a natureza da realidade pessoal - seth

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  • 7/28/2019 A Natureza Da Realidade Pessoal - Seth

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    Estou orgulhosa de publicar este livro com meu prprio nome, embora nocompreenda plenamente a mecnica de sua produo nem a natureza de personalidadeque assumo ao transmiti-lo. No trabalhei nele conscientemente. Apenas entrei em transeuma vez por semana, falei mediunicamente por Seth, ou como Seth, e ditei as palavras ameu marido, Robert Butts, que as escreveu.

    Considero o livro como meu, uma vez que no acredito que pudesse ter sidoescrito sem mim e minhas aptides particulares. Por outro lado, compreendo que hmuitas outras coisas envolvidas. Precisei, por exemplo, ler o manuscrito para descobrir oque havia nele e, nesse sentido, o livro no parece ser meu. O qu, porm, significa isso?

    Minha idia a seguinte: Nossa orientao costumeira focaliza-se quase queexclusivamente naquilo que consideramos o mundo real, mas existem muitasrealidades. Mudando nossa conscincia, podemos vislumbrar essas realidades alternadase todas elas so a aparncia que a Realidade toma em determinadas condies. No creioque possamos, necessariamente, descrever uma em termos de outra.

    Durante anos estive confusa, tentando definir Seth no mundo dos conceitos deverdadeiro e falso, onde ele aceito como um esprito independente os espiritualistasconsideram-no um esprito-guia, e a comunidade cientfica o v como alguma porodeslocada de minha prpria personalidade. Eu no podia aceitar qualquer dessas idias,pelo menos no sem nuances.

    Se eu dissesse: Olhe aqui, gente, eu no acho que Seth seja um esprito do modoque vocs pensam, isso seria ento interpretado como um reconhecimento de que Sethera apenas uma poro de minha personalidade. Algumas pessoas acharam que eu estava

    tentando diminuir Seth ou negando a elas ajuda de um super ser quando pensavam que,finalmente, haviam encontrado um.

    Na verdade, acho que os eus que conhecemos na vida normal so apenas arealizao, tridimensional de outros eus-fonte dos quais recebemos nossa energia e vida.A realidade desses eus no cabe dentro da estrutura do ser humano, mas manifesta-seatravs da nossa individualidade atual.

    A designao esprito-guia pode ser uma representao simblica convenientedessa idia, e no estou dizendo que os guias espirituais no existam. Estou dizendo que a

    idia merece um exame mais profundo, pois o esprito-guia pode representar algo muitodiferente do que pensamos. A idia pode tambm ser limitadora, caso coloquemossempre o conhecimento revelado fora de ns e procuremos tornar literais algunsfenmenos que podem estar alm de tal interpretao.

    Enquanto tentava definir Seth dessa forma e me perguntava se ele era ou no umesprito-guia, fiquei isolada, at certo ponto, de sua realidade maior, que existe emtermos de um vasto poder imaginativo e criativo, maior que o mundo dos fatos e que no

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    pode ser encerrada nele. A personalidade de Seth bem observvel em nossas sesses,por exemplo, mas a fonte dessa personalidade, no. Com respeito a este assunto, aorigem de qualquerpersonalidade misteriosa e no aparente no mundo objetivo. Meutrabalho ampliar as dimenses de tal mundo e os conceitos das pessoas sobre ele.

    Os livros de Seth podem ser o produto de outro aspecto dimensional de minhaprpria conscincia, no focalizado nesta realidade, mais alguma outra coisa intraduzvelem nossos termos, sendo Seth uma grande criao psquica mais real do que qualquerfato. Sua existncia pode estar simplesmente em uma ordem de eventos diferentedaquela com a qual estamos acostumados.

    No estou dizendo que no devamos aplicar o que aprendemos no mundohabitual. Com toda essa certeza estou fazendo isso, e Seth escreveu este livro para ajudaras pessoas a lidarem mais eficazmente com seu dia-a-dia. Estou insistindo que devemosser muito cuidadosos a respeito de interpretaes literais, com o risco de limitarmos umfenmeno multidimensional ao prende-lo a um sistema de fatos tridimensionais.

    Freqentemente ns compreendemos mais atravs da intuio e da emoo doque por deduo intelectual. Tentar definir o conhecimento revelado, ou um Seth, emtermos de nossas idias limitadas sobre a personalidade humana, como tentar traduzir,digamos, uma rosa como nmero 3, ou tentar explicar uma pessoa em termos de outra.

    O engraado que uma personalidade no focalizada em nossa realidade podeajudar as pessoas a viverem mais eficaz e alegremente neste mundo, mostrando-lhes queoutras realidades tambm existem. Neste livro, Seth est dizendo que voc pode mudarsua experincia, alterando suas crenas a respeito de si mesmo e da existncia fsica.

    Para mim, o Material de Seth j no um manuscrito contnuo de teoriasfascinantes a serem julgadas em relao realidade. De uma forma estranha, ele tomouvida. Os conceitos existentes dentro dele vivem. Eu os vivencio e, por esse motivo, minharealidade pessoal expandiu-se. Comecei a ter vislumbres das dimenses interioresmaiores, das quais emerge nossa vida comum, e a familiarizar-me com outros mtodosalternativos de percepo, que podem ser usados no apenas para ver outros mundos,mas tambm para ajudar-nos a lidar mais eficazmente com este.

    Enquanto Seth estava produzindo este livro, minha prpria vida foi enormemente

    enriquecida de maneiras inesperadas. Experincias freqentes do tipo psicodlicoacompanharam o material editado por Seth, e minhas prprias habilidades criativas epsquicas desenvolveram-se em reas inteiramente novas.

    Pouco antes de Seth comearA Natureza da Realidade Pessoal: Um Livro de Seth,por exemplo, encontrei-me entrando em uma nova aventura que chamo dedesenvolvimento sumari. Sumari refere-se a uma famlia de conscincia quecompartilha certas caractersticas gerais. H uma linguagem envolvida que no uma

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    linguagem nos termos usuais. Acredito que ela atua como uma estrutura psicolgica epsquica que me liberta da referncia verbal comum, permitindo-me expressar ecomunicar sentimentos e dados interiores que esto imediatamente abaixo do padro dapalavra formalizada.

    O desenvolvimento sumari foi se expandindo enquanto Seth produzia este livro.Agora, h vrios estados de conscincia envolvidos. Em um, escrevo poesia sumari, e emoutro, traduzo o que escrevi. Em um nvel diferente eu canto canes sumaris, mostrandoconhecimentos e realizaes musicais muito alm de meus talentos e formao. Os cantostambm podem ser traduzidos, mas sua comunicao em nvel emocional, sejam aspalavras entendidas ou no. Em outro estado de conscincia, recebo material que deverepresentar remanescentes de antigos manuscritos do Speaker-Orador (esses tambm sotraduzidos mais tarde). Seth define os Speakers como professores, tanto fsicos como no-fisicos, que constantemente interpretam e, comunicam conhecimento interior atravs dostempos. Meu marido tambm escreveu em sumari, mas preciso traduzir para ele.

    Enquanto Seth continuava ditandoA Natureza da Realidade Pessoal, escrevi ummanuscrito completo de poesias, Dialogues of the Soul and Mortal Self in Time (Dilogosda Alma e do Eu Mortal no Tempo), no qual resolvi muitas de minhas prprias crenasatravs de sugestes que Seth ia fazendo em seu livro. Isso levou a outro grupo depoemas, The Speakers. Para mim, tudo isso significa que existe uma rica veia decriatividade e conhecimento disponvel a cada um, de acordo com suas habilidades, logoabaixo da superfcie da conscincia normal. Acredito que ela faa parte de nossa heranahumana, acessvel, at certo ponto, a qualquer pessoa que explore as dimensesinteriores da mente.

    Dialogues of the Soul and Mortal Self in Time, The Speakers e algumas poesiassumaris esto sendo reunidos em um livro que ser publicado brevemente e queconsidero parceiro deste. Mostra o que estava acontecendo em minha realidade pessoalenquanto Seth escrevia seu livro sobre o assunto, e revela como o mpeto criativo seespalha por todas as reas da personalidade. Seth refere-se com freqncia aos poemas es experincias que lhe deram origem. Muitos destes eventos ocorreram enquanto eutentava compreender a relao entre seu mundo e o meu, e a ligao entre a experinciainterior e a exterior.

    Alm disso, porm, enquanto Seth ditava este livro, eu tambm de repente me

    encontrei escrevendo um romance, The Education of Oversoul 7, que foi produzido maisou menos automaticamente. Oversoul Seven, o principal personagem, atingiu seu prpriotipo de realidade. Eu dizia mentalmente: Okay, Seven, vamos ver o prximo capitulo, el estava, to rapidamente quanto eu conseguia escrever. Pores do livro tambm mechegaram em sonhos.

    Sei que Seven e seu professor, Cyprus existem em certos termos, contudo arealidade deles no pode ser explicada no mundo usual dos fatos, por exemplo; o

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    romance inclua muitos poemas sumaris e pores dos manuscritos do Speaker; e quandoeu canto sumari, identifico-me com Cyprus, que deve ser um personagem de fico.Descobri que poderia tambm me sintonizar com Seven para ser ajudada em meusdesafios pessoais.

    Adoro entregar-me totalmente, usando minhas habilidades to livremente quantopossvel. Contudo, com a mesma fora, muitas vezes me escandalizo intelectualmentecom os prprios eventos que intuitivamente me intrigam, ou com as interpretaes quelhes so dadas. De nada adianta fingir o contrrio, e acho que h uma boa razo para estamescla de intuio e intelecto, que s vezes no deixa de ser inquietante.

    Estou aprendendo que ambos os elementos so importantes em meus trabalho eno de Seth. E talvez minha prpria recusa em aceitar respostas superficiais me leve apesquisar com tal intensidade, sendo responsvel, de certa forma, por eu produzir umSeth em vez de um Chapeleiro Louco.

    A revelao sumari, juntamente com as experincias ligadas a Education ofOversoul 7eA Natureza da Realidade Pessoal, suscitaram tantas perguntas que fuiforada a buscar uma estrutura maior para compreender o que estava acontecendo.Como resultado, estou trabalhando em um livro chamadoAspect Psychologyque, espero,apresentar uma teoria da personalidade suficientemente ampla para conter a natureza eas atividades psquicas do homem. Neste livro, Seth refere-se aAspects, como ochamamos, que deve ser publicado em 1975.

    Entrementes, tudo que posso dizer isto: Vivemos em um mundo de fatos fsicos,mas esses fatos brotam de um campo mais profundo de criatividade e, em um sentido

    real, os fatos so fices que se tornam vivas em nossa experincia. Tudo so fatos. Seth,ento, um fato, tanto quanto eu e voc, e de uma forma estranha ele caminha emambos os mundos. Espero queAspects tambm cubra o mundo dos fatos e as ricasrealidades interiores das quais eles vm, pois nossa experincia inclui ambos.

    A Natureza da Realidade Pessoalno apenas enriqueceu minha vida criativa comodesafiou minhas idias e crenas. Concordo plenamente com os conceitos aquiapresentados por Seth, embora compreenda que so contrrios a muitos dogmasreligiosos, sociais e cientficos comumente aceitos. Certamente este livro a resposta atodos que escreveram pedindo ajuda e aplicaram as idias de Seth em seu dia-a-dia, e

    estou certa de que ir ajudar muita gente a lidar com os eventos e problemas variadosque enfrentam na vida diria.

