a nutricao dos caes nas diversas fases da vida

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  • 8/12/2019 A Nutricao Dos Caes Nas Diversas Fases Da Vida

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    A nutrio dos Ces nas diversas fases da vida

    Os ces h sculos vem acompanhando a espcie humana em seu desenvolvimento,ligado por laos afetivos, como leais companheiros ou at mesmo como fonte de renda. Contudo,apesar dos longos anos de convivncia, o ser humano ainda encontra dificuldades em fornecer oscuidados mnimos necessrios a seus animais. Os ces constituem entre as espcies animaisaquela que maior variao apresenta em seu peso adulto, variando desde as raas miniaturas atas raas gigantes.

    A nutrio a cincia que estuda as necessidades dirias de todos os nutrientesprotenas, gordura, car!oidratos, vitaminas, minerais e gua" sendo que os requerimentosnutricionais variam conforme a idade, o estado fsico e o modo de vida do animal. O o!#etivo fornecer uma dieta !alanceada para uma necessidade fisiol$gica especfica e individual para cadaestgio da vida e a melhora do desempenho animal.

    %ma nutrio adequada um fator determinante para um correto desenvolvimento dofilhote e propicia condi&es para uma e'celente sa(de geral e desempenho futuro. %ma nutrioinadequada, e'cesso ou deficincia de nutrientes pode resultar em altera&es fisiol$gicas,predispondo o organismo animal a srios pro!lemas, como o mau desenvolvimento corporal e mconstituio $ssea, o!esidade e altera&es reprodutivas.

    Mtodos alimentares:

    ) trs mtodos de alimentao* livre escolha, alimentao de tempo controlado, e aalimentao com ra&es controladas. A livre escolha quando h mais alimento do que o animalconsome e sempre disponvel, onde se limpa o prato do animal todo dia e renova+se o alimento. Aalimentao de tempo controlado fornece ao animal mais alimento do que ele consome dentro deum perodo de tempo, geralmente entre +- minutos e depois se retira. A alimentao com raocontrolada administra+se ao animal uma quantidade especfica de alimento, porm inferior aquantia que o co comeria se o alimento no fosse restrito. Am!as alimenta&es so administradasuma ou mais ve/es por dia.

    O mtodo de livre escolha apresenta algumas vantagens como* causa um efeito detranq0ilidade ao am!iente, desestimula a coprofagia, e diminui a agressividade entre os animais.1as tam!m apresenta desvantagens* o co com anore'ia no diagnosticado, principalmentequando possui mais de um cachorro, outro pro!lema que o co pode vir a ficar o!eso. 2ssemtodo pode ser variado entre os ces, pois alguns comem em pequenas refei&es vrias ve/es

    ao dia, enquanto outros comem uma grande refeio uma ve/ ao dia. 3ecomenda+se que se#autili/ada em filhotes que # alcanaram 45 de peso adulto, prevenindo doenas esquelticas.A alimentao com refei&es controladas o melhor mtodo, pois permite ao criador um

    alto grau de controle so!re a dieta do animal. 2sse mtodo permite que o proprietrio acompanheo consumo alimentar do animal e o!serve qualquer alterao na ingesto ou comportamentoalimentar. A desvantagem que requer mais tempo e conhecimentos do criador, normalmente essepro!lema ocorre quando h um grande n(mero de animais.

    Animais alimentados somente durante a noite suplicam alimento o dia todo e so inquietos,e os que so alimentados durante a manh suplicam #anta e choram durante a noite, portanto paraminimi/ar esses pro!lemas o melhor uma alimentao pela manh e uma pela noite que tam!mprevine a dilatao gstrica aguda e v$lvulos e tor&es.

    2vitar aperitivos e restos, o e'cesso desses alimentos resulta em dieta inadequada,des!alanceada, e o!esidade. 2vitar doces, ossos pequenos, ossos de galinha, pois podem

    acomodar+se na !oca ou no trato gastrintestinal, e que!rar os dentes.A dieta apropriada rica em fi!ras, pois aumenta a quantidade gastrintestinal e diminui adensidade cal$rica tendo como desvantagem a quantidade de fe/es produ/idas em maiorquantidade, mas vantagem no tratamento da coprofagia. Os car!oidratos fornecem energia. 2 osprincipais minerais so o clcio e o f$sforo que so (teis nas ossifica&es e formao de dentes. Adeficincia de nutrientes comum em ces alimentados com dietas po!res, inadequadas oucaseiras.

