a origem do professor

21
A ORIGEM DO PROFESSOR Professora Especialista Gracieli da Silva Henicka

Upload: gracieli-henicka

Post on 05-Jun-2015

4.677 views

Category:

Education


4 download

DESCRIPTION

Apresentação sobre a perspectiva histórico-social da profissão.

TRANSCRIPT

Page 1: A origem do professor

A ORIGEM DO PROFESSORProfessora Especialista Gracieli da Silva Henicka

Page 2: A origem do professor

A ORIGEM DO PROFESSOR

Já reparou como as palavras profissão e professor se parecem? Elas nasceram da mesma raiz etimológica, o que faz todo o sentido: ser professor é a primeira das profissões. Todas as outras especialidades e habilidades técnicas só podem existir quando há professores ensinando-as aos seus discípulos.

Toda profissão precisa de professores.

Page 3: A origem do professor

O QUE É TER UMA PROFISSÃO? O QUE É SER PROFESSOR? Ambas as palavras derivam do latim professum,

que por sua vez vem do verbo profitēri: “declarar perante um magistrado, fazer uma declaração, manifestar-se; declarar em alto e bom som, afirmar, assegurar, prometer, protestar, obrigar-se, confessar, mostrar, dar a conhecer, ensinar, ser professor” (Houaiss).

Page 4: A origem do professor

SÃO MUITOS SIGNIFICADOS CONVERGINDO PARA UM SÓ SENTIDO: PROFESSAR É ALGO GRAVE, IMPORTANTE, QUE REQUER INICIATIVA, RESPONSABILIDADE E SEGURANÇA. EIS AÍ RESGATADA A NOBREZA DO COMPROMISSO COM A PROFISSÃO: SER PROFESSOR É “OBRIGAR-SE”, OU SEJA, IMBUIR-SE INTIMAMENTE NESTE PAPEL AFIRMATIVO E DE LIDERANÇA. A MAIORIA DOS VERBOS QUE O DESCREVEM ENVOLVEM TAMBÉM A COMUNICAÇÃO. ISTO QUER DIZER QUE PROFESSAR NÃO É AÇÃO SOLITÁRIA, ISOLADA OU INTROSPECTIVA. REQUER O OUTRO, DIRECIONA-SE A ALGUÉM, SÓ FAZ SENTIDO PORQUE EXISTE O ALUNO.

Page 5: A origem do professor

PROFESSOR É QUEM ENSINA. E O QUE É ENSINAR? Ensinar v. 1. repassar (a alguém) ensinamentos sobre (algo)

ou sobre como fazer (algo); doutrinar, lecionar. 1.1. p. ext. transmitir experiência prática a; instruir (alguém) por meio de exemplos; 1.2. tornar (algo) conhecido, familiar (a alguém); fazer ficar sabendo; 1.3. dar lições a, instruir; 1.4. mostrar a alguém as consequências ruins de seus atos; 2. mostrar com precisão, indicar.

As palavras acima sugerem princípios interessantes. Por exemplo, a necessidade de trabalhar experiências práticas, seja para exemplificar um conteúdo, seja como objetivo mesmo da Educação: ensinar para a vivência cotidiana, concreta, e não ficar preso a abstrações e teorias distantes da realidade.

Aí está a grandeza e o heroísmo dos professores: desempenhar uma das mais relevantes missões humanas sob as mais adversas condições sociais. Há de se concordar com o que diz o escritor José Saramago sobre os professores: “São os heróis do nosso tempo”.

Page 6: A origem do professor

RAÍZES HISTÓRICAS DO DESPRESTÍGIO DA PROFISSÃO DOCENTE

Segundo o artigo - A Profissionalização Docente, de Mariza da Gama Leite de Oliveira, tanto em Portugal como no Brasil, o magistério se constitui em profissão graças à intervenção e ao enquadramento do Estado, que substituiu a Igreja como entidade de tutela do ensino. Nóvoa (1992) faz algumas considerações a esse respeito com relação ao ensino em Portugal, porém, acredita-se que no Brasil Colônia muitos fatos ocorreram em concomitância com a Metrópole.

De 1500 a 1759 imperou no Brasil a educação jesuítica, que tinha como objetivo principal a catequese. O conteúdo cultural transportado de Portugal para a Colônia brasileira era destinado a uma minoria dos donos de terras e senhores de engenho, excluindo-se desse público as mulheres e os filhos primogênitos, os quais deveriam assumir a direção dos negócios da família. Até então, a educação era humanista, destinada a dar cultura geral básica, sem preocupação de qualificar para o trabalho.