    A idia principal de Seth que criamos nossa realidade pessoal por meio de nossascrenas conscientes a respeito de ns mesmos, dos outros e do mundo. Segue-se a isto oconceito de que o ponto de poder est no presente, no no passado desta vida ou dequalquer outra. Ele salienta a capacidade do indivduo de agir conscientemente, e fornece

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    exerccios excelentes destinados a mostrar a cada pessoa como aplicar essas teorias aqualquer situao.

    A mensagem clara: No estamos merc do subconsciente nem impotentesdiante de foras que no podemos compreender. A mente consciente dirige a atividade

    inconsciente e tem sua disposio todos os poderes do eu interior. Esses so ativados deacordo com nossas idias sobre a realidade. Ns somos deuses escondidos na criaturahumana, diz Seth, com a habilidade de formar nossa experincia ao trazermos para arealidade nossos pensamentos e sentimentos.

    Seth mencionouA Natureza da Realidade Pessoalpela primeira vez na Sesso 608,em 5 de abril de 1972, pouco depois de Rob e eu terminarmos a leitura das provas de seulivro anterior, Seth Speaks: The Eternal Validity of the Soul. Na verdade, ele comeou aditar em 10 de abril de 1972, mas nossa realidade pessoal foi subitamente perturbadapela enchente causada pela Tempestade Tropical Agnes. Por causa disso, como vero nasnotas de Rob, o trabalho do livro foi adiado por algum tempo.

    Seth muitas vezes usa episdios de nossas vidas como exemplos especficos dequestes maiores, e nossas experincias com a enchente serviram como ponto de partidapara ele falar sobre crenas pessoais e calamidades. Em vrios outros casos, ele tambmusou situaes de nossa vida como base para o material uma reviravolta suriosa.

    Desde os primeiros dias de nossas sesses, que comearam no final de 1963, Sethsempre me chamou de Ruburt, e Rob, de Joseph, dizendo que esses nomes referem-se anossos eus maiores, dos quais saram nossas identidades atuais. Ele continua a fazer issoneste livro.

    Como sempre, Rob metodicamente registra cada sesso em sua prpria verso detaquigrafia e depois a datilografa. Isso muito mais fcil e rpido do que gravar cadasesso e depois datilograf-la. Periodicamente, Rob marca os horrios a fim de mostrarquanto tempo Seth leva para transmitir uma determinada mensagem. O prprio Seth ditaas palavras que devem ser grifadas ou postas entre parnteses. Muitas vezes ele indica acolocao de vrgulas e outras pontuaes.

    Este livro deve ajudar o leitor a compreender a natureza da experincia pessoal eusar tal conhecimento para tornar sua vida diria mais criativa e agradvel.

    Jane Roberts Elmira, Nova York (6 de novembro de 1973)

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    INTRODUO DE ROBERT F. BUTTS

    Minha mulher, Jane Roberts, escreveu a introduo ao livro A Natureza daRealidade Pessoal em novembro de 1973. agora aqui estou, quase 32 anos mais tarde,

    escrevendo minha prpria Introduo ao mesmo livro!

    Eu considero muito bem-vinda a incrvel e evocativa oportunidade de escrever estaIntroduo, em ambos os casos os nveis de minha psique-consciente e inconsciente.

    Eu estou mais do que feliz em contribuir com esta traduo de Realidade Pessoal(como Jane e eu logo viemos a chamar o livro) para a lngua portuguesa. certamente umprivilgio que eu no havia previsto, mas eu no posso faz-lo com a mesma intensidadeque minha esposa: mais do que qualquer outra pessoa, ela sabia o que desejava debaterneste livro. Este o segundo (depois de Seth Speaks) da srie de 9 livros sobre Seth queela ditaria nos prximos 25 anosaquela essncia de personalidade energtica pelaqual ela falava em um estado dissociado ou de transe. Ela tambm escreveu outros 14livros sobre temas s vezes relacionados a este, incluindo autobiografia, poesia e fico.

    At agora, vrios livros de Jane foram traduzidos para 15 idiomas. Cartas daquelesque ela ajudou atravs de Seth ainda chegam de todas as partes do mundo, e eu respondoa cada uma da melhor maneira que posso. Desde a morte de Jane, deixar que outraspessoas conheam o Material de Seth tornou-se uma paixo amorosa em minha vida. Euainda estou publicando livros do grande volume da obra que ela criou, que totalizarammais de 16.000 pginas datilografadas.

    Meu objetivo, no qual sou ajudado por minha querida segunda esposa, Laurel, conseguir publicar todo o material de Seth e informaes afinspara registro, por assimdizer, do legado de Jane no somente para agora,mas tambm para o futuro. Vrioseditores dedicados esto me ajudando nessa tarefa de longo prazo, e eu lhes sourealmente grato. O Matria de Seth tambm est arquivado na biblioteca da Universidadede Yale, uma das instituies lderes de ensino nos Estados Unidos, aberta ao pblico. Euainda estou incrementando a coleo como chamada, e incluirei esta traduo tologo for publicada. O Material de Seth atrai visitantes de vrios pases.

    PREFCIO DE SETHA FABRICAO DA REALIDADE PESSOAL

    SESSO 609, 10 DE ABRIL DE 1972, 21H29, SEGUNDA-FEIRA(Jane mencionou, algumas semanas atrs, que Seth, sua personalidade quando em transe,logo iniciaria mais um livro. A idia lhe viera mente certa noite, logo depois do jantar.Ns no havamos levado a coisa muito a srio, pois acabramos de fazer a reviso doprimeiro livro de Seth, Seth Speaks: The Eternal Validity of the Soul, * no ms anterior,

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    certamente no estvamos preparados para o fato de que ele era bem capaz de lanaroutro projeto to rapidamente. Nem Jane havia pensado conscientemente sobre umassunto ou ttulo para qualquer livro futuro de Seth.

    (Contudo, na reunio regular de ltima quarta-feira, Seth confirmou as previses dela

    mas sem marcar uma data.

    (Agora, ruburt [como Seth chama Jane] est muito certo. Estamos nos preparando paraoutro, mas antes eles precisam de um perodo de descanso.

    (Os livros automaticamente unificam o material e apresentam-no dentro de uma certaestrutura... Como agora j sabem, um tempo considervel necessrio para a preparaodas notas, e por isso estou esperando um pouco.

    (Ruburt percebeu isso muito claramente e, como sempre, fica imaginando sobre o quevou escrever e que tipo de livro vai sair. O livro pode ser transmitido normalmente e emalarde no decorrer das sesses regulares, ampliando seu prprio conhecimento e deoutras pessoas. Sugiro um formato muito simples; sempre o menos complicado possvelem relao sua parte mecnica. Voc entende?

    (Sim, eu respondi, e Seth passou a tratar de outros asuntos pelo resto da noite.

    (Ao nos sentarmos para a sesso desta noite, Jane disse: Bem, Seth est pronto e eu sintoo impulso para trabalhar. Talvez ele comece seu livro... Ela no estava falando sobre oassunto particularmente ou pelo menos eu no lembro de ouvi-la falar muito sobre ele.

    (A energia do comando de Jane ainda me impressiona, especialmente quando eu pensoque ela pesa menos de 50 quilos. Com sua permisso, Seth pode manifestar-se com muitovigor. A transmisso dela, entretanto, era agora mediana. Com isso quero dizer quequando ela fala por Seth, sua voz tem um registro mais baixo, fica um tanto mais forte eadquire a pronncia e o ritmo caractersticos, mas singulares, de Seth. Jane tirou os culose colocou-os sobre a mesa que nos separava. No momento seguinte,seus olhos muitomais escuros,ela estava em pleno transe.)

    (Boa noite, Seth.)

    Chamaremos o assunto deste dia de A Construo da Realidade Pessoal.

    A experincia produto da mente, do esprito, dos pensamentos e sentimentosconscientes, como tambm dos pensamentos e sentimentos inconscientes. Juntos, elesformam a realidade que voc conhece. Raramente, contudo, fica merc de umarealidade que existe separada de voc, ou que lhe seja imposta. Voc est tointimamente ligado aos eventos fsicos que compem sua experincia de vida, quegeralmente no consegue distinguir entre as ocorrncias aparentemente materiais e os

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    pensamentos, expectativas e desejos que lhes do origem.

    Se em seus pensamentos mais ntimos existem caractersticas fortemente negativas, e seelas formam barreiras entre voc e uma vida mais plena, em geral olha por entre asbarreiras, sem v-las. At que elas sejam reconhecidas, constituem impedimentos.

    Mesmo os obstculos tm uma razo de ser. Se eles forem seus, cabe a voc reconhec-los e descobrir a razo de sua existncia.

    Seus pensamentos conscientes podem ser grandes indcios na revelao dessasobstrues. Voc no est to familiarizado com seus prprios pensamentos comoimagina. Eles podem escapar-lhes como gua atravs de seus dedos, carregando com elesnutrientes vitais que se espalham pelo panorama de sua psique e todos, com muitafreqncia, carregando barro e lama que bloqueiam os canais da experincia e dacriatividade.

    Um exame de seus pensamentos conscientes lhe revelar muita coisa sobre o estado desua mente interior, suas intenes e expectativas, e muitas vezes o levar a umaconfrontao direta com desafios e problemas. Seus pensamentos, se estudados,permitiro que voc veja para onde est indo. Eles apontam claramente para a naturezados eventos fsicos. O que existe fisicamente existe primeiro no pensamento e nosentimento. No h outra regra.

    (9h40) Voc tem uma mente consciente por um bom motivo. No est merc deimpulsos inconscientes, a menos que neles consinta conscientemente. Seus sentimentos eexpectativas atuais podem sempre ser usados para verificar seu progresso. Se no gostade sua experincia, precisa alterar o tipo de mensagem que est enviando, por meio de

    seus pensamentos, a seu prprio corpo, a seus amigos e associados.

    Cada pensamento tem um resultado (em seus termos). O mesmo tipo de pensamento,habitualmente repetido, parecer ter um efeito mais ou menos permanente. Se vocaprecia os efeitos, raramente examina o pensamento. Caso se encontre assoberbado pordificuldades fsicas, entretanto, comear a imaginar o que est errado.

    s vezes voc culpa outras pessoas, ou sua criao, ou uma vida anterior, caso aceite areencarnao. Pode responsabilizar Deus ou o demnio, ou simplesmente dizer: Assim a vida, e aceitar a experincia negativa como uma coisa que lhe necessria.

    Finalmente, poder chegar a um meio-entendimento da natureza da realidade elamentar-se: Acredito que causei essas coisas negativas, mas sou incapaz de reverte-las.

    Se esse for o caso, ento, independentemente do que voc disse a si mesmo at agora,ainda no acredita ser o criador de sua prpria experincia. Assim que reconhecer essefato, comear imediatamente a alterar as condies que causam seu destino deinsatisfao.

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    (Pausa de um minuto s 9h49) Ningum o fora a pensar de uma forma particular. Nopassado, voc pode ter apreendido a considerar as coisas de maneira pessimista. Pode atsupor, como fazem muitos, que o sofrimento enobrece, que um sinal de profundaespiritualidade, uma marca que o separa dos outros, uma roupagem mental necessria

    aos santos e poetas. Nada poderia estar mais longe da verdade.