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    Tipos de raes:2'istem vrios tipos de alimentos comerciais como* seca, semi+(mida, e (mida. A rao

    enlatada (mida" rica em calorias e gorduras, usualmente 6+6-5 de gua, portanto uma raodes!alanceada. A rao semi+(mida tem 5 gua e alto nvel de sal e a(car para a preservao.2 a rao seca tem somente 4+775 gua apresenta a mesma qualidade de ingredientes que osoutros tipos, mais econ8mica, fceis de usar e arma/enar, mais !arata, palatvel, menos odor emuito melhor para o co porque os animais que se alimentam de rao seca apresentam menosdesarran#o intestinal, diarria ou constipao, menos pro!lemas com ganho de peso e a#uda nocontrole de placas dentrias. 9 importante administrar gua fresca, para reidratar a digestoestomacal, principalmente de animais que comem rao seca. As ra&es comerciais soformuladas para conter a quantidade adequada de nutrientes quando proporciona ao animal umaquantidade de alimento adequada as suas e'igncias nutricionais, portanto quando os proprietriosoptam pela comida caseira, deve+se ter a preocupao de assegurar que a dieta se#a completa eequili!rada e que seu teor nutricional e ingredientes se#am sempre os mesmos.

    A cadela lactante:A fmea lactante deve rece!er todos os nutrientes na sua dieta, pois o leite a principal

    fonte alimentar para os filhotes ap$s o nascimento. 3ecomenda+se fornecer um alimento dequalidade, incluindo altssima palata!ilidade para estimular a alimentao, alta digesti!ilidade pararedu/ir o volume e alto teor energtico, sendo administrado atravs de vrias pequenas refei&es

    dirias, proporcionando condi&es para a produo de leite suficiente, atendendo a demanda dosfilhotes nas primeiras trs semanas de idade.

    :urante a lactao h um aumento da necessidade energtica e de outros nutrientes,portanto, recomenda+se um alimento e'tra e de !oa qualidade durante esse estgio da vida. Ocar!oidrato um componente indispensvel. ) alguns cuidados que devem ser seguidos durantea amamentao como* oferecer uma dieta altamente digestvel e rica em nutrientes, fornecer aquantidade adequada de calorias para prevenir uma e'cessiva perda de peso, administrar de duasa trs ve/es a quantidade de alimento necessria ; manuteno durante a lactao, no auge daamamentao optar pela dieta de livre escolha e dar pequenas quantidades de alimentos vriasve/es ao dia, gua limpa e fresca sempre a disposio, e ap$s h quarta semana redu/irlentamente a quantidade de comida oferecida ; cadela.

    O conte(do de lactose do leite de vaca quase trs ve/es maior que o da cadela. 2 o leiteda vaca contm 75 a menos de protena do que o da cadela. O leite da cadela possui alto teor

    de gordura e protena, sendo assim o seu valor energtico duas ve/es maior. as primeiras 7? horas de vida, o filhote rece!e o colostro, este fornece nutrientes, gua,

    fonte de crescimento, en/imas digestivas e imunoglo!ulinas materna, importantes para ocrescimento e desenvolvimento fetal. >as +- primeiras semanas de vida, o filhote amamentado,rece!endo somente o leite materno, e apresenta 75 ganho de peso por dia. @e a amamentaono adequada, o neonato apresenta choro constante, preguia e perda de ganho de peso.

    O leite materno melhora a a!soro de nutrientes, controla o crescimento edesenvolvimento neonatal, e au'ilia na coloni/ao de epitlios com !actrias !enficas. Aamamentao m'ima do filhote, ou se#a, quando ele mais mama ocorre por volta da terceira ou

    quarta semana ap$s o parto e segue+se a introduo de uma dieta s$lida ou semi+s$lida para osfilhotes. Ap$s h quarta semana, a quantidade de leite consumida pelos filhotes diminu e aumentagradualmente a ingesto de alimentos s$lidos.