Page 7: A origem do professor

RAÍZES HISTÓRICAS DO DESPRESTÍGIO DA PROFISSÃO DOCENTE

A educação se manteve fechada e irredutível ao espírito crítico e de análise, à pesquisa e à experimentação. De cunho literário e humanista, a educação servia apenas para dar brilho à inteligência dos desocupados sociais. “O ensino, assim, foi conservado à margem, sem utilidade prática visível para uma economia fundada na agricultura rudimentar e no trabalho escravo” (Romanelli, 1997, p. 34). A educação dos jesuítas também formava sacerdotes; e os que não queriam seguir a carreira sacerdotal, os letrados, seguiam seus estudos a nível superior na Universidade de Coimbra.

Page 8: A origem do professor

RAÍZES HISTÓRICAS DO DESPRESTÍGIO DA PROFISSÃO DOCENTE

A classe dirigente aos poucos foi tomando consciência do poder dessa educação na formação de seus representantes políticos junto ao poder público, e assim a educação passou a ter utilidade. A obra de catequese, que em princípio constituía o objetivo principal da presença da Companhia de Jesus no Brasil, acabou gradativamente cedendo lugar em importância à educação da elite, impregnada de uma cultura intelectual transplantada, alienada e alienante. Observa-se que desde essa época já se evidencia a separação entre os produtores e os transmissores do saber, sendo destinado aos primeiros educadores realizar um bom trabalho técnico e pedagógico.

Page 9: A origem do professor

RAÍZES HISTÓRICAS DO DESPRESTÍGIO DA PROFISSÃO DOCENTE Em 1759 os jesuítas foram expulsos de Portugal e de

seus domínios, pois surgiu um descontentamento geral devido ao fanatismo religioso, que promovia o atraso cultural; também contribuíram para isso a decadência econômica do Reino Unido e a expansão das ideias anticlericais do Marquês de Pombal. De 1759 a 1772 foram inúmeras as dificuldades para a criação de um novo sistema educacional, pois os educadores, de formação religiosa, não foram substituídos de imediato. Assim, transcorreram 13 anos depois da expulsão dos jesuítas para a nova estruturação. Leigos começaram a ser introduzidos no ensino e o Estado assumiu pela primeira vez os encargos da educação. A assunção do ensino pelo Estado provoca à imagem do professor o que Nóvoa coloca em relação a Portugal:

Page 10: A origem do professor

RAÍZES HISTÓRICAS DO DESPRESTÍGIO DA PROFISSÃO DOCENTE

“Ao longo do século XIX consolida-se uma imagem do professor, que cruza as referências ao magistério docente, ao apostolado e ao sacerdócio, com a humildade e a obediência devidas aos funcionários públicos, tudo isto envolto numa auréola algo mística de valorização das qualidades de relação e de compreensão da pessoa humana. Simultaneamente, a profissão docente impregna-se de uma espécie de entre-dois, que tem estigmatizado a história contemporânea dos professores: não devem saber de mais, nem de menos; não se devem misturar com o povo, nem com a burguesia; não devem ser pobres, nem ricos; não são (bem) funcionários públicos, nem profissionais liberais”. (192, p. 16)

Page 11: A origem do professor

RAÍZES HISTÓRICAS DO DESPRESTÍGIO DA PROFISSÃO DOCENTE

Pode-se dizer que a imagem que se tem hoje do professor está estigmatizada pela relação da Igreja com a educação, interferindo no processo de profissionalização da categoria.

Confirma Nóvoa que algumas pessoas têm do ensino a visão de uma atividade que se realiza com naturalidade, isto é, sem necessidade de qualquer formação específica (1992, p. 21). Tal visão é consequência de uma história recente, pois em algumas regiões do país ainda há professores leigos, ou sem formação específica, devido à carência de profissionais; e os mesmos ainda têm a permissão do Estado e são por ele recrutados. Isso logicamente não ocorre com outras profissões como a de engenheiro e médico, por exemplo; pelo contrário, há programas governamentais oferecendo salários bastante atrativos para médicos que se candidatarem a trabalhar no interior do Brasil.