    Toda conscincia tem em si mesma o mpeto profundo e permanente de usar suashabilidades plenamente, de expandir sua capacidade, de aventurar-se com alegria paraalm das barreiras aparentes de sua prpria experincia. A conscincia existente nas maisnfimas molculas, grita contra qualquer idia de limitao. Elas anseiam por novas formase experincias. Cada tomo, ento, procura conscientemente unir-se a novas estruturas esignificativas. Eles fazem isso instintivamente.

    O homem foi investido (e investiu a si mesmo) de uma mente consciente para dirigir anatureza, o molde e a forma de suas criaes. Todas as aspiraes profundas e motivaesinconscientes, todos os impulsos silenciados surgem da aprovao ou desaprovao damente consciente e esperam sua orientao.

    Somente quando abdica de suas funes que ela pode deixar-se controlar pelaexperincia negativa. Somente quando recusa responsabilidade, pode finalmente ficar merc aparente de eventos sobre os quais parece no ter qualquer controle.

    Agora podemos fazer um intervalo.

    (Obrigado)

    (10h, Jane saiu facilmente do transe. Tenho a sensao, disse ela, de que esse foi oincio do Captulo Um. Essa impresso foi causada pelo fato de Seth ter chamado seumaterial dessa noite de ensaio algo que ele nunca fizera antes. Ela acabou estandoparcialmente correta. Reiniciamos s 10h07.)

    Os livros sobre pensamento positivo apenas, embora s vezes sejam benficos, em geralno levam em considerao a natureza habitual dos sentimentos negativos, das agressesou represses que so, com freqncia, simplesmente varridos para baixo do tapete.

    Os autores dizem-lhe que deve ser positivo, compassivo, forte, otimista, cheio de alegria eentusiasmo, sem lhe dizer como sair da situao em que se encontra e sem entender ocrculo vicioso que parece prende-lo. Esses livros, embora s vezes tenham valor, noexplicam como os pensamentos e emoes causam a realidade. No levam emconsiderao os aspectos multidimensionais do eu nem o fato de que, no final, cadapersonalidade, embora regida por leis gerais definidas, ainda precisa encontrar e seguirsua prpria maneira de adapta-las sua situao pessoal.

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    Se sua sade for precria, voc pode remedi-la. Se seus relacionamentos pessoais soinsatisfatrios, pode muda-los para melhor. Se vive na pobreza, pode encontrar-secercado de abundncia.

    Compreenda isto ou no, voc perseguiu sua condio atual com determinao, usando

    muitos recursos, por fins ou razoes que em certa ocasio fariam sentido para voc. Poderdizer: Sade precria no faz nenhum sentido para mim, ou O rompimento da relaocom meu cnjuge no era o que eu estava procurando, ou Certamente no tenhoprocurado a pobreza com todo o trabalho que venho realizando.

    Se voc nasceu pobre ou doente, ento certamente lhe parecer que essas circunstnciaslhe foram impostas. Contudo, elas no o foram, e, at certo ponto, podem ser mudadaspara melhor.

    Isso no significa que no sejam precisos esforos e determinao. Significa, sim, que vocno impotente para mudar os eventos, e que cada pessoa, independente de suaposio, status, circunstncias ou condio fsica, est no controle de sua prpriaexperincia pessoal.

    Voc v e sente o que espera ver e sentir. O mundo, como voc o conhece, um quadrode suas expectativas. O mundo, como o conhece a raa dos homens, a materializaocoletiva de suas expectativas individuais. Como os filhos vm de seus tecidos fsicos,tambm o mundo resultado de sua criao conjunta.

    (10h26. Pausa. Depois suavemente, com um sorriso:) Estou escrevendo este livro paraajudar cada pessoa a resolver seus problemas pessoais. Espero fazer isto mostrando

    exatamente como voc forma sua prpria realidade e explicando como altera-lavantajosamente.

    A existncia dos assim chamados pensamentos e sentimentos negativos no sermaquiada, nem sua capacidade de lidar com eles. Ponto final. Pois eles esto sob o seucontrole. H mtodos para us-los como trampolins para a criatividade. Em nenhummomento lhe direi que deve reprimi-los ou ignor-los. Mostrar-lhe-ei como reconhec-losdentro de sua experincia, como descobrir quais deles tiveram permisso de faz-loperder o controle, e como dominar os que parecem estar alm de seu controle.

    Os mtodos que indicarei exigem concentrao e esforo. Eles tambm iro desafi-lo etrazer expanso e alteraes de conscincia de natureza benfica sua vida.

    Eu no sou uma personalidade fsica. Basicamente, entretanto, voc tambm no . Suaexperincia atual fsica. Voc um criador, traduzindo suas expectativas para a formafsica. O mundo tem o objetivo de servir como ponto de referncia. A aparncia exterior uma rplica do desejo interior. Voc pode mudar seu mundo pessoal. Voc muda-o semsab-lo. Precisa apenas usar sua habilidade conscientemente, examinar a natureza de seus

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    pensamentos e sentimentos e projetar aqueles com os quais basicamente concorda.

    Eles misturam-se aos eventos com os quais voc est to intimamente familiarizado.Espero ensinar-lhe mtodos que lhe permitem compreender a natureza de sua prpriarealidade, e indicar um caminho que o ajude a mudar essa realidade da maneira que

    desejar.

    (Mais alto:) Fim do ditado.

    (Est bem. Voc bem esperto, comeando seu livro dessa forma.

    (Amavelmente: ) Este o meu jeito. Eu lhe darei o ttulo e outras informaes pertinentesem uma outra sesso, e se voc, quiser, tambm um esboo do plano.

    (Acho que Jane gostaria de ver isso.)

    Vamos fazer este to simples quanto possvel... D-nos um momento...

    (Ainda em transe, Jane fez uma longa pausa s 10h37. Os olhos fechados, ela sentoubalanando-se para frente e para trs, com um p sobre a borda da mesa.)

    O livro vai explicar como formada a realidade pessoal, dando muita nfase a comomudar aspectos desfavorveis da experincia individual.

    Ele ir, esperamos, evitar os atributos Pollyana (1) de muitos livros de auto-ajuda, eprocurar despertar no leitor um desejo veemente de compreender as caractersticas de

    realidade, mesmo que seja apenas para resolver seus prprios problemas. Os mtodosapresentados sero muito prticos, exeqveis e dentro das possibilidades de qualquerpessoa genuinamente preocupada com os problemas inerentes natureza da existnciahumana.

    Mostraremos que todas as curas so resultado da aceitao de um fato bsico: Que amatria formada pelas qualidades interiores que lhe do vitalidade, que a estruturasegue a expectativa, que a matria, em qualquer momento, pode ser completamentemudada pela ativao das faculdades criativas inerentes em toda conscincia.

    Por favor, considere o que fizemos hoje como meu prefcio. Quero dizer, a parte ditada.Desejo-lhes afetuosamente, uma boa noite.

    (Obrigado, Seth. Boa noite.

    (A transmisso de Jane como Seth terminou s 22h17 e foi tranqila, mas um tantorpida, considerando a modesta velocidade com que tomo notas do que ditado, em meumtodo caseiro de taquigrafia. Acho que peguei metade do ttulo, ela disse assim que

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    saiu do transe. A Natureza da Realidade Pessoal hfen ou vrgula depois algo mais,mas no entendi essa parte. De repente, sinto-me exausta, ela acrescentou, rindo, masno escreva isso.(Algumas observaes posteriores: Passaram-se seis meses antes de sabermos o resto dottulo para o livro de Seth. Enquanto Jane estava descansando, antes do jantar, em 25 de

    outubro de 1972, o nome completo veio-lhe mente consciente: A Natureza da RealidadePessoal: Um Livro de Seth. Tivemos a sesso 623, com os Captulos Quatro e Cinconaquela noite.

    (Nunca pedimos um esboo do livro a Seth. Uma vez iniciado o livro, percebemos que noera necessrio. Essa deciso tambm deu a Jane o mximo de liberdade.)

    (1) Pollyana, herona do romance com o mesmo nome (1913), de Eleanor Porter. Pessoacaracterizada por um grande otimismo e com tendncia a encontrar o bem em todas ascoisas.

    CAPTULO 1

    O RETRATO VIVO DO MUNDO

    SESSO 610, 7 DE JUNHO DE 197221H10, QUARTA-FEIRA

    (Um nmero de eventos, especialmente a morte da me de Jane depois de uma doenade muitos anos, fez-nos deixar de lado as sesses depois que Seth terminou seu prefcioem 10 de abril, Jane conseguiu manter suas aulas de ESP [Extra-Sensory Perception, ou

    seja, Percepo Extra-Sensorial] e composio literria parte do tempo; ela tambmtrabalhou em seu livro, The Education of Oversoul 7, mencionado na Introduo.

    (Durante todo esse tempo, entretanto, aguardamos com interesse nossa participaodiria no novo livro de Seth, Jane deixara de lado Seth Speaks por longos perodos durantesua produo, a fim de evitar um envolvimento consciente com ele mas, disserecentemente, sorrindo, ela planeja ler e usar esta obra em todas as sesses ao transmiti-las. Qualquer nervosismo que tenha sentido a respeito de sua produo diminura muito.Eu incentivei sua nova atitude de liberdade.

    (Indicarei os vrios estados de conscincia de Jane, como sempre fao nas sesses, mas asnotas podem ser apenas sugestes e um observador interessado. A verdadeira variedadee profundidade das realidades e personalidade que ela vivencia so qualidadecaractersticas dela, e muitas vezes desafiam a palavra escrita.)

    Boa noite.

    (Boanoite, Seth.)

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    Agora o ditado. O primeiro captulo intitula-se O Retrato Vivo do Mundo.

    O retrato vivo do mundo cresce dentro da mente. O mundo, como lhe aparece, semelhante a uma pintura tridimensional qual cada indivduo d sua contribuio. Cada

    cor, cada trao que aparece nela foi primeiro pintado dentro de uma mente, e s depoisse materializou externamente.

    Neste caso, contudo, os prprios artistas so uma poro do quadro e aparecem dentrodele. No h efeito no mundo exterior que no brote de uma fonte interior. Todomovimento foi inicialmente produzido dentro da mente.

    A grande criatividade da conscincia a herana do ser humano. Ela no pertencesomente humanidade, entretanto. Cada ser vivo possui e o mundo vivo consiste em umacooperao espontnea que existe entre o menor e o maior, o mais alto e o mais baixo,entre os tomos e as molculas e a mente consciente racional.

    Todos os tipos de inseto, pssaro e animal cooperam nesta aventura, produzindo oambiente natural. Isso to normal e inevitvel como o fato de sua respirao formaruma nvoa no vidro quando voc respira sobre ele. Toda conscincia cria o mundo,marcando-o com uma colorao emocional. O mundo um produto natural de suaconscincia. Sentimentos e emoes emergem nesta realidade, de uma maneira precisa.Os pensamentos aparecem, crescendo no canteiro j plantado. As estaes surgem,formadas por antigas modulaes de sentimentos, sendo sustentados por ritmosprofundos e duradouros. Eles so o resultado, torno a dizer, de aspectos criativos inatosque constituem uma poro de toda a vida.