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    A nutrio no desmame:O desmame deve ocorrer por volta de seis semanas de idade. O desmame precoce ou

    separao prvia da me, pode levar a m nutrio ou in(meros pro!lemas comportamentais maistarde, portanto recomenda+se o desmame completo quando o filhote estiver com no mnimo Dsemanas e o contato com humanos # tenha sido esta!elecido. Caso a ninhada apresente umcrescimento lento, recomenda+se o uso do su!stituto de leite. 2ssa mudana deve ser gradual.

    A nutrio no desmame reali/ado da seguinte maneira* um mingau grosso, ou se#a, umamistura feita com comida seca misturado com trs partes de gua ou duas partes de comidaenlatada com uma parte de gua. O mingau colocado em um prato raso ou fora+se ;alimentao usando uma seringa. O filhote encora#ado a lam!er, ou o alimentador coloca o dedono mingau e depois dentro da !oca do filhote. Assim que o animal esta comendo o mingau,gradualmente redu/ a gua, at que esta se#a totalmente eliminada. 2 introdu/ o alimento secocom seis semanas de idade.

    >o desmame recomenda+se vrios refei&es dirias. 2m cada alimentao o filhote rece!e7+? minutos para alimentar+se e ento se remove a comida. Ap$s os seis meses para raaspequenas e mdias e nove meses para raas grandes e gigantes o ideal duas refei&es diriasem horrios regulares.

    O desafio da alimentao de crescimento dos filhotes fornecer energia adequada enutrientes essenciais e evitar a ta'a de crescimento rpido. %ma alimentao de crescimentoapropriada fornece nutrientes adequados e energia em volumes que podem ser facilmente

    consumidos pelo filhote. @uplementao com carne, restos de refei&es ou outros itens no recomendado, porque provavelmente causam uma nutrio deficiente ou e'cesso, ou am!os. 9importante que um !om alimento formulado com !oa qualidade para filhotes se#a administradodiariamente com intervalos regulares e que tenha gua fresca e limpa na tigela todo o tempo.

    Cuidados nutricionais dos filhotes em crescimento:O crescimento do filhote inclui manuteno necessria similar ao adulto, energia e

    su!stratos necessrios para o crescimento tecidual rpido. Caso a ta'a de crescimento se#a lentah uma deficincia nutricional. >a fase do crescimento o veterinrio deve avaliar o animal, pesocorp$reo, condio corporal, a dieta, e o mtodo alimentar.

    O o!#etivo da alimentao atender ao crescimento comple'o, a interao entrenutrientes, gen$tipo, meio am!iente, horm8nios e receptores, portanto necessrio administraruma dieta adequada. ) alguns o!#etivos a serem seguidos, como* a dieta deve conter uma

    correta quantia e equil!rio de nutrientes de modo que suporte todas as fun&es corp$reasnormais, ser palatvel e digestvel para encora#ar o consumo adequado, a alimentao devepermitir o desenvolvimento normal do filhote, a sua atividade e a sua sa(de, o crescimento deveser alcanado em uma ta'a que permita que o filhote manifeste o seu potencial gentico, sendoassim os ossos longo so capa/es de crescer longitudinalmente antes do fechamento dos discosepifisrios.

    Alimento de alta digesti!ilidade h ma'imi/ao do uso de nutrientes consumidos. Oalimento digestvel e com !oa densidade energtica essencial para o crescimento animal, pois osces em crescimento necessitam de mais nutrientes, pois possuem uma capacidade digestivamenor, !oca menor, dentes menores e consomem menores quantidades de alimentos.

    %m sinal importante de sa(de do filhote o adequado ganho de peso corporal. As dietascomerciais so ideais e devem ser administradas at que o filhote alcance B5 do peso adulto. Osalimentos de difcil mastigao mantm o f ilhote entretido e melhora a sa(de dos dentes, e'ercita a

    gengiva e limpa os dentes. @ugere fornecer gua a vontade, porque o animal no pode perdermais do que 75 de sua gua corp$rea. 2ste o nutriente mais importante.3ecomendam+se duas refei&es dirias, permitindo que o filhote alimente+se

    apro'imadamente por ? minutos para comer a quantidade dese#ada. A suplementao comcarnes, restos, ou quaisquer outros itens podem gerar um desequil!rio nutricional ou at mesmouma alimentao seletiva, ou se#a, o animal pode apresentar alguma restrio nutricional. Osfilhotes em crescimento requerem duas ve/es mais energia por unidade de peso corp$reo do queos ces adultos. Os ces requerem energia para o crescimento rpido, termoregulao emanuteno.