Page 12: A origem do professor

RAÍZES HISTÓRICAS DO DESPRESTÍGIO DA PROFISSÃO DOCENTE

No século XIX, período da Regência, surgiu uma classe intermediária na sociedade, formada por indivíduos ligados ao jornalismo, às letras e à política. Foi um período bastante conturbado, pois essa camada possuía uma visão mais crítica da realidade, e percebia o valor da educação como um instrumento de ascensão social. No entanto, o tipo de ensino que essa classe procurava era o mesmo da classe dominante, por ser o único que classificava. Com a presença por doze anos do príncipe regente D. João no Brasil, sensíveis mudanças ocorreram no quadro de instituições educacionais da época, sendo a principal a criação dos primeiros cursos superiores não teológicos da colônia.[4]

Page 13: A origem do professor

RAÍZES HISTÓRICAS DO DESPRESTÍGIO DA PROFISSÃO DOCENTE Na segunda metade do século XIX, o Capitalismo Industrial

engendra a necessidade de fornecer conhecimento a camadas cada vez mais numerosas, seja pelas exigências da própria produção, seja pelas necessidades do consumo que essa produção acarreta. Tornou-se condição de sobrevivência do sistema capitalista industrial ampliar a sua área social de atuação; e isso só é possível na medida em que as populações possuam condições mínimas de concorrer no mercado de trabalho e de consumir. Assim, a educação toma impulso e abrangência.

Pode-se concluir que a dificuldade da profissionalização da profissão docente reside nas mutantes fases e significados que teve a educação no Brasil, ao longo da sua história. Por vezes serviu para cultivar as coisas do espírito, outras vezes alimentou os interesses de ascensão da elite, depois foi “democratizada” para atender aos interesses do Capitalismo Industrial, e atualmente atende aos interesses de uma economia globalizada regulada pelo Mercado.[5]

Page 14: A origem do professor

RAÍZES HISTÓRICAS DO DESPRESTÍGIO DA PROFISSÃO DOCENTE

Em meio a essa rede de interesses está o professor. Nesse quadro é extremamente difícil enxergar a profissão docente com autonomia e poder. A profissão docente tem passado por um processo de proletarização,[6] ao longo da história da educação brasileira, visto que a expansão escolar recrutou uma massa de profissionais sem as necessárias habilitações acadêmicas e pedagógicas. Desta forma, antagonicamente assiste-se à degradação do estatuto, dos rendimentos e do poder/autonomia. A tendência à diminuição da autonomia profissional do professor é reforçada pelas políticas públicas que tendem a separar os atores que planejam dos que executam; isto é, quem elabora os currículos e programas e quem os concretiza pedagogicamente. Tal fato vem desde a educação jesuítica ao transplantar uma cultura intelectual “alienada e alienante”. Junto a isso, mais recentemente, a qualidade do trabalho docente cede lugar à quantidade, devido à intensificação de tarefas administrativas que lhe são cobradas, perdendo-se assim competências coletivas importantes (Apple & Junger, 1990; in Nóvoa, 92, p. 24).

Page 15: A origem do professor

COMO SURGIU A PROFISSÃO NO BRASIL? A educação oficial no Brasil começa em 15 de outubro de 1827,

com um decreto imperial de D. Pedro I, que determinava que "todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras". É por causa desse decreto, inclusive, que o Dia do Professor é comemorado no dia 15 de outubro. A data, contudo, só foi oficializada em 1963.

O acesso à educação, porém, ainda era muito restrito na época do Império. Apenas famílias ricas tinham condições de contratar professores para educar seus filhos. Esses profissionais ou atuavam em escolas privadas ou vendiam conhecimento de forma independente.

Apenas a partir dos anos 30, com o surgimento dos grupos escolares, foi que o ensino público gratuito passou a se organizar e atender mais alunos. Nessa época, o poder público passou a se responsabilizar efetivamente pela educação das crianças. Assim, houve a expansão e interiorização dos grupos escolares e as primeiras escolas de formação superior de professores em licenciaturas surgiram.

Page 16: A origem do professor

COMO SURGIU A PROFISSÃO NO BRASIL? Mas foi somente em 1947, 120 anos após o referido decreto, que ocorreu a primeira

comemoração de um dia dedicado ao Professor.

Começou em São Paulo, em uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como “Caetaninho”. O longo período letivo do segundo semestre ia de 01 de junho a 15 de dezembro, com apenas 10 dias de férias em todo este período. Quatro professores tiveram a ideia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise de rumos para o restante do ano.