    Esses aspectos antigos esto profundamente enraizados nas psiques de todas as espcies,e delas emergem os padres individuais, os projetos especficos de novas diferenciaes.

    (21h29. Intensamente:) Podemos dizer que o corpo da terra tem sua prpria alma, oumente, (o termo que voc preferir). Usando esta analogia, as montanhas e os aceanos, osvales e os rios e todos os fenmenos naturais brotam da alma da terra, assim como todosos eventos e todos os objetos manufaturados surgem da mente interior ou alma dahumanidade.

    O mundo interior de cada pessoa est conectado com o mundo interior da terra. Oesprito se faz carne. Parte da alma de cada indivduo, ento, est intimamente conectadacom o que chamaremos de alma do mundo, ou alma da terra.

    A menor folha de grama, ou flor, tem conscincia desta conexo e, sem raciocinar,compreende sua posio, sua singularidade e sua fonte de vitalidade. Os tomos e asmolculas que compem todos os objetos, seja o corpo de uma pessoa, uma mesa, umapedra ou uma r, captam este imenso impulso criador que sustenta sua existncia e sobre

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    o qual se apiam individualmente. Eles so bem diferenciados e seguros de si mesmo.

    Assim, o indivduo humano eleva-se em distino vitoriosa, partindo das fontes antigas e,ainda, sempre novas, de sua prpria alma. O eu passa do no-conhecimento aoconhecimento, surpreendendo a si prprio constantemente. Ao ler estas sentenas, por

    exemplo, uma parte de seu conhecimento torna-se consciente e disponvelinstantaneamente. Uma parte permanece inconsciente, mas mesmo o conhecimentoinconsciente saber em sua prpria inconscincia.

    Voc sempre sabe o que est fazendo, mesmo quando no o percebe. Seu olho sabe quev, embora no veja a si prprio a no ser por meio de reflexo. Da mesma forma, o mundocomo voc o v um reflexo do que voc , um reflexo no em vidro, mas na realidadetridimensional. Voc projeta seus pensamentos, sentimentos e expectativas para fora, edepois os percebe como a realidade externa. Quando lhe parece que outros o estoobservando, voc est observando a si mesmo do ponto de vista de suas prpriasprojees.

    Agora podemos fazer um intervalo.

    (21h46 22h09)Voc o retrato vivo de si prprio e projeta para fora, na carne, o que pensa ser. Suasemoes, seus pensamentos conscientes e inconscientes alteram e formam sua imagemfsica. Isso relativamente fcil de compreender.

    No to fcil, entretanto, compreender que seus sentimentos e pensamentos formamsua experincia exterior do mesmo modo, ou que os eventos que parecem acontecer a

    voc so criados por voc dentro de seu ambiente mental ou psquico interior.

    Seu corpo no magro ou gordo, alto ou baixo, saudvel ou doente por acaso. Essascaractersticas so mentais, e so lanadas por voc sobre sua imagem. No quero serespirituoso, mas voc no nasceu ontem. Sua alma no nasceu ontem, mas antes dosanais do tempo, segundo o que voc pensa do tempo.

    As suas caractersticas ao nascer eram suas por uma razo. O eu interior as escolheu. O euinterior, em grande escala pode, at mesmo hoje, alterar muitas delas. Voc no chegouao nascimento sem uma histria.sua individualidade sempre foi latente dentro de sua

    alma, e a histria que faz parte de voc est escrita dentro da memria inconscienteque no apenas reside em sua psique, mas que est fielmente decodificada em seus genese cromossomos (1) e ativada no sangue que corre em suas veias.

    Voc consciente, alerta e participante em um nmero muito maior de realidades do quesabe, enquanto sua alma se expressa atravs de voc. Essa conscincia de suas horasdiurnas usuais, a conscincia do ego, eleva-se como uma flor do sub-solo, desta camadainconsciente de sua prpria realidade. Embora voc no tenha conscincia disso, este

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    propri ego emerge, depois volta a cair no inconsciente, do qual outro ego ento elevacomo um novo desabrochar da terra na primavera.

    (22h27) Voc no tem agora o mesmo ego que tinha cinco anos atrs, mas no estconsciente da mudana. Em outras palavras, o ego sai daquilo que voc . uma parte da

    ao de seu ser e de sua conscincia; mas assim como o olho no pode ver a mudana desuas prprias cores e expresses e no est consciente do fato de que vive e morreconstantemente com a mudana de sua estrutura atmica, tambm voc no temconscincia de que o ego muda, morre e renasce continuamente.

    Fisicamente, a estrutura de uma clula retm sua identidade, mesmo enquanto a matriaque a compe continuamente alterada. A clula se reconstri segundo seu prpriopadro de identidade, contudo faz sempre parte de uma ao emergente e viva,respondendo mesmo em meio a suas mortes numerosas.

    (1) Para os que j se esqueceram: Cromossomos so corpos microscpicos nos quais asubstncia protoplsmica do ncleo de uma clula se separa durante a diviso da clula.Eles portam os genes, o projeto que determina as caractersticas da hereditariedade.Ocasionalmente, uma nota de rodap como esta ser includa a fim de esclarecer omaterial de Seth. Geralmente, ele foge, sua prpria maneira, de definiespadronizadas.

    Assim, vrios nomes so dados a formas estruturais psicolgicas. Os nomes nadasignificam, mas as estruturas por trs deles, sim. Tais estruturas psicolgicas tambmretm sua identidade, seu padro de singularidade, mesmo mudando, morrendo erenascendo constantemente.

    O olho surge da estrutura fsica. O ego, da estrutura da psique. Ele no pode ver a simesmo, assim como o olho. Ambos se dirigem para fora um caso a partir do corpo fsico,e o outro, a partir da psique interna, em direo ao ambiente.

    A conscincia criativa corporal cria o olho. A psique criativa interior cria o ego. O corpoforma o olho na esplndida sabedoria de seu grande conhecimento inconsciente. A psiqueproduz o ego que percebe psicologicamente, da mesma forma que o olho percebefisicamente. Tanto o olho como o ego so criaes orientadas para a realidade exterior.

    Pode fazer uma pausa.

    (22h36 22h45)

    Isso no ditado (do livro).

    Ruburt estava certa na viso de alguns momentos atrs (durante o intervalo). No meulivro ns vamos entrar mais profundamente na natureza do inconsciente e da psique,

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    apresentando alguns conceitos que so de grande valor.

    O prprio Ruburt, inconscientemente, mas tambm at certo ponto conscientemente,ficou mais curioso com questes concernentes conscincia e personalidade o papelda conscincia do ego, por exemplo desde que iniciou seu livro, Oversoul 7 (no final de

    maro de 1972).

    Muito ainda no conhecido. Seus psiclogos no so capazes de pensar em termos deuma alma, e seus lderes religiosos no conseguem, ou recusam-se a compreend-lapsicologicamente, at mesmo no nvel mais simples. Em outras palavras, a metafsica e apsicologia no se encontraram.

    Eu sou, como muitas vezes j afirmei, independente de Ruburt. No h ligaes entre ns.Ele ainda no compreende a verdadeira natureza de sua prpria criatividade. Poucaspessoas o fazem. H sempre razes psicolgicas para todos esses fenmenos paraabsolutamente qualquer fenmeno. Em alguns aspectos, naturalmente, os filhos deRuburt so seus livros. Sua psique enormemente criativa. Parte do que eu pareo ser, aofalar atravs dele, um fenmeno to profundo e inconsciente como o o nascimento deuma criana. De um modo diferente, tambm o Oversoul 7, da forma que ele pensasobre o livro.

    Esses so os filhos fsicos merc do tempo e dos elementos, mas filhos eternos, maisinteligentes que o pai: deuses brotando da psique humana, meio-humanos, meio-divinos.E neste nvel, os pais ficam admirados, encantados, diante das realizaes superiores deseus filhos, da superioridade da prole, e, contudo, de certa forma, ciumentos.Se os livros so filhos simblicos, ento, nesses mesmos termos, isto que eu represento

    para Ruburt assume um aspecto muito mais vivo, em sua realidade tridimensional. Emvrias ocasies ele ficou pensando sobre a esquizofrenia, por exemplo. Ele nocompreende que neste nvel, agora e excluindo minha independncia e outras questesenvolvidas, ele cria personalidades livres de tempo, organiza-as sob a liderana da menteconsciente e designa-lhes tarefas de grande validez e importncia, que depois soexecutadas.

    Isto criatividade de uma natureza muito especializada e permite-lhe investigar, caso odeseje, a natureza da conscincia, da psique e da criatividade de uma forma que poucospodem fazer. Ele prprio estabelece as condies que tomariam possveis esses

    resultados. Nossas duas realidades se cruzam em algum lugar, e neste lugar de encontroaparece aquilo que vocs conhecem de mim.

    Se encontra alm disso minha prpria realidade independente.

    Eu terei mais coisas a dizer e acrescentar a estas notas, de modo que elas iro aumentar.

    (Elas so mais interessantes.)

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    Se Ruburt considerasse seus problemas como desafios, alcanaria resultados muitomelhores. Isso tudo por agora, e desejo-lhes uma boa noite.

    (O mesmo para voc, Seth. Obrigado.)

    Aparea em nossa aula um dia.

    (Est bem. Encerramos s 23h10. Jane d sua aula de ESP tera-feira noite, todas assemanas. Como eu sou mais solitrio por natureza, aproveito este tempo para datilografara sesso de segunda-feira ou trabalhar no arquivo e na correspondncia.

    (Em resposta a muitas perguntas, explicarei aqui por que prefiro escrever durante assesses a usar um gravador. Logo depois que Seth comeou a falar atravs de Jane, nofinal de 1963, tentamos gravar o material, mas logo descobri que, baseando-me emminhas anotaes, posso datilografar uma sesso muito mais rapidamente do queouvindo uma fita.

    (Isso muito importante, uma vez que todo o nosso trabalho psquico feito noite,depois de termos trabalhado o dia todo, escrevendo e pintando, e executando todas asoutras coisas ligadas a um modo de vida organizado [Contudo, precisei modificar minhaprogramao a fim de encontrar o tempo adicional exigido para a preparao destemanuscrito. Pinto de manh e fao este trabalho tarde.]

    (Quando Jane me fala como Seth, sua transmisso muito mais lenta do que durante umaaula, por exemplo. Isso, juntamente com as instrues de Seth, torna a pontuao fcil. A

    transcrio fica concisa, depois de uma correo ocasional, e est pronta para apublicao.

    Alm disso, acho que o fato de que um trabalho de to boa qualidade obtido destaforma, indica muitas coisas importantes sobre estas sesses.).

    SESSO 613, 11 DE SETEMBRO DE 197221H10 DE SEGUNDA-FEIRA

    Depois da primeira sesso para transmisso deste captulo, Jane trabalhou imensamente

    em Oversoul 7 e trabalhou um pouco em um projeto de longo alcance que ela talvez vchamar de Aspect Psychology. Depois, pouco antes de voltarmos ao livro de Seth, ocorreua grande enchente de 23 de junho de 1972, sexta-feira.

