a organização social moderna revisado

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A Organização Social Moderna

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A Organização Social Moderna

A modernidade é a busca pela ordem a partir da experiência com a desordem, o caos e as crises que caracterizaram o

processo histórico nos séculos XV e XVI na Europa Ocidental.

Reforma Protestante e Contra-Reforma Católica – Doutrinas militantes cristãs: Calvinismo e os Jesuítas;

Estados Nacionais – Concentração de poder e controle burocrático da realidade;

Grandes Navegações – Geração de riquezas a partir do comércio continental;

Doutrinas Humanistas – crença na possibilidade futura de um “paraíso” terrestre construído pelos homens;

Razão – Controle intelectual da realidade social; capacidade de observar constâncias e universalidades na realidade.

A característica fundamental do conhecimento na modernidade é que ele

deixa de ser dádiva divina e passa a ser projeto humano. Desde então, a

segmentação do mundo, a invenção de fronteiras e a individualização

passaram a ser as fórmulas ideais para a previsão dos eventos, para o

cálculo dos riscos e para o uso produtivo dos objetos e seres. O mundo

isolado e estável dos feudos desintegrou-se diante das grandes navegações,

ou seja, o desenvolvimento do comércio, a centralização do Estado, o

contato com outros povos e culturas, etc. Houve uma nova compreensão

do tempo e do espaço, novos mapas ampliaram a geografia, as distâncias

relativizaram-se e um futuro glorioso, conquistado pelo engenho humano,

foi visto como um ideal alcançável.

A modernidade amplia a percepção do processo

histórico ou diacrônico nas sociedade ocidentais.

Para a pessoa comum o passado pesa em sua

situação de vida, o presente é o momento de realizar

escolhas e o futuro está sempre em aberto. Para as

doutrinas humanistas, o futuro já está determinado

e o passado e o presente são interpretados em

função deste futuro.

A modernidade pretendeu, em seu

desenvolvimento, estabelecer limites claros

e duradouros entre ordem e caos, norma e

exceção, disciplina e indisciplina, normal e

patológico, razão e emoção, etc.

“Os estudos de Michel Foucault nos permitem compreender que a ideia de crise está presente de maneira intrínseca na própria configuração das

instituições modernas e, consequentemente, da própria modernidade na sua forma específica de organização, isto é, a sociedade disciplinar de normalização. Não por acaso, quando se aborda o problema da crise

institucional, aquilo que se espera é a intensificação ou a reestruturação das próprias práticas disciplinares. Para Foucault (1984), portanto, o funcionamento da sociedade disciplinar pressupõe um estado de crise

permanente, visto que a aplicação dos complexos dispositivos disciplinares depende justamente da constatação da falta de disciplina,

isto é, da crise.” (DUARTE; CÉSAR, 2010, 833).

O problema maior da modernidade, ao meu ver, não está na normatização ou na constante reestruturação da norma, mas na

tentativa de dotar a história de um fim particular, em semelhança à vida humana.

As doutrinas modernas envolvem a

incorporação, a inclusão e, em alguns casos,

o banimento daquilo que está fora de sua

ordem. A modernidade é sempre dinâmica e

cumulativa, movimentando-se na

reelaboração do outro.

Bibliografia

DUARTE, André; CÉSAR, Maria Rita de Assis. Hannah Arendt: pensar a crise da educação no mundo contemporâneo. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 3, p. 823-837, 2010.

GUIMARÃES, Rodrigo Belinaso. Sociologia no Ensino Médio: cenários biopolíticos e biopotência em sala de aula. 2012. 282 f. Tese (Doutorado em Educação), Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.

Jornal:

The Economist. 09/07/2016

Imagens:

http://www.wikiart.org/pt/pieter-bruegel-the-elder/the-fight-between-carnival-and-lent-1559-1http://www.historia-brasil.com/mapas/teixeira-1574.htm

http://www.historia-brasil.com/mapas/hondius.htm