O professor Salomão Becker sugeriu que o encontro se desse no dia de 15 de outubro, data em que, na sua cidade natal, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena confraternização. Com os professores Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko, a ideia estava lançada, para depois crescer e implantar-se por todo o Brasil.

A celebração, que se mostrou um sucesso, espalhou-se pela cidade e pelo país nos anos seguintes, até ser oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. O Decreto definia a essência e razão do feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".

Page 17: A origem do professor

DIA DO PROFESSOR EM OUTROS PAÍSES:

Estados Unidos: National Teacher Day - na terça-feira da primeira semana completa de Maio.

World Teachers’ Day - UNESCO e diversos países - 5 de Outubro

Tailândia - 16 de Janeiro

Índia - 5 de Setembro

China - 10 de Setembro

México - 15 de Maio

Taiwan - 28 de Setembro

Argentina - 11 de Setembro

Chile - 16 de Outubro

Uruguai - 22 de setembro

Paraguai - 30 de Abril

Page 18: A origem do professor

OPINIÃO

Acho que um professor deve ensinar a sonhar: a sonhar que o aprendizado que está ministrando pode ser um ótimo companheiro para se obter tudo aquilo que o aluno pensa conseguir em sua vida, que o conhecimento é o caminho do saber, e o saber auxilia no caminho do ter e do ser. Ser professor, mais que uma carreira, eu acredito que seja uma missão, que exige total conhecimento de aptidão e desenvolvimento de competência. (Cesar Romão)

Page 19: A origem do professor

É PROFESSOR... Licenciaturas: os cursos de licenciatura habilitam o profissional a atuar

como professor na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Médio. São cursos superiores de graduação que formam profissionais licenciados em Química, Física, Letras, Matemática, Geografia, Ciências Biológicas e Pedagogia.

Normal Superior: curso superior de graduação, na modalidade licenciatura. Tem por finalidade formar professores aptos a lecionar na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental.

Magistério: não é curso superior, mas de nível médio. Habilita o professor para lecionar na Educação Infantil.

Pedagogia: o curso de Pedagogia é um curso superior de graduação, na modalidade de licenciatura e tem como finalidade formar professores para atuar na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental (até o 5º ano). É aquele professor que assume integralmente o currículo da série. Os cursos de pedagogia também formam profissionais para atuarem na gestão do sistema escolar, mas a prioridade é a formação de professores.

Bacharelado: os cursos de bacharelado não habilitam o profissional a lecionar. São cursos superiores de graduação que dão o título de bacharel. Para atuar como docente, o bacharel precisa de curso de complementação pedagógica. E para lecionar no Ensino Superior exige-se que o profissional tenha, no mínimo, curso de Pós-Graduação Lato Sensu (especialização).

Page 20: A origem do professor

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APPLE, Michael & JUNGCK, Susan. No hay que ser maestro para ensenar esta unidade: la

enseñanza, la tecnología y el control en el aula. Revista de Educación, 291, 1990, pp. 149-172.

ELLIOT, John. Teachers as researchers: implications for supervision and form teacher education. Teachin & teacer education, 6 (1), 1990, pp 1-26.

GINSBURG, Mark B. & SPATIG, Linda. Proletarianization of the professoriate: the case of producing a competency based teacher education program, 1991, (documento inédito).

NÓVOA, Antônio. Formação de professores e formação docente. In: Os professores e a sua formação, do mesmo autor. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1992, p. 15-33.

PERRENOUD, Philippe. A ambigüidade dos saberes e da relação com o saber na profissão de professor. In: Ensinar: agir na urgência, decidir na incerteza, do mesmo autor. Porto Alegre: Artmed Ed, 2001, p. 135-193.

______________. Le rôle d’une initiation à la recherche dans la formation de base des enseignantes. In IUFM: la place de la recherche dans la formation des enseignantes. Paris: INRP, 1991.

ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1997, 19a. edição.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002

 http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/a-profissionalizacao-docente.htm

Page 21: A origem do professor

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.cnte.org.br/index.php/legislação/educacional

portaldoprofessor.mec.gov.br http://www.cesarromao.com.br/redator/

item5020.html http://www.mundovestibular.com.br/articles/

5186/1/Professor---A-Primeira-das-Profissoes/Paacutegina1.html

www.diadoprofessor.com.brwww.unigente.comwww.portaldafamilia.org