    (A enchente foi a pior registrada nesta parte do pas. Comeou com a tempestade TropicalAgnes que, de certa forma irnica, perdera seu status de furao quando iniciou um cursoirregular pela Costa Leste, partindo da Flrida. Agnes foi precedida por dias de pesadaschuvas que se estenderam por uma ampla frente de centenas de milhas. A tempestade

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    inesperadamente rumou para o interior, depois de adquirir nova fora partindo dos Cabosda Virgnia, e quando atingiu Nova York e Pensilvnia, a enchente tornou-se inevitvel.

    (Jane e eu decidimos permanecer na cidade quando, finalmente, pouco antes doamanhecer, pediram que evacussemos a regio de Elmira. Nossa deciso, naturalmente,

    tinha significados simblicos profundos para ns, que por enquanto entendemos apenasparcialmente. O Rio Chemung, que atravessa a cidade, passa a menos de um quarteirode nosso apartamento, mas como morvamos no segundo andar, pensamos queestaramos seguros. Decidimos que o prdio era slido. A vizinhana esvaziou-se, restandoapenas ns dois, e ficou extremamente silenciosa.

    (A gua, densa com lodo, tinha um cheiro quase sufocante de efluentes de petrleo echegou a 30 cm no quintal, depois a 90, depois a 1.50 m... Jane e eu nos encontramosexperimentando um novo mundo drstico, e embora Seth ainda no o tivesse dito,acredito que essa foi uma das razes de termos ficado para trs. Ns bebericvamos vinhoe aplicvamos uma auto-hipnose leve para aliviarmos a tenso, mas ao vermos a guasubir pela parede da velha casa de tijolos vermelhos, ao lado da nossa, na verdade a novarealidade ameaou transformar-se em uma coisa aterradora. Havamos tomado a decisocerta?

    (A fuga, naquele ponto, tornara-se provavelmente impossvel. Eu sugeri que Jane sesintonizasse psiquicamente, para ver o que podamos descobrir sobre nossa situao. difcil ficar calmo quando voc j est com medo, disse ela, mas comeou a equilibrar-se.Pouco a pouco, atingiu um profundo estado de relaxamento. Disse-me que a guaalcanaria seu nvel mais alto naquela tarde, inacreditavelmente, chegaria a quase trsmetros de altura no quintal, e chegaria metade da parede que leva janela do primeiro

    andar da casa ao lado da nossa. Estaramos em segurana, desde que ficssemos ondeestvamos. Jane parecia espantada, entretanto, quando disse que a Ponte da Rua Walnutiria embora. Tambm me espantei, pois a velha ponte de ao cruzava o Rio chemung amenos de um quarteiro de nossa casa. No podamos v-la por causa das casas do outrolado da rua.

    (Logo que Jane recebeu esta informao, comeamos a nos sentir melhor. Comemos,jogamos cartas e periodicamente verificvamos o nvel da gua. Passaram-se vrias horas.A enchente atingiu seu ponto mximo dentro de quinze miutos da hora estabelecida porJane, e a dez centmetros da marca anunciada por ela. Dormimos naquela noite sabendo

    que a gua estava baixando rapidamente. Na manh seguinte, caminhei at a Ponte daRua Walnut. Ela havia sido destruda; vrias de suas estruturas foram levadas pelas guas.

    (Tivemos sorte, em comparao com outras pessoas da cidade. Perdemos nosso carro,mas tnhamos um lugar para morar e todos os nossos quadros, manuscritos e registros,incluindo os cinqenta e trs volumes do material de Seth, estavam intactos. Comoocupamos dois apartamentos para termos espao suficiente para viver e trabalhar,tivemos condies de abrigar um casal que perdera tudo na enchente. Estava frio e

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    chovia. Nossos dias transformaram-se em uma rotina de sobrevivncia, embora Janetivesse terminado Oversoul 7 em julho e reiniciado suas aulas. Este livro foi abandonadopor um bom tempo.

    (Em agosto, Jane realizou uma sesso que tratou da enchente na qual Seth mal teve

    tempo de mencionar as razes que estavam por trs de nosso envolvimento pessoal nasituao e mais tarde, naquele ms, e em setembro, tivemos vrios convidados ligadosao trabalho psquico. Um deles foi Richard Bach, autor do livro de grande sucesso, FernoCapelo Gaivota (1).

    (Quando sentimos que era hora de retomar o trabalho de livro de Seth, Jane descobriu,para sua surpresa, que estava um pouco nervosa a respeito dele. Contudo, falando porSeth, ela retomou as ditadas to suavemente que no parecia ter havido um intervalo detrs meses...)

    Boa noite.

    (Boa noite, Seth)

    D-nos um momento (suavemente), e recomearemos a ditar.

    (Est bem.)

    Sua experincia no mundo da matria fsica flui do centro de sua psique interior e entopercebida por voc. Eventos, circunstncias e condies externas so como um tipo defeedback [retroinformao] vivo. Alterando-se o estado da psique, automaticamente se

    alteram as circunstncias fsicas.

    No existe qualquer outra forma vlida de mudar os eventos fsicos. Para tornar isso maisclaro, voc poderia imaginar uma dimenso no interior de voc, na qual cria, emminiatura, sob forma psquica todas as condies exteriores que encontram.Simplificando: voc faz exatamente isso. Seus pensamentos, sentimentos e quadrosmentais podem ser chamados de eventos externos em gestao, pois de uma forma ou deoutra, cada um deles se materializa na realidade fsica.

    Voc muda constantemente, at mesmo as condies que parecem ser as mais

    permanentes de sua vida, variando a atitude que tem em relao a elas. No h nada emsua experincia exterior que no se tenha originado dentro de voc.

    bvio que ocorrem interaes com outras pessoas, mas no h nenhuma que voc notenha aceitado ou atrado com seus pensamentos, atitudes ou emoes. Isto se aplica acada rea de sua vida. Usando termos seus, aplica-se tanto antes da vida como depoisdela. De alguma forma extremamente milagrosa, voc recebe o dom de criar sua prpriaexperincia.

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    Nesta existncia, est aprendendo a lidar com a inexaurvel energia que se encontra suadisposio. A situao global e a de cada indivduo so a materializao do progresso dohomem ao formar seu mundo.

    (21h24) A alegria da criatividade flui atravs de voc com a mesma facilidade com quevoc respira. Suas mais nfimas experincias dependem dela. Seus sentimentos tmrealidades eletromagnticas que se lanam para fora, afetando a prpria atmosfera. Elasse agrupam por meio de atrao, criando reas de eventos e circunstncias quefinalmente se aglutinam, por assim dizer, em matria, na forma de objetos ou comoeventos no tempo.

    Alguns sentimentos e pensamentos so traduzidos como estruturas que vocs chamam deobjetos; eles existem naquilo que vocs chamam de espao. Outros so traduzidos comoestruturas psicolgicas, chamadas de eventos, que parecem existir naquilo que vocschamam de tempo.

    Espao e tempo so ambos postulados bsicos, o que significa simplesmente que ohomem aceita ambos, presumindo que sua realidade esteja enraizada em uma srie demomentos e em uma dimenso de espao. Assim, sua experincia interior traduzidanestes termos.

    At a durao de um evento ou objeto no espao ou tempo determinada pelaintensidade dos pensamentos ou emoes que lhe do origem. A durao no espao,porm, no a mesma que no tempo, embora possa parecer que sim. Estou falando agoraem seus prprios termos. Um evento ou objeto que existe brevemente no espao pode

    ter uma durao muito maior no tempo. Pode ter uma importncia e uma intensidademuito maiores existindo em sua memria, por exemplo, muito depois de ter desaparecidono espao. Tal evento ou objeto no existe simplesmente de modo simblico dentro desua mente ou memria mas nos termos que vocs usam, sua realidade continua comoum evento no tempo.

    Sua realidade no espao tambm no aniquilada, desde que exista dentro de sua mente.Vamos usar um exemplo muito simples: Disseram a uma criana que ela no podia brincarcom uma boneca. A ordem desobedecida. A criana, propositalmente ou no, quebra aboneca, e ela finalmente jogada fora. A boneca existir no tempo, de modo muito vital,

    enquanto a criana ou o futuro adulto se lembrar dela.

    (21h40) Se a boneca ficava em cima de uma cmoda, e isso tambm for vividamentelembrado, ento o espao no qual a boneca ficava ainda carrega a impresso da boneca,embora outros objetos possam ter sido ali colocados. Voc reage, portanto, no apenasao que visvel a seus olhos fsicos no espao, ou ao que est diretamente sua frente notempo, mas tambm a objetos e eventos cuja realidade persiste em voc, embora pareater desaparecido.

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    Basicamente, voc cria sua experincia atravs de suas crenas sobre si mesmo e sobre anatureza da realidade. Outra forma de compreender este ponto perceber que voc criasuas experincias com suas expectativas. Suas atitudes diante de si mesmos e da vida emgeral, formam a tonalidade sensvel que governa grandes reas de sua experincia.

    (Pausa) Eles do a conotao emocional geral que caracteriza o que lhe acontece. Pontofinal. Voc o que lhe acontece. Seus sentimentos so freqentemente transitrios, maspor baixo deles encontram-se certas qualidades emocionais exclusivamente suas, que socomo profundos acordes musicais. Embora seus sentimentos cotidianos possam oscilar,essas tonalidades sensveis que lhes caracterizam continuam sempre subjacentes.

    s vezes eles sobem superfcie, mas em ritmos muito longos. Voc no pode chamarestas sensaes de positivas ou negativas. Elas so tonalidades de seu ser e representamas pores mais ntimas de sua experincia. Isto no significa que representam o ncleo apartir do qual voc forma sua experincia.

    Se voc tem medo de emoes ou de expressar sentimentos, ou se voc aprendeu que oeu interior no passa de um repositrio de impulsos incivilizados, ento talvez tenha ohbito de negar esse ritmo profundo. Voc poder tentar agir como se ele no existisse,ou at mesmo tentar refuta-lo. Ele, porm, representa seus impulsos mais profundos ecriativos; lutar contra ele como tentar nadar contra a corrente.

    Agora voc, pode fazer uma pausa.

    (21h57 22h06)

    Essas tonalidades sensveis, portanto, permeiam seu ser.

    Eles so a forma que seu esprito toma quando combinado com a carne. A partir deles, deseu ncleo, surge sua carne.

    Tudo que voc experincia tem conscincia, e cada conscincia dotada de umatonalidade sensvel prpria. H uma grande cooperao envolvida na formao da terra,como voc pensa nela, e assim, as estruturas vivas individuais do planeta surgem datonalidade sensvel que existe em cada tomo e em cada molcula.

    Sua carne se forma em resposta a esses acordes interiores de seu ser, e as rvores,pedras, mares e montanhas brotam como o corpo da terra, dos acordes interioresprofundos que existem nos tomos e molculas, que tambm so vivos. Devido cooperao criativa que existe, o milagre da materializao realiza-se to suave eautomaticamente que voc no tem conscincia de sua participao nele.

    (22h16) A tonalidade sensvel, ento o movimento e a fibra a viga a poro de sua

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    energia dedicada sua experincia fsica. Ora, ele flui naquilo que voc como ser fsico,e materializa-o no mundo de estaes, espao, carne e tempo. Sua fonte, entretanto, muito independente do mundo que voc conhece.

    Uma vez que voc adquira a sensao de sua prpria tonalidade sensvel, ter conscincia

    de seu poder, fora e durabilidade, e poder, at certo ponto, fluir com ele pararealidades mais profundas de experincia.

