e apresentam

habilitaes insuficientes, so excludos do mercado de trabalho ou, em alternativa, exercem

ocupaes com baixa remunerao e carcter precrio.

5 Maria Lusa Corteso e Maria Arminda Torres, Avaliao Pedaggica I- Insucesso Escolarp. 33. 6 Bernard Charlot, Penser Lchec Comme vnement, Penser LImmigration Comme Histoire ,

Migrants, Formation, n81, p.14, Junho, 1990 in PEPT 2000, A Luta Contra o Insucesso Escolar- Um Desafio Para a Construo Europeia p. 13.

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Deste modo, o insucesso escolar, com todas as consequncias negativas que acarreta,

apresenta-se tambm como um instrumento de excluso social, penalizando aqueles que possuem

uma qualificao insuficiente, atravs do seu afastamento do mundo do trabalho e das profisses

bem remuneradas, o que constitui, simultaneamente, uma excluso dos direitos sociais que lhe esto

associados. A este propsito, Dubet refere que um jovem deriva, mais do que um simples

desempregado, algum que se destri a si prprio, j que o mundo em que vive se encontra () em

processo de desintegrao. 7

A escolha deste tema para a presente investigao, justifica-se assim pela actualidade de que

se reveste, uma vez que todas as sociedades desenvolvidas se preocupam com a melhoria dos nveis

de instruo das suas populaes e se empenham em implementar polticas que visam o

prolongamento da permanncia dos indivduos na escola, numa perspectiva de sucesso escolar que

pressupe a aquisio dos saberes e competncias mais adequados para as realidades econmicas e

sociais do futuro.

Por outro lado, a anlise da situao actual permite-nos, desde j concluir que, no momento

em que a nova Lei de Bases do Sistema Educativo instituiu a escolaridade bsica obrigatria de nove

anos, vrios problemas relativos ao cumprimento da escolaridade de seis anos permaneciam por

resolver, pelo que nos deparamos com um sistema nacional de ensino que no foi capaz, at agora,

de criar mecanismos para a real efectivao da escolaridade obrigatria, com uma concretizao de

nove anos. Ainda neste contexto, estudos j realizados parecem unnimes ao sublinhar que

actualmente, no ensino bsico, milhares de alunos se encontram abandonados, reprovando

a p i e a e o a m f s xx (1994-2000) - uma.pt · sociologie de l’education, essaient...

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