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    Cuidados nutricionais dos rfos:A morte da me ap$s nascimento dos filhotes, fmeas doentes, ou que a!andonam a cria,

    instintos maternos pouco desenvolvidos, filhotes grandes, so as causas de filhotes $rfos. )duas possi!ilidades para cuidar do filhote, a primeira a su!stituio da me ausente por outra emestgio de lactao apropriado, esfregando os recm+nascidos com um pano com o cheiro da meadotiva e da secreo de seus filhotes, se isso no for eficiente o proprietrio deve su!stituir asfun&es da me como* nutrio, manuteno da temperatura corp$rea, e estmulos que garantama reali/ao das fun&es vitais dos recm+nascidos.

    A alimentao pode ser de forma artificial, atravs do fornecimento de leite com formulaopreesta!elecida. As f$rmulas comercialmente preparadas so preferidas para a alimentao defilhotes $rfos, mas as f$rmulas caseiras tam!m podem ser utili/adas.

    Os filhotes $rfos devem ser alimentados ve/es por dia, com a f$rmula quente e semprecom o material limpo. :epois de alimentados o a!dome fica dilatado, o alimento suficientequando satisfa/ o apetite do $rfo.

    as primeirassemanas de vida, ap$s alimentao deve+se fa/er o animal soluar, lavar a rea genital com guaquente e algodo (mido para estimular mico e defecao.

    A alimentao do filhote $rfo mais utili/ado o tu!o alimentar, utili/a+se um tu!o infantiln(mero para filhotes pesando menos do que -g e o n(mero 6+7 acima de -g. O

    comprimento do tu!o vai da narina at a (ltima costela do animal.A !oca do animal a!erta levemente, com a ca!ea do animal na posio de

    amamentao, introdu/ o tu!o alimentar, caso sinta uma o!struo ou tosse significa que o tu!oest na traquia, e se continuar a in#etar o alimento, o animal apresenta pneumonia aspirativa ouse sufoca. @e isso no ocorrer, o tu!o est no, local certo, portanto lentamente administra+se o leitepor um perodo de ? minutos para permitir o enchimento lento do est8mago. O tu!o retrocedidoap$s administrao de metade da refeio, o animal arrota e insira novamente o tu!o e o resto darefeio, ento o animal arrota novamente, estimula mico e defecao, e o a!dome fica redondoe cheio. @e ocorrer regurgitao do leite, o tu!o retirado, interrompe+se a alimentao at apr$'ima refeio. Alimentao e'agerada uma causa comum de diarria em ces $rfos.

    Euando o filhote $rfo estiver entre trs e quatro semanas de idade introdu/ a alimentaos$lida, e gua sempre ; vontade, permitindo que o animal acostume+se a mastigar e deglutiralimento s$lido possi!ilitando que seu conduto gastrintestinal adapte+se ao novo alimento, e com

    seis ou sete semanas de idade o filhote s$ consome alimento seco normal para ces. A partir daterceira semana deve+se oferecer alimentos enlatados de !oa qualidade so/inhos ou associadoscom o su!stituto do leite. O desmame no deve ocorrer at os filhotes atingirem D semanas deidade.

    Alguns cuidados devem ser seguidos para a alimentao do filhote $rfo como*proporcionar um am!iente clido e limpo, ao a!rigo das correntes de arma/enamento, aliment+loscom um su!stituto do leite e estimar a quantidade correta de preparado, !aseando+se no peso eidade do animal, dividir a alimentao em quatro ou cinco refei&es dirias. Alimentao commamadeira ou sonda e pesar os $rfos regularmente, uma ve/ por dia, na primeira semana e duasa trs ve/es por semana nas seguintes, comear com o alimento semi+s$lido as trs ou quatrosemanas de idade, mudar para alimento seco para animais ;s seis semanas de idade.

    Roberta Todisco Genaro

    robertaenaro!terra"com"br

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