    A incrvel riqueza emocional e a variedade e o esplendor da experincia fsica so o reflexomaterial desta tonalidade sensvel. Ela imprime uma direo sua vida, condiciona oseventos e as qualidades de sua percepo. Preenche e ilumina os aspectos individuais desua vida e determina, em grande parte, sua confiana pessoal.

    Ele a sua essncia. Sua amplitude tem longo alcance, entretanto. Ele no determina, porexemplo, eventos especficos. (Pausa) Pinta as cores da paisagem maior de suaexperincia. a sensao de voc prprio, inexaurvel.

    Em outras palavras, representa a expresso de voc mesmo em pura energia, da qualemana sua individualidade, o Voc de voc, a identidade inconfundvel que nunca duplicada.

    A energia vem do centro do SER (em letras maisculas), do Tudo Que (com letrasmaisculas costumeiras), e representa a fonte da vitalidade infinita. Ela o Ser em Voc.Como tal, toda a energia e o poder de Ser esto focalizados e refletidos atravs de voc,na direo de sua existncia tridimensional.

    Pode fazer uma pausa.

    (22h35 22h47)

    Apesar do carter nico de sua tonalidade sensvel, ela expressa em uma certa formaque compartilhada por toda conscincia focalizada na realidade fsica. Portanto, nessestermos, voc brota da terra, como todas as outras criaturas e estruturas vivas naturais.Voc , como ser fsico, uma poro da natureza e, portanto, no separado dela.

    As rvores e as pedras possuem sua prpria conscincia, e tambm compartilham uma

    conscincia global (gestalt), assim como as pores vivas de seu corpo. As clulas e osrgos tm sua prpria conscincia e uma conscincia gestltica. Assim, a raa doshomens tambm tem uma conscincia individual e uma gestltica ou coletiva, que suaindividualidade mal percebe.

    A conscincia coletiva da raa (em seus termos) possui uma identidade. Voc umaporo dessa identidade, embora continue sendo nico, individual e independente. Estconfinado apenas por sua escolha da realidade fsica, escolha essa que o colocou dentro

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    do contexto de experincia dessa realidade. Como ser fsico, voc segue leis ou suposiesfsicas, que formam a estrutura da expresso corporal.

    Dentro dessa estrutura, voc tem plena liberdade para criar sua experincia, na sua vidapessoal em todos os seus aspectos, o retrato vivo do mundo. Sua vida pessoal e, at certo

    ponto, sua experincia de vida individual, ajudam a criar o mundo como conhecido emseu tempo.

    (23h) Neste livro, falaremos sobre seu mundo subjetivo e sua parte na criao de eventos,tanto particulares como coletivos. importante, antes de continuarmos, que vocentenda que a conscincia est dentro de todo fenmeno fsico. vital que voccompreenda sua posio dentro da natureza. A natureza criada a partir de dentro. Avida pessoal que voc conhece brota de dentro de voc, embora lhe seja dada. Pontofinal. Uma vez que voc parte do ser, ento, voc se d de uma certa forma, a vida que vivida atravs de voc.

    (Pausa) Novo pargrafo. Voc faz sua prpria realidade. No existe outra regra. Saberdisso o segredo da criatividade.

    Eu tenho falado sobre voc, contudo isso no deve ser confundido com o voc que emgeral voc pensa que : apenas o ego, pois o ego somente uma poro de Voc, essaparte hbil de sua personalidade que trata diretamente com o contedo de sua menteconsciente e que afetada, muito diretamente, pelas pores materiais de suaexperincia.

    O ego uma poro muito especializada de sua identidade maior. uma poro de voc

    que se manifesta para tratar diretamente com a vida que o Voc maior est vivendo. Oego pode sentir-se cortado, sozinho e amedrontado, entretanto, se a mente conscientedeixar que ele seja absorvido por ela. O ego e a mente consciente no so a mesma coisa.O ego composto de vrias pores da personalidade: uma combinao decaractersticas que mudam constantemente e que agem de um modo unificado a poroda personalidade que trata mais diretamente com o mundo.

    (Muito devagar s 23h18:) A mente consciente um excelente atributo perceptivo, umafuno que pertence conscincia interior, mas que, neste caso, est voltada para fora,na direo do mundo dos eventos. Atravs da mente consciente, a alma olha para fora.

    Por si s, ela percebe com clareza.

    Em certos termos, o ego o olho por meio do qual a mente consciente percebe, ou o focoatravs do qual ela v a realidade fsica. A mente consciente, porm, automaticamentemuda seu foco no decorrer da vida. O ego, embora parea o mesmo para ele prprio, estsempre mudando. apenas quando a mente consciente se torna rgida em sua direo, oupermite que o ego assuma algumas de suas prprias funes, que surgem as dificuldades.Ento o ego permite mente consciente trabalhar em certas direes e bloqueia sua

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    percepo em outras.

    (23h25) fim do captulo. Fim do ditado.

    O livro permitir que outros ajudem a si mesmos. Atingir um pblico muito maior e

    ajudar mais pessoas do que Ruburt poderia ajudar individualmente, ou que eu poderiaajudar atravs de sesses individuais. preciso fazer uma lista das pessoas que pedemajuda, para que elas sejam informadas sobre o livro.

    ( uma boa idia. Por correio ou telefone, Jane tem recebido mais pedidos de ajuda doque pode atender.)

    Ruburt no deve, portanto, sentir que precisa realizar sesses individuais para pessoasque devem fazer este trabalho sozinhas. E agora, desejo-lhe uma boa noite.

    (Obrigado, Seth, e boa noite. Foi muito agradvel participar desta sesso.)

    Se tiver alguma pergunta, pode faze-la.

    (Fiz uma pausa, considerando o adiantado da hora, e depois perguntei a Seth sua opiniosobre a visita recente de um jovem cientista de outro estado. Jane, como Seth e como elaprpria, tinha conseguido sintonizar-se com uma certa informao tcnica. Senti,entretanto, que provavelmente uma grande quantidade de tempo e esforos serianecessria, em base regular durante muitos anos, para Jane usar totalmente suashabilidades em reas especializadas.)

    O efeito da visita foi bom, especialmente para Ruburt. Chegaremos s perguntas[cientficas] dele. Para Ruburt ter mais confiana, quis que este livro estivessedecentemente iniciado. Outras sesses substituiro o ditado de vez em quando, mas oprojeto principal ser o livro.

    O material sobre a enchente ser usado mais tarde, como exemplo, quando ascalamidades naturais forem tratadas no livro; portanto voc ter esse material, e outrospodero us-lo e compreend-lo.

    E agora, uma boa noite.

    (Obrigado mais uma vez, Seth.

    (Finalizamos s 23h32. Jane saiu rapidamente de um excelente estado de dissociao.Estou contente por Seth estar novamente trabalhando em seu livro, disse ela. Sei que bobagem, mas eu me sinto muito melhor. J estava comeando a imaginar se minhaprpria atitude estava atrapalhando o trabalho, depois de todas essas outrasinterrupes... Agora, como Seth Speaks, este realmente dois livros em um. No

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    apenas sobre a natureza da realidade pessoal, mas tambm sobre as circunstncias quecercam a produo do material e as muitas idias que Jane tem a respeito dele.

    Fiquei feliz em saber que Seth planeja incluir informaes sobre alimentos em seu livro estava preocupado, pensando se esse material seria deixado de lado por causa de outros

    eventos, e talvez esquecido.)

    CAPTULO 2

    A REALIDADE E AS CRENAS PESSOAIS

    SESSO 614, 13 DE SETEMBRO DE 197221H36, QUARTA-FEIRA

    (Jane sentia-se feliz agora, pois o livro de Seth estava indo bem depois de tantos atrasos.Sua energia tem estado "alta" estes dias. Depois da longa sesso de segunda-feira noite,ela voltara com uma ainda mais longa na aula de ESP na noite de tera-feira - e tambmacrescida de Sumari (1). Agora tnhamos uma sesso marcada para esta noite.

    (Ela, porm, no estava cansada, disse. Sua nica queixa era a respeito da umidade, poisela muito sensvel ao tempo; hoje foi um dia quente, e choveu depois do jantar. Demosuma volta no quarteiro pouco antes do horrio da sesso.

    Boa noite.

    ("Boa noite, Seth.")

    Vamos recomear o ditado. Captulo Dois: "A Realidade e as Crenas Pessoais."

    Voc forma a estrutura de sua experincia por meio de suas prprias crenas eexpectativas. Essas idias pessoais sobre si mesmo e a natureza da realidade afetaro seuspensamentos e emoes. Voc toma suas crenas sobre a realidade como verdadeiras, eem geral no as questiona. Elas parecem auto-explicativas e aparecem em sua mente

    como declaraes de fato, demasiadamente bvias para serem examinadas.

    Com muita frequncia elas so aceitas, portanto, sem perguntas. No so reconhecidascomo crenas sobre a realidade, mas, pelo contrrio, so consideradas como toscaractersticas da prpria realidade. (Pausa) Em geral essas idias parecem irrefutveis,fazendo tanto parte de voc que no lhe ocorre especular sobre sua legitimidade. Elas setornam suposies invisveis, mas, no obstante, colorem e formam sua experinciapessoal.

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    Algumas pessoas, por exemplo, no questionam suas crenas religiosas, mas aceitam-nascomo fato. Outras acham comparativamente fcil reconhecer tais suposies interioresquando elas aparecem em um contexto religioso, mas tem pouco discernimento no que serefere a outros tipos de crenas.

    (21h45) muito mais simples reconhecer suas prprias crenas em relao religio,poltica ou assuntos semelhantes, do que identificar suas mais profundas crenas sobre simesmo, sobre quem e o que voc - particularmente em relao sua prpria vida.

    Muitas pessoas so completamente cegas para suas prprias crenas a respeito de simesmas e da natureza da realidade. Voc recebe excelentes pistas de seus prpriospensamentos conscientes. Muitas vezes se recusa a aceitar certos pensamentos que lhevm mente porque eles conflitam com outras idias geralmente aceitas.

    Sua mente consciente est sempre tentando apresentar-lhe um quadro claro, mas vocmuitas vezes permite que idias preconcebidas bloqueiem essa inteligncia. Tornou-semoda culpar o subconsciente por problemas e dificuldades de personalidade, sendo que aidia que eventos anteriores, carregados e misteriosos, alojaram-se ali. Neste pas,vrias geraes cresceram acreditando que as pores subconscientes da personalidadeno eram confiveis, tinham muita energia negativa, continham apenas episdiosdesagradveis que seria melhor esquecer.

    (21h54) Eles cresceram acreditando que a mente consciente era relativamente impotente,que a experincia adulta era estabelecida nos dias da infncia. Tais conceitos criaramdivises artificiais. As pessoas aprenderam que no deveriam ter conscincia de material

    "subconsciente".

    As portas do eu interior foram firmemente fechadas. Somente uma psicanlise longapodia ou devia bri-las. O indivduo normal sentia que era melhor deixar essa rea de lado,e assim, ao fechar essas pores do eu, tambm estabelecia barreiras contra a alegria doeu interior espntneo. As pessoas sentiam-se dissociadas do centro de sua prpriarealidade.

    O conceito do pecado original era muito pobre, limitado e distorcido, mas, pelo menos,era acompanhado de procedimentos muito simples: Atravs do batismo, voc podia ser

    salvo, ou por meio de algumas palavras, sacramentos ou rituais, alcanava a redeno.(Ver o Evangelho de Marcos 1:1-11, por exemplo)

    A idia do subconsciente maculado, porm, no deixou ao homem uma sada assim fcil.Os poucos rituais possveis exigiam anos de anlise, que apenas os muito ricos tinham oprivilgio de vivenciar.

    Mais ou menos ao mesmo tempo em que a idia do subconsciente suspeito se

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    generalizou, a idia da alma foi relegada ao esquecimento. Milhes de pessoas, portanto,acreditaram em uma realidade na qual se encontravam privados da idia de uma alma,sendo oprimidos pelo conceito de um subconsciente nada confivel, talvezdefinitivamente maligno. Essas pessoas viam-se como um ego, solitrio e vulnervel,vagando, perigosamente e sem proteo, nas ondas tumultuosas de processos

    involuntrios.

    (Pausa s 22h05. Certamente estas sesses no so "espirituais" em termos comuns.Ainda em transe, Jane acendeu um cigarro. Sua cerveja havia acabado, mas como eu aindatinha um pouco, ela bebeu do meu copo. 1)

    Mais ou menos ao memso tempo, muitas pessoas inteligentes estavam compreendendoque as idias das religies organizadas sobre Deus, cu e inferno eram distorcidas einjustas, tendo o sabor de histrias de contos de fadas infantis. Essas pessoas no tinhamonde buscar ajuda.

    Nessas circunstncias, olhar para dentro teria parecido uma tolice, pois elas haviamaprendido que, para incio de conversa, este dentro continha a fonte de seus problemas.Os que no podiam pagar uma terapia, tentavam com mais vigor inibir quaisquermensagens do eu interior, por medo de serem tragados pelas selvagens emoes infantis.

    Agora, antes de qualquer coisa: no h limites ou divises para o eu, embora, parapropsitos de discusso, uma palavra como "ego" possa ser usada aqui, j que comprendeo que ela significa. Voc pode verdadeiramente confiar nas pores aparentementeinconscientes de si mesmo. Como veremos mais tarde, pode tornar-se cada vez maisconscientemente perceptivo, trazendo para sua conscincia pores cada vez maiores de

    si mesmo.

    1 Jane aprendeu sozinha, algum tempo atrs, que uma quantidade muito moderada delcool boa para as sesses. Tambm o fumo. Depois ela foi informada que ambas assubstncias enfraquecem o sistema nervoso central. Achamos que Jane combina aespontaneidade resultante com suas habilidades psquicas naturais nestas sesses. Elano comea a tomar qualquer bebida at que as sesses tenham sido iniciadas.

    (22h12) Voc respira, cresce e realiza inmeras atividades delicadas e precisas

    constantemente, sem ter conscincia do como executa essas aes. Vive sem saberconscientemente como mantm este milagre da percepo fsica no mundo da carne e dotempo.

    As pores aparentemente inconsciente da pessoa atraem tomos e molculas do ar paraformar sua imagem. Seus lbios movem-se, a lngua pronuncia seu nome. O nomepertence aos tomos e molculas dentro de seus lbios ou lngua? (Pausa) Os tomos e asmolculas movem-se constantemente, formando-se em clulas, tecidos e rgos. Como

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    pode o nome proferido pela lngua pertencer a eles?

    Eles no lem nem escrevem, contudo falam slabas complicadas que comunicam a outrosseres, como voc mesmo, desde um simples sentimento s mais complicadasinformaes. Como fazem isso?

    Os tomos e molculas da lngua no conhecem a sintaxe da lngua que falam. Quandovoc comea uma sentena, em geral no tem a menor idia consciente de como irtermin-la; contudo, tem f de que as palavras faro sentido e de que o que deseja dizerfluir sem esforo.

    Tudo isso acontece porque as pores interiores de seu ser atuam espontaneamente,alegremente, livremente. Tudo isso ocorre porque seu eu interior acredita em voc,geralmente mesmo quando voc no acredita nele. As pores inconscientes de seu seratuam incrivelmente bem, em geral a despeito da grande incompreenso de sua partesobre a natureza delas e de suas funes, e diante de fortes interferncias que voc fazpor causa de suas crenas.

    Cada pessoa experincia uma realidade nica, diferente da de qualquer outro indivduo.Essa realidade brota da paisagem interior dos pensamentos, sentimentos, expectativas ecrenas. Se voc acredita que o eu interior trabalha contra voc e no por voc, atrapalhaseu funcionamento - ou melhor, fora-o a comportar-se de uma certa forma por causa desuas crenas.

    funo da mente consciente fazer julgamentos claros sobre sua posio na realidadefsica. Muitas vezes, falsas crenas impedem-na de faz-los, pois as idias egoisticamente

    mantidas impedem uma viso clara.

    Eu sugiro uma pausa.

    (22h31. O transe de Jane havia sido profundo. Ela se sentia melhor agora, disse, porque otempo perdera um pouco de sua qualidade opressiva. Eu comentei que, na minha opinio,o material desta noite representava ela e Seth em seu melhor momento - o que tambm omaterial tinha uma simplicidade enganadora. Jane ficou contente, dizendo que agora sesentia bem e livre a respeito da produo do livro.)

    Voc est pronto?

    ("Sim." Eu estava terminando minhas anotaes quando Jane tirou os culos e recomeoua falar por Seth s 22h53.)

    Suas crenas podem ser como cercas que o rodeiam.

    Voc precisa primeiro reconhecer a existncia de tais barreiras - precisa v-las, caso

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    contrrio nem ir perceber que no est livre, simplesmente porque no enxergar paraalm das cercas. (De maneira muito positiva:) Elas representaro as barreiras de suaexperincia.

    H uma crena, porm, que destri as barreiras artificiais da percepo, uma crena

    expansiva que, automaticamente, trespassa idias falsas e inibidoras.

    Agora, separadamente:

    O Eu No Limitado

    Essa afirmao uma declarao de fato que existe independentemente de sua crena oudescrena nela. Depois desse conceito vem outro:

    O Eu no conhece nem fronteiras nem separaes.

    As que voc experimenta so resultado de falsas crenas. Depois vem a idia que eu jmencionei:

    Voc Cria Sua Prpria Realidade

    A fim de compreender a si mesmo e compreender o que voc , pode aprender aexperienciar-se diretamente separado de suas crenas sobre si mesmo. Peo que cadaleitor se sente em silncio. Feche os olhos. Tente perceber dentro de si as profundastonalidades sensveis que mencionei anteriormente (sesso 613, Captulo Um). Isso no difcil de fazer.

    O conhecimento que voc tem de sua existncia ir ajud-lo a reconhecer seus profundosritmos interiores. Cada pessoa perceber esses tons sua prpria maneira, portanto nose preocupe com o que vocs devem sentir. Simplesmente diga a si prprio que elasexistem, que so compostos das grandes energias de seu ser feito carne.

    Depois, abandone-se experincia. Se estiver familiarizado com termos como meditao,tente esquecer o termo durante esse processo. No use qualquer nome. Livre-se deconceitos, experiencie seu prprio ser e o movimento de sua prpria vitalidade. Noquestione: "Isto est cert? Estou fazendo da maneira correta? Estou sentindo o que devo

    sentir?" Este o primeiro exerccio do livro. Voc no deve usar o critrio de outraspessoas. No existem padres - apenas seus prprios sentimentos.

    No h recomendao de limite de tempo. A experincia deve ser agradvel. Aceite o queacontecer como unicamente seu. O exerccio ir coloc-lo em contato com voc mesmo.Ir faz-lo retornar para si mesmo. Sempre que estiver nervoso ou aborrecido, pare uminstante para perceber esta tonalidade sensvel dentro de voc, e descobrir que entrouem seu prprio ser e esta seguro.

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    Quando tiver feito este exerccio vrias vezes, sinta esses ritmos profundos saindo de vocem todas as direes, como na verdade acontece. Eles irradiam-se eletromagneticamentede seu ser fsico e, de maneiras que eu espero explicar mais tarde, formam o ambienteque voc conhece, ao mesmo tempo em que formam sua imagem fsica.

    (23h14) Eu lhe disse que o eu no limitado; contudo, certamente voc acha que seu euacaba onde sua pele se encontra com o espao, que voc est dentro de sua pele. Pontofinal. Seu ambiente, entretanto, uma extenso de seu eu. o corpo de sua experincia,unido forma fsica. O eu interior forma os objetos que voc conhece, to certa eautomaticamente como forma seu dedo ou seu olho.

    Seu ambiente o quadro fsico de seus pensamentos, emoes e crenas tornadosvisveis. Uma vez que seus pensamentos, emoes e crenas movem-se atravs do espaoe do tempo, voc afeta condies fsicas separadas de voc.

    Considere a espetacular estrutura de seu corpo simplesmente do ponto de vista fsico.Voc o percebe como slido, como percebe toda matria fsica; contudo, quanto mais amatria explorada, mais bvio se torna que dentro dela a energia toma formasespecficas (a forma de rgos, clulas, molculas, tomos, eltrons), cada uma menosfsica que a anterior, cada uma combinando-se em misteriosa unidade (gestalt) paraformar este corpo.

    (23h25) Os tomos dentro de seu corpo giram. H comoo e atividade constantes. Acarne que parecia to slida acaba sendo composta de partculas que se movemrapidamente - em geral orbitando-se mutuamente - com grandes trocas de energia

    ocorrendo continuamente.

    A substncia, o espao fora de seu corpo, composto dos mesmos elementos, mas empropores diferentes. H um intercmbio fsico constante entre a estrutura que vocchama de seu corpo e o espao fora dele: interaes qumicas, trocas bsicas sem as quaisa vida como voc a conhece no seria possvel.

    Segurar a respirao morrer. A respirao, que representa a mais ntima e maisnecessria de suas sensaes fsicas, precisa fluir daquilo que voc , passando para omundo que parece no ser voc. Fisicamente, pores de voc deixam seu corpo

    constantemente e misturam-se aos elementos. Voc sabe o que acontece quando aadrenalina liberada por meio dos vasos sanguneos. Ela o excita e prepara-o para a ao.Mas, de outras formas, a adrenalina no permanece simplesmente em seu corpo. Ela lanada ao ar e afeta a atmosfera, embora transformada.

    Qualquer de suas emoes libera hormnios, mas elas tambm o deixam da mesma formaque sua respirao; podemos, ento, dizer que voc libera substncias qumicas no ar que,por sua vez, o afetam.

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    As tempestades fsicas, portanto, so causadas por essas interaes. Estou lhe dizendomais uma vez que voc forma sua prpria realidade, e isso inclui o clima fsico, que oresultado, en masse, de suas reaes individuais.

    Tratarei mais especificamente deste ponto mais tarde. (Uma nota acrescentada maistarde: Seth o faz - no Captulo Dezoito) Voc est em existncia fsica para aprender ecompreender que sua energia, traduzida em sentimentos, pensamentos e emoes, criatoda a experincia. No h excees.

    Uma vez que voc compreenda isso, ter apenas que aprender a examinar a natureza desuas crenas, pois elas automaticamente o faro sentir e pensar de certas formas. Suasemoes suas crenas, e no o contrrio.

    Gostaria que voc reconhecesse suas prprias crenas em vrias reas. preciso quecompreenda que qualquer idia que aceite como verdade uma crena que voc tem.Precisa, portanto, dar o prximo passo e dizer: "No necessariamente verdade, emboraeu acredite nisso." Voc aprender, espero, a desconsiderar todas as crenas queimpliquem em limitaes bsicas. Pode fazer uma pausa.

    (23h40. Jane ficou surpresa ao saber que quase cinquenta minutos se haviam passado.Sua fala tornara-se cada vez mais vigorosa e significativa, e a sesso transformara-se emuma dessas ocasies em que ela - e Seth - pareciam ser bem capazes de continuar pelametade da noite. Eu tambm recebera uma infuso de energia. Como eu estava disposto acontinuar, Jane mudou de idia a respeito de terminar a sesso neste ponto.Recomeamos da mesma forma s 23h56.)

    Mais tarde trataremos de algumas razes de suas crenas, mas neste ponto quero quevoc simplesmente as reconhea.

    Vou mencionar algumas crenas falsas limitadoras. Se voc concordar com qualquer umadelas, reconhea que uma rea na qual deve trabalhar pessoalmente.

    1. A vida um vale de lgrimas.2. O corpo inferior. Como um veculo da alma, ele automaticamente degradado,maculado.

    Voc pode sentir que a carne inerentemente m e pecadora, que seus apetites soerrados. Os cristos podem achar o corpo deplorvel, pensando que a alma desce nele -"descida" significando, automaticamente, a mudana de uma condio mais elevada oumelhor para uma pior.

    Os seguidores de religies orientais em geral sentem que seu dever, tambm, negar acarne, elevar-se acima dela, por assim dizer, para um estado onde nada desejado. (O

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    "vazio", no Taosmo, por exemplo) Usando um vocabulrio diferente, eles ainda acreditamque a experincia terrena no desejvel em si.

    3. Sou impotente diante das circunstncias que no posso controlar.4. Sou impotente porque minha personalidade e carter foram formados na infncia e

    estou merc de meu passado.5. Sou impotente porque estou merc de eventos de vidas passadas, em outrasencarnaes, sobre as quais no tenho controle agora. Devo ser punido, ou estou punindoa mim mesmo por maldades feitas a outros em vidas passadas. Devo aceitar os aspectosde minha vida por causa de meu carma. (1)6. As pessoas so basicamente ms, e dispostas a me prejudicar.7. Eu tenho a verdade, e ningum mais. Ou: meu grupo tem a verdade e nenhum outrogrupo a tem.8. Ficarei mais frgil, mais doente e perderei meus poderes ao envelhecer.9. Minha existncia depende de minha experincia na carne. Quando meu corpo morre,minha conscincia morre com ele.

    Ora, essa foi uma lista um tanto generalizada de falsas crenas. Agora, eis uma lista maisespecfica de crenas mais ntimas, sendo que voc poder ter qualquer uma delas arespeito de si mesmo.

    1. Sou doente e sempre o fui.2. H algo errado a respeito de dinheiro. As pessoas que o tm so gananciosas, menosespirituais do que as que so pobres. Elas so mais infelizes e so esnobes.3. No sou criativo. No tenho imaginao.Prxima: Nunca posso fazer o que desejo.

    Prxima: As pessoas no gostam de mim.Prxima: Sou gordo.(Essa seria nmero 6")E 7: Sempre tive m sorte.

    (1) No hindusmo e no budismo, o carma considerado como a soma moral total dos atosde uma pessoa em qualquer vida - determinando, assim, a sorte ou o destino dela na vidaseguinte. Seth v as vidas reencarnatrias como existindo ao mesmo tempo: h, portanto,um constante dar-e-tomar entre elas. Uma vida "futura", ento, pode afetar uma"passada", por isso o carma como geralmente considerado no se aplica.

    (0h15) Muita gente tem essas crenas. As pessoas que acreditam nelas iro experienci-las. Os dados fsicos sempre parecero reforar as crenas, mas foram as crenas queformaram a realidade. Vamos tentar derrubar esses conceitos limitadores.

    Primeiro, voc precisa entender que ningum pode mudar suas crenas para voc, nempodem elas ser impostas a voc de fora. Voc pode verdadeiramente mud-las por simesmo, entretanto, com conhecimento e diligncia.

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    Olhe ao redor. Todo o seu ambiente fsico a materializao de suas crenas. Seu sentidode alegria, tristeza, de sade ou doena - tudo isso causado por suas crenas. Se vocacredita que uma certa situao deve torn-lo infeliz, isso que far, e a infelicidadeento reforar a condio.

    Dentro de voc est a habilidade de mudar suas idias sobre a realidade e sobre vocmesmo, de criar uma experincia pessoal de vida que seja satisfatria para voc e para osoutros. Gostaria que voc escrevesse suas crenas sobre si mesmo, tomando conscinciadelas. Mais tarde poder usar esta lista de uma forma que nem suspeita no momento.

    Pausa ou fim da sesso, o que voc preferir.

    ("Bem, acho melhor termin-la."

    (Trmino s 0h25. Ns dois nos sentamos muito melhor agora do que antes do incio dasesso.)

    SESSO 615, 18 DE SETEMBRO DE 197221H32, SEGUNDA-FEIRA(Jane j teve uma sesso - curta - hoje. O correio nos trouxera boas notcias no incio datarde; ns as comemoramos com uma bebida e ento Seth apareceu.

    (Enquanto estvamos jantando, Jane recebeu um telefonema interurbano de um dosnossos visitantes em agosto passado. Infelizmente, ela precisou dizer-lhe que tivera poucotempo para trabalhar nos projetos cientficos discutidos na ocasio, embora ainda

    estivesse interessada. Enquento lavava a loua e pensava sobre isso, recebeu umacomunicao divertida de Seth: Ela devia parar de se preocupar com tais coisas e "assumiruma posio de desinteresse divino."

    (Jane estava pronta para a sesso regular s 21h, embora, devido ao telefonema, noestivssemos certos do que seria tratado. s 21h30, porm, a sesso ainda no forainiciada e ela estava impaciente. Quando tirou os culos, contudo, e comeou a falar porSeth, sua voz era calma, seu ritmo lento, os olhos muitas vezes fechados._

    Ditado.

    ("Boa noite, Seth.")

    Suas crenas conscientes dirigem o funcionamento de seu corpo. No o contrrio.

    Seu eu interior utiliza-se da conscincia fsica, do pensamento fisicamente orientado, paraagir no mundo que voc conhece. A mente consciente particularmente equipada paradirigir atividade exterior, ou experincia desperta e para supervisionar o trabalho fsico.

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    Suas crenas dela sobre a natureza da realidade so ento transmitidas a pores internasdo eu. Estas dependem especialmente da interpretao da realidade temporal feita pelamente consciente. A mente consciente estabelece as metas, e o eu interior faz com queaconteam, usando todos os seus recursos e inexaurvel energia.

    O grande valor da mente consciente est precisamente em sua habilidade para tomardecises e estabelecer direes. Seu papel, porm dual: tem o objetivo de avaliarcondies tanto dentro como fora, de cuidar dos dados que chegam do mundo fsico e daspores interiores do eu. No , portanto, um sistema fechado.

    Para ser humano, preciso discriminar o uso de tal conscincia. Muitos tm medo de seusprprios pensamentos e no os examinam. Aceitam as crenas de outros. Esse tipo deao distorce as informaes tanto de dentro como de fora.

    No existe luta entre o eu intuitivo e a mente consciente. Parece haver somente quando oindivduo se recusa a enfrentar todas as informaes disponveis em sua menteconsciente. (Pausa) s vezes, parece mais fcil evitar os reajustes freqentes nocomportamento que o auto-exame requer. Em tais casos, a pessoa colhe muitas crenasde segunda-mo. Algumas se contradizem; os sinais dados ao corpo e ao eu interior nofluem suavemente nem so absolutamente definidos, mas tornam-se uma misturaconfusa de contra-orientaes.

    Isso imediatamente faz disparar alarmes de vrias naturezas. O corpo no funciona demodo adequado, ou o ambiente emocional geral sofre. Essas reaes so excelentesadvertncias, e devem ser tomadas como um sinal de que necessria uma mudana.

    Ao mesmo tempo, o eu interior transmitir mente consciente percepes e intuiesque tm a finalidade de clarear a sua viso. Se, porm, voc acreditar que o eu interior perigoso e no pode confiar nele, se tiver medo de sonhos ou de qualquer materialpsquico intrusivo, estar rejeitando essa ajuda e dando-lhes as costas.

    (21h50) Se voc acredita tambm que precisa aceitar suas dificuldades, ento esta crenaapenas pode impedi-lo de resolv-las.

    Repito: Suas idias e crenas formam a estrutura de sua experincia. Suas crenas e as

    razes existentes por trs delas podem ser encontradas em sua mente consciente. Seaceitar a idia de que as razes para seu comportamento esto para sempre enterradasno passado desta vida, ou em qualquer outra, no vai conseguir alterar sua experinciaat mudar essa crena. Estou falando agora mais ou menos de experincias normais. Maistarde, discutiremos reas particulares, como casos de doenas de nascena.

    A percepo de que voc forma sua prpria realidade deve ser uma percepolibertadora. Voc responsvel por seus sucessos e alegrias. Pode mudar as reas de sua

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    vida que no lhe sejam agradveis, mas precisa assumir responsabilidade pelo seu ser.

    Seu esprito uniu-se carne, e na carne, para vivenciar um mundo de incrvel riqueza, paraajudar a criar uma dimenso de realidade de cores e formas. Seu esprito nasceu na carnepara enriquecer uma rea maravilhosa de percepo sensorial, para sentir a energia

    tomando forma corprea. Voc est aqui para usar e aproveitar o corpo e expressar-sepor meio dele. Voc est aqui para ajudar na grande expanso de conscincia. Voc noest aqui para chorar pelas misrias da condio humana, mas para mud-las quando elasno lhe agradarem, por meio da alegria, fora e vitalidade que existem dentro de voc;para criar o esprito na carne do modo mais fiel e belo que puder.

    A mente consicente permite-lhe olhar para fora, para o universo fsico, e ver o reflexo desua atividade espiritual, perceber e avaliar suas criaes individuais e coletivas.

    Poderamos dizer que a mente consciente uma janela aravs da qual voc olha para fora- e, olhando para fora, percebe os frutos de sua criao interior. Muitas vezes deixa quefalsas crenas ofusquem essa grande viso. Sua alegria, vitalidade e realizao no vm defora, como resultado de eventos que "lhe acontecem." Elas brotam de eventos interioresque so o resultado de suas crenas.

    (22h06. Seth-Jane, mergulhados em seus pensamentos, fizeram uma pausa.) Muito temsido escrito sobre a natureza e importncia da sugesto. Uma das idias atuais em voga que voc est constantemente merc de sugestes. Suas prprias crenas conscientesso as sugestes mais importantes que voc recebe. Todas as outras idias so rejeitadasou aceitas, dependendo de voc acreditar ou no que elas sejam verdadeiras, de acordocom a tagarelice constante e consciente que ocorre dentro de sua mente a maior parte do

    dia: as sugestes que lhe so feitas por voc mesmo.

    Voc aceita a sugesto de outras pessoas somente quando